Você está na página 1de 463

3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Anais actus
Resumos Expandidos
2ª edição

Organizadores
Jorge Roberto Malinovski
Rafael Alexandre Malinovski
Ricardo Anselmo Malinovski
Giovana Carmine Massetto

19 e 20 de maio de 2013
Campinas – SP – Brasil

Malinovski
Curitiba
2014
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

3º Encontro Brasileiro de Silvicultura


Resumos expandidos
2ª edição
Editoração: Artes & Textos
Impressão: Comunicare

Encontro Brasileiro de Silvicultura (3 ; 2014 : Campinas, SO)


Anais do 3º Encontro Brasileiro de Silvicultura / Org. Jorge Roberto Malinovski, Rafael
Alexandre Malinovski, Ricardo Anselmo Malinovski, Giovana Carmine Massetto. Curitiba :
EMBRAPA , 2014. 2ª ed.
404 p. : il.

ISBN 978.85.89777-07-0
Bibliografia

1. Silvicultura - Congressos I. Malinovski J. L. ed. II. Malinovski R. A. ed.


III. Malinovski R. A. ed. IV. Massetto G. C. V. Título
CDD - 634-9

2
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

3º Encontro Brasileiro de Silvicultura


19 e 20 de maio de 2014
Campinas – São Paulo – Brasil

Anais actus

Organização
Malinovski Florestal

Coordenação Técnica
Embrapa Florestas

Apoio Institucional
ABAF - Associação de Produtores de Florestas Plantadas da Bahia
ABRH - Associação Brasileira de Recursos Humanos
ABRH-PR - Associação Brasileira de Recursos Humanos / Integrante
do Sistema Nacional ABRH
ACEF - Associação Catarinense de Engenheiros Florestais
ACR - Associação Catarinense de Empresas Florestais
Agência da Madeira
AMS - Associação Mineira de Silvicultura
APF - Aglomerado Productivo Forestal Missiones y Corrientes
APRE - Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal
Arefloresta - Associação de Reflorestadores de Mato Grosso
ASBR – Associação Sul Brasileira de Empresas Florestais
Embrapa Florestas
PUCPR CAEF - Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Centro
Acadêmico de Engenharia Florestal
FUPEF - Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná
IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais
IUFRO - International Union of Forest Research Organizations
Sistema FIEP/ SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial - Paraná
SFB - Serviço Florestal Brasileiro
UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste
– Campus Irati

3
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Comissão organizadora
Jorge Roberto Malinovski - Malinovski Florestal - Coordenador Geral
Edilson Batista de Oliveira - Embrapa Florestas - Coordenador Técnico
Ricardo Anselmo Malinovski - UFPR - Coordenador Técnico
Alessandro Angelo - UFPR
Amaury Paulo de Souza - UFV
Bruno S. Dupczak - IFSC
Carlos José Mendes - APRE
Cleverson de Mello Sant’Anna - UFMS
Dionísio João Parise - SENAI-PR
Eduardo da Silva Lopes - UNICENTRO
Fabio Minoru Yamaji - UFSCAR
Guilherme de Castro Andrade - Embrapa Florestas
Luciane I. Malinovski - UFSC
Luciano José Minette - UFV
Nilton Cesar Fiedler - UFES
Nilton Souza - UFPR
Osvaldo Fernandes - Ibaiti Soluções Florestais
Patricia Povoa de Mattos - Embrapa Florestas
Patricio MacDonagh - Universidade de Misiones
Paulo Torres Fenner - UNESP
Rafael Alexandre Malinovski - Malinovski Florestal
Renato Robert - UFPR
Ricardo Marques Barreirus - UNESP - Itapeva
Susete do Rocio Chiarello - Embrapa Florestas
Vanderley Porfírio-da-Silva - Embrapa Florestas
Vitor Afonso Hoeflich - UFPR

Nota da comissão organizadora


Os artigos apresentados nestes Anais são de inteira responsabilidade
dos respectivos autores. As afirmações e opiniões, bem como a menção
de qualquer máquina, equipamento, produto ou técnica não implicam
em sua recomendação por parte da Comissão Organizadora ou pelas
instituições envolvidas com a realização do Seminário. Os organizadores
não se responsabilizam pela revisão ortográfica e gramatical, teor e forma
de redação dos artigos ou por eventual ausência de resumo, traduções e
referências.

4
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Patrocinadores
Arborgen
Atta Mex-S
Bayer
Banco do Brasil
Bio Soja
Brotale Florestal
Compo
Denis Cimaf
Dinagro
Evonik
Fertiberia
FMC
F2M
Haifa
Mirex-S
Multifloresta
Multifós
Roster
Syngenta

5
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Apresentação

O Encontro Brasileiro de Silvicultura é o momento onde centenas


de profissionais interagem e têm acesso a informações atualizadas,
que buscam atender às demandas tecnológicas do setor brasileiro de
base florestal associado às florestas plantadas. Além de importantes
apresentações feitas por palestrantes de altíssimo nível e a apresentação
de trabalhos científicos por parte dos participantes, o Encontro promove
a integração entre profissionais de diferentes empresas e instituições,
possibilitando o estabelecimento de parcerias e a troca de experiências
sobre tecnologias e estratégias aplicáveis às florestas plantadas.
As florestas plantadas apresentam importância crescente na
economia nacional. Segundo o Anuário Estatístico da ABRAF-2013,
o valor bruto da produção (VBP) obtido pelo segmento de florestas
plantadas no Brasil, no ano base 2012, totalizou R$ 56,3 bilhões. Os
tributos arrecadados corresponderam a R$ 7,6 bilhões. Os postos de
trabalho ocupados foram 4,73 milhões sendo 621 mil diretos, 1,31
milhão indiretos e 2,42 milhões resultantes do efeito renda. E a área com
florestas plantadas atingiu 7,2 milhões de hectares.
A magnitude deste segmento exige proporcionalidade nos
avanços em ciência e tecnologia. A pesquisa científica viabiliza soluções,
com sustentabilidade, para o aumento da produtividade florestal e para a
melhoria da qualidade dos produtos e processos. Ela permitiu que, nos
últimos 30 anos, o Brasil se tornasse o país que mais ganhou produtividade
com florestas plantadas e conseguisse progressos de elevada significância
em diversos componentes da cadeia produtiva. Foram e continuam sendo
gerados vários bilhões de dólares ao País, mas os desafios são muitos. É
com a incorporação continua de novas tecnologias e processos que o
setor poderá aumentar sua eficiência e competitividade.
A Embrapa Florestas, coordenadora técnica do 3º Encontro
Brasileiro de Silvicultura, juntamente com a Malinovski Florestal,
organizadora da III Semana Florestal Brasileira (XVII Seminários de
Atualização Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal,

6
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

3º Encontro Brasileiro de Silvicultura e Expoforest – Feira Florestal


Brasileira), manifestam seus agradecimentos ao apoio de empresas,
mídia, associações e instituições que representam o setor produtivo, às
organizações, fundações e institutos de pesquisa públicos ou privados,
às universidades e faculdades, às empresas florestais, mas acima de tudo,
à dedicação dos palestrantes, que trazem temas relevantes de cunho
técnico-prático-científico, e dos autores dos trabalhos voluntários,
desde renomados profissionais até estudantes em início de promissoras
carreiras nas ciências florestais.

Edson Tadeu Iede


Chefe Geral da Embrapa Florestas

7
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Sumário

Resumos expandidos
Adubação fosfatada na implantação de Corymbia citriodora
(Hook.)K. D. Hill & l. A. S. Johnson.............................................26
Gabriel Biagiotti; Sérgio Valiengo Valeri; Mara Cristina Pessôa da Cruz;
José Carlos Barbosa; Bruna Aparecida Pereira

Adubo de liberação lenta em floresta clonal de Eucalyptus


em sspodossolo no sul da Bahia....................................................28
Ricardo Previdente Martins; Marcos Antônio Marinho Santana;
Atus Ventura Lemos; José Luiz Gava

Agrichem technology for silviculture: Eucalyptus initial


development through high solubility fertilizer..............................31
Ernesto Norio Takahashi; Fabiano Meyer; Enilton Fialho dos Reis

Ajuste de modelos volumétricos para clones de Eucalyptus


em diferentes espaçamentos.........................................................34
Yasser Alabi Oiole; Lorena Stolle; Ana Paula Leite de Lima;
Sebastião Ferreira de Lima; Alexandre Beutling

Análise da eficiência dos modelos logístico, Schumacher e


Clutter na modelagem de crescimento e
produção de Eucalipto...................................................................38
tLeandro de Almeida Salles; Glória da Silva Almeida;
João Felipe Nunes de Miranda; Lorena Vaz da Silva;
Renato Vinícius Oliveira Casto

Análise da viabilidade técnica e econômica da desbrota


precoce e seus reflexos no desenvolvimento do povoamento.......41
Rafael Rodrigues Junior; Emerson Eduardo de Carvalho;
Gustavo José Ferreira de Almeida; Carmeni João Giunti Neto;
Jose Marcio Cossi Bizon

Análise de crescimento inicial de Eucalyptus benthamii

8
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Maiden & Cambage sob diferentes regimes de fertilização.........45


Jéssica da Silva Ribas; Indiara Zeferino; Karen Koch Fernandes de Sousa;
Alessandro Camargo Angelo, Vitor Ascenço Lopes

Análise de incremento volumétrico para um híbrido de Eucalipto


plantado em diferentes espaçamentos no Sudoeste goiano........48
Eduardo Morais Vieira; Alexandre Burgo Castilho;
Robson Schaff Corrêa; Thelma Shirlen Soares; Allyne Ferreira Santos

Análise e condução de espécies nativas para a recuperação


de mata ciliar em Santa Maria – RS..............................................51
Douglas Vollmer; Catize Brandelero; Carisiane Jaroczewski;
Jaciane Xavier Bressiani, Pablo Fernandes

Análise e estimativa de mortalidade em plantios de candeia


por meio de análise de regressão linear generalizada...................54
Gabriel Marcos Vieira Oliveira; José Márcio de Mello;
Kalill José Viana da Páscoa; Thiza Falqueto Altoé

Avaliação da morfologia interna de sementes


de Platypodium elegans Vog. pelo teste de raios x.......................58
Kever Bruno Paradelo Gomes; Rosana de Carvalho Cristo Martins;
Francisco Guilhien Gomes Júnior

Avaliação das propriedades da madeira de Teca (Tectona grandis)


no estado de Goiás, Brasil.............................................................61
Maria Emília Silva; José Luis Lousada; Bruna Scarparo;
Carlos Roberto Sette Jr

Avaliação de banco de conservação de Corymbia maculata


para uso em melhoramento genético............................................65
Cristiane A. F. Reis, Paulo E. T. dos Santos,
Estefano Paludzyszyn Filho, Alisson M. Santos

Avaliação de crescimento de Morototó (Didymopanax


morototonii Aubl, Decne & Planch) em diferentes
espaçamentos no Oeste do estado do Pará...................................70
RayssaYuki Murakami Lima; Arllen Elida Aguiar Paumgartten;
Alberto Bentes; Brasil Neto; Jorge Alberto Gazel Yared; Silvio Brienza Júnior

9
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação de crescimento inicial de Eucalyptus benthamii


Maiden & Cambage (clone e semente) sob adubação
de liberação lenta...........................................................................74
Indiara Zeferino; Karen Koch Fernandes de Souza;
Alessandro Camargo Angelo, Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar

Avaliação de danos causados por formigas-cortadeiras


do gênero Acromyrmex (Hymenoptera) em plantios de
Pinus taeda no Oeste catarinense..................................................77
Leonardo Jonathan Guisolphi Gomes de Oliveira; Hyhago Stuelp Rohr

Avaliação de progênies de Eucalyptus crebra no Norte do


estado de Goiás..............................................................................81
Cristiane A. F. Reis, Paulo E. T. dos Santos, Estefano
Paludzyszyn Filho, Alisson Moura Santos e Bruno Silva Reis

Avaliação de teste clonal de Eucalyptus no Norte de


Minas Gerais..................................................................................85
Amanda Rafaela Silva Morais; Leticia Renata Carvalho; Anny Francielly
Ataide Gonçalves; Nathalia Braga de Pinho; Christian Dias Cabacinha

Avaliação de uma nova metodologia para a determinação


do volume por cubagem rigorosa..................................................87
Milton Serpa de Meira Júnior; Renato Vinicius Casto de Oliveira;
Mauro Eloi Nappo; José Marcelo Imaña Encinas

Avaliação do comprimento ótimo da seção da cubagem


em um plantio de Eucalipto..........................................................90
Mirella Basileu de Oliveira Lima; Milton Serpa de Meira Júnior;
Mauro Eloi Nappo; Renato Vinicius Casto de Oliveira

Avaliação do crescimento inicial de Araucaria angustifolia


(Bertol.) Kuntze sob diferentes tipos de adubação.......................94
Márcio Luiz Villela; Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar;
Karen K. F. de Souza; Alessandro Camargo Angelo, Teça Horokoski

Avaliação do crescimento inicial de clones de Eucalyptus saligna


no primeiro Planalto paranaense...................................................97
Camila I. Santos; Alessandro C. Angelo; Karen K. F. de Souza;
Rozimeiry G. B. Gaspar; Lizy T. S. Barros

10
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação do preparo de solo realizado pelo coveador mecânico


“Rotree” e seu impacto na produtividade e uniformidade do
povoamento.................................................................................100
Eduardo Moré de Mattos; Carmeni João Giunti Neto;
José Márcio Cossi Bizon; José Leonardo de Moraes Gonçalves

Avaliação e comparação dos sistemas mecanizado e manual


de adubação de base em plantios de Eucalyptus.............................104
Ivan Fillietaz Balcão; Rodrigo Eiji Hakamada; Guilherme
Zaghi Borges Batistuzzo; Leonardo Gueli Miranda; Erico Picinatto Junior

Avaliação econômica de dois projetos de reflorestamento de


Eucalipto para quatro alternativas de venda da madeira............108
Luiz Gustavo Catizani Carvalho; Harrison Belico Coelho;
Luiz Carlos Araújo; José Jhones Matuda; Ângelo Márcio Pinto Leite.

Balanço energético na implantação de Eucalipto.......................112


Ezer Dias de Oliveira Júnior, Lúcio B. Kroll

Biomassa de Eucalipto em diferentes espaçamentos


de plantio no Sudoeste Goiano.....................................................115
Robson Schaff Corrêa; Eduardo Morais Vieira; Alexandre Burgo
Castilho; Nikerson Guimarães de Lima; Allyne Ferreira Santos

Brotação e enraizamento de clones de Eucalyptus spp.


à coletas sucessivas de miniestacas em minijardim clonal.........119
Anderson Marcos de Souza; Lucas Henrique Morais Ferreira

Caracterização morfológica de uma anomalia


em mudas de Eucalyptus grandis................................................122
Paola Mazza Revolti; Celso Luis Marino; Shinitiro Oda ;
Tatiane Maria Rodrigues; Kleber Alexandre Campos

Classes de dominância de povoamentos de


Tectona grandis l.f. na idade pré-desbaste..................................126
Viviann Maciel da Silva Alves; Sidney Fernando Caldeira;
Diego Tyszka Martinez; Bruna Cristina Almeida; Joamir Barbosa Filho.

Cokrigagem usada na estimação do volume de Eucalyptus sp


em plantio na região do Araripe – PE.........................................129

11
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Wellington Jorge Cavalcanti Lundgren; José Aleixo da Silva;


Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira; Luzia Ferreira da Silva

Comparação de crescimento de Pinus Taeda l. em Pinhais-PR


originários dos Estados Unidos da América (Carolina do Norte)
e África do Sul..............................................................................133
Lia Toiosima Yoshizumi; Alessandro Camargo Angelo; Karen Koch
Fernandes de Souza; Mariana Berlesi Klein;
Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar

Comparativo entre a aplicação de adubo convencional versus


tecnologia de precisão com a vazão controlada por sensores
e GPS em plantio clonal de Eucalyptus.......................................135
Rodrigo Dzedzej Leal; Edimar Domingos Filho; José Márcio Cossi
Bizon; Adriano de Paula Marques; Deyvid Tonioes do Prado

Comprimento das seções na cubagem rigorosa de árvores de


Eucalyptus para ajuste de modelos de Taper....................................138
Renato Vinícius Oliveira Castro; Pedro Faria Lopes; Milton Serpa
de Meira Júnior; Mauro Eloi Nappo; Ana Beatriz Serrão Liaffa

Concentrações dos pigmentos fotossintéticos em plantas


de curauá sombreado em consórcio com paricá (Shizolobiu
mamazonicum Huber ex Ducke) e a pleno sol no município de
Aurora do Pará.............................................................................142
Ellen Gleyce da Silva Lima; Lais Vieira Carvalho;
Raimundo Amaro; Ribeiro Conde; Benedito Gomes dos Santos Filho;
Cândido Ferreira de Oliveira Neto

Crescimento de Ceiba speciosa (A. St.- Hil.) Ravenna (Paineira)


em resposta a adubação mineral e o uso de biossólido..............146
Pedro Lima Filho; Aline Cássia da Fonseca;
Paulo S. dos S. Leles; Alan Henrique Marques de Abreu

Crescimento de Erythrina verna vell em


diferentes recipientes...................................................................148
Tamyris Mello; Elzimar de Oliveira Gonçalves; Jéssica Martins dos Reis;
Marcos Vinicius Winckler Caldeira; Bianca Fernandes Darissi.

12
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de espécies nativas com potencial madeireiro


na região Sudoeste do Paraná......................................................152
Oiliam Carlos Stolarski; Anderson Wiliam Klein; Fernando Campanhã
Bechara; Mauricio Romero Gorenstein; Murilo Lacerda Barddal

Crescimento de Eucalipto submetido à aplicação de


lama de cal e cinza de madeira....................................................156
Shizuo Maeda; Itamar Antonio Bognola

Crescimento de Guanandi em solo adubado com


silicato de cálcio e magnésio........................................................160
Ariane Miranda de Oliveira; Luiz Arnaldo Fernandes; Leandro Roberto
da Cruz; Rodrigo Eduardo Barros; Rodrigo Magalhães Faria

Crescimento de mudas de Aroeira Vermelha


(Schinus terebinthifolius) em diferentes substratos.....................162
Renan Fossatti; Valmir Milani; Marcio Carlos Navroski;
Mariane de Oliveira Pereira

Crescimento de quatro clones de cacau cultivados no


Norte de Minas............................................................................166
Lorena Oliveira Barbosa; Karoline Paulino Costa;
Rizia Rodrigues Santos; Márcia Silva de Jesus; Ernane Ronie Martins

Crescimento inicial de Eucalyptus dunnii Maiden


sob diferentes regimes de adubação............................................169
Marieli Sabrina Ruza; Alessandro Camargo Angelo; Karen Koch Fernandes
de Souza; Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar; Vinicius Henrique Mayer

Crescimento inicial de Eucalyptus urograndis sob diferentes


doses de fósforo e gesso agrícola no município de
Jaguariaíva–PR............................................................................172
Anderson Walczak; Marcos Vinícius Martins Bassaco; Felipe Mazurki Perucio

Crescimento inicial de mudas de Ceiba pentandra l. Gaertn


(Malvaceae) com composto de lixo orgânico..............................176
Rozimar de Campos Pereira; José Antônio Linhares Júnior;
Adla Mércia Carobense da Palma; Wendell Queiroz; Silvanne Silva Santos

Crescimento inicial de mudas de Lafoensia pacari a. st. - hil.


(Lythraceae) oriundas de duas procedências do estado do

13
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Paraná...........................................................................................179
Mariane de Oliveira Pereira; Jeniffer Grabias; Pablo Melo Hoffmann;
Marcio Carlos Navroski; Christopher Thomas Blum

Crescimento inicial de Pinus taeda l. sob diferentes regimes


de adubação no primeiro Planalto paranaense............................183
Lia Toiosima Yoshizumi; Alessandro Camargo Angelo; Karen Koch
Fernandes de Souza; Mariana Berlesi Klein; Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar

Curvas de índice de sítio para plantios florestais comerciais de


Pinus taeda l. localizados na região Oeste catarinense.............187
Letícia Hreçay; Veridiana Padoin Weber; Lorenzo Teixeira de Melo da Silva;
João Paulo Czarnecki de Liz; Paula Búrigo Vandresen

Decomposição dos resíduos da colheita em uma plantação de


Eucalyptus grandis em função do manejo e fertilização.............190
Eduardo Resende Girardi Marques; José Henrique Tertulino Rocha;
José Leonardo de Moraes Gonçalves

Desafios e perspectivas da silvicultura de precisão.....................194


Pablo Fernandes; Douglas Vollme; Catize Brandelero; Thaís Mentges

Desempenho de clones de Eucalyptus no Oeste do estado do


Paraná...........................................................................................198
Guilherme de Castro Andrade, Edilson Batista de Oliveira,
Antonio Francisco Jurado Bellote, Alcemir Chiodelli, Nilton Beck

Desempenho silvicultural de cinco variedades clonais


em três regiões do estado do Mato Grosso.................................202
Ariel Souza Rossi; Ronaldo Drescher; Sidney Fernando Caldeira;
Anne Francis Agostini Santos; Fernando Henrique Gava

Desempenho silvicultural de 21 clones do gênero Eucalyptus


no Sul do estado de Mato Grosso................................................205
Anne Francis Agostini Santos; Diego Tyszka Martinez;
Sidney Fernando Caldeira; Ariel Souza Rossi; Joamir Barbosa Filho

Desenvolvimento de Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith


em plantio artificial......................................................................208

14
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Karen Janones da Rocha, Maisa Caroline Baretta, Sidney Fernando Caldeira

Desenvolvimento de mudas de nim indiano em diferentes


substratos no município de Vitória da Conquista, BA................211
Denys Matheus Santana Costa Souza; Adalberto Brito de Novaes;
Liliane Roque Pinto

Desenvolvimento inicial de mudas de Handronathus heptaphyllus


em diferentes recipientes e substratos.........................................215
Bruna Cristina Almeida; Henrique Guimarães de Favare;
Alexssandra Jéssica Rondon de Figueiredo;
Joamir Barbosa Filho; 3Ândrea Carla Dalmolin

Efeito da adubação e ácido indolbutírico no enraizamento de


alporques de Khaya anthotheca............................................................219
Joamir Barbosa Filho, Bruna Cristina Almeida; Gilvano Ebling
Brondani; Rômulo Môra; Viviann Maciel da Silva Alves

Efeito da adubação nas características ecofisiológicas


de mudas de Eucalyptus globulus.........................................................223
Márcia Silva de Jesus; Lorena Oliveira Barbosa;
Daniel Souza Dias; Ernane Ronie Martins; Luiz Arnaldo Fernandes

Efeito da aplicação de Trichoderma sp. e Paecilomyces sp. na


supressão de doenças e desenvolvimento em mudas de
Pinus taeda....................................................................................226
Paula Burigo Vandresen, Arthur Bratti Schmidt,
João Cláudio Trosdorf, Lorenzo Teixeira de Melo da Silva

Efeito da fertilização de liberação lenta na altura da parte aérea e


diâmetro de colo em mudas de Schizolobium parahyba
var. amazonicum..........................................................................230
Überson Boaretto Rossa; Alessandro Camargo Angelo;
Danielle Janaina Westphalen; Lucas Kania Neto;
Lizy Tank Sampaio Barros

Efeito da fertilização de liberação lenta na produção de biomassa


em mudas de Schizolobium parahyba var. amazonicum............232
Überson Boaretto Rossa; Alessandro Camargo Angelo;
Danielle Janaina Westphalen; Fernando Prates Bisso;
João Célio de Araujo

15
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Efeito de doses de fertilizante de liberação lenta na altura da


parte aérea e diâmetro de colo em mudas de
Eucalyptus grandis Hill ex Maiden..............................................234
Überson Boaretto Rossa; Alessandro Camargo Angelo;
Danielle Janaina Westphalen; Frederico Fon,eca da Silva

Efeito de doses de fertilizante de liberação lenta na produção


de biomassa em mudas de Eucalyptus grandis
Hill ex Maiden.............................................................................237
Überson Boaretto Rossa; Alessandro Camargo Angelo;
Danielle Janaina Westphalen

Efeito de rocha moída em características químicas do solo


e no desenvolvimento de Eucalipto.............................................241
Shizuo Maeda; Helton Damin da Silva; Itamar Antonio Bognola

Efeito do ambiente na forma de fuste de clone


de Eucalyptus camaldulensis........................................................245
Anne Francis Agostini Santos; Diego Tyszka Martinez;
Sidney Fernando Caldeira; Pedro Hurtado de Mendoza Borges;
Fernando Henrique Gava

Efeito do espaçamento de plantio e de clones de eucalipto sobre


a densidade da madeira em Chapadão do Sul, MS.....................248
Elaine Cristina Teixeira; Ana Paula Leite de Lima;
Sebastião Ferreira de Lima; Wesley Gomes da Silva; Filipi Mattos Duran

Efeitos do hidrogel na sobrevivência e desempenho de mudas de


I144 (Eucalyptus urophylla) na região do
Planalto de Conquista..................................................................251
Denys Matheus Santana Costa Souza;
Adalberto Brito de Novaes; Liliane Roque Pinto

Eficácia do programa de incentivo ao plantio de Eucalyptus sp


para os produtores de aves no município de
Dois Vizinhos – PR.....................................................................254
Elvio Mauricio Avila Nunes; Anathan Bichel;
Eleando José Brun; Roque Canzi Bolzan

Equações para determinação do volume individual de Pinus

16
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

patula Schltdl. & Cham. no planalto Serrano de


Santa Catarina..............................................................................258
Nilton Sergio Novack Junior; Marcos Felipe Nicoletti;
Raul Silvestre; Maíra Rodrigues; Ezequiel Silva

Estabelecimento in vitro de cedro australiano (Toona ciliata)..262


Brener de Almeida Oliveira; Ricardo Gallo; Luciana Coelho de Moura;
Aloisio Xavier; Wagner Campos Otoni

Estimação do volume de Eucalyptus sp em plantio no


Semiárido Pernambucano com uso da krigagem.......................265
Wellington Jorge Cavalcanti Lundgren; José Aleixo da Silva;
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira; Luzia Ferreira da Silva

Estimativa dos parâmetros genéticos e avaliação de teste de


progênies híbridas de Eucalyptus na região Norte do estado do
Tocantins.....................................................................................268
Gabriela Brigatti Chaves; Carla da Costa Garcia;
Adriano Emanuel Amaral de Almeida; Antonio Natal Gonçalves;
Marcos Deon Vilela de Resende

Estudo da distribuição diamétrica de um fragmento restaurado


no centro do estado de Santa Catarina........................................271
Bibiana Argenta Vidrano; Luete Amaral Guedes; Elio José Santini;
Clovis Roberto Haselein; Jaciane Xavier Bressiani

Estudo da variação longitudinal da densidade básica da


madeira de cinco espécies de Pinus............................................275
Luiz Marcio Machado Suardi Junior
Cláudio Angeli Sansígolo; Ricardo Marques Barreiros

Fator de forma artificial para Cordia goeldiana Huber


em plantio homogêneo no município de Vilhena – RO.............279
Fernando Henrique Gava; José Luiz Alves de Melo;
Ronaldo Drescher; Ariel Souza Rossi; Anne Francis Agostini Santos

Fireglobulus: desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão


no uso de fogo controlado em plantações de Eucalipto.............282
Carlos Loureiro; Anita Pinto, Paulo M. Fernandes

Fotossíntese e concentração interna de CO2 em clones de

17
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Eucalyptus submetidos a déficit hídrico.....................................286


Inaê Mariê de Araújo Silva; Camila da Cruz Pimentel Moreira
Santos; Ana Flávia Guimarães Paolinelli; Janaína Fernandes
Gonçalves; Marcelo Luiz de Laia

Geoestatística aplicada a estimativa do volume total por área


em Eucalyptus sp. utilizando dados de cubagem.......................290
Gabriel Marcos Vieira Oliveira; José Márcio de Mello;
Matheus Andrade Ferreira; Lucas Rezende Gomide

Implementação do controle de qualidade das operações


silviculturais................................................................................294
Luiz Felipe de Castro Galizia; Cirineu José de Carvalho Rosa;
Glodoaldo Arantes Ramiro; José Marcio Cossi Bizon

Incremento de diâmetro em função da adubação


de plantio em Tectona grandis l.f. ..............................................296
Lilian Guimarães de Favare; Henrique Guimarães de Favare;
Bruna Cristina Almeida; Julio Cesar Ferreira Elias;
Iraê Amaral Guerrini.

Índice de área foliar ao primeiro ano de Eucalipto plantado


m diferentes espaçamentos no Sudoeste goiano.........................300
Eduardo Morais Vieira; Alexandre Burgo Castilho; Robson Schaff Corrêa;
Nikerson Guimarães de Lima; César Augusto Pereira Bonifácio

Influência da fertilização na forma o tronco de Eucalyptus


grandis ........................................................................................303
Amanda Fernandes Franci; José Henrique Tertulino Rocha; Maurício
Reynaldo Prieto; Alexandre de Vicente Ferraz; José Leonardo Moraes Gonçalves

Influência das características físicas e químicas do fertilizante


na uniformidade da adubação de base em
plantios de Eucalipto...................................................................307
Maurício Reynaldo Prieto; José Henrique Bazani; Guilherme Batistuzzo;
José Henrique Tertulino Rocha; José Leonardo M. Gonçalves

Influência de regimes de espaçamento e desbaste na produção


em volume de Pinus taeda l. ao final da rotação no Nordeste do
Paraná..........................................................................................311
Denise Jeton Cardoso; André Eduardo Biscaia de Lacerda;

18
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Maria Augusta Doetzer Rosot; Marilice Cordeiro Garrastazu;


Renato Teixeira Lima

Influência do espaçamento no crescimento de Cordia goeldiana


Huber (freijó) em reflorestamento..............................................315
Arllen Elida Aguiar Paumgartten; Rayssa Yuki Murakami Lima;
Alberto Neves Junior; Jorge Alberto Gazel Yared;
Silvio Brienza Júnior

Influência do recipiente na produção de mudas


de Piptadenia gonoacantha.........................................................319
Jéssica Martins dos Reis; Elzimar de Oliveira Gonçalves;
Bianca Fernandes Darissi; Kelly Nery Bighi; Lomanto Zogaib Neves.

Influência do regime hídrico sobre o crescimento


de mudas de Eucalyptus globulus................................................323
Túlio Barroso Queiroz; Júlio Cesar Rodrigues Lopes Silva; Nayara
Natacha Pereira de Jesus; Sofia Maria Gonçalves Rocha;
Ernane Ronie Martins

Influência do regime hídrico sobre trocas gasosas e


clorofila em mudas de Eucalyptus globulus................................326
Túlio Barroso Queiroz; Débora Soares Brandão;
Júlio Cesar Lopes Rodrigues Silva; Amanda Maia e Silva;
Ernane Ronie Martins

Influência do teor de umidade da madeira de bracatinga (Mimosa


scabrella) no uso energético........................................................329
Gustavo Friederichs; Martha Andreia Brand ; Tássio Dresch Rech;
Adriel Furtado de Carvalho; Larissa Cardoso Küster

Influência dos diferentes níveis de controle de plantas daninhas


na produtividade e índice de área foliar de Eucalyptus urophylla
ao final da rotação........................................................................333
Gabriela Pires, Rodrigo Hakamada, Cristiane Lemos,
Gabriela Moreira, Jose Teixeira

Influências da temperatura e umidade relativa do ar em casa de


vegetação no enraizamento de miniestacas de três clones de
Eucalyptus spp para o Sul do Brasil.............................................337
Sandra Regina Cabel; Alessandro Camargo Ângelo;

19
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Celso Garcia Auer; Karen Koch Fernandes de Souza

Intensidade de roçada na condução de regeneração de Pinus


elliottii no litoral Norte do Rio Grande do Sul: efeito sobre as
variáveis dendrométricas e a produção de resina........................340
Giovane Pretto Azambuja; Lucas Scheidt da Rosa

Interação genótipo x solo em progênies de Eucalyptus grandis


em três locais no Brasil................................................................344
Laís Akimi Ito Haneda; Paulo Henrique Muller da Silva,
Mario Luís Teixeira de Moraes, Aline Cristina Miranda

Interferência da rebrota do capim-braquiária, em diferentes


densidades e distâncias, no desenvolvimento
inicial do Eucalipto......................................................................346
Allan Lopes Bacha; Fernanda Campos Mastrotti Pereira;
Mariluce Pascoina Nepomuceno; Pedro Luís da Costa Aguiar Alves

Mapeamento das áreas reflorestadas com Eucalyptus sp. no


estado do Pará no período de 1996 a 2012...................................350
Adriana da Silva Neves, Kênia Samara Mourão Santos, Dayse Natasha
Barbosa Pastana, Rodrigo Silva do Vale, Eduardo Saraiva da Rocha

Mapeamento de reflorestamentos comerciais de Paricá


(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) no estado do Pará
no período de 1996 a 2012............................................................354
Kênia Samara Mourão Santos; Adriana da Silva Neves; Dayse Natasha
Barbosa Pastana; Rodrigo Silva do Vale; Eduardo Saraiva da Rocha

Metabolismo do nitrogenio em plantas de curauá sombreado em


consórcio com paricá (Shizolobium amazonicum Huber ex
Ducke) a pleno sol no município de Aurora do Pará..................358
Ellen Gleyce da Silva Lima; Kênia Samara Mourão Santos; Raimundo
Amaro Ribeiro Conde; Benedito Gomes dos Santos Filho; Cândido
Ferreira de Oliveira Neto

Modelos para estimativa de porcentagem de casca para Pinus


patula Schiede ex Schltdl. & Cham. em
Ponte Alta do Norte – SC............................................................362
Ezequiel Silva; Maíra Rodrigues; Marcos Felipe Nicoletti;
Marcio Carlos Navroski; Nilton Sérgio Novack Junior

20
Resumos Expandidos

Modelos para estimativas de área foliar de indivíduos de


Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolia Raddi sob diferentes
substratos em Lages - SC............................................................365
Ezequiel Silva; Maíra Rodrigues; Marcos Felipe Nicoletti;
Marcio Carlos Navroski; Nilton Sérgio Novack Junior

Mudas clonais de Eucalyptus urograndis crescidas em diferentes


densidades na bandeja................................................................323
Adriano Adauto Ferreira; Márcia Aparecida Novaes Gomes

Omissão de nutrientes em Tectona grandis no município


de Anhembi (SP).........................................................................368
Felipe Bianchi Saldanha; Ana Clara Teixeira, João Carlos Teixeira Mendes;
José Leonardo Moraes Gonçalves, José Luiz Stape

Padrão de solubilização do fertilizante cloreto de potássio


encapsulado em gel celulósico e polímero biodegradável pela
Embrapa......................................................................................371
Itamar Antonio Bognola; José Luiz Stape;
Washington Luiz Esteves Magalhães

Parâmetros genéticos de Eucalyptus camaldulensis Dehnh


em teste de progênie....................................................................379
Thaianny Rodrigues de Souza; Bruna Cristina Almeida; Jeane Cabral da Silva;
Diego Tyszka Martinez; Reginaldo Brito da Costa

Produção de mudas de mogno (Swietenia macrophylla King)


(Meliaceae) com a adubação química e foliar.............................382
Rozimar de Campos Pereira; Wendell Queiroz;
José Antônio Linhares Júnior; Adla Mércia Carobense da Palma

Produtividade de plantações de eucalipto intercaladas com


espécies nativas em áreas de pastagens degradadas
no Noroeste do estado do Paraná................................................385
Edilson Batista de Oliveira, Luiz M. Feitosa Santos, David Gobor,
Alberto Moris, Vinicius Tina
Propagação de Chamaecyparis pisifera (Tuia Azul) através
da Miniestaquia............................................................................390
Patrícia de Barros Nunes Chrischner;
Márcia Aparecida Novaes Gomes

21
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Recuperação de áreas de preservação permantes


através do plantio de mudas por nucleação................................393
Bibiana Argenta Vidrano; Luete Amaral Guedes;
Elio José Santini; Clovis Roberto Haselein; Talita Baldin

Resíduos alternativos na composição de substratos para o


crescimento inicial de mudas de Ceiba boliviana
Britton & Baker F........................................................................397
Maiara Rodrigues Miranda; Elzimar de Oliveira Gonçalves; Ariany das Graças
Teixeira; Kelly Nery Bighi; Lomanto Zogaib Neves

Resposta de mudas clonais e seminais de Eucalyptus benthamii


Maiden & Cambage no Primeiro Planalto paranaense
– adubação convencional............................................................401
Jéssica da Silva Ribas; Indiara Zeferino; Karen K. F. de Souza;
Alessandro Camargo Angelo, Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar

Respostas à fertilização nitrogenada em plantio clonal do híbrido


E. urophylla x E. globulus em Luis Antônio, SP..........................404
Andréa Virginia Athayde Wenzel; Ana Rosária Sclifó Zucon;
Eduardo Aparecido Sereguin Cabral de Melo;
José Leonardo de Moraes Gonçalves; Rodrigo Eiji Hakamada

Resultados de diferentes métodos de restauração florestal em


Ribeirão Grande-SP......................................................................408
Jéssica dos Santos Franciscatte; Joyce Ferreira Marques;
Thiago Lino Silveira; Claudia Moster Barros; Winter Érik de Oliveira

Seleção de equações de volume para a produção de biomassa


com espécies de Eucalyptus...................................................................410
Andrés Hirigoyen; Resquin Fernando; Rachid Cecilia

Seleção entre e dentro no melhoramento genético de Eucalyptus


Camaldulensis dehnh em Mato Grosso.......................................413
Thaianny Rodrigues de Souza; Jeane Cabral da Silva; Bruna Cristina Almeida;
Diego Tyszka Martinez; Reginaldo Brito da Costa
Serapilheira em sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta
(ILPF) comparado a uma mata nativa de cerrado......................416
Luanna Elis Guimarães; Francine Neves Calil; Evaldo de Melo Ferreira;

22
Lucas Morais Lobo; José Mauro Lemes Júnior.

Sobrevivência de estacas de Ocotea puberula submetidas


ao enraizamento...........................................................................420
Gustavo Friederichs; Márcio Carlos Navroski; Caroline França;
Valmir Milani; Josué Afonso Spitzner

Softwares “SIS” para manejo e análise econômica


de florestas plantadas...................................................................424
Edilson Batista de Oliveira

Stand Quality Assessment...........................................................428


Olman Murillo; Yorleny Badilla

Superação da dormência de sementes de Cassia leptophylla....431


José Francisco Souza; Gisele Ortega Ronconi;
Cleia Salmeirão S. R. Ferreira; Maria Renata Rocha Pereira

Tamanho de parcelas experimentais para análise de biomassa em


plantios de Eremanthus erythropappus.......................................435
Gabriel Marcos Vieira Oliveira; José Márcio de Mello; Thiza Falqueto Altoé

Tamanho de parcelas experimentais para análise de peso


de óleo essencial em plantios de Eremanthus erythropappus.....439
Gabriel Marcos Vieira Oliveira, José Márcio de Mello;
Thiza Falqueto Altoé

Tecnologia Syngenta para silvicultura: Thiametoxam (Actara)


para o controle preventivo de cupim e desenvolvimento
do Eucalyptus sp..........................................................................443
Ernesto Norio Takahashi; André de Souza e Silva;
Tulio Teodoro; João Paulo Gatti

Teor de clorofila de clones de Eucalyptus spp. sob


déficit hídrico...............................................................................445
Inaê Mariê de Araújo Silva; Camila da Cruz Pimentel Moreira Santos;
Michael Willian Rocha de Souza; Janaína Fernandes Gonçalves;
Marcelo Luiz de Laia

Teor de enxofre no solo adubado com diferentes tipos de lodo


3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

de esgoto, seis anos após sua aplicação em plantios de


Eucalipto......................................................................................44
9Alexandre de Vicente Ferraz; Amanda Fernandes Franci;
José Henrique Tertulino Rocha; Fábio Poggiani

Tratamentos para superação da dormência em sementes de


Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze................................................451
Erasmo Luis Tonett; Marcio Carlos Navroski; Nilton Sérgio Novack Júnior

Uso de bioestimulante vegetal na emergência e no crescimento


inicial de mudas de Paricá (Schizolobium parahyba var.
Amazonicum)..............................................................................454
Lazara Daniela Dias da Silva; Ana Paula Leite de Lima; Sebastião
Ferreira de Lima; Geislaine Ferreira Paniago; Elaine Cristina Teixeira

Uso de modelos matemáticos para estimar comprimento


de raiz de indivíduos jovens de Aroeira Vermelha
(Schinus terebinthifolia) Raddi....................................................457
Maíra Rodrigues ; Ezequiel Silva ; Marcos Felipe Nicoletti ; Marcio Carlos
Navroski ; Nilton Sérgio Novack Junior

Volume de eucalipto em diferentes espaçamentos de plantio


no Sudoeste goiano.....................................................................460
Robson Schaff Corrêa; Eduardo Morais Vieira; Alexandre Burgo Castilho;
Nikerson Guimarães de Lima; César Augusto Pereira Bonifácio

24
3º Encontro
Brasileiro de Silvicultura

Resumos Expandidos
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Adubação fosfatada na implantação de


Corymbia citriodora (Hook.) K. D. Hill
& l. A. S. Johnson
Gabriel Biagiotti 1; Sérgio Valiengo Valeri 2; Mara Cristina Pessôa da Cruz 3; José
Carlos Barbosa 4; Bruna Aparecida Pereira 5

1
Doutorando em Agronomia FCAV/Unesp, Bolsista do CNPq (gbiagiotti@yahoo.com.br); 2 Prof.
Titular Departamento de produção Vegetal FCAV/Unesp, Bolsista do CNPq (valeri@fcav.unesp.
br) 3 Prof.ª Drª Departamento de Solos e Adubos FCAV/Unesp (mcpcruz@fcav.unesp.br); 4 Prof.
Titular Departamento de C. Exatas FCAV/Unesp, Bolsista do CNPq (jcbarbosa@fcav.unesp.br) 5
Mestranda em Agronomia FCAV/Unesp (bruna_bio07@yahoo.com.br)

Introdução e Objetivo Material e métodos


Dada a baixa mobilidade do fósforo Mudas de Corymbia citriodora foram
no solo, as mudas recém plantadas de plantadas nas coordenadas 21º17´16´´S
eucalipto exigem altas concentrações 48º28´33´´W, município de Monte Alto
de fósforo no solo e a medi – SP, em Argissolo Vermelho Amarelo
da que as raízes se desenvolvem essa distrófico, textura média, com 2 mg dm-3
exigência diminui com a idade [1]. de P, no espaçamento de 3 x 2 m. O
Encontrar uma adequada adubação delineamento experimental foi o de blocos
fosfatada no plantio garante a casualizados, constituídos de seis doses de
sobrevivência, o desenvolvimento fósforo, na forma de superfosfato triplo (0,
e produtividade das árvores. A 10, 20, 30, 40, 50 kg ha-1 de P2O5) e quatro
necessidade da quantidade de repetições. Cada parcela foi constituída de
nutriente depende do tipo de solo e 36 plantas e a área útil foi composta pelas
da exigência nutricional da espécie [2]. 16 centrais. Foi feita calagem para elevar
Vários estudos de adubação foram a saturações por bases a 50%, e todos os
realizados para espécies e híbridos de tratamentos receberam uma adubação
eucalipto , mas ainda há a necessidade básica de 40 kg ha-1 de nitrogênio e 30
de estudos mais específicos para a kg ha-1 de potássio. Foi feita avaliação de
cultura do Corymbia citriodora que crescimento em diâmetro e altura das
visa à produção de madeira de maior plantas aos seis meses após o plantio. O
densidade. O objetivo desse trabalho efeito das doses de fósforo foi estudado
foi avaliar os efeitos da adubação pela análise de regressão polinomial e o
fosfatada na implantação de Corymbia modelo mais significativo e de maior grau
citriodora (Hook.) K.D. Hill & L.A.S. foi escolhido.
Johnson em Argissolo.

26
Resumos Expandidos

Resultados e discussão Conclusões


A aplicação de doses de superfosfato Nas condições de Argissolo Vermelho
triplo causou efeito linear no crescimento Amarelo distrófico e com base no
em diâmetro do caule e efeito quadrático crescimento em altura das plantas de
no crescimento em altura das plantas de Corymbia citriodora aos seis meses de idade,
Corymbia citriodora (Figura 1). Com relação recomenda-se a aplicação de 40 a 45 kg
ao efeito doses de fósforo no crescimento ha-1 de P2O5 no plantio.
em altura, estimou-se pela equação de
segundo grau obtida na Figura 1 uma Referências
altura máxima das plantas aos seis meses [1] NOVAIS, R. F. et al. Níveis críticos de
de idade de 2,74 m com a dose de 44,20 fósforo no solo para o eucalipto. Revista
kg ha-1 de P2O5. Considerando que a Árvore, Viçosa, n. 6, p. 29-37, 1982.
recomendação de adubação deva ser de
90% da máxima eficiência técnica, nas [2]STAPE, J. L. et al. The Brazil Eucalyptus
condições do experimento e com base nos potential productivity project: influence
resultados de altura das plantas obtidos of water, nutrients and stand uniformity
nessa idade, a recomendação de aplicação on wood production. Forest Ecology and
de fósforo no plantio está entre 40 e 45 kg Management, v. 259, p. 1684–1694, 2010.
ha-1 de P2O5.

Figura 1. Efeitos das doses de fósforo no


diâmetro e altura das plantas de C. citriodora
aos seis meses após o plantio em Monte
Alto-SP, 2012.

27
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Adubo de liberação lenta em floresta


clonal de eucalyptus em espodossolo no
sul da Bahia
Ricardo Previdente Martins1; Marcos Antônio
Marinho Santana2; Atus Ventura Lemos3; José Luiz Gava4

1
Pesquisador Florestal (rpmartins@suzano.com.br);2 Técnico Pesquisa Florestal;
3
Gerente Tecnologia Floresta; 4 Consultor Tecnologia Florestal

Introdução e objetivo 3x3 sob Espodossolo. Em função na


No ambiente de produção florestal, similaridade do talhão os três tratamentos
vislumbra-se que a tecnologia embutida foram dispostos em esquema de parcelas
nos adubos de liberação lenta possibilite: gêmeas ocupando uma área total superior
a) otimizar as operações de adubação; a 30ha. Foi utilizada três repetições, a
b) diminuir o número de entradas na parcela útil foi composta por 36 plantas
(4linhas e 9 plantas). Os tratamentos foram
floresta para aplicação de fertilizantes; c)
constituídos de adubação convencional e
manter ou reduzir os custos operacionais
duas doses de adubo de liberação lenta.
decorrente do processo de adubação; d)
No tratamento 1, empregou-se adubos
obter maior eficiência na utilização dos
minerais solúveis convencionais, aportando
nutrientes pelas plantas; e) reduzir a dose
63, 81 e 63 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O,
aplicada de nutrientes; f) minimizar a
respectivamente. A aplicação ocorreu na
possibilidade de perda de N por lixiviação
ocasião do plantio, bem como em duas
ou volatilização. Caso a viabilidade técnica coberturas utilizando N e K2O, aos 6
seja comprovada, estudos econômicos e 9 meses. Nos demais tratamentos foi
devem ser desenvolvidos para justificar utilizado adubo de liberação lenta (ALL),
tais investimentos no manejo das floretas. onde todos os nutrientes encontram -se
O estudo teve por objetivo avaliar a no mesmo granulo, de forma solúvel e
viabilidade técnica de um adubo de revestido por polímero, que constitui uma
liberação lenta até os 12 meses de idade. barreira física a liberação dos nutrientes. O
tratamento 2 adicionou 48 kg ha- 1 de N,
Material e métodos P2O5 e K2O, enquanto o tratamento 3, 80
O experimento foi instalado no município kg ha-1 de N, P2O5 e K2 O. A aplicação
de Caravelas/BA (17º 39’S, 39º 21’W) dos adubos foi realizada toda no sulco de
em junho de 2012 utilizando clones de plantio em filete contínuo.
Eucalyptus plantados no espaçamento Aos 12 meses foram medidos DAP
(diâmetro da altura do peito), altura e índice

28
Resumos Expandidos

de crescimento da copa (ICC) e índice de adubação convencional. Porém chama


clorofila. O ICC foi determinado através a atenção que a dose de P2O5 foi 41%
da amostragem de 3 árvores médias por inferior ao programa convencional e
parcela, visando a avaliação da área foliar não foi identificada nenhuma deficiência
dos clones. A equação do ICC é assim nutricional nos experimentos. Os
definida: resultados obtidos sugerem que houve boa
ICC = (h x N x nr x nf x lf x cf )/ 40 disponibilidade de fósforo, pelo menos
m². Onde: h = altura de copa; N = nº de até os 12 meses idade. Mediante a adoção
galhos em 1 m de tronco; nr = nº de ramos ALL deve-se rever a dinâmica, épocas
no galho médio; nf = nº folhas no ramo de aplicação e as doses dos fertilizantes
médio; lf = largura da folha média; cf = fosfatados.
comprimento da folha média. O índice Visualmente, os tratamentos que levaram
de clorofila foi obtido com o auxílio do doses de ALL estavam muito semelhantes,
Clorofilog 1030, da fabricante Falker, corroborando com os resultados obtidos
mesurando 10 plantas de cada bloco e pela determinação do índice de crescimento
utilizando as folhas maduras. da copa (ICC). Os tratamentos que
A análise de variância foi realizada receberam adubação ALL apresentaram
considerando como fonte de variação os ICC igual a 8,7 e 10,4, respectivamente para
tratamentos, complementado pelo teste a menor e maior dose, sendo considerados
de médias Tukey a 5% com auxílio do iguais estatisticamente (Figura 3). Embora
software STATISTICA 10.0 [1]. o ICC obtido no tratamento convencional
(4,3) seja a metade do tratamento adubado
Resultado e discussão com a menor dose de ALL, estes foram
Nota-se tendência de crescimento em considerados iguais estatisticamente.
DAP e altura e diferença estatisticamente A maior formação de copa pode ser
entre os tratamentos (Figura 1 e 2). O justificada pela gradual disponibilização
tratamento 3 foi superior aos demais, do fertilizante, o que permitiu às árvores
seguido pelo tratamento 2, que também utilizar os nutrientes com maior eficiência,
superou o tratamento comercial (1). Em com destaque especial para o N. Embora
relação ao tratamento convencional, a o aporte de N nas florestas tenha sido
utilização do ALL aumentou o DAP semelhante entre tratamento1 e 3, este
entre 6 a 13%, e para altura de 9 a 17%, ultimo apresentou índice de clorofila igual
na presença da menor e maior dose a 58,5, enquanto o tratamento comercial
respectivamente. 51,8 (Figura 5).
Até os 12 meses, o programa com a Considerando os resultados obtidos para
menor dose de ALL adicionou 24% DAP, altura, ICC e teor de clorofila, é
a menos de N e K2O, em relação à possível inferir que o pacote de adubação

29
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

convencional possa ser igualado ou


mesmo superado com a utilização de ALL.
A menor dose de ALL pode ser praticada
para se obter desempenho semelhante ou
superior ao tratamento comercial até os 12
meses.

Conclusões
O uso de ALL permitiu obter desempenho
superior ou semelhante ao tratamento
Figura 3. Índice de crescimento da copa.
convencional. O emprego de ALL
possibilita maior formação de copa e
proporciona maiores teores de clorofila nas
folhas. A dinâmica de nutrição fosfatada
deve ser mais bem estudada, bem como
os retornos econômicos da adoção desta
tecnologia.

Figura 4. Índice de clorofila total.

Referência
[1]STATSOFT INC. 2012. Statistica data
analysis software system, version 9.1.
Tulsa. Satatisoft Inc.

Figura 1. Diâmetro altura do peito (DAP)


em cm.

Figura 2. Altura em m.

30
Resumos Expandidos

Agrichem technology for silviculture:


eucalyptus initial development through
high solubility fertilizer
Ernesto Norio Takahashi1; Fabiano Meyer2; Enilton Fialho dos Reis3

Consultor Florestal da TCF-Takahashi Consultoria Florestal (norio@


1

takahashiconsultoria.com.br); 2Pesquisador Contratado da Agrichem (fabianomeyer@


yahoo.com.br); 3 Pesquisador da Lacan (enilton.reis@grupolacan.com.br).

Introduction and objectives Diameter, stem length were collected; tree


Eucalyptus sp initial growth through were separated to leaves, branches and
fertilizer applied by immersion before stem, and each part of them were taken
planting is an important strategy to to moisture determination (dried at 65oC)
silviculture. That action stimulates roots to calculate total dry mass. Additionally
development leading to photosynthesis accumulated biomass by compartment was
improvement, increase survival index calculated.
and then become plants more resistant The results of growth parameters were
to water deficit, pests, diseases and weed explored by analyses of variance and
competition. Tukey’s multiple range test.
Currently, most of Silviculture Companies
Treatments Fertilizer
use MAP to stimulate initial Eucalyptus sp
1,5% Freefós; 2,0% Cal Super;
growth. Agrichem produces high solubility 1
0,2% Booster Mo
fertilizer which could be more effective to
2 1,5% Freefós; 2,0% Cal Super
that objective.
Hence, the present study was conducted to 3 1,5% Freefós; 0,2% Booster Mo

determine the influence of different types 4 1,5% MAP; 0,2% Booster Mo


of fertilizer applied by immersion on root 5 1,5% MAP
system before planting. 6 0,2% Booster Mo
7 1,5% Freefós
Material e methods
8 Check plot
The treatments were laid out as totally
randomized pots with 11 treatments (Table 9 1 L/ha Supa Sílica

1) and four repetitions. The fertilizers were 0,2% Booster Mo;


10
diluted on water, Eucalyptus sp cuttings 1 L/ha Supa Sílica

immersed on those solutions and then 11 1,5% Nitamin


planted at field. Table 1. Treatments applied to Eucalyptus
At three months old post planting all cuttings. Freefós (15,8%N + 53,2% P2O5
plants were measured and harvested. p/v); Cal Super (43,5% Ca p/v); Booster

31
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Mo (2,3% Mo p/v); MAP (11%N + 52% Sílica, Booster Mo + Supa Sílica (23%),
P2O5); Supa Sílica (23,7% K2O + 10% Si and the worst treatments Check Plot and
p/v); Nitamin (33% N p/v). Nitamin. These results corroborates to
literature, which increasing soil P increase
Results and discussion root production and root efficiency rate
Fertilization did not affect diameter, stem (2) and Ca deficiency results in injury to
length and root development of Eucalyptus meristematic regions, specially root tips
sp at three months old post planting. (1). Additionally, results suggest Si effect
However treatments affected significantly under root production. However, special
branches, leaves, total biomass production attention to Booster Mo is needed since
and roots biomass accumulation.
most of treatments using this product
MAP showed excellent result to branch
stimulated root biomass accumulation.
biomass production with 39 g plant-1,
Booster Mo contains in its formula 2,3%
followed by Nitamin (37 g plant-1) and
then Booster Mo (34 g plant-1). For Mo + 3,5% Zn, which could be the reason
leaves, Nitamin promoted the best result, to that fact.
resulting 52 g plant-1 for it, followed by
Leaves v Total
MAP (51 g plant-1) and then Freefós (47 g Treatments Branches
(g plant-1) Biomass
plant-1), Table 2. On similar results, MAP
1 29,95 AB 42,38 AB 92,80 AB
showed the best growth to total biomass
(112 g plant-1), followed by Nitamin (111 g 2 30,48 AB 43,63 AB 97,78 AB

plant-1) and then Booster Mo (99 g plant-1). 3 26,50 B 37,63 AB 82,78 B


These results suggest that N and P are 4 26,85 B 36,68 B 79,90 B
effective nutrients to shoot production 5 39,28 A 51,48 AB 112,20 A
once Nitamin and MAP contain significant 6 33,88 AB 42,68 AB 98,68 AB
N quantities in their formulation. This fact 7 33,05 AB 47,90 AB 102,65 AB
collaborates to photosynthesis promotion 8 32,83 AB 44,13 AB 95,05 AB
(1). Additionally, indicates that using MAP 9 31,15 AB 40,83 AB 93,63 AB
to promote Eucalyptus sp initial growth is a 10 29,35 AB 40,50 AB 90,80 AB
recommended practice. 11 37,95 AB 52,45 A 111,58 A
The main result of this trial is the F 2,84** 2,75** 2,92**
biomass accumulation, which means how CV (%) 18 17 16
plants determine to accumulate their
biomass compartment through different Table 2. Growth of Eucalyptus conducted
under different fertilization at 3 months
treatments.
old. Different letters within a column
In present trial the best treatment was represent a significant difference among
Freefós + Cal Super, accumulating 24% of treatments at P<0,05; ** highly significant
biomass on root compartment, followed by differences (P<0,01).
Freefós + Booster Mo, Booster Mo, Supa

32
Resumos Expandidos

Roots [2] SILVA, S. R. Crescimento de eucalipto


Treatments influenciado pela compactação de solo
(%)
1 0,22 AB
e doses de fósforo e potássio. 2000. 110
f. Tese (Mestrado) - Universidade Federal
2 0,24 A
de Viçosa, Viçosa, MG.
3 0,23 AB
4 0,21 AB
5 0,19 B
6 0,23 AB
7 0,21 AB
8 0,19 B
9 0,23 AB
10 0,23 AB
11 0,19 B
F 3,94**
CV (%) 11

Conclusion
Fertilization by immersion did not
stimulate growth to diameter, stem length
and root. Fertilization by immersion
stimulates growth to branch, leaves
and total biomass production and root
accumulation. Freefós + Cal Super, Supa
Sílica, Supa Sílica + Booster Mo, Freefós
+ Booster Mo, Booster Mo were the best
treatments to root accumulation. Booster
Mo could be a important product to
stimulate root initial growth of Eucalytpus
sp. Booster Mo should be tested more
effectively to understand its effect in
plants.

References
[1]KOZLOWSKI, T.; PALLARDY, S. G.
Physiology of woody plants. 2nd ed.
San Diego: Academic Press, 1997. 20 p.

33
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Ajuste de modelos volumétricos para


clones de Eucalyptus em diferentes
espaçamentos
Yasser Alabi Oiole¹; Lorena Stolle2; Ana Paula Leite de Lima2;
Sebastião Ferreira de Lima2; Alexandre Beutling2

¹Graduando em Eng. Florestal UFMS/CPCS (yasseroiole_eng.florestal@hotmail.com);


2
Docente do curso de Engenharia Florestal UFMS/CPCS (lorena.stolle@ufms.br );
(paula.leite@ufms.br);(sebastiao.lima@ufms.br);(a.beutling@ufms.br)

Introdução e objetivos (DPF = 5 cm), para três clones de eucalipto


Em trabalhos de inventários florestais, em diferentes espaçamentos de plantio.
um dos principais objetivos é a obtenção
do volume do povoamento. Um dos Material e métodos
métodos para se encontrar o volume O experimento foi implantado em abril de
é através da cubagem, onde algumas 2011, em área da Fazenda Campo Bom,
árvores são derrubadas e medidas. A no município de Chapadão do Sul, MS
partir desses volumes conhecidos pode-se (18° 46′ 44″ S, 52° 36′ 59″W), utilizando o
ajustar modelos matemáticos, geralmente
delineamento em blocos casualizados em
em função do diâmetro e da altura, que
esquema fatorial, com uma combinação de
servirão para estimar o volume do restante
seis espaçamentos (2,5 x 0,5 m; 2,5 x 1,0 m;
das árvores, sem que se faça necessário
derrubá-las. A análise de equações de 2,5 x 2,0 m; 3,0 x 0,5 m; 3,0 x 1,0 m e 3,0 x
volume é uma das primeiras tarefas do 2,0 m) e três clones de eucalipto (GG157,
pesquisador florestal, seja para trabalhos GG680 e GG100), com três repetições.
de inventário ou de mensuração florestal, Cada parcela experimental foi constituída
no que se refere à seleção de equações por 4 linhas com 12 plantas cada. A área
que forneçam estimativas precisas e sem útil se constituiu de 10 plantas de cada uma
tendência [1]. A importância da seleção das das duas linhas centrais.
equações é ressaltada, principalmente pela Aos 28 meses de idade foi feita a cubagem
observação de qualquer erro de tendência, rigorosa da árvore média de cada parcela,
na estimativa do volume por árvore, que
totalizando 54 árvores abatidas para
irá refletir na estimativa da população,
cubagem.
causando uma sub ou super avaliação da
O volume de cada árvore foi determinado
produção.
O objetivo deste trabalho consistiu em pelo método de Smalian, onde foram
ajustar modelos matemáticos para a tomados dados de altura total, altura
estimativa de volume total e comercial comercial e diâmetros com casca nas

34
Resumos Expandidos

seguintes alturas: toco (0,10m), 0,70m, Para os modelos logarítmicos foi necessário
1,30m e depois de 1,5m a 1,5m até atingir recalcular as estimativas das variáveis
5 cm de DPF (diâmetro na ponta fina). de interesse, pois os modelos ajustados
Para que se pudesse estimar o volume apresentam-se nas formas aritméticas e
das árvores não cubadas do experimento, logarítmicas e estas não são comparáveis
foram ajustados e testados os seguintes entre si diretamente. Antes do recálculo do
modelos matemáticos: erro padrão da estimativa, deve-se corrigir
esta discrepância logarítmica multiplicando
v = b0 db1 o valor estimado de cada árvore por um
Husch (1)
fator de correção (Fator de correção de
v = b0 + b1 d2 h Spür (2)
Meyer) e só então fazer o cálculo para
v = b0 db1 hb2 Schumacher-Hall (3)
obtenção do Syx recalculado. Foi calculado
também o índice de ajuste de Schlaegel,
Onde:
uma estatística comparável ao R2 utilizado
v= volume total ou comercial com casca
para comparação de equações de diferentes
(m3); d= diâmetro a 1,30m, com casca
naturezas, como neste caso. Portanto, nas
(cm);
equações logarítmicas o índice de ajuste
h= altura total ou comercial (m);
de Schlaegel (I.A.) foi tratado como R2.
b0, b1 e b2= coeficientes dos modelos. De acordo com [3], para a seleção de uma
equação, deve-se levar em conta, o maior
Os modelos de Husch e de Schumacher- coeficiente de determinação múltipla
Hall que não são lineares foram (R2 ajust.), ou maior índice de Schlaegel
logaritimizados, assumindo a seguinte (I.A.) para as logarítimicas, e menor erro
forma linear: padrão da estimativa (Syx%), maior valor
da estatística F, e análise gráfica dos
lnv=lnb0 ln d Husch (4) resíduos, que nos dá uma visão ampla das
lnv=lnb0+b1 lnd+b2lnh SChumacher-Hall (5) tendenciosidades dos valores estimados.

Foram analisados: o coeficiente de Resultados e discussão


determinação (R2) e o coeficiente de A análise de variância mostrou que todos
determinação ajustado (R2 ajust.); o erro os modelos testados a apresentaram valores
padrão da estimativa (Syx) e (Syx%) de F altamente significativos ao nível de
e a análise gráfica dos resíduos para a 5% de probabilidade (Tabela 1), indicando
escolha do melhor modelo. Considerou- que os modelos ajustados representam a
se também o teste “F” para verificar se relação entre as variáveis: volume total ou
o modelo ajustado representa a relação comercial, DAP e altura total.
entre os volumes estimados e as variáveis O modelo de Husch teve o pior
independentes. desempenho (Tabela 1), o que pode ser

35
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

justificado por ser um modelo que se pois não apresentou tendenciosidade para
baseia apenas no DAP para estimativa do a estimativa do volume total (Figura 1),
volume (modelo de simples entrada). O mas apresentou uma leve tendenciosidade
modelo de Schumacher-Hall apresentou- em subestimar o volume das árvores com
se superior em relação aos demais modelos menores DAP (Figura 2). No entanto,
(maior R2 ajust.) e menor erro padrão da esta tendência foi mais suave no modelo
estimativa (Tabela 1). de Schumacher-Hall do que nos outros
modelos.
Volume Total Real (m3)
Volume Modelo F R2 aj. Syx%
Spurr 881,6 0,94 9,1
Schumacher-
Total 751,2 0,96 7,7
Hall
Husch 729,6 0,92 10,97
Spurr 2607,2 0,980 5,96
Schumacher-
Com. 2106,9 0,982 5,63
Hall
Husch 861,4 0,922 11,6
Figura 1. Distribuição de resíduos para a
Tabela 1. Estatísticas de ajuste dos modelos
estimativa do volume total com casca.
de volume total e comercial com casca.

De acordo com [1] o melhor modelo para


a estimativa de volume para Eucalyptus
grandis foi o de Schumacher–Hall, que
forneceu as estimativas mais exatas tanto
para as árvores de maior diâmetro, como
as de menor.
Em inventários florestais, os modelos
que têm sido utilizados para estimar os
volumes e os pesos dos componentes
das árvores das árvores para diferentes Figura 2. Distribuição de resíduos para a
espécies florestais são o logarítimico estimativa do volume comercial com casca.
de Schumacher-Hall, e o da variável
combinada de Spurr [2];[4]. Deste modo, as equações com melhor
A análise gráfica dos resíduos mostrou que desempenho escolhidas para estimativa
o modelo de Schumacher-Hall foi superior, do volume total e comercial com casca

36
Resumos Expandidos

das árvores não cubadas do experimento Benth.) em diferentes idades. 1989.


foram os modelos ajustados de Schmacher- 103 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Hall, sendo respectivamente: Florestais) - Universidade Federal do
Paraná, Curitiba.
ln v= ln-9,193679+ 2,08228 ln d
+ 0,54452 ln h (6) [4]SILVA, J. A. A.; MACHADO, S. A.;
BORDERS, B. E. Aumento da precisão
ln v= ln-8,437004+ 1,42658 ln d de modelos volumétricos através do uso
+ 0,95404 ln h (7) e transformação de BOX e COX. Revista
Cerne, Lavras, v. 1, n. 1, p. 13-16, 1994.
Conclusões
O modelo de melhor ajuste foi o de
Schumacher-Hall para a estimativa do
volume total e comercial com casca, e o
modelo de pior desempenho foi o de
Husch.

Referências
[1]CAMPOS, J. C. C.; TREVIZOL
JUNIOR, T. L.; PAULA NETO, F. Ainda,
sobre a seleção de equações de volume.
Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 9, n. 2. p.
115-126, 1985.

[2]FERREIRA, C. A.; MELLO, H.;


KAJIYA, S. Estimativa do volume
de madeira aproveitável para celulose
em povoamentos de Eucalyptus spp.:
determinação de equações para o cálculo
de volume de povoamentos de Eucalyptus
spp. IPEF, Piracicaba, n. 14, p. 29-50,
1977.

[3]MAZAROTTO, E. B. Modelos
matemáticos para estimar o volume
em metros cúbicos com casca de
Bracatinga (Mimosa scabrella,

37
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Análise da eficiência dos modelos


logístico, Schumacher e clutter na
modelagem de crescimento e
produção de eucalipto
Leandro de Almeida Salles1; Glória da Silva Almeida1;
João Felipe Nunes de Miranda2; Lorena Vaz da Silva 2;
Renato Vinícius Oliveira Casto3

¹ Mestre em Ciência Florestal na UnB (leandro.ibram@gmail.com; gloriaalmeidaflorestal@


hotmail.com); ² Mestrando em Ciência Florestal na UnB (joaofelipenm@gmail.com;
lorenavaz.unb@gmail.com); ³Professor de Eng. Florestal na UnB (castrorvo@ymail.com)

Introdução e objetivos Material e métodos


Uma maneira de expressar o crescimento Os dados utilizados neste estudo foram
e a produção florestal é mediante modelos, obtidos de um inventário florestal contínuo
no qual a predição é possível [1]. de clones do híbrido de Eucalyptus urophylla
As três principais categorias de modelos x Eucalyptus grandis, realizado entre os anos
na área florestal são os em nível de de 2001 e 2006. O povoamento possuía
povoamento, de distribuição diamétrica e 4.162 ha e estava inserido na região
de árvores individuais [2]. Embora estes de Santa Bárbara, no estado de Minas
modelos possuam diferentes estruturas, Gerais. O espaçamento do povoamento
níveis de abordagem e complexidade, não era regular, sendo que a média foi
variáveis dos povoamentos como idade, de 3,0 x 2,0m. A produtividade média do
índice de local, área basal por hectare, povoamento estava entre 26 e 44 m³.ha-1.
diâmetro quadrático, número de árvores ano-1.
por hectare são utilizadas como preditoras Os dados provenientes do monitoramento
da produção ou crescimento. de 791 parcelas permanentes foram
Considerando o exposto, o presente utilizados, sendo que aproximadamente
trabalho tem por objetivo avaliar a 70% deles para o ajuste dos modelos (553
eficiência estatística e a aplicabilidade de parcelas) e os outros 30%, ou seja, 238
três modelos (Logístico, Schumacher e parcelas foram utilizadas para validação
Clutter) na modelagem do crescimento e dos dois modelos com melhor ajuste.
da produção em nível de povoamento para O método utilizado para a determinação
plantios comerciais de eucalipto. das curvas de capacidade produtiva foi o
curva guia, que permitiu a classificação

38
Resumos Expandidos

das parcelas em três categorias: baixa Nos modelos estratificados pela classe
capacidade produtiva – III (Hd ≤ 23,5); de produtividade, observou-se que
média capacidade produtiva – II (23,5 < tanto para o modelo Logístico, quanto
Hd < 32,5); e alta capacidade produtiva - I para o modelo de Schumacher, houve a
(Hd ≥ 32,5), sendo a idade índice igual a tendência de superestimar as menores
67,6 meses. magnitudes da variável Yobs e subestimar
Após a classificação das unidades amostrais as maiores magnitudes. Em relação ao
em três faixas de capacidade produtiva foi modelo de Clutter não houve tendência
feito então o ajuste dos modelos Logístico, heterocedástica na simulação do volume
Schumacher e Clutter, para todo o conjunto para as classes de produtividade I e II.
de dados de ajuste e para as três classes de Na Classe III, todos os três modelos
capacidade produtiva. A qualidade dos simularam de forma satisfatória o
ajustes e da validação foi avaliada com volume. A análise dos resíduos para os
base em três parâmetros: o coeficiente três modelos apresentou comportamento
de correlação, o Erro padrão e a análise homocedástico na Classe III de
gráfica dos resíduos em porcentagem. produtividade.
Como apresentado acima, os modelos de
Resultados e discussão Schumacher e de Clutter apresentaram
Em todas simulações, a correlação entre as melhores resultados nas medidas de
variáveis volume observado e estimada foi precisão, no ajuste para esta população,
alta, variando entre 0,73 e 0,97. Em relação sendo assim estes modelos foram
ao Erro Padrão, os resultados ficaram escolhidos para serem validados.
entre 24,7 e 70,0 m³/ha. O resultado do O modelo de Clutter na validação
Coeficiente de Variação, ficaram entre 9,2 continuou apresentando resultados mais
e 31,0%. satisfatórios em relação ao modelo de
Os resíduos obtidos nas estimativas Schumacher, analisando o conjunto dessas
do modelo Logístico para estimação medidas de precisão, este primeiro possui
do volume sem estratificação pela um coeficiente de correlação alto, variando
classe de produtividade apresentaram entre 0,86 e 0,98, um menor Erro padrão.
comportamento heterocedástico, com Na análise dos resíduos da validação do
tendência a superestimar as menores
modelo de Schumacher e do modelo de
magnitudes da variável Yobs e subestimar
Clutter, Figuras 1 e 2, respectivamente,
as maiores magnitudes. A análise dos
também pode ser observado esse resultado
resíduos das estimativas do modelo de
mais satisfatório do modelo de Clutter.
Clutter na simulação do volume com toda
Em todos os estratos ele apresentou maior
base de dados apresentou comportamento
homocedasticidade, apesar de apresentar
homocedástico, tendo os resíduos bem
alguns outliers subestimados. Já o
distribuídos.

39
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

modelo de Schumacher se apresenta mais Conclusão


heterocedástico, tendendo claramente Ambos os ajustes dos modelos
a subestimar as menores magnitudes e apresentaram resultados satisfatórios.
superestimar as maiores. Porém o modelo de Clutter se sobressaiu
em diversos aspectos, apresentando
melhores resultados. Para a técnica de
predição o modelo de Schumacher
apresentou melhores resultados do que
o modelo Logístico, porém quando
comparado aos resultados com a técnica
de projeção, observa-se o modelo de
Clutter obteve resultados próximos ao
modelo de Schumacher, porém superiores.

Figura 1. Distribuição dos resíduos percentuais


Referências
dos volumes estimados pelo modelo de
[1]SCOLFORO, J. R. S. Biometria
Schumacher para os dados de validação: (a)
florestal: modelos de crescimento e
todos os dados, (b) classe I (c) classe II e (d)
produção florestal. Lavras: FAEPE –
classe III.
UFLA, 2006.

[2]DAVIS, L.S.; JONHSON, K.N.;


BETTINGER, P.; HOWARD, T.E.
Forest Management: to sustain ecological,
economic, and social values. 4. ed., Illinois:
Waveland Press, 2005. 804 p.

Figura 2. Distribuição dos resíduos percentuais


dos volumes estimados pelo modelo de Clutter
para os dados de validação: (a) todos os dados,
(b) classe I (c) classe II e (d) classe III.

40
Resumos Expandidos

Análise da viabilidade técnica e


econômica da desbrota precoce e
seus reflexos no desenvolvimento do
povoamento
Rafael Rodrigues Junior1; Emerson Eduardo de Carvalho2; Gustavo José Ferreira
de Almeida3; Carmeni João Giunti Neto4; Jose Marcio Cossi Bizon5

Estagiário em Silvicultura Fibria S.A. (rafael.rodrigues@fibria.com.br)


1

2
Supervisor de Silvicultura Fibria S.A. (emerson.carvalho@fibria.com.br)
3
Especialista em Desenvolvimento Operacional Fibria S.A. (carmeni.neto@fibria.com.br)
4
Analista de Inventário Florestal Fibria S.A. (gustavo.almeida@fibria.com.br)
5
Gerente de Silvicultura Fibria S.A. (jose.bizon@fibria.com.br)

Introdução e objetivos instaladas duas áreas de observação e um


O manejo florestal de talhadia, atrelado ao experimento nas áreas da unidade Jacareí
suprimento de longo prazo de madeira, [2]. Na unidade Fibria Três Lagoas – MS,
tem sido utilizado em grande escala por as primeiras áreas conduzidas por desbrota
propocionar menores custo de produção, precoce foram iniciadas em agosto de
menor complexidade de planejamento 2012.
operacional e menor impacto ambiental [1]. O objetivo do presente trabalho foi
No início de 2008, na unidade Fibria Jacareí comparar o desenvolvimento florestal
– SP, juntamente com a área operacional, no manejo de talhadia em função de
alguns pesquisadores observaram a duas diferentes épocas de desbrota:
possibilidade de realizar precocemente a desbrota convencional e desbrota precoce,
atividade de desbrota a partir do 3º mês respectivamente.
após a emissão dos brotos. A intenção de
uma seleção precoce do broto dominante Material e métodos
seria o favorecimento das produtividades As áres de observação foram conduzidas
operacionais, em função da menor em 2013 em um Latossolo Vermelho
dimensão e espessura dos brotos e o Distrófico na fazenda Duas Marias ,
aumento da produtividade final da floresta, localizada no município de Brasilândia/
uma vez que o broto selecionado esta livre MS. Os talhões avaliados foram manejados
de competição intraespecífica por recursos com o mesmo material genético e seguiram
como água,luz e nutrientes a partir do 3º as mesmas atividades silviculturais de
mês de emissão. Ainda em 2008 foram acordo com os padrões operacionais da

41
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

empresa, com exceção da atividade de


desbrota (Tabela 01).

Área
Talhão Desbrota CTO Oper.
(ha)
12 Prec. 21/01/2013 13/05/2013 60,49
13 Conv. 27/01/2013 10/09/2013 81,38

Tabela 1. Talhões analisados Figura 1. Lado esquerdo, ferramenta


especializada (cavadeira de uma folha)
Desbrota precoce para realização da desbrota precoce e do
A desbrota precoce consiste no lado direito, motorroçadeira de corrente
deslocamento dos brotos e gemas utilizada na desbrota convencional.
indesejáveis da cepa, utilizando ferramenta
especializada (cavadeira de uma folha). Coleta e Análise dos dados
Deve ser efetuada entre 3 e 4 meses após Para as análises qualitativas foi utilizado o
o controle de término de operações da inventário qualitativo florestal (IFQ) de um
colheita e com altura mínima de 1,0 metro. ano. As parcelas do IFQ possuem 400 m2
O procedimento objetiva manter 1 broto e são alocadas aleatoriamente nos talhões
dominante por cepa. Caso existam falhas onde são mensurados os diâmetros a altura
nas plantas vizinhas, 2 brotos por cepa do peito (DAP) e alturas.
deverão ser mantidos. Para a análise de variância foi utilizado
o teste de Tukey para a comparação de
Desbrota convencional média, no caso de diferença significativa (α
A desbrota convencional consiste no corte = 0,05).
dos brotos indesejáveis da cepa, utilizando
motorroçadeira. Deve ser realizado Resultados e Discussão
entre 6 a 12 meses após a colheita. O A partir da análise do Bloxplot Figura 02,
procedimento objetiva manter 1 broto observamos médias superiores de DAP
dominante por cepa e 2 brotos por cepa (cm) e altura (m) para as áreas desbrotadas
uando houver falha na planta vizinha. precocemente. Porém estas mesmas
variáveis não apresentam diferença
estatística comparada aos resultados das
áreas manejadas de forma convencional.

42
Resumos Expandidos

Análise de Bloxplot operacional da atividade de desbrota, foi


' gerada uma redução do custo da atividade
por hectare. Foram também comprovados
8,0
ganhos econômicos na redução de capinas
químicas em função do rápido fechamento
7,5 de copas e, por consequência, redução
7,4
da incidência de brotos-ladrão e menor
7,0 matocompetição.

7,0
Conclusões
6,5 Apesar do manejo de desbrota precoce
6,3
não apresentar diferença estatísta das
6,0
variáveis dendométricas estudadas
6,0 quando comparadas ao manejo
convencional aos 12 meses de idade, o
procedimento se mostra promissor uma
Convencional Convencional vez que a homogeneidade da floresta,
Desbrota Precoce DAP (cm) Precoce ALTURA (m)
que é comprovadamente determinante
Figura 2. Análise de Bloxplot do DAP para uma maior produtividade final,
médio e altura média dos diferentes tipos se apresenta claramente maior quando
de desbrota comparada ao resultado da floresta
manejada convencionalmente. Como o
A partir dos coeficientes de variação procedimento é relativamente novo, se faz
(CV%) do DAP médio e altura média necessária a continuidade das avaliações
também foi possível identificar uma menor para a comprovação dos benefícios do
variação destes resultados dendrométricos manejo.
no talhão desbrotado precocemente, Outros ganhos já estão sendo absorvidos,
demonstrando uma maior homogeneidade como a redução de custo da atividade de
em relação ao manejo convencional desbrota, a redução da necessidade de
(Tabela 02). capinas químicas e uma menor intensidade
de combate ao broto-ladrão.
Desbrota DAP_med CV (%) Alt_medCV (%)
Prec. 6,3 6,1% 7,4 6,4%
Conv. 6,0 14,7% 6,9 12,1%
Referências
[1]FONSECA, S. Manejo de rebrota
Tabela 2. DAP médio e altura média e CV (%)
na Fibria. Apresentado na Reunião do
programa temático de silvicultura e manejo
Com relação aos ganhos econômicos, (PTSM), 48., 2013, Alagoinhas.
em função da maior produtividade

43
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[2]SILVA, C. R. Avaliação de diferentes


épocas de desbrota na Fibria [
mensagem pessoal]. Mensagem recebida
por rafael.rodrigues@fibria.com.br em 06
mar. 2014.

44
Resumos Expandidos

Análise de crescimento inicial de


eucalyptus benthamii Maiden &
Cambage sob diferentes regimes de
fertilização
Jéssica da Silva Ribas ; Indiara Zeferino; Karen Koch Fernandes de Sousa;
Alessandro Camargo Angelo, Vitor Ascenço Lopes

1
Graduanda Eng. Florestal PUC/PR (jessica.Tecpr@gmail.Com);
2
Graduanda Eng. Florestal PUC/PR (indiarazeferino@gmail.com); 3 Professora – Curso
de Engenharia Florestal PUC/PR (karen.souza@pucpr.br); 4 Professor, Departamento de
Ciências Florestais – UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); 5 Graduando Eng. Florestal
UFPR (vitor.a.lopes92@gmail.com

Introdução e objetivos convencional libera os nutrientes através


A adubação é uma prática intensamente da solubilização pela água da chuva. Já
utilizada na atividade florestal, a adubação de liberação lentasegundo
principalmente nos plantios de eucalipto [4], uma vez aplicada, a solução do
(Bellote; Ferreira, 1993). substratoatravessa a camada de resina e
O Eucalyptus benthamii foi classificado por dissolve osnutrientes no interior da cápsula
Pryor e Johnson (1971). A espécie ocorre do adubo, os quais vão sendoliberados
em Sydney nas planícies ao longo do rio osmoticamente para as mudas, de
Nepean. Na sua área de ocorrência natural, formagradual.
prefere solos férteis, altitudes inferiores a O objetivo deste trabalho é avaliar a
100 m onde a temperatura média máxima resposta de E. benthamii a três tratamentos
é 26°C e atemperatura média mínima é distintos envolvendo a adubação.
4°C com ocorrência de geadas leves. A
precipitação anual é de 1100 mm com Material e métodos
picos moderados no verão e outono [2]. O experimento está instalado na Fazenda
Segundo [3] a prática da adubação, além Experimental Canguiri da Universidade
de seconstituir num fator indispensável Federal do Paraná, situado no município de
para odesenvolvimento das plantas, Pinhais-PR, região metropolitana de Curitiba-
aceleraconsideravelmente o crescimento PR, (25°23’20”S, 49°07’28”W, altitude média:
das mesmas,reduzindo os custos de 893m), com solo do tipo Cambissoloháplico.
produção. Esta região caracteriza-se pelo clima
Existem variadas formas de adubação, mesotérmico úmido a subúmido, sendo
podendo-se citar a adubação convencional classificada como clima “Cfb” segundo a
e a de liberação lenta. A adubação
classificação climática de Köppen.

