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A descoberta da Madeira

Trabalho realizado por Júlia Mariana Freitas Bettencourt, Maria Inês Vieira Ornelas e Lara Maria
Carvalho dos Santos 6º4
“Passamos a grande Ilha da Madeira,
Que do muito arvoredo assim se chama;
Das que nós povoamos a primeira,
Mais célere por nome do que por fama.
Mas nem por ser do mundo a derradeira,
Se lhe avantajam quantas vénus ama;
Antes, sendo esta sua, se esquecera,
De Cypro, Guido, Paphos e Cythera.” (Os Lusíadas, de Luís de Camões")

Factos Históricos

Os descobrimentos começaram em 1415 com a conquista de Ceuta.


No reinado de D. João I e sob o comando do Infante D. Henrique, com a
necessidade de descobrir novos países e novas rotas do comércio, os
portugueses lançaram-se na aventura dos descobrimentos.
Como descobriram a Madeira?

As origens da ilha da Madeira remontam ao período


Miocénico, há cerca de 5 milhões de anos, quando explosões
vulcânicas ocorreram na parte ocidental do Oceano Atlântico.
Erupções sucessivas depositaram camadas de lava, cinza e rochas
que acabaram por emergir formando uma série de ilhas: a
Madeira, a maior e mais povoada; dezenas de quilómetros a
nordeste o Porto Santo, a outra ilha habitada; a leste, as pequenas e
despovoadas ilhas Desertas; e a 250 km para sul do Funchal as
Selvagens, hoje classificadas como reservas naturais.
Os navegadores redescobriram a ilha do Porto Santo em 1418, após uma
tempestade ocorrida em alto-mar, sendo a embarcação afastada da sua rota, pela
costa de África. Depois de muitos dias à deriva pelo alto mar, avistaram uma
pequena ilha a que chamaram de Porto Seguro, Porto Santo, pois a mesma
salvou a tripulação de Zarco de um destino fatídico.
O arquipélago estava desabitado até 1419, quando o navegador português João
Gonçalves Zarco aportou à Madeira. No entanto, gregos, romanos, fenícios e árabes já
por aqui teriam certamente passado, durante as suas expedições pelo Atlântico Norte.

O arquipélago da Madeira foi redescoberta pelos navegadores


portugueses Tristão Vaz Teixeira, Bartolomeu Perestrelo e João Gonçalves
Zarco em 1419, que apelidaram a ilha de ‘Madeira’ devido à abundância desta
matéria-prima.
A importância desta descoberta

• Fica perto da costa africana e por isso é um local muito importante de passagem
das rotas comerciais.
• Tinha um clima bom para a agricultura, primeiro começaram com a cultura do
trigo, depois o Infante D. Henrique mandou cultivar cana-de açúcar que trouxe muitos
comerciantes à ilha.
• Serviu como modelo para a colonização do Brasil.
Colonização

Por volta de 1425, iniciou-se a colonização das ilhas por


ordem do rei D. João I. A partir de 1440 estabelece-se o regime
das capitanias sendo nomeado Tristão Vaz Teixeira como
capitão-donatário da capitania de Machico; seis anos mais
tarde, Bartolomeu Perestrelo torna-se capitão-donatário de
Porto Santo e, em 1450, João Gonçalves Zarco é nomeado
capitão-donatário da capitania do Funchal.

Os primeiros colonos foram os três capitães-donatários e as


respetivas famílias, um pequeno grupo de pessoas da pequena
nobreza, gente de condições modestas e alguns antigos presos do
Reino.

Para auferirem de condições mínimas para o desenvolvimento


da agricultura na ilha, os colonos tiveram que desbastar uma parte
da densa floresta e construir um grande número de canais de água,
denominados por levadas, para transportar as águas que
abundavam na costa norte para a costa sul da ilha.

Nos primeiros tempos, o peixe e os produtos hortícolas eram os


principais meios de subsistência dos povoadores.
Curiosidades

• O nome Madeira surge porque quando chegaram àquela ilha os navegadores


encontraram muita madeira (floresta densa).

