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Breve história de Salvador e curiosidades

A história da Bahia se confunde com a história do Brasil, pois foi nessa região que, em 22 de abril
de 1500, o português Pedro Álvares Cabral avistou as terras, onde hoje se encontra a cidade de
Porto Seguro, dando inicio a colonização europeia na América do Sul.

Em 1534 a região começou a ser povoada. A presença dos jesuítas foi marcante na história da
região. A cidade de Salvador foi fundada em 1549, pelo governador geral Tomé de Souza.
Salvador foi a primeira capital do Brasil. A partir de 1573, dividiu esse título com a cidade de Rio
de Janeiro, pois a coroa portuguesa resolveu estabelecer dois governos no país: o do Norte, cuja
capital era Salvador, e o do Sul, cuja capital era o Rio de Janeiro. Essa divisão permaneceu até
1763, quando o Rio de Janeiro passou a ser a única capital do país.

Em 1587 a cidade de Salvador foi atacada por piratas ingleses, sem sucesso. Em 1612 foi a vez
dos corsários franceses tentarem a invasão, também sem sucesso.

Nos últimos dias de 1599 foi a vez dos holandeses atentarem contra a região. As defesas
conseguiram impedir o desembarque dos holandeses, enquanto foram levantados Fortes para
aumentar a segurança. Porém, em 14 de abril de 1624, as defesas sucumbiram, e a esquadra
holandesa, formada por aproximadamente 3600 homens, saqueou a cidade de Salvador.

Em 22 de março de 1625 chegou a região uma esquadra portuguesa, composta por 52 navios de
guerra, entre outras embarcações, trazendo um exército de mais de 12 mil homens. Em 30 de
abril do mesmo ano os holandeses concordam em desocupar a região. Os holandeses voltaram a
ameaçar a região por diversas vezes: em 1640, 1647 e 1654.

A Bahia também foi cenário de outras disputas, como a Conjuração Baiana, ou Revolta dos
Alfaiates (que propôs a formação da Republica Bahiense, em 1798), a Revolta dos Malês (uma
revolta de escravos africanos islâmicos, em 1834), a Guerra de Canudos (confronto entre o
exército republicano e os sertanejos comandados por Antonio Conselheiro, em 1897-1897).

Atualmente, a Bahia é o sexto estado mais rico do Brasil. Sua cultura (música, ritmos, culinária,
etc.) carrega muito de sua história.

Salvador completa 467 anos na próxima terça-feira (29) e traz, nos nomes de suas ruas, avenidas
e ladeiras, a sua história. Quem nunca se perguntou porque a Avenida Luís Viana Filho recebeu o
"apelido" de Paralela? E porque uma pequena rua nas proximidade do Largo Dois de Julho se
chama Rua do Cabeça?
Paralela: A via, construída em 1971, foi batizada com o nome de 'Luís Viana Filho', em
homenagem ao ex-governador do estado, mas tornou-se popularmente conhecida como Avenida
Paralela, por ter sido construída em paralelo à Orla de Salvador.

Estrada da Rainha: Foi construída durante o reinado de D. Maria I, rainha de Portugal, que
morreu no Rio de Janeiro, em 1816.

Ladeira do Funil: O nome dessa localidade é devido ao seu traçado cônico, no formato de um
funil.

Rua do Cabeça: Localizada no centro da cidade, era nessa região que acontecia a matança e o
comércio do gado na Bahia colonial. Na rua, que fica nas proximidades do Largo Dois de Julho,
mulheres chamadas de "fateiras" costumavam expor cabeças de bois na porta dos seus
estabelecimentos para sinalizar que ali vendia os subprodutos do animal. Atualmente é possível
encontrar de tudo no comércio local, desde produtos para artesanato até objetos do candomblé.

Ladeira da Preguiça: Como as ladeiras que ligavam as partes baixa e alta não comportavam o
volume das cargas vindas do porto, abriu-se uma via menos íngreme para o transporte exclusivo
dessas mercadorias. Ainda assim, o trabalho continuava pesado e os escravos alegavam que
"dava preguiça" subir a ladeira. De forma irônica, os feitores começaram a chamá-la de "Ladeira
do Tira Preguiça" e, com o passar do tempo, a primeira palavra foi suprimida.

Itapuã: Ao contrário do que muita gente pensa, Itapuã não significa "pedra que ronca". O nome
do bairro tem origem no tupi e é a contração de itá + apuã, que significa, na língua indígena,
"ponta de pedra" ou "cabo de pedra".

Rua da Forca: Recebe esse nome porque era a rua que levava os condenados ao enforcamento,
que acontecia na Praça da Piedade. No local passaram, em direção à execução, quatro
participantes da Revolução dos Alfaiates, Manoel Faustino dos Santos Lira, Lucas Dantas do
Amorim Torres, João de Deus do Nascimento e Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga.

Rua do Tira Chapéu: A rua do Tira Chapéu fica nas proximidades da Praça Municipal e fica em
frente ao Palácio Rio Branco, onde funcionava antigamente o Palácio do Governo. Por causa
disso, os homens que passavam no local, tinham o costume de tirar o chapéu em reverência aos
governantes.

Solar do Unhão: O local, onde funciona o Museu de Arte Moderna da Bahia, foi residência do
desembargador Pedro de Unhão Castelo Branco, em 1692 e até hoje homenageia o seu antigo
proprietário.

Rua da Misericórdia- lá era onde a coroa ajudava os necessitados.

Barris – devido a localização da fonte dos Barris.

Rio Vermelho tinha uma flor vermelha chamada camarás e de Rio das florzinhas vermelhas
ficou rio vermelho.

Amaralina - era a fazenda Alagoas, foi comprada por José Álvares do Amaral que rebatizou a
fazenda com o nome dele, Fazenda Amaralina.
Bonocô- era um local de culto africano, ou seja, os negros se reuniam a noite para fazer o ritual
de Baba Igunnuko ou egunokô, dando origem a gunucô e gunokô e por fim bonocô.

Mouraria - por ter sido designada para habitação dos primeiros ciganos de origem mouros
degredados de Portugal em 1718.

Rua da Oração - nesta rua tinha uma casa de retiro dos jesuítas.

Praça da Piedade - local onde presos eram executados, como foi o caso dos cabeças da Revolta
dos Alfaiates. Rua da Forca –próxima à Praça da Piedade é a rua que levava ao enforcamento.

Terreiro de Jesus –Denominação dada em homenagem aos Jesuítas, cujo Colégio estava neste
local.

Água de Menino –”Quando os jesuítas vieram de Portugal para o Brasil, trouxeram sete meninos
já instruídos para que tomassem gosto e simpatia com estímulo para tantos outros que por
ventura aqui existissem. Dizem que no lugar onde moravam, existia um rica nascente d’agua,
onde grande numero de crianças costumavam tomar banho.

Ribeira - ribeira, em vernáculo, é o local onde o navio ou embarcação, tem uma oscilação de
marés tal que permite que o barco fique em seco para trabalhar.

Pelourinho - ou picota são colunas de pedra colocadas em lugar público da cidade ou vila para
tortura e aqui foi feita para punir os escravos.

*Fonte: "Histórias de Salvador nos nomes das suas ruas", Luiz Eduardo Dorea, Edufba.

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