45
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

O preparo do solo foi realizado através de T0 T1 T2


subsolagem (40cm), seguido de gradagem Diâmetro 12.00 b 44,06 a 34,93 a
e, por ultimo, aplicação de calagem e Altura 103,07 b 286,38 a 227,13 a
fosfatagem.
O plantio foi semimecanizado, Tabela 1. Dados das analises com as
(motocoveadeira), e a disposição das diferentes variáveis. T0: Testemunha; T1:
Adubação Convencional; T2: Adubo de
plantas foram em parcelas de 10 por 8, com
Liberação Lenta
espaçamento de 3x2 m, contendo bordadura.
Na adubação foi utilizado adubo de liberação
lenta (T2) 240g por cova. Já para adubação Conclusões
convencional (T1) foi utilizado na adubação Ficou evidenciada a validade da aplicação
de base a formulação 6 -30-6 (200 gramas por da fertilização sobre E. benthamii. Não
cova), e a formulação 15-5-30 para adubação foi verificada distinção entre a adubação
de cobertura. Para as analises estatísticas foi convencional e a de liberação lenta.
utilizado o programa ASSISTAT®.
Referências
[1]FERREIRA, C. A.; SILVA, H. D.
Resultados e discussão Formação de povoamentos florestais.
As analises indicaram que as medias dos Colombo: Embrapa Florestas, 2008. 109 p.
tratamentos com adubação convencional,
foram iguais ás medias de adubação [2]PRYOR, L. D. Aspectos da cultura do
de liberação lenta, tanto para a variável eucalipto no Brasil. IPEF, Piracicaba, n.
altura como para o diâmetro. As plantas 2/3, p. 53-59, 1971.
“testemunha” apresentaram valores
inferiores, estatisticamente significativos. [3]SGARBI, F.; SILVEIRA, R. L. V. A.;
Pezzutti et. al. (1999) encontraram HIGASHI, E. N.; ANDRADE e PAULA,
respostas positivas ao efeito de fertilização T.; MOREIRA, A.; RIBEIRO, F. A.
Influência daaplicação de fertilizante de
sobre Eucalyptus. MORAES NETO et al.
liberação controlada na produção de mudas
(2003), testandodiversas doses e fontes de
de um clone de Eucalyptus urophylla. In:
adubo em mudas decinco espécies arbóreas,
SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZAÇÃO
observaram que ostratamentos que E NUTRIÇÃO FLORESTAL, 2., 1999,
utilizaram adubo de liberaçãocontrolada, Piracicaba. Anais. Piracicaba: IPEF,
resultaram em mudas de boa qualidade. Da ESALQ, 1999. p. 120-125.
mesma maneira, Rossa et. al. (2011 e 2013)
demonstraram a efetividade do uso de [4]BENNETT, E. Slow-release fertilizers.
fertilizantes de liberação lenta com outras Virginia Gardener Newsletter, v. 11, n.
espécies arbóreas. 4, 1996.

46
Resumos Expandidos

[6] MORAES NETO, S. P.; GONÇALVES,


J. L. M.; ARTHUR JUNIOR, J. C.;
DUCATTI, F.; AGUIRRE JUNIOR, J. H.
Fertilização de mudas de espécies arbóreas
nativas e exóticas. Revista Árvore, Viçosa,
MG, v. 27, n. 2, p. 129-137, 2003.

ROSSA, U. B.; ANGELO, A. C.;


NOGUEIRA, A. C.; REISSMANN,
C. B.; GROSSI, F.; RAMOS, M. R.
2011. Fertilizante de liberação lenta no
crescimento de mudas de Araucaria
angustifólia e Ocotea odorifera. Floresta,
Curitiba, v. 41, n. 3, p. 491-500, jul./set.
2011.

ROSSA, U. B.; ANGELO, A. C.;


NOGUERIA, A. C.; BOGNOLA,
I. A.; WESTPHALEN, D. J. W.;
POMIANOSKI, P. R. C.; SOARES, P.
R. C.; BARROS, L. T. S. Fertilização de
liberação lenta no crescimento de mudas
de paricá em viveiro. Pesquisa Florestal
Brasileira, Colombo, v. 33, n. 75, 2013.
DOI: 10.4336/2013.pfb.33.75.429

PEZZUTTI, R. V.; SCHUMACHER, M.


V.; HOPPE, J. M. Crescimento de mudas
de Eucalyptus globulus em resposta à
fertilização NPK. Ciência Florestal,
Santa Maria, RS, v. 9, n. 2, p. 117-125, 1999.

47
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Análise de incremento volumétrico para


um híbrido de eucalipto plantado em
diferentes espaçamentos no Sudoeste Goiano
Eduardo Morais Vieira¹; Alexandre Burgo Castilho¹; Robson Schaff Corrêa²;
Thelma Shirlen Soares²; Allyne Ferreira Santos¹.

¹Graduando(a), Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Goiás – Câmpus Jataí.


(eduardomoraisvieira@hotmail.com) (alexandreburgo.castilho@gmail.com) (nikersonlima@hotmail.
com) (allynefsantos@hotmail.com); ²Engenheiro(a) Florestal, Prof.(ª) Dr.(ª) do Curso de Engenharia
Florestal, UFG – CAJ (schaffcorrea@ufg.br) (thelmasoares@terra.com.br).

Introdução e objetivos no município de Jataí-GO, situada à latitude


O crescimento é um processo de 17° 56’ S, longitude de 51° 43’ O, a
caracterizado por mudanças na forma e no 621 m de altitude, em um Plintossolo. A
tamanho do tronco, com adição contínua espécie utilizada para estudo foi o híbrido
de novas camadas de lenho ao longo E. camaldulensis x E. grandis.
de todo o material lenhoso existente. A Conforme a classificação climática de
produção expressa a quantidade total de Köppen, o clima da região é classificado
volume, ou outra variável, acumulada num como Awa, tropical de savana,
determinado período de tempo [1]. mesotérmico, com chuva no verão e seca
Assim, este trabalho objetivou analisar no inverno. A precipitação média anual é
as curvas do incremento corrente de 1645 mm e temperatura média anual de
quadrimestral (ICQ) e incremento médio 23,7 °C [2].
quadrimestral (IMQ) para a variável Foram aplicados cinco tratamentos e três
volume, até os dois anos de idade, de um repetições que seguiram o delineamento
híbrido de Eucalyptus camaldulensis Dehnh. inteiramente casualizado, obtendo o
x Eucalyptus grandis W. Hill submetido a numero total de 15 parcelas. Os tratamentos
diferentes espaçamentos de plantio, no aplicados foram os espaçamentos de 3 m x
sudoeste do estado de Goiás. 1 m, 3 m x 2 m, 3 m x 3 m, 4 m x 3 m e 4 m
x 4 m, respectivamente para os tratamentos
Material e métodos de 1 a 5.
O estudo foi realizado na área experimental Durante cada quadrimestre, entre o terceiro
do curso de Engenharia Florestal da e o sexto, cada parcela teve as plantas
Universidade Federal de Goiás, localizado internas, excluindo-se uma linha externa

48
Resumos Expandidos

utilizada como bordadura, mensuradas Resultados e discussão


para verificação do diâmetro à altura de 1,3 O ICQV atingiu valor de máximo para os
m da superfície do solo (DAP) e da altura tratamentos 1, 2 e 3 e apresentou tendência
total. A mensuração foi feita com suta para de crescimento para os tratamentos 4 e 5.
o DAP e com hipsômetro Blume Leiss Já o IMQV ainda não apresentou valor
para altura total. de máximo para os tratamentos testados
Depois de feita a mensuração das árvores, (Figura 1).
os dados obtidos foram utilizados para A idade em que se verifica a interseção
cálculo do volume cilíndrico de cada entre as duas curvas de incremento é
árvore, utilizado para se determinar o definida como a ideal para o corte raso
volume cilíndrico por hectare (m³ ha-1). [1]. Considerando que ainda não ocorreu
Com os dados de volume proveniente das a interseção entre as curvas de ICQV
mensurações, realizadas aproximadamente e IMQV, nos tratamentos avaliados, o
de quatro a quatro meses, foram obtidos o povoamento encontra-se em plena fase
ICQV e o IMQV, onde os mesmos foram de desenvolvimento não apresentando
plotados em gráficos, buscando verificar o indícios do momento ideal para o corte
comportamento do crescimento durante o (Figura 1).
período avaliado.
O ICQV e IMQV foram calculados pelas
Conclusões
expressões (1) e (2), abaixo.
Os tratamentos com menor espaçamento
de plantio apresentaram indícios de que
ICQ=
v Vn − Vn −1 proporcionarão menor idade de corte
raso em relação aos tratamentos com
ICQV = incremento corrente maior espaçamento. Faz-se necessária a
quadrimestral em volume; continuidade do estudo para que se possa
Vn= volume no quadrimestre “n”: fornecer a idade ideal de corte raso para
cada tratamento para o híbrido em estudo,
Vn-1= volume no quadrimestre “n-1”
visto que a recomendação da época ideal
de corte ainda não pode ser feita.
V
IMQv =
t
Em que:
IMQV = incremento médio quadrimestral
em volume;
V = volume produzido no quadrimestre; t
= quadrimestre.

49
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Referências
z [1]CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G.
Mensuração florestal: perguntas e
respostas. 3 ed. Viçosa, MG: UFV, 2009.
548 p.

[2]INSTITUTO NACIONAL DE
METEOROLOGIA. BDMEP: Banco
de Dados Meteorológicos para Ensino
e Pesquisa: dados diários de 01/01/1982
a 31/12/2012 Estação: 83464 - Jataí –
GO. (Série histórica). Disponível em:
<http://www.inmet.gov.br/portal/index.
php?r=bdm ep/bdmep>. Acesso em: 11
dez. 2013.

Figura 1. Curvas de incremento médio


volumétrico (IM) e incremento corrente
volumétrico (IC) para Eucalyptus camaldulensis
x Eucalyptus grandis em Jataí-GO.

Em que: Tratamento 1 = 3 m x 1 m,
Tratamento 2 = 3 m x 2 m, Tratamento 3
= 3 m x 3 m, Tratamento 4 = 4 m x 3 m e
Tratamento 5 = 4 m x 4 m.

50
Resumos Expandidos

Análise e condução de espécies nativas


para a recuperação de mata ciliar em
Santa Maria – RS
Douglas Vollmer1; Catize Brandelero2; Carisiane Jaroczewski3;
Jaciane Xavier Bressiani4, Pablo Fernandes5

1
Eng. Florestal, mestrando PPGAP UFSM (douglasvollmer_@hotmail.com); 2 Prof. Dr.
Departamento de Engenharia Rural UFSM (catizebrandelero@gmail.com) 3Graduanda
Eng. Florestal UFSM (carisirs@gmail.com)4Eng. Florestal, mestranda PPGEC UFU
(jacianebressiani@florestal.eng.br)5 Eng. Florestal, PPGAP UFSM
(pablofernandes30@yahoo.com.br)

Introdução e objetivos experimental no ano de 2009,sendo


Recuperar uma área ciliar degradada requer estas, plantadas em espaçamento de
intervenções antrópicas no sentido de 1,5m x 1,5m,comcinco repetições
reduzir ou amenizar os aspectos limitantes cada, distribuídas de forma sistemática,
para uma efetiva recuperação, ou seja, totalizando 40 plantas na parcela. Para
ações no sentido de permitir a sucessão a implantação, foram efetuadas análise
ecológica das espécies. Estas ações e correção do solo com aplicação de
baseiam-se principalmente na introdução calcário dolomítico 70% e adubação NPK
de espécies de ocorrência natural que fórmula 2-14-24, e ainda posteriores
possibilitem, com o tempo, que o roçadas periódicas para eliminar a mato-
ecossistema ciliar retome suas funções[2]. competição.
Com este intuito, o objetivo deste trabalho
foi verificar o desenvolvimento de oito Na Tabela 1 estão listadas as espécies
espécies nativas, de diferentes estágios utilizadas, com suas respectivas famílias e
sucessionais, mediante técnicas de manejo classificação sucessional, onde: pioneira
silviculturais. (PI), secundária inicial (SI), secundária
tardia (ST) e clímax (C).

Material e métodos Classificação


Nome científico Família
O experimento foi conduzido em uma suces-sional
área de mata ciliar degradada pertencente Ateleia glazioviana Fabaceae PI
aUniversidade Federal de Santa Maria Casearia sylvestris Malvaceae PI, SI, ST
- UFSM (29°43’S, 53°43’W). As mudas Apuleia leiocarpa Fabaceae ST, C

foram adquiridas no viveiro florestal Eugenia uniflora Myrtaceae PI, SI

da UFSM e transplantadas para a área

51
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Pelthophorum menos desenvolvido e raízes finas em


Fabaceae PI,SI
dubium menor densidade, além de apresentarem
Citharexylum menores taxas de crescimento e absorção
Verbenaceae ST
myrianthum de nutrientes que as espécies pioneiras
Trichilia catigua Meliaceae ST, C [4],essa característica está relacionada com
Allophylus edulis Sapindaceae PI,SI o potencial de crescimento ou taxa de
síntese debiomassa das plantas [3].
Tabela 1. Espécies avaliadas e respectiva
classificação sucessional.
Na Tabela 2 é possível observar que a
análise de médias apontou que apenas
Foram realizadas 7 avaliações das variáveis
a espécie Ateleia glazioviana diferiu
diâmetro do colo e altura, compreendendo
estatisticamente das demais, tanto em
o período de 2009 a 2013. Para a análise
diâmetro do colo como em altura.
estatística utilizou-se o software Assistat7.7
beta[1], onde foi realizado a análise da Médias de tratamento
variância e teste de médias (Tukey). Diâmetro do colo
Espécies Altura (cm)
(cm)

Resultados e discussão A. glazioviana 4,54763 a 242,8000 a

No período avaliado a espécie Ateleia C. sylvestris 1,22109 b 35,6000 b

glazioviana apresentou maior crescimento A. leiocarpa 0,26994 b 15,0000 b

em altura e diâmetro do colo em relação às E. uniflora 0,79357 b 44,6000 b


P. dubium 1,26423 b 37,2000 b
demais espécies(Figura 1).
C.
1,07603 b 62,8000 b
myrianthum
T. catiguaá 0,29820 b 15,8000 b
A. edulis 0,35334 b 19,8000 b

Tabela 2. Resultado do teste de médias


tukey do diâmetro do colo e altura das
espécies avaliadas.
Figura 1. Médias do diâmetro do colo
(cm) e altura (m) das espécies avaliadas no
experimento. As espécies Casearia sylvestris, Eugenia
uniflora, Pelthophorum dubium e
As espécies Apuleia leiocarpa e Allophylus edulis classificadas também
Trichilia catigua apresentaram o menor como pioneiras não apresentaram
crescimento, isto se deve ao fato destas diferença significativa perante as demais
serem classificadas como espécies classificações dos estágios sucessionais.
clímax, que possuem sistema radicular

52
Resumos Expandidos

Conclusão tropicais. Revista do Instituto Florestal,


São Paulo, v. 4, p. 463-468, 1992. Anais
A espécie Ateleia glazioviana apresentou
do Congresso Nacional sobre Essências
alto potencial de desenvolvimento e
Florestais Nativas, 2., 1992, São Paulo.
adaptação a área experimental.
UniversidadeFederal de Santa Maria,Santa
As respostas de desenvolvimento das
Maria, 2010.
plantas às intervenções realizadas podem
ser divergentes, mesmo pertencendo ao
[3]FURTINI NETO, A.E. et al.
mesmo estágio sucessional.
Fertilização em reflorestamentos com
espécies nativas.In: GONÇALVES, J.L de
Referências M. E BENEDETTI, V. (Edit). Nutrição
[1]ASSISTAT. Assistência estatística por e fertilizaçãoflorestal. Piracicaba : IPEF,
Prof.Dr.Francisco de Assis Santos e Silva 2000. p.351-383.
da Universidade Federal de Campina
Grande Campus de Campina Grande-PB. [4]GONÇALVES, J. L de M.;
KAGEYAMA, P. Y.; FREIXÊDAS, V.
[2]CECONI, D. E. Diagnóstico e M.; GONÇALVES, J. C.; GERES, W. L.
recuperação da mata ciliar da sanga de A. Capacidade de absorção e eficiência
lagoão do ouro na microbacia nutricional de algumas espécies arbóreas
hidrográfica do vacacaí - mirim, Santa tropicais. Revista do Instituto Florestal,
Maria - RS. 2010. 132 f. Tese (Doutorado São Paulo, v. 4, p. 463-468, 1992. Anais
em Ciência do Solo) – Universidade do Congresso Nacional sobre Essências
Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. Florestais Nativas, 2., 1992, São Paulo.

[3] FURTINI NETO, A. E.; SIQUEIRA,


J. O.; CURI, N.; MOREIRA, F. M. S.
Fertilização em reflorestamentos com
espécies nativas. In: GONÇALVES, J.L de
M. E BENEDETTI, V. (Ed.). Nutrição
e fertilização florestal. Piracicaba: IPEF,
2000. p. 351-383.

[4]GONÇALVES, J. L de M.;
KAGEYAMA, P. Y.; FREIXÊDAS, V.
M.; GONÇALVES, J. C.; GERES, W. L.
de A. Capacidade de absorção e eficiência
nutricional de algumas espécies arbóreas

53
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Análise e estimativa de mortalidade em


plantios de candeia por meio de análise
de regressão linear generalizada
Gabriel Marcos Vieira Oliveira1; José Márcio de Mello2;
Kalill José Viana da Páscoa3; Thiza Falqueto Altoé4

1
Eng. Florestal, Doutorando em Engenharia Florestal, UFLA (gabrielmvo@gmail.com); 2Eng.
Florestal, Prof. Dr. do Depart. de Ciências Florestais, UFLA (josemarcio@dcf.ufla.br); 3Eng.
Florestal, Doutorando em Engenharia Florestal, UFLA (k alillpascoa@gmail.com); 4Eng. Florestal,
Doutoranda em Engenharia Florestal, UFLA (thiza.altoe@dcf.ufla.br).

Introdução e objetivo desenvolvimento de um povoamento.


A candeia é uma espécie nativa de alto Portanto, o objetivo deste estudo foi
interesse econômico em função da analisar e estimar a mortalidade em
qualidade de sua madeira para moirões plantios comerciais de candeia (Eremanthus
e para extração de seu óleo, cujo erythropappus) submetidos a diferentes
principio ativo é o alfa-bisabolol, o qual espaçamentos e a desrama ao longo dos
é amplamente utilizado nas indústrias de anos, por meio de análise de regressão
cosméticos e medicamentos . Seu uso linear generalizada.
sempre esteve ligado à exploração de
candeais nativos , contudo, vários estudos Material e métodos
vêm sendo conduzidos com o objetivo Os dados utilizados são oriundos de
de se desenvolver a silvicultura da espécie um experimento de candeia (Eremanthus
como forma de reduzir as pressões sobre erythropappus) localizado no município de
os mesmos [1]. Nesse âmbito, obter Carrancas -MG. O experimento constitui
informações sobre a melhor época de um delineamento em blocos casualizados,
plantio, espaçamento, adubação e práticas em Split plot, com área de 2,87 ha, dividido
de manejo a serem adotadas como, por em quatro blocos, compostos por quatro
exemplo, a desrama e o desbaste, são tratamentos referentes aos espaçamentos
essenciais. (área útil): 1,5 x 1,5m (2.25m2); 1,5 x
Uma das respostas à falta ou excesso de 2,0m (3,0 m2); 1,5 x 2,5m (3,75 m2) e 1,5
algum trato ou manejo que facilmente x 3,0m (4,5 m2) e dois sub-tratamentos
pode ser notada em um povoamento, referentes aos regimes: “sem desrama” e
é a mortalidade. Dessa maneira a “com desrama”. Cada bloco, tratamento
mortalidade é um excelente indicativo do e sub-tratamento são compostos por 896,

54
Resumos Expandidos

224 e 112 plantas úteis , respectivamente. assumindo “0” para “Sem Desrama” e “1”
As mudas foram plantadas em março de para o regime “Com Desrama”.
2003, as três operações de desrama foram Foi adotado o nível de 0,05 de significância
realizadas aos 0,67; 2,67 e 6,58 anos e a em todos os testes de hipótese. Todas as
mortalidade foi contabilizada de forma análises foram realizadas por meio do
acumulativa ao longo das 15 medições do software R [4].
experimento nas idades : 0,67; 1,08; 1,58;
2,00; 2,67; 3,17; 3,75; 4,17; 4,67; 5,17; 6,58; Resultados e discussão
7,08; 7,58; 8,08; e 8,91 anos. A análise de variância (Tabela 1) mostra
Para análise de regressão foi adotado o que todos os fatores de variação (variáveis)
modelo linear generalizado com resposta são altamente significativos (P < 0,0001) e,
binomial negativa, com função de ligação portanto, afetam a mortalidade de alguma
logarítmica, com as estimativas de máxima maneira e assim devem compor o modelo
verossimilhança para os parâmetros de regressão.
obtidos através do algoritmo de mínimos
quadrados reponderados, aplicando o GL do Desvio do
FV GL Desvio P(χ²)
método escore de Fisher, e o método de Desvio resíduo
Newton-Raphson [2] [3]. A definição geral Nulo - - 479 683,55 -
do modelo é: Rg 1 16 478 667,69 0,000

( )
Yi ~ Bn µi , α , tal que, Au 1 17 477 650,39 0,000

E ( yi ) = µi e
Id 1 149 476 501,20 0,000

Tabela 1. Análise de variância da regressão.


V ( yi )= µ + µ 2 / α
g ( µi ) = ηi Na análise de desvios (Tabela 2), o Desvio
ηi = b i X i do Modelo foi altamente significativo (P <
0,0001), indicando que o modelo de regressão
Sendo: yi os valores da variável foi adequado e superior ao Modelo Nulo. Já o
dependente; µi a média estimada da Resíduo do Desvio foi não significativo (P>
variável; α o parâmetro de dispersão; 0,05) indicando que o modelo é estatisticamente
g (.) a função de ligação canônica, no idêntico a um modelo teórico saturado (com
caso logarítimica (g( µi )=log µi ); b i desvio zero e com um número de parâmetros
o vetor de parâmetros conhecidos; X i igual ao número de observações), ou seja,
valores das variáveis explicativas. Desse não há possibilidade de formular um modelo
modo yi assume a variável discreta significativamente melhor com as variáveis
disponíveis na base de dados.
“Mortalidade”(M) e X i assume as
O que se busca na prática são exatamente
variáveis contínuas “Área Útil”(Au), Idade
modelos mais simples com um menor
(Id) e a variável binomial “Regime” (Rg),

55
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

número de parâmetros e explicativos , que desvio, um padrão praticamente aleatório,


permitam a interpretação das tendências sem tendência pronunciada e com poucas
dos dados e não que simplesmente observações além dos limites de ± 2 desvios
os repitam [3]. Portanto, o modelo . Quanto à normalidade dos resíduos
apresentado seria o mais indicado para componentes, a grande concentração de
fazer as estimativas de mortalidade. pontos encontra-se coincidente ou muito
próxima da distribuição teórica, o que
Desvio Valor P(χ²) atesta a adequabilidade do modelo.
Nulo 683,55 -
Resíduo 501,20 0,205
Modelo 182,35 0,000
Modelo 182,35 0,000

Tabela 2. Análise dos desvios

Em relação às estimativas e estatísticas


dos parâmetros (βn) do modelo (Tabela
3), nota-se que todos eles foram altamente
significativos (P ≤ 0,001). Dessa forma, o
intercepto (β0) indica que há mortalidade
mesmo quando não se executa a desrama.
No caso dos demais parâmetros, indicam
que a execução da desrama, a alteração da
área útil e o aumento da idade interferem
significativamente na mortalidade, em
Figura 1. Gráficos de diagnóstico de
comparação ao regime sem desrama. ajuste.
Par Efeito Valor EP z- valor P(z)
β0 S. Desr. 2,3370 0,124 18,86 0,000 Uma vantagem dos modelos de regressão
β1 C. Desr. 0,1812 0,054 3,37 0,001 para variáveis discretas é a interpretação
β2 Área Útil -0,1193 0,032 -3,72 0,000 dos parâmetros dada pelo exponencial
β3 Idade 0,1295 0,010 12,47 0,000 do mesmo, o qual representa a taxa de
Tabela 3. Estimativa dos parâmetros do aumento ou redução da variável [5], no
modelo. caso, a mortalidade. Assim, a prática
da desrama acarreta um aumento na
mortalidade média em torno de 1,2 vezes
O diagnóstico gráfico da regressão pode
(e0,1812), caso o plantio não fosse desramado.
ser visto na Figura 1. Observa-se no
Da mesma maneira que o aumento da
gráfico de resíduos componentes do

56
Resumos Expandidos

idade implicaria em um aumento médio Referencias


da mortalidade em 1,13 vezes/ano (e0,1295). [1]SCOLFORO, J. R. S.; OLIVEIRA,
Entretanto, observa-se que a área útil A. D. De; DAVIDE, A. C. O manejo
tem efeito negativo sobre a mortalidade, sustentável da candeia. Lavras: Ed
sendo que para cada 1 m²/planta de área UFLA, 2011. 329 p.
útil a mortalidade reduz em 0,89 vezes
(e-0,1193). Tendências essas coerentes, uma [2]RAMALHO, J. J. dos S. Modelos de
vez que, a desrama reduz a área foliar, regressão para dados de contagem.
pode reduzir capacidade fotossintética 1996. 111 f. Dissertação (Mestrado em
e em consequência, comprometer a Matemática Aplicada à Economia e à
sobrevivência da planta. Já o aumento Gestão) - Universidade Técnica de Lisboa,
da área útil (espaçamento) garante maior Lisboa.
disponibilidade de recursos e menor
competição, consequentemente, menor a [3]CORDEIRO, G. M.; DEMÉTRIO, C.
probabilidade de morte da planta [1]. G. B. Modelos lineares generalizados e
Portanto, a equação para estimativa do extensões. Piracicaba: USP, 2010. 255 p.
número de plantas mortas (M) para
[4]R DEVELOPMENT CORE TEAM.
candeia é dada por:
R: a language and environment for
M = e 2,3370+ 0,1812. Rg −0,1193. Au + 0,1295. Id statistical computing. Vienna: R
sendo, Rg o regime de desrama que assume
Foundation for Statistical Computing,
“0” para “sem desrama” e “1” para “com
2012. Disponível em: <http://www.R-
desrama”, Au a área útil por planta (m²)
project.org/>.
e Id a idade (anos). Como exemplo de
aplicação para estimar a mortalidade, pode-
[5]PAULA, G. A. Modelos de regressão
se supor um plantio de candeia com cinco
com apoio computacional. Piracicaba:
anos de idade, submetido a desrama e com
USP, 2010. 335 p.
espaçamento de 2 x 2 m (4 m²), assim,
M = e 2,3370+ 0,1812 x1−0,1193 x 4+ 0,1295 x 5
logo se espera que o plantio tenha em
média 14,7 plantas mortas, ou 13,1%
(14,7/112 100), nessas condições .

Conclusão
A mortalidade em plantios de candeia
aumenta com a idade e se pronuncia com a
prática de desrama, entretanto, o aumento do
espaçamento de plantio reduz esse efeito.

57
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação da morfologia interna de


sementes de Platypodium elegans vog.
pelo teste de raios x
Kever Bruno Paradelo Gomes¹; Rosana de Carvalho Cristo Martins²;
Francisco Guilhien Gomes Júnior³

¹ Professor do Instituto Federal de Brasília, Mestre em Ciências Florestais (keverbruno@hotmail.


com); ² Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal FT/UnB (roccristo@gmail.com); ³ Dr.
ESALQ/USP (francisco1@usp.br).

Introdução e Objetivos Material e Métodos


Platypodium elegans Vog. Conhecida O teste de raios X foi realizado no
popularmente como jacarandá-branco, Laboratório de Análise de Imagens do
amendoim do cerrado, amendoim bravo, é Departamento de Produção Vegetal da
uma espécie arbórea nativa, pertencente à Escola Superior de Agricultura “Luiz de
família da Fabaceae [1]. Espécie pioneira Queiroz”, Universidade de São Paulo, na
de ocorrência natural no cerrado e em cidade de Piracicaba, SP. Para obtenção
zonas de transição, encontrada em terrenos das imagens radiográficas das sementes
bem drenados. É extremamente utilizada foi utilizado o equipamento digital
para fins comerciais e ornamentais, Faxitron X-ray, modelo MX-20 DC-
sendo recomendado o plantio em sistema 12. Foram radiografadas 200 sementes
agroflorestal para recomposição de áreas e as radiografias foram obtidas com as
degradadas [2]. sementes posicionadas a 28,0 cm da fonte
Considerando os interesses econômicos e de emissão de raios X. A intensidade de
de conservação das espécies arbóreas do radiação e o tempo de exposição das
Cerrado, torna-se necessário intensificar sementes aos raios X foram determinados
as pesquisas referentes à avaliação da automaticamente pelo aparelho de raios
morfologia interna das sementes para X. Para o posicionamento adequado das
auxiliar na identificação de sementes com sementes durante a exposição aos raios X
potencial para germinação. foi utilizada fita dupla face transparente
O objetivo do presente trabalho foi aderida sobre uma transparência de retro
avaliar a morfologia interna de sementes projeção. As sementes foram classificadas
de Platypodium elegans Vog. Pelo teste de de acordo com a morfologia interna
raios X e verificar a sua relação com a visualizada nas imagens radiográficas.
germinação. Foram consideradas três categorias de
sementes: cheias, vazias e mal formadas.

58
Resumos Expandidos

A interpretação dos resultados de raios Categoria Sementes %


X foi realizada por meio do confronto Raios X Frequência Germinação
da imagem radiográfica com a respectiva Cheia 65 52
imagem da plântula normal, anormal ou Vazia 20 0
semente morta e/ou dormente após o teste Mal formada 15 0
de germinação realizado no Laboratório
Tabela 1. Porcentagem de sementes de
de Sementes e Viveiros Florestais do Platypodium elegans Vog. encontradas para as
Departamento de Engenharia Florestal da categorias cheias, vazias e mal formadas e
Universidade de Brasília, Brasília - DF. sua germinação.

Resultados e Discussão De acordo com os resultados obtidos


O exame das imagens das sementes de no teste de germinação, as sementes
Platypodium elegans Vog. obtidos pelo teste morfologicamente perfeitas (cheias)
de raios X em intensidade de radiação de originaram plântulas normais e sementes
26 kV por 1,2 segundos, permitiu avaliar a não germinadas. Esse tipo de resultados é
condição interna das sementes (Figura 1) esperado, pois, na radiografia, as imagens
indicam se há ou não tecidos formados;
porém, não estabelecem, necessariamente,
relação direta com os processos fisiológicos
da semente [3].

. Conclusão
O teste de raios X em intensidade de
Figura 1. Sementes de Platypodium elegans radiação de 26 kV por 1,2 segundos, foi
Vog. classificadas como Mal formadas (1),
eficiente na avaliação da morfologia interna
Cheias (2) e Vazias (3) através da análise
de sementes de PLatypodium elegans Vog.
das imagens radiografadas.
As análises das imagens das sementes
radiografadas permitiram detectar as
A categoria Cheia foi a que apresentou anormalidades embrionárias, inviáveis
uma maior frequência de sementes de para a sua utilização em processos de
Platypodium elegans Vog., bem como uma semeadura.
melhor associação com os resultados do
teste de germinação conforme pode ser Referências
visualizada na Tabela 1 a seguir. [1]BARROSO, G. M. et al. Frutos
e sementes: Morfologia aplicada à
sistemática de dicotiledôneas. Viçosa:
UFV, 1999.

59
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[2]LORENZI, H. Árvores brasileiras:


manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas do Brasil. Vol. 1 / 5° ed.
Nova Odessa, SP. Instituto Plantarum,
2008. 352 p.

[3]PUPIM, T. L. et al. Adequação do teste


de raios x para avaliação da qualidade
de sementes de embaúba (Cecropia
pachystachya Trec.). Revista Brasileira de
Sementes, vol. 30, n. 2, p. 28-32, 2008.

60
Resumos Expandidos

Avaliação das propriedades da madeira


de Teca (Tectona grandis) no estado de
Goiás, Brasil
Maria Emília Silva 1,2; José Luis Lousada 1,2;
Bruna Scarparo 1; Carlos Roberto Sette Jr3

1
Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro, UTAD, Quinta de Prados,
5000-801, Vila Real, Portugal, www.utad.pt (emil_ms@utad.pt; jlousada@utad.pt;
bbscarparo@bol.com.br); 2 Centre for the research and techology of Agro-Evironmental
and Biological Sciences, CITAB, citab@utad.pt; 3 Departamento de Engenharia
Florestal; UFG/Brasil (crsettejr@hotmail.com)

Introdução e objetivos Com este trabalho pretende-se caracterizar


Não sendo uma espécie nativa do Brasil a madeira de Tectona grandis aos 12 anos de
a teca foi aí introduzida no final dos anos idade provenientes da região sul do estado
60 através de um programa de incentivos de Goiás. Nesta fase serão unicamente
fiscais concebidos pelo governo, com o apresentados os resultados relativos à
intuito de promover a plantação de áreas caracterização mecânica e densidade
com espécies de crescimento rápido. básica.
Apesar de no seu habitat natural (sudoeste
asiático) esta espécie ser explorada em Material e métodos
idades entre os 60 a 80 anos, as favoráveis O material que serviu de base a este estudo
condições de crescimento que encontrou foi colhido num povoamento na região
no Brasil permitem que se atinjam as sul do Estado de Goiás, localizado em
mesmas dimensões mais cedo, permitindo Cachoeira Dourada′′′31S,′ ′′29(18°49°W,
cortes aos 25 anos. Este facto proporciona 28com29 altitude de 459 metros).
uma ótima opção de investimento seguro, Foram amostradas 5 árvores com 12 anos
rentável e de grande valorização comercial de idade, De cada árvore foram retiradas
devida às características da sua madeira. rodelas em 6 posições ao longo do tronco,
São muitos os trabalhos existentes sobre as nomeadamente ao nível da base, 25%, 50%
características e propriedades tecnológicas 75% e 100% da altura comercial de cada
da madeira de teca a crescer na sua região árvore para determinação da densidade
de origem e de idades avançadas, mas básica. Para a caracterização mecânica da
ainda é escasso o conhecimento sobre madeira foi retirado, da parte mais inferior
os efeitos do rápido crescimento e de do tronco de cada árvore, um toro de 1m
idades mais jovens nessas características, de comprimento de onde foram feitos 4
particularmente no Brasil. provetes, dois junto à medula e dois mais

61
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

exteriores (Figura 1). Em cada um destes Estes valores são inferiores aos referidos
provetes foram retiradas as amostras para na bibliografia. De facto, num trabalho
os testes de compressão paralela à fibra e com 9 árvores de 13 anos localizadas no
flexão de acordo com a NBR- 7190/1997 noroeste do estado de Minas Gerais refere
uma densidade básica média de 0,538 g/
cm3 (1). Idênticos valores (0,55 g/cm3)
são apresentados por para árvores de teca
de 31 anos na região de “Pederneiras”,
São Paulo (2). Já num trabalho realizado
na Costa Rica com árvores de 13 anos
encontraram valores médios de densidade
de 0,71g/cm3 (3).
A nível da variação axial da densidade
verifica-se que ela decresce à medida que
se sobe na árvore (Figura 2). O mesmo
padrão de variação foi encontrado noutros
trabalhos para árvores com idêntica idade
(2).

Figura 1. Esquema de amostragem dos


provetes utilizados nos ensaios mecânicos.

Resultados e discussão
No Tabela 1 são apresentados os valores
da densidade básica observados nas
árvores de 12 anos. Em média as árvores
apresentaram uma densidade de 0,466 g/
cm3 com uma variação muito pequena Figura 2. Variação da densidade básica
entre elas (desvio padrão de 0,023). média ao longo do tronco da árvore.

5 Árvores
Os resultados dos ensaios mecânicos são
Db Média 0,466
apresentados no Tabela 2
Desvio padrão 0,023
Db Max 0,486 Flexão Compressão

Db min 0,426 MOR MOE MCS MOE


(Mpa) (Mpa) (Mpa) (Mpa)
Tabela 1. Média da densidade básica (Db Média 81,51 7832,54 30,14 8102,60
g/cm3) aos 12 anos de idade
Desvio
10,61 1147,68 1,95 836,22
padrão

62
Resumos Expandidos

Máximo 97,31 9455,10 32,71 8982,18 (6). Apenas um trabalho consultado refere
mínimo 68,04 6265,75 27,35 7129,56 um valor idêntico 33,9 Mpa (4).
Por sua vez os ensaios de MOE revelaram
Tabela 2. Resultados dos ensaios de
compressão paralela à fibra e flexão. MOR um valor de 8102,60 Mpa, muito superior
- Módulo de ruptura ; MOE - módulo de ao encontrados na bibliografia (2).
elasticidade em flexão e compressão; MCS -
resistência máxima na compressão
Conclusões
Em média as árvores apresentaram uma
Ensaios de flexão densidade de 0,466 g/cm3, valor inferior
O valor médio encontrado para o MOE da à maioria dos outros trabalhos para esta
madeira de teca foi de 7832,54 Mpa. Este espécie.
valor é inferior ao encontrado em vários O padrão de variação axial da densidade
trabalhos, por exemplo em árvores de 17 foi um decréscimo da base para o topo.
anos na Costa Rica é referido um valor de De um modo geral os ensaios mecânicos
9767,5 Mpa (4), 13046,8 Mpa para árvores apresentaram valores inferiores aos
de 13 anos no Brasil (2). referidos na bibliografia com excepção dos
Para árvores mais velhas com idades MOE em compressão.
de 21 e 65 anos há referências a valores
desde 8435,8 Mpa a 13642,8 Mpa Referências
respectivamente (5), assim como para [1]FLÓREZ, J. B. Caracterização
madeira de 50 a 70 anos de idade em tecnológica da madeira jovem de
Timor Leste (10683,8 Mpa) (6). teca (Tectona grandis L.f.). 85 f. 2012.
Relativamente ao MOR o valor de 81,51 Dissertação (Mestrado em Ciência e
Mpa foi novamente inferior aos referidos Tecnologia da Madeira) – Universidade
na bibliografia para esta madeira. Assim, Federal de Lavras, Lavras.
(2) obteve um valor de 91,9 Mpa, (5)
valores entre 91,8 Mpa e 133,2Mpa e (6) [2]LIMA, I. L.; PIMENTEL, M. M.;
de 140,9 Mpa. No entanto também há GARCIA, J. N. Propriedades mecânicas e
referência a um valor ligeiramente inferior densidade aparente da madeira de Tectona
de 75,2 Mpa (4). grandis Linn. F. (Teca) em função do
espaçamento e da posição radial na Tora.
Ensaios de compressão Silva Lusitana, v. 19, n. 2, p. 221-232,
O valor médio encontrado para a 2011.
resistência máxima na compressão (MCS)
foi de 30,14 Mpa. Mais uma vez este valor [3]MOY A, R.; BERROCAL, A.;
é inferior aos referidos por outros autores SERRANO, J. R.; TOMAZELLO FILHO,
como por exemplo 46,6Mpa (2), 49,9Mpa M. Radial variation of anatomical features,

63
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

wood density and decay resistance in teak


(Tectona grandis) from two qualities of
growing sites and two climatic regions of
Costa Rica. Forest System, v. 18, n. 2, p.
119-131, 2009.

[4] CASTRO, F. Crecimiento y propiedades


físico mecánicas de la madera de teca
tectona grandis de 17 años de edad en
san Joaquín de Abangares Costa Rica.
Agronomia Costarricense, San José, v.
24, n. 2, p. 7-23, 2000.

[5]BHAT, K. M.; PRIYA, P. B. Influence of


provenance variation on wood properties
of teak from the western ghat region in
india. IAWA Journal, Utrecht, v. 25, n. 3,
p. 273-282, Sept. 2004.

[6] MIRANDA, I.; SOUZA, V.; PEREIRA,


H. Wood properties of teak (Tectona
grandis) from a mature unmanaged stand
in East Timor. Journal of Wood Science,
Tokyo, v. 57, n. 1, p. 171-178, Jan. 2011.

64
Resumos Expandidos

Avaliação de banco de conservação


de Corymbia maculata para uso em
melhoramento genético
Cristiane A. F. Reis1, Paulo E. T. dos Santos1,
Estefano Paludzyszyn Filho1, Alisson M. Santos1

1
Pesquisadores em Melhoramento Genético de Espécies Florestais da Embrapa Florestas (cristiane.
reis@embrapa.br; paulo.telles@embrapa.br; estefano.filho@embrapa.br; alisson.santos@embrapa.br)

Introdução e objetivos Pode ocorrer em vários tipos de solos.


A área de ocorrência natural da espécie Porém, cresce preferencialmente em
Corymbia maculata abrange a Austrália, encostas de vales e em cumes onde os
desde áreas costeiras no vale do Rio solos não são muito secos. Apresenta
Manning, em New South Wales, até Bega, baixa tolerância a solos mal drenados e
entre as latitudes de 25 a 37º S. Em faixas desenvolvimento diferenciado em solos
isoladas pode ser encontrada também em bem drenados e de textura moderadamente
Motte Range, próximo a Orbost ao Leste de pesada, em razão da presença de xisto [2;3].
Victoria [1]. No geral, possui fuste de aspecto
As altitudes variam desde o nível do mar manchado em virtude da casca apresentar
até 650 metros. Entretanto, seu cultivo tem tons que vão do creme-esverdeado à
sido recomendado para altitudes inferiores mistura de amarelo, marrom e cinza.
a 1.600 metros. As temperaturas médias Apresenta fuste retilíneo [3] com boa
podem variar entre 4º C e 6º C, nos meses forma, mesmo quando cultivada em solos
mais frios e 22º C e 35º C, nos meses mais pobres [1].
quentes. A precipitação média anual situa- Sua madeira caracteriza-se por ter
se entre 680 e 1.700mm. A distribuição das resistência mecânica, que varia de durável
chuvas pode ser uniforme durante o ano ou a moderadamente durável, com densidade
concentrada no verão. Nas regiões onde as básica entre 0,745 e 1,080g/cm3 e boa
chuvas concentram-se no verão, o período estabilidade dimensional [1]. Entretanto, o
de seca varia no sentido sul para o norte, alburno é bastante suscetível ao ataque da
em intervalo de três a seis meses. Em toda broca [1]. O cerne apresenta coloração que
a área de ocorrência, as geadas são pouco varia de castanho-claro a castanho escuro,
frequentes [1;2]. Assim, há relatos de que muitas vezes com sensação gordurosa
a espécie seja moderadamente suscetível à devido a presença de veias de resina
geadas e também à secas pronunciadas e denominada “quina” [1]. A madeira tem
fogo [2]. sido utilizada em cabos de ferramentas de

65
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

alto impacto, carvão vegetal, engenharia maculata, procedência australiana 14.434 –


pesada, estacas, esquadrias, lenha, móveis, Wondai SF, introduzidas pela Embrapa. O
mourões, painéis de compensados, pisos e experimento foi instalado em delineamento
postes [1; 2]. de blocos completos casualizados, com
Na Austrália, enquanto espécie pura, parcelas de uma planta, 100 repetições e
C. maculata tem poucas chances de espaçamento de 4x4m, totalizando uma
ser amplamente cultivada devido alta área de quatro hectares.
suscetibilidade ao fungo Quambalaria No ano de 2002, ou seja, aos 16 anos de
pitereka, baixa taxa de floração e dificuldade idade, foram coletados dados de diâmetro
de propagação vegetativa. Entretanto, à altura do peito (DAP), em centímetros,
alguns híbridos interespecíficos de C.
em nível de indivíduos por meio de fita
maculata com outras espécies do gênero
métrica. A análise estatística foi feita por
Corymbia, como C. torelliana têm apresentado
meio do programa computacional Selegen,
elevada heterose para crescimento, além de
utilizando o procedimento da máxima
tolerância a estresses hídricos e térmicos.
verossimilhança residual/melhor predição
Em face da importância da espécie, a
linear não viciada (REML/BLUP).
Embrapa Florestas mantém em parceria
com o Instituto Florestal de São Paulo, um
banco de conservação genética em Piraju, Resultados e discussão
além de condução de populações base no A estimativa da sobrevivência das árvores
Centro-Oeste brasileiro. O objetivo deste foi elevada (89,60%), aos 16 anos de
trabalho, é avaliar o desempenho do banco idade. Esse valor retrata a boa adaptação
de conservação genética de C. maculata de do material às condições ambientais de
Piraju/SP e descrever desdobramentos da Piraju/SP. Em avaliação de populações de
colheita de sementes deste material. E. grandis, E. saligna, E. urophylla e
E. propinqua, a sobrevivência variou de 80
Material e métodos a 85%, em Itupeva/SP, aos 11 anos de
Um teste de progênies de polinização idade [4]. Em populações de E. pellita, em
aberta de C. maculata foi instalado na diferentes idades (9 e 23 anos) e submetidas
Estação Experimental do Instituto a diferentes manejos silviculturais, foram
Florestal de São Paulo, em Piraju/SP, em obtidas sobrevivências entre 69% e 78%
dezembro de 1984. A área experimental [5; 6].
está localizada em latitude de 23°06’46’’ S A estimativa média de DAP foi igual a
e longitude de 49°23’08” O, com altitude 29,15cm, aos 16 anos. Em avaliação de E.
de 575m e em solo do tipo Latossolo grandis em
vermelho distrófico. Agudos/SP, foi encontrado DAP médio
As mudas utilizadas foram obtidas a de 20,58cm também aos 16 anos, plantado
partir de sementes de 25 matrizes de C. em espaçamento de 3x2m [4]. Até as

66
Resumos Expandidos

referidas idades, não foram conduzidos de gomose excessiva no fuste. Ao total,


desbastes, os quais podem ter prejudicado foram selecionadas 459 matrizes elites que
o crescimento das árvores em razão da deram origem a um pomar de sementes
competição por água, luz e nutrientes, por mudas (PSM). A estimativa do ganho
tanto na população de Agudos quanto de genético com a seleção foi de 7,43% para
Piraju. DAP. Como houve seleção em ambos os
Uma característica marcante da população sexos, são observados ganhos expressivos
de C. maculata avaliada é que, nos primeiros em termos de produção de sementes
anos de estabelecimento em campo, o melhoradas.
crescimento radicular é privilegiado, em Em janeiro de 2008, a referida APS
detrimento do crescimento vegetativo da foi registrada como cultivar BRS
parte aérea. Com o decorrer dos anos, o 287 junto ao Registro Nacional de
crescimento em volume de madeira passa Cultivares do Ministério da Agricultura,
a ser privilegiado. Além disso, apresenta Pecuária e Abastecimento. Ressalta-
tamanho reduzido de copa, retidão do se que características morfológicas e/
tronco e ausência de bifurcações, mesmo ou os descritores usuais utilizados para
em baixa densidade populacional. O descrever/identificar as espécies de
tamanho reduzido de copa é interessante eucalipto, não se adequam à cultivar. Isso
em sistemas de integração lavoura, pecuária devido ao reduzido grau de melhoramento
e floresta por permitir a integração com genético da população, polinização natural
culturas anuais e/ou forrageiras com e elevado número de genitores envolvidos
menor sombreamento. na sua constituição, os quais contribuem
A estimativa da acurácia seletiva é igual para a presença de expressiva variabilidade
92%, sendo considerada de elevada genética.
magnitude e adequada a experimentos de Deve-se ressaltar que a cultivar se
melhoramento genético [7]. encontra isolada de outros cultivos do
Pelo teste da razão da verossimilhança gênero Corymbia, ou seja, está isenta
(LRT), houve efeitos significativos de de contaminações. Assim, sementes
progênies para a característica DAP, a 5% colhidas dessa cultivar foram utilizadas
de probabilidade. Desta forma, pode-se na implantação de cinco populações
inferir que existem diferenças entre os base no Centro-Oeste brasileiro, sendo
comportamentos das progênies avaliadas. uma implantada na Embrapa Produtos e
Com base nos valores genéticos aditivos, Mercado, em Goiânia/GO, em 2004 (1,4
foram selecionados os melhores indivíduos ha); duas na Empresa Anglo American
e realizado, em 2004, o desbaste dos Níquel Brasil, unidade Codemin, em
indivíduos com baixo desempenho para Niquelândia/GO, em 2009 (1 ha), uma
crescimento, forma de fuste e presença na Cooperativa Agroindustrial dos

67
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Conclusões


(Comigo), em Rio Verde/GO, em 2009 A espécie C. maculata se encontra em
(1 ha) e uma na Fazenda Experimental estágio inicial de melhoramento genético
da Embrapa Agropecuária Oeste, em no Brasil e, com isso, ganhos expressivos
Ponta Porã/MS, em 2010 (1,5 ha). Essas em produtividade são obtidos com o
populações, a partir de seleção massal em avanço de gerações.
manejos futuros, constituirão também As populações base, instaladas a partir
áreas de produção de sementes de raças de sementes da cultivar BRS 287, têm
locais e fonte de propágulos vegetativos apresentado boa adaptação e desempenho
para clonagem de árvores superiores. nos ambientes de cultivo do Centro-
Na população de Goiânia já foram Oeste brasileiro. Os melhores indivíduos
conduzidas seleções fenotípicas de selecionados serão clonados, testados
melhores árvores, com desbastes em ambientes contrastantes e também
sucessivos das piores. Foram também usados em cruzamentos controlados com
conduzidos anelamentos como tentativa de C. torelliana. As principais vantagens de
obter clones dos indivíduos selecionados. alguns desses híbridos interespecíficos são
Todavia, não se obteve sucesso em razão heterose para caracteres de crescimento,
da forte exsudação de gomose e rápida qualidade da madeira, maior facilidade de
cicatrização do anelamento. Assim, ao enraizamento e tolerância à pragas, frio e
final de 2014, as melhores árvores serão seca.
abatidas como nova tentativa de resgate
de rebrotes e clonagem de indivíduos Referências
superiores.
[1]BOLAND, D.J.; et al. Forest trees of
Sementes dessa cultivar foram também
Australia. Canberra: CSIRO Publishing,
utilizadas na instalação de sistemas ILPF
2006. 768p.
em Santo Inácio/PR (2009), Cachoeira
Dourada/GO (2010) e Bela Vista de
[2]FERREIRA, M. Escolha de espécies
Goiás/GO (2013). A escolha de C. maculate
de eucalipto. Piracicaba: IPEF. 1979. 20 p.
ocorreu em virtude da presença de copa
(Circular Técnica 39)
pequena, a qual facilita a interceptação de
luz solar no ILPF e madeira adequada a
[3]LORENZI, H. et al. Árvores exóticas
usos múltiplos na propriedade rural. Até
no Brasil: madeireiras, ornamentais
o momento, a cultivar, culturas anuais
e aromáticas. Nova Odessa: Instituto
e forrageiras integradas tem obtido
Plantarum, 2003. 352 p.
desempenho satisfatório.
[4]Ferreira, M. Variação da densidade
básica da madeira de povoamentos

68
Resumos Expandidos

comerciais de Eucalyptus grandis Hill


ex Maiden nas idades de 11, 12, 13, 14 e
14 anos. IPEF n.4, p.65-89, 1972

[5]ZANATA, M. et al. Parâmetros


genéticos e ganhos na seleção em teste
de progênies de polinização aberta de
Eucalyptus pellita, Batatais–SP. Revista
do Instituto Florestal, v. 22, 2010.

[6]MAGALHÃES, W.M. et al.


Desempenho silvicultural de espécies
de Eucalyptus spp. em quatro
espaçamentos de plantio na região
noroeste de Minas Gerais. Floresta e
Ambiente, v. 12, n. 2, p. 1-07, 2006.

[7]RESENDE, M.D.V. de. Matemática e


estatística na análise de experimentos
e no melhoramento genético. Colombo:
Embrapa Florestas, 2007b. 561p.

69
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação de crescimento de Morototó


(Didymopanax morototonii Aubl.
Decne & Planch) em diferentes
espaçamentos no Oeste do
estado do Pará
RayssaYuki Murakami Lima1; Arllen Elida Aguiar Paumgartten2; Alberto
Bentes; Brasil Neto3; Jorge Alberto Gazel Yared4; Silvio Brienza Júnior 5;

1
Estudante de Eng. Florestal UFRA; 2 Estudante de Eng. Florestal UFRA, Bolsista PET
Florestal; 3 Estudante de Eng. Florestal UFRA, Bolsista PIBIC; 4 Dr. em Ciências Florestais,
Embrapa Amapá; 5 Dr. Em Agricultura Tropical, Embrapa Amazônia Oriental.

Introdução e Objetivos Material e Métodos


O Morototó (Didymopanax morototonii O experimento foi conduzido no campo
Aubl. Decne & Planch) é uma espécie de experimental da Empresa Brasileira de
grande porte nativa da América do Sul e é Pesquisa Agropecuária localizado no
adaptada a diversas tipologias florestais. A município de Belterra, oeste do estado
sua madeira é utilizada na carpintaria em do Pará (02º 38’ 11” S, 54º 56’ 14” W). O
geral, construções, instrumentos musicais, clima da região é do tipo Ami segundo a
compensados, celulose e papel, sendo classificação de koppen.
assim de grande interesse econômico [1]. A área experimental é composta de 4,32
A Didymopanax morototonii é recomendada hectares e apresenta solo classificado como
para programas de reflorestamento devido
Latossolo Amarelo Distrófico, com textura
ao seu rápido desenvolvimento mesmo
muito argilosa (76, 21,3 e 2,7 % de argila,
em plantios mais velhos [2]. No entanto,
silte e areia, respectivamente).
estudos do comportamento dessa espécie
As características químicas na profundidade
em plantios homogêneos são de grande
de 0 a 20 cm do solo: pH 5,5, matéria
relevância para o sucesso dos mesmos.
orgânica 21,6 g/kg, fósforo 15 mg/dm3,
Como o espaçamento adotado em um
teores de potássio, cálcio, magnésio e
plantio florestal tem grande influência
no número de tratos culturais, na taxa de alumínio de 0,16, 3,4, 1,2 e 0,2 cmolc/dm3,
crescimento, índice de mortalidade e custos respectivamente, sendo a acidez potencial
de produção, neste trabalho objetivou-se (H+Al) de 4,95 cmolc/dm3 [3].
avaliar a influência do espaçamento no O preparo da área se deu com a passagem
crescimento de Morototó (Didymopanax de rolo-faca na vegetação, queima,
morototonii Aubl. Decne & Planch). piqueteamento, coveamento e plantio de

70
Resumos Expandidos

mudas proveniente de sementes de diversas Altura (m)*


matrizes de capoeiras do município de 1 0,47 A 0,47 A 0,50 A 0,48 A
Belterra. 2 2,56 A 2,89 A 2,48 A 2,41 A
O delineamento experimental utilizado 3 4,68 A 4,40 A 4,59 A 4,46 A
foi o de blocos ao acaso com quatro 4 6,70 A 6,37 A 6,36 A 6,36 A
tratamentos (espaçamento 3x2; 3x3; 3x4 5 9,13 A 8,78 A 8,56 A 8,63 A
e 4x4 m) e quatro repetições (A, B, C e 6 11,06 A 10,79 10,42 A 10,49
D). As características avaliadas foram: 7 12,12 A 11,75 A 11,44 A 11,51
a sobrevivência (%S) e as variáveis 8 13,52 A 12,99 A 12,87 A 13,23
dendrométricas altura (m) e DAP (cm). 9 14,37 A 13,97 A 13,94 A 14,03
A análise estatística dos dados constou 10 15,11 A 14,86 A 14,09 A 14,84
da análise de variância com a aplicação DAP (cm)*
do teste de Tukey ao nível de 5% de 1 - - - -
probabilidade para a comparação entre 2 5,30 A 5,34 A 5,68 A 5,84 A
as médias obtidas. O procedimento foi 3 8,11 B 8,50 AB 9,36 A 9,27 AB
realizadopor meio do programa estatístico 4 10,28 B 10,90 AB 11,67 A 11,69 A
Assistat 7.7 [4]. 5 11,70 C 12,65 BC 13,47 AB 13,78 A
6 13,32 B 14,06 B 15,38 A 15,98 A
Resultados e discussão 7 13,38 C 14,76 BC 15,98 AB 17,14 A

A Tabela 1 apresenta os valores referentes 8 13,97 B 15,18 B 16,65 A 17,63 A

à média de sobrevivência, altura e 9 14,48 B 15,62 B 17,02 A 17,42 A

DAP de Didymopanax morototonii 10 15,21 C 16,10 BC 17,25 AB 18,33 A

em diferentes espaçamentos. A taxa de Tabela 1. Médias de sobrevivência, altura e


sobrevivência foi de 85,6; 79,11; 67,35 DAP em diferentes idades e espaçamentos.
e 72,8% para os espaçamentos 3x2, 3x3, *Médias seguidas de mesma letra nas linhas
3x4 e 4x4, respectivamente. A maior não diferem estatisticamente.
perda de indivíduos foi de 32,8 % no
espaçamento 3x4 e a menor perda foi As taxas de sobrevivência dos indivíduos
de 14,4 % no espaçamento 3x2. Os são consideradas aceitáveis e estão
resultados mostraram a não ocorrência de relacionadas com a capacidade de
diferenças significativas entre os diferentes adaptação e desenvolvimento às condições
espaçamentos para a taxa de sobrevivência. edafoclimáticas as quais foram submetidos
os indivíduos [5].
Espaçamento (m) Não houve diferença estatística para a
3x2 3x3 3x4 4x4 altura das árvores entre os diferentes
Id (anos) Média de sobrevivência (%) espaçamentos durante os dez anos de
10 85,6 A 63,5 A 60,6 A 72,8 A medições. Na literatura, diversos trabalhos

71
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

com diversas espécies demonstram que %. O espaçamento teve pouca influência


o espaçamento não interferiu na altura no crescimento em altura das árvores
das árvores [6] [7][8][9]. Sendo o melhor avaliadas. Contudo, o DAP desde o terceiro
espaçamento aquele que proporcionará ano se mostrou sensível à diferença de
maior qualidade e quantidade de densidade do povoamento e detectou-se
madeira, não necessariamente afetando o uma tendência no crescimento diametral
crescimento em altura das árvores [10]. à medida que diminuía a densidade de
Para o diâmetro das árvores foi constatado plantas.
alterações significativas a partir do terceiro
ano de medições. Os menores valores de Referências
DAP foram observados principalmente [1]OHASHI, S. T.; LEÃO, N. V. M.
nos espaçamentos 3x2 e 3x3. Informativo técnico Rede de Sementes
No décimo ano o DAP foi de 15,21 de Amazônia, n. 12, 2005.
cm para o espaçamento 3x2 e de 18,33
cm para o espaçamento 4x4. À medida [2]YARED, J. A. G.; CARAPANEZZI, A.
que o espaçamento entre as árvores era A.; FILHO, A. P. C. Ensaio de espécies
ampliado, houve uma grande tendência florestais no planalto do Tapajós. Belém:
para o aumento do DAP. EMBRAPA-CPATU, 1980. (EMBRAPA-
Outros estudos com indivíduos do gênero CPATU. Boletim de pesquisa, 11).
Eucalyptus e Tectona grandis também
constataram que os maiores espaçamentos [3]BORGES, M. S.; EL-HUSNY, J. C.;
tiveram ação positiva sobre o crescimento CARVALHO, E. A. Comportamento de
em diâmetro das árvores [6][9]. cultivares e linhagens de soja transgênica
Em casos de plantios com alta densidade em Belterra Pará. In: SEMINÁRIO
de plantas no povoamento, os indivíduos DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
tendem a competir entre si por recursos EMBRAPA, 16., 2012, Belém, PA. Anais...
que limitam o seu crescimento [11], Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental,
o que explica os menores valores de 2012.
DAP encontrados nos tratamentos mais
adensados. [4]SILVA, F. A. S. E.; AZEVEDO, C. A.
V. de. Principal components analysis
Conclusões in the software assistat-statistical
Aos dez anos de idade os diferentes attendance. In: WORLD CONGRESS
arranjos espaciais não influenciaram ON COMPUTERS IN AGRICULTURE,
a sobrevivência dos indivíduos de 7., Reno, NV: American Society of
Didymopanax morototonii. As taxas de Agricultural and Biological Engineers,
sobrevivência variaram de 85,6 % a 60,6 2009.

72
Resumos Expandidos

[5]MACEDO, R. L. G.; VENTURIN, nas características de crescimento e


N.; TSUKAMOTO FILHO, A. A. forma de freijó (Cordia goeldiana)
Princípios de agrossilvicultura como e morototó (Didymopanax
subsídio ao manejo sustentável. Informe morototoni). Belém, PA: EMBRAPA-
Agropecuário, Belo Horizonte, v. 1, n. CPATU, 1983. 2 p. (EMBRAPA-
202, p. 99-109, 2000. CPATU. Pesquisa em andamento, 116).

[6]FISHWICK, R. W. Behaviourof
Eucalyptus species/provenances
in Southern Brazilduringthe 1975
frost; Indications for Research in
Development. Brasília, DF: Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal,
1976. 21 p.

[8]LELES, P. S. S. Crescimento alocação


de biomassa e distribuição de nutrientes
e uso de água em E. camaldulensis e
E.pellita sob diferentes espaçamentos.
1995. 133 f. Dissertação (Mestrado em
Solo e Nutrição de Plantas) - Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, MG.

[9]RONDON, E. V. Estudo de biomassa


de Tectona grandis L.f. sob diferentes
espaçamentos no estado de Mato Grosso.
Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 3, p.
337-341, 2006.

[10]PAIVA, H. N.; JACOVINE, L. G.;


RIBEIRO, G. T.; TRINDADE, C. Cultivo
de eucalipto em propriedades rurais.
Viçosa, MG: Aprenda Fácil. 2001. 138 p.

[11]YARED, J. A. G.; MARQUES, L.


C. T.; KANASHIRO, M.; BRIENZA
JUNIOR, S. Influência do espaçamento

73
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação de crescimento inicial


de Eucalyptus benthamii Maiden
& Cambage (clone e semente) sob
adubação de liberação lenta
Indiara Zeferino¹ ; Karen Koch Fernandes de Souza²;
Alessandro Camargo Angelo³, Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar4,

¹Graduanda Eng. Florestal PUCPR (indizeferino@gmail.com); ²Profª. Msc. Escola


de Ciências Agrárias PUCPR (karen.souza@pucpr.br);3Profº. Dr. Departamento de
Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo.gmail.com);4Profª Msc.Departamento de
Ciências Florestais UFPR (gaspar@ufpr.br)

Introdução e objetivos boa forma de fuste e alta homogeneidade


As plantações de Eucalyptus no Brasil são do talhão [3]. As espécies de Eucalyptus na
muito produtivas, e a necessidade por maioria das situações apresentam ganhos
produtos madeireiros tem aumentado substanciais de produtividade em resposta
ano a ano, principalmente pela crescente à adubação, estes ganhos dependem da
escassez de madeira de espécies arbóreas qualidade do sitio, do material genético
nativas. O Eucalyptus é uma das espécies utilizado, da exigência nutricional e da
florestais que tem flexibilidade de usos, adubação recomendada [4]. E. benthamii
principalmente por sua grande diversidade tem mostrado alta resistência à geada,
de espécies [1]. Eucalyptus benthamii Maiden rápido crescimento, boa forma de fuste e
& Cambage é encontrado em áreas ao alta homogeneidade do talhão. Isto o torna
oeste da cidade de Sydney, Austrália [2]. uma boa opção para reflorestamentos em
Ocorre nos solos férteis das partes planas regiões onde ocorrem geadas freqüentes
de deposição de rios, e altitudes inferiores e severas, como no sul do Brasil. Este
a 100 m onde a temperatura média máxima trabalho tem por objetivo avaliar o
é 26°C e a temperatura média mínima é crescimento inicial de E. benthamii com
4°C com ocorrência de geadas leves. A diferentes materiais genéticos de plantas
precipitação anual é de 1100 mm com clonais e seminais, sob adubação de
picos moderados no verão e outono. O liberação lenta.
E. benthamii foi introduzido com sucesso
no Brasil em regiões de clima e solos Material e métodos
similares a região de origem. Em plantios O presente estudo foi conduzido na
experimentais tem mostrado elevada Estação Experimental da Universidade
resistência à geadas, rápido crescimento, Federal do Paraná - Fazenda Canguiri

74
Resumos Expandidos

(25°23’20”S, 49°07’28”W), que se localiza Variáveis


no município de Pinhais, PR. A área de Média
Altura (cm) Diâmetro (mm)
plantio possui relevo suave ondulado,
Clone 227,12 a 33,68 a
sendo o tipo de solo Cambissoloháplico Tb
Semente 240,93 a 44,18 a
Distrófico Típico (CXbd) [5]. O preparo
do solo se deu com grade, aplicação de Tabela 1. Resultado altura e diâmetro
calcário (2 ton/ha) e fosfato (200 kg/ * As médias seguidas pela mesma letra
ha). Os tratos culturais compreenderam não apresentam diferença estatística.
controle mecânico de plantas infestantes
com coroamento e roçada manual e
Para avaliação do crescimento inicial dos
semimecanizada.
indivíduos, aos 12 meses de idade, não
O plantio foi realizado manualmente em
dezembro de 2012, com espaçamento consta diferença nas variáveis altura e
de 3x2 metros. Foram avaliados dois diâmetro dos indivíduos clonais e seminais,
tratamentos: T1 - mudas de origem com adubação de liberação lenta. Apesar de
clonal, e T2 - mudas de origem seminal, não terem apresentado diferença estatística,
procedentes da CMPC – Celulose o tratamento T2 - mudas de origem
Riograndense, com 4 blocos com 4 seminais apresentou média um pouco
repetições. A fertilização foi aplicada em superior para as duas variáveis. Aos 12
covetas próximas a base da planta aos meses o investimento em mudas clonadas
45 dias após o plantio. A formulação não exerceu influência no crescimento.
utilizada foi 248 g de NPK 11-21-19
(adubo de liberação lenta enriquecido com
micronutrientes). As variáveis analisadas Conclusão
foram altura total (h) e diâmetro do colo Os dois materiais genéticos avaliados de
(DC), com auxílio de trena e paquímetro E. benthamii aos 12 meses idade tiveram
mecânico, respectivamente. A coleta dos crescimentos semelhantes.
dados para análise se deu aos 12 meses
após o plantio. Os dados foram analisados
com o teste “t”, usando o programa Referências
Assistat 7.7 beta [6]. [1]FAO. Eucalypts for planting. Rome,
1981. (FAO Forestry Series, 11).

Resultados e discussão [2]PRYOR, L. D. Aspectos da cultura do


Foi aplicado o Teste “t” ao nível de 5% de eucalipto no Brasil. IPEF, Piracicaba, n.
probabilidade. Para as variáveis analisadas 2/3, p. 53-59, 1971.
(altura e diâmetro do colo) os tratamentos
não apresentaram diferença estatística [3]GRAÇA, M. E. C.; SHIMIZU, J. Y.;
entre si (Tabela 1). TAVARES, F. R. Capacidade de rebrota e
de enraizamento de Eucalyptusbenthamii.

75
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Boletim de Pesquisa Florestal,


Colombo, n. 39, p. 135-138, jul./dez. 1999.

[4]SHARMA, J. Development of
biotechnological tools for the genetic
improvement of selected elite clones
of Eucalyptus tereticornis Sm. 2006.
Dissertatinon - Thapar Institute of
Engineering and Technology.

[5]SANTOS, H. G. dos; JACOMINE, P.


K. T.; ANJOS, L. H. C. dos; OLIVEIRA,
V. A. de; OLIVEIRA, J. B. de; COELHO,
M. R.; LUMBRERAS, J. F.; CUNHA,
T. J. F. (Ed.). Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2. ed. Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p.

[6]SILVA, F. de A. S. e.; AZEVEDO,


C. A. V. de. Principal components
analysis in the software assistat-statistical
attendance. In: WORLD CONGRESS
ON COMPUTERS IN AGRICULTURE
AND NATURAL RESOURCES,
7., Reno. Proceedings… St. Joseph:
American Society of Agricultural and
Biological Engineers, 2009.

76
Resumos Expandidos

Avaliação de danos causados por


formigas-cortadeiras do gênero
Acromyrmex (Hymenoptera) em plantios
de Pinus taeda no Oeste Catarinense
leonardo Jonathan Guisolphi Gomes de Oliveira1; Hyhago Stuelp Rohr2

1 Graduando Eng. Florestal UFSC- Curitibanos (florestalgomes@gmail.com)


2 Graduando Eng. Florestal UFSC- Curitibanos (hyhago.stuelp@gmail.com)

Introdução e Objetivos Poucos estudos buscam determinar


No Brasil que possui uma das maiores ocorrência e danos causados por essas
áreas de florestas plantadas do mundo, os formigas em áreas de plantio de Pinus
cultivos florestais se destacam por oferecer na região Sul do Brasil. Isso indica que
importantes contribuições nos aspectos os controles realizados nessa região são
econômicos, sociais e ambientais, uma baseados em conhecimento sobre a ação
vez que servem como fontes de matérias- de espécies de formigas-cortadeiras de
primas [1]. outras partes do Brasil, fato que muitas
Os estados da região Sul são os grandes vezes leva a excessos nas doses de isca.
produtores nacionais de matérias-primas Os principais objetivos desta pesquisa
provenientes dessas árvores e se destacam foram a determinação da densidade
por apresentarem condições propícias para de ninhos em áreas de plantio de Pinus
o desenvolvimento e a alta produtividade taeda L. com e sem controle químico e
das espécies de Pinus [3]. a quantificação de plantas atacadas o
Dentre as diversas espécies de pínus controle químico baseado no emprego de
adaptadas à região Sul, destaca-se o Pinus iscas granuladas e utilização de inseticida
taeda L., que representa aproximadamente na formulação pó seco são os únicos
80% das florestas plantadas, principalmente possíveis de serem usados em grande
nos estados de Santa Catarina e Paraná [7]. escala [7].
Formigas pertencentes ao gênero
Acromyrmex (Hymenoptera: Formicidae), Material e métodos
representam um dos principais problemas A condução do estudo se deu na
dos plantios florestais. Os danos causados propriedade conhecida como Fazenda
pelas formigas-cortadeiras provêm do Pedro Ramos, em um plantio recente de
corte de partes vegetativas para a utilização P. taeda L. em uma região antes ocupada
como substrato no cultivo do fungo usado por pastagem localizada no município de
na sua alimentação [2]; [6]. Irani (SC).

77
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Foram instaladas em janeiro de 2013 Coletaram-se 10 indivíduos de cada


duas parcelas para o Tratamento 1 (com formigueiro para a identificação da espécie,
controle de formiga) de 5.000 m², com acondicionando as formigas em frascos
dimensões de 100 por 50 m entre linhas contendo álcool 70% e posteriormente
de plantio, e duas parcelas com as mesmas foram montadas e identificadas.
dimensões para o Tratamento 2, sem Os danos causados às mudas foram
controle de formigas. Foram feitas bordas classificados usando-se a metodologia
de aproximadamente 10 metros entre descrita por [6], baseada em quatro níveis
parcelas e de 500 metros entre tratamentos. de desfolha provocados pelas formigas-
Tratamento 1: F = Fazenda; PR = Pedro cortadeiras em P. taeda recém-plantado,
Ramos; P = Parcela; 9, 10, 11 e 12 = sendo: nível 1 = 50% de desfolha; nível
números das parcelas; C ou S = com ou 2 = 75% de desfolha; nível 3 = 100%
sem controle; corresponde às parcelas de desfolha; nível 4 = 100% de desfolha
FPRP9C e FPRP10C. Tratamento 2: sem incluindo o corte do meristema apical.
controle, representado pelas parcelas
FPRP11S e FPRP12S. Resultados e discussão
As avaliações na área experimental foram Constatou-se na área de estudo a
realizadas em forma de censos quinzenais ocorrência de formigas-cortadeiras do
com início em abril e término em maio gênero Acromyrmex (quenquém), tendo
de 2013, totalizando seis avaliações. a predominância da espécie Acromyrmex
Realizaram-se censos quinzenais dentro crassispinus Forel 1909 e Acromyrmex heyeri
de cada parcela, a fim de quantificar a Forel 1899.
densidade dos ninhos em cada uma delas, Averiguou-se um número total de 28
registrando-se o surgimento e permanência formigueiros em todas as parcelas, no
de cada formigueiro. entanto apenas os formigueiros das
Os formigueiros encontrados foram parcelas sem controle de formigas
demarcados com o auxílio de piquetes de mantiveram-se ativos durantes todos
madeira, sendo que cada um recebeu um os meses de pesquisa, evidenciando a
número sequencial, com a finalidade de eficiência do controle (Tabela 1).
facilitar o trabalho subsequente dos [6].
Os dados coletados foram analisados e
interpretados numericamente. Aplicou-se
teste de Tukey nos valores médios obtidos
com intervalo de confiança (p <0,05), Tabela 1. Número e média por hectare de
utilizando-se o aplicativo Assistat versão formigueiros encontrados em cada parcela
7.6 Beta. na Fazenda Pedro Ramos, Irani, SC.

78
Resumos Expandidos

Foi constatado que o ataque ocorreu plantas danificadas de 5,38% por hectare
somente nas parcelas sem controle de (Tabela 2).
formigas-cortadeiras, observando-se que A dosagem de formicida utilizado
o ataque mais intenso foi 35 dias após o pelas empresas da região pode não ser
plantio (Tabela 2), somando 22 plantas justificável. Comumente, 30 dias após o
atacadas durante a quinta avaliação. plantio as empresas da região realizam
Percebeu-se que a maior incidência de o replante das mudas quando as áreas
ataque das formigas foi no nível 3, ficando plantadas alcançam uma porcentagem
somente o meristema apical. [5] citam que mínima de 5% de perda. Sendo assim,
as formigas-cortadeiras têm preferências observou-se no presente estudo que 35
significativas por folhas mais novas, o dias após o plantio a porcentagem média
que foi confirmado por [6], que verificou de danos por hectare foi de 3%, condições
que a espécie A. crassispinus apresentou sob as quais o controle de formigas-
preferências pelas acículas mais jovens de cortadeiras pode ser reduzido ou até
plantas de pínus. mesmo eliminado.
A quantidade de mudas de P. taeda
danificadas está presente na tabela 2, onde
se tem a porcentagem média de plantas
atacadas por hectare em cada um dos
diferentes níveis de desfolha, a média de
danos 35 dias após o plantio e ao final de Figura 1. Soma dos danos causados às
todas as avaliações. mudas de P. taeda por formigas-cortadeiras
durante o período de 63 dias de avaliação.
Eixo x: dias; eixo y: número de plantas
danificadas.

[4] verificaram que as formigas-cortadeiras,


normalmente, são muito ativas durante
Tabela 2. Soma das mudas de P. taeda a noite, mas, em locais sombreados e
danificadas por formigas cortadeiras na durante períodos frios, a atividade de corte
fazenda Pedro Ramos, Irani, SC. ocorre durante o dia.
As iscas formicidas podem ainda se
O valor médio total de plantas atacadas por deteriorar com maior facilidade em virtude
formigas em todos os níveis de desfolha das intempéries climáticas a que ficam
submetidas em campo em cada época do
durante todo o período de avaliação (63 dias)
ano (por exemplo: umidade, insolação,
foi de 86 mudas por hectare (Figura 1). Esse
ressecamento etc.).
valor corresponde a porcentagem média de

79
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

O sucesso do controle formicida não está brasileira. Revista da Madeira, São Paulo,
relacionado necessariamente à quantidade v. 14, n. 83, p. 14 - 20, 2004.
de isca aplicada nas áreas, podendo essa
ser aperfeiçoada, devido à baixa densidade [4]LIMA, C. A.; DELLA LUCIA, T. M.
de formigueiros presentes, dos danos C.; SILVA, N. A. Formigas-cortadeiras:
causados e das espécies de formigas
biologia e controle. Viçosa, MG: UFV,
predominantes na local.
2001. (UFV. Boletim de Extensão, 44).

Conclusões [5]LITTLEDYKE, M.; CHERRETT, J.


As espécies de formigas predominantes M. Defence mechanisms in young and old
nas áreas experimentais foram Acromyrmex leaves against cutting by the leaf-cutting
crassispinus e Acromyrmex heyeri. ants, Atta cephalotes (L.) and Acromyrmex
O controle das formigas-cortadeiras octospinosus (Reich) (Hymenoptera:
e a quantidade de isca utilizada em Formicidae). Bulletin of Entomological
determinadas regiões podem ser Research, v. 68, n. 2, p. 263 - 271, 1978.
diminuídos se forem levados em
consideração os períodos do ano e a [6]NICKELE, M. A. Distribuição
região em que vai ser efetuado o plantio, espacial, danos e planos de amostragem
a densidade dos formigueiros e a deAcromyrmex crassispinus (Forel,
porcentagem de danos causados às mudas. 1909) (Hymenoptera: Formicidae:
Uma reavaliação do uso de iscas formicidas Myrmicinae) em plantios de Pinus
pelas empresas pode diminuir os impactos taeda L. (Pinaceae). 2008. 125 f.
ambientais e elevar os ganhos econômicos. Dissertação (Mestrado em Ciências
Biológicas) – Universidade Federal do
Referências Paraná, Curitiba.
[1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF:
ano base 2009. Brasília, DF: 2010. 140 p.; [7]SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ANUÁRIO Estatístico da ABRAF: ano SILVICULTURA. Fatos e números do
base 2010. Brasília, DF: 2011. 130 p. Brasil Florestal. São Paulo, 2006. p. 109.

[2]BOARETTO, M. A. C.; FORTI, L.