• O nome Porto Santo surge porque após a tempestade os navegadores encontraram


um Porto que os salvou.

• A descoberta afinal foi uma redescoberta, dizem os historiadores que já haviam


mapas onde apareciam estas ilhas.
• A barca ia equipada apenas com compassos, bússola e astrolábio.

• Também os castelhanos (espanhóis) queriam ficar com a Madeira, e a disputa


destes territórios originou o primeiro conflito ibérico (Portugal-Espanha) da época dos
descobrimentos.

• O conflito só terminou com a assinatura do Tratado das Alcaçovas –


Toledo em 1479, e a Madeira ficou para Portugal.
Lenda de Machim

Segundo a lenda, entre o final do século XIV e o início do século XV


existia em Inglaterra um jovem chamado Roberto Machim, cavaleiro lendário da
corte do rei Eduardo III de Inglaterra. Estava apaixonado de uma dama inglesa,
Ana de Arfert (ou Ana de Harfert), que correspondia ao seu amor mas, por
vontade dos seus familiares, deveria casar com um nobre.
Machim e os seus amigos engendraram um plano para resgatar a noiva
antes do casamento e levá-la de barco para França que, na altura, se encontrava
em guerra contra os ingleses na Guerra dos Cem Anos. A data da fuga foi
acordada com a jovem para as vésperas do dia do casamento.
Ao fugir para longe da costa inglesa, os amantes foram surpreendidos por
uma tempestade que os fez perder o rumo ambicionado. Sofrendo contrariedades
devido à tempestade, e não tendo a bordo um piloto experiente que os voltasse a
colocar no rumo certo, o casal apaixonado andou à deriva durante dias até que
viram ao longe uma "grande mancha verde". Estavam em frente à ilha que, mais
tarde, se denominaria ilha da Madeira.
Apesar do medo perante o desconhecido, o desespero levou-os a
acercarem-se e, uma vez que a dama se encontrava doente por passar tanto tempo
no mar, desembarcaram na enseada que hoje é a baía de Machico. A sua
ansiedade por pisar terra firme era tanta que desembarcaram sem tomarem as
devidas providências quanto à ancoragem do barco. Depois de explorarem aquele
pedaço da ilha e de terem saciado a sua sede, aperceberam-se que nova
tempestade se aproximava. Procuraram refúgio por entre as raízes de uma
frondosa árvore que lá se encontrava, pois o diâmetro da circunferência do tronco
desta era tal, que na sua base havia uma cavidade que conseguia agasalhar muitas
pessoas.
Quando a tempestade acalmou, repararam que o mar revolto tinha-lhes
levado o barco. A dama atormentada, cujo estado de saúde estava já debilitado,
viria a falecer passados poucos dias. Machim ergueu uma enorme cruz em
madeira na sepultura da sua amada, junto da frondosa árvore onde haviam
encontrado abrigo. Machim foi afetado por uma enorme melancolia e, em menos
de uma semana, juntou-se à sua amada na morte.
Diz-se que os restantes membros da expedição que por lá ficaram,
tentaram sobreviver e gravaram na cruz a breve história dos dois amados. Alguns
morreram, enquanto outros resistiram até à passagem de um barco de mouros que
os resgatou e os levou para o Norte de África, para serem vendidos como
escravos. Um destes teria sido resgatado pelo pagamento de libertação de cativos
que, normalmente, os cristãos realizavam junto dos negociantes africanos. E foi
este sobrevivente que contou a saga de Machim aos portugueses.
A lenda conta ainda que os descobridores portugueses, quando aí
chegaram alguns anos depois, conseguiram descobrir a cruz de madeira e a
inscrição. Edificaram então a primeira capela da ilha na cavidade da árvore,
atribuindo o nome de Machico à localidade em honra dessa inscrição.

Conclusão
Com a elaboração deste trabalho foi-nos possível enriquecer os nossos
conhecimentos acerca da descoberta do Arquipélago da Madeira, matéria
abordada pela nossa professora da disciplina de História e Geografia de Portugal
este período, permitindo uma partilha das nossas pesquisas e conteúdos
estudados.

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