C. Perspectivas no controle de formigas-
cortadeiras. Série Técnica IPEF,
Piracicaba, v. 11, n. 30, p. 31-46, 1997.

[3]HOEFLICH, V. F. O papel das florestas


para o desenvolvimento da sociedade

80
Resumos Expandidos

Avaliação de progênies de Eucalyptus


crebra no Norte do estado de Goiás
Cristiane A. F. Reis1, Paulo E. T. dos Santos1, EstefanoPaludzyszyn Filho1,
Alisson Moura Santos1 e Bruno Silva Reis2

1
Pesquisadores em Melhoramento Genético da Embrapa Florestas (cristiane.reis@embrapa.br;
paulo.telles@embrapa.br; estefano.filho@embrapa.br;alisson.santos@embrapa.br);
2
Eng. Florestal da Anglo American, Unidade Codemin (bruno.reis@angloamerican.com)

Introdução e objetivos baixo desempenho em volume de madeira


A espécie Eucalyptus crebra possui boa desestimulou seu uso em várias regiões
adaptação a ambientes sujeitos a altas brasileiras. Apesar disso, alguns esforços de
temperaturas e déficit hídrico acentuado, pesquisa têm sido realizados no decorrer
vegetando bem numa ampla variedade de do tempo, pela Embrapa, para uso dessa
solos. Sua ocorrência natural na Austrália espécie em monocultivos e em sistemas
abrange toda a costa leste, estendendo agroflorestais devido a suas potencialidades
desde o norte de Queensland até o sul de em clima tropical semiárido [5; 6]. Este é
New South Wales [1]. marcado por temperaturas muito elevadas,
A madeira caracteriza-se pela presença além de chuvas escassas e mal distribuídas
de alburno amarelado ou branco rosado, no decorrer do ano.
resistente ao ataque de brocas do gênero Neste contexto, foi instalado um teste de
Lyctus. O cerne possui coloração progênies de E. crebra em Niquelândia-
que oscila de marrom-avermelhada GO no ano de 2013. Este tem como
ao vermelho-escuro. É duro, forte, objetivo a formação de uma população
extremamente durável e resistente à base de melhoramento tolerante ao
decomposição, quando em contato com estresse hídrico, situação bastante comum
o solo e também ao ataque de cupins. A na região de Niquelândia, seleção de
densidade da madeira pode atingir 890 a indivíduos para clonagem e formação de
1.200kg/m3. Face a isso, tem sido utilizada híbridos interespecíficos com clones-elite
na construção civil pesada, na produção e testes de comprovação de superioridade
de cruzetas, dormentes, postes, pisos e em ambientes contrastantes. A prospecção
apontada como opção atrativa para uso de genes para tolerância a seca é outra
energético [2]. possibilidade a ser explorada em ações
Por estas razões, há registros de futuras.
introduções de procedências e de plantios
experimentais da espécie em regiões de
déficit hídrico no Brasil [3;4]. Entretanto, o

81
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Material e métodos BLUP), no programa computacional


O teste com 31 progênies de polinização Seleção Genética Computadorizada –
aberta de E. crebra foi instalado na Selegen [7].
Empresa Anglo American Níquel Brasil,
Unidade Codemin, em Niquelândia, no Resultados e discussão
norte de Goiás, em fevereiro de 2013. A taxa de sobrevivência das plantas de E.
As sementes dessas progênies foram crebra foi elevada (99,7%) aos nove meses
importadas pela Embrapa. de idade de plantio. A priori, os resultados
O experimento foi implantado no Horto indicam uma boa adaptação do material ao
Aranha, cujas coordenadas geográficas são ambiente de experimentação. Entretanto,
14°20’14”S e 48°44’24”O. A classificação como a idade de avaliação ainda é bastante
climática da região é Aw, ou seja, clima precoce, a redução na sobrevivência de
tropical, com estação seca de maio a plantas ao longo das idades é esperada em
outubro segundo classificação de Köppen. razão de estresses bióticos e/ou abióticos.
A estimativa da precipitação pluviométrica A estimativa da acurácia seletiva foi de
média anual é de 1.484mm. As estimativas elevada magnitude (99,6%) e pertinente
das temperaturas máxima, média e mínima ao preconizado em experimentos de
anual são de 30,5 ºC, 25,3 ºC e 20,2 ºC, melhoramento genético [8].
respectivamente. Apresenta altitude de Houve efeitos significativos de progênies
540m e solo tipo Latossolo Vermelho para altura, a 5% de probabilidade,
Amarelo. de acordo com teste da razão da
O delineamento experimental utilizado verossimilhança (LRT). Desta forma,
consiste em blocos completos casualizados, pode-se inferir que existem diferenças entre
com uma planta por parcela, 36 repetições os crescimentos em altura das progênies
e espaçamento de 3x2m. Utilizou-se cinco avaliadas, demonstrando a presença de
clones comerciais da Codemin como variabilidade no teste.
testemunhas (AAC 30, AAC 33, AAC 86, A altura média das plantas do experimento
AAC 117 e AAC 645). foi igual a 2,20m, sendo a altura média
Aos nove meses de idade, a altura total das progênies de E. crebra igual a 1,82m
de todos os indivíduos, em metros, e das testemunhas igual a 4,55m. Essa
foi mensurada por meio de vara discrepância já era esperada, pois as
dendrométrica. progênies de E. crebra consistem em
As análises genético-estatísticas foram material introduzido da Austrália e não
efetuadas por meio do procedimento melhorado. No entanto, observou-se
de modelos mistos de Máxima indivíduos com desempenho em altura
Verossimilhança Restrita e Melhor semelhante aos clones. As testemunhas
Predição Linear não Viesada (REML/ são clones comerciais elites de alto

82
Resumos Expandidos

desempenho selecionados na região de h2mp 0,797


Niquelândia, em que pelo menos um dos
CVgi% 18,15
genitores pertence à espécie E. urophylla.
CVgp% 9,07
No ranqueamento dos valores genotípicos
dos tratamentos, constatou-se que as cinco CVe% 27,46
melhores progênies, em ordem decrescente CVr 0,33
de desempenho, foram as identificadas Tabela 1. Estimativas dos componentes
pelas numerações 30, 21, 16, 22 e 29.. de variância para a característica altura
Quanto às estimativas dos componentes total em Eucalyptus crebra aos nove meses
de variância (Tabela 1), nota-se de idade(1). (1)Va: variância genética aditiva;
Ve: Variância ambiental, Vf: variância fenotípica
valores promissores para variabilidade
individual; h2a: herdabilidade individual no
(especialmente em nível individual sentido restrito, h2mp: herdabilidade da média
– CVgi%) e para aumento da altura de progênie, Cvgi%: Coeficiente de variação
mediante seleção genética com base genética individual, CVgp%: Coeficiente de
na herdabilidade individual no sentido variação genética entre progênies, CVe%:
coeficiente de variação residual, CVr: coeficiente
restrito (h2a) e, principalmente, de médias
de variação relativa.
de progênies (h2mp), por esta apresentar
maior magnitude e indicar maior chance
de selecionar progênies genotipicamente Conclusões
superiores para o caráter avaliado. O A capacidade de tolerar altas temperaturas
coeficiente de variação relativa (CVr) e estresses hídricos faz da espécie uma
apresentou baixo valor, indicando situação candidata potencial na ocupação de áreas
pouco favorável para a seleção. Isso, sujeitas a tais condições, comuns no
possivelmente decorrente da avaliação em Semiárido e em certas regiões do Cerrado.
idade precoce. Entretanto, para se conseguir níveis
Ressalta-se que o coeficiente de variação adequados de produtividade, a seleção
residual pode ser considerado moderado, de plantas reveste-se de fundamental
diminuindo portanto, a exatidão das importância e, nesse sentido, verifica-se
estimativas obtidas a essa idade decorrente que o germoplasma em avaliação apresenta
de efeitos ambientais. potencial adequado para se conduzir um
programa de melhoramento genético para
Parâmetro Valor a futura obtenção de genótipos de alta
Va 0,109 taxa de crescimento, além de possibilitar
Ve 0,169
a realização de estudos prospectivos para
o isolamento de genes que conferem
Vf 0,279
tolerância à seca.
h2a 0,394

83
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Referências [6]OLIVEIRA, V. R. de; LIMA, P. C. F.


[1]BOLAND, D. J.; BROOKER, M. I. Ensaio de procedências de Eucalyptus
H.; CHIPPENDALE, G. M.; HALL, N.; crebra F Muell em Petrolina, PE.
HYLAND, B. P. M.; JOHNSTON, R. D.; Petrolina: EMBRAPA-CPATSA, 1990.
KLEINIG, D. A.; TURNER, J. D. Forest 2 p. (EMBRAPA-CPATSA. Pesquisa em
trees of Australia. Canberra: CSIRO Andamento, 61).
Publishing, 2006. 768 p.
[7]RESENDE, M. D. V. de. SELEGEN-
[2] OLIVEIRA, V. R. de; NASCIMENTO, REML/BLUP: sistema estatístico e
C. E. de S.; DRUMOND, M. A.; RIBASKI, seleção genética computadorizada via
J.; SANTOS, P. E. T. dos. Eucalyptus modelos lineares mistos. Colombo:
crebra: espécie com potencial energético Embrapa Florestas, 2007. 359 p.
para a região semiárida brasileira. Petrolina:
Embrapa Semiárido, 2010. (Embrapa [8]RESENDE, M. D. V. de. Matemática e
Semiárido. Instruções Técnicas, 94). estatística na análise de experimentos
e no melhoramento genético. Colombo:
[3]GOLFARI, L.; CASER, R. L.; MOURA, Embrapa Florestas, 2007. 561 p.
V. P. G. Zoneamento ecológico
esquemático para reflorestamento no
Brasil (2ª aproximação). Belo Horizonte:
PRODEPEF, 1978. 66 p. (PRODEPEF.
Série Técnica, 11).

[4]EMBRAPA. Pesquisas florestais


em andamento no Brasil: terceiro
levantamento. Curitiba, 1987. 567 p.

[5]LIMA, P. C. F. Sistemas
agrossilviculturais desenvolvidos no
semiárido brasileiro. In: TALLER
SOBRE DISENOESTADISTICO Y
EVALUACION ECONIMICA DE
SISTEMS AGROFORESTALES, 1986,
Curitiba. Apuntes... Curitiba: Oficina
Regional de la FAO para America Latina
y el Caribe/EMBRAPA-CNPF, 1986. p.
27-43.

84
Resumos Expandidos

Avaliação de teste clonal de Eucalyptus


no Norte de Minas Gerais
Amanda Rafaela Silva Morais1; Leticia Renata Carvalho2 ; Anny Francielly Ataide
Gonçalves3; Nathalia Braga de Pinho4; Christian Dias Cabacinha 5

Graduanda de Eng. Florestal UFMG (amandinhaita.2@hotmail.com);(2) Professora de Eng.


(1)

Florestal UFMG (leticiarenatacarvalho@yahoo.com.br);(3) Graduanda de Eng. Florestal UFMG


(annyrancielly@gmail.com);(4)Graduanda de Eng. Florestal UFMG (nat.2@hotmail.com);(5)
Professor de Eng. Florestal UFMG (christian.cabacinha@gmail.com)

Introdução e objetivos de 1,14 hectares, em Montes Claros/MG


O grande interesse pela utilização de clones (16º40’21.95”S, 43º50’28.20” O). Para a
de Eucalyptus em todo o Brasil refere- implantação foi adotado pacote tecnológico
se principalmente a uniformização dos do Grupo Plantar. Aos doze meses foi
plantios, maior produtividade, adaptação realizada a avaliação do diâmetro a altura
a áreas especificas e qualidade da madeira do peito (DAP) e da altura dos indivíduos.
[1]. Minas Gerais detém 28% da área Para a obtenção do DAP, utilizou-se a
total plantada com eucalipto no Brasil suta a um metro e meio do solo; e para a
[2], sendo que a região norte do Estado avaliação da altura utilizou-se a prancheta
destaca-se pelos plantios destinados dendrométrica a seis metros de cada
à produção de carvão vegetal. Testes individuo. O delineamento experimental
clonais são realizados para a seleção de foi em blocos casualizados com 3 blocos
clones altamente produtivos e adaptados e 4 tratamentos (3 clones provenientes de
às diferentes condições edafoclimáticas híbridos naturais de Eucalyptus urophylla; e
encontradas no território brasileiro. um clone proveniente de hibrido natural
Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis).
o teste clonal de eucalipto na região norte Cada bloco foi composto por 68 indivíduos
de Minas Gerais. de cada clone. Os dados foram submetidos
à análise de variância (P<0,05) por meio do
programa estatístico SAEG.
Materiais e métodos
O estudo foi conduzido no Instituto
de Ciências Agrárias da Universidade Resultado e discussão
Federal de Minas Gerais, implantado em Não foi observada diferença estatística
novembro de 2012, com espaçamento de entre as variáveis diâmetro e altura dos
3 x 4 metros compreendendo uma área clones estudados. Os indivíduos do

85
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

teste clonal apresentaram DAP médio do Alferes. Monografia de curso de


de 3,39 cm e altura média de 2,72 m. graduação em Engenharia Florestal.
Resultados semelhantes para a altura aos 2007. 21 f. Monografia (Bacharel em
12 meses foram observados para clone Engenharia Florestal) – Universidade
de Eucalyptus urophylla (2,8m) e para o Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica.
clone do híbrido Eucalyptus urophylla x
Eucalyptus grandis (3,1m) (Queiroz,2007)[3]. [4]HIGA, A. R.; HIGA, R. C. V. Indicação
O desenvolvimento semelhante observado de espécies para reflorestamento. In:
para os clones do presente trabalho GALVÃO, A. P. M. Reflorestamento
está relacionado aos materiais genéticos de propriedades rurais para fins
oriundos de hibrido de Eucalyptus urophylla produtivos e ambientais: um guia para
e híbrido de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus ações municipais e regionais. Colombo:
grandis. Eucalyptus urophylla é caracterizado Embrapa Florestas, 2000. p. 101-124.
por resistir a solos pobres e sujeitos a
déficit hídrico [4]. Alem da adaptação
do material genético, ressalta-se o pacote
tecnológico de implantação adotado.

Conclusões
Aos 12 meses não foi observada diferença
do diâmetro e da altura para os clones
testados.

Referencias
[1]XAVIER, A.; WENDLING, I.; SILVA,
R. L. F. Florestas clonais. In: ______.
Silvicultura clonal: princípio e técnicas.
Viçosa, MG: Ed. UVF, 2009. p. 253-270.

[2]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF


2013: ano base 2012. Brasília, DF, 2012.
Disponível em: <http://www.abraflor.org.
br/estatisticas/ABRAF13/ ABRAF13_
BR.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2013.

[3]QUEIROZ, M. M. Comportamento
de espécies de Eucalyptus em Paty

86
Resumos Expandidos

Avalição de uma nova metodologia para


a determinação do volume por cubagem
rigorosa
milton Serpa de Meira Júnior¹; Renato Vinicius Casto de Oliveira²;
Mauro Eloi Nappo³; José Marcelo Imaña Encinas4

¹Mestrando em Ciência Florestal na UnB (milton.serpa@gmail.com); ²Professor de


Eng. Florestal na UnB (castrorvo@ymail.com); ³Professor de Eng. Florestal na UnB
(mauronappo@yahoo.com.br); 4Professor de Eng. Florestal na UnB (imana@unb.br)

Introdução temperatura e precipitação média anual,


O uso de equações volumétricas é uma das respectivamente, 22,1ºC e 1.500 mm [2].
principais ferramentas para quantificação Os indivíduos foram distribuídos em cinco
da produção de povoamentos florestais, classes diamétricas: 8-10, 10-12, 12-14, 16-
sendo base para o manejo sustentável 18 e 18-20 cm. Foram então sorteados 61
de plantações florestais [1]. O volume indivíduos nestas classes.
considerado real é obtido pelo método Para a cubagem dos indivíduos foi
do xilômetro, porém demanda maiores utilizando o método de Smalian [3].
custos com logística e com tempo de Foram utilizados diferentes comprimentos
medições fazendo com que seja utilizado de seção: a 0,25m; 0,5m; 1m; 2m; pelo
principalmente em métodos de pesquisa. metodologia proposta por Campos e
A cubagem rigorosa por sua vez visa Leite [4]; e a metodologia proposta neste
minimizar custos e manter a precisão da trabalho com diâmetro mínimo de 4 cm.
avaliação. Sendo assim, o objetivo desse Na metodologia proposta a seção será
trabalho foi testar uma metodologia de definida a partir da variação de 1 cm entre
cubagem rigorosa. o diâmetro inicial e final de cada seção.
Assim a diferença entre o diâmetro inicial e
final é sempre constante e o comprimento
Material e métodos
é variável. Esse novo método apresenta
A área de estudo está localizada na
seções de comprimentos menores na base
Fazenda Água Limpa pertencente a
da árvore e maiores no topo.
Universidade de Brasília, com centroide de
O ajuste das equações de volume,
15°56’ S e 47°46’ W. O solo predominante
utilizando o modelo de Schumacher-Hall
na área de estudo é o Latossolo Vermelho-
[5], foi realizado em 40 árvores sorteadas
Amarelo, com altitude média de 1.100
proporcionalmente em cada classe
m, e clima, segundo Koppen, AW;

87
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

diamétrica. Posteriormente as equações


foram validadas utilizando as outras 21
árvores, utilizando os resíduos percentuais.
%R=(Yobs-Yest)*100/Yobs.
Foram comparados, com teste t pareado,
os volumes estimados dos indivíduos da
validação com o volume da cubagem com Figura 1. Variação do volume pela
seção de 0,25m, sendo esta a testemunha, porcentagem dos resíduos obtidos pela
análise a 0,25m da sessão.
ou seja, considerado o melhor volume.

Resultados e discussão
O resultado do ajuste para cada
comprimento da seção está apresentado
da Tabela 1. Os valores de R² e R²ajustado
e erro padrão não apresentaram
grande diferença entre os diferentes Figura 2. Variação do volume pela
comprimentos de seção. porcentagem dos resíduos obtidos pela
análise a 0,5m da sessão.
Regressão Comprimento da seção
0,25 0,5 Campos e Leite
R² 0.979 0,979 0,976
R²ajustado 0.979 0,978 0,975
Erro padrão 0,094 0,096 0,092
1 2 Este trabalho.
R² 0,977 0,965 0,979
R²ajustado 0,976 0,963 0,977
Figura 3. Variação do volume pela
Erro padrão 0,099 0,120 0,095
porcentagem dos resíduos obtidos pela
Tabela 1. Estatísticas do ajuste dos análise a 1m da sessão.
volumes com diferentes comprimentos de
seção.

A validação mostra através dos gráficos de


resíduos percentuais que há homogeneização
dos resíduos. Apesar disso, os maiores
comprimentos de seção apresentam
superestimação nas árvores de menor
Figura 4. Variação do volume pela
volume. A inconsistência do método de
porcentagem dos resíduos obtidos pela
Smalian com seções maiores já foi destacada análise a 2m da sessão.
em outros trabalhos [5].

88
Resumos Expandidos

de volume semelhantes à testemunha.


Porém, essa nova metodologia utiliza
poucas medições, reduzindo os custo da
cubagem.

Conclusões
A nova metodologia de cubagem proposta
Figura 5. Variação do volume pela apresentou estimativas satisfatórias,
porcentagem dos resíduos obtidos pela
análise a 1m da sessão. podendo ser uma alternativa para a
cubagem.

Referências
[1]LEITE, H. G.; ANDRADE, V. C. L.
Importância das variáveis altura dominante
e altura total em equações hipsométricas
e volumétricas. Revista Árvore, Viçosa,
Figura 6. Variação do DAP pela porcentagem MG, v. 27, n. 3, p. 301-310, 2003.
dos resíduos obtidos pela análise a 0,25m da [2]MUNHOZ, C. B. R.; FELFILI, J. M.
sessão. Fitossociologia do estrato herbaceo-
Os volumes estimados utilizando os subarbustivo em campo limpo úmido no
métodos com comprimento de seção Brasil Central. Acta Botanica Brasilica,
0,25m; 0,5m; 1m e o método proposto Porto Alegre, v. 22, p. 905-913, 2008.
neste trabalho não foram estatisticamente [3]HUSCH, B.; BEERS, T. W.; KERSHAW,
diferentes da testemunha (Tabela 2). J. A. JUNIOR. Forest Mensuration. 4th
0,25m 0,5m Este trabalho
ed. New York: Wiley, 2003.456 p.
Teste t -1,51ns -1,30ns 1,26ns
[4]CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G.
N 72 36 12
Mensuração florestal: perguntas e
1m 2m Campos e Leite
respostas. 4. ed. Viçosa, MG: Ed da UFV,
Teste t 0,53ns 3,65* -7,70*
N 18 9 13
2013. v. 1. 605 p .

Tabela 2. Teste t pareado comparando [5]SCHUMACHER, F. X.; HALL, F.S.


os diferentes comprimentos de seção e o Logarithmic expression of timber-
número médio de seções (N). tree volume. Journal of Agricultural
Research, v. 47, n. 9, p. 719-734, 1933.
Estes resultados indicam que o novo
método proposto apresentou estimativas

89
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação do comprimento ótimo da


seção da cubagem em um plantio de
Eucalipto
mirella Basileu de Oliveira Lima¹; Milton Serpa de Meira Júnior²;
Mauro Eloi Nappo³; Renato Vinicius Casto de Oliveira4

¹Graduanda em Eng. Florestal na UnB (mi_basileu@hotmail.com);


² Mestrando em Ciência Florestal na UnB (milton.serpa@gmail.com);
³Professor de Eng. Florestal na UnB (mauronappo@yahoo.com.br);
4
Professor de Eng. Florestal na UnB (castrorvo@ymail.com)

Introdução Para a cubagem dos indivíduos foi


A estimativa do volume de madeira em utilizando o método de Smalian [2]. O
um plantio florestal é obtida por equações. comprimento da seção foi mensurado
Para o ajuste destas equações é necessário à 0,25m; 0,5m; 1m; 1,5; 2m e pelo
a obtenção do volume individual de comprimento proposto por Campos e
algumas árvores pré-selecionadas. O Leite [3]
volume é obtido através da cubagem O ajuste das equações de volume,
rigorosa de algumas árvores, porém, este utilizando o modelo de Schumacher-
procedimento muitas vezes pode ser Hall [4], foi realizado em 40 árvores
custoso[1]. sorteadas proporcionalmente em cada
Por estas razões o objetivo desse trabalho classe diamétrica. Posteriormente as
foi avaliar o comprimento ótimo da seção equações foram validadas utilizando às
da cubagem em uma área de plantio de outras 21 árvores. Foi utilizado um DIC
eucalipto. para verificar se há diferença entre erros
percentuais para os diferentes métodos.
Material e métodos
A área de estudo contempla 2 ha de Resultados e discussão
eucaliptos com 5 anos, localizada na O resultado ajuste de acordo para cada
Fazenda Água Limpa-FAL/UnB, em comprimento da seção está da Tabela 1. Os
Brasília, Distrito Federal, com coordenadas valores de R² e R² ajustado e erro padrão
geográficas de 15°56’ S e 47°46’ W. não apresentaram grande diferença entre os
Foram selecionadas 61 indivíduos diferentes comprimentos de seção.
distribuídos homogeneamente em 6 classes:
8-10, 10-12, 12-14, 16-18 e 18-20 cm.

90
Resumos Expandidos

Comprimento da seção
Regressão
0,25 0,5 1
R² 0,979 0,979 0,977
R²ajustado 0,978 0,978 0,976
Erro padrão 0,094 0,096 0,099
1,5 2 Campos e Leite
R² 0,971 0,965 0,976
Figura 3. Variação do volume pela porcentagem
R²ajustado 0,969 0,963 0,975 dos resíduos obtidos pela análise a 1m da sessão.
Erro padrão 0,113 0,120 0,092

Tabela 1. Estatísticas do ajuste dos volumes


com diferentes comprimentos de seção.

A validação mostra através dos


gráficos de resíduos percentuais que há
homogeneização dos resíduos. Apesar
disso, os maiores comprimentos de seção Figura 4. Variação do volume pela porcentagem
apresentam superestimação nas árvores dos resíduos obtidos pela análise a 1,5m da
de menor volume. A inconsistência do sessão.
método de Smalian com seções maiores já
foi destacada em outros trabalhos [5].

Figura 5. Variação do volume pela porcentagem


dos resíduos obtidos pela análise a 2m da sessão.
Figura 1. Variação do DAP pela porcentagem
dos resíduos obtidos pela análise a 0,25m da
sessão.

Figura 6. Variação do volume pela porcentagem


dos resíduos obtidos pela análise a 1m da sessão.
Figura 2:. Variação do volume pela porcentagem
dos resíduos obtidos pela análise a 0,5m da sessão.

91
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A Tabela 2 mostra que no geral houve pequena nos resíduos eleva muito o custo
uma subestimação do volume das árvores da cubagem.
na validação. E também, mostra que
quanto maior o comprimento da seção
maior o resíduo médio.

Compr. R%
R% Sd Sd
seção absolutos
0,25 m -2,66 8,0 7,01 4,4
0,5 m -2,53 8,6 7,42 4,8
1m -2,67 10,6 9,02 5,9 Gráfico 7. Relação entre o número de
seções e o comprimento da seção.
1,5 m -2,28 11,6 9,32 7,0
2m -1,91 12,9 10,04 8,1
Campos e Conclusões
-1,92 11,2 8,55 7,2
Leite Sugere-se utilizar o comprimento de 2
P-valor 0,99 0,67 metros quando o objetivo for apenas
quantificar o volume total ou comercial.
Tabela 2. Valores médios dos resíduos percentuais
(R%) e resíduos percentuais absolutos (R%
absolutos). Referências
[1]CABACINHA, C. D. Um método
Mesmo visualmente tenha uma maior para a realização do inventário florestal
superestimação nas seções com
suprimindo a cubagem rigorosa.
menores volumes, estatisticamente não
2003. 116 f. Dissertação (Mestrado em
houve diferença significativa entre os
Engenharia Florestal) - Universidade
resíduos percentuais, entre os diferentes
Federal de Lavras, Lavras.
comprimentos de seção (Tabela 2).
Os altos valores do desvio padrão mostram
que além de apresentar maior resíduo [2] HUSCH, B.; BEERS, T. W.; KERSHAW,
estes também estão mais dispersos da J. A. JUNIOR. Forest Mensuration. 4th
média, sendo por isso que a ANOVA não ed. New York: Wiley, 2003.456 p.
apresentou diferença dos resíduos para os
diferentes comprimentos de seção. [3]CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G.
O Gráfico abaixo mostra que o número Mensuração florestal: perguntas e
de seções diminui muito com o aumento respostas. 4. ed. Viçosa, MG: Ed da UFV,
do comprimento da seção e o resíduo 2013. v. 1. 605 p.
percentual absoluto não cresce na mesma
[4]SCHUMACHER, F. X.; HALL, F.
proporção. Demonstrando que a redução
S. Logarithmic expression of timber-

92
Resumos Expandidos

tree volume. Journal of Agricultural


Research, v. 47, n. 9, p. 719-734, 1933.

[5]MACHADO, S. A.; TEO, S. J.;


URBANO, E.; FIGURA, M. A.; SILVA,
L. C. R. da. Comparação de métodos de
cubagem absolutos com o volume obtido
pelo xilômetro para Bracatinga (Mimosa
scabrella Bentham). Revista Cerne,
Lavras, v. 12, n. 3, p. 239-253, 2006.

93
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação do crescimento inicial de


Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
sob diferentes tipos de adubação
Márcio Luiz Villela¹; Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar²;
Karen K. F. de Souza³; Alessandro Camargo Angelo4, Teça Horokoski5

¹Graduando Eng. Florestal UFPR (marciovilela@ufpr.br);²Profª Msc.Departamento de Ciências


Florestais UFPR (gaspar@ufpr.br); ³Profª. Msc. Engenharia Florestal PUCPR (karen.souza@
pucpr.br);4Profº. Dr. Departamento de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com);
5
Engenheiro Florestal (horokoski@gmail.com)

Introdução e objetivos taxas anuais de incrementos em altura


Apesar da excelente qualidade da madeira entre 1 e 1,5 m e, a partir do sétimo ano,
para diversos usos, sua importância incrementos em diâmetro de 2 a 3 cm.
socioeconômica e ecológica, e a grande Dentro de um mesmo sítio, podem existir
potencialidade para a implantação de bons plantios em solos de mata, com
maciços florestais, a Araucaria angustifolia incremento médio anual da ordem de 26
tem sido relegada a segundo plano m3 ha-1 ano-1, e plantios ruins, em solos
nos projetos de reflorestamento. A de campo, com 3 m3 ha-1 ano-1. Em solos
baixa taxa de plantio é creditada a de campo, o crescimento lento pode ser
diferentes fatores. Dentre estes, podem atribuído à deficiência de nutrientes e à
ser citados: exigência de sítios de boa pequena profundidade efetiva do solo [2].
qualidade; falta de conhecimento A necessidade de adubação decorre do
sobre procedências adequadas a fato de que nem sempre o solo é capaz de
diferentes condições Edafoclimáticas e fornecer todos os nutrientes que as plantas
a dificuldade de obtenção de sementes necessitam para um adequado crescimento.
melhoradas geneticamente [1]. Além As características e quantidades de adubo
desses aspectos, podem ser relacionados a aplicar dependerão das necessidades
como desafios a falta de conhecimentos nutricionais das espécies florestais, da
de técnicas silviculturais e nutricionais, fertilidade do solo, da forma de reação
que proporcionem melhor relação dos adubos com o solo, da eficiência dos
produtividade/custo de produção [1]. adubos e de fatores de ordem econômica.
O crescimento inicial da araucária é lento, As recomendações de adubação devem ser
porém, a partir do terceiro ano, quando definidas a nível regional para as espécies
plantado em sítios adequados, apresenta e tipos de solo mais representativos,
envolvendo experimentação de campo,

94
Resumos Expandidos

que devem ter por objetivo estabelecer mecânico de plantas infestantes com
classes de fertilidade de solo e de resposta coroamento e roçada semimecanizada
às adubações [3]. nas linhas e mecanizada nas entrelinhas.
O presente trabalho teve por objetivo As variáveis analisadas foram altura
avaliar o crescimento inicial, aos 12 total (h) e diâmetro do colo (DC), com
meses de idade, de mudas seminais de auxílio de trena e paquímetro mecânico,
Araucaria angustifolia sob diferentes tipos de respectivamente. A coleta dos dados
adubação. para análise se deu aos 12 meses após o
plantio. Os dados foram analisados através
Material e métodos de análise de variância e teste de médias
O presente estudo foi conduzido na (Tukey), usando o programa Assistat 7.7
Estação Experimental da Universidade beta.
Federal do Paraná - Fazenda Canguiri
(25°23’20”S, 49°07’28”W), que se localiza Resultados e discussão
no município de Pinhais, PR. A área de A avaliação dos dados constatou diferença
plantio possui relevo suave ondulado, estatística para as variáveis analisadas. Para
sendo o tipo de solo Cambissolo háplico esta fase inicial de crescimento, a adubação
Tb Distrófico Típico (CXbd).O preparo convencional e a de liberação lenta
do solo se deu com subsolagem (sulco de mostraram-se superiores para a variável
40 cm), em seguida foi realizado gradagem altura. Em relação ao parâmetro “diâmetro
com posterior aplicação de calcário (2 de colo”, a adubação convencional
ton/ha) e fósforo (200 kg/ha). O plantio mostrou-se superior ao tratamento
foi realizado em dezembro de 2012, sob “testemunha”. No momento da avaliação
espaçamento de 3x2m, as covas foram não havia sido constatada diferença
feitas com auxilio de um motocoveador. estatisticamente significativa entre o
Foram avaliados três tratamentos: T1 – tratamento “adubação convencional” e o
Adubação convencional; T2 – Adubação tratamento “liberação lenta”, da mesma
de liberação lenta e T3 – Testemunha forma ocorrendo entre “liberação lenta” e
– sem adubação, com 16 repetições por “testemunha” (Tabela1).
tratamento. A fertilização foi aplicada
em covetas próximas a base da planta Diâmetro
Tratamento Altura (cm)
aos 45 dias após o plantio. A formulação (mm)
utilizada foi:165 g de NPK 11-21-19 de T1 10.75000 a 50.87500 a
adubo de liberação lenta enriquecido com T2 9.56250 ab 49.18750 a
micronutrientes e 110 g de NPK5-30-10. T3 8.43750 b 37.25000 b
Após 30 dias foram adicionadas 150 g
de formulação 15-5-30 por indivíduo. Os Tabela 1. Média de altura total e diâmetro do
colo para plantas de Araucaria angustifólia
tratos culturais compreenderam controle
aos 12 meses de idade no Primeiro

95
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Planalto Paranaense. Médias seguidas de


pelo menos uma letra igual, na coluna, não
diferem significativamente (P95%>0,05).
T1 – adubação convencional, T2 adubação
de liberação lenta, T3 testemunha.

Conclusões
Aos 12 meses de idade, Araucaria angustiolia
demonstrou para a variável “altura”
resposta á prática de adubação, tanto
“convencional” como “liberação lenta”.
Quando consideramos a variável diâmetro,
foi constatado efeito significativo apenas
através do emprego de “adubação
convencional”.

Referências
[1]HOPPE, J. M.; CALDEIRA, M. V. W.
Micronutrientes na copa e suas correlações
com O crescimento da Araucaria
angustifolia (Bertol.) O. Ktze plantada em
Passo Fundo, RS. Revista Acadêmica:
Ciências Agrárias e Ambientais, Curitiba,
v. 1, n. 2, p. 21-32, abr./jun. 2003.

[2]CARPANEZZI, A. A. (Coord.).
Zoneamento ecológico para plantios
florestais no Estado do Paraná.
Brasília, DF: EMBRAPA-DDT;
Curitiba: EMBRAPA-CNPF, 1986. 89 p.
(EMBRAPA-CNPF. Documentos, 17).

[3]GONÇALVES, J. L. M. Recomendações
de adubação para Eucalyptus, Pinus
e espécies típicas da Mata Atlântica.
Documentos Florestais, Piracicaba, v.
15, p. 1–23, 1995.

96
Resumos Expandidos

Avaliação do crescimento inicial


de clones de Eucalyptus saligna no
primeiro Planalto Paranaense
Camila I. Santos1; Alessandro C. Angelo2; Karen K. F. de Souza3;
Rozimeiry G. B. Gaspar 4; Lizy T. S. Barros5; UFPR1,2,4,5; PUC-PR3

(camila.smania@gmail.com; alessandrocangelo@gmail.com; karenkfs@yahoo.com.br)

Introdução Material e métodos


O crescimento da base florestal plantada O estudo foi conduzido na área
visando a oferta de bens e serviços, o experimental Fazenda Canguiri,
sistema agroflorestal (SAF) e a política de pertencente a Universidade Federal do
fomento para produtores rurais, no que Paraná (UFPR), localizada no Município
se refere ao plantio de árvores em suas de Pinhais.
propriedades, estão fortemente conectadas Pela classificação de Köppen, o clima da
por um interesse comum: o componente região é definido como subtropical úmido
arbóreo como base do processo produtivo mesotérmico-Cfb, a temperatura média
o
(SANTOS, 2011). anual é de aproximadamente 16,5 C, com
Neste contexto, um dos gêneros precipitação média anual situada entre 1450
altamente qualificados para se enquadrar e 1500 mm regularmente distribuídos, com
ao componente arbóreo do SAFs é o altitude média de 900 m. (GALVÃO, 1984)
Eucalyptus spp, considerado com um A umidade relativa média é de 91% e o tipo
grande potencial produtivo para florestas de solo é Cambissolo háplico tb Distrófico
plantadas, o Eucalyptus spp apresenta Típico (CXbd) (EMBRAPA, 2006).
atributos como: rápido crescimento, Foram conduzidos dois experimentos com
alta produtividade, grande diversidade os materiais genéticos conhecidos como
de espécies e facilidade de se adaptar ao “32864 e 34039”, provenientes do Rio
ambiente. Grande do Sul.
Para que a espécie atenda às necessidades O tratamento de ambos experimentos foi
adaptativas de clima e solo, entre outras a base de fertilizante de liberação lenta, na
adversidades, vem crescendo a utilização formulação 9-23-9 além de (cálcio, enxofre
de clones para plantios de eucalipto e micronutrientes), foram aplicados 248g
(ABRAF, 2008). em apenas uma aplicação.
Assim, o objetivo deste trabalho foi Estas mudas foram deixadas no viveiro da
analisar o crescimento inicial entre clones UFPR – Campus Jardim Botânico, para
de Eucalyptus saligna na região do primeiro rustificação, durante 16 dias, até serem
planalto paranaense. levadas ao plantio.

97
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

O preparo de solo foi realizado em área médias estatisticamente diferentes, pelo


total, utilizando-se subsolador (40 cm), teste “t”, (p<0,05) para altura e diâmetro
grade pesada, seguido de aplicação de de colo, como mostra a (Tabela 1).
calagem (2 toneladas por ha) e fosfatagem
Diâmetro
(200 kg por ha). Espécie Altura (cm)
de colo (mm)
O coveamento foi realizado com auxilio
Clone 32864 134,8 a 22,73 a
de motocoveadores com broca de 150 Clone 34039 104,8 b 15,27 b
mm, estabelecendo-se covas com 30 cm
Tabela 1. Valores médios de altura e diâmetro
de diâmetro.
de colo, sob diferentes tratamentos de
O plantio foi realizado manualmente, em adubação de plantio, no Município de Pinhais,
dezembro de 2012. PR. Na mesma coluna, médias seguidas
O espaçamento empregado foi o de 3 x 2 m. da mesma letra, não diferem entre si, pelo
Em relação a manutenção de plantas teste “t” (P< 0,05).O clone 32864 mostrou
crescimento em h e DC significativamente
competidoras, foram feitos três
superior ao clone 34039.
coroamentos (a cada 30 dias), duas roçadas
mecanizadas nas entrelinhas (aos 45 e aos
Contudo, ambos os clones apresentam boa
90 dias) e uma roçada semimecanizada na
adaptação ao clima temperado do Paraná.
linha, aos 45 dias.
Segundo a (EMBRAPA, 2006), E. saligna
Foram realizados replantios 30 dias após
é indicado para locais com até oito geadas
o plantio. As mudas utilizadas para o
anuais, sendo este parâmetro estendido
replantio não foram computadas para as
até 50 geadas quando se utilizam fontes
atuais medições.
de sementes de procedências da região
As mensurações foram realizadas aos 90
meridional de ocorrência na Austrália,
dias após o plantio, em março de 2013.
como Yarboro State Forest, NSW.
A altura (h) foi medida com fita métrica a
partir da base da planta até a gema apical
e o diâmetro de colo (DC) a 5 cm do solo Conclusões
com paquímetro digital com precisão de Tanto para h quanto DC o clone 32864
-4 mostrou-se adaptar melhor no campo.
10 .
Os dados das variáveis avaliadas foram Com a sequencia de estudos na referida
submetidos ao Teste “t” a 5% de área de testes, poderão assim, serem dadas
probabilidade de erro, com o auxílio do indicações mais conclusivas a respeito do
software Statigraphic®. crescimento e adaptação dos materiais.

Resultados e discussão Referências


Os resultados deste estudo mostraram que Anuário Estatístico da ABRAF: ano base
os clones 32864 e 34039 apresentaram 2008. - Brasília, 2009. 120 p.

98
Resumos Expandidos

SANTOS, H. G. dos; JACOMINE, P. K.


T.; ANJOS, L. H. C. dos; OLIVEIRA, V.
A. de; OLIVEIRA, J. B. de; COELHO,
M. R.; LUMBRERAS, J. F.; CUNHA,
T. J. F. (Ed.). Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2. ed. Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p.

PALUDZYSZYN FILHO, E.; SANTOS,


P. E. T. dos; FERREIRA, C. A.
Eucaliptos indicados para plantio no
Estado do Paraná. Colombo: Embrapa
Florestas, 2006. 45 p. (Embrapa Florestas.
Documentos, 129).

GALVÃO, F. Planejamento silvicultural


para à estação experimental do
canguiri do setor de ciências agrárias
da UFPR. Curitiba: UFPR, 1984.

SANTOS, I. C. Agrossilvicultura como


oportunidade para o fomento florestal no
Brasil. In: ENCONTRO BRASILEIRO
DE SILVICULTURA, 2., 2011.,
Campinas. Anais... Piracicaba: ESALQ,
2011. 44 p.

99
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação do preparo de solo realizado


pelo coveador mecânico “Rotree”
e seu impacto na produtividade e
uniformidade do povoamento
Eduardo Moré de Mattos1; Carmeni João Giunti Neto2;
José Márcio Cossi Bizon3; José Leonardo de Moraes Gonçalves4

1
Mestrando em Recursos Florestais ESALQ/USP(more.mattos@yahoo.com.br);
2
Especialista em Desenvolvimento Operacional Fibria SA(carmeni.neto@fibria.com.br);
3
Gerente de Silvicultura Fibria SA(jose.bizon@fibria.com.br);
4
Prof. Dr. Departamento de Ciências Florestais ESALQ/USP(jlmgonca@usp.br)

Introdução e objetivos às diferenças entre o preparo mecanizado


A constante pressão por alternativas que realizado pelo coveador mecânico rotree e
substituam as operações manuais, devido o método convencional de preparo de solo
ao elevado custo e risco de acidentes, tem (motocoveador) em relação ao arranque
levado as empresas florestais a buscarem inicial, produtividade e uniformidade do
na mecanização opções que atendam povoamento.
os requisitos de qualidade, segurança e
ergonomia das operações florestais. Material e métodos
Dentre as atividades silviculturais, a O experimento foi instalado no dia 3 de
operação de preparo de solo é uma das que outubro de 2008 em um Cambissolo
apresenta maior grau de dependência da latossólico no município de Santa Branca
disponibilidade de mão-de-obra no cenário - SP, com espaçamento 3m X 2m, sendo
atual da região do Vale do Paraíba, sendo utilizado o delineamento tipo blocos
que apenas 15% das áreas disponíveis são ao acaso com quatro tratamentos e três
designadas ao preparo mecanizado do repetições. Exceto pelas especificações
solo (coveador de pneu). No restante das descritas na Tabela 1, todos os tratamentos
áreas o preparo é semi-mecanizado (77%, receberam a aplicação de 1,4 t ha-1 de
motocoveador) ou manual (8%, enxadão). calcário dolomítico, 200 kg ha-1 de NPK
Desta maneira, o objetivo deste trabalho 19:00:19 4% S + 0,3% B na primeira
foi avaliar o desenvolvimento de um adubação de cobertura e 350 kg ha- 1 de
plantio clonal de Eucalyptus sob diferentes NPK 08:00:36 4% S + 1% B na segunda.
métodos de preparo de solo e fertilização
de base em áreas acidentadas, com enfoque

100
Resumos Expandidos

Preparo Coleta e Análise dos dados


Cód Trat Adubação de base
de solo As parcelas experimentais constituíam-se
RS 1 Rotree Sem adubação de 100 plantas (5 linhas X 20 plantas), com
110g/planta em
RC 2 Rotree bordadura dupla, sendo considerada como
covetas laterais
parcela útil portanto, as 16 plantas centrais
85g/planta incorporados
RI 3 Rotree da parcela (96m2).
pleo equipamento*
Moto 110g/planta em
Foram realizadas quatro avaliações ao
MC 4 longo de quatro anos após a instalação
coveador covetas laterais
do ensaio (30/10/2009, 26/10/2010,
Tabela 1. Descrição dos tratamentos. * Dosagem 05/12/2011 e 18/10/2012), nas quais
mais próxima à recomendação de 110g/planta de foram mensurados o diâmetro a altura do
NPK 04:28:06 0,3% Cu e 0,7% Zn ajustada na peito (DAP) e altura total
calibração do implemento. (H) de todas as árvores dentro das parcelas
úteis do ensaio. O volume individual (V) foi
O material genético utilizado foi um calculado através de equações calibradas
clone comercial híbrido de E. grandis x para cada idade obedecendo ao modelo:
E. urophylla e todas as outras atividades V=EXP(ß0+ß1*ln(DAP)+ß2*(H)) (1)
silviculturais obedeceram os padrões Além das variáveis dendrométricas,
operacionais da empresa. calculou-se o índice de uniformidade
No cabeçote rotree (Figura 1), o preparo PV50 [2], que consiste na porcentagem do
de solo em si é realizado por duas hastes volume total acumulado nas 50% menores
que penetram e desestruturam o solo em árvores da parcela, este índice reflete o
um movimento circular acionado por um grau de competição e dominância entre as
motor hidráulico, mobilizando um volume árvores.
médio de 0,17 m3 solo cova-1 [1]. Há ainda A análise da variância foi utilizada para
a possibilidade de se conjugar as operações testar os efeitos de tratamento, sendo
de fertilização e aplicação de pré-emergente. realizado o teste de médias de Duncan no
caso de diferença significativa (α = 0,05).

Resultados e discussão
Os tratamentos RI e RC foram
estatisticamente superiores aos tratamentos
RS e MC para todas as variáveis avaliadas
(DAP, altura total, estoque de madeira,
incremento médio anual, volume
Figura 1. Máquina base (Komatsu PC160)
e cabeçote rotree realizando o preparo individual e PV50), não havendo diferenças
da cova de plantio (esquerda), detalhe do significativas entre estes tratamentos (RC e
cabeçote (direita). RI) em nenhuma das avaliações (Figura 2)

101
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Figura 3. Evolução do PV50 nos diferentes


tratamentos ao longo dos anos de avaliação.
Os asteriscos acima do gráfico indicam o
grau de significância da análise de variância.
As barras verticais representam o erro
padrão da média.

Figura 2. Volume estocado e incremento Observa-se que no segundo ano os


médio anual (IMA) dos tratamentos aplicados valores de uniformidade atingem seu
ao longo das avaliações. Os asteriscos acima
máximo, tendendo a decair em idades mais
do gráfico indicam o grau de significância
da análise de variância. As barras verticais avançadas do povoamento, Isto parece
representam o erro padrão da média. estar relacionado ao fechamento de copas e
intensificação da competição entre árvores.
No início houve efeito significativo entre No entanto, as taxas de declínio após o
os tratamentos RS e MC, sendo que o pico de uniformidade não foram diferentes
déficit de adubação de base causou uma entre os tratamentos.
redução de 62% no primeiro ano (RC x
RS), já o déficit de preparo de solo casou Conclusões
uma redução de 41% (RC x MC) no O ensaio revelou um acréscimo potencial
mesmo período, no entanto este efeito se de cerca de 30% em produtividade no
dilui, não sendo observado efeito entre os quarto ano em comparação ao sistema
tratamentos RS e MC após o terceiro ano. convencional.
Os valores de uniformidade obedeceram Este novo sistema de preparo de solo
ao mesmo comportamento da em áreas acidentadas (rotree) apresenta
produtividade (altas correlações entre vantagens técnicas, operacionais e
PV50 e IMA, r > 0,99 em todas as idades), ergonômicas em relação ao método
com os tratamentos RC e RI apresentando convencional de preparo de solo
os maiores valores (Figura 3). (motocoveador).
Com a omissão da adubação de base
observaram-se efeitos negativos mais
pronunciados que a restrição de volume

102
Resumos Expandidos

de solo mobilizado no arranque inicial


da floresta, porém sem diferenças
significativas entre os tratamentos RS e
MC na ultima avaliação.
A diferença de estoque entre os tratamentos
foi atribuída principalmente pelas maiores
taxas de crescimento observadas nos
primeiros anos pós-plantio e pela maior
uniformidade de tamanho entre as árvores
nos tratamentos mais produtivos.

Referências
[1]SIDOROWSKI, F. A. Avaliação
do controle de ervas daninhas na
produtividade de clones de rápido
crescimento em diferentes idades na
Aracruz Celulose. 2008. 127 f. Trabalho
acadêmico (Estágio profissionalizante em
Engenharia Florestal) - Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, Piracicaba.

[2]HAKAMADA, R. E. Uso do
inventário florestal como ferramenta
de monitoramento da qualidade
silvicultural em povoamentos clonais
de Eucalyptus. 2012. 115 f. Dissertação
(Mestrado em Recursos Florestais) –
Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.

103
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação e comparação dos sistemas


mecanizado e manual de adubação de
base em plantios de Eucalyptus
ivan Fillietaz Balcão1; Rodrigo Eiji Hakamada2; Guilherme Zaghi Borges
Batistuzzo2; Leonardo Gueli Miranda3; Erico Picinatto Junior4

1
Graduando Eng. Florestal ESALQ/USP (ivanbalcao@hotmail.com); 2 Pesquisa &
Desenvolvimento International Paper do Brasil (rodrigo.hakamada@ipaper.com); 2Pesquisa &
Desenvolvimento International Paper do Brasil (guilherme.batistuzzo@ipaper.com); 3Eng. Florestal;
4
Coordenador de Silvicultura International Paper do Brasil (erico.picinatto@ipaper.com)

Introdução e objetivos mais no Brasil a dificuldade de encontrar


A qualidade da execução das operações mão-de-obra e os custos que essa envolve,
silviculturais é de fundamental importância propiciam o desenvolvimento de sistemas
para uma boa produtividade florestal, pois mecanizados.
assim obtém-se maior homogeneidade na O objetivo desse estudo foi comparar o
disponibilização dos recursos necessários sistema manual com o sistema mecanizado
para o crescimento. [1] de adubação de base quanto à qualidade e
A fertilização desempenha papel o desempenho operacional.
importante no desenvolvimento inicial
e crescimento ao longo do ciclo da Material e métodos
floresta por criar condições favoráveis Os estudos foram desenvolvidos nas áreas
nos atributos químicos do solo para o da International Paper, no município de
desenvolvimento radicular e crescimento Luiz Antônio. Os dois sistemas foram
das mudas. [2] O fósforo, por exemplo, avaliados em áreas de solo arenoso.
que é importante para o arranque inicial A distância ideal do adubo foi estabelecida
das plantas, apresenta baixa mobilidade pela distância mínima que o adubo deve
e alta fixação. Logo, aplicá-lo de forma ficar da muda para que não haja queima das
uniforme e homogênea é necessário, pois raízes e a uma distância onde o adubo fique
essa aplicação afetara o plantio até o final disponível para a planta. Na adubação
do ciclo da floresta. [3] manual, que é realizada em covetas laterais,
A adubação de base é uma operação a distância é de 30 a 35 cm da muda a uma
de baixa CcO (capacidade de campo profundidade de 15 cm (Figura1A). Para
operacional), exigindo assim uma grande a adubação mecanizada, que é realizada
quantidade de mão-de-obra. Cada vez em sulco contínuo por um implemento

104
Resumos Expandidos

específico para adubação de base com Resultados e discussão


controlador eletro-hidráulico (Figura1B), a A avaliação da profundidade recomendada
profundidade ficou estabelecida em 33 cm. de aplicação de adubo mostrou que ambos
os sistemas têm uma boa qualidade, porém
o sistema mecanizado supera o sistema
manual por sua maior uniformidade de
aplicação. Essa atividade tem uma variação
limite de até 10% para mais ou para menos
na profundidade. Na observação dessa
Figura 1. A) Adubação de base manual margem de aceitação é que notamos que
com matraca; B) Implemento específico
o sistema mecanizado tem um desvio
de adubação de base.
padrão da média significativamente menor
do que o desvio padrão do sistema manual,
Para tal avaliação foram realizadas mostrando que o sistema manual acarreta
aberturas no sulco de preparo de solo, em uma menor uniformidade da operação.
onde foi avaliada a qualidade da adubação. (Figura 3 e 4)
A avaliação foi feita em pontos que distam
entre si 50 metros, sendo realizados três
pontos em cada sulco, realizados um
sulco sim e outro não, a cada três sulcos
amostrados inverte-se o sentido da
amostragem (Figura2).
Para a avaliação de desempenho
operacional, foi realizado o estudo de
tempo e movimento tanto para o sistema
mecanizado, quanto para o manual. A fim Figura 3. Profundidade recomendada e
limites de variação na adubação manual.
de utilizar a CcO como dado comparativo.

Figura 2. Caminhamento da amostragem. Figura 4. Profundidade recomendada e


limites de variação na adubação mecanizada.

105
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A qualidade da adubação de base foi


melhor no sistema mecanizado por
apresentar uma aplicação de adubo mais
uniforme e com menor número de pontos
fora do limite aceitável.
Pelos estudos de tempos e movimentos foi
possível observar que a CcO dos sistemas
não diferem estatisticamente. Esse fato se
deve ao elevado desvio padrão apresentado Figura 5. Capacidade de campo operacional
pelo sistema mecanizado, que apresentou (CcO) dos dois sistemas, manual e mecanizado.
uma média de 0,66 ha.h-1, contra 0,32 ha.h-
1
do sistema manual, mas mesmo assim É necessário ainda realizar a análise
não provou ter uma CcO mais elevada. financeira do sistema mecanizado, para
(Figura 5) justificar a implantação do mesmo na
A CcO dos dois sistemas não apresentou operação.
diferença estatística, porém o sistema
mecanizado apresenta um potencial em Conclusões
aumentar essa CcO, em contra ponto O sistema mecanizado apresentou uma
o sistema manual não apresenta esse uniformidade maior em sua qualidade de
mesmo potencial. É preciso identificar preparo.
os problemas que causam essa grande Mesmo sem diferença estatística na CcO
variação no desempenho para que o dos dois sistemas, o mecanizado mostra,
sistema mecanizado supere o manual em que pode ter a CcO maior se tiver menor
CcO. variação.
Além da qualidade e da CcO, nos dias É necessário reduzir a variação da CcO do
sistema mecanizado.
de hoje, a dificuldade de se obter mão-
de-obra e a ergonomia no trabalho são
questões em pauta. Vale ressaltar que Referências
com a mecanização da operação elevamos [1]TRINDADE, C.; REZENDE, J. L. P.;
nosso colaborador de posto e melhoramos JACOVINE, L. A. G; SARTORIO, M. L.
as condições de trabalho. Ferramentas da qualidade: aplicação na
atividade florestal. Viçosa, MG: Universidade
Federal de Viçosa, 2000. 124 p.

[2]HAKAMADA, R. E.; STAPE,


J. L. Logística das atividades de
silvicultura de precisão na Aracruz

106
Resumos Expandidos

Celulose (Regional de São Mateus-


ES). 2005. Trabalho acadêmico (Estágio
Profissionalizante em Engenharia
Florestal) - Escola Superior de Agricultura
Luis de Queiroz, Universidade de São
Paulo, Piracicaba.

[3]BARROS, N. F.; NOVAIS, R. F.;


NEVES, J. C. L. Fertilização e correção
do solo para o plantio de eucalipto. In:
BARROS, N. F.; NOVAIS R. F. (Ed.).
Relação solo-eucalipto. Viçosa, MG: Ed
da UFV, 1990. p 127–186.

107
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Avaliação econômica de dois projetos


de reflorestamento de Eucalipto para
quatro alternativas de venda da madeira
Luiz Gustavo Catizani Carvalho¹; Harrison Belico Coelho²;
Luiz Carlos Araújo³; José Jhones Matuda4; Ângelo Márcio Pinto Leite5.

¹ Graduando em Engenharia Florestal UFVJM (lgcatizani@florestal.eng.br); ² Graduando em


Engenharia Florestal UFVJM (harrison_belico@hotmail.com); ³ Mestrando em Ciência Florestal
UFVJM (luizzaraujo@hotmail.com); 4 Mestrando em Ciência Florestal UFVJM (jjmatuda@
yahoo.com.br); 5 Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM (ampleite@ig.com.br)

Introdução e objetivos projetos florestais sejam realizados com


Os projetos de análise econômica de base em uma análise econômica que
reflorestamento no Brasil tiveram início explore a variação do capital no tempo.
com a introdução do eucalipto em 1904 [1]. Os agentes econômicos precisam decidir
Conhecer a estrutura de custos, preços, quanto produzir (área), como produzir
taxas de juros, produção presente e futura (manejo) e para qual segmento produzir
(que cada sítio e espécies podem propiciar (energia, celulose, serrados, etc).
ao longo do tempo) é importante para Objetivou-se com esta pesquisa avaliar
que as decisões gerenciais possam ser os custos de produção e a rentabilidade
tomadas de maneira mais eficiente. econômica por meio dos indicadores
Integrando-se as informações sobre as econômicos: Valor Presente Líquido
prognoses de produção de madeira e (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR),
os critérios de análise de investimentos, Valor Anual Equivalente (VAE) e
várias decisões podem ser tomadas, tais Razão Benefício Custo (R/C), de dois
como: o momento de efetuar desbastes, povoamentos de Eucalipto, sendo um
a definição da rotação econômica ótima de alta tecnologia e produção e outro de
por sítio, a detecção de excedente ou baixa, a serem implantados no município
escassez do produto considerado, o estudo de Curvelo, MG.
de casos sobre aquisição ou não de terras
em função da distância de transporte do Material e métodos
produto considerado e inferências sobre A área de plantio definida foi de 250
a utilização dos múltiplos produtos da hectares (ha), com uma densidade
madeira, dentre outras [2].
populacional inicial de 1.666 árvores no
Levando em consideração essas variáveis,
espaçamento 3 x 2 m, para todos os usos
é de fundamental importância que os
da madeira.

108
Resumos Expandidos

O horizonte de planejamento para os para siderurgia, e; venda da madeira para


projetos de produção de carvão vegetal, serraria.
madeira cortada e empilhada e madeira Os valores de venda dos produtos são
em pé foi de 7 anos, efetuando corte apresentados na Tabela 2, assim com
raso da floresta ao sétimo ano. Para os custos por hectare das atividade de
madeira destinada a serraria adotou-se um colheita, transporte e carbonização
horizonte de planejamento de 14 anos, (Tabela 3).
com prescrição de desbaste aos 7 anos na
proporção de 35%, resultando em uma Item Unidade R$/Un.
densidade populacional final de 1080 Madeira em pé m³ 51,47
árvores por hectare. Madeira cortada
m³ 73,53
A Tabela 1 apresenta os dados referentes e empilhada
aos custos de implantação, manutenção, Madeira para serraria m³ 220,59

colheita e transporte, obtidos a partir de Carvão vegetal mdc 103,00

planilhas disponíveis na “home Page” Tabela 2. Valores de venda dos produtos


da CEDAGRO. Dois projetos distintos
foram eleitos para realização das análises
Atividades Proj. P C¹ C²
econômicas, o projeto A, considerado de
Colheita semi A 245,0 6,5 1582,7
alta tecnologia e produtividade esperada
mecanizada B 180,0 6,5 1162,8
de 245 m³/ha, e o B de baixa tecnologia,
A 245,0 15,3 3750,0
produtividade 180 m³/ha. Carbonização
B 180,0 15,3 2754,0
Custo em R$/ha Transporte A 245,0 10,0 2450,0
Ano de
Atividade Projeto Projeto (100 km) B 180,0 10,0 1800,0
ocorrência
A B
Tabela 3. Valores de custos (C¹ - R$/m³; C² -
Implantação 0 3255,33 2463,49
R$/ha) das atividades de colheita, transporte
Manutenção 1 175,25 420,25 e carbonização da madeira dos projetos A e
Manutenção 2 168,5 168,5 B referentes a suas respectivas produtividades
Manutenção 3 161,75 161,75 (P– m³/ha).
Manutenção 4 ao 7 – 14* 159,5 161,75

Tabela 1. Valores de custos dos projetos A e O valor médio da terra na região é de R$


B. * Referente ao horizonte de planejamento 3.000,00/ha, sendo este valor multiplicado
de 14 anos por três taxas de desconto (6% a.a. 9%
a.a. e 12% a.a.) com intuito de obter o
Foram consideradas quatro possibilidades custo anual da terra, cujos valores são
de venda da produção florestal, a saber: apresentados na Tabela 4.
venda da madeira em pé; venda da madeira
cortada; produção e venda de carvão

109
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Taxas de Custo Anual da Terra Alternativa de 6% a.a.


desconto (R$/ha) venda da P
VPL VAE R/ C
6% a.a 180 madeira
9% a.a 270 Cortada e A 1291,9 53,6 1,2

12% a.a 360 empilhada B 159,9 5,8 1,0


A 2358,9 98,8 1,2
Tabela 4. Custo anual da terra de acordo com Carvão
B 932,1 38,4 1,1
cada taxa de juros
A 2382,7 99,8 1,5
Em pé
B 993,1 41,0 1,2
Resultados e discussão A 16232,9 455,6 2,9
Os custos totais nos projetos A e B foram Serraria
calculados para implantação e manutenção B 10784,4 302,4 2,5
do povoamento, sendo estes, em alguns casos Tabela 5. Valores de VPL, VAE e R/C
somados aos custos de colheita, carbonização referentes às alternativas de venda da madeira
e transporte da madeira (Tabela 3) de acordo para os projetos A e B. P = projeto
com o produto final obtido. Desta forma,
os custos de implantação e manutenção,
excluindo o custo anual da terra, totalizaram Com base na TIR (Tabela 6) verificou-se
R$ 4.239,33 e R$ 3.699,24 por hectare viabilidade dos projetos A e B para a taxa
para horizonte de planejamento de 7 anos de desconto de 6% a.a. considerando a
nos projetos A e B, respectivamente. Já, alternativa de venda da madeira cortada e
considerando o horizonte de 14 anos, estes empilhada. Para esta mesma alternativa de
passaram para R$ 5.355,83 no projeto A e R$ uso da madeira nas demais taxas, os projetos
4.831,49 no projeto B. não foram viáveis economicamente.
A diferença de custos entre ambos se deve TIR
Alternativa de
principalmente a menor quantidade de venda da P 6% 9% 12%
fertilizante e calcário aplicados ao projeto B madeira a.a. a.a. a.a.
na fase de implantação (ano 0); e aplicação Cortada e A 0,1022 0,0856 0,0692
de herbicida e fosfato natural apenas no empilhada B 0,0667 0,0458 0,0255
projeto A, nesta mesma fase. Outra diferença A 0,1314 0,1157 0,1002
Carvão
marcante é o fato de que, por apresentar B 0,0962 0,0765 0,0572
uma expectativa de produtividade menor, os A 0,1320 0,1178 0,1040
custos com transporte e colheita da madeira, Em pé
B 0,0984 0,0809 0,0640
no projeto B são menores. A 0,1814 0,1729 0,1648
Os valores de VPL, VAE e R/C atualizados Serraria
B 0,1634 0,1531 0,1434
pelas taxas de desconto de 6, 9 e 12% a.a.
referentes às alternativas de venda da madeira Tabela 6. Valores de TIR referentes às
nos dois projetos avaliados são apresentados alternativas de venda da madeira para os
dois projetos (P) avaliados
no Tabela 5.

110
Resumos Expandidos

Conclusões
Dos dois projetos avaliados, o A foi o que
apresentou melhor resultado em todas
as situações. Quanto ao destino final do
povoamento, a madeira para serraria foi
à opção que apresentou maior viabilidade
econômica em todas as situações
estudadas, proporcionando um maior lucro
para o produtor. Considerando apenas
o horizonte de planejamento de 7 anos a
melhor alternativa foi a opção de venda da
madeira em pé, seguido de carvão vegetal e
madeira cortada e empilhada. O alto valor
de compra da terra na região de estudo,
afetou significativamente a lucratividade
dos projetos, devendo este ser um fator
preponderante na análise financeira de
investimentos florestais.

Referências
[1]FLORESTA BRASIL. As florestas
brasileiras. Disponível em: <http://www.
florestabrasil.com.br/florplant.htm>.
Acesso em: 25 jul. 2001.

[2]SCOLFORO, J. R. S. O sistema
PISAPRO. Lavras: FAEPE/UFLA, 1997.
99 p.

111
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Balanço energético na implantação de


Eucalipto
Ezer Dias de Oliveira Júnior1 Lucio B. Kroll²

¹ Docente Fatec-CB (ezer.junior@fatec.sp.gov.br)


² Docente aposentado Unesp Botucatu (lbkroll@hotmail.com)

Introdução e objetivos pode ser otimizado se considerada a


O total de energia necessária para produtividade energética do povoamento
realização da implantação será florestal em função do espaçamento e da
diretamente proporcional ao número de espécie cultivada. Segundo Brito (1983), o
operações envolvidas, considerando-se o maior potencial de produção energética foi
desempenho e capacidade das máquinas do Eucalyptus urophylla no arranjo de 1,5 x
nas diversas operações. 2,0m com cerca de 322GJ.ha-1.ano-1.
Suiter Filho et al. (1982) computaram Börjesson (1996) estimou o consumo
os dados de consumo de energia na médio dos combustíveis fósseis de acordo
implantação de floresta de eucalipto para com a demanda tecnológica e o custo
produção de carvão vegetal e concluíram energético da produção de biomassa para
que o balanço de energia era positivo, as os anos de 1996 e 2015. O resultado da
operações de transplante de mudas e a produtividade energética líquida em 1996
condução do povoamento tiveram um para a floresta de Salix foi de 172 GJ.ha-1.
consumo médio de 4.138 MJ.ha-1, cerca de ano-1, cerca de 21 vezes a energia investida.
8% do total da atividade. Na estimativa para o ano de 2015 essa
Segundo Helsel (1993), os agroquímicos produtividade seria 322 GJ.ha-1.ano-1,
representam um grande dispêndio cerca de 36 mais que o investido na fase
energético na fase de condução de silvicultural. Pela análise de sensibilidade,
uma cultura, pois mesmo aplicados em o autor concluiu que a produtividade
pequena quantidade em termos absolutos, energética líquida é diretamente
relativamente há mais energia agregada por proporcional aos ganhos de produtividade
esse insumo do que em qualquer outro. Em da floresta e indiferente ao investimento
média os agroquímicos requerem de 4 a 5 energético nos insumos. Nesses últimos,
vezes mais energia por unidade de massa a alteração em 50% da entrada de energia
para serem produzidos, se comparado aos alterou apenas de 3 a 4% da produtividade
fertilizantes nitrogenados. energética líquida da cultura.
De acordo com Brito et al. (1979), o O objetivo principal deste trabalho foi
balanço de energia na fase silvicultura analisar o consumo de energia investida

112
Resumos Expandidos

na atividade de implantação e também atividades de implantação e condução


identificar os fatores de maior influência foram consideradas além de operações
em cada operação em relação às demais mecanizadas, também algumas manuais,
atividades silviculturais comparado ao sendo os dados expressos em unidades
potencial energético existente na madeira de energia por hectare. As conversões
produzida no final da rotação. energéticas foram feitas pelo método
matemático de equações conforme a
Material e métodos metodologia utilizada por Sartori & Basta
Tratores e máquinas foram considerados (1999). Buscou-se com isso validar para o
como produtos manufaturados, que setor florestal, a eficácia da metodologia
tiveram um consumo de energia para recomendada pelos autores.
serem construídos, e ao contabilizá-los
foram considerados as horas gastas e a Resultados e discussão
massa do trator utilizado na operação. As Os dados utilizados para os cálculos
atividades silviculturais foram agrupadas de dispêndio energético das operações
em três etapas, sendo: em cada atividade são apresentados na
a) Preparo do solo: A operação realizada Tabela 1, conforme a característica de
com trator de pneus (TP) no preparo cada operação, desempenho e consumo de
e correção do solo, compreendendo insumos.
também as operações manuais de controle
Emo Ema Ecomb TOTAL
de pragas com utilização de dosador e Atividades (MJ. (MJ. (MJ. Einsumo (MJ. (%)
(MJ.ha )
-1

auxílio de trator com carreta, utilizada para ha ) ha ) ha )


-1 -1 -1
ha )
-1

reabastecimento de corretivos. Preparo


solo
do
21,3 20,9 791,0 5180,9 6014,1 33,4

b) Transplante: considerou-se a operação Transplante 56,5 118,8 4154,4 2321,7 6651,4 37,0
de transplante das mudas com utilização Condução/
24,0 35,6 1361,4 3909,2 5330,2 29,6
do implemento transplantador de linha cultivo
Total 101,9 175,3 6306,8 11411,7 17995,6 100
simples acoplado ao trator de pneus,
auxiliado por conjunto trator mais carreta, Tabela 1. Descrição, consumo e desempenho
no reabastecimento das mudas. das operações na atividade silvicultural. Emo =
entradas de energia pela mão de obra Ema =
c) Condução: foram consideradas as
entradas de energia pelas máquinas Ecomb =
operações na manutenção de aceiros, entradas de energia pelo uso de diesel Einsumo =
na capina química, nas adubações de entradas de energia pelo uso de insumos
cobertura e capinas ao longo dos anos até
o corte.
O resultado final de 18 GJ.ha-¹ representou
Os cálculos de conversão foram feitos
um investimento médio de 2570,8MJ.
classificando-se o fluxo das entradas de
ha-1.ano-1 na fase silvicultural. O maior
energia direta e energia indireta. Para as
investimento energético foi na atividade

113
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

de transplante, dado pela produtividade Referências


do conjunto trator – implemento e a de BBORJESSON, P. Energy analysis of
menor investimento foi a atividade de biomass produtcion and transpotation.
condução. Biomas and Bioenergy, v. 11, n. 4, p.
Se consideradas as formas de energia 305–318, 1996.
média investida nas atividades de
silvicultura, verificou-se que a mão de BRITO, J. O.; BARRICHELO, L. E.
obra representou a menor participação G.; COUTO, H. T. Z.; FAZZIO, E. C.
no dispêndio de energia, 0,6% do total, a M.; CORRADINI, L.; CARRARA, M.
depreciação energética das máquinas 1,0%, A.; MIGLIORINI, A. J. Avaliação das
o combustível cerca de 35,0% e os insumos características dos resíduos de exploração
(fertilizantes, herbicidas e formicidas), a florestal do eucalipto. IPEF, Piracicaba, n.
grande parte, com 63,4%. Considerando- 62, p. 1-8, ago. 1979.
se a energia agregada pelas mudas como
item insumo, estas representaram 60,6% BRITO, J. O. Produtividade energética das
do consumo energético na sua etapa. populações de Eucalyptus aos 2,5 anos
O potencial energético dessa floresta, ou de idade implantadas em Jupiá / MS. In:
seja, a energia contida na biomassa é cerca SIMPÓSIO ENERGIA DA BIOMASSA
de 996GJ (Brito, 1983), assim tem-se um FLORESTAL, São Paulo, 1983. Anais...
balanço positivo 55 vezes maior entre a São Paulo: CESP, 1983. p. 94–100.
energia investida na fase silvicultural se Relatório Final.
comparada à produzida ao final.
A maior demanda de energia se dá pelos HELSEL, Z. R. Energy and alternatives
insumos provenientes da matriz fóssil, for fertilizer and pesticide use. 1993.
tais como fertilizantes e agroquímicos. Disponível em: <http://www.sarep.
A produtividade das máquinas também ucdavis.edu/NEWSLTR/v5n5/sa-12.
é importante na redução da intensidade htm>. Acesso em: 21 out. 2003.
energética na atividade, associada ao
consumo de diesel.

Conclusões
Pode-se supor que o investimento
tecnológico em máquinas e insumos será
a forma mais racional de se atingir as boas
práticas de investimento energético nos
reflorestamentos para o abastecimento da
madeira com fins industriais.

114
Resumos Expandidos

Biomassa de Eucalipto em diferentes


espaçamentos de plantio no Sudoeste
Goiano
Robson Schaff Corrêa¹; Eduardo Morais Vieira²; Alexandre Burgo Castilho²;
Nikerson Guimarães de Lima²; Allyne Ferreira Santos²

¹ Engenheiro Florestal, Prof. Dr. do Curso de Engenharia Florestal,


Universidade Federal de Goiás – Câmpus Jataí (schaffcorrea@ufg.br);
² Graduando, Curso de Engenharia Florestal, UFG – CAJ (eduardomoraisvieira@hotmail.com)
(alexandreburgo.castilho@gmail.com) (nikersonlima@hotmail.com)
(ferreirasantos.ninacdf.allyne@gmail.com)

Introdução e objetivos Material e métodos


O eucalipto produz grande quantidade de O experimento foi conduzido em uma
biomassa, devido à sua elevada adaptação área Experimental do curso de Engenharia
ao clima e às condições encontradas no Florestal da Universidade Federal de
Brasil, de maneira geral. Contudo, as Goiás, localizado no município de Jataí,
plantas apresentam características quanto inserido na região sudoeste do Estado de
à sua adaptação aos distintos ambientes, Goiás, com altitude de 621 metros, em um
sob a influência de diversos fatores na Plintossolo. A espécie utilizada para estudo
produtividade, tais como pluviosidade, foi o híbrido E. camaldulensis x E. grandis.
temperatura, umidade, classes de solo, Conforme a classificação climática de
tecnologia do produtor, espécie e, Köppen, o clima da região é classificado
recentemente, em plantios clonais, o como Awa, tropical de savana,
genótipo também tem influenciado a mesotérmico, com chuva no verão e seca
produtividade florestal [1], além dos no inverno. A precipitação média anual é
tratamentos silviculturais adotados para de 1645 mm e a temperatura média anual
espécie, como a adubação, espaçamento, de 23,7 ºC.
poda, desbaste, entre outros. Os cinco tratamentos aplicados seguiram
O objetivo do presente estudo foi verificar o delineamento inteiramente casualizado,
a influência do espaçamento de plantio na com três repetições, obtendo-se um
produção de biomassa do tronco (madeira número total de 15 parcelas. Os tratamentos
+ casca) por área e para árvores individuais aplicados foram os espaçamentos de 3 m x
para um híbrido de Eucalyptus grandis x 1 m, 3 m x 2 m, 3 m x 3 m, 4 m x 3 m e 4
Eucalyptus camaldulensis aos 12 meses de m x 4 m.
idade, em Jataí-GO. Aos doze meses de idade, excluindo-se uma
linha externa utilizada como bordadura,

115
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

cada parcela teve as plantas internas do compartimento de cada árvore pelo


mensuradas para verificação do diâmetro número de árvores em um hectare, que
à 1,3 metros da superfície (DAP) e da variou de acordo com o espaçamento
altura total (HT). Nessa mesma idade adotado e a mortalidade ocorrida em cada
foi avaliada a produção de biomassa do parcela.
compartimento tronco em cada parcela, Foi realizado o teste de análise de variância
utilizando-se uma árvore pertencente à (ANOVA) ao nível de 5% de significância
mesma classe diamétrica da árvore de para verificar a existência de diferença entre
diâmetromédio de cada parcela, conforme os tratamentos avaliados. Na comprovação
o método de Sturges [2]. da diferença foram realizados ajustes de
O método de determinação de biomassa
equações lineares de primeiro grau, em
do tronco foi o direto ou destrutivo, no
que a densidade de plantio de cada parcela
qual as árvores foram abatidas ao nível do
foi considerada variável independente
solo. Quantificou-se a massa fresca total
e a produção de biomassa a variável
em balança de carga, com capacidade de
dependente. Nos modelos foi verificado
até 15 kg, com posterior amostragem do
o coeficiente de determinação (R²) e a
mesmo.
análise da significância dos coeficientes
A amostragem consistiu em um disco de
cerca de 10 cm de comprimento retirado dos termos das regressões.
na metade da altura total das árvores. As análises estatísticas foram realizadas
Posteriormente, a massa fresca das com o auxílio do programa estatístico
amostras foi aferida, com auxílio de uma SAS, com verificação da normalidade da
balança de precisão de 0,01 g, e em seguida distribuição dos resíduos pelo teste de
foram submetidas à secagem em estufa Shapiro-Wilk, homogeneidade da variância
com renovação e circulação forçada de ar pelo teste de White e independência dos
a 65 ºC, até obtenção de massa constante. resíduos pela estatística de Durbin-Watson
A massa seca total do compartimento [3]. No caso de não atendimento dos
tronco (madeira + casca) de cada árvore, pressupostos do modelo, foi realizada
ou seja, a biomassa individual de tronco de transformação logarítmica da variável
cada árvore, foi estimada pela relação: dependente para ajuste dos dados.
MST = (MFT x MSA) / MFA Os coeficientes gerados na regressão, assim
Em que: MST=massa seca total (kg); como o teste de Shapiro-Wilk e White,
MFT=massa fresca total (kg); MFA=massa foram analisados ao nível de significância
fresca da amostra (g); MSA=massa seca da de 5%. Enquanto que o teste de Durbin-
amostra (g). Watson foi analisado conforme [3].
A biomassa do compartimento tronco
das árvores, por unidade de área, foi
determinada multiplicando a biomassa

116
Resumos Expandidos

Resultados e discussão densidade de plantio na produção de


A distribuição da biomassa do tronco, plantações florestais. Dentre esses
por hectare, variou com o espaçamento, trabalhos vale ressaltar os desenvolvidos
ou seja, com a densidade de plantas por por [4], trabalhando com E. camaldulensis
hectare (Figura 1). aos 52 meses, [5], trabalhando com E.
camaldulensis com 20 meses de idade, e [6],
avaliando o mesmo híbrido deste trabalho,
E. grandis x E. camaldulensis, com 24 meses
de idade.
Os valores da produção de biomassa
do tronco, por árvore individual, não
apresentaram diferença estatística
significativa entre os tratamentos avaliados
(p > 0,05), indicando que os espaçamentos
de plantio não influenciaram a produção
de biomassa das plantas individualmente.
Obteve-se uma produção média de
Figura 1. Equação ajustada para estimar
a biomassa do tronco (madeira + casca) biomassa do tronco correspondente a 4,19
em plantio de E. grandis x E. camaldulensis kg árvore-1.
aos 12 meses de idade e sob diferentes Contudo, esses resultados não possibilitam
espaçamentos de plantio, no município de indicar o espaçamento de maior produção
Jataí-GO.
de biomassa do tronco das árvores, em
razão da avaliação ter sido realizada na fase
A produção de biomassa do tronco das inicial de desenvolvimento das árvores,
árvores, por unidade de área, variou de as quais possivelmente apresentaram-se
2,80 Mg ha-1 à 15,53 Mg ha-1, aumentando em baixa competição nos espaçamentos
de acordo com a redução do espaçamento mais adensados e ainda não ocuparam
entre as plantas. A maior produção de a área disponível para crescimento nos
biomassa do tronco, por unidade de área, espaçamentos mais amplos.
foi obtida nos menores espaçamentos,
sendo que o espaçamento 3 m x 1 m Conclusões
obteve maiores resultados, principalmente O espaçamento de plantio influencia a
em virtude da maior quantidade de árvores produção de biomassa do tronco, por
nesse tratamento em relação aos demais. unidade de área, de
Esses resultados são corroborados por E. grandis x E. camaldulensis, aos 12 meses
uma série de autores que têm desenvolvido de idade. O espaçamento 3 m x 1 m é o
trabalhos a respeito da influência da mais indicado para o estabelecimento dessa

117
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

espécie na região de estudo, em função da adubação e ao espaçamento. Revista


obtenção de maiores produtividades de Árvore, Viçosa, MG, v. 27, n. 1, p. 15-23,
biomassa do tronco, por unidade de área, 2003.
aos 12 meses de idade.
Recomenda-se a continuidade do estudo [6]MÜLLER, M. D.; COUTO, L.; LEITE,
para obtenção de resultados e conclusões H. G.; BRITO, J, O. Avaliação de um clone
em idades mais avançadas. de eucalipto estabelecido em diferentes
densidades de plantio para produção de
Referências biomassa e energia. Biomassa & Energia,
[1]BENATTI, B. P. Compartimentalização Viçosa, MG, v. 2, n. 3, p. 177-186, 2005.
de biomassa e de nutrientes em
estruturas de plantas de eucalipto
cultivadas em solos distintos. 2010. 114
f. Dissertação (Mestrado em Ciência do
Solo) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras.

[2]FINGER, C. A. G. Fundamentos de
biometria florestal. Santa Maria, RS:
UFSM/CEPEF/FATEC, 1992. 269 p.

[3]SCHNEIDER, P. R.; SCHNEIDER,


P. S. P.; SOUZA, C. A. M. Análise de
regressão aplicada à engenharia
florestal. Santa Maria, RS: FACOS, 2009.
294 p.

[4]LELES, P. S. S.; REIS, G. G.; REIS, M. G.


F.; MORAIS, E. J. Crescimento, produção
e alocação de matéria seca de Eucalyptus
camaldulensis e E. pellita sob diferentes
espaçamentos na região do cerrado, MG.
Scientia Florestalis, Piracicaba, n. 59, p.
77-87, 2001.
[5]OLIVEIRA NETO, S. N.; REIS, G. G.;
REIS, M. G. F.; NEVES, J. C. L. Produção
e distribuição de biomassa em Eucalyptus
camaldulensis Dehn. em resposta à

118
Resumos Expandidos

Brotação e enraizamento de clones de


Eucalyptus spp. à coletas sucessivas de
miniestacas em minijardim clonal
Anderson Marcos de Souza1; Lucas Henrique Morais Ferreira2

1
Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB/FT (andersonmarcos@unb.br);
2
Graduando Engenharia Florestal UnB/FT (lucashenriquemf@gmail.com)

Introdução e objetivos grandis), GG100 (Eucalyptus urophylla),


O minijardim clonal pode ser manejado isto por serem considerados os melhores
e mantido sob diferentes condições, clones do viveiro.
independentemente de como manejado, O experimento foi implantado no
as minicepas são submetidas a sucessivas delineamento inteiramente casualizado
coletas de brotações e isto por sua vez (DIC), em esquema fatorial (4 x 2), com
quatro dias de coleta das miniestacas na
pode afetar diretamente o enraizamento.
semana (2ª, 3ª, 4ª e 5ª feira) e em duas
A qualidade final das mudas clonais de
condições as minicepas (sol e sombra), em
eucalipto está diretamente relacionada
sete repetições com dez plantas cada. As
com o manejo do minijardim clonal
avaliações foram realizadas aos 45 dias de
(sombreamento, irrigações deficitárias
sombreamento, sendo número de brotos/
ou em excesso, nutrição inadequada e minicepa, comprimento radicular, número
competição com ervas daninhas) e de raízes e peso seco das raízes.
padrão de brotos produzidos (MÔNICO,
2012; LOPES, 2008). Neste sentido, o Resultados e discussão
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito Na interação entre os dois fatores para o clone
das coletas sucessivas de brotações em I144 foi observada diferença significativa
minicepas sobre a produção de miniestacas apenas na variável comprimento radicular
em condição de sol e sombra, bem como (Figura 1).
na resposta ao enraizamento.

Material e métodos
O estudo foi realizado no viveiro
florestal da empresa Viaverde Florestal no
município de Abadiânia – GO (16º12’31”S
48º44’26”W). Para a condução do estudo
foram selecionados dois clones I144
(híbridos de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus Figura 1. Valores médios do comprimento do
radicular para o clone I44.

119
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Tanto na condição de sol quanto de


sombra, a média da variável comprimento
de raiz do primeiro dia de coleta foi
significativamente maior em relação
aos demais dias. Comparando as duas
condições, a condição de pleno sol foi
significativamente mais favorável ao
comprimento radicular das miniestacas
proveniente do quarto dia de coleta,
Figura 2. Valores médios do comprimento
e numericamente maior no segundo e
radicular, número de raízes e peso seco para o
terceiro dia. A condição de sombra foi clone GG100.
significativamente mais favorável para as
miniestacas provenientes do primeiro dia
Para variável comprimento radicular, em
de coleta.
condição de pleno sol, a média do quarto
Para o clone GG100 diferença significativa
dia foi significativamente maior que as
foi encontrada na interação dos dois
demais. Analisando-se a condição sombra,
fatores em três variáveis (Figura 2).
a média de comprimento radicular de
brotos provenientes do primeiro dia de
coleta foi significativamente superior à do
segundo dia de coleta, que, por sua vez,
foi superior ao do terceiro e do quarto dia.
Ainda em relação à variável comprimento
radicular, comparando-se as duas
condições (pleno sol e sombra), verifica-
se que a condição de sombra apresentou,
numericamente, maiores médias em três
dos quatro dias de coleta, sendo esta
diferença significativa nos dois primeiros
dias de coleta. No quarto dia, a diferença
foi significativamente maior na condição
de pleno sol. Já na variável número de
raízes, a interação entre os fatores mostra
que, na condição de pleno sol, não houve
diferença significativa das médias de
raízes provenientes de miniestacas da
primeira e segunda coleta. Estas médias
foram superiores à média do terceiro

120
Resumos Expandidos

dia, sendo estas superiores às do quarto intervalo entre os dias de coleta de


dia. Analisando-se a condição de pleno minicepas no minijardim clonal, o que
sombreamento, observa-se que a média do permitirá manter uma maior produção de
primeiro dia foi significativamente superior miniestacas por minicepas e um melhor
às demais. As médias do segundo e quarto enraizamento das mesmas.
dias não apresentaram diferença estatística
entre si, mas foram significativamente Referências
maiores que as do terceiro dia.
LOPES, J. L. W. Qualidade de mudas
Fazendo-se a comparação entre as médias
clonais do híbrido de Eucalyptus
nas duas condições, verifica-se que o
grandis vs. Eucalyptus urophylla,
número médio de raízes de miniestacas
submetidas a diferentes regimes
advindas da primeira coleta não apresentou
hídricos. 2008. Tese (Doutorado em
diferença significativa entre a condição
Agronomia) - Universidade do Estado de
de pleno sol e de sombreamento. Já as
São Paulo, Botucatu, SP.
médias da segunda e terceira coletas são
significativamente maiores na condição
de sombra, enquanto que as miniestacas MÔNICO, A. C.; Silva, C. R. R. Minijardim
oriundas da coleta do quarto dia clonal: o princípio da cadeia produtiva da
apresentaram, em média, maior número de madeira. Revista da Madeira, São Paulo,
raízes na condição de pleno sol. n. 133, dez. 2012.
O comportamento da variável peso seco
é semelhante ao das duas outras variáveis
analisadas.

Conclusões
A coleta de miniestacas nas minicepas
deve ser realizada respeitando um
intervalo de dias de uma coleta para outra,
evitando-se a coleta em dias consecutivos,
independente das minicepas estarem sobre
sombreamento ou não;
Tanto a produção de brotos e/ou
minicepas, quanto o enraizamento foram
influenciados e apresentaram perdas em
decorrência da coleta miniestacas em dias
consecutivos;
Recomenda-se para o período chuvoso
ao invés do sombreamento, um maior

121
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Caracterização morfológica de uma


anomalia em mudas de
Eucalyptus grandis
Paola Mazza Revolti1; Celso Luis Marino2; Shinitiro Oda3;
Tatiane Maria Rodrigues4; Kleber Alexandre Campos5

Pós-Graduanda Gen . Vegetal IBB/UNESP (paolamrevolti@yahoo.com.br); 2Prof.


1

Dr. Departamento de Genética IBB/UNESP ; 3Cia. Suzano Papel e Celulose; 4Prof.


Dr. Departamento de Botânica IBB/UNESP; 5Assistente de Suporte Acadêmico II,
Departamento de Botânica IBB/UNESP

Introdução e objetivos segregação mendeliana 3:1 na progênie


De ocorrência natural na Austrália, o [6]. As plântulas anômalas, que morriam
gênero Eucalyptus possui uma ampla em poucos meses, são caracterizadas por
diversidade de espécies, variedades e superbrotamento caulinar, redução de
híbridos (mais de 900) [1, 2, 3]. Por altura, redução drástica da área foliar e
apresentar determinadas características alteração na forma do limbo da folha.
vantajosas para sua introdução e Desde então o CAGEM (Centro de Análises
manutenção, como crescimento rápido, Genéticas e Moleculares) vem estudando
alta produtividade, ampla diversidade as causas genéticas de tal anomalia. Por
de espécies, grande capacidade de estas razões o objetivo desse trabalho foi
adaptação, Eucalyptus tornou-se o gênero a caracterização morfoanatômica de dois
mais amplamente utilizado em plantios materiais (normal e anômalo), procurando
florestais no Brasil e no mundo [3, 4]. por padrões diferenciados nos mutantes.
Técnicas de melhoramento genético
florestal têm sido usadas com o intuito Material e métodos
de aumentar a produtividade, introduzir Foram utilizadas 40 plântulas (20 normais
características desejáveis para o mercado e 20 anômalas) obtidas por cruzamento
e reduzir impactos ambientais [5]. controlado de Eucalyptus grandis (indivíduos
São evidentes as perdas na produção G07 e G26), cedidas pelo programa de
de mudas e atrasos em programas de melhoramento florestal da empresa Suzano
melhoramento causados pelos efeitos Papel e Celulose. Para a análise morfológica
negativos de alelos recessivos deletérios. cinco parâmetros foram avaliados: altura
Ao realizar um cruzamento controlado de das plântulas, diâmetro da base do caule,
Eucalyptus grandis, a empresa Suzano Papel área foliar, formato da folha e número de
e Celulose detectou uma anomalia com ramificações laterais caulinares.

122
Resumos Expandidos

Para os estudos anatômicos, o material foi controlada por um gene recessivo de


fixado em FAA 50 (formaldeído, ácido efeito principal, ocorrendo uma interação
acético e álcool etílico) por 24 horas, sendo tipo pleiotropia. Podemos identificar
transferido para álcool 70% [7] onde as seguintes características: redução do
permaneceu estocado até o processamento. volume da raiz (Figura 1 A), presença de
Este material foi desidratado em série ramificações laterais caulinares e redução
etílica [8], e emblocado em resina sintética na altura da planta (Figura 1 B), redução
glicol metacrilato, segundo métodos da área foliar e alterações no formato do
usuais. Os blocos foram seccionados em limbo foliar (Figura 1 C).
micrótomo rotativo semi-automático e os
cortes (5µm) foram corados com azul de
toluidina 0,05% em tampão acetato, ph
4,3 [9]. As lâminas foram montadas com
Entelan e analisadas ao microscópio de luz
Leica DMLS, com câmera acoplada.
Microscopia eletrônica de varredura
(MEV) foi realizada no Centro de
Microscopia Eletrônica (CME), localizado Figura 1. (A) Raiz de planta normal (abaixo)
no IBB/UNESP. O material foi fixado e anômala (acima) e seu corte transversal;
(B) Parte aérea de planta normal (esquerda)
em glutaraldeido 2,5% em tampão fosfato e anômala (direita) e corte transversal; (C)
0,1M, ph 7,3 [10]. Após 24 horas os Folha normal (esquerda) e anômala (direita)
fragmentos foram lavados em tampão e corte transversal.
fosfato 0,1M, e pós-fixados em tetróxido
de ósmio a 1% em tampão fosfato, por Na análise anatômica torna-se evidente
um período de 2 horas [10]. A seguir, o a diferença da área total entre todos os
material foi submetido à desidratação materiais. Nos cortes transversais da raiz
em série etílica crescente e à secagem em observamos uma área de 16568655,09µm²
ponto crítico. Após metalização com ouro na planta normal e 316705,55µm² na
[10], as amostras foram observadas em planta anômala. Outra característica que
microscópio eletrônico de varredura FEi chama a atenção é a largura dos elementos
Quanta. de vasos, sendo a média de 24µm na planta
normal e 32,5µm na anômala. Nos cortes
Resultados e discussão transversais do caule a área observada foi
As plantas anômalas apareceram na de 7965648,63µm² na planta normal e de
progênie em uma proporção mendeliana 203740,5µm² na anômala, no entanto as
de 3:1 (8360 normais : 2880 anômalas), médias da largura dos elementos de vasos
sugerindo que essa característica seja se invertem, sendo de 17µm na planta

123
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

normal e de 5,5µm na anômala. Nos cortes Referências


transversais da folha, o comprimento do [1]BOLAND, D. J.; BROOKER, M. I.
limbo foliar da nervura principal até o H.; CHIPPENDALE, G. M.; HALL, N.;
bordo do limbo da planta normal foi de HYLAND, B. P. M.; JOHNSTON, R. D.;
6817,57µm, e na anômala de 3253,72µm; as KLEINIG, D. A.; McDONALD, M. W.;
médias da largura dos elementos de vasos TURNER, J. D. Forest trees of Australia.
também foram maior na planta normal, Melbourne: CSIRO, 2006. 736 p.
19µm, do que na anômala, 7,20µm.
[2]BROOKER, M. I. H.; KLEINIG, D.
A. Field guide to Eucalyptus. 2nd ed.
Conclusões Melbourne, Australia: Bloomings Books,
Morfologicamente, além da área foliar
2004. v. 3.
reduzida, as plantas anormais apresentaram
folhas lanceoladas e borda ondulada. Nas
[3]GRATTAPAGLIA, D.; KIRST, M.
plantas normais, são ovaladas e de borda
Eucalyptus applied genomics: from
lisa.
gene sequences to breeding tools. New
Em geral, mudas em viveiro de
Phytologist, v. 179, p. 911-929, 2008.
eucalipto possuem um único caule após
a germinação, assim como as plantas
[4]MORA, A. L.; GARCIA, C. H. A
normais apresentaram, no entanto as
cultura do eucalipto no Brasil. São
anômalas possuíam ramificações laterais,
Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura,
em um número variável de 2 a 13.
2000. p. 112.
Parece que o sistema condutor se
desenvolve menos na parte aérea
[5]GOLLE, D. P.; REINIGER, L. R.
(caule e folhas) de plantas anômalas
S.; CURTI, A. R.; BEVILACQUA, C.
em comparação com as normais. Na
B. Forestry improvement: emphasis on
raiz, ocorre o inverso. A identificação
biotechnology application. Ciência Rural,
dos alelos recessivos deletérios e,
Santa Maria, RS, v. 39, n. 5, p. 1606-1613,
consequentemente, a eliminação de
2009.
genótipos com alelos desfavoráveis nos
programas de melhoramento evita danos
[6]TAMBARUSSI, E. V. Associação de
na produção, por isso trabalhos com
marcador RAPD e desenvolvimento
mudas ainda em viveiro envolvendo tanto
de marcador SCAR para um tipo de
a genética como a morfologia e anatomia,
anomalia de viveiro em Eucalyptus
são de fundamental importância para
grandis. 2006. 31 f. Monografia
aumento de produtividade, introdução de
(Bacharelado em Engenharia Florestal) –
características desejáveis para o mercado e
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
redução de impactos ambientais.
Mesquita Filho”, Botucatu.

124
Resumos Expandidos

[7]JENSEN, W. A. Botanical
histochemistry: principles and pratice.
San Francisco: W. H. Freeman, 1962.

[8]JOHANSEN, D. A. Plant
microtechnique. New York: Mc Graw-
Hill, 1940.

[9]O’BRIEN, T. P.; FEDER. M.;


McCULLY, M. E. Polychromatic staining
of plant cell walls by toluidine blue O.
Protoplasma, v. 59, n. 2, p. 368-373, 1964.

[10]ROBARBS, A.W. An introduction


to techniques for scanning electron
microscopy of plant cells. In: HALL,
J. L. (Ed.). Electron microscopy and
cytochemistry of plant cells. New York:
Elsevier, 1978.
t

125
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Classes de dominância de povoamentos


de Tectona grandis l.f. na idade
pré-desbaste
Viviann Maciel da Silva Alves1; Sidney Fernando Caldeira2; Diego Tyszka
Martinez2; Bruna Cristina Almeida1; Joamir Barbosa Filho1.

¹ Mestranda (o), Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/


FENF) (viviann.maciel@gmail.com; brunacrisal@gmail.com; joamirbf@hotmail.com);
²Professor Doutor da Faculdade de Engenharia Florestal (UFMT/FENF)
(sidcal@gmail.com; diegotyszka@hotmail.com).

Introdução e objetivos objetivo do presente trabalho foi comparar


Em uma floresta, a estrutura trata da a distribuição dos indivíduos em classes
distribuição das árvores no espaço de dominância em dois povoamentos
e nas diferentes classes de tamanho de Tectona grandis L.f. (teca) na idade pré-
[1]. A estrutura varia de acordo com desbaste.
desenvolvimento da floresta, e a
competição entre as árvores por espaço, Material e métodos
ar, luz, umidade e nutrientes resulta Aos cinco anos de idade, foram
em diferenças de crescimento entre os medidos o DAP das árvores de parcelas
indivíduos. permanentes (PP) de 900 m² (15 m x
A estrutura da floresta se divide em vertical 60 m) em dois povoamentos de teca,
e horizontal. A estrutura vertical é a
plantados no espaçamento 3,0 m x 3,0
distribuição do número de indivíduos nos
m,. O povoamento 1 está localizado em
diferentes estratos [2,3,4] e a horizontal é
Nossa Senhora do Livramento com 23
importante para compreensão do estádio
PP, enquanto o povoamento 2 com 22
de desenvolvimento da floresta e é obtida
PP localiza-se em São José dos Quatro
pela densidade, frequência, dominância,
Marcos, no Estado de Mato Grosso.
valores de cobertura, importância e
Inicialmente, os valores médios de DAP e
distribuição diamétrica [5].
Para a estrutura vertical de uma floresta densidade das parcelas foram submetidos
plantada homogênea e equiânea, os ao teste T, 5% de significância, para
indivíduos podem ser agrupados em verificar se havia diferença entre os
classes de dominância e existem critérios povoamentos.
para essa classificação, como o de Foi calculada a média do DAP (DĀP)
Hosokawa e Souza (1987) [6]. e o respectivo desvio padrão (Sn -1) de
Como a classe de dominância é um critério cada parcela e, a partir daí, pela soma ou
para selecionar indivíduos ao desbaste, o subtração de um ou dois valores do desvio

126
Resumos Expandidos

padrão, foram estabelecidos os limites dos CD 16,3 150 16,8 104


intervalos para as classes de dominância
D 18,4 9 17,4 10
(Tabela 1), segundo os critérios de
MÉDIA 13,93 1058 14,01 992
Hosokawa e Souza (1987). A seguir cada
árvore foi classificada quanto à dominância Tabela 2. Diâmetro médio (DĀP, em cm)
e densidade (N, em árvores.ha-1) das classes
comparando o valor do seu DAP (DAPi)
de dominância dos povoamentos de Tectona
com os intervalos (Tabela 1). As árvores grandis.
de cada classe foram agrupadas e calculadas
as médias de DAP e a densidade. Ainda foi
A distribuição dos indivíduos nas classes
calculada a distribuição média por classe
de dominância nos dois povoamentos
de dominância de cada povoamento.
apresentou distribuição normal (Figura 1),
Classe (código) Critério semelhante ao registrado por Nogueira et
Dominante (D) DAPi ≥ DĀP+ 2(Sn-1) al. (2006) estudando distribuição diamétrica
DĀP + (Sn-1) ≤ DAPi de um povoamento de teca em idade pré-
Co-dominante (CD)
< DĀP + 2(Sn-1) desbaste, com amplitude de classe de
DĀP – (Sn-1)< DAPi 5 cm, e observaram que os indivíduos
Intermediária (I)
< DĀP + (Sn-1) encontravam-se distribuídos nas classes,
DĀP - 2(Sn-1) < DAPi de forma que a curva apresentou um
Suprimida (S)
≤ DĀP - (Sn-1) achatamento no centro[6].
Morta ou em vias de
DAPi ≤ DĀP - 2(Sn-1)
extinção (ME)

Tabela 1. Critério de classe de dominância


de acordo com Hosokawa e Souza (1987).

Resultados e Discussões
Não houve diferença entre o DĀP
e a densidade média das parcelas e
também desses valores para as classes de
dominância dos povoamentos (Tabela 2).
Povoamento 1 Povoamento 2 Figura 1. Distribuição dos indivíduos em
Classes
DĀP N DĀP N
Classes de dominância (ME- Mortas ou em vias
de extinção; S- Suprimidas; I-Intermediárias;
CD-Co-Dominante; D-Dominante) de
ME 8,3 37 8,0 41 povoa-mentos de Teca em Nossa Senhora do
S 11,2 112 11,5 84 Livramento (Povoamento 1), e em São José
I 14,1 751 14,2 752 dos Quatro Marcos, MT (Povoamento 2).

127
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusão arbórea sob um povoamento com


Os povoamentos são semelhantes quanto Araucaria angustifolia e uma Floresta
ao DAP e a densidade e não apresentaram Ombrófila Mista. Pesquisa Florestal
diferenças na distribuição em classes de Brasileira, Colombo, v. 30, n. 64, p.347-
dominância na idade pré-desbaste. 361, 2010. DOI: 4336/2010.pfb.30.64.347

Referências [6]NOGUEIRA, G. S. Avaliação de um


[1]TÉO, S. J.; BIANCHI, J. C.; PELOSO, modelo de distribuição diamétrica ajustado
A.; NAVA, P. R.; MARCON, A.; EHLERS, para povoamentos de tectona grandis
T.; COSTA, R. H. da. Desempenho de submetidos a desbaste. Revista Árvore,
funções de densidade probabilísticas Viçosa, MG, v. 30, p. 377-387, 2006.
para descrever a distribuição diamétrica
de Pinus taeda, na região de caçador, SC.
Floresta, Curitiba, v. 42, p. 741-754, 2012.

[2]CARVALHO, J. O. P. Dinâmica de
florestas naturais e sua implicação para o
manejo florestal. In: CURSO DE MANEJO
FLORESTAL SUSTENTÁVEL, 1., 1997,
Curitiba. Tópicos em manejo florestal
sustentável. Colombo: EMBRAPA-CNPF,
1997. p. 43-58.

[3]SANQUETTA, C. R. Análise da
estrutura vertical de florestas através do
diagrama h-M. R. Ciência Florestal,
Santa Maria, RS, v. 5, p. 55-68, 1995.

[4]HOSOKAWA, R. T.; SOUZA, A. L.


Manejo de produção florestal para fins
específicos. Curitiba: UFPR-UFV, 1987.
23 p. (ABEAS. Curso de Manejo Florestal,
Módulo 9).

[5]RODE, R.; FIGUEIREDO FILHO,


A.; GALVÃO, F.; MACHADO, S. do
A. Estrutura horizontal da comunidade

128
Resumos Expandidos

Cokrigagem usada na estimação do


volume de Eucalyptus sp em plantio na
região do Araripe – PE.
Wellington Jorge Cavalcanti Lundgren1; José Aleixo da Silva2;
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira3; Luzia Ferreira da Silva4

Dr. em Ciências Florestais UFRPE/UAST (wellingtonlundgren@yahoo.com.br);


1.

PhD em Biometria e Manejo Floretal UFRPE (jaaleixo@uol.com.br)l 3 ; Dr. em


2.

Ciências Florestais UFRPE.(rinaldo@dcfl.urfpe.br) 4 ;Dra.em Fitotecnia UFRPE/UAST


(luzia.ferreira68@hotmail.com)

Introdução e objetivos coordenadas geográficas de 07°27’37’’ S e


A estimação do volume de madeira é de 40°24’36’’ W e altitude de 831 metros. Um
importância incontestável no manejo florestal. plantio de Eucalyptus com 1875 árvores,
O uso da geoestatística na estimação de com espaçamento 2x2 m, teve a população
variáveis dendrométricas é uma realidade já de volume cubada, rigorosamente, pelo
comprovada, [2]. A estimação do volume de método de Smalian. Foram retiradas 200
madeira em pé não é tarefa banal, muitas vezes amostras, aleatoriamente, com seus volumes
requer a informação de outras variáveis (DAP utilizados para variável de interesse. Cada
= diâmetro a altura do peito, altura da árvore, árvore foi localizada no plano (X,Y), os
idade, sitio etc). Quanto maior a amostra DAPs de todas as árvores foram utilizados
melhor será a estimativa, porém existem como variável secundária. A correlação entre
variáveis que são de fácil medição como por a variável de interesse (volume) e a variável
exemplo o DAP e outras de difícil medição secundária foi calculada. Foram construídos
como a altura da árvore. A cokrigagem três semivariogramas, sendo dois simples
estima uma variável de interesse com o uso (variáveis de interesse e variável secundária) e
dos valores da própria variável e a distância o terceiro foi o cruzado amostral (1,2).
entre as medições, que agrega outra variável (1)
secundária, fortemente correlacionada com
∑ [ Z (xi ) − Z ( xi + h )] 2
N (h)
Y * ( h) = 1
aquela de interesse e, ainda, a distância entre as 2. N ( h ) i =1

medições. O objetivo da pesquisa é verificar o


(2)
erro cometido pela cokrigagem na estimação
do volume de madeira de um plantio de Y12 * (h ) = ∑ [Z (x ) − Z (x + h )]
1 N (h)
2. N ( h ) j =1 1 i 1 1
Eucalyptus sp.
.[Z 2 ( x1 + h )]

Material e métodos Em que: Y12*= semivariância cruzada


A pesquisa foi realizada em 2009 na amostral; h = distância entre os pontos;
Chapada do Araripe em Pernambuco, com N(h) = número de pontos existentes

129
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

dentro da distância h; xi = ponto (X,Y); Resultados e discussão


(xi + h) = ponto com distancia h; Z1 = As 200 amostras cobriram a área do plantio
variável de interesse medida. Z2 = variável de forma satisfatória (Figura 1).
secundária medida.
Após a construção dos semivariogramas
amostrais foi necessário escolher um
modelo teórico de semivariograma que
melhor se ajuste aos valores para cada um
dos três semivariogramas amostrais. Os
Figura 1. Medições dos DAPs (A) e locais das
parâmetros que compõem os modelos amostras em que foram medidos os volumes (B).
teóricos são três[2]:
Efeito pepita, que fornece os valores dos A correlação entre o volume e o DAP foi
erros cometidos devido à micro variações satisfatória com R2 = 0,85.
nas medições. Com os 200 volumes da amostra medidos
Patamar, que fornece a semivariância foi construído o semivariograma amostral
quando ela deixa de aumentar e se para os volumes que apresentaram
estabilizar em torno de um determinado dependências espaciais (Figura 2).
valor.
Alcance, que fornece a distância máxima
em que é encontrada a influência da
dependência espacial.
A cokrigagem foi utilizada para construção
de mapa de volume (3)
Figura 2. Semivariograma amostral para o
Z 1* ( x0 ) = ∑ j =1 λ1 Z 1 (x1 j ) + ∑ J =1 λ 2 j Z 2 (x 2 j )
N N
volume.
Em que: Z*1 = valor do atributo de interesse
O semivariograma para o DAP também
no local x0 , λi = peso da interpolação da
apresentou dependência espacial (Figura 3).
variável de interesse Z1; λ2 = peso da
interpolação da variável secundária Z2; x0
= local em que o atributo Z será estimado;
x1j e x2j = locais das medições da variável
de interesse e secundária, respectivamente.
Para verificar o erro cometido foi elaborado Figura 3. Semivariograma simples para o DAP
o gráfico observados X estimado e o R2,
além do erro médio. O semivariograma cruzado também foi
construído e apresentou dependência
espacial (Figura 4).

130
Resumos Expandidos

O gráfico dos valores Observados X


Estimados (Figura 6) apresentou o R2
baixo (0,33), porém nota-se que a grande
maioria dos valores está dispersa em
relação a linha de inclinação 1 (um). O
Figura 4. Semivariograma cruzado entre o
erro médio não foi pequeno (0,02323 m3)
Volume x DAP.
em relação aos volumes observados e é
considerado um erro alto, em torno de
Os semivariogramas teóricos têm os 21%, para o volume médio de cada árvore.
seguintes parâmetros (Tabela1):

Parâmetros Variáveis
Volume DAP Vol x DAP
Modelo Esf. Esf. Exp.
Ef. pepita 1129x106 3,00 66400
Patamar 2567x106 7,50 201000
Alcance 44,10 33,00 11,80

Tabela 1. Valores dos parâmetros dos


Figura 6. Gráfico dos volumes de madeira
semivariogramas teórico. Vol = volume, Ef.
observados e estimados
Pepita = Efeito pepita, Esf. = Esférico, Exp
= Exponencial.
Conclusão
O mapa do volume (Figura 5), foi A cokrigagem não mostrou ser uma técnica
construído com a cokrigagem que promissora na estimação do volume de
apresentou valores muito homogêneos para madeira em pé.
as estimativas, como se a área de plantio
apresentasse pouca diversidade de volumes.
Referencias
[1]MATHERON, D. F. Traité de
Geostatistique Appliquée. [Paris]: Centre
Geoestatistique, 1962. 2. v.; MATHERON,
G. The theory of regionalized variables
and its applications. Paris: Centre
Geoestatistique, 1971.
Figura 5. Mapa do volume de madeira
construído por cokrigagem. [2]MELLO, J. M.; DINIZ, F. S.;
OLIVEIRA, A. D. De; SCOLFORO, J. R.
S.; ACERBI JUNIOR, F. W.; THIERSCH,

131
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

C. R. Métodos de amostragem e
geoestatística para estimativa do número
de fustes e volume em plantios de
Eucalyptus grandis. Floresta, Curitiba, v.
39, n. 1, p. 157-166, jan./mar. 2009.

132
Resumos Expandidos

Comparação de crescimento de Pinus


taeda l. em Pinhais-PR originários dos
Estados Unidos da América (Carolina
do Norte) e África do Sul
Lia Toiosima Yoshizumi1; Alessandro Camargo Angelo2;
Karen Koch Fernandes de Souza³; Mariana Berlesi Klein4;
Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar5

Graduanda Eng. Florestal UFPR (lia.toiosima@gmail.com);2Professor Dr. Departamento de


1

Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); ³Professora Msc. Ciências Florestais


PUCPR (karen.souza@pucpr.br); 4 Graduanda Eng. Florestal UFPR (marianabklein@gmail.
com); 5Professora Msc. Ciências Florestais UFPR

Introdução e objetivos Material e métodos


De acordo com a Associação Brasileira de O experimento foi realizado na “Fazenda
Produtores de Florestas Plantadas (2013), Canguiri”, estação experimental da
a área ocupada por plantios florestais no Universidade Federal do Paraná - UFPR
Brasil é de 6.664.812 ha, sendo 23,4% (Figura 1), situada no município de
correspondente aos plantios com gênero Pinhais-PR, região metropolitana de
Pinus. Dentre os estados brasileiros, o Curitiba, 25°23’20”S 49°07’28”W altitude
Paraná é o que mais cultiva este gênero média (m) 893, solo Cambissolo háplico.
(619.731 ha)[1]. Tal localidade é classificada segundo
Köppen como tendo clima Cfb (clima
Introduzido no Brasil, o Pinus taeda
mesotérmico úmido a subúmido).
Linnaeus obteve grande adaptação na
região sul, com ênfase nos estados do
Paraná e Santa Catarina, entretanto,
verifica-se que há uma diferenciação
da produtividade de acordo com a
procedência das sementes[2].
O presente trabalho possui como objetivo
realizar a comparação de produtividade de
P. taeda com 1 ano de idade originários da
Carolina do Norte e África do Sul, através
das variáveis altura total (h) e diâmetro de
Figura 1. Fazenda Experimental Canguiri da
colo (DC). UFPR, local de instalação do experimento.
Fonte: Angelo, A.C. (2013)

133
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Em função da compactação do solo, o foram representados pelos números: 29,94 e


preparo da área se deu através de roçada, 23,75, para procedência da Carolina do Norte
seguida de operações de subsolagem (40cm (EUA) e África do Sul respectivamente.
de profundidade), gradagem, aplicação de Através da realização do teste t de student a um
calcário (2 toneladas/ha) e fosfato (200 kg/ nível de 95% de probabilidade, constatou-
ha). O espaçamento utilizado foi de 3x2 se que as médias dos tratamentos são
m, configurando parcelas de 8x10 plantas, estatisticamente diferentes, tanto para altura
incluindo a bordadura. O delineamento total como diâmetro de base (Tabela 1).
experimental utilizado foi o de blocos ao acaso,
Procedência
com quatro repetições de quatro plantas. Procedência
As covas para implantação das mudas em Parâmetro Carolina do
África do Sul
campo foram feitas em profundidade de 30cm Norte
com o auxílio de um motocoveador, a aplicação Altura total 155,62 a 98,25 b
de adubo foi feita em duas covetas laterais Diâmetro da base 29,94 a 23,75 b
com 10cm de profundidade a uma distância
Tabela 1. Média de Altura total (cm) e
de 15cm da base do vegetal. O controle da diâmetro da base (mm) com 1 ano de
matocompetição foi realizado de forma idade. Médias seguidas de pelo menos
mecânica, em função de restrições da legislação. uma letra igual, na linha, não diferem
Cabe ressaltar que para efeito de comparação significativamente (P95%>0,05).
não foram consideradas as mudas de replantio.
As parcelas analisadas receberam a adubação
de formulação convencional, constituída de
Conclusões
Dentro do espaço temporal analisado (1
110 g de NPK 05-30-10 mais micronutrientes,
ano) os indivíduos com procedência da
30 dias após o plantio e 150 g de NPK 15-05-
Carolina do Norte tiveram um crescimento
30 para adubação de cobertura por indivíduo,
maior nas variáveis analisadas com o
60 dias após o plantio.
regime de adubação aplicado.
Para avaliação do experimento foram
consideradas as variáveis altura total
(h) e diâmetro de colo (DC), coletadas Referências
respectivamente com uso de trena (medindo-se [1] ANUÁRIO Estatístico da ABRAF
da base até a gema apical) e paquímetro (5 cm 2013: ano base 2012. Brasília, DF, 2013.
do solo).
O processamento dos dados foi realizado [2]BARRICHELO, L. E. G.;
através do uso do software Assistat® versão 7.7 KAGEYAMA, P.Y.; SPELTZ, R.M.;
beta. BONISH, H.J.; BRITO, J.O.; FERREIRA,
M. Estudos de procedências de pinus taeda
Resultados e discussão visando seu aproveitamento industrial.
As médias dos resultados para altura total IPEF, Piracicaba, n. 15, p. 1-14, 1977.
(cm) foram: 155,62 e 98,25. Em se tratando
de diâmetro de colo (mm), os resultados

134
Resumos Expandidos

Comparativo entre a aplicação de


adubo convencional versus tecnologia
de precisão com a vazão controlada por
sensores e GPS em plantio clonal de
Eucalyptus
Rodrigo Dzedzej Leal¹; Edimar Domingos Filho2; José Márcio Cossi Bizon3;
Adriano de Paula Marques4; Deyvid Tonioes do Prado5

1
Eng. Florestal ESALQ/USP (rodrigo.leal@fibria.com.br); 2 Eng. Florestal ESALQ/USP
(edimar.domingos@fibria.com.br); 3 Msc. ESALQ/USP (jose.bizon@fibria.com.br); 4 Eng.
Florestal Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (adriano.marques@fibria.com.br); 5 Eng.
Florestal UNESP/Botucatu (deyvid.prado@fibria.com.br)

Introdução e objetivos ocorre quando o operador transita acima


A aplicação de adubo mecanizada com da velocidade calibrada.
implementos de arraste tracionada por O foco do presente trabalho é comparar
tratores agrícolas após ser calibrada, terá as duas situações: o sistema convencional
uma vazão constante de deposição do e vazão do adubo regulada por GPS. A
insumo. Denomina-se aqui esse sistema comparação foi feita entre dois anos; o ano
como sistema convencional. Assim, de 2009, realizado de janeiro a dezembro
qualquer variação da velocidade durante com sistema convencional, e o ano de
a operação causará erro na dosagem 2012, realizado de janeiro a dezembro com
recomendada. Existem fatores inerentes o sistema regulado por GPS.
ao processo; tal como dificuldade
do operador do trator em manter Material e método
velocidade constante, gerando ora sub, Em março de 2011 foi implantado na
ora superdosagens. Esses fatores fazem Unidade da Fibria em Três Lagoas, Mato
com que após o implemento ser calibrado Grosso do Sul, um sistema de silvicultura
conforme metodologia de aferição em 50 de precisão. Esse sistema regula a vazão
metros (m), haja divergência da dosagem de aplicação conforme a variação da
aplicada real comparada com a prescrita e velocidade do trator durante a operação.
calibrada. Assim, a superdosagem ocorre Durante o ano de 2009 a adubação de base
em situações onde a operação exige que foi realizada pelo conjunto trator agrícola
a velocidade seja abaixo da velocidade de modelo de 180 cavalos (cv) e implemento
calibração, e o contrário (subdosagem) de subsolagem composto por: disco de

135
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

corte, haste subsoladora, conjunto com 4 controla o sistema regula a velocidade do


discos de grade destorroadora e tanque de motor hidráulico conforme a velocidade
adubação com capacidade para 1 tonelada de operação do trator.
(T). A dosagem de adubo recomendada foi Calibração do sistema de precisão: nesse
de 180 quilogramas por hectare (kg/ha) da caso é feita coletando o quanto cai de adubo
formulação NPK 06.30.06. com o trator parado por 30 segundos,
Calibração do sistema convencional: para pesando-se e inserindo essa informação no
atingir essa dosagem o operador marca computador de bordo. Esse procedimento
um trecho reto de 50 m de comprimento é necessário ser feito duas vezes ao dia.
com duas estacas de madeira. Por meio de Uma no início da jornada de trabalho pela
uma relação matemática simples, calcula a manhã, e outra após o almoço. Isso é feito
amostra de calibração de adubo no trecho devido à higroscopicidade do adubo e sua
de 50 m (50 m x espaçamento de plantio), variação de granulometria.
pela dosagem (kg/ha). Cronometra o Considera-se pelo setor de Controle de
tempo em segundos para percorrer os 50 Qualidade da Fibria um limite de ±10%
m, repetindo por 5 vezes. Calcula a média sobre a recomendação de dosagem de
do tempo. Cronometra em seguida nesse adubação como aceitável.
mesmo tempo, uma coleta de adubo no A análise desse trabalho prezou por tabular
duto do tanque do implemento, e pesa essa todo o adubo consumido por talhão
amostra. A amostra de calibração coletada do estoque comprado pela empresa e a
deve ter exatamente o peso calculado. dosagem recomendada.
Caso haja divergência, o operador regula O software utilizado foi o Minitab ®
a velocidade (limitada pela condição da 16.01.0. Os dados foram processados com
área de operação), ou regula a abertura do a ferramenta estatística de controle de
duto do tanque para coletar a amostra de qualidade, análise de capabilidade normal.
calibração exata.
No ano de 2012, a adubação foi feita pelo
Resultados e Discussão
mesmo conjunto subsolador de 2009 e
A qualidade da aplicação de adubo está
trator de mesmo modelo e fabricante. A
diretamente relacionada com o mínimo de
dosagem recomendada foi de 360 kg/ha e
variação em relação à dosagem calibrada
mesma formulação NPK 06.30.06. Nesse
(recomendação). Assim, a análise de
implemento foi instalado um sistema
capabilidade permite a comparação dos
de precisão composto por GPS e motor
dois processos e avaliar em qual deles
hidráulico acionando uma rosca sem fim
houve a menor variação.
na saída do duto do tanque de adubo.
Durante o ano de 2009 (sistema
Conforme a velocidade de operação seja
convencional) o índice de capabilidade
alterada o computador de bordo que
(Cp) observado foi 0,26, e o Índice de

136
Resumos Expandidos

capabilidade potencial (Cpk) foi 0,07. Essa Conclusões


distância de valores indica um processo Existem dois ganhos na utilização do
menos estável indicando uma porcentagem sistema de precisão. São eles: melhor
(25,62%) da adubação realizada acima da estabilidade do processo e menor número
tolerância estabelecida acima do limite de amostras fora da recomendação. Isso
superior estabelecido de 10% (192 kg/ha). se traduz em menor consumo de adubo e
ganhos em produtividade da floresta.

Referência
FORTES, V. Slides de aula da disciplina
intitulada Controle Estatístico da
Qualidade. Universidade Estadual do Rio
de Janeiro. Disponível em: <http://www.
fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Contro
le%20de%20Qualidade/Aula10%20-%20
Figura 1. capabilidade do processo utilizando An%E1lise%20de%20Capabilidade.ppt>.
o sistema convencional. Acesso em 08 fev. 2014.

Já em 2012 (sistema de precisão) o índice


de capabilidade (Cp) observado foi maior
(0,46) e o Índice de capabilidade potencial
(Cpk), 0,43, indicando uma melhor
estabilidade do processo. A porcentagem
acima ou abaixo da recomendação foi
menor (12,5%) em relação ao observado
em 2009 (26,86).

Figura 2. capabilidade do processo utilizando


o sistema de precisão.

137
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Comprimento das seções na cubagem


rigorosa de árvores de Eucalyptus para
ajuste de modelos de taper
Renato Vinícius Oliveira Castro1; Pedro Faria Lopes2; Milton Serpa de Meira
Júnior3; Mauro Eloi Nappo1; Ana Beatriz Serrão Liaffa2

¹Professor Dr. do Departamento de Eng. Florestal na UnB (castrorvo@ymail.com, mauronappo@


yahoo.com.br); Graduandos em Eng. Florestal na UnB (pf.floresta@hotmail.com, ana.liaffa.ecoflor@
gmail.com); 3Mestrando em Ciência Florestal na UnB (milton.serpa@gmail.com)

Introdução e objetivos Para a cubagem dos indivíduos foi utilizado


O termo taper é utilizado para expressar a o método de Smalian [3]. Os diâmetros com
taxa de decréscimo do diâmetro ao longo casca foram medidos com suta a cada 0,25
do fuste [1]. Dessa forma, os estudos m, até a altura comercial (diâmetro igual a
envolvendo o afilamento da árvore 4 cm), além do DAP (à 1,3 m de altura).
baseiam-se na estimativa do diâmetro (d) Para verificar o efeito do comprimento das
em qualquer altura, bem como da altura (h) seções durante a cubagem, na qualidade
a qualquer diâmetro, propiciando estimar
dos modelos de taper, foram avaliados três
o volume de qualquer seção do fuste, ou
métodos, nos quais utilizaram as medições
seja, elas quantificam os multiprodutos da
tomadas nas seguintes alturas - M1: 0
madeira.
O objetivo desse trabalho foi avaliar o (base), 0,25 m; 0,50 m; 1,00 m; 1,30 m;
comprimento da seção da cubagem de 2,00 m, e a partir dessa altura, a cada 2,00
árvores visando a melhoria da qualidade metros até a altura comercial; M2: a cada
dos modelos de taper para a estimação do 0,25 m, a partir da base (0 m) até a altura
volume total e comercial de árvores de de 2,00 m, e a partir dessa altura, cada 2 m
Eucalyptus. até a altura comercial, além do DAP; M3:
a cada 0,25 m, a partir da base (0 m) até a
Material e métodos altura comercial, além do DAP.
A área de estudo contempla 2 hectares Após a cubagem foram selecionadas
de povoamentos de Eucalyptus urophylla aleatoriamente 42 árvores de forma
x Eucalyptus grandis com 5 anos de idade, proporcional em cada classe diamétrica e
localizada na Fazenda Água Limpa - FAL/ ajustados o modelo de taper Demaerschalk [2]:
UnB, em Brasília, Distrito Federal. em que d é diâmetro (cm) em qualquer
Foram selecionados 60 indivíduos altura (h, em m); DAP é o diâmetro á
distribuídos homogeneamente em 6 1,3 m (cm); Ht é a altura total (m) e βi
classes de diâmetro: 8˧10, 10˧12, 12˧14, = parâmetros a serem estimados para os
16˧18 e 18˧20 cm. três métodos propostos. Esse modelo

138
Resumos Expandidos

apresenta a vantagem de reordenação para Parâmetros r r


Método
cálculo de diâmetros comerciais. β0 β1 β2 β3 ajuste validação
A avaliação das equações procedeu-se com M1 0,2007 0,8900 0,8062 -0,8351 0,9856 0,9883

2 M2 0,1923 0,8959 0,7990 -0,8295 0,9840 0,9876


 d  2 b0
=
  10 .DAP
2 b1 − 2
.( Ht − h) 2 b2 .Ht 2 b3 .ε M3 0,1164 0,8758 0,7312 -0,6932 0,9899 0,9874
 DAP 
Tabela 1. Parâmetros das equações de taper
a análise da distribuição gráfica de resíduos referente ao modelo de Demaerschalk e
e correlação (r) entre os diâmetros (d) coeficientes de correlação entre valores
observados e estimados. observados e estimados pelas equações
aos dados de ajuste e validação.
A validação procedeu-se aplicando as
equações ajustadas à base de dados com 18
árvores que não fizeram parte dos dados de Em geral, todas as equações foram
ajuste da equação (dados independentes). eficientes para a estimativa do diâmetro
Foram estimados os diâmetros (d) a (d). Os gráficos relacionando os valores de
cada metro de comprimento das árvores d observados e estimados pelos modelos
e então estimados os volumes de cada de taper são apresentados na Figura 1.
seção aplicando o método de Smalian, e o O cenário foi o semelhante quando as
volume total foi obtido somando o volume equações foram submetidas à validação,
das seções mais o volume da ponta, esse aplicadas à dados independentes do ajuste.
último calculado pela fórmula do cone. Os Todos os modelos foram bem semelhantes
volumes totais e de cada seção de um metro nas estimativas de d, diferindo, apenas na
estimados pelas três equações (referente quantidade de amostras (número de seções
aos três métodos) foram comparados aos medidas), que no método 1 foi uma média
valores observados. de 13 seções, no método 2, 18 seções e no
método 3, 74 seções.
Resultados e discussão Quando a validação envolveu o volume
Todas as equações tiveram seus total com casca das árvores, os três
coeficientes significativos (p<0,05). Os métodos apresentaram excelentes
valores dos coeficientes ajustados, bem estimativas (Figura 2). Porém, quando
como os coeficientes de correlação entre avaliou-se o volume por seção de um
d observado e estimado, para os dados metro de comprimento, o método 3,
de ajuste e de validação são apresentados querefere-se à medição dos diâmetros na
na Tabela 1. Os diâmetros (d) foram cubagem rigorosa a cada 0,25 m foi o que
estimados com a aplicação das equações apresentou menores desvios (Figura 3).
taper reordenadas.

139
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

porções inferiores das árvores (base da


árvore), onde o diâmetro é maior e onde
ocorrem as maiores deformações no
fuste, bem como nas partes superiores
(ponteira), onde o volume é muito
pequeno. Entretanto, com uma maior
amostragem de seções das árvores, nota-
se que o comportamento residual para
a estimativa dos volumes comerciais foi
mais homogêneo e o método 3 se destacou
como mais estável, ou seja, apresentando
melhores estimativas nos volumes das
seções (Figura 3).

Figura 1. Diâmetros (d) observados versus


estimados para os três métodos de comprimento
de seções (M1 a M3) para os dados de ajuste (A)
e dados de validação (B).

Figura 3. Erros percentuais na estimativa de


volumes comerciais para toras de um metro de
comprimento.

Conclusões
Figura 2. Volumes totais com casca Para estimativa do volume total com casca
(m³) observados e estimados a partir dos das árvores, um menor esforço amostral
modelos de taper pelos três métodos de
(comprimentos maiores entre seções
comprimento de seções (M1 a M3) para as
árvores de validação. mensuradas) deve ser realizado, pois não
influenciam na precisão das estimativas.
Para estimativa do volume por seção
Os modelos de taper normalmente
(quando se aplica a equação para
apresentam maiores desvios para as

140
Resumos Expandidos

multiprodutos da madeira), um maior


esforço amostral (comprimentos menores
entre seções mensuradas) deve ser
realizado, pois influenciam na precisão das
estimativas.
Outros comprimentos de seções devem
ser avaliados, juntamente com uma análise
de custo-benefício em relação ao aumento
da precisão versus custos de coleta de dados.

Referências
CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G.
Mensuração florestal: perguntas e
respostas. 4. ed. Viçosa, MG: Ed da UFV,
2013. 605 p.

DEMAERSCHALK, J. P. Converting
volume equations to compatible taper
equations. Forest Science, v. 18, n. 3, p.
241-245, 1972.

[3] SOARES, C. P. B.; NETO, F. P.;


SOUZA, A. L. Dendrometria e
inventário florestal. 2 ed. Viçosa, MG:
Ed da UFV, 2011. 272 p.

141
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Concentrações dos pigmentos


fotossintéticos em plantas de Curauá
sombreado em consórcio com Paricá
(Shizolobiu mamazonicum Huber ex
Ducke) e a pleno sol no município de
Aurora do Pará.
Ellen Gleyce da Silva Lima¹; Lais Vieira Carvalho²; Raimundo Amaro Ribeiro
Conde³; Benedito Gomes dos Santos Filho4; Cândido Ferreira de Oliveira Neto4

¹Mestranda em Ciências Florestais UFRA/Belém (ellenllima@yahoo.Com.Br);


²Graduanda Eng. Florestal UFRA/Belém (laisvcarvalho@hotmail.com); ³Dr. Ciências Agrárias
UFRA/Belém; 4 Prof. Dr. Do Instituto de Ciências Agrárias UFRA/Belém-PA.

Introdução e Objetivos interesse econômico, especialmente para a


Os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) indústria automobilística, pois produz uma
podem ser definidos como técnicas fibra resistente, utilizada na fabricação
alternativas de uso da terra, que implicam de peças internas de veículos [3]. Devido
na combinação de espécies florestais com seu importante valor econômico, diversas
culturas agrícolas, atividades pecuárias sistemas têm sido testadas, porém são
ou ambas [1]. A espécie florestal nativa, poucas as informações a respeito à
paricá (Shizolobiu mamazonicum Huber ex viabilidade econômica dos sistemas de
Ducke) vem sendo plantada no território cultivo com a espécie paricá e curauá [4].
paraense em grande escala, principalmente Com base no contexto,esta pesquisa
nas mesorregiões sudeste e nordeste do teve como objetivo o estudo do
estado. Sua madeira é muito utilizada na comportamento do Curauá em plantio
fabricação de compensado e MDF [2]. (convencional) a pleno sol e sombreado
Ademais, o Paricá apresenta inúmeras em sistema agroflorestal por Paricá,
vantagens para consórcios de culturas, tais analisando as alterações bioquímicas sob
como a densidade e a arquitetura da copa as duas condições.
que determinam a fração de energia solar
que pode ser capturada pelas plantas dos Materiais e Métodos
estratos inferiores. O experimento foi realizado na Fazenda
A espécie Ananas comosus var. erectifolius (L. B. da Empresa do Grupo Tramontina, no
Sm), Coppens& Leal, tembém conhecida município de Aurora do Pará.
como Curauá é uma Bromeliaceae de alto

142
Resumos Expandidos

O plantio Curauá a pleno sol e sistema Resultados e discussão


agroflorestal foram implantados em Janeiro Os resultados encontrados nos dois níveis
de 2009 em uma área de1.984,5m².Foram de luminosidades foram: clorofila a 0,158
coletadas 15 amostras de folhas de curauá a e 0,80; clorofila b 0,226 e 196; clorofila
pleno sol e 15 amostras de folhas sombreadas
totais 0,355 e 257 em sol e sombra,
em sistemas agroflorestais, sendo escolhida a
respectivamente e carotenóides 31,68 (sol)
quinta folha, de cima para baixo . Em seguida,
e 11,35 (sombra) conforme mostrado na
foram pesadas para a determinação da massa
fresca. As amostras foram reservadas para a figura 1. Tais resultados nos mostram que
determinação da porcentagem de umidade houve um aumento significativo nos teores
através da determinação da matéria seca em de pigmentos de clorofila a e clorofila a/b em
estufa de circulação forçada de ar a70 ºC (+/ - plantas de curauá sombreadas com paricá.
5 ºC). O material seco foi moído, e submetido Plantas sob sombreamento possuem
a análises bioquímicas com as quais foram mais clorofilas por centro reação, a razão
determinadas as concentrações de clorofila clorofilas a/b são mais finas do que as folhas
e caratenóides, no laboratório de Fisiologia a pleno sol [5]. [6] encontro maiores teores
Vegetal-Campus de Capitão Poço/UFRA de clorofilas a e b em níveis elevados de
(Universidade Federal Rural da amazônia).
sombreamento. Enquanto que é possível
A determinação dos teores de clorofica a,
que os baixos teores desses pigmentos a
b, total (a+b) e carotenóides foi segundo o
pleno sol estejam relacionados a processos
método de Lichthenthaler (1987). Foram
coletados 100 mg de tecido foliar e a amostra de degradação como a foto oxidação.
foi homogeneizada com 0,1g de CaCO3, uma Os maiores teores encontrados de
pitada de areia a 5 mL de acetona 80% em carotenóides em plantas de curauá Ananas
abrigo de luz. O extrato foi despejadono tubo comosus var. erectifolius (L. B. Sm), a pleno
de centrifugação de mesa e levado o almofariz sol, estavam desempenhando o seu papel
por duas vezes. O tubo foi envolvido com essencial de fotoproteção [5]. Segundo o
papel de alumínio e centrifugado por 10 min, mesmo autor, as membranas relacionadas
a 10°C, a 6.000 rpm. O sobrenadante foi com as atividades fotossinteticas podem
armazenado em balão volumétrico de 25ml ser facilmente danificadas por grandes
encapado com papel alumínio, e completando
quantidades absorvidas de energia pelos
o volume com acetona a 80%. A absorvância
pigmentos. Resultados semelhantes foram
foi mantida entre 0,2 e 0,8.
observados por Oliveira (2009) [7] que
Clorofila α = Ca =12,25 A663,2 – 2,79 A646,8
encontrou maiores teores de carotenóides
Clorofila b = Cb = 21,50 A646,8 – 5,10 A663,2 em plantas a pleno sol em vez das
Clorofilas totais = C(a+b) = 7,15 A663,2 + sombreadas a 50% de tela azul e 50%
18,71 A646,8 vermelhas.
Carotenóides (xantofila + carotenos)=
(1000 A470 – 1,82 Ca – 85,02 Cb)/198.

143
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Referências
[1] SANTOS, M. J. C.; RODRIGUES, L. C.
E.; WANDELLI, E. V. Avaliação econômica
de quatro modelos agroflorestais em áreas
degradadas por pastagens na Amazônia
Ocidental. Scientia Forestalis. n. 62, p.
48- 61, dez. 2002.

[2]PEREIRA, D.; SANTOS, D.;


Figura 1. Teores de clorofilas a, b, e clorofilas VEDOVETO, M.; GUIMARÃES, J.;
totais e carotenóides em folhas de curauá
VERÍSSIMO, A. Fatos florestais da
Ananas comosus var. erectifolius (L. B. Sm),
Coppens& Leal sombreados e a pleno sol na Amazônia. Belém: IMAZON, 2010.
Fazenda Tramontina, no município de Aurora
do Pará, 2012 cultivado a pleno sol e sob [3]ROSA, C. C. da; MOREIRA, D.
sombreamento, na Fazenda Tramontina, no D. C.; BILCATI, G. K. Estudo das
município de Aurora do Pará, 2013. Sendo as
propriedades físicas da fibra de Curauá.
médias comparadas pelo teste de tukey ao nível
de 5% de probabilidade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA, 40.,
2012, Belém. Anais... Belém: Associação
Conclusões Brasileira de Educação de Engenharia,
Houve um aumento significativo nos
2012.
teores encontrados de pigmentos clorofila
a e a/b foram maiores em plantas sob a
[4]CORDEIRO, I. M. C. C.; LAMEIRA,
sombra, no entanto nos teores de clorofila
O. A.; OHASHI, S. T. Avaliação do
b e carotenóides foram maiores em plantas
crescimento do Paricá Schizolobium
sob o sol.
parahyba var. Amzonicum Huber ex
O estudo mostra que Curauá pode ser
Ducke (Barneby) consorciado com
cultivado em ambientes sob incidência
Curauá (Ananas erectifolius L. B.Smith)
luminosa reduzida, em consórcio com
em diferentes idades de plantio. In:
o paricá, promovendo o sombreamento
CONGRESSOBRASILEIRO DE
e melhor atividade bioquímica, e
SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 6.,
consequentemente maior produtividade
2006. Campos de Goytacazes. Anais... Rio
de folhas. Além de oferecer maior retorno
de Janeiro: UENFSBSAF, 2006.
lucrativo ao produtor, uma vez que poderá
fazer uso da venda da madeira do paricá.
[5]TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant
Physiology. 5th ed. Massachusetts:
Sinauer Associates, 2010. 782 p.

144
Resumos Expandidos

[6]REGO, G. M.; POSSAMAI, E. Efeito


do sombreamento sobre o teor de
clorofila e crescimento inicial do Jequitibá-
rosa. Boletim de Pesquisa Florestal,
Colombo, n. 53, p. 179-194, jul./dez. 2006.

[7]OLIVEIRA, M. I.; CASTRO, E.


M.; COSTA, L. C. B.; OLIVEIRA, C.
Características biométricas, anatômicas
e fisiológicas de Artemisia vulgaris L.
cultivada sob telas coloridas. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais,
Botucatu, v. 11, p. 56-62, 2009

145
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de Ceiba speciosa


(a. St.- Hil.) Ravenna (paineira) em
resposta a adubação mineral e o uso de
biossólido
Pedro Lima Filho¹; Aline Cássia da Fonseca2;
Paulo S. dos S. Leles3; Alan Henrique Marques de Abreu1

1
Eng. Florestal, Mestrando PPGCAF da UFRuralRJ,
²Discente do curso de Engenharia Florestal da UFRuralRJ,
3
Prof. Instituto de Florestas da UFRuralRJ

Introdução e objetivos de 210 gramas de superfosfato simples (SS)


O lodo de esgoto ou biossólido, que é por berço de plantio, além da testemunha
um subproduto oriundo de Estações de absoluta, totalizando três tratamentos.
Tratamento de As dosagens, tanto do biossólido como
Esgotos (ETE’s), cuja disponibilização do adubo químico, foram estipuladas
exige alto investimento, destaca-se por seguindo as recomendações para fósforo
ter composição variável, rico em matéria na adubação para a restauração florestal de
orgânica e nutrientes, se tornando um Gonçalves (1995) [1].
produto com as características desejáveis Para a avaliação da resposta das plantas
para a utilização como fonte de nutrientes à fertilização inicial, aos 12 meses após
na adubação de plantio para a restauração o plantio, as variáveis altura, diâmetro ao
florestal. O objetivo deste trabalho foi nível do solo (DNS), e comprimento e
avaliar o crescimento de Ceiba speciosa área de copa foram mensuradas. Os dados
aos 12 meses de idade, sob o efeito da coletados foram submetidos a análise de
adubação de plantio com biossólido e variância e teste de Tukey (P < 0,05) para a
adubo mineral. determinação do melhor tratamento.

Material e métodos Resultados e discussão


O estudo foi desenvolvido no Município Na Tabela 1 encontram-se os resultados
de Bom Jardim – RJ. O experimento foi de crescimento das plantas aos 12 meses
implantado em delineamento inteiramente após o plantio. Observa-se na Tabela 1
casualisado, composto por 12 repetições que, indiferente da variável mensurada,
de 1 planta. Os tratamentos consistiram no as plantas que receberam o tratamento da
uso de 2 litros de biossólido e a aplicação adubação com biossólido apresentaram

146
Resumos Expandidos

crescimento significativamente superior melhor absorção de nutrientes pelas plantas,


àqueles tratamentos cujas plantas não assim favorecendo o crescimento [2].
receberam esse tipo de fertilização. A
aplicação de biossólido, produto com Conclusões
grande quantidade de matéria orgânica, O biossólido favoreceu o crescimento de
proporciona melhoria na fertilidade Ceiba speciosa quando comparado ao das
e características físicas do solo, o que plantas que receberam a adubação mineral
favorece o crescimento das plantas [3]. ou não foram adubadas.

Copa
Alt. DNS Referências
Tratamento Alt. Área
(m) (cm) [1]GONÇALVES, J. L. M. Recomendações
(m) (m2)
Biossólido (2 L) 2,1 a 7,0 a 1,0 a 2,0 a de adubação para Eucalyptus, Pinus
210 g SS* 1,8 b 6,0 b 0,6 b 0,9 b e espécies típicas da Mata Atlântica.
Testemunha 1,8 b 6,0 b 0,7 b 1,0 b Piracicaba: ESALQ, 1995. p. 1-23. (Série
Documentos Florestais, 15).
Tabela 1. Valores médios de altura (Alt.),
diâmetro ao nível do solo (DNS) e comprimento [2] GUEDES, M. C.; ANDRADE, C. A.
e área de copa, sob fertilização de plantio com De; POGGIANI, F.; MATTIAZZO, M. E.
biossólido e adubo químico, no Município de
Propriedades químicas do solo e nutrição
Bom Jardim, MG. Médias seguidas da mesma
letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P de eucalipto em função da aplicação de
< 0,05). *Super fosfato simples. lodo de esgoto. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 30, p.
267-280, 2006. DOI: 10.1590/S0100-
Na comparação do biossólido com o SS,
06832006000200008
é possível observar que esse proporciona
maior crescimento para as plantas que a [3] NOBREGA, R. S. A.; VILAS BOAS,
adubação química. Apesar da recomendação R. C.; NÓBREGA, J. C. A.; PAULA, A.
tenha sido realizada com base nas exigências M. de; MOREIRA, F. M. de S. Utilização
por fósforo, o biossólido possui outros de biossólido no crescimento inicial de
nutrientes, o que pode ter favorecido este mudas de aroeira (Schinus terebynthifolius
crescimento mais acentuado. Enquanto o SS Raddi). Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31,
fornecerá apenas fósforo, cálcio e magnésio, p. 239-246, 2007. DOI: 10.1590/S0100-
o biossólido fornecerá mais nutriente (N, P, 67622007000200006
K, Ca e Mg), acentuando o crescimento da
espécie em questão. A fertilização orgânica
também funciona como condicionador de
solo, o que possibilita a disponibilização e

147
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de Erythrina verna vell


em diferentes recipientes
Tamyris Mello1; Elzimar de Oliveira Gonçalves2; Jéssica Martins dos Reis3;
Marcos Vinicius Winckler Caldeira4; Bianca Fernandes Darissi5.

1
Graduanda em Engenharia Florestal, UFES (tamysmell@hotmail.com); 2Prof. Dra.
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, UFES (elzimarog@yahoo.com.br);
3
Graduanda em Engenharia Florestal UFES (jessicamartins.ef@gmail.com); 4Prof. Dr.
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, UFES (mvwcaldeira@gmail.com);
5
Graduanda em Engenharia Florestal, UFES (biancadarissi@hotmail.com).

Introdução distribuição geográfica, desde o Sul da


A Erythrina verna Vell, também conhecida Bahia, Espírito Santo, Zona da Mata de
por mulungu ou suinã, espécie de Minas Gerais, Rio de Janeiro até a floresta
ocorrência na Floresta Ombrofila Densa, é pluvial no Vale do Paraíba no estado de
muito empregada em paisagismo devido às São Paulo. É encontrada principalmente
suas inflorescências numerosas, em cacho, em formações secundárias e matas abertas,
muito atraentes, com flores alaranjadas apresenta crescimento rápido e facilidade
até avermelhadas, abundantes. Todas de multiplicação, não podendo faltar nos
as espécies deste gênero, Erythrina, têm reflorestamentos mistos destinados à
capacidade de nodular e fixar nitrogênio restauração de áreas degradadas (Lorenzi,
em simbiose com bactérias diazotróficas. 2002), além de apresentar características
Pertencente a família das Papilionoideae, desejáveis na produção de chapas de
é representada por árvores que alcançam Madeira “Oriented Strand Board” (OSB)
10 a 20 metros de altura, com ampla (Vidaurre et al., 2004).

Diâmetro Diâmetro Altura


Tratamento Modelo
Volume (cm³) Superior (mm) Inferior (mm) (mm)

T1 Tubete cônico 53 28 12 125

T2 Tubete cônico 115 38 15 145

T3 Tubete cônico 180 52 9 131

T4 Tubete cônico 280 52 13 190

T5 Sacola Plástica 854 80 80 170

Tabela 1. Descrição detalhada dos tratamentos para a definição do recipiente ideal para a produção
de mudas de Erythrina verna Vell.

148
Resumos Expandidos

O presente trabalho tem como objetivo feitas medições de altura e diâmetro do


avaliar a produção de mudas de Erythrina coleto das mudas, utilizando-se de régua
verna em diferentes tipos e tamanhos de graduada em centímetros para a altura e
recipientes visando definir qual o mais um paquímetro com precisão de 1 mm
indicado para sua produção. para o diâmetro do coleto.
As plantas colhidas foram subdivididas
Metodologia em raízes, caule e folhas, lavadas em água
O experimento foi conduzido inicialmente e postas a secar em estufa a 60 °C com
em casa de sombra e posteriormente circulação forçada de ar até peso constante,
a sol pleno na área experimental do pesada, em balança analítica com precisão
Departamento de Engenharia Florestal de 0,01 g para determinação da massa seca
em Jerônimo Monteiro (ES). Para sua e suas relações.
implantação foram utilizados como As características morfológicas avaliadas
recipientes tubetes cônicos de seção foram: valores médios de altura (H) cm,
circular de 50 cm3, 115 cm³, 180 cm³ e diâmetro do coleto (DC) mm, massa seca
280 cm³ e sacolas plásticas de 8 (diâmetro) da raiz (MSR) em gramas, massa seca da
x 17 (Altura) cm aproximadamente, parte aérea (MSPA) em gramas, massa
tratamentos: T1, T2, T3, T4 e T5, seca total (MST) em gramas, relação
respectivamente. entre o peso seco da raiz e peso seco da
Os recipientes foram preenchidos com parte aérea (RRPA), relação entre a altura
substrato comercial a base de fibra de e diâmetro do coleto (ALT/DIAM), e
coco e casca de pinus decomposta, já Índice de Qualidade de Dickson (IQD).
com fertilização adequada, e colocadas Os dados foram compilados em planilha
em bancadas suspensas dentro da casa do Excel e analisados estatisticamente
de sombra, onde foram semeadas três por meio de análises de variância e t,
sementes por recipiente. Aos 30 dias após utilizando-se o programa SISVAR.
a semeadura o desbaste foi procedido,
mantendo-se a plântula maior e mais Resultados e discussão
central de cada tubete. Cerca de 30 dias A análise da variância foi significativa
após a germinação das sementes, as mudas apenas para as variáveis: relação entre a
foram transferidas para canteiros a pleno massa seca da raiz e a massa seca da parte
sol, até o final do ciclo de produção. aérea e a relação entre a altura e diâmetro
O delineamento utilizado foi o DIC com do coleto. Os valores médios de altura,
cinco tratamentos e quatro repetições. diâmetro do coleto, massa seca da raiz,
A unidade experimental foi constituída massa seca da parte aérea, massa seca
por seis plantas. Após o período de total e o Índice de Qualidade de Dickson
120 dias depois da semeadura foram para todos os tratamentos não mostrou

149
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

H DC MSR MSPA MST


Tratamento RRPA IQD ALT/DIAM
cm mm g muda -1
g muda -1
g muda-1

T1 (50 cm³) 6,96 4,33 2,16 1,69 3,85 0,81 b* 1,33 1,4120 a

T2 (115 cm³) 6,38 4,89 1,64 1,67 3,31 1,01 b 1,43 1,0690 b

T3 (180 cm³) 6,60 4,55 0,99 1,41 2,40 1,49 a 1,13 1,3086 a

T4 (280 cm³) 7,60 4,96 3,38 2,37 5,75 0,78 b 1,96 1,3337 a

T5 (854 cm³) 7,33 4,81 1,30 1,14 2,44 0,83 b 0,92 1,4086 a

P 0,0017 0,0089

CV (%) 20,74 9,08

Tabela 2. Valores médios da relação entre o peso seco da raiz e peso seco da parte aérea
(RRPA) e a relação entre a altura e diâmetro do coleto (ALT/DIAM) de mudas de Erythrina
verna em diferentes tamanhos de recipientes, aos 120 dias de idade. *Médias seguidas da mesma
letra não diferem estatisticamente entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Scott – Knott.
diferenças estatísticas significativas. As mudas cultivadas no recipiente de
As médias dos tratamentos analisadas 180 cm³, a despeito de maior volume em
estatisticamente, e comparadas pelo relação a alguns tratamentos, a altura desse
teste de t à 5%, com os resultados são recipiente é menor, a exceção do recipiente
apresentados na Tabela 2. do T1, e isso pode ter contribuído para
À relação massa seca da raiz e massa seca esse desbalanço entre o crescimento da
da parte aérea, o recipiente com 180cm3 parte aérea em relação à raiz.
(T3) apresentou a maior desproporção Em relação às médias observadas para
entre os parâmetros avaliados, resultado a característica altura, observa-se que as
que se distinguiu dos demais, no entanto mudas não atingiram tamanho mínimo
sua diferenciação não se manteve. Da recomendável para ir para campo, fazendo-
mesma forma, o recipiente com 115cm3 se necessário a permanecia das mudas por
apresentou a menor média para a relação mais tempo até que atinjam um tamanho
altura e diâmetro, apresentando assim uma satisfatório. Considerando que segundo
menor média de crescimento em altura, Gonçalves et al. (2000), para se obter
originando mudas de menor porte. mudas de espécies florestais nativas de boa
De acordo com Barbosa et al. (1997), qualidade, é recomendado limites de altura
valores relativamente baixos para RRPA entre 20 e 35 cm.
indicam uma adequada proporção entre o
desenvolvimento da raiz e o da parte aérea Conclusões
das mudas, sendo esta uma característica Com base nos resultados obtidos até os 120
para a escolha de mudas de boa qualidade. dias pós semeadura, e tomando como base a

150
Resumos Expandidos

altura, pode-se perceber que o crescimento O trabalho presente está vinculado ao


da espécie estudada não foi alterado pelo projeto: DIVERSIDADE BIOLÓGICA
tamanho do recipiente, evidenciando a E FUNCIONAL DA FLORESTA
necessidade da permanência da mudas OMBRÓFILA DENSA DO PARQUE
no viveiro até que atinjam altura de NACIONAL DO CAPARAÓ,
comercialização, quando então poderá ser ESPÍRITO SANTO do Edital/Chamada
verificado qual o recipiente mais adequado Universal 14/2011 e Número do processo
para seu crescimento. 475471/2011-3.

Referências
BARBOSA, Z.; CARVALHO. J. G.;
MORAIS A. R. Fósforo e zinco na
nutrição e crescimento da aroeira-do-
sertão (Myracrodruon urundeuva Fr.
All.) I. Características de crescimento
das plantas. Ciência e Agrotecnologia,
Lavras, v. 21, n. 2, p. 196-204,1997.

GONÇALVES, J. L. M.; SANTERELLI,


E. G.; NETO, S. P. M.; MANARA, M. P.
Produção de mudas de espécies nativas:
substrato, nutrição, sombreamento e
27 fertilização. In: GONÇALVES, J. L.
M.; BENEDETTI, V. (Ed.). Nutrição
e fertilização florestal. Piracicaba:
ESALQ/USP, 2000. p. 309-350.

LORENZI, H. Árvores brasileiras:


manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova
Odessa: Plantarum, 2002. 308 p.

VIDAURRE, G. D.; SILVA, A. N. Da;


ROCHA, J. D. De; BRITO, E. O. Produção
de chapas de partículas de madeira de duas
espécies nativas da mata atlântica e suas
combinações. Ciência Florestal, Santa
Maria, RS, v. 14, n. 1, p. 235-242, 2004.

151
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de espécies nativas com


potencial madeireiro na região
Sudoeste do Paraná
Oiliam Carlos Stolarski1; Anderson Wiliam Klein1; Fernando Campanhã
Bechara2;; Mauricio Romero Gorenstein2; Murilo Lacerda Barddal3

Graduando de Eng. Florestal UTFPR , Campus Dois Vizinhos (oiliam_stolarski@hotmail.com);


1

2
Prof. Dr. do curso de Eng. Florestal UTFPR, Campus Dois Vizinhos (bechara@utfpr.edu.br)
3 Dr., Diretor de Meio Ambiente e Cidadania Empresarial da COPEL-GET

Introdução e objetivo por objetivo analisar o incremento de


A Mata Atlântica, juntamente com os seus quatro espécies nativas da Região Sudoeste
ecossistemas, recobre uma área de 1,1 do Paraná, passíveis de utilização pela
milhão de km², o que representa 11% do indústria florestal.
território nacional. Atualmente, devido às
atividades antrópicas, esta área conta com Materiais e métodos
apenas 300 mil km², a qual se encontra O estudo foi conduzido em um povoamento
altamente fragmentada, sendo considerada contendo Araucaria angustifolia (Bertol.)
um hotspot [1]. O bioma Mata Atlântica Kuntze, Cedrella fissilis Vell., Cordia trichotoma
é composto por diversas fisionomias Vell. e Ocotea porosa Nees & Mart., instalado
vegetacionais, dentre elas a Floresta em outubro de 2010, em espaçamento 3x2
Ombrófila Mista (FOM), que representa m, no município de Dois Vizinhos/PR
11% da vegetação original no estado do 53°06’07).O delineamento experimental
Paraná [2] com uma flora arbórea superior foi inteiramente ao acaso, sendo cada
a 200 espécies, e endemismo próximo a espécie considerada um tratamento, com 4
40% [3]. repetições de 3 indivíduos, totalizando 12
Algumas espécies arbóreas foram indivíduos por tratamento. Trinta meses
de extrema importância para o após o plantio, realizaram-se as primeiras
desenvolvimento econômico na Região avaliações, considerando os parâmetros:
Sul do país, devido ao alto valor de sua sobrevivência, altura total (ht), diâmetro
madeira e dos produtos gerados [4]. A do colo ao nível do solo (das), área de
FOM por sua vez, conta com um elevado copa e volume de copa (estimado como
número de espécies nativas de interesse um cilindro elíptico; e multiplicando-se
comercial, contudo, são poucos os estudos a área da copa pelo comprimento). Este
que enfatizam o seu desenvolvimento, método é um potencial informativo da
consequente de seu lento crescimento estimativa da quantidade de vegetação
natural. Dessa forma, este trabalho teve existente no dossel [5]. Os dados foram

152
Resumos Expandidos

tabelados utilizando o programa Microsoft de copa, depreende-se uma espécie com


Excel 2010® e analisados estatisticamente um bom potencial de desenvolvimento
utilizando o programa estatístico na região (25°41’37”Sudoestedo ParanáS,.
ASSISTAT® versão 7.7 beta [6]. Entretanto, nota-se que ocoeficiente
Realizou-se a ANOVA para todas as de variação para ambas as variáveis
características avaliadas e o teste de Tukey foi elevado, isso pode ser explicado
ao nível de 5% de probabilidade. devido à heterogeneidade na forma e
no comprimento da copa das espécies
Resultados e discussão avaliadas.
No período avaliado, percebe-se que A espécie C. trichotoma possui um rápido
A. angustifolia foi a única espécie que crescimento e uma madeira de excelente
apresentou mortalidade (8%). A morte qualidade, resultante de um tronco reto
da planta pode ocorrer por diversos e cilíndrico, além de um longo fuste,
fatores intrínsecos ao indivíduo ou então, sendo muito apreciada pelo mercado
decorrentes de fenômenos genéticos interno, externo [8] e também local.
ou ambientais, associando as condições Observa-se com isso que esta espécie
edafoclimáticas da região [7]. possui características (tabela 1) que
O crescimento em altura foi maior justificam a sua aceitação e que podem ser
para a C. trichotoma, chegando a 2,73 evidenciadas por meio de novos trabalhos
m aos 30 meses de idade. Já as outras que incentivem a sua utilização.
espécies apresentaram crescimentos que
não diferiram estatisticamente entre si.
Percebe-se que o coeficiente de variação
foi maior para C. fissilis, decorrente das
geadas precoces ocorridas nos meses de
maio a junho de 2012, que resultaram na
paralização do crescimento vegetativo,
dificultando assim o crescimento de alguns
indivíduos da espécie.
O diâmetro do colo ao nível do solo
foi maior para C. fissilis (71,18 mm)
seguido pela C tricotoma com 55,14 mm.
As outras espécies estatisticamente não
se diferenciaram, e apresentaram um
desenvolvimento em diâmetro bem
inferior (Tabela 1).
C. trichotoma destacou-se novamente em
relação à área de copa, bem como no volume

153
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

CV das CV CV vcopa Sob


Tratamentos ht (m) acopa (m²) CV(%)
(%) (mm) (%) (%) (m³) (%)
Cordia trichotoma 2,73 a 27,18 55,14 b 35,08 3,07 a 49,48 3,83 a 80,59 100
Cedrela fissilis 1,86 b 50,83 71,18 a 21,23 1,67 b 71,49 1,02 b 100,75 100
Araucaria
1,47 b 45,02 27,45 c 42,11 0,90 bc 52,53 0,68 b 68,21 91,66
angustifolia
Ocotea porosa 1,15 b 29,61 14,07 c 54,27 0,26 c 116,68 0,13 b 165,96 100
Média 1,80 38,16 41,96 38,18 1,48 72,54 1,41 103,88 97,92

CV (%) 38,03 30,31 61,79 36,15 82,08 42,72 116,85 41,88 4,26

Tabela 1: Análise quantitativa de quatro espécies com potencial madeireiro quanto ao seu
desenvolvimento no município de Dois Vizinhos, Paraná, 2014. Onde: sob = sobrevivência; ht =
altura total; CV = coeficiente de variação; das = diâmetro do colo ao nível do solo; acopa = área
de copa; vcopa = volume de copa. *Teste significativo ao nível de 5% de probabilidade (p < .05).
As médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada variável, não diferem estatisticamente entre si.
Conclusão cobertura vegetal nativa do bioma
Para o período de 30 meses pós-plantio, a Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto
espécie que apresentou os melhores índices de de Estudos Socioambientais do Sul da
Bahia (IESB), 2007. 84 p.
desenvolvimento dentre as variáveis analisadas,
foi C. trichotoma. Entretanto, C. fissilis destacou-
[3]REIS, A. A vegetação original
se das demais em relação ao diâmetro do
do Estado de Santa Catarina. In:
colo. Dessa forma, pode-se concluir que no CARACTERIZAÇÃO de estádios
estado do Paraná, com formação de Floresta sucessionais na vegetação catarinense.
Ombrófila Mista, as espécies C. trichotoma Florianópolis: UFSC, 1995. p. 3-22.
e C. fissilis apresentam respectivamente um
bom desenvolvimento em altura e diâmetro, [4]LORENZI, H. Árvores brasileiras:
contudo, necessita-se de mais estudos manual de identificação e cultivo de plantas
decorrente de um monitoramento contínuo arbóreas nativas do Brasil. 5. ed. Nova
que expresse o incremento destas espécies ao Odessa: Intituto Plantarum, 2008. 384 p.
longo do tempo.
[5] MONTGOMERY, R. A.; CHAZDON,
R. L. Forest structure, canopy architecture,
Referências and light transmittance in Tropical Wet
[[1]BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Forests. Ecology, v. 82, n. 10, p. 2707–
Serviço Florestal Brasileiro. Florestas do 2718, 2001.
Brasil em resumo: 2010: dados de 2005- [6]SILVA, F. de A. S. e.; AZEVEDO, C.
2010. Brasília, DF, 2010. 152 p. A. V. de. Principal components analysis in
[2]ARAÚJO, M. H. S.; CRUZ, C. B. the software assistat-statistical attendance.
M.; VICENS, R. S. Levantamento da
In: WORLD CONGRESS ON

154
Resumos Expandidos

COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7,
Reno. [Proceedings...]. Reno: American
Society of Agricultural and Biological
Engineers, 2009.

[7] ENCINAS, J. I.; SILVA, G. F.; PINTO,


J. R. R. Idade e crescimento das árvores.
Brasília, DF: Departamento de Engenharia
Florestal da UnB, 2005. 40 p.

[8] CARVALHO, P. E. R. Louro-pardo.


Boletim de Pesquisa Florestal,
Colombo, n. 17, p. 63-66, dez. 1988.

155
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de Eucalipto submetido


à aplicação de lama de cal e cinza de
madeira
Shizuo Maeda(1); Itamar Antonio Bognola(2)

(1)
Pesquisador da Embrapa Florestas; Colombo, PR; shizuo.maeda@embrapa.br;
(2)
Pesquisador da Embrapa Florestas; Colombo, PR.

Introdução e objetivos percentuais, respectivamente: 0:0; 100:0;


A aplicação de resíduos gerados na 75:25; 50:50; 25:75: 0:100. Foi inserido
indústria de celu lose e papel como um tratamento constituído apenas de
insumo em plantios florestais é uma forma calcário dolomítico para refe rência. As
de destinação dos mesmos que resolve quantidades de materiais correspondentes
o problema de disposição. Dentre os a cada tratamento foram aplicadas
resíduos, a cinza de madeira e a lama de uniformemente sobre a superfície de cada
cal apresentam características químicas parcela sendo, em seguida, realizada a
que os potencializam como corretivos da incorporação numa faixa aproximada de
acidez do solo e fonte de nutrientes para 1,0 m de largura e 0,20 m de profundidade
as plantas. pela passagem do “riper”. Estas atividades
O objetivo desse trabalho foi avaliar o foram realizadas 30 dias antes do plantio
efeito da cinza de madeira e de lama de cal das mudas clonadas de Eucalyptus dunnii.
no desenvolvimento inicial de eucalipto e Aos seis meses após o plantio das mudas,
em atributos químicos do solo. foi realizada uma avaliação biométrica que
constou da medição da altura e diâmetro a
altura do peito das árvores. Foram coletadas
Material e métodos
amostras de solo das camadas 0 a 10; 10 a
O ensaio foi instalado num Nitossolo
20 e 20 a 40 cm para determinações do pH
Háplico distro férrico, típico, A moderado,
em CaCl 2, os teores de Ca, Mg, K, Al e P
textura argilosa, em Vargem Bonita, SC,
(Silva, 1999), e calculada a relação Ca/Mg.
em delineamento em blocos ao acaso
e quatro repetições. Os tratamentos
foram constituídos de doses de lama de
Resultados e discussão
A aplicação de cinza de forma isolada –
cal combinados com doses de cinza de
tratamento 6 e combinada com lama de
madeira gerada em caldeira estimados
cal – tratamentos 3, 4 e 5 proporcionaram
para elevação do pH em água a 5,5 com
os maiores valores de altura e diâme tro a
base no pH SMP, nas seguintes relações
altura do peito (Tabela 1).

156
Resumos Expandidos

Os resíduos e o calcário proporcionaram 4 50 50 0 3,17 a 2,15 a


melhorias n a fertilidade do solo. A redução 5 25 75 0 3,14 a 2,20 a
observada na acidez e no teor de Al+3 (Fig 6 0 100 0 3,12 a 2,26 a
1), deve-se ao poder neutralizante da lama 7 0 0 100 2,80 b 1,70 b
de cal, da cinza e do calcário (Demeyer et CV
- - - 6,56 9,62
al. , 2001; Lourenço, 1997). (%)
Além da redução da acidez e do teor de
Tabela 1. Altura e diâmetro a altura do peito
Al+3, foram observados aumentos nos (dap) de árvores de Eucalyptus dunnii submetidas a
teores de Ca+2, Mg+2 e K+ (Figura 2). aplicação de lama de cal – lc, cinza – ci e calcário –
No caso do Ca+2, em função do maior calc, ava liadas seis meses após o plantio. *Médias
solubilidade e do maior teor presente em seguidas por letras iguais nas colunas não dieferem
significativamente pelo teste Scott-Knott a 5%
sua composição, a aplicação de 100% de
lama de cal resultou em maiores teores,
os quais foram reduzindo à medida que Observaram-se ainda aumentos no teor de
diminuiu a participação desse resíduo na P (Figura 1) nos tratamentos com presença
composição do tratamento. No caso do de cinza, sendo os efeitos tanto mais
Mg+2, os maiores teores foram observados intenso quanto maior a presença de cinza
com a aplicação do calcário dolomítico, na composição do tratamento, o que se
seguidos pelo tratamentos com maiores deve à presença de P na composição desse
presença de cinza, o que se justifica resíduo, sendo esse resultado consistente
pela presençade Mg em maior teor na com o obtido por Saarsalmi et al. (2006).
composição do produto. Quanto à razão Essas explicações também são válidas para
da relação Ca/Mg, o calcário dolomítico e os aumento s observados nos teores de K+.
os tratamentos com maior percentual de Como resultado da mobilização do solo
cinza (tratamentos 5 – 25% de lama de cal realizada com o uso do “riper” associado
e 75% de cinza e 6 – 100% de cinza) foram com a lixiviação de elemen tos solúveis,
os que apresentaram as razões da relação conforme também observado por Ludwig
mais próxima da considerada adequada et al., (2002), os efeitos dos tratamentos
(Figura 2), devendo-se esse resultado à nas características químicas avaliadas
presença de Mg na composição desses foram observados nas camadas 0 a 10, 10 a
materiais. 20 e em alguns casos até a camada 20 a 40
cm (Figuras 1 e 2).
Tratam. Composição - % Variáveis medidas*
lc ci calc alt - m dap - cm
1 0 0 0 2,79 b 1,68 b
2 100 0 0 2,85 b 1,68 b
3 75 25 0 3,15 a 1,73 a

157
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

de madeira nas seguintes relações percentuais,


respectivamente: 1 – 0:0; t2 – 100:0; t3 – 75:0;
t4 – 50:50; t5 – 25:75; t 6 - 0:100. O t7 refere-se
à aplicação de calcário dolomítico.

Conclusões
A aplicação de cinza de biomassa florestal
de forma isolada e combinada com
lama de cal nas proporções avaliadas,
respectivamente de 25%+75%; 50%+50%
e 75%+25%, resultaram em melhor
crescimento inicial das mudas de Eucaliptus
dunnii.

Figura 1. pH CaCl2 e teores de Al+3 e de P em Referências


camadas de solo submetidas à aplicação de lama
DEMEYER, A.; VOUNDI NKANA, J. C.;
de cal e cinza de madeira nas seguintes relações
percentuais, respectivamente: 1 – 0:0; t2 – 100:0; VERLOO, M. G. Characteristics of wood
t3 – 75:0; t4 – 50:50; t5 – 25:75; t 6 - 0:100. O t7 ash and influence on soil properties and
refere-se à aplicação de calcário dolomítico. nutrient uptake: an overview. Bioresource
Technology, v. 77, p. 287-295, 2001.

LUDWIG, B.; RUMPF, S.; MINRUP, M.;


MEIWES, K-J.; KHANNA, P. K. Effects
of lime and wood ash on soil-solution
chemistry, soil chemistry and nutritional
status of a pine stand in Northern
Germany. Scandinavian Journal of
Forest Research, v. 17, p. 225-237, 2002.

SAARSALMI, A.; KUKKOLA, M.;


MOILANEN, M.; AROLA, M. Long-
term effects of ash and N fertilization on
stand growth, tree nutrient status and soil
chemistry in a scots pine stand. Forest
Figura 2. Teores trocáveis de K +, Ca+2 e Ecology and Management, v. 235, p.
Mg+2 e relação Ca/Mg em camadas de solo 116-128, 2006.
submetidas à aplicação de lama de cal e cinza

158
Resumos Expandidos

SILVA, F. C. da (Ed.). Manual de


análises químicas de solos, plantas e
fertilizantes. 2. ed. rev. ampl. Brasília, DF:
Embrapa Informação Tecnológica; Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 627 p.

LOURENÇO, R. S. Curvas de
neutralização de solo com lama de cal,
comparada com CaCO3 p.a. e calcário.
Boletim de Pesquisa Florestal,
Colombo, n. 35, p. 49-57, jul./dez. 1997.

159
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de guanandi em solo


adubado com silicato de cálcio e
magnésio
Ariane Miranda de Oliveira1; Luiz Arnaldo Fernandes2; Leandro Roberto da
Cruz3; Rodrigo Eduardo Barros4; Rodrigo Magalhães Faria5

1
Graduanda Eng. Florestal ICA/UFMG (arianem.oliver@yahoo.com.br);2Prof. Dr. Instituto de
Ciências Agrárias UFMG (larnaldo@ica.ufmg.br); 3Doutorando Prod. Vegetal ICA/UFMG
(leandrocruz2001@yahoo.com.br); 4Graduando Agronomia ICA/UFMG (rodrigoeduardobarros@
hotmail.com); 5Graduando Agronomia ICA/UFMG (rodrigo_faria179@hotmail.com)

Introdução e objetivos totalizando 20 parcelas. Os dados foram


Cresce a cada ano a necessidade de submetidos à análise de variância, ao teste
produtos madeireiros e não madeireiros Tukey a 5 % de probabilidade e à análise de
no Brasil [1]. O guanandi (Calophyllum regressão polinomial.
brasiliense Camb.) é uma espécie arbórea
com potencial de exploração das folhas
Resultados e discussão
O silicato de cálcio e magnésio
[2] e da madeira, seu produto principal. Os
disponibilizou ao solo potássio, cálcio e
solos agricultáveis do país, contudo, são na
magnésio (Tabela 1), aumentou seu pH, a
maioria ácidos e necessitam de correção
saturação por base, soma de bases e acidez
[3], sendo o silicato de cálcio e magnésio
potencial (Tabela 2).
uma alternativa de corretivo para torna-los
cultiváveis. Assim, objetivou-se com este Dose Variável
trabalho estudar o crescimento de plantas (Mg ha-1) K Ca Mg
jovens de guanandi em solo corrigido com 2,0 Cal. 1,10 ABC 0,69 D 0,21 C
silicato de cálcio e magnésio. 0 0,11 ABC 0,75 D 0,13 C
0,5 1,11 ABC 0,80 ABC 0,14 C
Material e métodos 1,0 0,13 AB 0,92 AB 0,25 BC
O experimento foi conduzido no Instituto
2,0 0,16 A 0,86 ABC 0,38 AB
de Ciências Agrárias da Universidade
CV 28,85 6,06 22,27
Federal de Minas Gerais localizado a 43º 53’
W e 16º 43’ S. Utilizou-se o delineamento Tabela 1. Médias dos teores no solo de K, Ca e
de blocos casualizados com 5 tratamentos Mg em mmolc dm-3, após a coleta das plantas
de guanandi. Médias seguidas de letra semelhante
compostos pelas doses 2,0 Mg ha-2 de na mesma coluna não diferenciam entre si pelo
calcário, 0,0; 0,5; 1,0 e 2,0 Mg ha-2 de teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
silicato de cálcio e magnésio e 4 repetições,

160
Resumos Expandidos

Dose Variável
(Mg pH SB H + Al V
ha )
-1

2,0 7,50 1,01 D 0,93 91,67


Cal. ABC BCD B
0 7,13 C 0,99 D 0,92 93,00
BCD B Figura 1. Altura das plantas de guanandi em
0,5 7,37 1,05 0,75 D 94,00 função das doses de silicato.
BC CD AB
1,0 7,43 1,30 0,85 92,33 Conclusão
ABC ABC CD A O silicato de cálcio e magnésio melhorou
2,0 7,70 1,40 A 1,15 91,67 os atributos do solo mas não auxiliou no
AB AB AB crescimento em altura do guanandi.
C.V. % 1,86 8,14 10,64 0,78
Referências
Tabela 2. Média da soma de bases (SB), [[1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF
acidez potencial (H + Al) em mmolc dm-3,
2013: ano base 2012. Brasília, DF: ABRAF,
saturação por base (V) em % e pH após coleta
2013. 142 p.
das plantas de guanandi. Médias seguidas
de letra semelhante na mesma coluna não [2]FERREIRA, R. C. S.; RIFFEL, A.;
diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5 % SANT’ ANA, A. E. G. HIV: Mecanismo
de probabilidade.
de replicação, alvos farmacológicos e
inibição por produtos derivados de plantas.
As maiores doses de corretivos elevaram Química Nova, v. 33, n. 8, p. 1743-1755,
os teores de Ca, Mg e K. Isso pode ser 2010.
justificado pelo fato desses produtos [3]SOUSA, D. M.; LOBATO, E. Cerrado:
serem fonte de nutrientes. Resultados correção do solo e adubação. 2. ed. Brasília,
semelhantes sobre Ca e V em solo adubado DF: Embrapa Informação Tecnológica,
com silicato foram encontrados por [4]. 2004.
A altura do guanandi decresceu com o
[4]CALDEIRA JÚNIOR, C. F.; SOUZA,
aumento das doses de silicato, sugerindo
R. A. DE; SANTOS, M. A.; SAMPAIO,
que esse corretivo não auxilia nesse tipo de R. A.; MARTINS, E. R. Características
crescimento da planta (Figura 1). químicas do solo e crescimento de
Astronium fraxinifilium Schott em área
degradada adubada com lodo de esgoto e
silicato de cálcio. Revista Ceres, Lavras, v.
56, n. 2, p. 213-218, 2009.

161
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de mudas de Aroeira


Vermelha (Schinus terebinthifolius)
em diferentes substratos
Renan Fossatti1; Valmir Milani1; Marcio Carlos Navroski2;
Mariane de Oliveira Pereira3

1 Graduando Eng. Florestal UDESC / CAV (renan_fossatti@hotmail.com); 1 Graduando Eng.


Florestal UDESC / CAV (milani_valmir@hotmail.com) 2 Prof. Dep. de Engenharia Florestal
UDESC/CAV (navroski@cav.udesc.br); 3 Mestre, Doutoranda em Engenharia Florestal UFPR
(maripereira.florestal@gmail.com)

Introdução e objetivos Materiais e métodos


A aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius O ensaio foi realizado durante o período
Rdd) é uma espécie nativa da América de março a dezembro de 2013 no viveiro
tropical, é dióica e pertencente à família da UDESC – CAV em Lages/SC. Situado
Anacardiaceae. Possui importância nas coordenas geográficas a latitude de
comercial devido às propriedades 27º19’0’’ S e longitude de 50º19’35’’ W e
medicinais fotoquímicas e alimentícia [1]. É altitude de 900 m.
bastante utilizada na recuperação de áreas De acordo com a classificação de Koeppen
degradadas, pois possui caráter pioneiro e o clima do município de Lages/SC é
agressividade competitiva [2]. mesotérmico úmido com verão ameno
A necessidade de produção de grande (Cfb – temperado). A temperatura média
quantidade de mudas em um curto espaço anual é 15ºC e a precipitação média anual
de tempo, para atender aos plantios vai de 1300mm a 1500mm.
comerciais e áreas de recuperação tem Os tratamentos foram constituídos por
favorecido a evolução rápida de diferentes diferentes materiais, sendo compostos por:
técnicas de preparo. O substrato usado 1) comercial; 2) comercial (1/2) + solo da
para produção de mudas tem por finalidade região (1/2); 3) comercial (1/2) + casca de
garantir o desenvolvimento da planta com pinus (1/2); 4) solo da região (1/2) + casca
boa qualidade, em curto período de tempo de pinus (1/2) e 5) comercial (1/3) + solo
e baixo custo [3]. da região (1/3) + casca de pinus (1/3).
Por fim este trabalho tem como objetivo O experimento foi realizado em
avaliar diferentes formulações para o delineamento inteiramente casualizado
desenvolvimento de substratos adequados com 5 repetições de 5 plantas planta
na germinação e no crescimento de mudas por repetição. Em todos os substratos
de aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius foram aplicados 6 g L-1 de NPK (5-20-10).
Radd). As sementes coletadas na região foram

162
Resumos Expandidos

semeadas diretamente em sacos plásticos entre 32,0 a 44,25%. Numericamente,


de 500 cm³, com medidas de 8 x 15 cm, o tratamento T3 (comercial + casca de
com 0,07 mm de espessura, e irrigados pinus) apresentou a maior altura da mudas
periodicamente. de aroeira-vermelha.
Cerca de 70 dias após a semeadura foi Comportamento similar à germinação
verificada a percentagem de germinação e a altura foi obtido para o diâmetro do
de cada tratamento, e após 270 dias a colo. O tratamento T2 apresentou a menor
semeadura foi realizada a medição de média (2,57 mm) não diferenciando do
altura (cm) e diâmetro do colo (mm). T4 (solo da região + casca de pinus) que
As variâncias dos tratamentos foram obteve média de 4,08 mm e T1 (comercial)
testadas quanto à homogeneidade com média de 3,82.
pelo teste de Bartlett. Quando houve
Germinação Altura DC
homogeneidade das variâncias os dados Tratamento
(%) (cm) (cm)
foram submetidos à análise de variância
T1 75,0 a* 32,0 a 3,82 b
e quando houve diferença significativa
T2 35,0 b 17,2 b 2,57 b
pelo teste de F, houve aplicação de teste
T3 90,0 a 44,2 a 5,63 a
de média por Scott-Knott ao nível de 5%
T4 65,0 a 33,8 a 4,08 b
de probabilidade. A análise dos dados foi T5 95,0 a 42,2 a 5,60 a
realizada no pacote estatístico SISVAR [4].
Tabela 1. Médias de germinação (%), altura
(cm) e diâmetro do colo – DC (mm) de mudas
Resultados e discussões de Schinus terebinthifolius em função dos diferentes
Conforme a análise de variância houve tratamentos utilizados. *Médias seguidas pela
mesma letra na coluna, não diferem entre si
diferença significativa entre os diferentes
pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de
substratos para as três variáveis analisadas. probabilidade de erro.
Em relação à germinação, o tratamento
composto pelo substrato comercial + solo
da região (T2) apresentou a menor média Em geral os substratos que utilizaram
(35%) diferindo dos demais tratamentos. o solo da região na composição (T2 e
A média de germinação para os demais T4) apresentaram as melhores respostas
tratamentos ficou entre 65,0 até 95,0% de no crescimento das mudas de aroeira
germinação. vermelha. Possivelmente este resultado
Quanto ao crescimento da mudas seja em função das características físicas
em altura, o tratamento T2 também do substrato composto pelo solo. O solo
apresentou a menor média (17,25) apresenta menor porosidade, aeração e
diferenciando dos demais. Para os demais drenagem em relação a outros compostos
tratamentos não houve diferença entre utilizados, o que pode prejudicar o
eles, sendo que as médias se situaram crescimento das mudas.

163
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Segundo Hartmann e Kester [5] a Os demais tratamentos apresentaram


superioridade das plantas conduzidas comportamento semelhante, destacando-
em diferentes substratos depende se o tratamento composto pelo substrato
das propriedades do substrato, como comercial + casca de pinus (T3) e pelo
por exemplo, sanidade, volume tratamento composto pelo substrato
relativamente constante quando seco e comercial + solo da região + casca de
úmido, capacidade de retenção de água, pinus (T5) os quais apresentaram alta
densidade, porosidade, drenagem, aeração germinação e bom desenvolvimento em
e salinidade baixa. altura e diâmetro do colo.
A mistura dos três componentes utilizados
promoveu a maior germinação e o Referências
melhor crescimento da mudas de aroeira- [1]LENZI, M.; ORTH, A. I. Caracterização
vermelha. De modo geral, pode-se dizer funcional do sistema reprodutivo da aroeira
que é preferível a mistura de dois ou mais vermelha (Schinus terebenthifoliuns Radd),
materiais para a obtenção de um substrato em Florianópolis, SC, Brasil. Revista
adequado e de boa qualidade [6]. Segundo Brasileira de Fruticultura, v. 26 n. 2, p.
o mesmo autor, a escolha dos materiais 198–201, 2005.
utilizados deve considerar a espécie a
ser cultivada, as condições de produção [2]LENZI, M.; ORTH, A. I. Fenologia
(sistema de irrigação, fertilização, tamanho reprodutiva, morfologia e biologia floral
de recipiente, etc.), a disponibilidade de Schinus terebenthifoliuns Radd
e preço do material, além de aspectos (Anacardiaceae), em restinga da Ilha de
técnicos relacionados ao seu uso. Santa Catarina, Brasil. Biotemas, v. 17, n.
O tipo de material e a proporção de cada 2, p. 67–89, 2004.
um na composição do substrato variam de
acordo com a disponibilidade local, custo [3]CUNHA, A. de M.; CUNHA, G. de M.;
e tipo de muda a ser produzida [7]. E ainda SARMENTO, R. de A.; CUNHA, G. de M.;
deve-se lembrar que a formulação deverá AMARAL, J. F. T. do. Efeito de diferentes
ser testada nas condições de cada local de substratos sobre o desenvolvimento de
produção e devidamente ajustada, caso mudas de Acacia sp. Revista Árvore,
haja necessidade [8]. Viçosa, MG, v. 30, n. 2, p. 207-214, 2006.

Conclusão
[4]FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer
O tratamento composto pelo substrato
statistical analysis system. Ciência e
comercial + solo da região (T4) apresentou
Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p.
em geral a menor germinação e também o
1039-1042, 2011.
menor desenvolvimento das plantas.

164
Resumos Expandidos

[5]HARTMANN, H. T.; KESTER, D.


E. Plant propagation: principles and
practices. 3. ed. New Jersey: Prentice-Hall,
1975. 661 p.

[6]BACKES, M. A.; KÄMPF, A. N.


Substrato a base de composto de lixo
urbano para a produção de plantas
ornamentais. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, DF, v. 26, n. 5, p. 753-
758, 1991.

[7]GONÇALVES, J. L. de M.;
POGGIANI, F. Substrato para produção
de mudas. In: CONGRESSO LATINO
AMERICANO DE CIÊNCIA DO
SOLO, 13. Águas de Lindóia, 1996.
Anais... Águas de Lidóia: SLCS; SBCS;
ESALQ/USP, CEA; SBM, 1996.

[8]WENDLING, I.; DUTRA, L. F.;


GROSSI, F. Produção de mudas de
espécies lenhosas. Colombo: Embrapa
Florestas, 2006. (Embrapa Florestas.
Documentos 130).

165
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento de quatro clones de cacau


cultivados no Norte de Minas
Lorena Oliveira Barbosa¹; Karoline Paulino Costa²;
Rizia Rodrigues Santos³; Márcia Silva de Jesus4; Ernane Ronie Martins5.

Graduanda do curso Engenharia Florestal – ICA/UFMG (lorena.obarbosa@gmail.com);


1

2
Graduanda do curso de Agronomia – ICA/UFMG (karoline_paulino21@hotmail.com); 3
Mestranda em Produção Vegetal – ICA/UFMG (riziarodrigues91@yahoo.com.br); 4 Graduanda
do curso Engenharia Florestal – ICA/UFMG (eng-marcia@hotmail.com); 5 Prof. Dr. Produção
Vegetal ICA/UFMG (ernane.ufmg@gmail.com).

Introdução 28 parcelas. Os tratamentos foram


O cacaueiro (Theobroma cacao L.) é uma compostos de quatro clones: CCN10,
espécie nativa do Brasil, encontrada na CCN51, CEPEC2002 e PH16 plantados
floresta Amazônica [1]. É uma planta muito nas entrelinhas do bananal do ICA/
utilizada pelos povos tradicionais para UFMG, no mês de julho de 2010. O
alimentação, que para sua produção exige plantio do cacau realizou-se em covas de
uma alta umidade e sombreamento [2]. 40 x 40 x 40 cm, adubadas com 300 g de
No Norte de Minas Gerais, existem amplas superfosfato simples e 10 litros de esterco
áreas de produção de bananeiras irrigadas, bovino curtido, no espaçamento 3 x 3 m.
que poderiam ser utilizadas no cultivo A irrigação foi realizada por meio
de cacau propiciando sombreamento, e da microaspersão. O experimento
também o aproveitamento da fertilização permaneceu na área até o mês de abril de
e da irrigação. Assim, objetivou-se avaliar o 2013.
crescimento de quatro clones de cacau sob O crescimento das plantas foi avaliado
sombreamento de bananeiras. por meio de dimensões lineares altura,
diâmetro, número de folhas, número de
plantas floridas e início da frutificação,
Material e métodos
entre 120 e 1020 dias após o plantio
A pesquisa foi realizada no Instituto de
(DAP).Os resultados foram submetidos à
Ciências Agrárias, da Universidade Federal
análise de variância e de regressão.
de Minas Gerais, Campus Regional de
Montes Claros.
O delineamento experimental empregado Resultados e discussão
foi em blocos casualizados, com quatro Para as variáveis altura e diâmetro, pode-se
tratamentos, sete repetições, totalizando constatar que houve diferença significativa
entre os resultados (Figuras 1 e 2).

166
Resumos Expandidos

Na altura, os clones CCN10 e PH16, Os quatros clones possuíram


apresentaram taxa de crescimento contínua comportamento semelhante no número
ao longo das avaliações. Os clones médio de folhas ao longo do tempo,
CEPEC2002 e CCN51, apresentaram apresentando resposta quadrática. A
valores máximos de altura e após esse ponto variação do número de folhas foi pequena
nas avaliações iniciais, a partir dos 240
ocorreu uma estabilização, coincidindo
DAP, observou-se um aumento constante
com as épocas de florescimento intenso
da quantidade de folhas (Figura 3).
dessas plantas.
A floração iniciou-se aos 120 dias após o
Nas avaliações de diâmetro todos os clones plantio, nos clones PH16, CEPEC2002 e
apresentaram tendência linear (Figura 2). CCN51, sendo que os três apresentaram
14,29% de plantas floridas. Aos 810
DAP, época correspondente a estação
do inverno em 2012, 100% dos clones
CEPEC2002 estavam floridos, sendo
essa a maior taxa de floração em nível de
clone observada ao longo das avaliações.
Também nessa época, observou uma taxa
de floração de 64,29% do total de plantas
do experimento, sendo esse o maior valor
encontrado ao longo do experimento. A
Figura 1. Variação da altura média (cm) de floração dos clones CCN10 iniciou-se aos
quatro clones de Theobroma cacao em função do 780 DAP, sendo também nessa avaliação
DAP. ** - Significativo a 1% de probabilidade o seu auge de florescimento, com taxa
no teste de t. de floração de 57,14% do total de clones
CCN10 (Figura 4).

Figura 2. Variação do diâmetro (mm) do caule Figura 3. Variação do número de folhas de quatro
de quatro clones de Theobroma cacao em função do clones de Theobroma cacao em função do DAP.
DAP. ** - Significativo a 1% de probabilidade pelo **-Significativo a 1% de probabilidade pelo t.
teste de t.

167
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Referências
[1]GRAMACHO, I. C. P.; MAGNO, A. E.
de S.; MANDARINO, E. P.; MATOS, A.
Cultivo e beneficiamento do cacau na
Bahia. Ilhéus: CEPLAC, 1992. 124 p.

[2]MONTEIRO, W. R.; MARQUES,


J. R. B. Consorciação: a saída para a
modernização de sistema agrícola da
região cacaueira. Disponível em: <http://
Figura 4. Percentual de plantas floridas em função www.ceplac.gov.br/radar/consorciacao.
do DAP em quatro clones de Theobroma cacao.
htm>. 2002. Acesso em: 11 set. 2013.

O clone CEPEC2002 apresentou os


maiores valores em relação aos demais
clones.
A frutificação se iniciou a partir dos 780
DAP para os clones CCN10, CCN51
e PH16. Já para o clone CEPEC2002
foi registrado início de frutificação aos
330 DAP, com um total de dois frutos,
característica essa de precocidade que é
favorável agronomicamente.

Conclusão
O clone CEPEC2002 destaca-se dos
demais clones, apresentando maior
crescimento nas condições da região Norte
de Minas Gerais.

Apoio
UFMG, CNPq, FAPEMIG, CAPES,
PET-AGRONOMIA.

168
Resumos Expandidos

Crescimento inicial de Eucalyptus


dunnii Maiden. Sob diferentes
regimes de adubação
marieli Sabrina Ruza1; Alessandro Camargo Angelo2; Karen Koch Fernandes de
Souza³; Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar4; Vinicius Henrique Mayer5

1
Graduanda Eng. Florestal UFPR (marielisabrina93@gmail.com); 2Professor Dr. Departamento
de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); ³Professora Msc.Engenharia Florestal
PUCPR (karen.souza@pucpr.br); 4Profª Msc.Departamento de Ciências Florestais UFPR
(gaspar@ufpr.br); 5Graduando Eng. Florestal UFPR (viniciushm13@gmail.com)

Introdução e objetivos manter a planta nutrida continuamente


A expansão agrícola na década de 70 e e regularmente durante o crescimento e
80 suprimiu grandes áreas de florestas quando aplicada é dispensada a adubação
naturais. Com o crescimento populacional, de cobertura [3; 4].
a demanda por madeira e seus derivados, O objetivo do presente estudo foi avaliar
incentivou o cultivo de reflorestamentos, o desenvolvimento de Eucalyptus dunnii,
com espécies de rápido crescimento, aos12 meses de idade e de procedência
dentre elas, encontra-se o eucalipto como seminal, quando submetido a adubação
principal gênero implantado. convencional, adubação com liberação
O Eucalyptus dunnii Maiden se destaca lenta e sem adubação (testemunha).
na região sul do Brasil, pois além da
alta produtividade possui adaptação a Material e métodos
condições adversas como resistência às O experimento foi implantado na Estação
injúrias causadas pelas geadas [1]. Experimental da Universidade Federal do
As técnicas silviculturais são amplamente Paraná, Fazenda Canguiri, localizada no
utilizadas para a obtenção de um maior município de Pinhais, região metropolitana
crescimento e desenvolvimento da espécie de Curitiba-PR. De acordo com a
em menor tempo [2]. A adubação é uma classificação climática de Köppen, a região
das técnicas primordiais para alcançar tais apresenta clima do tipo Cfb, caracterizado
resultados. por ser mesotérmico úmido e de verões
A adubação de liberação lenta vem brandos. A área em estudo está sob as
ganhando espaço entre as técnicas coordenadas 25°23’20”S49°07’28”W,
silviculturais, esta reduz as perdas altitude média de 893m e solo do tipo
por lixiviação e volatilização, além de Cambissolo háplico. Para o preparo do

169
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

solofoi realizado uma roçada e uma fertilizante. Para avaliação do experimento


subsolagem à 40 cm de profundidade, foram consideradas as medições oriundas
além da gradagem seguida da aplicação das variáveis: altura total e diâmetro de
de2 toneladas/ha de calcário e 200 kg/ha colo. A altura total foi mensurada com
de fosfato. O delineamento experimental o uso da trena medindo-se a base da
implantado foide blocos ao acaso, com planta até a gema apical e o diâmetro de
dezesseis repetições. Para tanto,foram colo foi mensurado com o auxilio de um
instaladas parcelas com espaçamento de paquímetro à 10 cm do solo.
3x2m incluindo a bordadura equivalendo Os dados foram processados pelo software
a 8 linhas de plantio, com 10 plantas em ASSISTAT versão 7.7 beta, fornecendo
cada linha. As mudas utilizadas para o a analise de variância (ANOVA) e
experimento foram cedidas pela CMPC/ posteriormente submetidos ao teste de
RS. Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
As covas para o plantio foram feitas com
um motocoveador em profundidade de 30 Resultados e discussão
cm, a aplicação de adubo foi realizada em A análise dos dados demonstrou para as
duas covetas laterais a uma distância de variáveis diâmetro de colo e altura total
15 cm da base da planta e profundidade não haver diferença estatisticamente
de 10 cm. As plantas competidoras foram significativa entre a adubação convencional
controladas mecanicamente (coroamento e a adubação de liberação lenta, porém
e roçada mecanizada e semimecanizada). essas diferem da testemunha que não
Cabe ressaltar que, para efeito de recebeu adubação (Tabela 1).
comparação, não foram consideradas
as mudas de replantio. O experimento Médias dos tratamentos (cm)
Altura Diâmetro
foi constituído por 3 tratamentos: (T1)
Adubação
adubação convencional 200 g de NPK 247,81a 48,06a
convencional
na formulação 06-30-06 para adubação
Adubação de
de baseaplicada 30 dias após o plantio e 202,18a 39,25a
liberação lenta
200 g de NPK 15-05-30 para adubação
Testemunha
de cobertura (30 dias após adubação de 100,00b 17,80b
(sem adubação)
base) por indivíduo; (T2) adubação com
aplicação do fertilizante de liberação Tabela 1. Média das variáveis a altura e
lenta em doses de 248 g por planta, diâmetro de Eucalyptus dunnii em função
de adubação convencional, adubação de
constituídas pela formulação NPK 11-
liberação lenta e sem adubação (testemunha),
21-19 mais micronutrientes, realizada 30 para 12 meses de idade. *Médias seguidas
dias após o plantio; e (T3) tratamento de pelo menos uma letra igual, nalinha, não
testemunha; ou seja, sem aplicação de diferem significativamente.

170
Resumos Expandidos

O incremento em diâmetro, assim Referências


como o crescimento em altura foram [1]LEITE, N. B.; FERREIRA, M.; RAMOS,
superiores quando submetidos aos efeitos P. G. D. Efeito de geadas sobre diversas
de adubação. Cabe ressaltar que, para o espécies e procedências de Eucalyptus
presente estudo, a adubação convencional spp. introduzidas na região de Lages,
envolveu duas aplicações, enquanto que Santa Catarina. Piracicaba: IPEF, 1973. p.
a adubação de liberação lenta consistiu 123. (IPEF. Circular técnica, 7).
em uma aplicação única. Isto apresenta
[2]BINKOWSKI, P. Conflitos ambientais e
implicações em relação ao custo significados sociais em torno da expansão
operacional. Por outro lado, o custo por da silvicultura de eucalipto na” metade
quilograma de adubação lenta é superior sul” do Rio Grande do Sul. 2009. 212 f.
ao de adubação convencional. Em função Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento
disso, deverão ser realizadas análises Rural) – Universidade Federal do Rio Grande
futuras focadas nesta análise econômica. do Sul, Porto Alegre.
[5] Analisando mudas de três espécies de
[3]GIRARDI, E. U.; MOURÃO FILHO, F.
eucalipto observou um maior crescimento
A. A. Emprego de fertilizantes de liberação
para altura e diâmetro quando utilizado
lenta na formação de pomares de citros.
adubação com liberação lenta. O
Revista Laranja, Cordeirópolis, v. 24, n. 2, p.
mesmo resultado foi encontrado por 507-518, 2003.
[6], pesquisando mudas de Eucalyptus
camaldulensis Dehnh. Este autor também [4]SHAVIV, A. Advances in controlled-
verificou que não houve diferença release fertilizers. Advances in Agronomy, v.
estatisticamente significativa entre 71, p. 1-49, 2001.
mudas sem adubação e mudas adubadas
[5]MENEGASSI, A. D.; SILVEIRA,
tradicionalmente.
E. R.; FERRONATO, M. L.; REINER,
D. A. Produção de mudas de Eucalipto
Conclusões sob diferentes fonts de adubação.
O uso de adubação convencional In: CONGRESSO FLORESTAL
e adubação de liberação lenta não PARANAENSE, 4., 2012, Curitiba. Anais.
demonstraram diferenças entre si para [Curitiba]: Malinovski Florestal, 2012. CD-
o crescimento em altura total e diâmetro ROM.
de colo de Eucalyptus dunnii, porém ambos
[6]MUNIZ, C. L.; LÔBO, L. M.;
demonstram superioridade quando
FERNANDES, F. P. R.; FERREIRA, E. M.;
comparados a plantas sem adubação.
BRASIL, E. P. F. Efeito de diferentes adubos
Esses resultados são para analises de NPK no processo de produção de mudas de
plantas com um ano de idade, porém o Eucalipto. Enciclopédia Biosfera, Goiânia,
estudo terá continuidade. v. 9, n. 17, p. 1163, 2013.

171
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento inicial de eucalyptus


urograndis sob diferentes doses de
fósforo e gesso agrícola no município
de Jaguariaíva – PR
Anderson Walczak¹;
Marcos Vinícius Martins Bassaco²; Felipe Mazurki Perucio³

1
Graduando Eng. Florestal ULT (awalczak@valedocorisco.com.br);
2
Eng. Florestal, Mestre em Ciências Florestais (marcos.bassaco@gmail.com;
3
Eng. Florestal, Florestal Vale do Corisco (fperucio@valedocorisco.com.br)

Introdução e objetivos crescimento de Eucalyptus urograndis na


A correta nutrição de mudas de eucalipto região Centro-oriental paranaense.
na fase de implantação se torna essencial
para o estabelecimento de florestas de alta Material e métodos
produtividade. Nas condições brasileiras, o O experimento foi conduzido em um
fósforo (P) é um dos nutrientes que mais povoamento de clone de Eucalyptus
limita a produção de madeira, em razão de urograndis no município de Jaguariaíva
seus teores naturalmente baixos na maioria no estado do Paraná, localizado na
dos solos cultivados com eucalipto no região Centro-oriental paranaense, nas
Brasil [2]. coordenadas 24º 15’ 12” S e 49º 40’
Mesmo o eucalipto sendo considerado 40” O e altitude de 926 m. O local é
uma espécie eficiente quanto ao uso dos caracterizado segundo Köppen pelo clima
nutrientes, em solos de baixa fertilidade, Cfb que corresponde ao clima temperado
elevados ganhos vem sendo obtidos pela com temperatura média no mês mais
aplicação de fertilizantes [2;1]. frio abaixo de 18ºC (mesotérmico), com
Aliado a isso, a literatura tem demonstrado verões frescos, temperatura média no mês
que a aplicação de gesso promove a mais quente abaixo de 22ºC e sem estação
movimentação do cálcio, magnésio e seca definida [4;5]. Foram instalados
enxofre no perfil do solo e, portanto, dois experimentos aplicando diferentes
propicia um ambiente químico favorável doses de fósforo e gesso agrícola. No
para o desenvolvimento do sistema experimento em que foi avaliado o fósforo
radicular [3]. foram testadas as seguintes doses, 0; 30;
O presente estudo teve como objetivo 60; 120 e 240 kg há-1), enquanto que para
avaliar o efeito da aplicação de doses o gesso foram testadas as seguintes doses:
variadas de fósforo e gesso agrícola no 0; 300; 600; 1.200; 2.400; 4.800; 9.600 kg ha-1.

172
Resumos Expandidos

As doses de fósforo foram aplicadas 15 1 0,3858


dias após o plantio em coveta lateral (± Blocos 3 2,0739 1,5817 ns
15 cm da muda). O gesso agrícola foi ns
aplicado a lanço em área total logo após o 6
Tratamentos 15817 ns
plantio das mudas. Em cada experimento ns
foi aplicado os nutrientes faltantes nas Resíduo 18 325,710 7.767,302
seguintes quantidades: N - 8,5 kg ha-1; P
- 51 kg ha-1; K - 17 kg ha-1 na adubação Tabela 1. Análise de variância para o
diâmetro do colo (DC) e altura (H) das
de base. mudas de Eucalyptus Urograndis. nsnão
Para avaliar o experimento foram coletados significativo.
os parâmetros dendrométricos, altura total
(H) e diâmetro do colo (DC). De acordo com a (Tabela 2) os resultados
O delineamento estatístico foi em blocos obtidos apresentam crescimento
ao acaso, consistindo em quatro blocos homogêneo entre os tratamentos, não
por experimento (fósforo e gesso), com demostrando diferença expressiva no
cinco tratamentos nos testes de fósforo crescimento em diâmetro do colo (DC)
e sete tratamentos no teste do gesso, e altura (H) aos três meses de idade. De
conforme descrito acima. As parcelas acordo com [8] a adição de P e de K ao
terão 64 plantas (8 x 8 plantas) em um solo por ocasião da implantação aumentou
espaçamento de 3 x 3 metros. o diâmetro do colo, a altura, o diâmetro
da copa e o volume cilíndrico das árvores,
Resultados e discussão com efeitos significativos (P<0,01) e
As variáveis de diâmetro do colo (DC) e reflexos positivos no crescimento inicial
altura (H) não apresentaram diferença do E. dunnii, avaliado aos seis meses de
estatisticamente significativatanto nos idade.
tratamentos como nos blocos como pode O gesso demonstrou crescimento
ser observado na (Tabela 1). homogêneo frente às diferentes doses
aplicadas, não obtendo ganho significativo
Fonte de QM em diâmetro do colo (DC) e altura (H)
variação G.L DC H relativos aos três meses de idade. [7]
Fósforo
avaliou a aplicação de calcário+gesso, nas
3 1,1735 0,9306
Blocos doses de 2,4 + 1,0 t/ha, respectivamente,
ns ns
produziu 24% a mais do que a aplicação
4 0,4731 0,1887
Tratamentos isolada de 3,0 t/ha de calcário, destacando-
ns ns
se o efeito do gesso no suprimento de Ca
Resíduo 12 609.950 18.223,52 5
e também de S.
Gesso

173
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

DOSE Conclusões
Trat. H DC
(kg/ha) O Eucalyptus urograndis não promoveu
Fósforo ganhos significativos de crescimento aos
0 1 61 12,2 três meses de idade, mesmo em doses
30 2 64 12,4 crescentes de fósforo e gesso agrícola.
60 3 68 13,4
120 4 66,3 13 Referências
240 5 68,3 11,9 [1]BARROS, N. F.; NEVES, J. C. L.;
Gesso NOVAIS, R. F. Fertilidade de solos,
0 1 77,1 13,4 nutrientes e produção florestal. Revista
300 2 80,8 14,5 Visão Agrícola, v. 4, p. 76-79, 2005.
600 3 76,5 13,27
[2]BARROS, N. F.; NOVAIS, R. F.
1200 4 83,2 14,3
Eucalypt nutrition and fertilizer regimes
2400 5 84,5 15,3 in Brazil. In: ATTIWILL, P. M.; ADAMS,
4800 6 89,1 16,2 M. A. (Ed.). Nutrition of Eucalyptus.
9600 7 74,7 12,4 Collingwood: CSIRO, 1996. p. 335-356.
Tabela 2. Médias dos diâmetros do colo
(mm) e altura (H) das mudas de Eucalyptus [3]CAMILO, N. F. P. Produtividade do
urograndis aos 90 dias. cafeeiro em resposta ao manejo da
calagem e gessagem em Latossolos
de Cerrado. 2007. 83 f. Dissertação
Aos três meses de idade as respostas
(Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas)
obtidas para diâmetro do colo (DC) e altura
- Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
(H) foram estatisticamente semelhantes,
MG.
porém observa-se um pequeno aumento
das variáveis quando se aplica as doses
crescentes de fósforo. O mesmo [4]IAPAR. Cartas climáticas do Paraná.
comportamento é observado quando se Londrina, 2000.
utiliza o gesso no solo, aumentando o
diâmetro do colo e a altura até 4800 kg de [5]MAACK, R. Geografia física do
gesso por hectare, a partir dessa dosagem estado do Paraná. 2. ed. Rio de Janeiro:
houve um decréscimo das variáveis. Mas José Olympio, 1981. 442 p.
pode-se considerar que estatisticamente
estas diferenças não foram significativas à
[6]NAVA, G.; ERNANI, P. R.; SÁ, A. A.;
adição desses insumos.
PEREIRA, A. J. Soil composition and
nutritional status of apple as affected by

174
Resumos Expandidos

long-term application of gypsum. Revista


Brasileira de Ciência do Solo, v. 36, p.
215-222, 2012.

[7]RODRIGUES, F. A. V. Crescimento
de eucalipto em idade jovem e
movimentação de cálcio e magnésio
no solo em resposta à aplicação de
calcário e gesso agrícola. 2013. 72 f.
Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de
Plantas) - Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, MG.

[8]STAHL, J. Resposta inicial de


Eucalyptus spp. à adubação fosfatada e
potássica no Planalto Sul Catarinense.
2009. 69 f. Dissertação (Mestrado em
Produção Vegetal) - Universidade do
Estado de Santa Catarina, Lages.

175
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Crescimento inicial de mudas de Ceiba


pentandra l. Gaertn (Malvaceae) com
composto de lixo orgânico
Rozimar de Campos Pereira1; José Antônio Linhares Júnior 2;
Adla Mércia Carobense da Palma2; Wendell Queiroz 2 ; Silvanne Silva Santos3

Profa. Dra. do Centro de Ciências Agrárias, Biológicas e Ambientais - Universidade Federal do


1

Recôncavo da Bahia - Rua Rui Barbosa, 710, Cruz das Almas – BA. (rozimar@ufrb.edu.br) ;
2
Graduandos em Engenharia Florestal - Centro de Ciências Agrárias, Biológicas e Ambientais -
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (linhares.jr@hotmail.com; adla_palma@hotmail.com;
wendel_q@hotmail.com).; 3Técnica de Laboratório do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e
Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (analise.silvane@yahoo.com.br).

Introdução e objetivos se fazer recomendações de fertilização


Ao iniciar estudos para o estabelecimento específicas para cada espécie [1]. Tendo em
de povoamentos florestais com vista o pouco conhecimento acumulado na
espécies nativas brasileiras, verifica-se literatura sobre as condições básicas para a
a quase inexistência de informações produção de mudas da maioria das espécies
a respeito da nutrição mineral dessas florestais, os estudos, que forneçam subsídios
espécies. No entanto, para o sucesso do para tal, assumem valiosa importância.
empreendimento florestal é importante, Assim, esse trabalho teve por objetivo avaliar
entre outros aspectos, o conhecimento os efeitos de doses crescentes de composto
das quantidades exigidas de cada elemento de lixo orgânico como fonte nutricional para
pela espécie [2]. o crescimento de mudas de sumaúma (Ceiba
A sumaúma é uma espécie que ocorre pentandra L. Gaertn).
desde o México até o norte da América
do Sul, principalmente nas matas de Material e métodos
várzea e de terra firme com solo argiloso Utilizou-se o delineamento inteiramente
[3]. Possui madeira com alto valor casualizado com cinco tratamentos
econômico, sendo utilizada para diversos (porcentagem de composto de lixo
fins. Pouco se sabe sobre a exigência orgânico) com 4 repetições com
nutricional e crescimento de sumaúma consistindo de 30 mudas. Os tratamentos
em plantios, sejam eles homogêneos ou corresponderam a cinco porcentagens 0;
mistos. O mesmo acontece na fase de 10; 20; 40 e 50% v/v. Utilizou-se como
muda, pois existe grande dificuldade de substrato latossolo amarelo coeso coletado

176
Resumos Expandidos

na camada de 20-40cm de profundidade.


Aos 93 dias após o plantio, determinaram-
se as variáveis altura, área foliar, número
de folhas e massa seca da parte aérea e
das raízes. A área foliar foi estimada pela
equação Área = L1,87, sendo L a largura
da folha [5]. Os dados coletados foram
submetidos à análise de variância (teste
F) e de regressão polinomial segundo
recomendações de [4].

Resultado e discussão
Analisando as doses utilizadas do composto,
estas promoveram maior crescimento das
plantas em altura até a dose estimada de 28 e
30% respectivamente (variando na faixa de
23 a 34% entre as medidas de crescimento
avaliadas) (Figura 1). Comparando-se o
substrato sem adição de composto, com
a dose estimada em que se observou o
crescimento máximo, houve aumento de
Figura 1. Altura das plantas (A), número de
47% na altura, 66% no número de folhas, folha (B), área foliar (C) e massa seca da parte
86% na área foliar, 77% na massa seca da aérea e raízes (D) de mudas de Ceiba pentamera
parte aérea e 99% na massa seca de raízes. produzidas em sacos plásticos em função
Observou-se que a maior porcentagem de doses de composto de lixo orgânico na
composição do substrato.
de composto na formação do substrato
produziu muda com menores alturas,
apesar destas, apresentarem massa da parte Comparando-se o substrato sem adição
aérea e das raízes (Figura 1. A, D). de composto, com a dose estimada em
que se observou o crescimento máximo,
houve aumento de 47% na altura, 66%
no número de folhas, 86% na área foliar,
77% na massa seca da parte aérea e 99%
na massa seca de raízes. A redução no
crescimento das plantas foi expressiva
quando os substratos continham a dose
máxima de composto. Comparando-se

177
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

a dose de 50% de composto com a dose três ambientes. Floresta e Ambiente, v. 7,


que promoveu o máximo crescimento, n. 1, p. 11-18, 2000.
observou-se redução de 1% na altura, 14%
no número de folhas, 21% na área foliar, [3]RIZZINI, C. T. Árvores e madeiras
23% na massa seca da parte aérea e 53% úteis do Brasil: manual de dendrologia.
na massa seca de raízes. 2. ed. São Paulo: E. Blucher, 1990. 286 p.

Conclusões [4]SANTOS, J. W.; GHEYI, H. R.


O uso de composto de lixo urbano Estatística experimental aplicada.
na formulação de substratos para o Campina Grande: Marcone, 2003. 213 p.
cultivo de plantas arbóreas contribui
significativamente para a melhoria da [5]SEVERINO, L. S.; VALE, L. S.;
fertilidade do substrato e melhora o vigor BELTRÃO, N. E. M. A simple method
das plantas. O composto de lixo urbano for measurement of Jatropha curcas leaf
adicionado ao substrato promove maior area. Revista Brasileira de Oleaginosas
crescimento da sumaúma, espécie com e Fibrosas, Campina Grande, v. 11, n. 1,
alto potencial para recomposição de matas p. 9-14, 2007.
e paisagismo. Estima-se que para a espécie
estudada o máximo crescimento das
mudas é obtido com a adição de 35% de
composto de lixo ao material de subsolo.
Provavelmente o uso do composto
incorpora nutrientes como K, Mg e S
essenciais para o crescimento de mudas.

Referências
[1]CRUZ, A. F.; PAIVA, H. N.;
GUERREIRO, C. R. A. Efeito da
adubação nitrogenada na produção de
mudas de sete-cascos (Samanea inopinata
(Harms) Ducke). Revista Árvore, Viçosa,
MG, v. 30, n. 4, p. 537-546, 2006.

[2]LIMA, J. P. C. de; MELLO FILHO,


J. A. de; FREIRE, L. R. Absorção de
nitrogênio para Schizolobium parahyba
(VELL.) BLAKE, em fase de viveiro em

178
Resumos Expandidos

Crescimento inicial de mudas de


Lafoensia pacari a.St.-Hil. (Lythraceae)
oriundas de duas procedências
do Estado do Paraná
Mariane de Oliveira Pereira1; Jeniffer Grabias2; Pablo Melo Hoffmann2;
Marcio Carlos Navroski3; Christopher Thomas Blum4

1
Doutoranda, PPG em Engenharia Florestal UFPR (maripereira.florestal@gmail.
com); 2 Mestranda (o), PPG em Engenharia Florestal UFPR (jeni.grabias@gmail.com,
pblhffmnn@gmail.com) 3 Prof. Dep. de Engenharia Florestal UDESC/CAV (navroski@
cav.udesc.br); 4 Prof. Dep. De Engenharia Florestal UFPR (blumct@gmail.Com)

Introdução e objetivos essa espécie na categoria de vulnerável [6].


Lafoensia pacari A. St.-Hil., conhecida O seu uso, com objetivos terapêuticos,
popularmente como dedaleiro, é uma tem reduzido o número de indivíduos
espécie arbórea nativa brasileira que no ambiente natural, devido ao caráter
ocorre principalmente nas florestas de extrativista dessa prática. A retirada da
altitude, cerrado, mata ciliar, mata seca e casca, para fins medicinais leva a planta à
na arborização de ruas [1, 2]. Pertencente a morte, causada pelo anelamento do caule [7].
família Lythraceae, trata-se de uma árvore A necessidade de produção de mudas
decídua de 5 a 15 m de altura, é secundária em grande quantidade e curto espaço de
tardia e com dispersão anemocórica [3]. No tempo para atender aos plantios comerciais
Brasil está presente no Paraná e em outros e áreas de recuperação tem gerado interesse
estados, estendendo-se do Amapá até o na espécie. A qualidade das mudas pode
Rio Grande do Sul [4]. Ocorre também em ser definida tanto por características
floresta semidecídua e savana arbórea no morfológicas, nutricionais e fisiológicas,
Paraguai e Bolívia [5]. resultantes tanto de fatores genéticos
O dedaleiro é uma planta promissora em como de procedimentos de manejo de
virtude de suas diversas utilidades e por viveiro. Vários destes parâmetros têm sido
seu grande valor medicinal. Sua madeira avaliados por meio da sobrevivência e do
é utilizada para obras externas e internas, desenvolvimento da muda no viveiro [8].
além do seu potencial para paisagismo O presente trabalho teve por objetivo
e recuperação de áreas degradadas [5]. A analisar o crescimento inicial de mudas
demanda crescente, o intenso extrativismo de Lafoensia pacari oriundas de duas
de espécies medicinais e as constantes procedências do estado do Paraná.
queimadas do cerrado, vêm inserindo

179
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Materiais e métodos significativa foi aplicado o teste “T” ao


Os frutos de dedaleiro foram coletados nível de 5% de probabilidade. O pacote
entre abril e julho de 2012, em matrizes de estatístico SISVAR [9] foi utilizado para a
remanescentes florestais de Bocaiúva do análise estatística dos dados.
Sul e Tibagi, ambos no estado do Paraná.
O experimento foi conduzido no Viveiro Resultados e discussões
de Espécies Nativas da Sociedade Chauá, Conforme a análise de variância (Tabela 1)
no município de Campo Largo, PR. não houve efeito significativo para as variáveis
As sementes foram colocadas para comprimento de raiz e massa seca radicular
germinar em sementeiras plásticas e após aos 150 dias após a germinação. Para a massa
90 dias da semeadura as plântulas foram seca da parte aérea e mortalidade por geada
transferidas para tubetes de 180 cm3 com houve diferença entre as procedências.
substrato comercial a base de casca de
Quadrado médio
Pinus e com a adição de 6 g L-1 de NPK CR MSR MSPA Geada
(5-20-10). (cm) (g) (g) (%)
Os tratamentos foram constituídos pelas Procedência 21,43ns 0,0216ns 2,53** 12,124**
diferentes procedências e o experimento Erro 19,71 0,0165 0,16 16,272
foi realizado em delineamento inteiramente CV% 16,66 17,80 13,89 15,23

casualizado com 5 repetições de 20 plantas Procedências Médias


B. do Sul 20,38a* 0,32a 0,85b 16,94 a
por repetição.
Tibagi 18,92a 0,36a 1,16a 23,33 b
As plantas foram avaliadas quanto à altura
da parte aérea (do coleto até a meristema Tabela 1. Resumo da análise de variância e
apical) e diâmetro de coleto aos 90, 150, médias de comprimento de raiz – CR (cm),
massa seca radicular – MSR (g), massa seca
210 e 270 dias após semeadura (fatorial 2 da parte aérea – MSPA (g) e danos por geadas
x 4 épocas de avaliações). O comprimento (%) aos 150 dias em mudas de Lafoensia pacari
de raiz (cm), massa seca radicular (g) coletadas em duas procedências. ** Significativo
e massa seca da parte aérea (g) foram (p ≤0,05) pelo teste “F” *Letras minúsculas
avaliados aos 150 dias (segunda avaliação) idênticas na vertical não diferem entre si a 5%
e a mortalidade de mudas em decorrência de probabilidade de erro pelo teste Tukey.
de geadas (%) foi avaliada aos 150 e 210
A maior massa seca da parte aérea foi
dias.
obtida em mudas da procedência Tibagi,
Após avaliar a normalidade pelo teste de
diferenciando-se da procedência Bocaiúva
Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade
do Sul (Tabela 1). Para a mortalidade
de variâncias, por meio do teste de Bartlett,
em decorrência de geadas, a menor
os dados foram submetidos à análise de
porcentagem foi obtida para a procedência
variância ao nível de 5% de probabilidade
Bocaiúva do Sul, apresentando 6,4%
de erro. Quando houve diferença

180
Resumos Expandidos

menos mortalidade que as mudas da


procedência Tibagi.
A parte aérea e o diâmetro do coleto de
mudas de dedaleiro foram influenciados
pela interação entre o período de avaliação
e a procedência das sementes. As mudas de
dedaleiro obtiveram crescimento em altura
diferenciado-se conforme a procedência Figura 2. Diâmetro de coleto (mm) de Lafoensia
(Figura 1). A procedência Tibagi pacari obtidas de sementes coletadas de duas
procedências e diferentes tempos de avaliação.
apresentou as maiores médias de altura nas
quatro avaliações efetuadas. Essa diferença
em altura aumentou com o passar do A diferença entre as duas procedências
tempo, sendo que na avaliação aos 270 dias também aumentou com o tempo de
obteve-se 6,47 cm de diferença pró Tibagi. avaliação. O maior acréscimo em diâmetro
ocorreu aos 270 dias.
O diâmetro do coleto é uma importante
variável na expressão da qualidade das
mudas, pois possui estreita correlação
não somente com a sobrevivência, mas,
sobretudo, com o ritmo de crescimento
das mudas após o plantio [11].
Figura 1. Altura de mudas (cm) de Lafoensia
pacari obtidas de sementes coletadas de duas Conclusão
procedências e diferentes tempos de avaliação. Mudas de dedaleiro da procedência Tibagi
apresentaram maior crescimento em altura
Apesar da altura da parte aérea ser e diâmetro de coleto, além de maior massa
uma variável muito importante e muito seca da parte aérea. Para a procedência
utilizada como parâmetro para expressar Bocaiúva do Sul foi observada menor
a qualidade de mudas, não se deve avaliar mortalidade das mudas em função da
somente esta característica, pois a altura ocorrência de geadas.
proporciona apenas uma aproximação
da capacidade fotossintética e área Referências
transpiratória, ignorando a arquitetura do [1]LORENZI, H. Árvores brasileiras:
caule e sistema radicular [10]. manual de identificação e cultivo de
O diâmetro de coleto também foi maior plantas nativas do Brasil. Nova Odessa:
na procedência Tibagi em comparação a Plantarum, 1992.
procedência Bocaiúva do Sul (Figura 2).

181
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[2]SILVA JÚNIOR, M. C. 100 Árvores do [8]RIBEIRO, G. T.; PAIVA, H. N.;


cerrado: guia de campo. Brasília, DF: Ed. JACOVINE, L. A. G.; TRINDADE,
Rede de Sementes do Cerrado, 2005. C. Produção de mudas de eucalipto.
Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2001.
[3]MENDONCA, R. C.de; FELFILI, J. M.;
WALTER, B. M. T.; SILVA JUNIOR, M. [9]FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer
C. da; REZENDE, A. V.; FILGUEIRAS, statistical analysis system. Ciência e
T. S.; NOGUEIRA, P. E. Flora vascular Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p.
do cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, 1039-1042, 2011.
S. P. de (Ed.). Cerrado: ambiente e flora.
Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p. [10]RITCHIE, G. A.; LANDIS, T. D.
289-556. Assessing plant quality. In: LANDIS, T.
D.; DUMROESE, R. K.; HAASE, D.
[4]PROENÇA, C.; OLIVEIRA, R. S.; L. Seedling processing, storage and
SILVA, A. P. Flores e frutos do cerrado. outplanting: volume 7. Washington, DC:
Brasília, DF: Ed UnB; São Paulo: Imprensa USDA, 2010. p. 17-81.
Oficial, 2000.
[11]DURVEA, M. L. Proceedings:
[5]CARVALHO, P. E. R de. Espécies evaluating seedling quality: principles,
florestais brasileiras: recomendações procedures, and predictive abilities of
silviculturais, potencialidades e usos da major tests. Corvallis: Oregon State
madeira. Colombo: EMBRAPA-CNPF, University, 1985.
1994.

[6]FACHIM, E.; GUARIM, V. L. M. S.


Conservação da biodiversidade: espécies
da flora de Mato Grosso. Acta Botanica
Brasilica, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 281-
302, 1995.

[7]TONELLO, V. M. Estrutura de
populações de Lafoensia pacari St. Hil.
e dados etnobotânicos e fenológicos
em Nossa Senhora do Livramento,
Mato Grosso. 1997. 94 f. Dissertação
(Mestrado em Ecologia e Conservação da
Biodiversidade) - Instituto de Biociências,
Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá.

182
Resumos Expandidos

Crescimento inicial de Pinus taeda l.


sob diferentes regimes de adubação no
primeiro Planalto Paranaense
Lia Toiosima Yoshizumi1; Alessandro Camargo Angelo2;
Karen Koch Fernandes de Souza³; Mariana Berlesi Klein4;
Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar5

1
Graduanda Eng. Florestal UFPR (lia.toiosima@gmail.com);2Professor Dr. Departamento
de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); ³Professora Msc. Ciências
Florestais PUCPR (karen.souza@pucpr.br); 4 Graduanda Eng. Florestal UFPR
(marianabklein@gmail.com); 5Professora Msc. Ciências Florestais UFPR

Introdução e objetivos realizados a fim de proporcionarem uma


A madeira é utilizada como fonte de produção mais elevada e homogênea no
matéria-prima para diversos processos cultivo florestal.
industriais como: fabricação de papel e Um dos fatores manejáveis é a adubação,
celulose, móveis, chapas, compensados, que fornece nutrientes ao crescimento das
além de ser considerada importante fonte plantas cultivadas[3].
de energia. É possível se encontrar diferentes formulações,
Os plantios florestais no Brasil, os hidrossolúveis e de liberação lenta.
quais visam a obtenção de madeira de Dentro deste contexto, o presente
maneira mais sustentável, são compostos trabalho teve por objetivo comparar o
majoritariamente por dois gêneros: crescimento no primeiro ano de Pinus
Eucalyptus e Pinus. No que se refere a este taeda Linnaeus sob diferentes regimes de
último, seu cultivo foi intensificado após adubação, confrontando uma formulação
a segunda metade da década de sessenta convencional com outra de liberação lenta.
devido a incentivos fiscais[1].
Um dos elementos essenciais para a Material e métodos
realização de um plantio é o solo, o qual O ensaio foi implantado na Estação
possui distintas características físicas, Experimental da Universidade Federal do
biológicas e químicas, tais características Paraná denominada “Fazenda Canguiri”,
influenciam na produtividade e taxa de situada no município de Pinhais, região
crescimento das árvores[2]. metropolitana de Curitiba-PR, 25°23’20”S
Com o aprimoramento das técnicas 49°07’28”W altitude média 893m, solo do
silviculturais e de manejo, os processos são tipo

183
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Cambissolo háplico. Esta região dias após o plantio e (TC) testemunha; ou


caracteriza-se pelo clima mesotérmico seja, sem aplicação de fertilizante.
úmido a subúmido, sendo classificada Para avaliação do experimento foram
como clima Cfb segundo a classificção consideradas as medições das variáveis:
climática de Köppen. altura total (h) (Figura 1) e diâmetro de
O preparo do local se deu através de colo (DC), coletadas respectivamente com
roçada, seguida de subsolagem a 40cm uso de trena (medindo-se da base até a
de profundidade, gradagem, aplicação gema apical) e paquímetro (5 cm do solo).
de calcário (2 toneladas/ha) e fosfato O processamento dos dados foi realizado
(200 kg/ha). O espaçamento utilizado em laboratório através do uso do software
foi de 3x2 m, configurando parcelas de Assistat® versão 7.7 beta.
8x10 plantas, incluindo a bordadura. O
delineamento experimental utilizado foi o
de blocos ao acaso, com quatro repetições
de quatro plantas. As mudas utilizadas para
o experimento foram produzidas a partir
de sementes procedentes da África do Sul.
As covas para o plantio foram feitas em
profundidade de 30cm com o auxílio de
um motocoveador, a aplicação de adubo
foi realizada em duas covetas laterais com
10cm de profundidade a uma distância de
15cm da base da planta. Houve o controle
das plantas competidoras sem o uso de
produtos químicos.
Cabe ressaltar que para efeito de
comparação não foram consideradas
as mudas de replantio. O experimento
Figura 1. Aferição da variável altura total no local
foi constituído por 3 tratamentos: (TA) do experimento. Fonte: Angelo, A.C., 2013.
adubação de formulação convencional,
constituída de 110 g de NPK 05-30-10 mais
micronutrientes para adubação de base Resultados e discussão
aplicada 30 dias após o plantio e 150 g de O resultado das médias para altura total (cm)
NPK 15-05-30 para adubação de cobertura foram: 98,25; 97,00 e 77,06. Em se tratando de
por indivíduo aplicada 60 dias após o diâmetro da base (mm), os números obtidos
plantio; (TB) aplicação do fertilizante foram: 23,75; 25,19 e 19,06, respectivamente
de liberação lenta em doses de 165 g por para os tratamentos A, B e C.
planta, constituídas pela formulação 11- Através da análise de variância (ANOVA)
21-19 mais micronutrientes, realizada 30 a um nível de 95% de probabilidade,

184
Resumos Expandidos

procedido da realização do teste de Tukey adubação convencional demonstrou


constatou-se que para o parâmetro altura um resultado superior para o parâmetro
total os tratamentos A e B não diferem altura total, já para diâmetro de colo a
estatisticamente, já o tratamento C diferiu fertilização de liberação lenta obteve um
dos demais tratamentos. Para o parâmetro resultado superior. Esta investigação
diâmetro de colo o tratamento A, não terá prosseguimento visando observar
possui diferença estatística dos outros dois; a efetividade dos tratamentos em longo
já os tratamentos B e C diferem entre si prazo.
(Tabela 1). Tendo em vista que cada tratamento de
adubação influenciou mais a uma das
Parâmetro TA TB TC
variáveis, acredita-se que a escolha deve
Altura total 98,25a 97,27a 77,06b
estar propensa para aquele que beneficia
Diâmetro da base 23,75ab 25,19a 19,06b
o diâmetro, pois, este possui uma maior
Tabela 1. Média de Altura total (cm) e influência na estimativa de volume. No
diâmetro da base (mm) com 1 ano de idade.
entanto, tal conclusão restringe-se a este
Médias seguidas de pelo menos uma letra
igual, na linha, não diferem significativamente período inicial de um ano de idade.
(P95%>0,05).
Referências
Historicamente, no Brasil, acredita-se que [1]FERREIRA, C. A.; SILVA, H. D. da;
as espécies do gênero Pinus dispensam REISSMANN, C. B.; BELLOTE, A . F.
adubação ou respondem muito pouco J.; MARQUES, R. Nutrição de Pinus no
à sua aplicação [4]. No entanto, há uma Sul do Brasil: diagnóstico e prioridades
carência de pesquisas aprofundadas de pesquisa. Colombo: Embrapa Florestas,
nessa área [4]. O presente trabalho, 2001. 23 p.
demostrou que, já no primeiro ano a
[2]GARICOTS, L. S. L. Estado nutricional
espécie respondeu tanto a aplicação da
e fatores do solo limitantes do
adubação convencional quanto ao adubo
crescimento de P. taeda L. Em Telêmaco
de liberação lenta. Trabalhos realizados Borba (PR).1990. 128 f. Dissertação
por [5] citado por [4], mostraram elevada (Mestrado em Ciências) – Universidade
resposta do P. taeda à aplicação de P e Federal do Paraná, Curitiba.
K, em solos de baixa fertilidade com
cobertura florestal primitiva de cerrado, na [3]BRASIL, E. C.; VIÉGAS, I. de J. M.;
região de Jaguariaiva-PR. SILVA, E. S. A.; GATO, R. F. Nutrição
e adubação: conceitos e aplicações na
tPara o referido experimento, com formação de mudas de pimenta longa.
coleta de dados realizada após um ano Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental,
1999. 23 p. (Embrapa Amazônia Oriental.
do plantio dos indivíduos, o uso de
Documentos, 13).

185
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[4]FERREIRA, C. A.; SILVA, H. D. da;


BELLOTE, A. F. J.; ANDRADE, G. C.
Nutrição de Pinus no Sul do Brasil. In:
FERREIRA, C. A.; SILVA, H. D. (Org.).
Formação de povoamentos florestais.
Colombo: Embrapa Florestas, 2008.

[5]SILVA, H. D. da; BELLOTE, A. F.


J.; DEDECEK, R. A.; GOMES, F. dos.
Adubação mineral e seus efeitos na
produção de biomassa em árvores de Pinus
taeda L. In: Congresso Florestal Brasileiro,
8., 2003, São Paulo. Benefícios, produtos
e serviços da floresta: oportunidades
e desafios do século XXI. São Paulo:
Sociedade Brasileira de Silvicultura:
Sociedade de Engenheiros Florestais,
2003. CD-ROM.
.

186
Resumos Expandidos

Curvas de índice de sítio para plantios


florestais comerciais de Pinus taeda l.
localizados na região Oeste Catarinense
Letícia Hreçay¹; Veridiana Padoin Weber²;
Lorenzo Teixeira de Melo da Silva³; João Paulo
Czarnecki de Liz4; Paula Búrigo Vandresen5.

1 Graduanda Eng. Florestal UTFPR-Campus Dois Vizinhos (leticiahrecay@gmail.com);


2
Prof. Dra. Eng. Florestal UTFPR-Campus Dois Vizinhos (veridianapadoin@utfpr.edu.
br); 3 Eng. Florestal Celulose Irani S.A. (lorenzomelo@irani.com.br); 4 Eng. Florestal
Celulose Irani S.A (joaoliz@irani.com.br); 5 Eng. Florestal Celulose Irani S.A
(paulavandresen@irani.com.br)

Introdução e objetivos oeste do estado de Santa Catarina. Os


Para a formação de povoamentos florestais pares de dados de diâmetro, altura total,
é necessário optar por procedimentos que altura dominante e idade foram obtidos
melhor atendam o objetivo da atividade. de parcelas temporárias. As idades dos
Dentre os diversos métodos existentes, o povoamento eram de 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13,
que recebe maior destaque é a classificação e 14 anos e os espaçamentos de plantio dos
de sítios florestais. A partir dessa prática povoamentos foram de 2,5 x 2,0 m, 2,5 x
é possível avaliar a capacidade produtiva 2,5 m e 3,0 x 3,0 m.
de uma determinada área, correlacionando O inventário florestal foi realizado no ano
com a espécie que se deseja produzir. Dessa de 2012, onde foram medidas 632 parcelas
maneira, a maioria das decisões adotadas circulares com 11,28m de raio, onde foram
no manejo florestal é fundamentada medidas a circunferência à altura do peito
na classificação de sítio [1]. O presente (CAP) de todos os indivíduos pertencentes
trabalho teve como objetivo construir à parcela com o auxílio de uma fita
curvas de índice de sítio, para a espécie métrica, e as alturas de 20% das árvores
Pinus taeda L., em plantios localizados na pertencentes à parcela. Além disso, foram
região oeste catarinense. medidas as alturas das quatro árvores
mais grossas por parcela, correspondentes
das 100 árvores mais grossas por hectare
Material e métodos
com o auxílio do hipsômetro Vertex. Para
O estudo foi conduzido em povoamentos
a classificação dos sítios florestais foi
de Pinus taeda, pertencentes a empresa
empregado o método da curva guia ou
Celulose Irani S.A, localizados na região
curva média, que para este estudo optou-

187
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

se pela idade de 13 anos. Foram testados Foram geradas as curvas de índice de sítio
7 modelos matemáticos para o ajuste da do tipo anamórficas, objetivando definir
altura dominante em função da idade. Para o número de curvas de índices de sítios
selecionar o melhor modelo matemático, necessárias para cobrir a variação entre o
foram utilizados os seguintes critérios menor e o maior crescimento em altura
estatísticos: erro padrão da estimativa dominante em função do tempo. Para isso,
relativo, coeficiente de determinação os dados observados de altura dominante
ajustado, valor de F calculado e distribuição em função da idade foram plotados sobre
gráfica dos resíduos. o traçado das curvas índices de sítio
As curvas de índice de sítio foram traçadas para demonstrar a variância observada
considerando um intervalo de 2 metros
e os outliers podem ser explicados,
entre elas, abrangendo toda a amplitude
provavelmente, pela existência de sítios
de crescimento local. Como o método
diferentes, conforme Figura 2.
adotado foi o de regressão, inicialmente,
estabeleceu-se a idade de referência, e
com o modelo matemático selecionado
recalculou-se o coeficiente linear, ou seja,
β0. Após recalcular β0 para cada índice de
sítio, foram estimadas as novas alturas em
função da idade e construídas as curvas de
índice de sítio de maneira a cobrir toda a
Figura 2. Curvas de índice de sítio para
dispersão dos dados observados.
povoamento de Pinus taeda para o Modelo de
Resultados e discussão Chapman-Richards com 2 coeficientes.
Dentre as equações testadas, constatou-se
que o modelo de Chapman-Richards com Verifica-se que, na Figura 2, as curvas de
2 coeficientes se ajustou melhor aos dados. índice de sítio descrevem com boa precisão
A Figura 1 apresenta o ajuste de altura o crescimento das árvores. No entanto,
dominante em função da idade, através das alguns pontos não entraram no feixe de
alturas observadas e estimadas. curvas. Neste caso, o recomendável seria
voltar a campo e remedir esses indivíduos,
para constatar se realmente se comportam
dessa maneira..

Conclusões
O modelo de Chapman-Richards, com 2
coeficientes, foi o que melhor se ajustou
Figura 1. Ajuste da altura dominante pela equação aos dados de altura dominante em função
da idade para o povoamento, por isso foi

188
Resumos Expandidos

selecionado para a construção das curvas


de índice de sítio. Para descrever a variação
do crescimento da altura dominante
sobre a idade foram necessárias 9 curvas
de índice de sítio, de 6 a 22, na idade de
referência de 13 anos, com intervalo de 2
metros entre os índices de sítio.

Referências
[1]MIGUEL, E. P.; IMAÑA, E. J.;
REZENDE, A. V.; FERREIRA, J. C.
S.; AGUIAR, G. P. Classificação de Sítio
para Plantios de Eucalyptus urophylla
em Niquelândia, Estado de Goiás.
Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 7, n.
12, p. 1-11, 2011.

189
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Decomposição dos resíduos da colheita


em uma plantação de Eucalyptus grandis
em função do manejo e fertilização
Eduardo Resende Girardi Marques¹; José Henrique Tertulino Rocha²;
José Leonardo de Moraes Gonçalves3

1 Graduando Eng.Florestal ESALQ/USP (eduardo.marques@usp.br);


2 Doutorando em Recursos Florestais ESALQ/USP (rocha.jht@gmail.com);
3
Prof. Dr. Departamento de Ciências Florestais ESALQ/USP (jlmgonca@usp.br)

Introdução e objetivos após a colheita na velocidade e dinâmica de


O conhecimento dos fatores que decomposição desses resíduos.
influenciam a velocidade de decomposição
e a dinâmica dos nutrientes, podem Material e métodos
contribuir para as tomadas de decisões O estudo foi instalado na Estação
no manejo sustentável de plantios Experimental de Ciências Florestais
florestais, otimizando o uso de de Itatinga – SP pertencente a Escola
fertilizantes em plantações de eucalipto. Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
O desenvolvimento de práticas de (ESALQ). O solo foi caracterizado como
manejo em sistemas florestais deve Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico,
considerar a ciclagem de nutrientes de textura média e o clima da região como
como um componente da produtividade, mesotérmico úmido (Cwa). A precipitação
sendo a velocidade de decomposição da média anual da área é de, aproximadamente,
serapilheira um mecanismo de controle 1400 mm, com 57% concentrada nos
desse processo[1]. meses de dezembro a março.
A velocidade de decomposição dos resíduos O experimento foi constituído 3
florestais é regulada por vários fatores, repetições de 9 tratamentos que consistem
incluindo: i) concentração de nutriente; em diferentes quantidades de resíduos
ii) concentração de nutrientes no solo; iii) florestais (copa, casca e serapilheira)
condições ambientais para a decomposição deixados sobre o solo, e fertilizações (N,
(temperatura, umidade); iv) propriedades P, k, Calagem). Para o trabalho foram
físicas da serapilheira; ou v) densidade e utilizados 3 tratamentos: i) com todo o
diversidade de decompositores [2] resíduo e toda a fertilização (CReCF);
Objetivou-se com este trabalho, avaliar a ii) com todo o resíduo e sem fertilização
influência da fertilização e da quantidade (CReSF); iii) sem parte aérea (copa, casca)
de resíduos florestais mantida sobre o solo e com omissão de N (SPAeSN).

190
Resumos Expandidos

O experimento de campo foi instalado tratamento em que não foi mantida a parte
em junho de 2004 atualmente se encontra aérea, estas frações representaram cerca de
na segunda rotação de cultivo, com o 8, 48, 13 e 31% da biomassa de resíduos
corte raso realizado em novembro de total, respectivamente. As velocidades de
2012, quando se iniciou as coletas. Foram decomposição das frações dos resíduos
instaladas três subparcelas de 1mx4m, florestais seguiram a seguinte ordem:
distribuídas dentro de cada parcela, folha > casca > galho. O tempo médio
sendo que no total foram coletadas 9 de meia vida dessas frações foram 0,2, 0,6
amostras em cada tratamento por período e 1,1 anos, respectivamente. Atribui-se a
analisado. As coletas foram realizadas diferença destes valores a diferenças na:
com um coletor circular de aço com 683 concentração nutrientes, relação C/N do
cm² de área. Posteriormente foram secas material, características bioquimicas e na
em estufa e realizado um processo de área superficial de cada fração.
triagem do material, separando os resíduos A taxa de decomposição (k) no tratamento
em folha, galho, casca e miscelânea [3]. CReSF foi maior que no tratamento
Após a triagem foi efetuada a pesagem do CReCF. (Figura 1). Atribui este aumento
material. A diferença de massa entre os na decomposição devido ao maior teor
períodos de coleta foi considerada como a de nutrientes presentes nestas frações.
decomposição do período. Para descrever Devido à omissão da adubação, a produção
o comportamento da decomposição dos de biomassa do ciclo anterior foi limitada
resíduos florestais foi utilizado um modelo por um nutriente e, consequentemente,
exponencial simples [4]. Foi calculada concentrando os demais nutrientes não
a taxa de decomposição, e o tempo limitantes.
necessário para a decomposição de 50 e 95 O tratamento SPAeSN, que não recebeu
% dos resíduos mantidos sobre o solo. fertilização nitrogenada na primeira
rotação de cultivo, apresentou a mesma
concentração de N nos resíduos florestais
Resultados e discussão
que os tratamentos que receberam a
Os tratamentos que foram mantidos
fertilização nitrogenada. Da mesma forma
todos os resíduos (CReCF, CReSF)
a taxa de decomposição (k) não apresenta
apresentaram, em média 42% a mais
grande variação. (Tabela 1).
de matéria logo após a colheita que no
demais tratamento em que foi retirada
a parte aérea (casca, copa). Além disto,
nestes tratamentos, as frações: folhas,
galhos, casca e miscelânea, representaram
em média 12, 33, 43 e 14%, da biomassa
total de resíduos, respectivamente. No

191
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

SPASN
Galho 0,50 5,95 1,38 495
Casca 0,72 4,17 0,96 347
Folha 3,31 0,91 0,21 75

Tabela 1. Taxa de decomposição (k), tempos


de meia vida (t0,5 ) e tempo necessário para
decompor 95% da massa dos resíduos (t0,95).

Conclusões
As velocidades de decomposição das
frações dos resíduos após a colheita
seguiram a seguinte ordem: folhas, casca
e galhos. Os galhos apresentam alta
recalcitrância e, consequentemente, lenta
decomposição. No período de 420 dias de
avaliação, seu comportamento aproximou-
se de uma linear. O modelo exponencial
simples proposto por Olson (1963)
mostrou-se adequado para se estimar cada
fração separadamente.
Figura 1. Média (n=9) da massa remanescente O manejo dos resíduos pode alterar sua
dos resíduos florestais e seus respectivos
velocidade de decomposição, devido às
comportamentos descritos por modelos
exponenciais simples. A linha t0,5 é referente alterações em suas características físicas.
ao tempo de meia vida de cada fração. A fertilização química não acelerou o
processo de decomposição após um ano da
colheita florestal. O maior responsável por
Fração k t0,95 t0,5
alterações na velocidade de decomposição
ano dia
foi a qualidade nutricional do material. Uma
CRCF
boa nutrição ao longo do ciclo produtivo
Galho 0,50 5,95 1,38 495
da floreta reflete em maior sustentabilidade
Casca 0,97 3,09 0,71 257
do sistema de produção florestal.
Folha 3,56 0,84 0,19 70
CRSF
Agradecimentos
Galho 0,94 3,21 3,21 267
Agradecimento ao CNPq pela bolsa de
Casca 0,86 3,47 3,47 289
Iniciação concedida ao primeiro autor, a
Folha 4,10 0,73 0,73 61
FAPESP pela bolsa de mestrado concedida

192
Resumos Expandidos

ao segundo autor, a equipe da Estação


Experimental de Itatinga pelo apoio e ao
grupo PTSM pela estrutura oferecida.

Referências
[1]POGGIANI, F. Ciclagem de
nutrientes em ecossistemas de
plantações de Eucalyptus e Pinus:
implicações silviculturais. 1985. 229 f.
Tese (Livre-Docência) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade
de São Paulo, Piracicaba.

[2]O’CONNELL, A. M.; GROVE, T. S.;


MENDHAM, D.; RANCE, S. J. Effects of
site management in eucalypt plantations
in Southwestern Australia. 2000. In:
NAMBIAR, E. K. S.; COSSALTER, C.;
TIARKS, A.; RANGER, J. (Ed.). Site
Management and Productivity in
Tropical Plantation Forests: Workshop
Proceedings 7–11 December 1999, Kerala,
India. Jakarta: CIFOR, 2000.

[3]TOLEDO, L. O.; PEREIRA, M.


G.; MENEZES, C. E.G. Produção de
serapilheira e transferência de nutrientes
em florestas secundárias localizadas na
região de Pinheiral, RJ. Ciência Florestal,
Santa Maria, RS, v. 12, p. 9-16, 2002.

[4]OLSON, J. S. Energy-storage and


balance of producers and decomposers in
ecological systems. Ecology, Tempe, v. 44,
n. 2, p. 322-331, 1963.

193
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Desafios e perspectivas da
silvicultura de precisão
Pablo Fernandes1; Douglas Vollmer2;
Catize Brandelero3; Thaís Mentges 4

Eng. Florestal, PPGAP UFSM (pablofernandes30@yahoo.com.br)2 Eng. Florestal, PPGAP


1

UFSM (douglasvollmer_@hotmail.com); 3 Prof. Dr. DER UFSM (catizebrandelero@gmail.com);


4
Graduanda Eng. Florestal UFSM(thais_mentges@hotmail.com)

Introdução e objetivos Resultados e discussão


A silvicultura tem um papel fundamental A silvicultura de precisão (SP) baseia-se
dentro do processo produtivo florestal, na coleta e análise de dados geoespaciais,
o plantio é o segmento que possui maior e viabiliza intervenções localizadas na
intensão de investimentos no período floresta, com exatidão e precisão adequadas.
de 2013 a 2017, por parte das empresas As técnicas de geoprocessamento
associadas [1]. fornecem subsídios para a identificação
Unir a alta produtividade, reduzir custos e a correlação das variáveis que afetam
e preservar o meio ambiente, demanda o a produtividade florestal, por meio da
uso de uma silvicultura tecnologicamente sobreposição, cruzamento e regressão de
moderna, eficiente e racional. Para tal, mapas digitais do relevo, atributos do solo
a Silvicultura de Precisão se apresenta e capacidade produtiva dos povoamentos
pertinente e adequada, pois permite em Sistemas de Informação Geográfica
mapear, gerenciar e intervir no talhão de (SIG) [15].
forma pontual, precisa e eficiente. A silvicultura de precisão tem apresentado
Com esse intuito, o presente trabalho novos estudos e aplicações nas últimas
teve por objetivo apresentar os desafios duas décadas, com destaque para
e perspectivas sobre as metodologias e os últimos anos. Dentre os desafios
tecnologias aplicadas a silvicultura de existentes, há a necessidade de determinar
precisão. a metodologia de amostragem de solo,
tornando estas adequadas e eficientes,
Material e métodos pois existem divergências na literatura, a
Para o estudo foram realizadas pesquisas menor frequência amostral especializada
bibliográficas e informativas sobre das unidades de 21x21m sugerida pelo
trabalhos e tecnologias correlatas ao tema. autor [12] e uma das maiores intensidades
amostrais é sugerida por [14] chegando a
uma amostra a cada 4 ha. A profundidade

194
Resumos Expandidos

de amostragem de solo para determinar o florestal, mapeamento e monitoramento,


mapa de fertilidade e recomendação, estão propostos pelo sistema CAMPEIRO[6].
divididas em duas profundidades: de 0 a 20 A evolução da mecanização florestal
cm e 20 a 40 cm, como é proposto por se dará pela tecnologia eletrônica
[12]. A frequência de sub amostras variam embarcada em máquinas florestais
de 3 a 12 por amostra, para [16] o indicado baseadas em geolocalização, como
seria 8 subamostras. aplicadores de fertilizantes a taxa
O processo de amostragem de solo tenderá variável, piloto automático, monitores
ser mecanizado e automatizado [10], de colheita e telemetria. As informações
pode-se utilizar um quadriciclo equipado serão relevantes para setores gerenciais,
com GPS (Sistema de Posicionamento pois exige a combinação dos dados de
Global), computador de bordo e sistema grupos de máquinas de trabalho, bem
amostrador. como o tratamento estatístico dos dados
A amostragem georreferenciada para registrados por um período mais longo.
inventario florestal sistematizada e não O sistema de monitoramento e
regular, para esses procedimentos, as levantamento de dados para SP tem como
características de volume e altura dominante o sensoriamento remoto uma importante
apresentaram forte dependência espacial, fonte, através de índices de vegetação
mostrando que as parcelas do inventário correlatos com parâmetros fisiológicos da
florestal, lançadas a distância inferior a planta fornecem informações importantes,
700 metros, não devem ser tratadas como duas ferramentas estão se destacando
independentes [10]. através de potencialidades de seu uso no
Para processar e gerenciar as informações setor florestal, o laser apesar de não ser uma
levantadas pela silvicultura de precisão, nova tecnologia, sua utilização na aquisição
pode-se fazer o uso do geoprocessamento, de dados geográficos é relativamente
através de Sistemas Geográficos de recente, Seu uso em sistemas LiDAR (Light
Informação (SIG) [12]. A interpolação dos Detection and Ranging) vem demonstrando
dados é realizada através da geoestatistica uma excelente capacidade para a aquisição
com ênfase no interpolador Krigagem [5]. de uma grande quantidade de informações,
A organização e alimentação do banco em pequeno intervalo de tempo [8], o
de dados se dá nas nuvens ou ambiente autor ainda firma que a utilização da
online [4], nessa mesma tendência está a modelagem integrada aos dados LiDAR
utilização de aplicativos computacionais possibilita, também, estimativas de diversas
para plataformas móveis, como tablets variáveis florestais, como: área basal,
e smartphones, esses aplicativos são diâmetro, volume, biomassa, carbono e
voltados para coleta georreferenciada quantidade de material combustível. A
de solo, inventário, resíduos de colheita outra inovação fica por conta da utilização

195
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

VANT’s (Veiculo Aéreo Não Tripulados) Logo a SP irá proporcionar ao sistema


são pequenas aeronaves que, sem qualquer produtivo florestal o avanço tecnológico
tipo de contato físico direto, são capazes necessário para obter a alta produtividade,
de executar diversas tarefas, tais como reduzir custos e preservar o meio ambiente.
monitoramento, reconhecimento tático,
vigilância e mapeamento, entre outras Referências
[9]. As fotografias aéreas possibilitam a
[1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF
contagem e a mensuração das áreas das
2013: ano base 2012. Brasília, DF, 2013.
copas, com grande detalhamento devido
à alta resolução espacial proporcionada [2]ALVARES, C. A.; GONSALVES, J. L.
[7]. Os VANT’s se mostraram bastante M. Geotecnologia aplicada à silvicultura
promissores em plantios jovens, para de precisão e aos modelos ecofisiológicos.
realizar o monitoramento de sobrevivência In: ENCONTRO BRASILEIRO DE
e qualidade de plantio em âmbito comercial [3]. SILVICULTURA, 2., 2011., Campinas.
Por meio de níveis crescentes de informação Anais... Piracicaba: ESALQ, 2011.
organizada, tem viabilizado a adoção de
algumas práticas de manejo racionado e [3]ARAUJO, M. A.; CHAVIER, F.;
outras de difícil operacionalização, como DOMINGOS, J. L. Avaliação do potencial
principal resultado tem-se conseguido de produtos derivados de aeronaves
maior precisão e detalhamento técnico e não tripuladas na atividade florestal.
Ambiência, Guarapuava, v. 2, edição
financeiro de recomendações silviculturais
especial 1, p. 69-82, 2006.
progressivamente cada vez mais
específicas, o que tem redundado em
[4]ARVUS. Software ARUVUS. 2013.
melhor adequação da planta ao ambiente,
também diminuindo gradativamente [5]BOGNOLA, I. A.; LINGNAU, C.;
a gravidade dos impactos ambientais LAVORANTI, O. J.; STOLLE, L.; HIGA,
negativos[2]. A. R.; OLIVEIRA, E. B. de. Desempenho
da co-krigagem integrada com estatística
Conclusão multivariada e geoprocessamento, na
A silvicultura de precisão tem apresentado definição de unidades de manejo florestal.
novos estudos e aplicações nas últimas In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
duas décadas, com o surgimento de novas SENSORIAMENTO REMOTO, 14.,
2009, Natal. Anais... São José dos Campos:
tecnologias embarcadas em máquinas
INPE, 2009. P. 3591-3596.
precisas, gestão da informação em tempo
real, monitoramento do povoamento [6]CAMPEIRO. Santa Maria, RS:
baseado em imagens de alta resolução Laboratório de Geomática, UFSM, 2013.
através de VANT’s, amostragem de solo Sistema operacional ANDROID.
automatizada. [7]FAVARIN, J. A. S., PEREIRA, R.

196
Resumos Expandidos

S.; PEGORARO, A. J.; LIPPERT, D. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de


B. Obtenção de fotografias aéreas de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade
um povoamento de Pinus taeda L. de São Paulo, Piracicaba.
com o VANT Microdrone MD4-1000.
In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE [14]PEREIRA, D. P.; FIEDLER, N. C.;
SENSORIAMENTO REMOTO, 16., LIMA, J. S. S.; BAUER, M. O.; SIMÃO,
2013, Foz do Iguaçú. Anais... São José dos J. B. P. Distribuição espacial de atributos
Campos: INPE, 2013. químicos do solo para implantação de um
povoamento de eucalipto. In: SIMPÓSIO
DE GEOESTATÍSTICA APLICADA EM
[8]GIONGO, M.; KOEHLER, H. S.;
CIÊNCIAS AGRÁRIAS, 2., 2011, Botucatu,
MACHADO, S. do A.; KIRCHNER, F.
SP. Anais... Botucatu, SP: UNESP, 2011.
F.; MARCHETTI, M. LIDAR: princípios
e aplicações florestais. Pesquisa Florestal
[15]PELISSARI, A. L. Silvicultura de
Brasileira, Colombo, v. 30, n. 63, p. 231- precisão aplicada ao desenvolvimento
244, 2010. de Tectona grandis. L.f. na Região
Sul do Estado de Mato Grosso. 2012.
[9]MEDEIROS, F. A. Desenvolvimento 78 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
de um veículo aéreo não tripulado para Florestais e Ambientais) - Universidade
aplicação em agricultura de precisão. Federal de Mato Grosso. Cuiabá.
2007. 122 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Agrícola) – Universidade [16]VETTORAZZI, C. A.; FERRAZ,
Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. S. F. B. Silvicultura de precisão: uma
nova perspectiva para o gerenciamento
[10]MELLO, J. M. Geoestatística de atividades florestais. In: BORÉM, A.;
aplicada ao inventário florestal. GIUDICE, M. P. del; QUEIROZ, D. M. de;
2004. Tese de (Doutorado em Ciências MANTOVANI, E. C.; FERREIRA, L. R.;
VALLE, F. X. R. do; GOMIDE, R. L. (Ed.).
Florestais) - Escola Superior de Agricultura
Agricultura de Precisão. Viçosa, MG:
“Luiz de Queiroz”, Universidade de São
UFV, 2000. p. 65-75
Paulo, Piracicaba.
[17] SANTOS, H. C.; OLIVERIA, F. H. T.
[11]NETO. A. M. Silvicultura de precisão: de; ARRUDA, J. A. de; LOPES, A. R. da S.;
aplicações e implicações. Revista do IF, SOUZA JUNIOR, R. F. de; FARIAS, D. R.
São Paulo, v. 4. n. 2, 2012. De. Amostragem para avaliação da fertilidade
do solo em função da variabilidade de suas
[13]ORTIZ, J. S. Emprego do características químicas. Revista Brasileira
geoprocessamento no estudo da de Engenharia Agrícola e Ambiental,
relação entre potencial produtivo Campina Grande, v. 13, suplemento 0, p.
de um povoamento de Eucalipto e 849–854, 2009.
atributos do solo e do relevo. 2003.

197
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Desempenho de clones de Eucalyptus


no Oeste do estado do Paraná
Guilherme de Castro Andrade1, Edilson Batista de Oliveira1,
Antonio Francisco Jurado Bellote1, Alcemir Chiodelli2, Nilton Beck2

1
Embrapa Florestas, guilherme.andrade@embrapa.br, edilson.oliveira@embrapa.br,
antonio.bellote@embrapa.br; 2. C.VALE, chiodelli@cvale.com.br, nilton@cvale.com.br

Introdução e objetivos Material e métodos


No presente trabalho são apresentados os O município de Palotina (PR), local dos
resultados de inventário de povoamentos plantios, tem altitude média de 289 metros
de dez clones de Eucalyptus provenientes e faz parte do terceiro Planalto ou Planalto
de, aproximadamente, três mil hectares de Guarapuava na Microrregião Extremo
de plantios pertencentes à C.Vale - Oeste do Paraná. O clima predominante na
Cooperativa Agroindustrial, no município região é do tipo Cfa, mesotérmico úmido,
de Palotina, estado do Paraná. O objetivo com verões quentes e com concentração
dos plantios é a produção de madeira para de chuvas no verão, segundo classificação
uso energético no processo de secagem de de Köppen [2]. A temperatura média anual
grãos. é de 20,8ºC e a precipitação pluviométrica
Os clones avaliados são utilizados anual é de 1.508mm. O Solo da região é
em diversas regiões do País. Eles classificado como Latossolo Vermelho
são procedentes de programas de eutroférrico textura argilosa [1]. Os
melhoramento genético conduzidos plantios estão localizados a 53°41’42” de
por Empresas e Instituições do setor longitude oeste e 24°13’36” de latitude sul.
florestal, visando alta produtividade e Os clones I144, GG100 e I224, são de
características de madeira para distintas Eucalyptus urophylla. O clone A08 é tido
finalidades como produção de energia e como um híbrido natural de E. grandis
celulose em diferentes sítios florestais. A e o clone H13 (IPB H13) é híbrido das
comparação dos mesmos em povoamentos espécies Eucalyptus urophylla e E.grandis.
amplos e contínuos tem a finalidade Os demais clones foram denominados de
de gerar informações que subsidiem U154, G157, G162, H77 e Grancam.
recomendações de material genético para Quatro clones tiveram o fator de
a expansão de povoamentos florestais na forma calculado por Smallian, em que
região. foram cortadas quatro árvores/clone
representativas dos talhões comerciais e
retirados seis discos do tronco, a partir da

198
Resumos Expandidos

base, do DAP, e de 25%, 50%, 75% e de que apresentaram maiores IMA’s foram
100% da altura comercial (ápice do tronco o A08 (62,2m3.ha-1) e I224 (65,1m3.ha-
com diâmetro de 6 cm). 1), encontram-se com três anos de idade,
Os povoamentos possuem idades variando portanto prematuros ainda para gerar
de 3 a 5 anos. Foram alocadas parcelas resultados consistentes.
de 420m2 em cada povoamento para
Clone Idade Árv.ha-1 Sobr. DAP Alt. Vol.* IMA
mensuração da Altura Total e Diâmetro à U154 5 2667 84,8 12,3 21,1 273,8 54,8
Altura do Peito – DAP. G157 5 2667 73,4 12,9 21,2 260,4 52,1
Os resultados foram, também, projetados I144 5 2667 70,5 13,7 21,4 284,5 56,9
para a idade de sete anos, por meio do
H13 5 2667 89,4 12,9 19,2 286.2 57.2
software SisEucalipto. Esta prognose visou
H13 3 2000 80,2 12,6 17,1 161,4 53,8
avaliar, na idade prevista para colheita final,
G162 5 2667 83,3 12,9 19,3 268.3 53.7
as variáveis associadas ao crescimento,
GG100 5 2667 86,5 13,2 19.7 285.1 57.0
produção de madeira e captura de carbono
GG100 4 2020 56,9 15,1 21,1 207,0 51,7
pelos clones.
GG100 3 2000 65,8 13,4 18,0 161,0 53,7

Grancam 3,5 2000 98,7 12,9 16,3 196,1 56,0


Resultados e discussão H77 3 2000 89,5 11,8 19,8 186,7 62,2
Os fatores de forma dos quatro clones
A08 3 2000 85,2 12,5 19,4 195,3 65,1
avaliados variaram de 0,47 a 0,49 (Tabela 1).
I224 3 2000 91,4 11,5 17,5 158,6 52,9
Assim, o valor médio de 0,48 foi adotado
como padrão para todos os dez. Tabela 2. Idade dos plantios, Árvores por
hectare, sobrevivência(%), Diâmetro à altura
Idade Fator de Volume casca do peito - DAP(cm), Altura média (m) e dados
Clone
anos forma m3 % de volume (m³.ha-1) e IMA em (m3.ha-¹) de
I144 5 0,47 0,156 8,9 clones de Eucalyptus no município de Palotina,
GG100 5 0,49 0,129 8,7 PR. *Volume calculado com Fator de Forma = 0,48

A08 3 0,48 0,100 7,5


Considerando a demanda de biomassa
I224 3 0,48 0,082 9,8
para energia no oeste do Paraná, outro
Tabela 1. Fator de forma, volume por árvore fator importante a ser considerado na
com casca e percentual de casca da cubagem seleção de materiais potenciais para
de árvores de 4 clones a região é a densidade energética da
madeira [3] dos diferentes clones testados.
Na Tabela 2 são apresentadas as avaliações Também a tolerância a pragas e doenças
dendrométricas e a produtividade dos dez deve ser considerada. O clone Grancam,
clones comerciais. Os IMA’s variaram entre por exemplo, tem seu plantio limitado
51,7m3.ha-1 e 65,1m3.ha-1. Os clones em outras regiões devido à sua elevada
susceptibilidade a pragas e doenças.

199
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A prognose de produção por meio do de usos nas propriedades, como em


SisEucalipto para os sete anos de idade é construções rurais e produção de moirões,
mostrada na Tabela 3. e ao uso urbano para energia e também em
construções.
Área
Clone Árv.ha-1 DAP Alt Vol.* IMA tCO2
Basal Os resultados apresentados no presente
U154 2060 14,0 24,5 31,9 375,1 53,6 353,2 trabalho contribuem para recomendações
G157 1841 14,7 24,2 31,4 364,8 52,1 343,5 de Eucalyptus para a região. Entretanto,
I144 1779 15,4 24,0 33,2 381,8 54,5 359,5 novos clones experimentais no Brasil têm
H13 2177 14,4 23,2 35,6 397,5 56,8 374,2 apresentado resultados muito promissores,
H13 1488 17,4 23,0 35,5 391,2 55,9 368,3 indicando a necessidade de testar novos
G162 2046 14,5 23,4 34,0 381,2 54,5 358,9 materiais com potencial produtivo superior
GG100 2040 14,8 23,8 35,2 401,3 57,3 377,8 e características de madeira apropriadas
GG100 1111 18,8 25,6 30,9 380,2 54,3 358,0 para energia.
GG100 1247 19,1 23,4 35,6 399,3 57,0 375,9

Grancam 1748 16,3 23,6 36,6 414,1 59,2 389,9 Conclusões


H77 1609 17,3 24,0 38,0 436,4 62,3 410,9 Os resultados dos clones mais jovens,
A08 1549 17,4 24,0 37,0 426,6 60,9 401,7 plantios com idades inferiores à cinco anos,
I224 1665 16,4 23,3 35,3 393,8 56,3 370,8 limita estudos referentes à características
da madeira. Mas deve ser observado
Tabela 3. Estimativas de valores de variáveis
dos povoamentos dos clones estudados, para que a forma de utilização da produção
os sete anos de idade. *Volume calculado com (energia, serraria, etc), será um dos fatores
Fator de Forma = 0,48 decisivos na escolha do material a ser
plantado. Em se tratando de clone para
energia, a densidade energética é um fator
Os dados da Tabela 3 mostram que
importante a ser considerado.
os IMA’s variaram entre 52,1m3.ha-1 e A elevada produtividade apresentada por
62,3m3.ha-1. O carbono acumulado por todos os clones mostra o potencial da
hectare de Eucalyptus aos sete anos variou espécie na região. Apesar dos clones não
de 343,5tCO2 a 410,9tCO2. serem de última geração, o desempenho
O oeste do estado do Paraná possui solos apresentado foi equivalente a povoamentos
com ótimas qualidades físicas e químicas. pertencentes às principais empresas do
Estas características, aliadas à topografia segmento de florestas plantadas.
levemente ondulada e ao clima favorável, Os resultados obtidos podem subsidiar a
permitem cultivos agrícolas com elevada introdução de cultivos florestais na região,
produtividade. Assim, a expansão de em áreas de solos com menor aptidão
florestas destinadas à produção madeireira agrícola, pequenas propriedades e na
está restrita, basicamente, ao atendimento integração de sistemas como ILPF.
de demandas locais de secagem de grãos,

200
Resumos Expandidos

Agradecimento
À C.Vale - Cooperativa Agroindustrial
pelo apoio à realização deste trabalho.

Referências
[1]SANTOS, H. G. dos; JACOMINE, P.
K. T.; ANJOS, L. H. C. dos; OLIVEIRA,
V. A. de; OLIVEIRA, J. B. de; COELHO,
M. R.; LUMBRERAS, J. F.; CUNHA,
T. J. F. (Ed.). Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2. ed. Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p.

[2]IAPAR. Cartas climáticas básicas do


Estado do Paraná. Londrina, 1987. 35 p.

[3]LIMA, E. A.; SILVA, H. D.;


LAVORANTI, O. J. Caracterização
dendroenergética de árvores de Eucalyptus
benthamii. Pesquisa Florestal Brasileira,
Colombo, v. 31, n. 65, p. 09, mar. 2011.
DOI: 10.4336/2010.pfb.31.65.09

[4]OLIVEIRA, E. B. Softwares para


manejo e análise econômica de
plantações florestais. Colombo:
Embrapa Florestas, 2011. 70 p. (Embrapa
Florestas. Documentos, 216).

201
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Desempenho silvicultural de cinco


variedades clonais em três regiões do
estado de Mato Grosso
Ariel Souza Rossi¹; Ronaldo Drescher2; Sidney Fernando Caldeira3;
Anne Francis Agostini Santos 4; Fernando Henrique Gava5
¹

¹
1
Mestrando, Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/
FENF), Universidade de Mato Grosso – Campus de Cuiabá, Analista de Meio Ambiente
(SEMA-MT) (arielsrossi@gmail.com); 2 Doutor, Professor do Programa de Pós Graduação
Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade
de Mato Grosso – Campus de Cuiabá. (ronaldodrescher@gmail.com); ³ Doutor, Professor
do Programa de Pós Graduação Programa de Pós Graduação em Ciências (sidcal@ufmt.br); 4
Mestranda, Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF),
Universidade de Mato Grosso – Campus de Cuiabá (annef_168@hotmail.com); 5 Mestrando,
Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade
de Mato Grosso – Campus de Cuiabá (fhgava@hotmail.com).

Introdução e objetivos Materiais e métodos


O Brasil possui aproximadamente O estudo foi conduzido em um plantio
5.102.030 ha de área plantada com experimental com clones de Eucalyptus
Eucalyptus e em Mato Grosso a área em três regiões de Mato Grosso, para fins
de plantio em é de 59.980 ha [1], cujo energético. As unidades experimentais
objetivo principal é a produção de energia, foram instaladas em 2010, nos municípios
principalmente para secadores agrícolas de: Sinop, próximo às coordenadas
[2]. Quando comparado com outras 11°51’51’’S 55°28’23’’W; Santo Antônio
regiões do Sul e Sudeste, a produtividade do Leverger, próximo às coordenadas S
do estado é inferior, pois os materiais 16º 09’ 25,2”S 55º 42’ 22,2”W; e Chapada
genéticos utilizados são melhorados e dos Guimarães, próximo às coordenadas:
adaptados para condições ambientais que 15°21’ 56”S 55°38’46”. O espaçamento
diferem das encontradas no estado de utilizado foi 3,60 m entre linhas e 2,50 m
Mato Grosso. Diante disto, este trabalho entre plantas. O delineamento experimental
teve como objetivo avaliar o desempenho utilizado foi DIC, com quatro repetições
silvicultural de cinco clones do gênero de 49 plantas, e foram mensuradas as 25
Eucalyptus em três regiões do Estado de árvores centrais. A mensuração ocorreu
Mato Grosso (MT). ao terceiro ano. Foram mensuradas as

202
Resumos Expandidos

variáveis Sobrevivência (%), DAP (cm) destacaram. Na variável Altura o clone


e Altura (m) e analisadas pelo programa S0411 foi superior aos demais. Na região
estatístico ASSISTAT 7.6. A normalidade de Santo Antônio do Leverger, a diferença
dos dados foi verificada através de de Sobrevivência (%) não foi significativa,
Kolgomorov-Smirnov. As médias foram entretanto o clone S0208 apresentou a
comparadas pelo teste de Tukey a 5%. menor taxa (71,93%) (Tabela 4). Para a
variável DAP os clones S0206 e S0412 se
Trat. Código (Clone)
destacaram em contraposição com o clone
1 S 0206 (Urophylla) S0208 que apresentou a menor média de
2 S 0208 (Pelitta) DAP.
3 S 0401 (Camaldulensis) Para a variável Altura os clones S0411 e
S0412 mostraram-se superiores.
4 S 0411 (Urocam)
5 S 0412 (Cagrandis) Trat. S (%) DAP Alt.
1 69,0 ab 14,75 a 14,04 a
Tabela 1. Relação dos clones utilizados nas
2 86,0 ab 12,13 bc 13,34 a
unidades experimentais.
3 95,0 a 11,10 c 13,59 a
4 62,0 ab 11,54 bc 14,87 a
Resultados e discussões
5 49,0 b 13,04 a 12,52 a
Para a região de Sinop, os tratamentos
F 4,03* 12,92** 2,22ns
apresentaram diferenças significativas para
as variáveis Altura e Sobrevivência (%). Na Média 72,20 12,51 13,67

Tabela 2, o clone S0208 apresentou maior CV (%) 25,44 6,44 8,49

taxa de sobrevivência com 86%. Já para a Tabela 2. Sobrevivência, DAP e Altura, dos
variável DAP os clones que se destacaram clones de Eucalyptus aos 3 anos de idade, em
foram os clones S0206 e S0412, com média Sinop – MT. Obs: S(%): Sobrevivência em
porcentagem; DAP: diâmetro médio a altura
de 14,75 e 13,04cm respectivamente.
do peito (cm); Alt: Altura média. Médias
Contraditoriamente o clone S0412 foi seguidas pela mesma letra na coluna não
o que apresentou menor taxa média de diferem entre si pelo teste de Tukey a 1%.
Sobrevivência (49%). Os tratamentos de **, significativa pelo teste F(0,05). CV(%):
Chapada dos Guimarães apresentaram Coeficiente de variação.
elevados índices de Sobrevivência (%)
Trat. S (%) DAP Alt.
(Tabela 3). Apenas o clone S0401 não
apresentou 100% de Sobrevivência, 1 100,00 a 1,29 ab 13,01 c

contudo o valor obtido não diferenciou 2 100,00 a 10,57 b 13,15 c

estatisticamente pelo teste utilizado. Para a 3 91,00 a 10,70 b 14,81 b


variável DAP os clones S0411 (12,05cm) 4 100,00 a 12,05 a 16,69 a
e S0412 (12,16cm) foram os que se

203
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

5 100,00 a 12,16 a 14,86 b apresentou menor desempenho nas três


regiões de estudo e Chapada dos Guimarães
F 5,65** 9,20** 60,81**
foi a região com desenvolvimento elevado
Média 98,20 11,35 14,50
para todos os clones estudados.
CV (%) 3,45 4,30 2,66

Tabela 3. Sobrevivência, DAP e Altura, dos


Conclusão
clones de Eucalyptus aos 3 anos de idade, em
Sinop – MT. Obs: S(%): Sobrevivência em Dentre os cinco clones, os mais promissores
porcentagem; DAP: diâmetro médio a altura do são o S0411 e S0412.
peito (cm); Alt: Altura média. Médias seguidas
pela mesma letra na coluna não diferem entre si Referências
pelo teste de Tukey a 1%. **, significativa pelo
[1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF
teste F(0,05). CV(%): Coeficiente de variação.
2013: ano base 2012. Brasília, DF: 2013.
Trat. S (%) DAP Alt.
148 p.
1 81,63 a 14,66 a 13,88 ab
[2]SHIMIZU, J. Y.; KLEIN, H.;
2 71,93 a 10,73 c 11,97 b
OLIVEIRA, J. R. V. de. Diagnóstico das
3 88,77 a 11,53 bc 11,76 b
plantações florestais em Mato Grosso.
4 81,12 a 13,09 ab 14,87 a
Cuiabá: Central de Texto, 2007. 63 p.
5 83,67 a 13,95 a 14,41 a
F 1,84ns 13,08** 6,94**
Média 81,42 12,79 13,38
CV (%) 11,03 7,08 8,10

Tabela 4. Sobrevivência, DAP e Altura, dos


clones de Eucalyptus aos 3 anos de idade, em
Sinop – MT. Obs: S(%): Sobrevivência em
porcentagem; DAP: diâmetro médio a altura
do peito (cm); Alt: Altura média. Médias
seguidas pela mesma letra na coluna não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 1%.
**, significativa pelo teste F(0,05). CV(%):
Coeficiente de variação.

Os clones S0412 e S0411 apresentaram


desempenho superior nas três variáveis
estudadas em Chapada dos Guimarães e
Santo Antônio do Leverger, na região de
Sinop apenas na Sobrevivência este clone
não se destacou. O clone S0208 foi que

204
Resumos Expandidos

Desempenho silvicultural de 21 clones


do gênero Eucalyptus no sul do
estado de Mato Grosso
Anne Francis Agostini Santos¹; Diego Tyszka Martinez2 ;
Sidney Fernando Caldeira³; Ariel Souza Rossi4; Joamir Barbosa Filho5

¹ Mestranda, Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF),


Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Cuiabá (annef_168@hotmail.com);
2
Doutor, Professor do Programa de Pós Graduação Programa de Pós Graduação em Ciências
Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de
Cuiabá. (diegotyszka@hotmail.com);. ³ Doutor, Professor do Programa de Pós Graduação
Programa de Pós Graduação em Ciências (sidcal@ufmt.br);.. 4 Mestrando, Programa de Pós
Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade Federal de Mato
Grosso – Campus de Cuiabá (arielsrossi@gmail.com); 5 Mestrando, Programa de Pós Graduação
em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade Federal de Mato Grosso –
Campus de Cuiabá (joamirbf@hotmail.com).

Introdução e objetivos Materiais e métodos


Mato Grosso possui atualmente uma área O estudo foi conduzido em um plantio
plantada de Eucalyptus de aproximadamente experimental com 21 clones (Tabela 1)
59.980 ha [1], sendo a principal finalidade a do gênero Eucalyptus, plantado para o
matriz energética, que supre a demanda no uso energético. A unidade experimental
uso de secadores agrícolas [6]. Mesmo com o foi instalada em 2010, no município de
interesse pela cultura em crescimento no estado, Santo Antônio do Leverger (MT), (S 16º
as florestas energéticas encontradas nas diversas 09’ 25.2”; W 55º 42’ 22.2” e S 16º 09’
regiões ainda possuem características qualitativas 32.5”; W 55º 42’ 26.0”) no espaçamento
e produtivas inferiores se comparadas as de 3,60 m x 2,50 m. A área experimental é
outros estados em que a eucaliptocultura já está composta pelos tratamentos dispostos
consolidada. Os materiais genéticos utilizados em 4 repetições ao acaso. Cada repetição
são provenientes de outras regiões e estão é formada por 49 plantas, as medições
adaptados a condições ambientais diferentes foram realizadas nas 25 árvores centrais,
das encontradas no estado de Mato Grosso [5]. o restante constitui-se bordadura. Aos
Diante disto, este trabalho teve como objetivo três anos foram mensuradas as variáveis
avaliar o desempenho silvicultural de 21 clones sobrevivência (%), DAP (cm) e altura (m) e
do gênero Eucalyptus no município de Santo foram analisadas pelo programa estatístico
Antônio do Leverger (MT). ASSISTAT 7.6. A normalidade dos dados

205
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

foi verificada através do teste de Shapiro- (Tabela 2). Para a variável sobrevivência,
Wilk. A característica sobrevivência não é possível verificar que houve grande
apresentou normalidade, foi transformada amplitude entre os tratamentos e os
pela equação arcsen , sendo a porcentagem clones que tiveram desempenho superior
de sobrevivência. Após esse procedimento a 75% foram considerados como
foi realizada a análise de variância (1% materiais promissores. Esta característica
de probabilidade). As médias foram é importante, pois a porcentagem de
comparadas pelo teste de Scott-Knott a sobrevivência permite avaliar o potencial
1%. de estabelecimento do material a ser
trabalhado e decidir as estratégias de
Trat. Código (Clone) Trat. Código (Clone) manejo sobre eles [2].
S-0102 S-0403
1 11 Trat. S (%) DAP Alt.
(Urograndis) (Urograndis)
S-0103 S-0406 1 43.87c 12.07c 14.04a
2 12
(Urophylla) (Urocam) 2 71.93b 14.42a 13.58a
S-0108 S-0407 3 71.42b 11.34c 12.83b
3 13
(Urograndis) (Urocam) 4 70.40b 11.53c 12.63b
S-0201 S-0408 5 81.63a 14.29a 13.84a
4 14
(Urophylla) (Urocam)
6 71.93b 10.80c 11.97b
S-0206 S-0410
5 15 7 80.61a 13.21b 14.86a
(Urophylla) (Urocam)
8 55.10c 10.30c 11.81b
S-0208 S-0411
6 16 9 88.77a 11.53c 11.76b
(Pellita) (Urocam)
S-0302 S-0412 10 58.67b 13.07b 13.55a
7 17
(Urograndis) (Cagrandis) 11 76.01a 11.19c 12.80b
S-0304 S-0413 12 81.63a 10.47c 11.31b
8 18
(Camaldulensis) (Cagrandis) 13 84.18a 11.20c 12.59b
S-0401 S-0416 14 61.73c 13.22b 13.71a
9 19
(Camaldulensis) (Camaldulensis)
15 91.83a 14.35a 14.85a
S-0402 S-0417
10 20 16 76.53b 13.09b 14.87a
(Urograndis) (Urocam)
17 83.67a 13.84a 14.41a
S-0419
21 18 85.71a 13.40b 14.67a
(Urocam)
19 85.20a 11.52c 12.16b
Tabela 1. Relação dos clones utilizados na 20 93.87a 12.30c 13.86a
unidade experimental em Santo Antônio do 21 90.30a 11.52c 14.04a
Leverger (MT).
F 5.82** 9.33** 5.33**
Média 62.65 12.32 13.34

Resultados e discussões CV (%) 11.25 6.98 7.31

Houve diferença significativa, pelo teste Tabela 2. Sobrevivência, DAP e altura dos
F (1%) em todas as variáveis estudadas clones de Eucalyptus aos 3 anos de idade. Obs:

206
Resumos Expandidos

S(%): Sobrevivência em porcentagem; DAP: Referências


diâmetro médio a altura do peito (cm); Alt: [1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF 2013:
Altura média. Médias seguidas pela mesma ano base 2012. Brasília, DF, 2013. 148 p.
letra na coluna não diferem entre si pelo teste
[2]CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G.
de Scott-Knott a 1%. **, significativa pelo
Mensuração florestal: perguntas e
teste F(0,01). CV(%): Coeficiente de variação.
respostas. Viçosa, MG: Ed UFV, 2013. 605
p.
Houve diferença estatística entre os
tratamentos para a variável altura [3]GOLFARI, L. Zoneamento ecológico
(Tabela 2). As diferenças na altura do Estado de Minas Gerais para
entre os clones avaliados evidenciam as reflorestamento. Belo Horizonte: Centro
capacidades genéticas de exploração do de Pesquisa Florestal da Região do Cerrado,
habitat [4]. Espécies que conseguem bom 1975. 65 p. (PRODEPEF. Série Técnica, 3).
estabelecimento em altura, são aquelas que [4]MACEDO, R. L. G.; BEZERRA, R.
melhor se adaptaram ao local onde estão G.; VENTURIN, N.; VALE, R. S. do;
inseridas [3]. Através do conhecimento OLIVEIRA, T. K. de. Desempenho
da variável DAP, é possível, estimar o silvicultural de clones de eucalipto e
potencial da produção florestal do material características agronômicas de milho
que esta sendo avaliado, pois esta variável cultivados em sistema silviagrícola. Revista
está relacionada com o volume por ha Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 5, p. 701-709,
produzido [2]. Consequentemente um 2006.
material com DAP elevado consegue ter
[5]REIS, C. A. F.; PALUDZYSZY FILHO,
capacidade de produção volumétrica maior,
E. Estado da arte de plantios com
se comparado ao demais tratamentos. Os
espécies florestais de interesse para
tratamentos que apresentaram destaque
o Mato Grosso. Colombo: Embrapa
nesta variável foram os com desempenho
Florestas, 2011. 65 p. (Embrapa Florestas.
superior a 13,5 cm (Tabela 2)
Documentos, 215)

Conclusão [6]SHIMIZU, J. Y.; KLEIN, H.; OLIVEIRA,


Entre os 21 clones de Eucalyptus testados J. R. V. de. Diagnóstico das plantações
na região de Santo Antônio do Leverger, os florestais em Mato Grosso. Cuiabá: Central
clones S-206 (Urophylla), S-0410 (Urocam) do Texto, 2007. 63 p.
e S-0412 (Cagrandis) apresentaram, aos
36 meses de idade, melhor desempenho
silvicultural e podem ser considerados
promissores para a região.

207
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Desenvolvimento de Amburana
acreana (Ducke) A. C. Smith em
plantio artificial.
Karen Janones da Rocha¹,
Maisa Caroline Baretta¹, Sidney Fernando Caldeira².

¹Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais – UFMT, Cuiabá/MT, Brasil (karennjr@


hotmail.com, maisac.baretta@gmail.com)
²Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal, – UFMT, Cuiabá/MT, Brasil (sidcal@ufmt.br)

Introdução e objetivos Grosso, em área circunscrita à coordenada


A demanda por produtos de origem 16°12’32’’S e 56°22’57’’W.
florestal é influenciada pelo crescimento O clima da região é do tipo Aw, segundo
demográfico, aumentando a exploração a classificação de Köppen [1], precipitação
das florestas naturais. Assim, além média de 1.300 mm.ano–¹, temperatura
de ser uma alternativa econômica, o média anual de 25°C e umidade relativa do
reflorestamento é uma opção para reduzir ar de 70% a 75% [2]. O relevo é suavemente
a pressão nessas florestas com benefícios ondulado e o solo é classificado como
sociais e ambientais. Planossolo Háplico Eutrófico [4], de
A Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith, textura francoargiloarenosa.
Fabaceae, é conhecida principalmente O plantio foi efetuado em 2001 no
como cerejeira e amburana. A sua espaçamento 3,0 m x 3,0 m, e foram
madeira apresenta aspecto agradável, implantadas 150 árvores divididas em
baixa retratibilidade e resistência mecânica 4 blocos de 21 árvores e as árvores da
entre baixa e média [3], e em razão disso
extremidade constituíram a bordadura.
é indicada para a confecção de mobiliário
Cinco meses após o plantio foi avaliado
fino, lambris, balcões, tonéis, folheados,
a sobrevivência (%) e o diâmetro à altura
entre outros [6].
do colo (cm). Nas avaliações seguintes
O objetivo desse estudo foi avaliar o
até aos 152 meses de idade foi registrada
desenvolvimento quantitativo e qualitativo
a densidade, o diâmetro à altura do peito,
da Cerejeira, em plantio homogêneo, no
as alturas total e comercial das árvores e
Sudoeste de Mato Grosso.
calculados os respectivos valores médios.
Cada árvore ainda foi qualificada quanto à
Metodologia
forma de fuste de acordo com os critérios
O estudo foi desenvolvido no município
de Jankauskis5 e quanto ao seu estado
de Nossa Senhora do Livramento, Mato

208
Resumos Expandidos

fitossanitário conforme a metodologia variáveis dendrométricas dos indivíduos


estabelecida por Schneider et al.7 e os remanescentes devido à abertura de espaço
valores expressos em frequência. Ainda (Figura 1).
foi calculada a área transversal média e
estimada a área basal.

Resultados e discussão
Foi registrada a sobrevivência de 98,8%
dos indivíduos aos cinco meses de idade
com a média 0,8 cm de diâmetro de colo.
O crescimento da cerejeira (Tabela 1) foi
semelhante ao, obtido por Carvalho³, aos
36 meses de idade, DAP 6,0 cm e altura
total entre 3,9 e 4,5 m, em um plantio na
mesma densidade em Adrianópolis – PR.
Idade N DAP Ht Hc G g

anos arv.ha-1 cm m m m .ha 2-1 m 2.arv-1


1 992 2,5 1,4 0,5 0,6352 0,0006
2 992 2,7 2,4 1,5 0,7065 0,0007
4 966 5,0 3,9 1,6 2,1788 0,0023
5 966 6,9 4,5 1,7 3,9523 0,0041
6 966 8,3 5,3 1,8 5,9001 0,0061
7 807 10,8 6,7 2,3 7,5577 0,0103
8 648 13,4 7,4 2,0 9,4920 0,0147
9 648 14,4 9,0 2,9 11,0941 0,0172
10 648 15,2 10,0 3,0 12,9351 0,0195
Figura 1. Comportamento de (A) densidade
11 648 16,5 11,0 3,2 15,2334 0,0235
e DAP; (B) alturas total e comercial e (C)
12 635 17,3 12,7 3,3 15,7672 0,0250
área transversal média ( g ) e área basal (G) de
13 635 18,2 13,9 4,2 17,5291 0,0277
Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith. Nossa
Tabela 1. Valores médios de densidade (N), Senhora do Livramento, MT, 2001-2013.
diâmetro a altura do peito (DAP), altura total
(Ht), altura comercial (Hc), área basal (G) e área
O critério utilizado para estabelecer a
transversal ( g ) em função da idade (anos) de
Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith. Nossa altura comercial considera o fuste até o
Senhora do Livramento, MT, 2001-2013. primeiro galho que compõe a copa, assim
o comprimento de copa aumentou com
a idade em função da bifuração na fase
Com a redução da densidade foi observado
jovem de muitas árvores (Figura 2).
um progressivo aumento de todas
Ainda que tenha ocorrido variação da

209
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

densidade o comportamento da curva de Referências


G e g foi semelhante. [1]ALVARES, C. A; STAPE, J. L.;
As árvores apresentaram fustes tortuosos SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J.
sem (FF3) e com galhos (FF4) até 4 anos L. M.; SPAROVEK, G. Köpen’s climate
de idade. A partir da avaliação aos 8 anos de classification map for Brazil. Meteorologische
idade a maioria dos fustes foi caracterizada Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. DOI:
como reto sem (FF1) e com galhos (FF2). 2948/2013/0507. 2013.
As árvores de forma inaproveitável (FF5)
observadas dos 9 aos 11 anos foram [2]CAMPELLO JÚNIOR, J. H.; PRIANTE
removidas (Figura 2). FILHO, N.; CASEIRO, F. T. Caracterização
macroclimática de Cuiabá. In: ENCONTRO
NACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O
MEIO AMBIENTE, 3., 1991, Londrina.
Anais... Londrina: UEL, NEMA, 1991. p. 542-
552.

[3]CARVALHO, P. E. R. Cerejeira-da-
Amazônia: Amburana acreana. Colombo:
Figura 2. Frequência (%) de árvores de Embrapa Florestas, 2007. 6 p. (Embrapa
Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith de Florestas. Circular Técnica, 134).
acordo com a Forma de fuste. Nossa Senhora
do Livramento, MT, 2001-2013. [4]SANTOS, H. G. dos; JACOMINE, P. K.
T.; ANJOS, L. H. C. dos; OLIVEIRA, V. A.
A Cerejeira apresentou fustes tortuosos de; OLIVEIRA, J. B. de; COELHO, M. R.;
como decorrência do seu crescimento LUMBRERAS, J. F.; CUNHA, T. J. F. (Ed.).
simpodial e isso pode ser uma limitação Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed.
à produção de fustes para serraria. Com Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p.
o desenvolvimento do dossel e a oferta
de luz concentrada na parte superior das [5] JANKAUSKIS, J. Recuperação de
copas ocorre um estímulo ao crescimento florestas tropicais mecanicamente
exploradas. Belém: SUDAM, 1979. 58 p.
do meristema apical.
Aos 9 anos de idade, 2% das árvores
[6] RIZZINI, C. T. Botânica econômica
apresentou térmitas na parte externa da
brasileira. São Paulo: EPU, 1976. 207 p.
casca.

[7] SCHNEIDER, P. R.; BRENA, D. A.;


CONCLUSÃO
FINGER, C. A. G. Manual para a coleta de
A Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith
apresenta potencial para o plantio informações dendométricas. Santa Maria, RS:
homogêneo. UFSM/CEPEF/FATEC, 1988. 28 p.

210
Resumos Expandidos

Desenvolvimento de mudas de nim


indiano em diferentes substratos no
município de Vitória da Conquista, BA.
Denys Matheus Santana Costa Souza¹;
Adalberto Brito de Novaes2; Liliane Roque Pinto³

1
Graduando em Engenharia Agronômica, UESB/Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
(dmscsouza@gmail.com);² Professor, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB/Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, (adalberto.brito@globo.com); ³ Graduanda em Engenharia Florestal,
UESB/Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, (lilianeroq@gmail.com).

Introdução e objetivos diferentes combinações de substratos


Quando se pretende produzir em escala no desenvolvimento de mudas de Nim
comercial, mudas com alto padrão de Indiano (Azadirachta indica A.JUSS).
qualidade garante, sobremaneira, o
sucesso de florestas mais produtivas, Material e métodos
tendo em vista que esta característica
A pesquisa foi conduzida no Viveiro
tendem a tornar o replantio uma prática
Florestal da Universidade Estadual do
dispensável, dada à pequena taxa de
Sudoeste da Bahia-UESB no período de
mortalidade que é verificada meses após o
plantio (CARNEIRO et al., 1995), além de junho a setembro de 2012, portanto, no
apresentar melhor desempenho no campo, período de inverno. As sementes utilizadas
produzindo árvores com crescimento foram adquiridas da empresa Nim Bahia,
desejável (GOMES; PAIVA, 2004). Para localizada no município de Guanambi – BA.
tanto, além de outros fatores, o substrato Estabeleceu quatro tratamentos referentes
tem influência direta na produção de mudas às diferentes combinações de substratos:
com estas características, segundo Silva et Tratamento 1 - 30% composto orgânico
al. (2001), os melhores substratos devem + 20% esterco bovino + 45% terra de
apresentar disponibilidade de aquisição e subsolo + 5% areia; Tratamento 2 - 35%
transporte, ausência de patógenos, riqueza
composto orgânico + 25% esterco bovino
em nutrientes essenciais, pH, textura e
+ 30% terra de subsolo + 10% areia;
estruturas adequadas, constituindo um
Tratamento 3 - 20% composto orgânico
fator importante na produção de mudas
aptas ao plantio. + 20% esterco bovino + 50% terra de
Considerando o exposto acima, subsolo + 10% areia; Tratamento 4 -
este trabalho foi desenvolvido com 15% composto orgânico + 15% esterco
o objetivo de avaliar a o efeito de bovino + 55% terra de subsolo + 15%

211
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

areia. O composto orgânico usado foi se, respectivamente, régua graduada


confeccionado com material picado a base e paquímetro digital. Posteriormente,
de casca de café, palha de milho, casca de procedeu-se a separação entre a haste e o
coco e torta de pinhão manso, obtido do sistema radicial, iniciando-se a pesagem da
Sítio Beija-Flor no município de Riacho de matéria fresca da parte aérea e radicial em
Santana-BA. O delineamento experimental balança de precisão. Para a secagem das
utilizado foi o inteiramente casualizado mudas, foram preparadas duas embalagens
com os quatro tratamentos e cinco de papel, uma contendo a parte aérea
repetições com 10 mudas cada. Para todos e a outra o sistema radicial, que após
os resultados obtidos as médias foram etiquetadas foram colocadas em estufa
comparadas pelo teste de Duncan ao nível previamente aquecida a 65ºC. Após este
de 95% de probabilidade. Foi efetuada a período as mudas foram retiradas para a
pré-semadura em sacos de estopa com pesagem da matéria seca da parte aérea e
molhação diária por um período de 12 dias, radicial utilizando-se balança digital.
visando a maximização do processo de
germinação, ao final desse período quando Resultados e discussão
as sementes apresentaram radículas de Aos três meses da semeadura definitiva
aproximadamente cinco milímetros, as foram avaliados os parâmetros
mesmas foram definitivamente repicadas morfológicos, altura da parte aérea (H);
para os respectivos recipientes os quais diâmetro de colo (D); pesos de matéria
constaram de sacolas plásticas com 21 cm fresca e seca das partes aérea, raiz e total.
de altura e 11 cm de largura. Através dos dados da Tabela 1 pode-se
Três meses após a semeadura definitiva, constatar que o tratamento referente às
avaliou-se os seguintes parâmetros combinações de substratos com 30% de
morfológicos: Altura da parte aérea (H); composto orgânico + 20% esterco bovino
diâmetro de colo (D) e pesos de matéria + 45% terra de subsolo + 5% de areia
fresca e seca das partes aérea, raiz e total. produziu mudas com maiores médias de
Para a determinação dos parâmetros altura, mas não diferindo estatisticamente
morfológicos foi efetuada uma lavagem dos demais. Já para o diâmetro de colo,
do sistema radicial das mudas no viveiro, o tratamento que obteve as maiores
visando à separação de todos os resíduos médias correspondeu as combinações
de substrato das raízes. Após este de 35% de composto orgânico + 25%
procedimento as mudas foram postas esterco bovino + 30% terra de subsolo +
sobre folhas de jornal sobre bancadas no 10% areia, todavia, não houve diferença
laboratório por um período de 24 horas e estatística quando comparado aos demais
depois realizadas as medições de altura da tratamentos. A combinação de substrato
parte aérea e diâmetro de colo, utilizando- 20% de composto orgânico + 20% esterco

212
Resumos Expandidos

bovino + 50% terra de subsolo + 10% Os dados de pesos de matéria fresca e


areia produziu as menores médias de seca obtidos constam da Tabela 2. As
altura e diâmetro de colo. Na presente mudas produzidas com 35% de composto
pesquisa as mudas produzidas com 35% orgânico + 25% esterco bovino + 30%
adubo orgânico + 25% esterco bovino + terra de subsolo + 10% areia apresentaram
30% terra de subsolo + 10% areia, tanto a maior média para estes parâmetros, não
em altura como nos demais parâmetros diferindo significativamente dos demais
morfológicos avaliados, provavelmente tratamentos. As menores médias foram
responderão melhor as respostas das constatadas para o tratamento com 20% de
adversidades no campo após o plantio. composto orgânicos + 20% esterco bovino
A altura da parte aérea e o diâmetro de + 50% terra de subsolo + 10% areia.
colo além de pesos de matéria fresca Estes resultados, conjugados com aqueles
e seca correspondem aos parâmetros referentes às variáveis altura da parte aérea
morfológicos mais utilizados como e diâmetro de colo, apontam para mudas
indicador de crescimento de mudas com melhor desenvolvimento, aquelas
florestais (CHAVES e PAIVA, 2004). De produzidas em substratos contendo 35%
acordo com Sturion & Antunes (2000), a de composto orgânico + 25% esterco
relação altura/diâmetro do colo constitui bovino + 30% terra de subsolo + 10%
um dos parâmetros usados para avaliar a areia são. Para Carneiro (1995) o peso
qualidade de mudas florestais, pois, além de matéria seca da parte aérea indica a
de refletir o acúmulo de reservas, assegura capacidade das mudas em resistir, no
maior resistência e melhor fixação no campo, as adversidades do meio.
solo. Mudas com baixo diâmetro de colo
apresentam dificuldades de se manterem Tratamento PMFA PMFR PMSA PMSR
eretas após o plantio. (g) (g) (g) (g)
T1 0,36 a 0,18 a 0,21 a 0,11 a
Tratamento Altura (cm) Diâmetro (mm)
T2 0,38 a 0,19 a 0,22 a 0,11 a
T1 8,42 a 1,71 a
T2 8,27 a 1,74 a T3 0,21 a 0,11 a 0,16 a 0,08 a

T3 6,87 a 1,50 a T4 0,28 a 0,13 a 0,18 a 0,08 a

T4 7,57 a 1,57 a Tabela 2. Valores médios de pesos de


matéria fresca da parte aérea (PMFA) e raiz
Tabela 1. Valores médios de altura da parte (PMFR) e pesos de matéria seca das partes
aérea (H) e diâmetro de colo (D) de mudas aérea (PMSA) e raiz (PMSR) de mudas de
de Nim Indiano (Azadirahcta indica), três meses Nim Indiano (Azadirahcta indica), três meses
após a semeadura.
após a semeadura.

Médias seguidas de mesma letra não


Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan a
diferem entre si pelo teste de Duncan a 95% de probabilidade.
95% de probabilidade.

213
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusão STURION; J. A.; ANTUNES, B. M. A.


De acordo a metodologia adotada e Produção de mudas de espécies florestais.
considerando que o experimento foi In: GALVÃO, A. P. M. Reflorestamento
desenvolvido no período de inverno, pode- de propriedades rurais para fins de
se concluir que o melhor desenvolvimento produtivos e ambientais: um guia para
coube as mudas produzidas em substratos ações municipais e regionais. Brasília:
contendo 35% de composto orgânico Embrapa Comunicação para Transferência
+ 25% esterco bovino + 30% terra de de Tecnologia, 2000. p. 125-150.
subsolo + 10% areia.

Referências
CARNEIRO, J. G. A. Produção e controle
de qualidade de mudas florestais.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná /
FUPEF; Campos: Universidade Estadual
do Norte Fluminense, 1995. 451 p.

CHAVES, A. de S.; PAIVA, H. N. de.


Influência de diferentes períodos de
sombreamento sobre a qualidade de mudas
de fedegoso (Senna macranthera ) (Collad
Irwin et Barn). Scientia Forestalis,
Piracicaba, n. 65, p. 22-29, 2004.

GOMES, J. M.; PAIVA, H. P. Viveiros


florestais (propagação sexuada). 3.ed.
Viçosa, MG: UFV, 2004. 116 p. (Caderno
didático, 72).

SILVA, R. P. da; PEIXOTO, J. R.;


JUNQUEIRA, N. T. V. Influência de
diversos substratos no desenvolvimento de
mudas de maracujazeiro azedo ( Passiflora
edulis Sims f. flavicarpa DEG). Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.
23, n. 2, p. 377-381, ago. 2001.

214
Resumos Expandidos

Desenvolvimento inicial de mudas


de Handroanthus heptaphyllus em
diferentes recipientes e substratos
1
Bruna Cristina Almeida; 1Henrique Guimarães de Favare;
2
Alexssandra Jéssica Rondon de Figueiredo;
1
Joamir Barbosa Filho; 3Ândrea Carla Dalmolin

1
Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais – UFMT
(brucrisal@gmail.com); 2Graduanda de Engenharia Florestal – FENF/UFMT; 3Prof. Dra.
Centro Universitário de Várzea Grande - UNIVAG (andreacarlad@gmail.com)

Introdução e objetivos determinantes no manejo e controle de


O conhecimento gerado sobre as espécies qualidade dos cultivos [3].
nativas pode ser considerado irrisório Grande importância tem sido dada
diante da grande diversidade da flora para pesquisas sobre a utilização de
brasileira. As etapas e insumos utilizados diferentes combinações de substratos, que
na fase de produção das mudas são influenciam o desenvolvimento, o vigor, e
peculiares para cada tipo de espécie a sanidade das mudas produzidas. Dentre
arbórea como: sombreamento, tipo de os diferentes materiais utilizados como
substrato e fertilizante [1]. substratos, geralmente é recomendado
O cultivo de mudas em recipientes é fazer misturas a partir da utilização de
uma revolução em relação ao cultivo de areia, terra, raspas de madeira vermelha ou
mudas em canteiro, uma vez que permite de Pinus e adubos químicos, podendo-se
a produção de mudas individualizadas modificar a proporção desses substratos
com bom controle sanitário e ambiental até determinado limite [4]. Para reduzir
no processo produtivo [2]. É um método os custos com a adubação química, os
que deve ser preciso em sua instalação, resíduos orgânicos aparecem como uma
especialmente nos seus componentes boa alternativa. Os de bagaço de cana, as
(substratos, recipientes), buscando tortas, o lixo e os esgotos urbanos, são em
não ocasionar redução na eficiência de geral, materiais ricos em sua composição
produção. química, proporcionando um bom
A produção de mudas em recipientes desenvolvimento às plantas [5].
requer frequentes irrigações e fertilizações Objetivo deste trabalho foi avaliar o
e, portanto, faz-se necessário o desenvolvimento inicial de mudas de
conhecimento das propriedades químicas Handroanthus heptaphyllus em diferentes
e físicas dos substratos, por serem fatores recipientes e substratos.

215
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Material e métodos Bandeja de plástico e 75 % de composto orgânico

O trabalho foi realizado na casa de sombra (na proporção de 1:1:1, terra de barranco, resíduo de
T8
do viveiro da Faculdade de Agronomia, rumem bovino e casca carbonizada de arroz) + 25%

Medicina Veterinária e Zootecnia – de cinza de bagaço de cana-de-açúcar

FAMEVZ, da Universidade Federal de


Quadro 1. Recipientes e substratos utilizados
Mato Grosso, Campus Cuiabá. na produção de mudas de Handroanthus
Foram avaliados dois recipientes e quatro heptaphyllus.
substratos, totalizando oito tratamentos.
O delineamento experimental foi blocos
Foram utilizados quatro blocos, a unidade
ao acaso, com esquema fatorial 2x4,
experimental foi composta por 12 plantas
referentes a 2 recipientes e 4 substratos
por tratamento. Para a semeadura foram
(Quadro 1).
utilizadas sementes coletadas de cinco
matrizes, no município de Poconé–MT, no
TRATAMENTOS
mês de novembro de 2013, beneficiadas e
Saco plástico e substrato comercial para hortaliças
T1 armazenadas em câmara fria. A avaliação
(base de casca de pinus, turfa, vermiculita expandida)
foi realizada aos 30 dias após a semeadura
Saco plástico e 75 % de substrato comercial para
e foram registradas as seguintes variáveis:
hortaliças (base de casca de pinus, turfa, vermiculita
T2 diâmetro do coleto, número de folhas
expandida) + 25% cinza de bagaço de cana-de-
e altura da parte área. Os dados foram
açúcar
submetidos à análise de variância, pelo
Saco plástico e Composto orgânico (na proporção
teste “F” e a significância das diferenças
T3 de 1:1:1, terra de barranco, resíduo de rumem
entre as médias foi determinada pelo teste
bovino e casca carbonizada de arroz)
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Saco plástico e 75 % de composto orgânico (na

proporção de 1:1:1, terra de barranco, resíduo de Substratos


T4 Comercial Composto
rumem bovino e casca carbonizada de arroz) + 25% Rec. Comercial Composto
Hortaliça Orgânico
de cinza de bagaço de cana-de-açúcar Hort. Orgânico
+ Cinza + Cinza
Bandeja de plástico e Substrato comercial para
Sc. Plást. 4,70 aA1 3,29 bB 5,27 aA 4,27 aAB
T5 hortaliças (base de casca de pinus, turfa, vermiculita

expandida)
Band. Plást.
4,37 aA 4,81 aA 4,79 aA 3,95 aA
Bandeja de plástico e 75 % de substrato comercial células

para hortaliças (base de casca de pinus, turfa,


T6 Média 4,43
vermiculita expandida) + 25% cinza de bagaço de
C V (%) 14,87
cana-de-açúcar

Bandeja de plástico e Composto orgânico (na


Quadro 2. Número de folhas em função dos
tipos de recipientes e substratos. Sc. Plást.:
T7 proporção de 1:1:1, terra de barranco, resíduo de
Saco Plástico/ Band. Plast. Células: Bandeja
rumem bovino e casca carbonizada de arroz) Plastica com células. 1Médias seguidas por

216
Resumos Expandidos

mesma letra na linha não diferem entre si pelo


teste Tukey a nível de 5% de probabilidade. Altura (cm) 7,05ns2 6,01ns 15,11

A combinação recipiente saco plástico com Quadro 4. Diâmetro de coleto (mm) e Altura
o substrato comercial + cinza do bagaço de (cm) em função dos tipos de recipientes. 1
cana foi a pior dentre as combinações. A Médias seguidas por mesma letra na linha não
combinação substrato composto orgânico diferem entre si pelo teste Tukey a nível de
5% de probabilidade. 2não significativo pelo
com o recipiente saco plástico teve maior
teste Tukey a nível de 5% de probabilidade.
valor de média.
Substratos
Para a variável diâmetro de coleto o
Diâmetro
Variáveis Número Altura recipiente bandeja plástica com células
de Coleto
de folhas (cm) foi superior estatisticamente, que o saco
(mm)
Comercial
plástico. Para variável altura não houve
Hortaliça
4,54ab 1,41ab 6.93ns2 diferença significativa entre os recipientes.
Comercial Horta-
4,05b 1,21b 5,23ns
liça + Cinza
Conclusões
Composto
5,03a 1.46a 7,5ns O substrato composto orgânico
Orgânico
demonstrou superioridade dentre os
Composto Orgâ-
4,11ab1 1,36ab 6,47ns substratos nas variáveis estudadas.
nico + Cinza
Não houve influencia significativa dos
C V (%) 14,87 12,56 15,11
recipientes
Quadro 3. Número de folhas, Diâmetro de O composto orgânico foi superior dentre
coleto (mm) e Altura (cm) em função dos os outros substratos para a variável número
tipos de substratos. 1 Médias seguidas por
de folhas e diâmetro de coleto. Para a
mesma letra na linha não diferem entre si pelo
teste Tukey a nível de 5% de probabilidade. variável altura, os substratos não tiveram
2
não significativo pelo teste Tukey a nível de significância.
5% de probabilidade.

Referências
Recipientes
[1]CARVALHO FILHO, J. L. S.;
Bandeja
ARRIGONI-BLANK, M. de F.; BLANK,
Variáveis Saco Plástica C V (%)
A. F.; RANGEL, M. S. A. Produção de
Plástico com
Mudas de jatobá (Hymenaea courbaril
células
L.) em diferentes ambientes, recipientes e
Diâmetro de composições de substratos. Cerne, Lavras,
1,26b1 1,45a 12,56
Coleto (mm) v. 9, n. 1, p. 109-118, 2003.

217
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[2]COSTA, E. V.; RODRIGUES, E.


T.; ALVES, V. B.; SANTOS, L. C.
R. dos; VIEIRA, L. C. R. Efeitos da
ambiência, recipientes e substratos
no desenvolvimento de mudas de
maracujazeiro-amarelo em Aquidauana –
MS. Revista Brasileira de Fruticultura,
v. 31, n. 1, p. 236-244, 2009.

[4]GOMES, J. M.; PAIVA, H. N. de.


Viveiros florestais (propagação
sexuada). 3. ed. Viçosa, MG: UFV, 2006.
(Caderno didático, n. 72).

[3]SCHMITZ, J. A. K.; SOUZA, P. V. D.;


KÄMPF A. N. Propriedades químicas e
físicas de substratos de origem mineral
e orgânica para o cultivo de mudas em
recipientes. Ciência Rural, Santa Maria,
RS, v. 32, p. 937-944, 2002.

[5]CUNHA, A.O.; ANDRADE, L. A. de;


BRUNO, R. de L. A.; SILVA, J. A. L. da;
SOUZA, V. C. de. Efeitos de substratos e
das dimensões dos recipientes na qualidade
das mudas de Tabebuia impetiginosa
(Mart. Ex D.C.) Standl. Revista Árvore,
Viçosa, MG, v. 29, n. 4, p. 507-516, 2005.

218
Resumos Expandidos

Efeito da adubação e ácido


indolbutírico no enraizamento de
alporques de Khaya anthotheca
Joamir Barbosa Filho, 1Bruna Cristina Almeida;
1

2
Gilvano Ebling Brondani; 2Rômulo Môra; 1Viviann Maciel da Silva Alves

1
Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais – UFMT
(joamirbf@hotmail.com; brucrisal@gmail.com;viviann.maciel@gmail.com); 2 Prof. Faculdade de
Engenharia Florestal – FENF/UFMT (gebrondani@yahoo.com.br; romulomef@yahoo.com.br).

Introdução e objetivos Os fatores que afetam a obtenção de


A utilização de métodos de multiplicação plantas pela alporquia estão relacionados
assexuada para o estabelecimento de à formação das raízes, levando em
plantios comerciais de espécies florestais consideração a ausência de luz neste
em larga escala é uma alternativa quando período; que o substrato seja de textura
estas espécies propagadas por via leve (como umidade, textura e aeração
seminal apresentam desenvolvimento adequadas); a correta nutrição da planta
desuniforme, produção tardia e falta de mãe; sazonalidade (o método é realizado na
disponibilidade de mudas ao longo do ano. primavera ou no fim do verão); gradiente
A utilização de técnicas de propagação de maturidade dos ramos; utilização de
vegetativa como alporquia tem a vantagem reguladores de crescimento e o anelamento [3].
de reduzir o tempo de enraizamento de O processo de alporquia é mais conhecido
propágulos de algumas espécies, pois e utilizado em espécies frutíferas, porém
o material mantém sua ligação com a os relatos do uso deste método para
planta mãe recebendo seiva inorgânica e propagação de espécies florestais como
sintetizando a seiva elaborada e auxina, pinhão manso, aroeira e urucum [4][5][6]
reduzindo o estresse fisiológico na fase de estão sendo frequentes.
diferenciação celular durante a formação O presente trabalho objetivou avaliar
das raízes adventícias e independência de a viabilidade da técnica de alporquia
infraestrutura especializada em relação ao no enraizamento adventício do mogno
método de estaquia [1][2]. Além disso, é africano (Khaya anthotheca), através do efeito
possível formar bancos de germoplasma da adubação e utilização de diferentes
para a obtenção de progágulos em concentrações de ácido indolbutírico.
situações de dificuldade de se obter
sementes, seja devido a disponibilidade no Material e métodos
mercado ou aos elevados custos. As mudas utilizadas no experimento foram
propagadas via seminal, as quais foram

219
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

produzidas em um viveiro particular em (Quelato) 6% Fe EDDHA; Sulfato de


Cuiabá-Mato Grosso, Viveiro N’tacua. As Cobre 17% Cu 10% S.
mudas foram plantadas em embalagens Durante um mês, a cada quatro dias foram
de polietileno de 4 litros em substrato regadas com 100 mL de solução nutritiva,
composto de areia lavada de granulometria antes de se realizar as alporquias.
média. Por ocasião do transplantio, as Os alporques foram confeccionados á 15
mudas apresentaram adequada sanidade, cm de distancia do colo. Procedeu-se à
vigor, diâmetro entre 1,5-2 cm e altura retirada da casca em forma de anel de 2 cm
entre 50 e 70 cm. de largura com auxilio de um canivete.
Após um mês da implantação do Com um pincel foi aplicado o ácido
indolbutírico AIB a 3000 mg.L-¹ e 8000
experimento parte das mudas receberam
mg.L-¹ nos respectivos tratamentos,
solução nutritiva (Tabela 1).
na forma de talco, sendo em seguida
Solução Nutritiva recobrindo a área do corte com esfagno
Nutriente umedecido. Posteriormente foi revestido
( mg L-1 )
N-NO3 -
60,00 com o filme de PVC e amarrado nas
N-NH4+ 30,00 extremidades com barbante para mantê-lo
P 12,00 úmido e fixo.
Ca 40,00 As mudas foram colocadas sobre um pátio
K 80,00 britado com área coberta com sombrite
S 10,00 50%, sendo irrigadas diariamente.
Mg 12,00 Foram avaliados os seguintes fatores: F1-
Cu 0,10 mudas adubadas e F2- alporquia realizada
Fe 2,00 com AIB (ausência, 3000 mg.L-¹ e 8000
Mo 0,02 mg.L-¹). Após 45 dias foi realizada a
Mn 1,60 desmama das mudas.
Tabela 1. solução nutritiva básica para a O experimento foi conduzido no
fertirrigação das mudas de (Khaya anthotheca). delineamento em blocos casualizados,
com quatro parcelas, em arranjo fatorial
(2x3), considerando duas adubações e
Monoamônio fosfato MAP 11% N
três concentrações de AIB, totalizando 6
60 %P2O5; Sulfato de Magnésio 9%
tratamentos. Cada bloco foi constituído
Mg 12%S; Nitrato de Potássio 13% N
por dez mudas para cada tratamento.
2%P2O5 44% K2O; Sulfato de Amônio Avaliou-se o pegamento do enraizamento
21%N 22%S; Cloreto de Cálcio 27%Ca; por meio da observação de raízes visíveis
Nitrato de Cálcio 15,5%N 18,5%Ca; Ácido externamente ao substrato, aos 45 dias da
Bórico 17%Bo; Sulfato de Mânganes 30% realização da alporquia.
Mn 17% S; Molibdato de Sódio 39% M;
Sulfato de Zinco 20% Zn 10% S ; Ferro

220
Resumos Expandidos

Resultados e discussão que houve diferença significativa entre


A partir da análise estatística (Tabela 2) as concentrações de AIB, sendo que a
pode-se verificar que houve interação concentração de 3000 mg L-1 resultou na
entre os fatores solução nutritiva e maior média de enraizamento, denotando
concentrações de AIB. maior dependência do efeito do AIB em
Há evidência que as mudas que receberam situações de desbalanceamento nutricional.
Esse efeito não foi verificado em plantas
a solução nutritiva apresentaram as maiores
que receberam feritirrigação, onde não
porcentagens de enraizamento, indicando
houve diferença significativa entre as
que a resposta ao regulador de crescimento
concentrações de AIB (Tabela 2).
esteve condicionada ao balanceamento
No geral, pode-se constatar que as
nutricional da planta-mãe.
mudas que receberam solução nutritiva
apresentaram os maiores valores médios
Adubação Concentrações de AIB (mg
para o enraizamento, pois o estádio
L-1)
nutricional das plântulas afetou o seu vigor
0 3000 8000
fisiológico, interferindo assim na resposta
Ausência 50bB* 100aA 55bB
da planta aos estímulos recebidos, seja
Presença 80aB 100aA 100aA
ambiental, físico ou químico.
Tabela 2. Porcentagem de enraizamento de Os melhores resultados foram obtidos
alporques de mogno africano (Khaya anthotheca) quando aplicou-se fertirrigação e 3000
em relação a aplicação de solução nutritiva e mg L-¹ de AIB, dosagem que mostrou
concentrações de ácido indolbutírico (AIB).
ser a mais eficiente para promover o
C.V.(%) = coeficiente de variação = 12,16.
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula enraizamento adventício em alporques de
na coluna e maiúscula na linha, não diferem mogno africano.
entre si, pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Conclusões
Para as mudas submetidas a aplicação A alporquia é um método viável para a
de regulador de crescimento AIB, tanto propagação assexuada de Khaya anthotheca
a 3000 mg.L-¹ quanto na ausência de quando se utilizam mudas produzidas por
AIB, não houve influência significativa sementes.
da fertirrigação para a porcentagem de O efeito do AIB está condicionado a
enraizamento. Contudo, ao considerar fertirrigação, sendo que a concentração de
a concentração de 8000 mg L-1 pode-se 3000 mg L-1 AIB apresentou os melhores
verificar que as plantas que receberam resultados para o enraizamento.
fertirrigação apresentaram o maior valor da
porcentagem de enraizamento (Tabela 2). Referências
Ao considerar apenas as plantas que [1]DUTRA, T. R.; MASSAD, M. D.;
não receberam fertirrigação, verifica-se SARMENTO, M. F. Q.; OLIVEIRA,

221
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

J. C. Ácido indolbutírico e substratos


na alporquia de umbuzeiro. Pesquisa
Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 42, n.
4, p. 424-429, 2010.

[2]FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN,


A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E.;
FORTES, G. R. L. de. Propagação de
plantas frutíferas de clima temperado.
2. ed. Pelotas: Universitária, 1995. 178 p.

[3]FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN,


A.; NACHTIGAL, J. C.; Propagação de
plantas frutíferas. Brasília, DF: Embrapa
Informação Tecnológica, 2005. 221 p.

[4]DHILLON, R. S.; HOODA, M. S.;


PUNDEER, J. S.; AHLAWAT, K. S.;
CHOPRA I. Effects of auxins and
thiamine on the efficacy of techniques of
clonal propagation in Jatropha curcas L.
Biomass and bioenergy, n. 35, p. 1502-
1510, 2010.

[5]GONÇALVES, M. P. M.; MAÊDA, J.


M.; ABREU, H. S.; SILVA, S. P.; SOUZA,
G. R. Propagação Vegetativa da Aroeira
(Schinus terebinthifolius) por Alporquia.
Revista Brasileira de Biociências, Porto
Alegre, v. 5, supl. 2, p. 363-365, 2007.

[6]MANTOVANI, N. C.; GRANDO, M.


F.; XAVIER, A.; OTONI, W. C. Resgate
vegetativo por alporquia de genótipos
adultos de urucum (Bixa orellana L.).
Ciência Florestal, Santa Maria, RS, v. 20,
n. 3, p. 403-410, 2010.

222
Resumos Expandidos

Efeito da adubação nas características


ecofisiológicas de mudas de
Eucalyptus globulus
Márcia Silva de Jesus1; Lorena Oliveira Barbosa2;
Daniel Souza Dias ; Ernane Ronie Martins4; Luiz Arnaldo Fernandes5
3

1
Graduanda em Eng. Florestal ICA/UFMG (eng-marcia@hotmail.com); 2 Graduanda em Eng.
Florestal ICA/UFMG (lorena.obarbosa@gmail.com); 3 Graduando em Eng. Agrícola e Ambiental
ICA/UFMG (baianodaniel@yahoo.com.br); 4 Prof. Dr. Produção Vegetal ICA/UFMG (ernane.
ufmg@gmail.com);5 Prof. Dr. Ciência do Solo ICA/UFMG (luizmcmg@gmail.com)

Introdução Na produção de mudas foi utilizado


O Eucalyptus globulus é uma espécie o subsolo de um Latossolo Vermelho
nativa da Austrália, pertencente à família Amarelo distrófico de textura arenosa.
Myrtacea, que possui grande valor Os tratamentos corresponderam a cinco
econômico, sendo possível obter produtos doses de nitrogênio (0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1,0
madeireiros e não-madeireiros de valor g dm-3) utilizando como fonte o sulfato
agregado[1]. No Brasil é considerada de amônio e duas formas de aplicação
como principal espécie produtora de do potássio, em cobertura e diretamente
óleo medicinal, destinada à fabricação de no substrato (2,0 g dm-3) cuja fonte foi o
produtos farmacêuticos e anticépticos cloreto de potássio (KCl). O delineamento
a partir da extração do óleo [2]. Os experimental utilizado foi o inteiramente
aspectos nutricionais e o comportamento casualizado, em esquema fatorial 5x2 com
ecofiosiológico das plantas e a interação tratamento adicional (testemunha - sem
solo-planta-atmosfera são necessários aplicação de N e de K), com 5 repetições.
para se obter um desenvolvimento ideal, O potássio em cobertura foi aplicado 15
principalmente de mudas [3]. Diante disso dias após a semeadura. Na análise das
objetivou-se avaliar a influência de doses características ecofisiológicas foi utilizado
de nitrogênio e formas de aplicação de um medidor portátil de fotossíntese
potássio nas características ecofisiológicos (LCpro, ADC Bioscientific LTD, UK) com
de mudas de E. globulus. irradiância de 600 μmol de fótons m-2 s-1. De
cada planta avaliou-se três folhas apicais
Material e métodos maduras completamente expandidas a
O estudo foi realizado no Instituto de partir do eixo ortotrópico e expostas
Ciências Agrárias (ICA) da Universidade durante dois minutos a um pulso de luz
Federal de Minas Gerais (UFMG). saturante (1200 mol m-2s-1). As variáveis

223
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

analisadas foram fotossíntese líquida (A) Fotossíntese Líquida – A (CV=18%)

(μmol m-2s-1); concentração intercelular Dose de Sulfato de amônio (g dm-3)

de CO2 (Ci) (μmol m-1), condutância Potássio 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Testemunha

estomática (gs) (μmol m-2s-1) e transpiração ------------------------ μmol m-1 --------------------------

Substrato 267,8b 287,6b 275,8b 287,4b 266b


(E) (mmol H2Om-2s-1). Os dados obtidos 238a
Cobertura 257,2b 260,4b 249a 268b 274b
foram submetidos à análise de variância
Concentração intercelular de CO2 (CV=21%)
e as médias de cada tratamento foram ----------------------- μmol m-1 -----------------------

comparadas a da testemunha pelo teste de Substrato 267,8b 287,6b 275,8b 287,4b 266b
238a
Dunnet (p<5%). Para as doses de N foram Cobertura 257,2b 260,4b 249a 268b 274b

ajustadas equações de regressão. Condutância estomática (CV=26%)

---------------------- mol m-2 s-1 ---------------------------

Substrato 0,08b 0,054a 0,052a 0,036a 0,062b


Resultados e discussão Cobertura 0,034a 0,026b 0,03a 0,034a 0,022b
0,046a

Para a fotossíntese líquida os valores Transpiração (CV=19%)

encontrados diferiram da testemunha, ----------------------mmol H2O m-2 s-1 -----------------

exceto nas doses 0,4 e 0,6 g dm-3 de N Substrato 2,22a 1,72a 1,79a 1,41b 2,29b
1,99a
Cobertura 1,49b 1,25b 1,38b 1,62a 1,16b
quando o K foi aplicado no substrato e,
na dose de 0,2 g dm-3 de N quando o K Tabela 1. Médias das características ecofisiológicas
foi aplicado em cobertura (Tabela 1). Os de mudas de Eucalyptus globulus adubadas com
valores encontrados para a concentração nitrogênio e potássio. *Letras minúsculas na linha
comparam cada umas dos doses de sulfato de
intercelular de CO2 em cada uma das doses
amônio com a testemunha pelo teste de Dunnet a
de N, independentemente da forma de 5% de probabilidade.
aplicação de potássio, foram maiores que
a testemunha, exceto na dose 0,6 g dm-3 Em relação às doses de N e formas de
de N que foi semelhante à testemunha. Já aplicação de K, verificou-se que para
para a condutância estomática, somente a fotossíntese líquida e concentração
a dose de 0,6 g dm-3 de N, com aplicação intercelular de CO2, não houve efeito
de K em cobertura, foi semelhante a do modo de aplicação de K. Para essas
testemunha. Os valores encontrados para variáveis, verificou uma diminuição de
a transpiração diferiram da testemunha seus valores com o aumento das doses
quanto o K foi aplicado no substrato e nas de N (Figuras 1 e 2). Para a condutância
doses de 0,8 e 1,0 g dm-3 de N. Quando estomática verificou-se efeito do modo de
o K foi aplicado em cobertura os valores aplicação de K e das doses de N. Tanto
de transpiração observado nas doses 0,2 e para o K aplicado no substrato quanto
0,6 g dm-3 de N foram semelhantes ao da em cobertura, os valores de condutância
testemunha. apresentaram um comportamento
quadrático com o aumento das doses de
N (Figura 3).

224
Resumos Expandidos

Não houve efeito significativo do modo de Apoio


aplicação de K e das doses de N para a UFMG, CNPq, FAPEMIG, CAPES,
variável transpiração. PET-AGRONOMIA.

Referências
[1]ROSA, C. A. B. Influência do teor
de lignina da madeira de Eucalyptus
globulus na produção e na qualidade
Figura 1. Valores médios da fotossíntese líquida da celulose Kraft. 2003. 150 f. Dissertação
de mudas de Eucalypus globulus, em função de (Mestrado em Engenharia Florestal) -
doses de nitrogênio.
Universidade Federal de Santa Maria.

[2]VIEIRA, I. G. Estudos de caracteres


silviculturais e de produção de óleo
essencial de progênies de Corymbia
citriodora (HOOK) K.D. HILL
& L.A.S. Johnson procedente de
Anhembi SP – Brasil, ex. Atherton
Figura 2. Valores médios da condutância
estomática de mudas de Eucalypus globulus, em QLD – Austrália. 2004. Dissertação
função de doses de nitrogênio. (Mestrado em Recursos Florestais) -
Escola Superior de Agricultura “Luis de
Queiroz”, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.

[3]WHITEHEAD, D.; BEADLE, C. L.


Physiological regulation of productivity
and water use in Eucalyptus: a review.
Figura 3. Valores médios da concentração Forest Ecology and Management, v.
estomática de gás carbônico de mudas de 193, p. 113-140, 2004.
Eucalypus globulus, em função de doses de
nitrogênio.

Conclusão
A aplicação de nitrogênio e potássio
influência a ecofisiologia de mudas de E.
globulus.

225
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Efeito da aplicação de Trichoderma


sp. e Paecilomyces sp. na supressão de
doenças e desenvolvimento em mudas
de Pinus taeda
Paula Burigo Vandresen1, Arthur Bratti Schmidt 2,
João Cláudio Trosdorf3, Lorenzo Teixeira de Melo da Silva4.

¹ Eng. Florestal Celulose Irani S.A.(paulavandresen@irani.com.br); 2Graduando Eng. Florestal


UDESC – Campus Lages SC.(arthurbratti@hotmail.com); 3 Eng. Florestal Celulose Irani S.A
(joaotrosdorf@irani.com.br); 3 Eng. Florestal Celulose Irani S.A (lorenzomelo@irani.com.br)

Introdução e objetivos localizado no município de Vargem Bonita,


A aplicação de Trichoderma tem SC. A espécie utilizada foi o Pinus taeda.
proporcionado aumentos significativos O Trichoderma sp. juntamente com o outro
na percentagem e na precocidade fungo Paecilomyces sp. foram doados pela
de germinação, no peso seco e na empresa JV Biotec em um frasco com
altura de plantas, além de estimular o 300 ml de suspensão para a realização do
desenvolvimento das raízes laterais [8] [2]. experimento.
Eles são capazes de atuar como Foram aplicadas duas vezes a suspensão
bioestimulantes do crescimento radicular, contendo os dois fungos, com um intervalo
promovendo o desenvolvimento de raízes de 15 dias entre elas. A concentração da
através de fitohormônios e assim, melhorar suspensão enviada foi de 1 x 1021 conídios
a assimilação de nutrientes, aumentando a x ml-1. Para a aplicação foi realizada a
resistência diante de fatores bióticos não diluição de 150ml da suspensão em 20
favoráveis, além de degradar fontes de litros d’água, onde a concentração aplicada
nutrientes que serão importantes para o foi de 5 x 1016 conídios x ml-1. A qual foi
desenvolvimento do vegetal [4] [5]. Este realizada com a bomba costal.
trabalho objetiva realizar a verificação dos A mensuração do experimento foi através
benefícios ocasionados pelo Trichoderma de contagem de raízes, abrangendo cinco
relevantes ao controle biológico e ao mudas com e sem Trichoderma sp.
desenvolvimento de mudas em aplicação Foi realizada a medição de altura das
aquosa em mudas de Pinus taeda. mudas com o auxílio de régua de 40cm,
e a medição do diâmetro do colo com
um paquímetro digital com 150mm. A
Material e métodos altura da parte aérea foi determinada a
As mudas foram semeadas em dezembro
partir do nível do substrato até a ponta
de 2013, no viveiro florestal da empresa,

226
Resumos Expandidos

da última acícula e o diâmetro do coleto O diâmetro do colo é uma característica


foi calculado ao nível do substrato. de qualidade comumente observada a qual
Foram mensuradas 20 mudas de cada possui uma correlação positiva com o
tratamento. O delineamento utilizado foi o volume radicular [8]. Ele está intimamente
inteiramente casualizado. relacionado ao vigor da muda, e os caules
Resultados e discussão com maiores diâmetros tendem a ter
A aplicação do Trichoderma sp. ocorreu após maiores gemas, as quais possuem um
30 dias da semeadura, em consequência elevado número de primórdios foliares
da observação do supervisor do viveiro pré-formados que se desenvolverão para
de algumas mudas morrendo. Não foi ser os primeiros brotos de crescimento
observado nenhuma estrutura fúngica, após o plantio. A avaliação de nº de raízes
assim não pode-se afirmar que a causa foi superior no tratamento com Trichoderma
de morte das mudas eram por fungos. sp.,onde a média encontrada foi 624,6
Contudo, após a aplicação não ocorreram raízes por muda. Já sem a aplicação do
mais mortes de mudas por tombamentos. Trichoderma sp. a média foi de 455 raízes
Existem vários estudos que afirmam o por muda [10].
eficiente controle biológico do Trichoderma
Tratamento Média Desvio Padrão P
spp. em fungos de solos [1].
Com Trichoderma 624,6 189,3 0,091*
Ao avaliar a altura das mudas com os
Sem Trichoderma 455 56,5
diferentes tratamentos, não observou
diferença entre elas. O diâmetro de colo Tabela 1. Média dos tratamentos e o valor
das mudas com a aplicação do Trichoderma de probabilidade do efeito do Trichoderma sp.
sp. foi superior as mudas que não foram em relação ao número de raízes por mudas.
*A diferença entre as médias testadas não são
aplicadas (Figura 1.). O diâmetro de colo é
significativas a 5% de significância.
a medida morfológica que melhor ajusta-se
aos modelos de predição da sobrevivência
após o plantio [7]. A adição de Trichoderma no substrato para a
produção de mudas de eucalipto forneceu
resultados animadores. O fungo promoveu
maior desenvolvimento e melhor sanidade
do sistema radicular das plantas, tornando-
as mais vigorosas e menos sensíveis ao
estresse ocasionado pelo transplantio
no campo [6]. Resultados semelhantes
foram obtidos com o tratamento de
substratos para a produção de mudas de
Figura 1. Diâmetro das mudas de Pinus café, onde foi observado um significativo
taeda com 60 dias, com e sem aplicação de
desenvolvimento das plantas [3].
Trichoderma sp.

227
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

fungus, enhances biomass production


and promotes lateral root growth through
an auxin-dependent mechanism in
Arabidopsis. Plant Physiology, v. 3. p.
1579–1592, 2009.

[3]CORREA, T. B. S; ROBBS, C. F.;


BITTENCOURT, A. M.; FREITAS-
SILVA, O. Controle biológico de
Figura 2. Mudas de Pinus taeda sem a
aplicação de Trichoderma sp. e com a aplicação Aspergillus ochraceus na rizosfera
do Trichoderma sp. do cafeeiro por ação antagonica de
Trichoderma harzianum. In: SIMPOSIO
DE PESQUISA DOS CAFES DO
Conclusões BRASIL, 2000, POCOS DE CALDAS -
Não foi identificada a eficiência do MG. Palestras... Brasília, DF: Embrapa
controle biológico do Trichoderma sp.nas Café: Consórcio Brasileiro de Pesquisa e
mudas Pinus taeda, devido a não ocorrência Desenvolvimento do Café, 2002.
de ataque de fungos patogênicos nas
mudas. [4]HARMAN, G. E. Myths and dogmas
O uso do Trichoderma sp. foi animador no of biocontrol. Changes in perceptions
desenvolvimento das mudas. O diâmetro derived from research on Trichoderma
do colo com a aplicação dos fungos harzianum T-22. Plant Disease, v. 4. p.
apresentou superior ao sem a aplicação. 376–393, 2000.
O número de raízes por mudas foi superior
nas mudas com a aplicação, aumentando a [5]HARMAN, G. E.; HOWELL, C. R.;
área de absorção dos nutrientes e água. VITERBO, A.; CHET, I.; LORITO,
M. Trichoderma species opportunistic,
avirulent plant symbionts. Nature
Referências Reviews Microbiology, v. 2, p. 43– 56,
[1]BETTIOL, W.; MORANDI, M. A. B. 2004.
Biocontrole de doenças de plantas:
usos e perspectivas. Jaguariúna: Embrapa [6]LOHMANN, T. R.; PAULINO, B.
Meio Ambiente, 2009. V.; YAMAMOTO, S.; LOPES, R. B.;
FONSECA, E. D.; MASCARIN, G.
[2]CONTRERAS-CORNEJO, H. A.; M. Efeito da aplicação de Trichoderma
MACÍAS-RODRÍGUEZ, L.; CORTÉS- harzianum na supressão de doenças e no
PENAGOS, C.; LÓPEZ-BICIO, J. desenvolvimento de mudas de Eucalipto.
Trichoderma virens, a plant beneficial Revista Brasileira de Agroecologia, v. 4, n.
2, nov. 2009.

228
Resumos Expandidos

[7]MCTAGUE, J. P.; TIIUS, R. W. The


effects of seedling quality and forest site
weather on field survival of ponderosa
pine. Tree Planters´Notes, Washington,
DC, n 33, 1996.

[8] MELO, I. S. Trichoderma e Gliocladium


como bioprotetores de plantas. Revisão
Anual de Patologia de Plantas, v. 4, p. 261–
295, 1996.

[9]ROSE, R.; HASSE, D. L. The target


seedling concept: Implementing a
Program. In: LANDIS, T. D.; CREGG,
B. (Ed.). National proceedings: forest
and conservation nursery associations.
Portland: Department of Agriculture,
Forest Service, Pacific Northwest Research
Station, 1995. p. 124-130. (General
Technical Report PNW-GTR, 365).

[10]ROSE, R.; CARLSON, W.;


MORGAN, P. The target seedling
concept. In.: ROSE, R.; CAMPBELL, S.
J.; LANDIS, T. D. (Ed.). Proceedings of
Western Forest Nursery Association. Fort
Collins: U.S. Department of Agriculture,
Forest Service, Rocky Mountain Forest
and Range Experiment Station, 1990. p.
1-8. (General Technical Report RM, 200).

229
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Efeito da fertilização de liberação lenta


na altura da parte aérea e diâmetro
de colo em mudas de Schizolobium
parahyba var. Amazonicum
Überson Boaretto Rossa1; Alessandro Camargo Angelo2;
Danielle Janaina Westphalen3; Lucas Kania Neto4; Lizy Tank Sampaio Barros5

1
Professor Dr. Instituto Federal Catarinense (uberson.rossa@ifc-araquari.edu.br); 2Professor Dr.
Departamento de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); 3Doutoranda Eng.
Florestal UFPR (daniellejanina76@gmail.com); 4Graduando Eng. Florestal UFPR (lucas_kania@
hotmail.com); 5Mestranda Eng. Florestal UFPR (lizysampaio@yahoo.com.br)

Introdução e objetivos sudeste do estado do Pará.


A utilização da fertilização de liberação Antes da semeadura as sementes
lenta (FLL) pode contribuir para a foram submetidas a tratamento de
obtenção de mudas de melhor qualidade, superação de dormência, utilizando
diante de um setor habituado à utilização o método de escarificação mecânica
de fertilizantes comerciais. Foi objetivo do com esmerilhamento na parte oposta a
trabalho, avaliar o efeito de doses de FLL micrópila e, na sequência, realizou-se a
na altura e diâmetro de colo de mudas imersão do material em água à 80 oC, por
de Schizolobium parahyba var. amazonicum 24 horas.
(Paricá), através da determinação de As sementes foram semeadas em tubetes
máxima eficiência técnica (DMET). de 180 cm³ utilizando-se como substrato
uma mistura de substrato florestal a
Material e métodos base de casca de pinus (60%), composto
O presente trabalho foi realizado durante orgânico peneirado (30%) e vermiculita de
o período de dezembro de 2007 a fevereiro granulometria média (10%).
de 2008, sendo conduzido em viveiro Para os tratamentos utilizou-se fertilizante
de produção de mudas localizado sob de liberação lenta - FLL de marca comercial
as seguintes coordenadas geográficas: Basacote® Mini 6M na formulação 13 - 6 -
27°11’16’’S e 49°39’37’’W, e altitude de 701,54 m. 16 (N - P2O5 - K2O).
Utilizou-se sementes provenientes de O delineamento experimental foi
coletas realizadas na reserva indígena inteiramente casualizado com 6
Parakanã localizada no município de tratamentos em 4 repetições de, 40 plantas,
Tucuruí (03°46’04’’ S, 49°40’22’’ O), sendo um dos tratamentos a testemunha e

230
Resumos Expandidos

os demais com adição de diferentes doses Resultados semelhantes foram observados


de FLL por m³ de substrato utilizado para em um estudo com mudas de Araucaria
a produção de mudas. agustifolia demonstrando que para a
Decorridos 81 dias da semeadura, foi variável altura da parte aérea, a dose 9 kg
determinado a Dose de Máxima Eficiência m-3 de FLL teve o maior efeito [1]. Outros
Técnica (DMET) para a altura da parte estudos que avaliaram Eucalyptus globulus
aérea e diâmetro de colo, através de curva sob fertilização NPK concluiram que os
de regressão. máximos crescimentos em altura, diâmetro
do colo foram obtidos no intervalo de
Resultados e discussão doses de 6,7 a 7,5 kg m-3 de NPK no
As mudas de paricá responderam substrato [2].
positivamente ao uso do FLL sendo que
as doses de máxima eficiência técnica Conclusões
(DMET), estimada por regressão, para As doses de 8,65 e 12,07 kg m-3 de FLL
atingir maior incremento em altura foi foram as de maior efeito no incremento da
de 8,65 kg m-3 de FLL sendo que para a altura da parte aérea e no diâmetro de colo
variável diâmetro de colo estimou-se uma respectivamente, em mudas de paricá.
dose de 12,07 kg m-3 de FLL (Figura 1).
Referências
[1]ROSSA, Ü. B.; ANGELO, A. C.;
NOGUEIRA, A. C.; REISSMANN, C. B.;
GROSSI, F.; RAMOS, M. R. Fertilizante
de liberação lenta no crescimento de
mudas de Araucaria angustifolia e Ocotea
odorifera. Floresta, Curitiba, v. 41, n. 3, p.
491-500, 2011.

[2]PEZZUTTI, R. V.; SCNUMACHER,


M. V.; HOPPE, J. M. Crescimento de
mudas de Eucalyptus globulus em resposta
à fertilização NPK. Ciência Florestal,
Santa Maria, RS. v. 9, n. 2, p. 117-125, 1999.
Figura 1. Dose de Máxima Eficiência
Técnica para as variáveis altura da parte aérea
e diâmetro do colo em função da dose de
fertilizante de liberação lenta utilizada.

231
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Efeito da fertilização de liberação


lenta na produção de biomassa em
mudas de Schizolobium parahyba var.
amazonicum
Überson Boaretto Rossa1; Alessandro Camargo Angelo2; Danielle Janaina
Westphalen3; Fernando Prates Bisso4; João Célio de Araujo5

Professor Dr. Instituto Federal Catarinense (uberson.rossa@ifc-araquari.edu.br;


1,4,5

fernando.bisso@ifc-araquari.edu.br; joao.celio@ifc.edu.br); 2Professor Dr. Departamento


de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); 3Doutoranda Eng. Florestal
UFPR (daniellejanina76@gmail.com)

Introdução e objetivos as seguintes coordenadas geográficas:


A produção de Biomassa em mudas 27°11’16’’S e 49°39’37’’W, e altitude de 701,54 m.
de Schizolobium parahyba var. amazonicum Utilizou-se sementes provenientes de
(Paricá), pode ser um importante coletas realizadas na reserva indígena
indicador de rusticidade, aspecto que Parakanã localizada no município de
deve ser considerado na escolha de mudas Tucuruí (03°46’04’’ S, 49°40’22’’ O),
de qualidade, pois esta relacionado a sudeste do estado do Pará.
sobrevivência e desempenho inicial das Antes da semeadura as sementes
mudas após o plantio em campo. foram submetidas a tratamento de
A utilização da fertilização de liberação superação de dormência, utilizando
lenta (FLL) pode contribuir para a o método de escarificação mecânica
obtenção de mudas de maior peso de com esmerilhamento na parte oposta a
biomassa, atribuindo característica micrópila e, na sequência, realizou-se a
qualitativas as mudas. Foi objetivo do imersão do material em água à 80 oC, por
trabalho estudar o efeito dos Fertilizantes 24 horas.
de Liberação Lenta (FLL) na produção da As sementes foram semeadas em tubetes
biomassa de mudas de paricá. de 180 cm³ utilizando-se como substrato
uma mistura de substrato florestal a
base de casca de pinus (60%), composto
Material e métodos
orgânico peneirado (30%) e vermiculita de
O presente trabalho foi realizado durante
granulometria média (10%).
o período de dezembro de 2007 a fevereiro
Para os tratamentos utilizou-se fertilizante
de 2008, sendo conduzido em viveiro
de liberação lenta - FLL de marca comercial
de produção de mudas localizado sob

232
Resumos Expandidos

Basacote® Mini 6M na formulação 13 - 6 - aérea (BSPA), biomassa seca da raiz (BSR)


16 (N - P2O5 - K2O). e biomassa seca total (BST) das mudas de
O delineamento experimental utilizado Schizolobium parahyba var. amazonicum. # Médias
seguidas pela mesma letra não diferem entre
foi inteiramente casualizado com seis si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
tratamentos em quatro repetições, tendo
40 plantas como unidade experimental. Os Em outro estudo foi observado máximos
tratamentos foram: T1 – 0 kg (testemunha); valores de BSPA e de BFPA na dose de 6
T2 – 2 kg; T3 – 4 kg; T4 – 6 kg; T5 – 8 kg kg m-3, para a espécie Araucaria agustifolia e
e T6 – 10 kg de FLL por m³ de substrato. para a Ocotea odorifera foi nas doses de 6 e 9
kg m-3 de FLL [1].
Resultados e discussão Avaliando Eucalyptus globulus sob fertilização
O efeito dos diferentes tratamentos sobre NPK outro trabalho demonstra que os
a BFPA apresentou influência significativa. máximos crescimentos em altura, diâmetro
O tratamento com 8 kg m-3 foi superior do colo, massa seca da parte aérea, massa
em relação a essa variável (Tabela 1). Já seca do sistema radicular e o número de
em relação à produção de BSPA, BSR e folhas foram obtidos no intervalo de doses
BST, verificou-se que houve diferenças de 6,7 a 7,5 kg m-3 de NPK no substrato [2].
significativas entre os tratamentos com a
aplicação do FLL, e o tratamento com 8 Conclusões
kg m-3 também apresentou superioridade, As doses de 8 e 10 kg m3 de FLL foram as
com 1,77 g. As maiores produções nas de maior efeito no incremento da biomassa
variáveis BSR e BST foram obtidas no em mudas de paricá.
tratamento 10 kg m-3, correspondendo a
3,01 g e 4,45 g (Tabela 1). Referências
[1] ROSSA, Ü. B.; ANGELO, A. C.;
Dose
BFPA BSPA BSR BST NOGUEIRA, A. C.; REISSMANN, C. B.;
(kg-1 m3)
GROSSI, F.; RAMOS, M. R. Fertilizante
Tratamento ----------------------- g -----------------------
de liberação lenta no crescimento de
0 (T1) 3,79 c 0,84 c 1,15 b 1,99 d
mudas de Araucaria angustifolia e Ocotea
2 (T2) 6,10 b 1,43 b 1,44 b 2,88 bc
odorifera. Floresta, Curitiba, v. 41, n. 3, p.
4 (T3) 5,80 b 1,33 b 1,13 b 2,47 cd
491-500, 2011.
6 (T4) 6,48 ab 1,37 b 1,40 b 2,78 bcd
8 (T5) 7,59 a 1,77 a 1,74 b 3,52 b [2] PEZZUTTI, R. V.; SCNUMACHER,
10 (T6) 6,12 b 1,44 b 3,01 a 4,45 a M. V.; HOPPE, J. M. Crescimento de
CV (%) 10,19 8,56 21,16 11,66 mudas de Eucalyptus globulus em resposta
à fertilização NPK. Ciência Florestal,
Tabela 1. Médias das variáveis biomassa fresca
da parte aérea (BFPA), biomassa seca da parte Santa Maria, RS. v. 9, n. 2, p. 117-125, 1999.

233
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Efeito de doses de fertilizante de


liberação lenta na altura da parte
aérea e diâmetro de colo em mudas
de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden
Überson Boaretto Rossa1; Alessandro Camargo Angelo2;
Danielle Janaina Westphalen3; Frederico Fonseca da Silva4

1
Professor Dr. Instituto Federal Catarinense (uberson.rossa@ifc-araquari.edu.br); 2Professor
Dr. Departamento de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com);
3
Doutoranda Eng. Florestal UFPR (daniellejanina76@gmail.com); 4Professor Dr. Instituto
Federal do Paraná (frederico.silva@ifpr.edu.br)

Introdução e objetivos de produção de mudas localizado sob


A correta dosagem de fertilizante de as seguintes coordenadas geográficas:
liberação lenta (FLL) pode contribuir para 27°11’16’’S e 49°39’37’’W, numa altitude de
a obtenção de mudas de melhor qualidade, 701 m.
bem como representar economia no As sementes de Eucalyptus grandis
processo de produção de mudas à nível de foram adquiridas da empresa Klabin
viveiro. Paraná Papéis, oriundas de pomar de
A altura da parte aérea e o diâmetro do colo primeira geração, instalado no município
são importantes indicadores de qualidade de Telêmaco Borba/PR, e semeadas em
de mudas, e deverão ser observados no tubetes de 53 cm³ utilizando-se como
momento da escolha dessas mudas antes substrato base uma mistura de Substrato
do plantio a campo pelo silvicultor. Florestal Plantmax da Eucatex Química e
Este trabalho teve como objetivo o Mineral Ltda (60%), Composto orgânico
estudo da relação entre doses de FLL e os peneirado (30%) e Vermiculita de
parâmetros biométricos de altura da parte granulometria média (10%).
aérea e diâmetro do colo de mudas de Os tubetes foram preenchidos e logo
Eucalyptus grandis Hill ex Maiden (Eucalyptus submetidos à mesa compactadora por 10
grandis), através da determinação de segundos, objetivando densidade uniforme
máxima eficiência técnica (DMET). do substrato.
Após a semeadura as bandejas com
os vasos foram mantidas com nível de
Material e métodos sombreamento de 50% e a umidade do
O presente trabalho foi realizado durante
substrato foi mantida por sistema de
o período de setembro de 2008 a março
irrigação por micro aspersão.
de 2009, sendo conduzido em viveiro

234
Resumos Expandidos

Para os tratamentos utilizou-se fertilizante e diâmetro do colo em função da dose de


de liberação lenta de marca comercial fertilizante de liberação lenta utilizada.
Basacote® Mini 6M, com formulação
N-P2O5-K2O 13-6-16, sendo as dosagens Em outro estudo [1] verificou-se resultado
testadas: T1 – 0 kg (testemunha); T2 – 2 semelhante ao alcançado no presente
kg; T3 – 4 kg; T4 – 6 kg; T5 – 8 kg e T6 – 10 trabalho quando, em mudas de E. grandis
kg de FLL e FC por m³ de substrato base. produzidas em tubetes, aos 125 dias de
Aos 30 dias da semeadura foi efetuado o semeadura, foram fertilizadas com FLL
raleio, e aos 174 dias da semeadura foram na formulação 14% N - 14% P2O5 - 14%
coletados os dados de altura da parte aérea K2O, em dosagem de 6,42 kg m-3.
e diâmetro de colo com os quais foram A altura da parte aérea pode ser importante
calculados a dose de máxima eficiência quando há a necessidade de plantio das
técnica (DMET) a partir da equação de mudas em áreas colonizadas por plantas
regressão linear para cada variável estudada daninhas, onde a altura da espécie de
em função da dose de FLL aplicada. interesse leva a maior competitividade por luz.
Em muitos viveiros florestais a altura
Resultados e discussão é considerada para o estabelecimento
do valor das mudas na ocasião da
Para alcançar maior altura de mudas,
comercialização ao silvicultor, sendo
segundo cálculo de Dose de Máxima
usualmente utilizada para estimar seu
Eficiência Técnica – DMET, recomenda-
padrão de qualidade [2], sendo considerada
se uma dose de 11,80 kg m-3 em substrato
também como um dos mais importantes
base (Figura 1).
parâmetros para estimar o crescimento
no campo [3,4], além do que sua medição
não é destrutiva e de fácil execução,
sendo tecnicamente aceita como uma boa
medida do potencial de desempenho das
mudas [5].
Para a variável diâmetro do colo (DC)
estimou-se uma dose de 10,60 kg m-3
de FLL representando o valor onde as
mudas desta espécie apresentam maior
incremento para esta variável. Estudos [6]
apontam que dentre as variáveis avaliadas
o DC é o parâmetro mais propício para
indicar qualidade de muda, portanto, pode-
se inferir que a dose de 10,60 kg m-3 é a
Figura 1. Dose de Máxima Eficiência
mais indicada, quando busca-se a robustez
Técnica para as variáveis altura da parte aérea
do coleto nas mudas.

235
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

As mudas de Eucalyptus grandis de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra


responderam positivamente ao uso do FLL Fr. Allem.) sob diferentes níveis de
sendo que as doses de máxima eficiência sombreamento e tempo de cobertura.
técnica (DMET), estimada por regressão, Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 15, n.1, p.
para atingir maior incremento em altura e 23-34, 1991.
diametro de colo foram de 11,80 kg m-3 e
10,60 kg m-3 respectivamente, podendo-se [4] PARVIAINEN, J. V. Qualidade e
a partir das equações estabelecidas calcular avaliação de qualidade de mudas florestais.
doses que melhor estimem os parâmetros In: SEMINÁRIO DE SEMENTES E
biométricos de interesse. VIVEIROS FLORESTAIS, 1., 1981,
Curitiba. Anais... Curitiba: FUPEF, 1981.
p. 59-90.
Conclusões
As doses de 11,80 e 10,60 kg m-3 de FLL
[5] MEXAL, J. L.; LANDIS, T. D. Target
foram as de maior efeito no incremento da
seedling concepts: height and diameter. In:
altura da parte aérea e no diâmetro de colo
TARGET SEEDLING SYMPOSIUM,
respectivamente, em mudas de Eucalyptus
MEETING OF THE WESTERN
grandis.
FOREST NURSERY ASSOCIATIONS,
GENERAL TECHNICAL REPORT
Referências RM-200, 1990, Roseburg. Proceedings.
[1] MORAES NETO, S. P.; GONÇALVES, Fort. Collins: United States Departament
J. L. de M.; ARTHUR JUNIOR, J. C.; of Agriculture, Forest Service, 1990. p. 17-
DUCATTI, F.; AGUIRRE JUNIOR, J. H. 35.
Fertilização de mudas de espécies arbóreas
e nativas exóticas. Revista Árvore, Viçosa, [6] BINOTTO, A. F. Relação entre
MG, v. 27, n. 2, p. 129-137, 2003. DOI: variáveis de crescimento e o índice de
10.1590/S0100-67622003000200002 qualidade de Dickson em mudas de
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maid
[2] GOMES, J. M. Métodos de aplicação de e Pinus elliottii var. elliottii – Engelm.
adubo em diferentes solos para produção 2007. 53 f. Dissertação (Mestrado em
de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Engenharia Florestal) – Universidade
Maiden. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 6, Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS.
n. 1, p. 52-63, 1982.

[3] REIS, M. G. F.; REIS, G. G. dos;


REGAZZI, A. J.; LELES, P. S. dos S.
Crescimento e forma de fuste de mudas

236
Resumos Expandidos

Efeito de doses de fertilizante de


liberação lenta na produção de biomassa
em mudas de Eucalyptus grandis
Hill ex Maiden
Überson Boaretto Rossa1; Alessandro Camargo Angelo2;
Danielle Janaina Westphalen3;

Professor Dr. Instituto Federal Catarinense (uberson.rossa@ifc-araquari.edu.br); 2Professor


1

Dr. Departamento de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo@gmail.com);


3
Doutoranda Eng. Florestal UFPR (daniellejanina76@gmail.com)

Introdução e objetivos de 2009, sendo conduzido em viveiro


Na produção de mudas de Eucalyptus de produção de mudas localizado sob
grandis Hill ex Maiden alguns indicadores de as seguintes coordenadas geográficas:
qualidade da muda devem ser considerados, 27°11’16’’S e 49°39’37’’W, numa altitude
entre eles os parâmetros biométricos de de 701 m.
produção de biomassa pela planta, os quais As sementes de Eucalyptus grandis foram
são considerados um importante indicador adquiridas da empresa Klabin Paraná
de rusticidade, pois esta relacionado a Papéis, oriundas de pomar de primeira
sobrevivência e desempenho inicial das geração, instalado no município de
mudas após o plantio à campo resultando Telêmaco Borba/PR, e semeadas em
no bom estabelecimento do povoamento tubetes de 53 cm³ utilizando-se como
e o sucesso da implantação da floresta substrato base uma mistura de Substrato
plantada. Florestal Plantmax da Eucatex Química e
A utilização de fertilizante de liberação Mineral Ltda (60%), Composto orgânico
lenta (FLL) na fase de produção de peneirado (30%) e Vermiculita de
mudas à nível de viveiro, pode contribuir granulometria média (10%).
para a obtenção de mudas de maior peso Os tubetes foram preenchidos e logo
de biomassa, atribuindo característica submetidos à mesa compactadora por 10
qualitativas as mudas. Foi objetivo do segundos, objetivando densidade uniforme
trabalho estudar o efeito dos Fertilizantes do substrato.
de Liberação Lenta (FLL) na produção da Após a semeadura as bandejas com
biomassa de mudas de Eucalyptus grandis. os vasos foram mantidas com nível de
sombreamento de 50% e a umidade do
Material e métodos substrato foi mantida por sistema de
O presente trabalho foi realizado durante irrigação por micro aspersão.
o período de setembro de 2008 a março

237
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Para os tratamentos utilizou-se fertilizante Dose Biomassa produzida


de liberação lenta de marca comercial
Tratamento BFPA BSPA BSR BST
Basacote® Mini 6M, com formulação
-- kg m -- ------------------- g ------------------
-3
N-P2O5-K2O 13-6-16, sendo as dosagens
testadas: T1 – 0 kg (testemunha); T2 – 2 0 (T1) 0,38 c 0,12 d 0,10 b 0,23 d

kg; T3 – 4 kg; T4 – 6 kg; T5 – 8 kg e T6 – 2 (T2) 1,21 bc 0,38 cd 0,23 b 0,61 cd


10 kg de FLL e FC por m³ de substrato base. 4 (T3) 2,00 b 0,67 bc 0,45 a 1,13 bc
Aos 30 dias da semeadura foi efetuado o 6 (T4) 3,56 a 1,09 a 0,53 a 1,63 ab
raleio, e aos 174 dias da semeadura foram 8 (T5) 3,51 a 1,21 a 0,53 a 1,74 a
determinadas a biomassa fresca da parte 10 (T6) 3,97 a 1,39 a 0,59 a 1,98 a
aérea (BFPA) com balança de precisão CV (%) 24,78 25,63 20,11 21,54
milesimal. As raízes foram destorroadas
Tabela 1. Médias das variáveis biomassa
e lavadas sob peneiras de 2 mm para
fresca da parte aérea (BFPA), biomassa seca
evitar possíveis perdas de raízes. As da parte aérea (BSPA), biomassa seca da raiz
amostras da parte aérea e de raízes foram (BSR) e biomassa seca total (BST) das mudas
acondicionadas em sacos de papel pardo de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. # Médias
e secas em estufa a 60 oC, com ventilação seguidas pela mesma letra não diferem entre
forçada até peso constante. si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
Foram analisados os parâmetros
biométricos de biomassa fresca da parte
aérea (BFPA), biomassa seca da parte O acréscimo observado é bastante
aérea (BSPA), biomassa seca da raiz significativo se comparado ao tratamento
(BSR) e biomassa seca total (BST), sendo sem adição de FLL (Figura 1), sendo que
os submetidos à análise de variância não há diferenciação estatística entre os
(ANOVA) e as médias comparadas três tratamentos com maior incremento
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de de BFPA. Nas variáveis, biomassa seca da
probabilidade. parte aérea (BSPA), biomassa seca da raiz
(BSR) e biomassa seca total (BST), verificou-
Resultados e discussão se que as doses de FLL influenciaram
Houve efeito positivo das doses de FLL significativamente a espécie em questão.
sobre a biomassa das mudas, podendo-se Entretanto, não foi observado diferença
inferir que a utilização desta tecnologia estatística entre os tratamentos 4, 5 e 6
é viável para melhorias qualitativas das para as variáveis retro citadas. Sendo que as
mudas de Eucalyptus grandis. máximas médias em valor absoluto, para as
Para biomassa fresca da parte aérea (BFPA) três variáveis, corresponderam ao tratamento
a maior média entre os tratamentos foram com 10 kg m-3 de FLL alcançando 1,39 g/
os que receberam doses de 10, 6 e 8 kg m-3 planta para BSPA, 0,59 g/planta para BSR e
de FLL, respectivamente (Tabela 1). 1,98 g/planta para BST.

238
Resumos Expandidos

Segundo ALMEIDA et al. (2005), a


biomassa radicial proporciona melhor
desempenho das plantas quando
transferidas para o campo por apresentarem
maior capacidade de sustentação e
absorção de água e nutrientes.

Figura 1. Aspectos morfológicos do Conclusões


desenvolvimento de mudas fertilizadas com Houve efeito positivo das doses de FLL
doses de Fertilizante de Liberação Lenta. na produção de biomassa pelas mudas.
As maiores doses de FLL (10, 8 e 6 kg
Em termos de BSPA resultados m-3 de substrato) foram as de maior efeito
semelhantes foram levantados em outro no incremento da biomassa das mudas de
estudo, quando ao analisar mudas de Eucalyptus grandis.
sementes de Eucalyptus grandis na fase de
expedição aos 97 dias de idade, produzidas
com substrato a base de casca de pinus,
Referências
[1]MORAES NETO, S. P.; GONÇALVES,
apontando que o peso da BSPA varia entre
J. L. de M.; ARTHUR JUNIOR, J. C.;
1,2 e 1,6 g por planta [1].
DUCATTI, F.; AGUIRRE JUNIOR, J. H.
Em trabalho para avaliar outra espécie
Fertilização de mudas de espécies arbóreas
de eucalipto (Eucalyptus globulus subsp.
e nativas exóticas. Revista Árvore, Viçosa,
Maidenii) sob fertilização NPK, concluiu-
MG, v. 27, n. 2, p. 129-137, 2003. DOI:
se que os máximos crescimentos em altura,
10.1590/S0100-67622003000200002
diâmetro do colo, massa seca da parte
aérea e massa seca do sistema radicular
[2]GOMES, J. M. Métodos de aplicação de
são obtidos no intervalo de doses de 6,7
adubo em diferentes solos para produção
a 7,5 kg m-3 de substrato [2]. Resultados
de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex
que corroboram com os levantados no
Maiden. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 6,
presente estudo, onde a melhor produção
n. 1, p. 52-63, 1982.
desses mesmos parâmetros ficou
estabelecida quando fertilizado com dose
[3]REIS, M. G. F.; REIS, G. G. dos;
de 8 kg m-3.
REGAZZI, A. J.; LELES, P. S. dos S.
Para a variável biomassa seca da raiz
Crescimento e forma de fuste de mudas
autores observaram comportamento
de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra
linear decrescente com uma redução
Fr. Allem.) sob diferentes níveis de
de aproximadamente 30% em relação
sombreamento e tempo de cobertura.
à testemunha na dose de 5 kg m-3 de
Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 15, n.1, p.
fertilizante [3].
23-34, 1991.

239
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[4]PARVIAINEN, J. V. Qualidade e
avaliação de qualidade de mudas florestais.
In: SEMINÁRIO DE SEMENTES E
VIVEIROS FLORESTAIS, 1., 1981,
Curitiba. Anais... Curitiba: FUPEF, 1981.
p. 59-90.

[5]MEXAL, J. L.; LANDIS, T. D. Target


seedling concepts: height and diameter. In:
TARGET SEEDLING SYMPOSIUM,
MEETING OF THE WESTERN
FOREST NURSERY ASSOCIATIONS,
GENERAL TECHNICAL REPORT
RM-200, 1990, Roseburg. Proceedings.
Fort. Collins: United States Departament
of Agriculture, Forest Service, 1990. p.
17-35.

[6]BINOTTO, A. F. Relação entre


variáveis de crescimento e o índice de
qualidade de Dickson em mudas de
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maid e
Pinus elliottii var. elliottii – Engelm.
2007. 53 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Florestal) – Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS.

240
Resumos Expandidos

Efeito de rocha moída em características


químicas do solo e no desenvolvimento
de Eucalipto
Shizuo Maeda(1); Helton Damin da Silva(2);
Itamar Antonio Bognola(2)

(1)
Pesquisador da Embrapa Florestas; Colombo, PR;
shizuo.maeda@embrapa.br; (2) Pesquisador da Embrapa Florestas; Colombo, PR.

Introdução e objetivos O plantio de espécies florestais, como o


Farinha de rocha, pó de rocha ou rocha eucalipto ocorre principalmente em solos
moída são denominações de produtos ácidos e pobres em nutrientes, requerendo,
ou resíduos originados da moagem assim, a correção da acidez e a fertilização
de rochas que apresentam em sua para o atendimento das necessidades das
composição nutrientes para as plantas e plantas para o seu máximo crescimento.
O elevado preço dos fertilizantes tem
animais e compostos que atuam como
feito com que os silvicultores busquem
condicionador do solo. A aplicação de
alternativas mais baratas para o suprimento
rocha moída - rochagem é uma das técnicas
de nutrientes para as árvores e nesse
mais antigas utilizadas na fertilização do
contexto a “farinha de rocha” pode ser
solo (KHATOUNAIN, 2001, citado por
uma alternativa de substituição de fonte de
SILVA et al., 2009). A rochagem pode ser
nutriente.
uma alternativa barata para substituição O objetivo desse trabalho foi avaliar o
parcial dos fertilizantes industrializados, efeito de doses de “farinha de rocha”
no qual já se têm a calagem e a fosfatagem em atributos químicos do solo e no
como exemplos dessa prática. desenvolvimento de mudas de eucalipto.
O teor de nutrientes e a sua liberação para
o solo dependem da natureza geológica Material e métodos
da rocha (STRAATEN, 2006), bem como O ensaio foi instalado em casa-de-vegetação
do grau de moagem. Embora, em geral,
da Embrapa Florestas, em Colombo, PR,
sejam de baixa solubilidade, algumas
utilizando mudas de Eucalyptus grandis com
rochas, quando moídas, podem servir de
três meses de idade. Para avaliação do efeito
fonte de liberação lenta de nutrientes para
do produto foi utilizado um LATOSSOLO
as plantas, o que pode ser uma vantagem
VERMELHO-AMARELO distrófico típico,
pelas menores possibilidades de lixiviação,
textura média (EMBRAPA, 1999), coletado
fixação e desequilíbrios nutricionais
nas camadas de 0 a 15 e 15 a 30 cm, em
(KLAUBERG et al., 2007) quando
Ponta Grossa, PR (Tabela 1).
comparadas com fontes solúveis.

241
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Camada - cm Resultados e discussão


Atributo
0 a 15 15 a 30 A “farinha de rocha” estudada apresenta
pH CaCl2 3,89 3,94 quantidades pouco expressivas de
K - cmolc dm-3 0,11 0,07 nutrientes, principalmente P e K, sugerindo
Ca - cmolc dm -3
0,35 0,26 que o produto apresenta baixo potencial
Mg - cmolc dm-3 0,49 0,11 para ser utilizado na melhoria da fertilidade
Al - cmolc dm-3 1,10 1,00 do solo, conforme pode ser observado na
(H+Al) - cmolc dm-3 5,35 5,55 Tabela 2.
Na - cmolc dm-3 0,05 0,09 Totais Solúveis
Variável Variável
T - cmolc dm-3 6,35 6,08 (%) (g 100 g-1)
V-% 15,81 8,67 SiO2 64,63 P2O5 total 1,36
C - mg dm -3
12,67 15,56 Al2O3 12,39 P2O5 0,40
P - mg dm-3 0,27 0,41 CaO 5,28 K2O 0,0036
Areia grossa - g 100 g-1 41,60 44,40 Fe2O3 4,42 Ca 1,98
Areia fina - g 100 g-1 20,10 15,30 K2O 4,16 Mg 0,56
Silte - g 100 g-1 8,35 8,30 MgO 2,39 S < 0,01
Argila - g 100 g-1 30,00 32,00 P2O5 1,64 Zn 0,0057

Tabela 1. Características químicas e físicas do Na2O 1,11 Cu < 0,01


solo utilizado no estudo. TiO2 0,29 Mn 0,090
Ba 0,20 Fe2O3 2,90
MnO 0,17 Al 0,95
Os tratamentos constituídos de doses de
SO3 0,07 - -
“farinha de rocha”, coletada em Ipirá BA,
Zr 0,01 - -
foram equivalentes a 0; 0,5; 1; 2 e 4 t ha-1,
Rb * - -
distribuídos em delineamento inteiramente
Zn * - -
ao acaso e 4 repetições. As características
Cu * - -
químicas do produto utilizado encontram-
Cl * - -
se na Tabela 2. A “farinha de rocha”
foi obtida por moagem de uma rocha Tabela 2. Teores totais e solúveis de elementos
calcosilicatada – milonito. químicos presentes na farinha de rocha
estudada.
A avaliação do ensaio foi realizada 95
dias após o plantio das mudas nos vasos.
Foram avaliadas as variáveis crescimento Não houve efeito da aplicação do produto
relativo em altura e em diâmetro do caule. sobre o pH em qualquer das camadas
Avaliaram-se também as massas secas da avaliadas, indicando que a “farinha
parte aérea - mspa, da raiz - msr e total - de rocha” não apresenta poder de
mst, obtida pela soma da mspa com msr. neutralização da acidez (Tabela 3).

242
Resumos Expandidos

Dose pH Ca Mg K P condução do ensaio (95 dias) pode ter sido


CaCl2 --- cmolc dm -3
--- mg dm-3
insuficiente para o produto ser solubilizado
0 a 10 cm e liberar os nutrientes nele contido. O grau
0 4,03 0,38ab 0,31 b 0,05 c 0,58ab de moagem (dados não apresentados),
0,5 4,09 0,28 b 0,44ab 0,06bc 0,30 b a provável baixa solubilidade, o baixo
1 4,06 0,29ab 0,44ab 0,07ab 0,63ab teor de nutrientes (Tabela 2) podem ter
2 4,19 0,29ab 0,58 a 0,08 a 0,56ab contribuído para a amplitude dos efeitos
4 4,09 0,42 a 0,35ab 0,08 a 0,84 a observados nos teores dos nutrientes. É
P 0,06 0,02 0,03 0,00 0,04 possível que com maiores doses e com
CV 1,7 18,3 26,0 4,8 35,9 maior tempo de contato do produto com
10 a 20 cm o solo os efeitos nos teores de nutrientes
0 4,01 0,38 0,21 0,06 0,38 sejam mais expressivos.
0,5 4,09 0,32 0,25 0,05 0,18 Não se observou efeito dos tratamentos
1 4,03 0,23 0,42 0,06 0,77 em quaisquer das variáveis biométricas
2 4,05 0,28 0,32 0,07 0,71
analisadas (Tabela 4), o que deve estar
4 4,06 0,37 0,45 0,07 0,62
relacionado com o baixo potencial do
P ns 0,17 0,05 0,19 0,13
produto avaliado como fornecedor
CV 2,9 27,9 39,0 13,6 62,5
de nutrientes ao solo como pode ser
20 a 30 cm
observado na Tabela 2. Pode-se considerar,
0 4,13 0,29 0,31 0,05 0,36
também, a hipótese de que as quantidades
0,5 4,03 0,25 0,25 0,06 0,24
de nutrientes disponíveis no solo foram
1 4,05 0,26 0,39 0,06 0,53
2 4,02 0,31 0,19 0,06 0,49
suficientes para suprir as necessidades das
4 4,12 0,34 0,40 0,07 0,50
mudas durante o período de condução do
P ns ns ns 0,06 0,02 ensaio.
CV 3,22 28,2 68,2 12,9 33,1
Dose cr - % ms - g
Tabela 3. Médias e coeficientes de variação – Mg ha-1 h dc msr mspa mst
CV (%) de características químicas das camadas 0 24,7 4,5 3,2 9,3 12,5
de solo submetido a doses (Mg há-1) de farinha
0,5 28,1 3,9 2,7 9,2 11,9
de rocha.
1 27,8 4,4 2,7 7,6 10,3
2 31,3 4,6 3,3 9,4 12,8
Os teores de Ca, Mg, K e P foram
4 27,9 4,2 3,1 7,9 11,0
aumentados significativamente com
P 0,34 ns ns ns ns
a aplicação da “farinha de rocha” na
CV - % 22,6 20,1 29,8 23,5 22,4
camada 0 a 10 cm (Tabela 3). Embora
os aumentos tenham sido pequenos, o Tabela 4. Efeito de doses de farinha de rocha
produto avaliado mostrou potencial de no crescimento relativo – cr em altura – h e
liberação desses nutrientes que podem ser diâmetro do caule – dc de mudas e em massas
secas – ms da raiz – msr, da parte aérea – mspa
disponibilizados às plantas. O tempo de
e total – mst de Eucaliptus grandis.

243
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusões STRAATEN, P. V. Farming with rocks and


Embora o produto avaliado não tenha minerals: challenges and opportunities.
influenciado no desenvolvimento das Anais da Academia Brasileira de
mudas de Eucalyptus grandis., sua Ciências, Rio de Janeiro, v. 78, n. 4, p. 731-
aplicação promoveu melhoria em algumas 747, 2006.
características química do solo.

Referências
KLAUBERG FILHO, O.;
SCHENEIDER, J.; ALVES, M. V.;
RAMOS, E. M.; ALMEIDA, J. A.
Associação micorrízica em feijão preto
após adição de pó de basalto e esterco
bovino em Cambissolo no Planalto
Sul Catarinense. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO,
31., 2007, Gramado. Resumos... Porto
Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo, 2007. CD-Rom.

SILVA, I. P. da; INOCÊNCIO, M.


F.; NOVELINO, J. O.; PAIM, L. R.;
GUTIERREZ, R. S. ; FRANÇA, R.
C.; CARDUCCI, C. E. Características
químicas de amostras de solos com
aplicação de pó de basalto em Mato Grosso
do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE CIENCIA DO SOLO, 32, Fortaleza,
2009. Resumos... Viçosa, MG: Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 2009. CD-
Rom.

SISTEMA Brasileiro de Classificação de


Solos. Brasília, DF: Embrapa Produção
de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa
Solos, 1999. 412 p.

244
Resumos Expandidos

Efeito do ambiente na forma de fuste


de clone de Eucalyptus camaldulensis
Anne Francis Agostini Santos¹; Diego Tyszka Martinez2;
Sidney Fernando Caldeira3; Pedro Hurtado de Mendoza Borges4;
Fernando Henrique Gava5

¹ Mestranda, Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF),


Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Cuiabá (annef_168@hotmail.com); 2Doutor,
Professor do Programa de Pós Graduação Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais
e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Cuiabá
(diegotyszka@hotmail.com); 3Doutor, Professor do Programa de Pós Graduação Programa de Pós
Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade Federal de Mato
Grosso – Campus de Cuiabá (sidcal@ufmt.br); 4Doutor, Professor do Programa de Pós Graduação
Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade
Federal de Mato Grosso – Campus de Cuiabá (pborges@ufmt.br); 5 Mestrando, Programa de Pós
Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade Federal de Mato
Grosso – Campus de Cuiabá (fhgava@hotmail.com)

Introdução Materiais e métodos


O Eucalyptus camaldulensis é uma espécie O estudo foi conduzido em dois plantios
utilizada para diversas finalidades, entre experimentais com o clone S0401 (E.
elas está o uso como dormentes, postes, camaldulensis). As unidades experimentais
serraria e painéis [4]. Tais finalidades foram instaladas em 2010, nos municípios
exigem fustes com qualidade superior, de Sinop/MT (11°51’51’’ S; 55°28’23’’ W
retilíneos e sem a presença de galhos [1]. e 11º 51’ 54’’S; 55º 28’ 14’’W) e Chapada
O ambiente pode gerar mudanças no dos Guimarães (15°21’56” S; 55°38’46”
desempenho de um clone e alterar a sua W e 15°20’ 95” S; 55º 8’ 42” W) e com
qualidade de fuste [5], sendo importante quatro repetições dispostas ao acaso.
avaliar o grau desse tipo de influência do Os plantios foram estabelecidos no
material genético. Diante disso o estudo espaçamento 3,60 m x 2,50 m e não foram
teve como objetivo avaliar se a qualidade submetidos a desrama. Cada repetição foi
da forma de fuste do clone S0401 (E. constituída por 49 plantas, e as medições
camaldulensis) é afetada com o seu plantio foram efetuadas nas 25 árvores centrais e
em dois locais do estado de Mato Grosso. o restante constituiu a bordadura. Aos três
anos de idade as árvores foram qualificadas
quanto à forma de fuste [2] (Tabela 1).

245
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Forma do fuste Descrição Guimarães onde foi registrada a presença


FF1 Fuste reto e sem galhos
de um indivíduo reto e sem galhos, os
Fuste reto e com
demais indivíduos foram qualificados com
FF2 tortos ou retos com galhos.
galhos
Estudo desenvolvido em Paracatu (MG)
Fuste torto e sem
FF3 constatou que outro clone de E. camaldulensis
galhos
apresentou 99% dos indivíduos com o fuste
Fuste torto e com
FF4 reto [3]. Esta diferença provavelmente se
galhos
deve aos materiais genéticos e ao efeito do
Tabela 1. Descrição de formas de fuste. ambiente.
Pelo teste de Qui-quadrado foi constatado
Para verificar a relação de independência que não houve dependência entre a forma
e homogeneidade do ambiente sobre do fuste e os ambientes avaliados, pois o
a qualificação dos fustes, os valores da teste resultou no valor de 7,81, menor que
quantidade de árvores de cada classe foram o valor tabulado, 2,15.
submetidos ao teste de Qui-quadrado e
tabela de contingência. Conclusão
A qualidade dos fustes de árvores do clone
Resultados e discussões S0401 de Eucalyptus camaldulensis não foi
Nas duas regiões predominou a presença afetada pelo local de plantio.
de árvores com fuste reto e com galhos
(Tabela 2) com mais de 60 indivíduos.
Referências
Nº de Indivíduos por [1]FERREIRA, M. Escolha de espécies
Municípios Total
Forma de Fuste arbóreas para formação de maciços
FF1 FF2 FF3 FF4 florestais. Piracicaba, 1990. 15 p.
Sinop 0 70 0 25 95 (Documentos florestais, 7).
Chap. dos 1 64 0 24 89
Guimarães [2]JANKAUSKIS, J. Recuperação de
Total 1 134 0 49 184 florestas tropicais mecanicamente
exploradas. Belém:SUDAM, 1979. 58 p.
Tabela 2. Variação da forma de fuste em duas
regiões do estado de Mato Grosso.
[3]MACEDO, R. L. G.; BEZERRA,
R. G.; VENTURIN, N.; VALE, R. S.
A predominância desta forma de fuste em do; OLIVEIRA, T. K. de Desempenho
ambos os plantios é devido ao eucalipto silvicultural de clones de eucalipto e
ser uma espécie com intensa ramificação. características agronômicas de milho
Exceto para o povoamento de Chapada dos

246
Resumos Expandidos

cultivados em sistema silviagrícola.


Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 5,
p. 701-709, 2006. DOI: 10.1590/S0100-
67622006000500003

[4]PAIVA, H. N.; GONÇALVE, L. A.


Cultivo de eucalipto: implantação e
manejo. Viçosa, MG: UFV, 2011. 354 p.

[5]XAVIER, A.; WENDLING, I.; SILVA,


R. L. da. Silvicultura clonal: princípios e
técnicas. Viçosa, MG: Ed da UFV, 2009.
272 p.

247
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Efeito do espaçamento de plantio e de


clones de Eucalipto sobre a densidade
da madeira em Chapadão do Sul, MS.
Elaine Cristina Teixeira¹; Ana Paula Leite de Lima²;
Sebastião Ferreira de Lima³; Wesley Gomes da Silva4; Filipi Mattos Duran5

¹Graduanda Engenharia Florestal UFMS/CPCS (elaine_cristinateixeira@hotmail.com);


²Profª Dra. do curso de Engenharia Florestal UFMS/CPCS (paula.leite@ufms.br);
³Prof. Dr. do curso de Engenharia Florestal UFMS/CPCS (sebastiao.lima@ufms.br);
4
Graduando Engenharia Florestal UFMS/CPCS (wesley_gomes00@hotmail.com);
5
Graduando Engenharia Florestal UFMS/CPCS (filipi_vb@hotmail.com).

Introdução e objetivos influenciar na densidade básica da madeira


O plantio de espécies de Eucalyptus (PAULINO, 2012).
tem influenciado decisivamente no O objetivo do trabalho foi avaliar o
desenvolvimento florestal brasileiro efeito do espaçamento e de três clones
(BRASIL; FERREIRA, 1971). de eucalipto sobre a densidade básica da
A silvicultura moderna visa o acréscimo madeira.
volumétrico de produção para atender os
mais diversos fins do setor florestal. Esse Material e métodos
aumento volumétrico está associado à O estudo foi conduzido em área da
qualidade da madeira, tendo em vista sua Fazenda Campo Bom, localizada no
utilização final (RIBEIRO; ZANI FILHO, município de Chapadão do Sul, MS.
1993). O delineamento utilizado foi em blocos
Nas determinações de qualidade da madeira casualizados em esquema fatorial, com uma
a densidade é o índice mais utilizado, combinação de seis espaçamentos e três
pois está correlacionada diretamente clones de eucalipto, com três repetições.
com a produção de massa seca, com as Os espaçamentos testados foram: 2,5 x 0,5
propriedades físico-mecânicas e podem m; 2,5 x 1,0 m; 2,5 x 2,0 m; 3,0 x 0,5 m;
ser facilmente determinadas (PALERMO 3,0 x 1,0 m e 3,0 x 2,0 m e, como material
et al., 2004). A densidade da madeira é genético foram utilizados três clones de
um parâmetro que varia entre espécies, eucalipto sendo dois de Eucalyptus urophylla
dentro da mesma espécie e dentro de uma (GG 157 e GG 100) e um clone de híbrido
mesma árvore (OLIVEIRA, 2003). Além de E. urophylla x E. grandis (GG 680). Cada
disso, o espaçamento de plantio pode parcela experimental foi constituída por 4

248
Resumos Expandidos

linhas com 12 plantas cada uma. A área útil 2,5X2,0 0,4162cB 0,4400aB 0,4261bB 0,4274
se constituiu de 10 plantas de cada uma das
3,0X2,0 0,4365bA 0,4206cD 0,4425aA 0,4332
duas linhas centrais.
Média 0,41597 0,43088 0,41850 0,42178
Para a determinação da densidade básica
da madeira, foi realizado o corte da árvore Tabela 1. Densidade básica da madeira (g cm-³)
média de cada parcela, aos 32 meses de para os clones GG 157, GG 680 E GG 100
idade. Das árvores abatidas foi retirado em seis espaçamentos, aos 32 meses de idade,
em Chapadão do Sul, MS. Médias seguidas da
um disco de 5 cm de espessura na altura
mesma letra minúscula na linha e maiúscula na
do DAP (1,30m a altura do solo). Estes coluna, não diferem estatisticamente entre si a
discos foram mantidos imersos em água 5% pelo teste de Tukey.
até que houvesse a saturação de suas fibras.
Seguindo a metodologia da ABNT NBR
O clone GG680 foi o que apresentou a
11941 (ABNT, 2003).
maior densidade básica de madeira, sendo
este valor obtido no espaçamento 2,5 x 1,0
Resultados e discussão m, ficando 4,2% superior a segunda maior
Foi observada interação entre os fatores
densidade básica que foi obtida nesse
clone e espaçamento para a variável
mesmo espaçamento com o clone GG100.
densidade básica da madeira (Tabela 1).
Os clones de eucalipto estudados
Conclusões
apresentaram, aos 32 meses de idade,
O clone GG 680 foi o que apresentou
densidade básica diferente para os
maior densidade básica aos 32 meses de
diferentes espaçamentos. O clone GG157
idade. Observou-se aumento da densidade
apresentou os maiores valores nos
básica com o aumento do espaçamento.
espaçamentos 3,0 x 2,0 m e 2,5 x 0,5 m
Os clones estudados mostraram
enquanto, para o GG680 isto foi verificado
comportamento diferente em relação ao
no espaçamento 2,5 x 1,0 m. Para o GG100
espaçamento de plantio.
a maior densidade básica foi observada
nos espaçamentos 2,5 x 1,0 m; 3,0 x 2,0 m
e 3,0 x 1,0 m.
Referências
‘ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
Clones NORMAS TECNICAS. NBR 11941:
Espaçam. Média
GG157 GG680 GG100 madeira: determinação da densidade
2,5X0,5 0,4358aA 0,4289bC 0,3536cD 0,4061 básica. Rio de Janeiro, 2003. 6 p.
3,0X0,5 0,4141aBC 0,4078bE 0,4034cC 0,4084
BRASIL, M. A. M.; FERREIRA M.
2,5X1,0 0,3844cD 0,4623aA 0,4437bA 0,4301
Variação da densidade básica da madeira
3,0X1,0 0,4088cC 0,4257bCD 0,4417aB 0,4254
de Eucalyptus alba reinw, E.Saligna

249
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

smith e E. Grandis hill ex-maiden aos 5


anos de idade, em função do local e do
espaçamento. IPEF, Piracicaba, n. 2/3, p.
129-149, 1971.

OLIVEIRA, E. Características
anatômicas químicas e térmicas da
madeira de três espécies de maior
ocorrência no semi-árido nordestino.
2003. 149 f. Tese (Doutorado em Ciência
Florestal) Universidade Federal de Viçosa,
MG.

PALERMO, G. P. M.; LATORRACA, J. V.


de F.; SEVERO, E. T. D.; REZENDE, M.
A. de; ABREU, H. dos S. Determinação
da densidade da madeira de Pinus elliottii
Englm, através de atenuação de radiação
gama comparada a métodos tradicionais.
Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 11,
n. 1, p. 1-6, 2004.

PAULINO, E. J. Influência do
espaçamento e da idade na produção
de biomassa e na rotação econômica
em plantios de eucalipto. 2012. 59
f. Dissertação (Mestrado em Ciência
Florestal) - Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina.

RIBEIRO, F.A.; ZANI FILHO, J. Variação


da densidade básica da madeira em
espécies/procedências de Eucalyptus spp.
IPEF, Piracicaba, n. 46, p. 76-85, jan./
dez.1993.

250
Resumos Expandidos

Efeitos do hidrogel na sobrevivência


e desempenho de mudas de i144
(Eucalyptus urophylla) na região do
Planalto de Conquista
Denys Matheus Santana Costa Souza¹;
Adalberto Brito de Novaes2; Liliane Roque Pinto³

1
Graduando em Engenharia Agronômica, UESB/Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia, dmscsouza@gmail.com;² Professor, Departamento de Fitotecnia, UESB/Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, adalberto.brito@globo.com; ³ Graduanda em Engenharia
Florestal, UESB/Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, lilianeroq@gmail.com.

Introdução e objetivos trata-se de polímeros hidroabsorventes que


O elevado número de espécies e clones possibilitam a retenção de água de chuvas
principalmente de Eucalyptus urophylla por um período maior, reduzindo assim
confere a grande possibilidade de expansão a taxa de mortalidade de mudas em razão
geográfica e econômica, uma vez que do déficit hídrico e, consequentemente,
estes materiais genéticos são adaptados às redução da operação de replantio. Neste
mais diversas condições edafoclimáticas e sentido, este estudo foi desenvolvido com
atendem a inúmeros tipos de exploração o objetivo de avaliar os efeitos do hidrogel
econômica (ANDRADE et al., 1994 ). na sobrevivência e crescimento inicial no
O alto padrão de qualidade empregado a campo, de mudas do clone I144 (Eucalyptus
uma muda deve satisfazer de forma eficaz urophylla).
às novas tecnologias adotadas, suportar
as adversidades do meio, apresentar altos Material e métodos
percentuais de sobrevivência no campo, O estudo foi conduzido no Campus
possibilitar a diminuição da frequência agropecuário da Universidade Estadual
dos tratos culturais do povoamento recém do Sudoeste da Bahia (UESB), no
implantado e produzir árvores com volume município de Vitória da Conquista-BA
e qualidades desejáveis (NOVAES, 1998). situado nas coordenadas (14° 51′ 53″ Sul,
E nesta linha, visando a produção de 40° 50′ 13″ Oeste). As mudas do clone
mudas com estas características e melhorar I144 (Eucalyptus urophylla), com altura
substancialmente o seu desempenho média de 22 cm e diâmetro de colo igual
no campo, foi lançado no mercado o 2,5 mm, foram adquiridas em um viveiro
hidrogel. Segundo Buzetto et al. (2001) florestal situado neste município. Foram

251
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

considerados oito tratamentos: T-1: Resultados e discussão


incorporação de 4 g de hidrogel seco/ Aos seis meses após o plantio (Tabela 1),
cova, T-2: incorporação de 6g de gel constatou-se que os melhores tratamentos
absorvente seco/cova; T-3: incorporação para sobrevivência corresponderam
de 8 g de hidrogel seco/cova; T-4: aqueles com 6 g de hidrogel seco/cova e
incorporação de 300 ml de solução/ os com 300 e 1000 ml de solução/cova,
cova; T-5: incorporação de 500 ml de
pressupondo que os mesmos prolongaram
solução/cova; T-6: incorporação de 700
a disponibilidade de água para as plantas,
ml de solução/cova; T-7: incorporação de
reduzindo a necessidade de irrigação no
1.000 ml de solução/cova; T-8: controle.
período. Segundo Buzetto et al. (2001) o
O delineamento experimental adotado
hidrogel reduz a taxa de mortalidade das
constou de blocos casualizados com
mudas e, consequentemente, a operação de
cinco repetições constituídas 16 plantas
replantio.
cada uma, espaçadas de 1,5 x 1,5. As
irrigações foram efetuadas três vezes por Tratamento Sobrevivência (%)
semana para o tratamento testemunha, 4 g de gel/seco 86
e uma única vez a cada sete dias para os
6 g de gel/seco 92
tratamentos com submetidos ao hidrogel
8 g de gel/seco 77
até o 21° dia após o plantio. O preparo do
solo constou da abertura de sulcos com 300 ml solução 91
dimensões de 30,0 x 30,0 cm. Quanto à 500 ml solução 85
adubação, foram aplicadas 200 gramas 700 ml solução 85
do adubo superfosfato simples de forma
1000 ml solução 90
localizada, e após três meses do plantio,
Testemunha 85
foi realizada uma aplicação do formulado,
N-P-K (20-05-20), acrescidos de 3 g/ Tabela 1. Porcentagem de sobrevivência das
planta do micronutriente Boro. A avaliação mudas de I144 (Eucalyptus urophylla), seis
de sobrevivência das mudas no campo foi meses após o plantio.
realizada até os seis meses após o plantio.
Ao final desse período, foi efetuada a Quanto ao desempenho das mudas no
avaliação do desempenho das mudas no campo (Tabela 2), observou-se que os
campo, por meio das medições da altura tratamentos com 4 e 8 g de hidrogel seco/
da parte aérea e do diâmetro ao nível do cova, com as maiores médias para altura
solo, utilizando-se, respectivamente, vara e diâmetro, possibilitaram condições
graduada e paquímetro digital. Para todos favoráveis para o desenvolvimento
os resultados obtidos, os dados foram das plantas, apesar de não ter havido
analisados pelo teste de Duncan a 95% de
diferença estatística em relação aos
probabilidade.
demais tratamentos. Considerando as

252
Resumos Expandidos

condições pluviométricas no período, Referências


44,15 mm de chuva, conforme dados ANDRADE, H.B. et al. Avaliação de
da Estação Meteorológica da UESB, os espécies e procedências de Eucalyptus L’
tratamentos com adição de hidrogel seco, Héritier (Myrtaceae) nas regiões norte
provavelmente responderam melhor as e noroeste do Estado de Minas Gerais.
adversidades do campo. Segundo Vlach Revista Árvore, v.18, n.3, p.215-229, 1994.
et al. (1991) a adição de hidrogel no solo
melhora a disponibilidade de água, a BUZETTO, F. A.; BIZON, J. M. C.;
aeração e drenagem, reduzindo as perdas SEIXAS, F. Avaliação do polímero
por percolação e lixiviação de nutrientes, absorvente no fornecimento de água em
acelerando o desenvolvimento do sistema plantio de Eucalyptus. Degussa Brasil
radicial e da parte aérea das plantas. Ltda. p. 69 -102, 2001.

Altura Diâmetro
Tratamento VLACH, T.R. Creeping bent grass
(m) (mm)
responses to water absorbing polymers
4 g de gel/seco 1,86 a 29.58 a
in simulated golf greens (on line).
6 g de gel/seco 1,63 a 26,93 a
Wisconsin, Aug. 1991. [cited nov. 1998].
8 g de gel/seco 1,70 a 28,46 a
[acesso em 2013 mai 7]. Disponível em:
300 ml solução 1,58 a 25,98 a
http://kimberly.ars.usda.gov.
500 ml solução 1,62 a 26,01 a
700 ml solução 1,63 a 26,90 a NOVAES, A. B. Avaliação
1000 ml morfofisiológica da qualidade de
1,59 a 26,18 a
solução mudas de Pinus taeda L. produzidas
Testemunha 1,58 a 25,97 a em raiz nua e em diferentes tipos de
Tabela 2. Valores médios de altura da parte recipientes. UFPR, 118p, 1998. Tese
aérea (H) e diâmetro ao nível do solo de Doutorado em Engenharia Florestal) –
mudas de I144 (Eucalyptus urophylla), seis meses Curitiba: PR.
após o plantio. Médias seguidas pela mesma
letra não diferem significativamente (P>0,05).

Conclusões
Os tratamentos com 6,0 g de hidrogel
seco/cova e os com 300 ml e 1000 ml
de solução, proporcionaram os maiores
percentuais de sobrevivência.
O melhor desempenho das plantas no
campo coube aos tratamentos com adição
de 4,0 e 8,0 g de hidrogel seco/cova,

253
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Eficácia do programa de incentivo


ao plantio de Eucalyptus sp para os
produtores de aves no município de
Dois Vizinhos-PR.
Elvio Mauricio Avila Nunes1; Anathan Bichel2;
Eleando José Brun3; 4Roque Canzi Bolzan.

1
Graduando Eng. Florestal UTFPR-DV (elviomauricio@hotmail.com); 2Graduando Eng.
Florestal UTFPR-DV (anathan_sulina@hotmail.com); 3Professor Doutor do Curso de Engenharia
Florestal/UTFPR-DV (eleandrobrun.utfpr@gmail.com); 4Graduando Eng. Florestal UTFPR-DV
(bolzan_rok@hotmail.com).

Introdução e objetivos de bens/serviços e agregando valor


O município de Dois Vizinhos-PR é aos produtos florestais. As florestas
considerado a “Capital Nacional do plantadas apresentam-se como boa
Frango”, devido a uma concentração de alternativa econômica, com crescimento
indústrias frigoríficas que abatem mais de rápido, grande capacidade produtiva,
700 mil aves por dia, gerando empregos adaptabilidade a diversos ambientes e
direta e indiretamente ao município e grande diversidade de espécies, tornando
região. A avicultura é considerada por possível atender aos requisitos tecnológicos
muitos como a atividade mais dinâmica dos mais diversos segmentos da produção
na produção de proteína animal. O industrial madeireira. Apresentando.
desenvolvimento dessa atividade no O objetivo deste trabalho foi avaliar a
município de Dois Vizinhos ocorreu efetividade do programa de fomento de
amplamente para suprir a demandas dos plantios de eucalipto por avicultores do
frigoríficos [1]. município de Dois Vizinhos, Paraná.
Recentemente as necessidades de madeira
dos avicultores eram supridas quase que Material e métodos
exclusivamente por meio de florestas Os trabalhos foram desenvolvidos no
nativas. Em contrapartida, o plantio de município de Dois Vizinhos localiza-se
florestas comerciais, como eucalipto, em uma região com clima do tipo Cfa,
garante renda extra para os produtores [2]. subtropical com chuvas bem distribuídas
Segundo [3], o setor de florestas plantadas durante o ano, possuindo temperaturas
vem desempenhando importante médias anuais de 19º C e pluviosidade
papel no cenário socioeconômico do média anual de 2025 mm [4]. A
País, contribuindo com a produção

254
Resumos Expandidos

predominância dos solos nesta região são A maioria dos avicultores entrevistados
Latossolo Vermelho, Latossolo Bruno, tem área total da propriedade maior que 10
Cambissolo e Nitossolo [5]. ha (50%). As áreas com 5 a 10 ha estão em
Os produtores foram entrevistados 33,33% das propriedades, de 1 a 5 ha estão
e responderam a um questionário no em 16,67% e menor que 1 ha não ocorreu
qual algumas das perguntas estavam nenhuma área.
diretamente relacionadas à área da O elevado consumo de madeira nos
propriedade, se o produtor possui floresta aviários faz com que a implantação de
própria, pretende plantar floresta, e se o florestas pelos próprios produtores seja
produtor apoiaria o plantio de floresta na uma alternativa de redução de gastos
região. Foram aplicados questionários em e também produção de madeira com
seis propriedades em localidades para esse quantidade e qualidade conhecidas.
estudo inicial. A redução dos de custos, facilidade com
A lista de produtores com seus dados a colheita e transporte fez com que a
basicos foram fornecidas pela prefeitura pretensão dos avicultores em aumentar a
municipal a qual fez a doação das mudas, e área ganhasse impulso, atingindo 83,33%
agropecuárias do município.
das opiniões dos avicultores (Tabela 2).
Os dados obtidos foram tabulados e
analisados em planilha Excel®, sendo Pretende aumentar a área plantada 83%
calculadas as médias das respostas e suas não Pretende aumentar a área plantada 17%
respectivas frequências. Eucalyptus 100%
Espécie
outros 0
Resultados e discussão Finalidade do Energia 100%
Os avicultores entrevistados possuem Plantio outros 0
área total entre 4,5 e 13,6 ha. Estas áreas, <1 20%
divididas em classes de tamanho (Tabela 1). Área total da
1a5 80%
propriedade
5 a 10 0
Área da hectares
> 10 0
Área total da propriedade propriedade com
Eucalipto Tabela 2. Pretensão dos avicultores em
ha N % ha N % aumentar a área plantada.
<1 0 0,00 <1 2 33,33
1a5 1 16,67 1a5 4 66,67 A avicultura, por ser a principal atividade
5 a 10 2 33,33 5 a 10 0 0 das propriedades rurais, fez com que
> 10 3 50,00 > 10 0 0 a necessidade de se implantar florestas
Total 6 100,00 - 6 100 atingisse 100%. A necessidade de redução
de gastos com colheita e transporte fez
Tabela 1. Amostragem e classes de área das
com que o plantio de espécies florestais
propriedades rurais dos avicultores entrevistados.
se tornasse eficaz na propriedade. A área

255
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

plantada de florestas pelos produtores corte, correspondendo a um consumo de


foi de 66,67% em propriedades de 1 a 5 mais de 20 milhões de metros cúbicos de
ha, e de 33,33% em áreas menores que madeira. No estado do Paraná, o maior
1 ha, sendo o Eucalyptus grandis a espécie produtor de frango do País, tem-se um
utilizada em 100% das propriedades. consumo de 38 mil alqueires de área de
A utilização de lenha para aquecimento terras com reflorestamento de eucalipto
dos aviários, segundo [6], é o segundo para essa finalidade.
maior gasto na produção de 14500 frangos A área, segundo os entrevistados, para o
por lote, sendo um gasto de R$583,80, plantio da floresta é, em 80% dos casos,
perdendo apenas para a mão-de-obra, com de 1 a 5 ha e 20% em áreas menores que 1
R$ 1203,81. ha, possuindo toda a finalidade de plantio
O eucalipto, mesmo plantado em pequenas para energia (100%). Os produtores de
áreas, ajuda a diminuir a pressão sobre as frango buscam alternativas paradiminuir
florestas nativas e atende às necessidades o alto consumo de lenha para geração de
da sociedade em bases sustentáveis, calor durante a criação, pois a compra de
começando pelo atendimento da demanda lenha encarece o custo de produção de
dentro da propriedade. Além do plantio aves, especialmente no período de inverno
do eucalipto na propriedade para uso nos caso ocorra a compra da lenha por parte
aviários, ocorre a utilização da espécie para do mesmo. O plantio de árvores, com
sistemas silvipastoris (16,7%). manejo adequado e a utilização múltipla
O eucalipto é uma das espécies mais da floresta, além do consumo como
adequadas a práticas silvipastoris, porque lenha, pode gerar produtos mais nobres,
tem copas estreitas que permitem a otimizando os lucros da propriedade.
penetração de uma quantidade importante Essa prática tem mostrado que as
de luz direta ou difusa até o nível do solo, propriedades mais produtivas e rentáveis
permitindo o crescimento das plantas são aquelas em que o produtor foca o meio
forrageiras e proporcionando sombra para ambiente, daí a importância em estimular
os animais [7]. A pretensão em aumentar a o desenvolvimento dessas diversificações:
área de florestas plantadas está em 83,33% avicultura, plantação de eucalipto e outras
dos produtores atividades agropecuárias [8].
A utilização do gênero Eucalyptus
sp., segundo [8], é pelas mesmas Conclusões
serem ecologicamente corretas e Pela sua versatilidade, o eucalipto tem
economicamente rentáveis, adequadas para potencial para suprir a demanda dos
gerar energia e produzir camas aviárias avicultores município de Dois Vizinhos,
de qualidade. A cada mil aves criadas, podendo ser uma excelente fonte de
há um consumo de 4 metros cúbicos de renda alternativa aos proprietários rurais e
madeira de eucalipto. Anualmente, o Brasil reduzir os gastos com a compra da madeira
produz mais de 5 bilhões de frangos de para aquecimento dos aviários.

256
Resumos Expandidos

O consumo de madeira de florestas [4]INSTITUTO AGRONÔMICO DO


plantadas, por parte dos avicultores, PARANÁ. Sistema de Monitoramento
tende a aumentar à medida que aumenta Agroclimático do Paraná. 2008.
a produção do setor, algo que precisa ser Disponível em: <http://www.iapar.com.
acompanhado de políticas de investimento br>. Acesso: 7 jun. 2013.
por parte das empresas e do setor público
[5]LARACH, J. O. I.; CARDOSO, A.;
regional. CARVALHO, A. P. de; HOCHMULLER,
A intenção da maioria dos avicultores em D. P.; MARTINS, J. S.; RAUEN, M.
ampliar a sua área plantada com florestas de J.; FASOLO, P. J.; POTTER, R. O.
deve ser vista como base para um projeto Levantamento de reconhecimento dos
de fomento à ampliação das áreas de solos do Estado do Paraná. Londrina:
plantios, visando também o uso múltiplo IAPAR: Rio de Janeiro: EMBRAPA-
das florestas. SNLCS, 1984. 2 t. (IAPAR-Projeto
Especial Levantamento de Solos. Boletim
Referências técnico, n. 16; EMBRAPA-SNLCS.
[1]COSTA, A. D. A Sadia e a Boletim técnico, n. 27).
internacionalização do agronegócio
[6]DOLIVEIRA, C. F. D. Levantamento
paranaense. In: ENCONTRO DE
dos custos de produção de avicultura
ECONOMIA PARANAENESE, 5.,
e suas repercussões. 2012. Disponível
2007, Curitiba. Trabalho apresentado.
em: < http://www.agricultura.gov.br/arq_
[2]REINER, D. A. Diferentes editor/file/camaras_setoriais/Aves_e_
espaçamentos em eucalipto co, suinos/19RO/App_Custos_Aves.pdf>.
suprimento na propriedade e fonte Acesso em: 08 jun. 2013.
de energia na agricultura familiar
[7]RIBASKI, J. Sistemas agroflorestais.
na Região Sudoeste do Paraná. 2010.
In: SANTOS, P. E. T. dos (Ed.). Sistema
Trabalho acadêmico. Pato Branco.
de produção: cultivo do eucalipto. 4. ed.
[3]BICHEL, A.; BRUN, E. J.; NUNES, Brasília, DF: Embrapa, 2014. Disponível
E. M. A. O cultivo do eucalipto como em: <www.spo.cnptia.embrapa.br/>.
alternativo de renda aos Produtores
[8]SANGER BRASIL. Comércio
beneficiários do programa de fomento
Internacional de Proteína Animal.
florestal De dois vizinhos – PR. In:
Avicultura sustentável. São Paulo.
CONTRESSO DE CIÊNCIA E
Disponível em: <www.sangerbrasil.com>.
TENCOLOGIA DA UTFPR CÂMPUS
Acesso em: 15 jul. 2013.
DE DOIS VIZINHOS, 2012. Dois
Vizinhos. [Anais eletrônicos]. Dois
Vizinhos, UTFPR, 2012. Disponível em:
< http://revistas.utfpr.edu.br/dv/index.
php/CCT_DV/article/view/1043/611>.

257
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Equações para determinação do volume


individual de pinus patula schltdl. &
Cham. no planalto serrano de
Santa Catarina
Nilton Sergio Novack Junior1; Marcos Felipe Nicoletti2;
Raul Silvestre2; Maíra Rodrigues1; Ezequiel Silva1

1
Graduandos de Engenharia Florestal CAV/UDESC (nsnovack.efl@gmail.com);
2
Prof. Departamento de Engenharia Florestal CAV/UDESC

Introdução e objetivos mensurados diâmetros com e sem casca


O sucesso no planejamento de ao longo do fuste de 35 árvores pelo
empreendimentos florestais é função de método de Smalian, representando toda
diversas variáveis, entre elas, a quantificação a variação diamétrica do povoamento.
do volume individual das árvores de Posteriormente, foram gerados modelos
um reflorestamento. Dentre outras, o volumétricos com base na metodologia
Pinus patula é uma espécie que tem um stepwise. Foram testadas 40 transformações
crescimento considerável em regiões de matemáticas das variáveis independentes
altitude[1], que é o caso do planalto serrano diâmetro à altura do peito (d) e altura total
de Santa Catarina. Descrever o volume da árvore (h) para determinar uma equação
individual das árvores do povoamento é de cujo a variável dependente esteja na forma
fundamental importância para o manejo aritmética e outra equação com a variável
florestal. O objetivo do presente estudo dependente na forma logaritmizada. Além
foi testar modelos para determinação de disso, foram testados mais dois modelos
volume individual de P. patula com casca tradicionais na literatura comparando
e sem casca. Sabendo que os modelos todos e selecionando o melhor modelo
tradicionais presentes na literatura podem (Tabela 1). O mesmo procedimento foi
não obter os melhores ajustes, objetivou- realizado para seleção do melhor modelo
se também compará-los com equações de determinação de volume sem casca.
ajustadas pela metodologia stepwise.

Materiais e métodos
Á área de estudo foi em um reflorestamento
homogêneo de Pinus patula em Ponte
Alta do Norte, Santa Catarina. Foram

258
Resumos Expandidos

Modelos Volumétricos com Casca

Aritmético- Vc/c vc/c = b0 + b1d 2 + b2 dh + b3 dh -1

Logaritmizado-
ln vc/c = b0 + b1 ln d + b2 hd -1
Vc/c

Schumacher- Hall-
ln vc/c = b0 + b1 ln d + b2 ln h
Vc/c

Stoate- Vc/c V C/C = b0 + b1 h + b2 d 2+ b3 d 2h

Modelos Volumétricos sem Casca

Aritmético- Vs/c vs/c = b0 + b1d 2h

Logaritmizado- Vs/c ln vs/c = b0 + b1 ln d + b2 hd -1

Schumacher- Hall-
ln vs/c = b0 + b1 ln d + b2 ln
Vs/c

Stoate- Vs/c V S/C = b0 + b1 h + b2 d 2+ b3 d 2h

Tabela 1. Modelos volumétricos com casca (vc/c) e sem casca (vs/c) de dupla entrada em função
do diâmetro à altura do peito em centímetros (d) e da altura total em metros (h). Sendo que β0;
β1; β2; β3 são os parâmetros dos modelos.

As estatísticas de ajuste e precisão cobrindo toda a distribuição diamétrica do


utilizadas para a seleção do melhor modelo povoamento em questão (Tabela 2).
foram: análise gráfica de resíduos[2], erro
Desvio
padrão da estimativa (Syx%) e coeficiente Mínimo Média Máximo
Padrão
de determinação ajustado (R²aj), a
vc/c 0,0497 0,2837 0,1656 0,5597
discrepância logarítmica foi corrigida pelo
vs/c 0,0448 0,2390 0,1436 0,49281
fator de correção de Meyer.
vc 0,0049 0,0446 0,0250 0,0867
%c 9,6 16,2 4,6 30,8
Resultados e discussão Tabela 2. Estatística descritiva dos dados de
Observa-se a estatística descritiva dos volume individual com casca (vc/c), volume
dados de volume com e sem casca individual sem casca (vs/c) e volume de casca
(vc), em m³ e porcentagem de casca (%c).

259
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Os indivíduos estudados possuem uma altura obteve melhores estatísticas de ajuste e


média de 14,7 metros, um diâmetro à altura precisão no geral para a área de estudo.
do peito de 22,2 metros e tinham uma idade A Figura 2 demonstra a distribuição
de 8 anos. residual das equações de volume sem
Após o ajuste das equações, os gráficos abaixo casca.
demonstram o comportamento residual de
cada uma das equações (Figura 1). Figura 2. Distribuição residual em função
do DAP das duas equações de melhor
Figura 1. Distribuição residual em função ajuste e precisão para estimativa de volume
do diâmetro à altura do peito (DAP) das sem casca.
duas equações de melhor ajuste e precisão
para estimativa de volume com casca. O comportamento residual encontrado
nas equações para estimativas de volume
No caso da determinação do modelo de sem casca foi semelhante ao encontrado
melhor ajuste para estimativas de volume nas equações para volume com casca.
individual com casca das árvores, todas Observa-se a homoscedasticidade dos
as distribuições residuais tiveram um resíduos ao longo da variação diamétrica.
comportamento semelhante em que a A maioria dos pontos ficou na margem de
maioria dos pontos apresentou um resíduo 10% de superestimativa ou subestimativa,
menor que 10% e maior que -10% na faixa o que significa que os modelos fornecem
de diâmetro de 10 cm até 35 cm. estimativas confiáveis. A seleção do
Observa-se em seguida (Tabela 3) as melhor modelo se deu pelas estatísticas de
estatísticas de ajuste e precisão revelando ajuste e precisão (Tabela 4).
então, o modelo de melhor ajuste.
Syx Syx
R²aj
Syx Syx (m³) (%)
Equação R²aj
(m³) (%) Aritmético- vs/c 0,0164 6,91 0,9856
Aritmético- Vc/c 0,0158 5,60 0,9900 Logaritmizado-
Logaritmizado- Vc/c 0,0187 6,42 0,9916 0,0202 8,25 0,9865
vs/c
Schumacher-Hall- Schumacher-
0,0188 6,48 0,9909 0,0210 8,56 0,9852
Vc/c Hall- vs/c
Stoate- vc/c 0,0188 6,47 0,9867 Stoate- vs/c 0,0205 8,35 0,9791
Tabela 3. Estatísticas de ajuste e precisão dos Tabela 4. Estatísticas de ajuste e precisão dos
modelos para estimativa de volume com casca. modelos para estimativa de volume sem casca.

Portanto, o modelo aritmético para


Observando a tabela, pode-se constatar
estimativa de volume com casca
que o modelo aritmético para estimativas
determinado pela metodologia stepwise

260
Resumos Expandidos

de volume sem casca foi superior aos [2]RAPER, N. R.; SMITH, H. Applied
demais testados considerando todos as regression analysis. 2nd. ed. New York:
estatísticas de ajuste e precisão. J. Wiley, 1980. p. 708-709.
Observa-se que em ambos os casos o
erro padrão da estimativa do melhor
modelo obteve redução de mais de um
ponto percentual quando comparado
aos modelos da literatura e ao modelo
logaritmizado. O que possivelmente reflete
uma maior precisão no processamento de
inventários florestais.
Os parâmetros dos modelos selecionados
estão expressos na Tabela 5.

Aritmético-vc/c Aritmético-vs/c
β0 -0,145317 0,013690
β1 0,000495 0,000027
β2 0,000255
β3 0,11099

Tabela 5. Parâmetros dos modelos


selecionados.

Conclusão
Diante do exposto, é conclusivo que a
metodologia stepwise é de grande valia
para se obter equações mais precisas
para determinação do volume individual
de árvores, aumentando a precisão do
processamento de inventário florestal.

Referências
[1]AGUIAR, A.V.; SOUSA, V. A. de;
SHIMIZU, J. Y. Espécies de Pínus mais
plantadas no Brasil. In: AGUIAR, A.
V. De. (Ed.). Sistema de produção:
cultivo de pínus. Brasília, DF: Embrapa,
2011. Disponível em: <www.spo.cnptia.
embrapa.br/>.

261
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Estabelecimento in vitro de
Cedro Australiano (Toona ciliata)
Brener de Almeida Oliveira1; Ricardo Gallo2;
Luciana Coelho de Moura3; Aloisio Xavier4; Wagner Campos Otoni5

Graduando em Eng. Florestal-UFV (brener.oliveira@ufv.br);2mestrando em Ciência Florestal-


1

UFV (ricardo.gallo@ufv.br); 3doutoranda em Ciência Florestal-UFV (luciana.coelho@ufv.br); 4Prof.


Departamentode Eng. Florestal-UFV (xavier@ufv.br); 5Prof. Departamento de Biologia Vegetal-
UFV (wcotoni@gmail.com)

Introdução e objetivos florestais, o objetivo deste trabalho


O cedro australiano (Toona ciliata) pertence foi testar diferentes meios de cultura
à família Meliaceae, e é originária de no estabelecimento in vitro de cedro
países da Ásia e Oceania, sendo cultivada australiano.
em várias outras partes do mundo [1]. A
produção de sua madeira visa o corte para Material e métodos
serraria e indústria moveleira. As vantagens A pesquisa foi realizada no Laboratório
do cultivo da T. ciliata em relação a outras de Cultura de Tecidos II do Instituto de
espécies da mesma família botânica é o Biotecnologia Aplicada à Agropecuária –
fato dela ser resistente à praga Hypsipyla BIOAGRO, da Universidade Federal de
grandella, que ataca gêneros como Cedrella Viçosa (UFV), Viçosa/MG/Brasil. O teste
e Swietenia, além da inexistência no país da realizado teve como intuito avaliar o efeito
praga Hypsipyla robusta [2]. de concentrações de cloro ativo adicionado
O cedro australiano é o substituto óbvio ao meio de cultura, sobre a eliminação de
para o cedro rosa brasileiro; madeira muito microrganismos e a influencia de diferentes
valorizada e hoje escassa, parecida com tipos de meio sobre a introdução de T.
o australiano a ponto de ser confundida ciliata. O delineamento experimental
por marceneiros. Além disso, existe uma utilizado foi o inteiramente casualisado em
enorme gama de produtos que necessitam esquema fatorial 2x2 no qual foram duas
de madeira leve, estável e trabalhável, para concentrações de NaClO 1 e 2 % e dois
serem confeccionados, seja para uso nobre diferentes meios de cultura MS e WPM
ou não, podendo ser perfeitamente feitos com 10 repetições. A análise estatística foi
com o cedro australiano. [3] realizada no software R. As estacas foram
No intuito de diversificar e aumentar desinfestadas em solução de hipoclorito
as tecnologias na produção de mudas de sódio a 1 e 2 % durante 15 minutos e
inoculadas em tubos de ensaio contendo

262
Resumos Expandidos

meio de cultura MS ou WPM. a inoculação As percentagens de contaminação por


dos explantes em capela de fluxo laminar fungos e bactérias observadas foram
higienizada por álcool 70% e iluminação baixas de maneira geral não apresentando
UV. Os explantes foram padronizados diferença significativa entre os tratamentos.
por características visuais de vigor como, No entanto é possível observar as menores
tamanho e coloração. percentagens contaminação paras os dois
Após inoculação, os explantes foram grupos de microrganismos, no tratamento
mantidos em sala de cultura a 25º C de WPM 2% (Figura 2).E para bactérias
(± 2º C) e fotoperíodo de 16 horas de
luz e luminosidade de 80 µmol.m-2.s-1,
fornecidas por lâmpadas fluorescentes
branca-frias. Os explantes foram mantidos
em sala de cultura. Após 30 dias avaliou-se
porcentagem de brotações e contaminação
por fungos e bactérias.
Figura 2. Percentagem de contaminação
Resultados e discussões por fungo em cada tratamento
A Figura 1 representa a percentagem de
brotações por tratamento, e é possível
observar que os tratamentos1 (WPM 1%)
e 3 (MS 1%) com menores percentagens
de NAClO apresentaram melhores
resultados para este parâmetro de avaliação
corroborando ao que foi encontrado em
trabalhos com Eucalyptus, onde a presença
de NAClO no meio de cultura provocou Figura 3. Percentagem de contaminação por
diminuição no número de ramos emitidos. bactéria em cada tratamento

Os resultados encontrados para contaminação


por fungos e bactérias confirmam ao que
foi verificado [4], em trabalhos com plantas
de Eucalyptus. No qual a porcentagem de
contaminação por estes dois microrganismos,
aumenta à medida que há a diminuição das
concentrações de hipoclorito de sódio no
Figura 1. Percentagem de brotações por meio de cultura.
tratamento

263
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusões Disponível em: http://www.painelflorestal.


O estabelecimento in vitro de T. ciliata foi com.br/noticias/artigos/comercializ
eficiente podendo observar diferença acao-de-cedro-australiano-surpreende-
entre os meios de cultura uma vez que o produtores. Acesso em: 20 nov. 2013.
meio MS 2% foi que o que apresentou
piores resultados quanto ao número de [4]BRONDANI, G. E.; OLIVEIRA, L.
brotações do meio de cultura utilizado e S. de; BERGONCI, T.; BRONDANI, A.
da desinfestação com hipoclorito de sódio, E.; FRANÇA, F. A. M.; SILVA, A. L. L.
tendo elevada taxa de brotação. da; GONÇALVES, A. N. Esterilização
química do meio de cultura: uma alternativa
Referências de baixo custo para o estabelecimento
[1]FRANK, H. O.; FAVORETO, F. in vitro de plantas. Scientia Forestalis,
C.; TRUGILHO, G. A.; SENA, G. C.; Piracicaba, v. 41, n. 98, p. 257-264, jun.
NOGUEIRA, E. U.; GONÇALVES, 2013.
E. de O.; LIMA, A. B. P. Germinação
in vitro de sementes de cedro TEIXEIRA, S. L.; RIBEIRO, J. M.;
australiano (toona Ciliata - meliaceae). TEIXEIRA, M. T. Utilização de hipoclorito
ENCONTRO LATINO AMERICANO de sódio na esterilização de meio de cultura
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 13.; para multiplicação in vitro de Eucalyptus
ENCONTRO LATINO AMERICANO pellita L. Ciência Florestal, Santa Maria,
DE PÓS-GRADUAÇÃO DA RS, v. 18, n. 2, p. 185-191, abr.-jun., 2008.
UNIVAP, 9.; ENCONTRO LATINO
AMERICANO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA JÚNIOR, 3., 2009, São
José dos Campos, SP. Anais... São José
dos Campos: Universidade do Vale do
Paraíba., 2011.

[2]PINHEIRO, A. L.; LANI, J. L.;


COUTO, L. Cedro Australiano: cultivo
e utilização (Toona ciliata M. Roem. Var.
australis (F. Muell) Bahadur).Viçosa, MG:
UFV, 2006. 42 p.

[3]STEHLING, E. Comercialização
de madeira de cedro australiano
surpreende produtores. 23 out. 2013.

264
Resumos Expandidos

Estimação do volume de Eucalyptus sp


em plantio no Semiárido Pernambucano
com uso da krigagem
Wellington Jorge Cavalcanti Lundgren1; José Aleixo da Silva2;
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira3; Luzia Ferreira da Silva4

1.Dr. em Ciências Florestais UFRPE/UAST (wellingtonlundgren@yahoo.com.br);


2.PhD em Biometria e Manejo Florestal UFRPE (jaaleixo@uol.com.br); 3.Dr. em
Ciências Florestais UFRPE.(rinaldo@dcfl.urfpe.br); 4.Dra.em Fitotecnia UFRPE/
UAST (luzia.ferreira68@hotmail.com)

Introdução e objetivos C78 (Híbrido de E. urophylla X E.


Em manejo de florestas plantadas é tereticornis); C156 (Híbrido de E. urophylla X
fundamental a estimação do volume E. tereticornis); C51 (Híbrido de E. urophylla
de madeira antes do corte. A técnica X E. tereticornis); C158 (Híbrido de E.
( ) 2
mais utilizada é a regressão, que fornece Y * (h ) = ∑ [Z (x ) − Z (x + h )]
1 N h
2. N ( h ) i =1 i i
excelentes resultados, porém exige
diversas variáveis explicativas tais como urophylla X E. tereticornis); C39 (E. urophylla);
DAP (Diâmetro a altura do Peito), altura C41 (E. urophylla); C33 (E. urophylla); C27
da árvore, sítio e idade. Neste artigo o (E. brassiana); C31 (E. brassiana); C25 (E.
objetivo foi a estimação do volume, usando brassiana) e C11 (E. brassiana) totalizando
a krigagem [1], que utiliza a localização 1875 árvores, com espaçamento 2x2 m,
da árvore no plano cartesiano de plantio teve a população cubada, rigorosamente,
(X,Y) e o volume das amostras. pelo método de Smalian. Deste, foram
retiradas 200 amostras, aleatoriamente,
cada árvore foi localizada no plano (X,Y) e
Material e método
o semivariograma amostral e teórico foram
A pesquisa foi realizada em 2009 na
construídos (1): (1)
Chapada do Araripe em Pernambuco, com
Em que: Y = semivariância amostral; h =
*
coordenadas geográficas de 07°27’37’’ S e
distância entre os pontos; N(h) = número
40°24’36’’ W e altitude de 831 metros. Um
de pontos existentes dentro da distância h;
plantio com os 15 clones de eucalyptus:
xi = ponto (X,Y); (xi + h) = ponto com
C49 (E. tereticornis); C80 (Híbrido de E.
distancia h; Z = atributo medido.
urophylla X E. tereticornis); C315 (Híbrido
Após a construção do semivariograma
de E. urophylla X E. tereticornis); C101
amostral é necessário escolher um modelo
(Híbrido de E. urophylla X E. tereticornis);

265
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

teórico de semivariograma que melhor Os 200 volumes medidos forneceram as


se ajuste aos valores do semivariograma seguintes estatísticas em metros cúbicos:
amostral. Os parâmetros que compõem os Média = 0,09; Mediana = 0,08; Desvio
modelos teóricos são três [2]: Padrão = 0,049; Variância = 0,0024;
Efeito pepita, que fornece os valores dos Mínimo = 0,008; Máximo = 0,349;
erros cometidos, devido à micro variações
Assimetria = 1,55; Curtose = 3,99;
nas medições. Patamar, que fornece
Coeficiente de Varianção = 54,4 e não
a semivariância quando ela deixa de
normalidade.
aumentar e se estabiliza em torno de um
determinado valor. Alcance, que fornece a Foi construído o semivariograma amostral
distância máxima em que é encontrada a que apresentou dependência espacial
influência da dependência espacial. (Figura 2)
A krigagem foi utilizada para construção
de mapa de volume (2):
(2)
Z * ( x0 ) = ∑i =1 λi Z ( xi )
N

Em que: λi = peso da interpolação do


atributo Z; x0 = local em que o atributo
Z será estimado. Para verificar o erro
Figura 2. Semivariograma amostral para o
cometido duas medidas foram utilizadas o
R2 e o erro médio (3): volume.
(3)
∑ (Z − Z ) / N
N
=Ç i =1
O semivariograma teórico tem os seguintes
parâmetros (Tabela 1):
Em que: Ç = erro médio; N = número de
Parâmetros
dados; Z = valor medido do atributo; Z = Modelo Efeito Esférico
valor estimado do atributo.
Pepita 1129x106

Resultado e discussão Patamar 2567x106


As 200 amostras cobriram a área do plantio Alcance 44,10
de forma satisfatória (Figura 1).
Tabela 1. Valores dos parâmetros do
semivariograma teórico.

O mapa do volume (Figura 3) foi


construído com uso da krigagem e
Figura 1. Local das árvores no plantio (A) e apresentou valores coerentes com os
locais das amostras (B). valores observados em campo, ou seja,

266
Resumos Expandidos

os locais onde as árvores eram maiores Referencias


ou menores foram bem demarcados pelo [1]MATHERON, D. F. Traité de
mapa. geostatistique appliquée. [Paris]: Éditions
Technip, 1962 – 1963. 2 v.; MATHERON,
G. The Theory of regionalized variables
and its applications. Paris: Centre
Geoestatistique, 1971. (Fontainebleau,
France).

[2]MELLO, J. M. de; DINIZ, F. S.;


OLIVEIRA, A. D. De; SCOLFORO, J. R.
Figura 3. Mapa do volume de madeira S.; ACERBI JUNIOR, F. W.; THIERSCH,
construído por krigagem. C. R. Métodos de amostragem e
geoestatística para estimativa do número
O gráfico dos valores estimados X de fustes e volume em plantios de
observados foi construído e apresentou o Eucalyptus grandis. Floresta, Curitiba, v.
R2 baixo (0,28), porém nota-se que a grande 39, n. 1, p. 157-166, jan./mar. 2009.
maioria dos valores foi bem estimada, pois
os pontos se agrupam ao redor da linha de
inclinação 1(um) (Figura 4). O erro médio
foi pequeno (0,000342 m3) em relação a
média de volume das árvores, que foi erro
menor que 1%.

Figura 4. Gráfico dos volumes de madeira


Estimados x Observados.

Conclusão
A krigagem mostrou ser uma técnica
promissora na estimação de variáveis
dendrológicas, com a vantagem de fornecer a
localização geográfica da estimação.

267
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Estimativa dos parâmetros genéticos e


avaliação de teste de progênies híbridas
de Eucalyptus na região Norte do
estado do Tocantins
Gabriela Brigatti Chaves¹; Carla da Costa Garcia²;
Adriano Emanuel Amaral de Almeida3; Antonio Natal Gonçalves4;
Marcos Deon Vilela de Resende5

¹Graduanda Eng. Florestal ESALQ/USP (gabriela.chaves@usp.br); ²Pesquisadora Florestal da


International Paper do Brasil (carla.garcia@ipaperbr.com); 3Gerente de Pesquisa & Desenvolvimento
da International Paper do Brasil (adriano.almeida@ipaperbr.com); 4Professor Doutor do
Departamento de Ciências Florestais - ESALQ/USP (natalgon@usp.br); 5Pesquisador Pós-doutor
da Embrapa Florestas e Professor Credenciado do Departamento de Estatística - UFV/Viçosa.
(marcos.deon@gmail.com)

Introdução e objetivos resgatá-los e instalar testes clonais, que


Em 2012, a área de plantios de eucalipto serão avaliados para recomendação de
atingiu 5,1 milhões de hectares no Brasil futuros plantios experimentais e comerciais
e é notável sua expansão para novas no Tocantins.
fronteiras florestais como Maranhão,
Piauí, Tocantins e Mato Grosso do Sul [1]. Material e métodos
O avanço dessa cultura para regiões mais O teste de progênies avaliado está
quentes e secas requer a condução de localizado na região norte do Tocantins,
estudos com materiais genéticos potenciais em uma fazenda experimental pertencente
para essas condições. A área plantada com à International Paper do Brasil. De acordo
Eucalyptus no estado do Tocantins cresceu com a classificação de Köppen o clima
39,9% do ano de 2011 para 2012, maior predominante é Aw, tropical com estação
crescimento percentual do país [1]. seca. As temperaturas médias anuais
O objetivo do experimento é selecionar variam de 23°C a 26°C, e a precipitação no
famílias superiores que se adaptem bem estado variam entre 600 e 2.100 mm [2].
à região edafoclimática do norte do O experimento foi implantado em
Tocantins, para introduzi-las em pomar 2011 em espaçamento 3 x 3 m, com
de polinização controlada para a geração delineamento experimental de blocos ao
de novas progênies superiores, e também acaso, parcelas lineares de seis plantas,
a seleção de indivíduos superiores para 115 tratamentos em oito repetições. Os

268
Resumos Expandidos

tratamentos são compostos por progênies


híbridas de polinização controlada entre
as espécies E. grandis, E.urophylla, E.
camadulensis, E. tereticornis e E. pellita, e três
clones comerciais como testemunhas. As
matrizes utilizadas na composição dos
híbridos foram selecionadas em áreas da
empresa no estado de São Paulo.
Aos dois anos de idade foram realizadas
medições das características diâmetro à Tabela 1. Estimativa de parâmetros genéticos
altura do peito (DAP, cm), altura total (H, para o caráter IMA e Sobrevivência em teste
m) de todos os indivíduos e foi avaliada de progênie de Eucalyptus no Tocantins
a sobrevivência das progênies. O volume
individual (m³) das árvores foi calculado
A estimativa do coeficiente de determinação
através da equação geral de volume da
dos efeitos de parcela (c2parc) evidencia a
empresa e posteriormente foi calculado
ausência de heterogeneidade ambiental,
o incremento médio anual (IMA, m³.ha-1.
devido ao seu baixo valor.
ano-1).
Pelos resultados da tabela, constata-se a
Os parâmetros genéticos e componentes
presença de altas herdabilidades ao nível de
de variância foram estimados com o
média de progênies (h2mp) e alta acurácia
emprego do software genético-estatístico
da seleção de progênies (Acprog).
Selegen [3], através do método REML/
Estes valores revelam uma situação
BLUP (Máxima Verossimilhança Restrita /
muito favorável para a seleção e ótimas
Melhor Predição Linear Não Viciada), para
perspectivas para um futuro programa de
as características IMA e sobrevivência.
melhoramento genético de Eucalyptus na
região norte do Tocantins.
Resultados e discussão A análise forneceu um ranking dos
A análise estatística forneceu estimativas melhores indivíduos e das melhores
dos parâmetros genéticos para as progênies para a característica IMA com
características IMA e Sobrevivência, base nos valores dos ganhos genéticos
conforme Tabela 1. (Figura 1)

269
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

possibilidade de ganhos mesmo não


tendo sido selecionadas para as condições
edafoclimáticas da região em estudo.
Também se pôde observar o destaque de
indivíduos que podem ser clonados para
formação de novos testes. Por outro lado,
o teste indica a existência de progênies e
Figura 1. Ranking de ganho genético procedências com baixas produtividade e
das dez melhores progênies para a sobrevivência, mostrando a não-adaptação
característica IMA. às condições ambientais do norte do
Tocantins, e a necessidade de se buscar
outros materiais e procedências com
A média geral do IMA para o experimento
melhor desenvolvimento nessa região.
foi de 23,06 m³.ha- 1.ano-1, sendo que a
As medições e análises continuarão até
que mais se destacou foi a progênie 106,
o final do ciclo, pois como o teste tem
um híbrido de E. tereticornis x E. pellita
apenas dois anos, diferentes progênies e
com 14,33 m³.ha-1.ano-1, e a progênie de
indivíduos ainda podem se destacar e fazer
menor ganho foi a 112, também híbrido
parte da recomendação de futuros plantios
de E. tereticornis x E. pellita porém de
experimentais e comerciais.
outra procedência, que apresentou o
pior desempenho e também baixo índice
de sobrevivência. O tratamento 113 em Referências
destaque representa uma testemunha [1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF
clonal. Em valores individuais, o maior 2013: ano base 2012. Brasília, DF, 2013.
ganho em IMA foi observado na progênie 148 p.
106, com 28,4 m³.ha-1.ano-1, e o de pior
[2]LIMA, A. A. C.; OLIVEIRA, F. N.
desempenho na progênie 112 com 0,4
S; AQUINO, A. R. L. Solos e aptidões
m³.ha-1.ano-1.
agrícolas das terras do Estado
Para a característica sobrevivência, a
do Tocantins. Fortaleza: Embrapa
média do experimento foi de 58,4% com
Agroindústria Tropical, 2000. 27 p.
tratamentos que variaram de 0 a 100%. As
(Embrapa Agroindústria Tropical.
testemunhas apresentaram sobrevivência
Documentos, 31).
média de 48,6% e as progênies 58,7%.
[3]RESENDE, M. D. V. Software
Conclusões Selegen: REML/BLUP. Colombo:
A análise do experimento indica a Embrapa Florestas, 2002. 67 p. (Embrapa
existência de progênies superiores com Florestas. Documentos, 77).

270
Resumos Expandidos

Estudo da distribuição diamétrica de


um fragmento restaurado no centro do
estado de Santa Catarina
Bibiana Argenta Vidrano¹; Luete Amaral Guedes²; Elio José Santini³;
Clovis Roberto Haselein4; Jaciane Xavier Bressiani5

¹ Mestranda Eng. Florestal UFSM/PPGEF (bibianaargenta@gmail.com); ²


Eng. Florestal (luete.guedes@gmail.com); ³ Prof. Dr. Departamento de Ciências
Florestais UFSM (santini@ufsm.br); 4 Prof. Dr. Departamento de Ciências
Florestais UFSM (clovis.haselein@ufsm.br); 5 Mestranda Eng. Florestal
UFSM/UFU PPGEC (jacianebressiani@florestal.eng.br)

Introdução e Objetivos Material e métodos


A Floresta Ombrófila Mista é a formação O estudo foi realizado em uma área de
florestal mais importante e que ocupa preservação permanente (APP) que teve
maior área no estado de Santa Catarina, sua restauração e recuperação nos últimos
distribuindo-se por quase todo o planalto, seis anos, nesta área encontramos a
em altitudes que variam de 500 a 1.500 Floresta Ombrófila Mista. Esta representa
m [1]. Apesar da sua importância, em uma das formações vegetais típicas do
termos de cobertura vegetal no estado, e planalto meridional brasileiro.
da crescente devastação a que este tipo de O fragmento estudado se localiza no
formação florestal vem sendo submetida, município de Ponte Alta do Norte em Santa
poucos trabalhos foram realizados. Catarina, nas coordenadas 27º09’30”S e
O objetivo do presente trabalho foi realizar 50º27’52”W.
o levantamento da estrutura de uma área
de preservação permanente restaurada
e recoberta por floresta ombrófila mista,
no munícipio de Ponte Alta do Norte,
Santa Catarina. Trabalhos desta natureza
contribuem para a base teórica que subsidia
a conservação dos recursos genéticos, bem
como a conservação e recuperação de
áreas ou fragmentos florestais degradados. Figura 1. Localização de Ponte Alta do Norte
em Santa Catarina. Fonte: Prefeitura Municipal
de Ponte Alta do Norte

271
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Segundo a classificação de Köpeno clima é Dessa forma, foi necessário avaliar a


Cfb mesotérmico, subtropical úmido, com diversidade contida nos atuais fragmentos
verões frescos, sem estações secas e com recuperados e compreender a distribuição
geadas severas frequentes. A temperatura espacial de sua estrutura arbórea. Para
tem média anual compreendida entre 12°C o estudo de sua distribuição diamétrica
e 19°C. Este tipo climático é característico foram instaladas 8 parcelas permanentes,
das regiões mais elevadas dos planaltos de todas marcadas através de GPS para
Santa Catarina. A pluviosidade na região é posterior monitoramento. A forma das
elevada, registrando valores entre 1.203 e parcelas utilizada foi a retangular. As
2.202 mm por ano [3]. parcelas dos estudos fitossociológicos
A vegetação em estágio desenvolvido utilizam geralmente dimensões maiores no
apresenta espécies introduzidas e outras comprimento que na largura, para captar
em processo de regeneração natural, uma maior variabilidade na floresta, pois
com predominância de área de campo, as parcelas alongadas possuem grande
campo úmido, taquaras (Bambusaspp), probabilidade de incluir maior quantidade
bracatinga (Mimosa scabrella), erva- de agrupamentos [4].
mate (Ilexparaguariensis) e vassourão O tamanho da parcela foi escolhido
(Vernonanthura petiolaris). Presença espaçada segundo as classes de DAP, como abaixo:
de araucária (Araucaria angustifólia) e imbuia Para os indivíduos com altura de até 1m a
(Ocotea porosa). área foi de 5m² (5,0m x 1,0m).
Indivíduos com dap de 1 a3 cm a área
utilizada foi de 10 m² (5,0 m x 2,0m).
Amostras de 20m² (5,0 m x 4,0 m) para os
indivíduos com dap entre 3 a 5 cm.
Amostras de: 100,0 m² (5,0 m x 20,0 m),
para indivíduos com dap acima de 5cm.
A intensidade amostral foi de uma unidade
amostral para cada 10 hectares.
Figura 2. Local da parcela 1.
Resultados e discussão
A média do número de árvores encontradas
Nesta área estudada ocorreu uma efetiva
na área de estudo por classe de DAP foi
intervenção humana por meio de um
de 2.075 árv/ha para a classe 1, a classe 2
processo predatório, com o corte raso de
apresentou 2.375 árv/ha, a classe 3 com
parte da floresta, visando viabilizar áreas
4.025 árv/ha e a classe 4 apresentou 3750
para a comercialização de madeira. Apenas
árv/ha.
as áreas de difícil acesso permaneceram
com menor nível de intervenção antrópica.

272
Resumos Expandidos

Figura 4. Curva da suficiência amostral


(número de espécies por área em m²).
Figura 3. Distribuição do numero de árvores
por classe de DAP. Classe 1 = Indivíduos com
até 1m de altura; Classe 2 = Indivíduos com Conclusões
dap de 1 a 3 cm; Classe 3 = Indivíduos com Os indivíduos arbóreos, de uma forma
dap entre 3 a 5 cm; Classe 4 = Indivíduos com geral, posicionaram-se nas classes iniciais
dap acima de 5cm. de diâmetro, indicando que a área de
estudo encontra-se em estágio inicial de
sucessão.
As formações florestais secundárias A curva de suficiência amostral estabilizou,
apresentam a distribuição diamétrica com isso se mostra satisfatório o número
dos indivíduos na forma de exponencial amostral realizado.
negativa, ou seja, o gráfico se assemelha a Para entender melhor a dinâmica destas
um J-invertido, no qual a maior frequência florestas em relação à sua estrutura,
de indivíduos se encontra nas classes de é necessário o conhecimento das
diâmetros menores [5]. comunidades que as compõem. Com
A grande quantidade de indivíduos isso, torna-se necessário conhecer o
pequenos e finos pode indicar a ocorrência comportamento específico de cada
de severas perturbações no passado [6]. espécie, e neste caso, devem ser analisadas
Com os dados coletados nas amostras foi as espécies de acordo com seu valor de
obtida a curva de suficiência amostral, importância.
que é a relação espécie-área ou curva
de acumulação de espécies utilizada em
estudos fitossociológicos [7]. O ponto em
Referências
[1]KLEIN, R.M. O aspecto dinâmico do
que a curva estabiliza e se torna horizontal
pinheiro brasileiro. Sellowia, v.12, n.12,
é a área mínima necessária para representar
p.17-44, 1960.
a floresta.

[2]Negrelle, R. A. B; Silva, F. C.
FITOSSOCIOLOGIA DE UM
TRECHO DE FLORESTA COM
Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze.

273
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR-SC.
Embrapa Florestas. Boletim de Pesquisa
Florestal, Colombo, n. 24/25, p. .37-54,
Jan./Dez. 1992.

[3]Disponível em: <www.pmpan.sc.gov.


br>Acesso em: 13 de janeiro de 2014.
[4] SANQUETTA, C.R.; WATZLAWICK,
L.F.; CÔRTE, A.P.D.; FERNANDES,
L.A.V.; SIQUEIRA, J.D.P. Inventários
Florestais: Planejamento e Execução. 2ª
Ed. Curitiba – PR, Multi-Graphic, 2009.
316 p.

[5]MEYER, H. A. Structure, growth, and


drain in balanced uneven-aged forests.
Journal of Forestry, Washington, n. 52, v.
2, p. 85 – 92, 1952.

[6]NUNES, Y. R. F.; MENDONÇA, A.


V. R.; BOTEZELLI, L.; MACHADO, E.
L. M.; OLIVEIRAFILHO,A. T. Variações
da fisionomia da comunidade arbóreos em
um fragmento de floresta semidecidual em
Lavras, MG. Acta Botânica Brasílica,
São Paulo, v. 17, n. 2, p. 213-229, 2003.

[7]BATISTA, J. L. F; SCHILLNG, A.
C. Um Algoritmo Matricial para
Construção da “Curva de Acumulação
de Espécies” METRVM, Laboratório
de Métodos Quantitativos do Depto. de
Ciências Florestais, ESALQ, Universidade
de São Paulo, 2006.

274
Resumos Expandidos

Estudo da variação longitudinal da


densidade básica da madeira de
cinco espécies de Pinus
Luiz Marcio Machado Suardi Junior¹ ;
Cláudio Angeli Sansígolo² ; Ricardo Marques Barreiros ³.

¹ Mestrando em Ciência Florestal Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita


Filho” (luizsuardi@hotmail.com) ; ² Prof. Dr. Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, (sansigolo@fca.unesp.br) ; ³ Prof. Dr. Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (rmbarreiros@itapeva.unesp.br)

Introdução e objetivos Material e métodos


A densidade básica da madeira é definida O experimento foi implantado em
pela relação entre o peso absolutamente abril de 2006 na Fazenda Vale do
seco e o volume saturado da madeira, Apiaí, localizada no município de Buri
sendo de fundamental importância para o (23°47”51’S, 48°35”34’W) pertencente à
processo de polpação [1]. A mesma pode empresa Marquesa S/A. O delineamento
variar com a espécie, gênero, dentro da foi inteiramente casualizado em que cada
mesma espécie, com a idade da floresta, espécie constitui um tratamento com 4
com o local de plantio, no sentido repetições. Foram estudadas as espécies:
base-topo e também na direção medula Pinus taeda, Pinus elliottii, Pinus tecunumanii,
casca [2]. A obtenção da densidade Pinus maximinoi e o híbrido Pinus elliottii
básica na altura do DAP, apesar de ser de var. elliottii x Pinus caribaea var. hondurensis.
fácil obtenção, não apresenta uma boa As árvores foram coletadas com 6,5 anos
estimativa da média da árvore [3]. de idade, de acordo com o diâmetro médio
para cada espécie, obtidos através de um
O presente estudo tem como objetivo
inventário piloto. De cada árvore foram
verificar a variabilidade longitudinal e
retirados discos de aproximadamente
avaliar a correlação da densidade básica
5cm de espessura, a 0%, 25%, 50%, 75%,
média da madeira, com a densidade básica
100% da altura comercial e na altura do
obtida à altura do DAP de cinco espécies
DAP (1,30m do solo). A densidade básica
de Pinus.
foi efetuada pelo método da balança
hidrostática [4], e a média da árvore foi
obtida através da seguinte equação:

275
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

( D 2 b + D 2 25 )(db + d 25 ) + ... + ( D 2 75 + D 2100 )(d 75 + d100 )


da = 0,5
D 2 b + D 2100 + 2(d 25 + ... + d 75 )
Em que: da = densidade básica média da árvore (g cm-3); D = diâmetros dos discos sem casca
em diferentes alturas da árvore (cm); d = densidade básica dos discos nas diferentes alturas das
árvores (g cm-3).

As médias da densidade básica foram Com relação à variação longitudinal


analisadas através do teste de Tukey, houve diferença significativa apenas na
com nível de significância de 5%. Foram altura da base (0% da altura comercial).
analisadas também as correlações entre De maneira geral, pode-se observar uma
as densidades nas diferentes posições da tendência de decréscimo na densidade
altura comercial da árvore, incluindo a
básica no sentido base-topo. Porém, para o
posição do DAP.
Pinus elliottii var. elliottii x Pinus caribaea var.
hondurensis, a densidade básica apresentou-
Resultado e Discussão se desuniforme, diminuindo na posição de
A densidade básica média das árvores não
25%, atingindo valor máximo em 50%, e
apresentou diferenças significativas ao
diminuindo novamente até 100% da altura
teste de Tukey, variando de 0,339 a 0,394 g
comercial. O Pinus maximinoi também
cm-3 para o híbrido Pinus elliottii var. elliottii x
apresentou característica semelhante.
Pinus caribaea var. hondurensis e Pinus elliottii,
respectivamente (Tabela 1).

Altura comercial
Altura Média
Espécies 0% 25% 50% 75% 100%
no DAP da Árvore
------------------------ g.cm-3 -----------------------
0,425a 0,373a 0,348a 0,345a 0,333a 0,393a 0,371a
Pinus taeda
(7,43) (13,54) (10,96) (7,65) (7,94) (11,08) (10,02)
0,416a 0,415a 0,380a 0,360a 0,343a 0,409a 0,394a
Pinus elliottii
(7,89) (6,35) (9,78) (8,09) (10,95) (9,16) (7,93)
0,417a 0,356a 0,359a 0,367a 0,360a 0,367a 0,370a
Pinus maximinoi
(6,03) (6,98) (5,32) (10,11) (2,26) (5,52) (3,87)
0,398ab 0,360a 0,352a 0,343a 0,350a 0,362a 0,361a
Pinus tecunumanii
(12,46) (18,77) (19,85) (11,78) (19,09) (17,08) (15,01)
Pinus elliottii var. elliottii 0,345b 0,328a 0,351a 0,341a 0,326a 0,344a 0,339a
x Pinus caribaea var.
hondurensis (1,65) (7,05) (16,44) (7,22) (4,07) (5,09) (7,69)

Tabela 1. Variação da densidade básica em diferentes posições no sentido base-topo para cada
espécie e a densidade básica média da árvore. Letras iguais na coluna não diferem através do teste
de Tukey a 5%. Resultados entre parênteses referem-se ao coeficiente de variação.

276
Resumos Expandidos

Figura 1. Relação entre a densidade básica média da árvore e o DAP. A – Pinus taeda; B – Pinus
elliottii; C – Pinus tecunumanii; D – Pinus maximinoi; E – Pinus elliottii var. elliottii x Pinus caribaea var.
hondurensis; F – Conjunto das cinco espécies estudadas.

A correlação entre a densidade básica a correlação foi significativa na posição do


média da árvore e a densidade básica na DAP, indicando que de maneira geral ela
altura do DAP, mostrou-se significativa pode ser utilizada para estimar a densidade
apenas para o Pinus elliottii e o Pinus básica média de árvores com 6,5 anos de
tecunumanii, indicando que esta posição é idade, porém, a 25% da altura comercial
um bom estimador da densidade média obteve o maior valor de correlação, como
da árvore para estas espécies (Figura 1). pode ser visto na Tabela 2.
Analisando o conjunto das cinco espécies,

Altura comercial Altura no


Espécies
0% 25% 50% 75% 100% DAP
Pinus taeda 0,9458 0,9858 0,9947 0,9789 0,9892 0,854
Pinus elliottii 0,9829 0,9978 0,9912 0,9739 0,9678 0,9741
Pinus maximinoi -0,9135 0,9700 0,9793 0,9482 -0,1628 0,6564
Pinus tecunumanii 0,6177 0,9502 0,9533 0,9796 0,9921 0,9847
Pinus elliottii var. elliottii
x Pinus caribaea -0,1570 0,9829 0,9746 0,9374 0,6918 0,8375
var. hondurensis
Todas as espécies 0,6664 0,9454 0,8855 0,8445 0,8148 0,9198

Tabela 2. Correlação entre a densidade básica média e demais posições da altura comercial e a
densidade básica na altura do DAP.

277
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusões para determinação da densidade básica de


Em povoamentos das espécies de Pinus cavacos para coníferas e folhosas. IPEF,
estudadas com 6,5 anos de idade, há uma Piracicaba, n. 2/3, p. 65-74. 1971.
tendência de variação decrescente da
densidade básica no sentido longitudinal,
porém isto não ocorre para todas as
espécies.
Em geral, a densidade básica na altura do
DAP, pode ser um bom estimador, porém
em povoamentos jovens, a altura de 25%
mostrou-se ter maior correlação.

Referências
[1]BASSA, A. G. M. C. Misturas de
madeira de Eucalyptus grandis x
Eucalyptus urophylla, Eucalyptus globulus
e Pinus taeda para produção de celulose
Kraft através do processo LoSolids®.
169p. 2006. Dissertação (Mestrado em
Recursos Florestais) – Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, Piracicaba,
2006.

[2]FOELKEL, C.E.B.; MORA, E.;


MENOCHELLI, S. Densidade básica:
sua verdadeira utilidade como índice da
qualidade da madeira de eucalipto para
produção de celulose. O papel, v.53, n.5,
p. 35-40, maio 1992.

[3]NAMIKAWA, I. S.; BAHR, B. R.;


BARRICHELO, L. E. G. Variação da
densidade básica de Pinus taeda L. O papel,
p. 45-50, 1990.
[4]FOELKEL, C, E, B.; BRASIL, M. A.
M.; BARRICHELO, L. E. G. Métodos

278
Resumos Expandidos

Fator de forma artificial para Cordia


goeldiana Huber em plantio homogêneo
no município de Vilhena - RO
Fernando Henrique Gava¹; José Luiz Alves de Melo2;
Ronaldo Drescher3; Ariel Souza Rossi4; Anne Francis Agostini Santos5

1 Mestrando, Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/


FENF), Universidade de Mato Grosso – Campus de Cuiabá (fhagava@hotmail.com);
2
Engenheiro Florestal (; Doutor, Professor do Programa de Pós Graduação Programa de Pós
Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade de Mato
Grosso – Campus de Cuiabá. (ronaldodrescher@ufmt.br); ³ Mestrando, Programa de
Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade de
Mato Grosso – Campus de Cuiabá (arielsrossi@gmail.com); Mestranda, Programa de
Pós Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (UFMT/FENF), Universidade de
Mato Grosso – Campus de Cuiabá (annef_168@hotmail.com)

Introdução e objetivos Materiais e métodos


A Cordia goeldiana Huber (Freijó) ocorre O estudo foi conduzido em um
no sul da Amazônia e é uma espécie povoamento instalado em 1998, em
com multiplicidade de usos e excelente espaçamento 2x2 m, no município de
valor comercial e muito utilizada em Vilhena – RO (60°4’21”W e 12°50’2” S).
reflorestamentos [1]. Sendo o volume a Foram mensuradas as alturas e DAP de
representação do potencial da produção todos os 356 indivíduos do povoamento,
de matéria sólida de um povoamento sendo que desses foram selecionadas
e indispensável o uso de equações 15 para a cubagem rigorosa, por meio
matemáticas para estima-lo o fator de do método de Smalian, e feita análise de
forma entra como uma ferramenta rápida tronco.
para sua estimação [2; 3]. Foram testados 3 modelos [4] e ajustados
Por procurar uma ferramenta que auxilie 16 modelos por stepwise.
na estimação do volume o objetivo do Para avaliação estatística foi utilizado
trabalho foi ajustar modelos de fator de coeficientes de determinação ajustado (R²
forma artificial em função de variáveis ajus), erro padrão da estimativa (Syx%) e
dendrométricas para Cordia goeldiana análise gráfica dos resíduos.
Huber no município de Vilhena, estado de
Rondônia.

279
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Resultados e Discussões
Os modelos 1, 2 e 3 não ajustaram aos
dados de Cordia g. com Syx acima de 12% e
R² ajus inferior a 0,26.
As equações geradas apresentaram R² ajus
entre 0,089 e 0,615 e Syx entre 8,87 e 13,55.
Figura 1. Distribuição gráfica dos resíduos de
Para fins de comparação foram selecionadas
fator de forma do modelo 9.
quatro equações, pelos critérios R² ajus, Syx
e análise gráfica dos resíduos.
ƒ(1,3) = 0,108 + 0,3071*((d0,5*d0,1)/
Equação
d²) + 0,042*d0,9 + 3,918*(1/d²) +
9 - ƒ(1,3) = β0 + β1*((d0,5*d0,1)/d²) + 0,015*(d0,3²/d).
β2*d0,9 + β3*(1/d²) + β4*(d0,3²/d) + εi
Com o modelo selecionado, foi necessário
obter os diâmetros relativos de Hohenadl
10 - ƒ(1,3) = β0+ β1*((d0,5*d0,1)/d²)
d0,1, d0,3, d0,5 e d0,9:
+β2*d0,9 + β3*(1/d²) + β4*(d0,3²/d) +
β5*(h/d) + εi
d0,1 = -0,209 +0,977*dap +6,644*1/h

11 - ƒ(1,3) = β0 + β1*((d0,5*d0,1)/d²) d0,3 = 0,481 +0,834*dap


+ β2*d0,9 + β3*(1/d²) + β4*(d0,3²/d) +
β5*(h/d) +β6*(1/h) + εi d0,5 = 0,178 +0,909*dap +0237*h

d0,9 = 1,274 +0,001*dap


10 - ƒ(1,3) = β0 + β1*((d0,5*d0,1)/d²)
+ β2*d0,9 + β3*(d0,3²/d) + β4*(h/d)
+β5*(1/h) + εi Com os modelos ajustados a forma
do tronco de Freijó é uma parábola se
Tabela1. Melhores modelos de equação para desenvolvendo para um cone, pois a árvore
o fator de forma artificial nos povoamentos
de Cordia goeldiana Huber. β0, β1, β2, β3, β4, ainda está em crescimento. Houve uma
β5 = coeficientes; d = diâmetro à altura do estabilização nos diâmetros de 9 a 14,5
peito; h = altura total; d0,1, d0,3, d0,5, d0,9 cm assumindo formato de uma parábola
diâmetros relativos de Hohenadl; εi = erro com fator de forma de 0,52. Os diâmetros
estatístico
acima de 15 cm a mostram um acréscimo
no fator de forma.
Destes modelos, a equação que melhor se
ajustou aos dados, com R² ajus de 0,575 e Syx
de 8,87 e distribuição gráfica dos resíduos
(Figura 1) foi:

280
Resumos Expandidos

por mudas de freijó (Cordia goeldiana


Huber) em função de doses de fósforo e
de zinco. Revista Árvore, Viçosa, MG, v.
31, n. 4, Jul./Ago. 2007. DOI: 10.1590/
S0100-67622007000400004

[2]MIGUEL, E. P.; CANZI, L. F.; RUFINO,


Figura 2. Relação do fator de forma artificial R. F.; SANTOS, G. A. dos. Ajuste de
com DAP. modelo volumétrico e desenvolvimento de
fator de forma para plantios de Eucalyptus
grandis localizados no município de Rio
Conclusão
Verde – GO. Enciclopédia Biosfera, v. 6,
Para o município de Vilhena - RO, a
n. 11, p. 1-13, 2010,
equação:

[3]PRODAN, M.; PETERS, R.; COX, F.;


ƒ(1,3) = 0,108 + 0,307*((d0,5*d0,1)/
REAL, P. Mensura forestal. Sao Jose:
d²) + 0,042*d0,9 + 3,918*(1/d²) +
IICA/BMZ/GTZ, 1997. 561 p. (IICA.
0,015*(d0,3²/d),
Investigacion y Educacion em Desarrollo
Sostenble, AI/SC-97-01).
foi a que obteve melhores parâmetros
estatísticos para determinar o fator de
forma artificial das árvores de Cordia
goeldiana Huber .

Os diâmetros relativos de Hohenadl são


estimados através das equações:

(d0,1) = -0,209 + 0,977*d + 6,644*(1/h),


(d0,3) = 0,481 + 0,834*d,

(d0,5)= 0,178 + 0,909*d – 0,237*h e (d0,9)


= 1,274 + 0,001*d.

Referências
[1]FERNANDES, A. R.; PAIVA, H. N.;
CARVALHO, J. G. de; MIRANDA, J. R. P.
De. Crescimento e absorção de nutrientes

281
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Fireglobulus: desenvolvimento de
ferramentas de apoio à decisão no uso
de fogo controlado em plantações de
Eucalipto
Carlos Loureiro1; Anita Pinto2; Paulo M. Fernandes3

Eng. Florestal/MSc, GIFF S.A., Rua D. João Ribeiro Gaio, 9B-1ºE, 4480- 811 Vila do Conde,
1

Portugal (carlos.loureiro@giff.pt); 2Eng.ª Florestal/MSc, Bolseira de Investigação, CIFAP, ECAV,


UTAD; 3Professor Auxiliar, CIFAP, ECAV, UTAD, Quinta de Prados, Apartado 1013,
5001-801 Vila Real, Portugal (pfern@utad.pt)

Introdução combustível), o comportamento do fogo


A gravidade dos fogos florestais e os seus impactes no combustível e nas
em Portugal, a representatividade, árvores. Apresentam-se resultados relativos
combustibilidade e importância económica à avaliação da humidade do combustível
da fileira do eucalipto, e as mais-valias morto e comportamento do fogo.
do fogo controlado na gestão de
combustíveis recomendam que se examine Metodologia
a possibilidade do seu uso na mitigação do Colheram-se amostras da folhada
risco de incêndio. O projeto FIREglobulus superficial (horizonte L) para avaliação
tem como objetivo criar a base científica do seu teor de humidade (HL), que
para o desenvolvimento tecnológico se modelou por análise de regressão
do fogo controlado em plantações de linearizada, em função do défice de pressão
Eucalyptus globulus. de vapor (VPD, função da temperatura do
O comportamento e severidade do ar e humidade relativa) e dos índices de
fogo foram estudados em queimas humidade do Sistema Canadiano de Perigo
experimentais em eucaliptal efetuadas do Meteorológico de Incêndio (Van Wagner,
Outono à Primavera, complementadas 1987). Amostras colhidas em queimas
por ensaios em laboratório. A análise experimentais permitiram modelar o teor
dos dados relaciona as características do de humidade das amostras da camada F
fogo com os descritores do complexo da folhada (HF) e dos lenhosos >0,6 mm
combustível e outros fatores ambientais, de diâmetro (H10h) com base no DMC
analisa o desempenho dos modelos de (Índice da humidade da manta morta). A
comportamento do fogo existentes, e humidade da casca acumulada na base das
resultará numa cadeia de relações preditivas árvores (HCb) e a 1 m de altura no tronco
que ligará o piro-ambiente (meteorologia, (HCt) modelou-se em função de HL.

282
Resumos Expandidos

A sustentabilidade da propagação do fogo no fogo controlado já que condiciona a


em laboratório foi modelada por análise ignição, o comportamento do fogo e o
CART (Classification and Regression consumo de combustível. Os coeficientes
Tree), em função das características de regressão e análise de desempenho
da folhada (teor de humidade, carga, (bastante satisfatório) dos modelos de
espessura) e velocidade do vento, com predição da humidade do combustível
ignição linear (Figura 1). morto estão no Quadro 1.
A velocidade de propagação e intensidade A predição de HL tem sido testada
relativas do fogo foram determinadas em diferentes locais, sendo o resultado
em ensaios, em laboratório, e modeladas comparado na Figura 1. As variáveis
por análise de regressão. Expressaram- determinantes da sustentabilidade da
se em função da sua alteração do seu ignição são o teor de humidade, a espessura
comportamento face a reduções de carga da folhada e o sentido da propagação
de 25 e 50% respeCtivamente. do fogo. Os limiares de decisão e a
ordem de importância das variáveis estão
Resultados representados na Figura 2.
A estimação fiável e operacional da
humidade do combustível é essencial

Compo Intercetor VPD FFMC U (kmh-1) DMC HL R2 MAE MAPE (%)


nente

HL 4,303** -0,390** -0,01738** -0,0123*


0,915 4,351 16,659
(n=134) (0,1109) (0,028) (0,0014) (0,0036)

HF 5,3246* 0,1082*
0,972 13,388 17,715

(n=8) (0,3412) (0,0177)

H10h 4,4075** 0,4986**


0,772 2,85 11,65

(n=24) (0,2503) (0,0899)

HCb 2,2109** 0,0344**


0,859 2,832 12,652

(n=23) (0,079) (0,003)

HCt 2,2088** 0,0293**


0,857 1,803 9,766

(n=27) (0,058) (0,002)

Quadro 1. Coeficientes (erro padrão) e estatísticas de desempenho dos modelos para estimação
da humidade do combustível morto. FFMC – Índice de humidade dos combustíveis finos;
MAE – Média absoluta do erro; MAPE – Média percentual do erro ; ** p<0,001; * p<0,05

283
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

carga, tomando como referência as 8


ton/ha, limiar a partir do qual o combate
direto deixa de ser efetivo em situação
de condições meteorológicas adversas,
é visível na Figura 3. Esta informação
é relevante para os gestores de espaços
florestais, especialmente ao nível da defesa
da floresta contra incêndios, já que permite
apoiar a tomada de decisão quanto a
Figura 1. Comparação entre o teor de tratamentos de silvicultura preventiva.
humidade do horizonte L (HL) previsto pelo
modelo desenvolvido (Predicted FMC %) e
o observado (Observed dead FMC %), em
povoamentos florestais de eucalipto (círculos,
triângulos e quadrados identificam diferentes
locais de estudo)

Figura 3. Velocidade de propagação (R PROP)


e intensidade (I PROP) relativas do fogo, em
função da carga de combustível fino.

Conclusão
A estimação do teor de humidade do
combustível morto pode ser efetuada com
base na medição da temperatura ambiente
Figura 2. Analise CART da sustentabilidade e humidade relativa do ar e dos índices do
da propagação do fogo em folhada de Sistema Canadiano, com boa concordância
eucalipto (n=137) % H – Valor da humidade entre as observações e as predições. Os
da folhada em %; Esp – Espessura da folhada
modelos desenvolvidos com base nos
em cm; Prop - F – Propagação ascendente
; Prop - C – Propagação descendente; 1 - dados obtidos nos ensaios de laboratório
propagação sustentada; 0 - propagação não para a sustentabilidade da propagação do
sustentada fogo são bastante satisfatórios e o seu
desempenho tem vindo a ser validado nos
A forma como varia, em valores relativos, fogos experimentais efetuados no campo.
a velocidade de propagação e intensidade O impacto relativo da redução de carga de
do fogo, em função das alterações da combustível na velocidade de propagação

284
Resumos Expandidos

e intensidade do fogo permite planear os


tratamentos de redução do combustível
em função do tempo, e otimizar o uso do
fogo controlado para a redução do perigo
de incêndio em plantações de eucalipto.

Agradecimentos
Este estudo é suportado pelo projeto
FIREglobulus, projeto I&DT em Co-
promoção n.º21555, no âmbito do
Quadro de Referência Estratégico
Nacional (QREN), co-financiado pelo
Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional (FEDER), através do Programa
Operacional Regional de Norte.

Referências
VAN WAGNER, C. Development and
structure of the Canadian Forest Fire
Weather Index System. Chalk River:
Canadian Forest Service, 1987. (Canadian
Forest Service. Information Report, 35).

VINEY, N. R. A review of fine fuel


moisture modelling. International
Journal of Wildland Fire, v. 1, p. 215–
234, 1991. DOI: 10.1071/WF9910215

285
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Fotossíntese e concentração interna


de CO2 em clones de Eucalyptus
submetidos a déficit hídrico
Inaê Mariê de Araújo Silva1; Camila da Cruz Pimentel Moreira Santos2; Ana
Flávia Guimarães Paolinelli3; Janaína Fernandes Gonçalves4; Marcelo Luiz de
Laia5

1
Doutoranda em Ciências Florestais UnB (inaemarie@hotmail.com); 2 Graduanda Eng. Florestal
UFVJM (camiilapimentel@hotmail.com); 3 Graduanda Eng. Florestal UFVJM (ana.flaviagp@
hotmail.com); 4 Pós doutoranda UFVJM (gonferja@yahoo.com.br); 5 Prof. Dr. Departamento de
Eng. Florestal UFVJM (marcelolaia@gmail.com)

Introdução e objetivos suprime a formação e expansão foliar [2],


Recentemente, devido as limitações de quanto por danos nos cloroplastos.
crescimento das tradicionais áreas de Por esta razão, objetivou-se avaliar o efeito
plantio (Sul e Sudeste), vários grupos de do déficit hídrico sobre a fotossíntese
pesquisa têm buscado estratégias para e concentração interna de CO2 de dois
ampliar as fronteiras florestais brasileiras, genótipos de eucalipto.
principalmente, para os estados do
Centro-Oeste e Nordeste [1]. No entanto, Material e métodos
o regime pluviométrico irregular e escasso, O experimento foi realizado no período de
associado às altas temperaturas e elevada 12/2012 a 01/2013, em casa de vegetação
evaporação dessas regiões fronteiriças instalada no Campus JK da Universidade
tem limitado o desenvolvimento de Federal dos Vales do Jequitinhonha e
algumas espécies de eucalipto. Dentro Mucuri, Diamantina-MG.
dessa conjuntura, o melhor entendimento Utilizou-se mudas dos clones 224
sobre a influência do estresse hídrico no (“urograndis”) e 953 (E. camaldulensis vs.
comportamento fisiológico do eucalipto é E. Grandis), sensível e tolerante a déficit
vital para garantir a expansão desta cultura hídrico, respectivamente. Até os 45 dias
sem maiores riscos. de idade, as mudas foram submetidas a
A fotossíntese é uma variável fisiológica irrigação diária em casa de sombra. Logo
muito sensível à disponibilidade hídrica. após, iniciaram-se os regimes hídricos
O estresse hídrico pode ocasionar redução diferenciados: irrigado - manutenção dos
da atividade fotossintética, tanto pelo vasos próximos à 60% da capacidade de
fechamento dos estômatos, o que gera campo (através do método gravimétrico) e
decréscimos na assimilação de CO2 e não irrigado. Adotou-se um Delineamento

286
Resumos Expandidos

Inteiramente Casualizado, num esquema uma evidência de que os clones diferem


fatorial 2x2 (regime hídrico: irrigado e naturalmente entre si, no que diz respeito
não irrigado; genótipo: sensível – 224 – e à fotossíntese, sendo aquele mais eficiente
tolerante – 953), totalizando 4 tratamentos, em termos fotossintéticos que este.
com 10 repetições cada. O substrato
utilizado foi constituído de vermiculita
(40%), casca de arroz carbonizada (30%)
e fibra de coco (30%) e adubado segundo
as recomendações de Barros e Novais [3].
As variáveis de trocas gasosas foram
obtidas por meio de um medidor portátil
de fotossíntese, do tipo analisador Figura 1. Fotossíntese (A) de plantas jovens de
dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes
infravermelho de gases (Infrared Gas
hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam
Analyser - IRGA), modelo LI-6400, em diferença significativa entre os genótipos
sistema aberto, sob luz saturante de 900 a em cada regime hídrico e letras maiúsculas
950 mmol de fótons m-2 s-1 e concentração diferentes indicam diferença significativa entre
ambiente de CO2. As medições foram os regimes hídricos, dentro de cada genótipo,
pelo teste F a 5% de significância.
realizadas entre 10 e 11 horas, no
décimo dia após o início da supressão
hídrica, na superfície adaxial de folhas A suspensão da irrigação causou declínio
totalmente expandidas e com bom estado na fotossíntese líquida nos dois genótipos,
fitossanitário, situadas no terço médio de atingindo valores próximos a zero, não sendo
cada unidade experimental, totalizando verificada diferença estatística entre eles. A
três medições por folha. redução das taxas fotossintéticas promovida
Os dados foram submetidos a ANOVA, por limitação hídrica em eucalipto tem sido
sendo o teste F conclusivo ao nível de 5% relatada na literatura [4, 5, 6].
de significância. A fotossíntese é um dos principais
processos a serem afetados por falta
Resultados e discussão de água, tanto por meio da redução da
Para a fotossíntese (A), houve interação difusão do CO2 para o cloroplasto, quanto
significativa entre genótipo e regime por restrições metabólicas. O impacto
hídrico (Figura 1). Observou-se que relativo dessas limitações varia com a
mesmo no regime hídrico irrigado, os intensidade do estresse, com o estágio
genótipos apresentaram diferenças em de desenvolvimento da planta e idade
suas taxas de fotossíntese líquida. O clone da folha, com a ocorrência (ou não) de
953 apresentou uma taxa fotossintética estresses sobrepostos e com a espécie
29% superior ao clone 224, o que seria estudada [7, 8].

287
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

No momento da medição, a concentração concordando com o relatado por Tezara


interna de CO2 (Ci) não apresentou et al. [12], em plantas de girassol e por
efeitos de interação entre genótipo vs. Macfarlane, White e Adams [13], em
regime hídrico, sendo significativos Eucalyptus globulus.
somente efeitos de regime hídrico (Figura
2). A concentração interna de CO2 Conclusões
foi significativamente maior no regime O clone 953 portou-se como mais eficiente
hídrico não irrigado. Este aumento na Ci, em termos fotossintéticos.
segundo alguns autores, é um indicativo O declínio na fotossíntese líquida dos dois
de predominância de limitações não genótipos, provavelmente, foi causado por
estomáticas ou metabólicas ao processo limitações metabólicas.
fotossintético [9, 10]. Com o fechamento
dos estômatos, a concentração de CO2 no Referências
interior da folha diminui com o aumento [1]REIS, C. A. As novas fronteiras
do estresse, mas, aumenta à medida que o da floresta plantada brasileira: novas
déficit hídrico torna-se mais severo [11]. fronteiras: a visão da ABRAF: opiniões
florestal: celulose, carvão, siderurgia,
painéis e madeira. Revista Opiniões,
Ribeirão Preto, 2011. Disponível em:
<http://www.revistaopinioes.com.br/cp/
materia.php?id=742>. Acesso em: 04 abr.
2013.

Figura 2. Concentração interna de CO2


[2]TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
(Ci) de plantas jovens de eucalipto, sob dois
vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
regimes hídricos.
2009. 719 p.

Os valores de Ci, provenientes do


regime hídrico não irrigado, indicam que [3]BARROS, N. F.; NOVAIS, R.
as alterações nas taxas fotossintéticas F. Eucalipto. In: RIBEIRO, A. C.;
dos genótipos estudados, observadas GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V.,
no décimo dia de déficit hídrico, V. H. (Ed.). Recomendações para uso
provavelmente, foram causadas por de corretivos e fertilizantes em Minas
limitações metabólicas, tendo em vista Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG:
que sob deficiência hídrica as reduções das Comissão de Fertilidade do Solo do
taxas de fotossíntese líquida ocorreram Estado de Minas Gerais, 1999. p. 303-
concomitantemente ao aumento da Ci, 305.

288
Resumos Expandidos

[4]TATAGIBA, S. D.; PEZZOPANE, J. [10]FLEXAS, J.; MEDRANO, H.


E. M.; REIS, E. F. dos; PENCHEL, R. Drought-inhibition of photosynthesis
M. Desempenho de clones de eucalipto in C3 plants: stomatal and non-stomatal
em resposta a disponibilidade de água limitations revisited. Annals of Botany, v.
no substrato. Revista Engenharia na 89, n. 2, p. 183-189, 2002.
Agricultura, v. 17, n. 3, p. 179-189, 2009.
[11]LAWLOR, D. W. Photosynthetic,
[5]WARREN, C. R.; ARANDA, I.; productivity and enviromental. Journal
CANO, F. J. Responses to water stress of Experimental Botany, v. 46, p. 1449-
of gas exchange and metabolites in 1461, 1995.
Eucalyptus and Acacia spp. Plant Cell
And Environment, v. 34, n. 10, p. 1609- [12]TEZARA, W.; MITCHELL, V. J.;
1629, 2011. DRISCOLL, S. D.; LAWLOR, D. W.
Water stress inhibits plant photosynthesis
[6]NAVARRETE-CAMPOS, D.; BRAVO, by decreasing coupling factor and ATP.
L. A.; RUBILAR, V. E.; SANHUEZA, R. Nature, v.401, p. 914-917, 1999.
Drought effects on water use efficiency,
freezing tolerance and survival of [13]MACFARLANE, C.; WHITE, D.
Eucalyptus globulus and Eucalyptus A.; ADAMS, M. A. The apparent feed-
globulus x nitens cuttings. New Forests, forward response to vapour pressure
v. 44, n. 1, p. 119-134, 2013. deficit of stomata in droughted, field-
grown Eucalyptus globulus Labill. Plant,
[7]CHAVES, M. M.; MAROCO, J.; Cell and Environment, v. 27, n. 10, p.
PEREIRA, J. S. Understanding plant 1268-1280, 2004.
response to drought-from genes to the
whole plant. Functional Plant Biology,
v. 30, p. 239-264, 2003.

[8]PINHEIRO, C.; CHAVES, M. M.


Photosynthesis and drought: can we make
metabolic connections from available
data? Journal of Experimental Botany,
v. 62, n. 3, p. 869-882, 2011.
[9] MACHADO, E. C.; MEDINA, C.
L.; GOMES, M. M. A. Teor de água no
substrato de crescimento e fotossíntese em
laranjeira ‘Valência’. Bragantia, v. 58, n. 2,
p. 217-226, 1999.

289
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Geoestatística aplicada a estimativa do


volume total por área em Eucalyptus sp.
utilizando dados de cubagem
Gabriel Marcos Vieira Oliveira1; José Márcio de Mello2;Matheus Andrade
Ferreira3; Lucas Rezende Gomide4

Eng. Florestal, Doutorando em Engenharia Florestal, UFLA(gabrielmvo@gmail.com);


1

2
Eng. Florestal, Prof. Dr. do Depart. de Ciências Florestais, UFLA(josemarcio@dcf.ufla.br);
3
Eng. Florestal, Mestrando em Engenharia Florestal, UFLA (mateusandrade.bs@gmail.com);
4
Eng. Florestal, Prof.Dr. do Depart. de Ciências Florestais, UFLA(lucasgomide@dcf.ufla.br).

Introdução e objetivo Material e métodos


O volume de madeira existente em uma Os dados utilizados foram obtidos de um
área é uma informação básica nas ciências plantio experimental de Eucalyptussp., clonal,com
florestais, sobretudo para as linhas ligadas dezanos de idade,de 0,53 ha,localizadona
a silvicultura, inventário e manejo, por Universidade Federal de Lavras.A área
se tratar da variável resposta de todo o selecionada possui 336 plantasgeorreferenciadas,
planejamento florestal.Apesar disso, esta das quais foram mensurados apenas os diâmetros
não é de simples obtenção, pois depende à 1,3 m do solo (DAP). Dentre essas, 28 foram
de inúmeras técnicas dendrométricas e de selecionadas aleatoriamente contemplando-se a
inventário, além de tempo e recursos para distribuição diamétrica da área e foramcubadas
ser obtida de forma precisa. rigorosamente em pé, com o Pentaprisma de
Uma alternativa capaz de efetuar a predição Wheeleracoplado a um Suunto, obtendo-se os
de variáveis dendrométricas com eficácia vários diâmetros às alturas relativas: 0,1; 0,3; 0,7;
e que não gera mais custos em relação 1,3; 2,0 m; em seguida de 2,0 em 2,0 m até 7,0 cm
aos métodos tradicionais é a utilização do de diâmetro; e por fim até o topo da árvore,
interpolador geoestatístico, principalmente leitura essa que permitia obtenção da altura total
pela sua capacidade de considerar a auto da árvore (HT). O volume das secções foi obtido
correlação entre as unidades amostradas, a pelo método de Smalian e o volume total (VT)
fim de aumentar a eficiência da estimativa[1]. obtido pela soma das respectivas seções.
O objetivo do trabalho foi avaliar Utilizando as árvores cubadas se estabeleceu uma
o desempenho de um interpolador relação hipsométrica como base no modelo pré-
geoestatístico na predição do volume selecionado ; e também uma equação de volume
total de uma área utilizando apenas as com base no modelo, pré-selecionado:, em
informações das árvores cubadas de que: a e b são os parâmetros.
Eucalyptus sp. Com essas equações oVT para as demais
árvores foi obtido e, em seguida, o volume

290
Resumos Expandidos

total daárea (VTA), a partir do somatório VTA, tal que:.Também foi comparada a
dos VT das 336 árvores. Esse volume estimativa de VTA utilizando apenas uma
foi utilizado como valor paramétrico estimativa média do VTA, supondo uma
para avaliaçãoda exatidão do método amostra casual simples (ACS), tal que: .
geoestatístico, uma vez que as 308 árvores Todos os procedimentos foram executados
não foram usadas no modelo espacial. utilizando o software R [3] e ArcMap [4].
Anteriormente à aplicação do método
geoestatístico, a variável de interesse, VT,
Resultados e discussão
foi submetida a uma análise exploratória
As equações ajustadas para estimativa de
de dados.
HT e VT apresentaram alta precisão com
O modelo geoestatístico é dado por: ,
estatísticas de ajuste consideráveis, ambas
em que, é função determinística que
com altos Coeficientes de Determinação
descreve a componente estrutural em ;
(R²) e baixos Erros Padrão da Estimativa
é termo estocástico, que varia localmente
(Syx) (Tabela 1).Isso garante confiabilidade
e depende espacialmente de ; e é o erro
na predição dos VT para as demais 308
aleatório I.I.D.N. (0, σ²). As emivariância
árvores e permite que o VTA seja utilizado
foi calculada de acordo com o modelo:,
como parâmetro confiável para avaliação
em que, é o estimador da semivariância
do modelo geoestatístico.
para cada distância ; é número de pares de
O resultado da análise exploratória de
pontos separados pela distância ; é valor
dados (não exposta) mostrou que a
da variável regionalizada no ponto .Para
variável de interesse tem distribuição
o ajuste do semivariograma foi utilizado
aproximadamente normal, simétrica e não
o modelo Exponencial, pré-selecionado,
possui nenhuma observação discrepante.
ajustado pelo método dos MQO:, em
Foi observado um efeito de tendência leve,
que,τé o efeito pepita; σ é a contribuição; é
mas não significativo.
o parâmetro alcance (m).
A interpolação espacial, para predição do Var. Equação/Estatísticas de ajuste
VT das 308 árvores, foi obtida por meio HT R²= 0,88 Syx= 1,97 m
de Krigagem Ordinária de acordo com o VT R²= 0,97 Syx= 0,0384 m³
modelo:, em que,é o estimador do valor na
Tabela 1. Equação e estatísticas de ajuste da
posição ; é o número de pontos amostrais
relação hipsométrica e da equação de volume.
vizinhos utilizados para a predição do
valor não amostrado; é o i-ésimo peso
atribuído a cada observação da variável O semivariograma experimental, com o ajuste
de interesse na posição ; é definido pelo do modelo Exponencial (Figura 1), indica
semivariograma. Para maiores detalhes acentuada correlação espacial da variável VT,
vide [2]. uma vez que, há aumento da semivariânciaa
medida que se aumenta a distância, seguida
O desempenho do modelo geoestatístico
de uma tendência de estabilização [2].
foi avaliado pela exatidão a predição de

291
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

independentes [2]. Com relação aos erros,


o Erro Médioe Erro Médio Padronizado
indicam ajuste adequado do modelo com
valores próximos de zero. No entanto, o
Erro Padrão Médio apresentou-se elevado,
indicando que somente o componente
espacial não é capaz de predizer por si
só os VT das árvores individuais com
precisão. Porém o objetivo, nesse caso, não
Figura 1. Semivariograma experimental. é estimar individualmente VT e sim VTA.
O desempenho dos métodos pode
ser observado na Tabela 3. O valor
Os parâmetros do modelo ajustado e as paramétrico, supostamente real, do VTA
estatísticas de erros podem ser vistos na foi de 242,5 m³/ha, sendo que o método
Tabela 2. geoestatístico predisse um valor de 246,5
m³/ha, o que implica em uma alta exatidão
Parâmetro Valor
com um erro de apenas -1,63%. Enquanto
Efeito pepita ( 0,016238
a estimativa pela média apresentou uma
Contribuição (σ) 0,053807
subestimativa de 7,50%, o que, na prática
Alcance ( 87,81100 pode comprometer todo um planejamento
Erro Médio -0,0055 florestal.
Erro Médio
-0,0103
Padronizado Método VTpredito Exatidão
Erro Padrão Médio 0,1964 Parâmetro
242,5 m³/ha -
(Equação)
Tabela 2. Parâmetros ajustados do modelo
Exponencial e respectivos erros da predição. Krigagem
246,5 m³/ha -1,63 %
(Geoest.)
Média (ACS) 224,3 m³/ha 7,50 %
O efeito pepita(, o qualindica a
variação não estruturada do fenômeno Tabela 3. Exatidão da predição do VTA.
estudado,apresentou um efeito
relativamente pequeno, o que sugere Isso demostra o considerável desempenho
um processo de inferência adequado. do método geoestatístico, mesmo
A contribuição (σ) encontrada indica utilizando apenas a informação de 28
que76,8% da variação total ( + σ) pode árvores e a relação de dependência da
ser explicada pelo componente espacial. O varável no espaço, foi possível predizer
alcance mostra que a distância máxima que os VTA sem nem ao menos a mensuração
o VT está correlacionado espacialmente DAP das demais 308 árvores. Ao contrário
é de 87,8 m, a partir desse ponto as da equação de volume que necessariamente
conservações podem ser consideradas depende de DAP e/ou HT.

292
Resumos Expandidos

Além de tudo, a interpolação espacial, no (Doutorado em Recursos Florestais) -


caso a krigagem, permite a geração de Escola Superior de Agricultura “Luiz de
mapas/superfícies de classificação e assim Queiroz”, Universidade de São Paulo,
visualizar a estrutura da distribuição da Piracicaba.
variável de interesse no espaço (Figura2).
[3]R DEVELOPMENT CORE TEAM.
R: A language and environment for
statistical computing. Vienna, 2012.
Disponível em: <http://www.R-project.
org/>.

[4]ENVIRONMENTAL SYSTEMS
R E S E A RC H I N S T I T U T E . A r c G I S
Figura 2. Mapa de krigagem da variável VT Professional GIS for the desktop:
na área de estudo. versão 9.3. 2008.

Conclusão
É possível estimar o volume total
de uma área florestal plantada, com
considerável exatidão, apenas utilizando
informações das árvores cubadas e sua
correlação espacial por meio de métodos
geoestatísticos.

Referencias
[1]MELLO, J. M. de; DINIZ, F. S.;
OLIVEIRA, A. D. de; SCOLFORO, J. R.
S.; ACERBI JÚNIOR, F. W.; THIERSCH,
C. R. Métodos de amostragem e
geoestatística para estimativa do número
de fustes e volume em plantios de
Eucalyptus grandis. Floresta, Curitiba, v.
39, n. 1, p. 157-166, jan./mar. 2009.

[2]MELLO, J. M. Geoestatística aplicada


ao inventário florestal. 2004. 110 f. Tese

293
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Implementação do controle de
qualidade das operações silviculturais
Luiz Felipe de Castro Galizia¹; Cirineu José de Carvalho Rosa2;
Glodoaldo Arantes Ramiro³; José Marcio Cossi Bizon4

1
Especialista em Qualidade Florestal Fibria S/A (luiz.galizia@fibria.com.br); 2Analista
em Desenvolvimento Operacional Fibria S/A (cirineu.rosa@fibria.com.br); ³Coordenador de
Desenvolvimento Operacional Fibria S/A(glodoaldo.ramiro@fibria.com.br); 4Gerente de Silvicultura
Fibria S/A (jose.bizon@fibria.com.br)

Introdução e objetivos de qualidade definidos. Os padrões são


A aplicação de ferramentas para compostos de limites de especificação
acompanhar e controlar a qualidade das mensuráveis e variam de acordo com a
operações silviculturais é imprescindível operação. A assertividade das operações
para a maximização da produtividade é calculada pelo percentual das amostras
florestal e para garantia da excelência coletadas pelo Controle de Qualidade que
operacional. estão conformes, ou seja, dentro do limite
O objetivo desse trabalho é demonstrar de especificação.
os principais resultados da implementação O trabalho contempla também a análise dos
do Controle de Qualidade das operações resultados das avaliações de sobrevivência
de silvicultura em uma empresa de base dos povoamentos de Eucalyptus aos 90 dias
florestal. após o plantio

Material e métodos Resultados e discussão


Para a realização desse trabalho foram Após a implementação do Controle de
utilizadas as informações geradas pelo Qualidade no ano de 2011 observa-se
Controle de Qualidade em uma unidade um aumento no percentual de amostras
florestal localizada na região de Três conformes ao longo do tempo (Figura 1)
Lagoas/MS. A base de dados utilizada
foi gerada entre os anos de 2011, ano da
implementação do Controle na unidade .
florestal e o ano de 2013.
Foram realizadas analises da assertividade
das operações silviculturais em relação
aos padrões estabelecidos pela área de
Controle de Qualidade. Para todas as
Figura 1. Distribuição das amostras coletadas
operações silviculturais existem padrões nas avaliações de qualidade das operações.

294
Resumos Expandidos

Pode-se inferir que as operações 90 dias. Dessa forma, pode-se concluir


silviculturais seguem uma tendência de que quando as informações geradas pelas
aumento de assertividade. Entre 2011 e ferramentas são analisadas em conjunto
2013 ocorreu um aumento de 14,6% das com a área operacional, auxiliam na
amostras conformes, indicando que as identificação de desvios e facilitam a
operações tendem a ocorrer dentro do correção dos mesmos. As analises do
padrão estabelecido. histórico de dados também nos indicam
As avaliações de sobrevivência aos 90 tendências que auxiliam na tomada de
dias após o plantio também apresentam decisão operacional.
tendência de evolução, aumentado em Como principais resultados temos maior
2,4% (mediana) ao longo dos três últimos sobrevivência e homogeneidade dos
anos (Figura 2). plantios, operações executadas no tempo,
quantidade e localidades adequadas, o que
nos garantirá a produtividade florestal
desejada e estabilização dos processos de
rotina.
Os resultados demostram que as operações
de silvicultura têm apresentado evolução
nos indicadores de qualidade e a unidade
florestal esta em busca da excelência
operacional.
Figura 2. Variação do percentual e mediana
da sobrevivência dos plantios de Eucalyptus.
Referências
[1]FRANCO, A. C. Controle de qualidade
Observa-se também que a variabilidade em floresta de Eucalyptus. Viçosa, MG:
da sobrevivência dos plantios reduziu ao Universidade Federal de Viçosa, 1984.
longo do tempo, demonstrando maior
uniformidade dos povoamentos florestais. [2]HAKAMADA, R. E. Uso do
inventário florestal como ferramenta
Conclusões de monitoramento da qualidade
Após a implementação do Controle de silvicultural em povoamentos clonais
Qualidade das operações silviculturais de Eucalyptus. 2012. 115 f. Dissertação
na unidade florestal no ano de 2011, os (Mestrado em Recursos Florestais) –
resultados seguiram evoluindo. Entre Escola Superior de Agricultura “Luiz de
2011 e 2013 as operações silviculturais Queiroz”, Universidade de São Paulo,
apresentaram um aumento de 14,6% na Piracicaba. 2012.
assertividade e os plantios tiveram um
aumento de 2,4% na sobrevivência aos

295
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Incremento de diâmetro em função da


adubação de plantio em Tectona grandis l.F.
Lilian Guimarães de Favare¹; Henrique Guimarães de Favare²;
Bruna Cristina Almeida²; Julio Cesar Ferreira Elias3; Iraê Amaral Guerrini4.

Doutora em Ciência Florestal UNESP/FCA (lilianfavare@hotmail.com);


1

Mestrandos em Ciências Florestais e Ambientais – UFMT (guimaraesfavare@gmail.


2

com; brucrisal@gmail.com); 3Doutorando em Agronomia - UEM/PGA (juliocesar_


net@hotmail.com), 4Prof. Dr. Departamento de Recursos Naturais e Ciência do Solo,
FCA/UNESP, Campus de Botucatu, SP (iguerrini@fca.unesp.br)

Introdução e objetivo g de P2O5 planta-1; K = 35, 70 e 140 g


A teca está entre as espécies florestais de K2O planta-1), mais um tratamento
mais plantadas nos países tropicais por adicional (P = 0 de P2O5 planta-1 + K =
apresentar uma das madeiras mais valiosas 70 g de K2O planta-1) e testemunha com
e apreciadas no mundo. Entretanto, pouco calcário (Elevação de V% = 70%).
se sabe sobre as necessidades nutricionais Os resultados foram submetidos à Anova
da teca é limitante a seu cultivo. Objetivou- e as médias comparadas pelo teste de
se com este avaliar o desenvolvimento da Dunnett a 5%. Para a análise de variância o
Tectona grandis L.f. em relação à interação esquema fatorial diferenciado foi analis ado
dos fatores nutricionais de P e K em com adição de um tratamento adicional
condições de campo. e uma testemunha com auxilio do pacote
computacional ASSISTAT, versão 7.7.

Material e métodos
O experimento foi instalado a campo, na Resultados e discussão
Fazenda São Tomaz, de propriedade da Na Tabela 1 observam -se os resultados da
empresa Companhia Vale do Araguaia, análise do incremento corrente semestral
localizada na cidade de Água Boa/MT, em DAP, onde a interação P x K foi
coordenadas 14º03’00’’ S e 52º09’31’’ W significativa somente aos 18 map para as
de Greenwich e altitude de 430 m. As fontes de variação Fator 1 (P), Fat x Adc +
medidas foram realizadas a cada 6 meses Test e Adc x Test.
até os 30 map (meses após o plantio). O Fator 1 (P) apresentou-se de forma
O delineamento foi em blocos ao acaso, significativa, onde a dose 180 g de P2O5
com 11 tratamentos e 4 repetições, em planta-1 apresentou melhor resposta de
esquema fatorial 3x3 (P = 90, 180 e 360 incremento corrente semestral de DAP

296
Resumos Expandidos

(1,23 cm semestre-1), quando comparada 5% de probabilidade e ns Não significativo


as demais doses avaliadas (Tabela 2). pelo teste F (p > = 0,05).
A Cáceres Florestal (2006) recomenda que
para a obtenção de toras com dimensões Incremento Corrente
Fonte de Variação
Semestral (DAP)
para serraria, num ciclo de corte que gira
Fator 1 (P)
em torno de 30 anos é interessante que o --------- cm ---------
(g/planta-1)
incremento médio do DAP das árvores seja
90 1,04 b
de 0,85 cm semestre-1, o que demostra a
180 1,23 a
influência da adubação dos solos florestais
360 0,96 b
cultivados com teca.
Para a fonte de variação Fat x Adc + Test, Tabela 2. Incremento corrente semestral em
todos os tratamentos foram cons iderados DAP das árvores de Tectona grandis L.f. até os
30 map em função fonte de variação adubação
semelhantes estatisticamente, com exceção
de fósforo (P) (Fator 1). Médias na horizontal
do tratamento adicional, o qual apresentou seguida de mesma letra não diferem entre si
média abaixo dos demais tratamentos pelo teste de Dunnett, a 5% de significância.
avaliados no período dos 18 map (Tabela 3).
Nas demais épocas de avaliação não foram Incremento Corrente
Fonte de variação Semestral (DAP)
observadas diferenças significativas, o que
pode ser justificado pela baixa precipitação Fat x Adc + Test 18 24 30

ocorrido neste período de avalição das (g planta )-1 cm

árvores. 1. P=90 + K=35 1,14 a 1,52 a 1,86 a

2. P=90 + K=70 1,01 a 1,54 a 1,93 a


Épocas de avaliação (map)
Fonte de variação 18 24 30 3. P=90 + K=140 0,96 a 1,54 a 1,82 a

Valor de F 4. P=180 + K=35 1,16 a 1,69 a 1,85 a

Fator 1 (P) 6,604 *


3,472 ns
2,513 ns
5. P=180 + K=70 1,22 a 1,40 a 1,70 a

Fator 2 (K) 0,224 ns


0,389 ns
0,605 ns
6. P=180 + K=140 1,32 a 1,37 a 1,75 a

Int. (P x K) 0,862ns 0,666ns 0,476ns 7. P=360 + K=35 1,00 a 1,73 a 1,74 a


Fat x Adc + Test 8,475* 14,228ns 0,014ns 8. P=360 + K=70 0,93 a 1,77 a 1,48 a
Adc x Test 18,362* 4,867ns 2,334ns
9. P=360 + K=140 0,95 a 1,76 a 1,66 a
CV (%) 18,37 16,05 15,03
Adic. P= 0 + K= 70 0,57 b 1,05 a 1,88 a
Tabela 1. Análise de variância do incremento Test Calagem 1,15 a 1,43 a 1,60 a
corrente semestral em DAP das árvores de Média Geral 1,04 1,53 1,75
Tectona grandis L.f. até os 30 map em função
das doses de fósforo e potássio. Fat = Tabela 3. Incremento corrente semestral em
Fatorial. Adc = Tratamento adicional. Test = DAP das árvores de Tectona grandis L.f. até os 30
Tratamento testemunha. CV% = Coeficiente map em função da fonte de variação Fat x Adc
de variação em %. * Significativo ao nível de + Test. Fat = Fatorial. Adc = Tratamento

297
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

adicional. Test = Tratamento testemunha. observaram, aos 22 map, DAP de 6,96 cm


DAP = Diâmetro à altura do peito. map = e 6 m de altura com incremento corrente
meses após plantio. Letras após as médias de 1,9 cm semestre-1 em DAP e 1,64 m
comparam os tratamentos em relação à
testemunha pelo teste de Dunett, a 5% de semestre-1 em altura. Esses resultados
significância. podem ser considerados tomando por base
a possível influência dos espaçamentos em
Na Figura 1 demonstra-se o incremento interação com a adubação adequada.
corrente semestral para a variável DAP Aos 24 map, a média dos experimentos
até os 30 map. A 1ª avaliação de DAP fatoriais, respondeu no incremento
realizou-se somente aos 12 map, pois na corrente anual com 2,70 cm de DAP. Tonini
avaliação anterior, as árvores ainda não et al. (2009) em estudo do crescimento
apresentavam altura suficiente de medida da T. grandis observou DAP de 1,38 cm,
convencional do DAP (1,3 m). Na 2ª respondendo de forma inferior à média
avaliação a resposta dos tratamentos em encontrada neste experimento.
incremento do DAP foi crescente até a Observa-se que na 4ª avaliação (aos
4ª avaliação 30 map (meses após plantio). 30 map) as médias dos tratamentos
Aos 24 map, o DAP apresentou 5,12 cm e não responderam expressivamente ao
4,56 m de altura com incremento corrente incremento semestral corrente do DAP
de 1,6 cm/semestre-1 em DAP e 1,15 m/ (9,5% de incremento corrente semestral),
semestre-1 em altura. quanto ao período anterior (45,5% de
incremento corrente semestral aos 24
map). Este fato pode estar diretamente
ligado à resposta da espécie ao baixo índice
pluviométrico ocorrido no ano de 2012,
o qual apresentou precipitação média de
1797 mm.
Os processos de transferência de nutrientes
do solo para a planta dependem da
disponibilidade de hídrica e a concentração
Figura 1. Avalição de DAP das árvores destes nutrientes na adição de fertilizantes,
de Tectona grandis L.f. até os 30 map em que só será efetiva se a disponibilidade
resposta aos tratamentos de interações P x K.
de água no solo estiver adequada às
necessidades da espécie.
Resultados superiores foram encontrados
por Passos et al. (2006), em estudo de
Conclusões
silvicultura com teca em oito diferentes
A adubação de fósforo e potássio, em
densidades e arranjos espaciais, onde
interação, influenciou positivamente o

298
Resumos Expandidos

incremento de DAP das árvores de teca;


A ausência de fósforo na adubação de
plantio da teca influenciou negativamente
o DAP;
A irregularidade de chuvas da região
causou variação da dinâmica nutricional
da teca e consequentemente afetou seu
incremento em DAP;

Referências
CÁCERES FLORESTAL. Manual
do cultivo da teca. Versão eletrônica
atualizada em janeiro de 2006. 32 p.

PASSOS, C. A. M.; BUFULIN JÚNIOR,
L.; GONÇALVES, M. R. Avaliação
silvicultural de Tectona grandis L.f.,
em Cáceres – MT, Brasil: resultados
preliminares. Ciência Florestal, Santa
Maria, RS, v. 16, n. 2, p. 225-232, 2006.

TONINI, H.; COSTA, M. C. G.;


SCHWENGBER, L. A. M. Crescimento
da Teca (Tectona grandis L.f.) em
reflorestamento na Amazônia Setentrional.
Pesquisa Florestal Brasileira. Colombo,
n. 59, p. 05-14, jul./dez. 2009.

299
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Índice de área foliar ao primeiro ano


de eucalipto plantado em diferentes
espaçamentos no Sudoeste Goiano
Eduardo Morais Vieira¹; Alexandre Burgo Castilho¹; Robson Schaff Corrêa²;
Nikerson Guimarães de Lima¹; César Augusto Pereira Bonifácio¹

¹Graduando, Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Goiás – Câmpus Jataí


(eduardomoraisvieira@hotmail.com) (alexandreburgo.castilho@gmail.com)
(nikersonlima@hotmail.com) (cesarbonifacio01@gmail.com); ²Engenheiro Florestal,
Prof. Dr. do Curso de Engenharia Florestal, UFG – CAJ (schaffcorrea@ufg.br).

Introdução e objetivos de Engenharia Florestal da Universidade


Uma das formas de se medir a quantidade Federal de Goiás, localizado no município
de folhas em uma floresta é através do de Jataí-GO, situada à latitude de 17° 56’ S,
índice de área foliar (IAF). Esse Índice longitude de 51° 43’ O, a 621 m de altitude,
consiste em uma relação entre a área em um Plintossolo.
de folhas pela área superficial de solo. Conforme a classificação climática de
Costuma ser expresso em m² de folhas por Köppen, o clima da região é classificado
m² de superfície de solo e está diretamente como Awa, tropical de savana,
ligado à fotossíntese e à transpiração. mesotérmico, com chuva no verão e seca
Nessa avaliação mede-se somente um das no inverno. A precipitação média anual é
faces das folhas [1]. de 1645 mm e temperatura média anual
É um importante índice na compreensão de 23,7 °C. A espécie utilizada para estudo
dos efeitos das práticas silviculturais foi o híbrido E. camaldulensis x E. grandis,
sobre as florestas plantadas, auxiliando na com um ano de idade. As árvores foram
manutenção da sustentabilidade do sítio. provenientes de um experimento para
O objetivo deste trabalho foi avaliar os avaliação do espaçamento de plantio, onde
efeitos dos espaçamentos de plantio os cinco tratamentos, com três repetições
sobre o IAF em um híbrido de Eucalyptus cada, seguiram o delineamento inteiramente
camaldulensis Dehnh. x Eucalyptus grandis W. casualizado, obtendo-se o número total
Hill., com um ano de idade, no sudoeste de 15 parcelas. Os tratamentos aplicados
do estado de Goiás. foram os espaçamentos de 3 m x 1 m, 3
m x 2 m, 3 m x 3 m, 4 m x 3 m e 4 m x
4 m, respectivamente para os tratamentos
Material e Métodos de 1 a 5.
O material para o presente estudo foi
A coleta do material para estudo foi
coletado na área experimental do curso
realizada em dezembro de 2012, abatendo-

300
Resumos Expandidos

se uma árvore por tratamento. Para


esta análise, elegeram-se as árvores que  MSFTxAAF 
 
apresentaram características médias de MSFA 
diâmetro à altura do peito (DAP), obtidos IAF =  xS
A
do inventário amostral. Para cada árvore
abatida, determinou-se o peso fresco Em que:
do dossel foliar. Posteriormente, após a
IAF = índice de área foliar.
homogeneização de todas as folhas da
copa, foi coletada uma amostra de folhas, MSFT = massa seca foliar total (g).
resultando em um total de 15 amostras. AAF = área da amostra foliar (m²).
Para cada amostra foram coletadas
MSFA = massa seca foliar da amostra (g).
100 folhas completamente expandidas,
A = área ocupada por uma árvore (m²).
que depois de terem uma de suas faces
digitalizadas em uma resolução de 200 dpi, S = sobrevivência.
em scanner de mesa, foram processadas
pelo software ImageJ, obtendo-se a área Buscando verificar se houve diferença
foliar das amostras. As 15 amostras (100 estatística entre o IAF para os diferentes
folhas cada), foram levadas à estufa de
tratamentos avaliados foi realizada uma
circulação e renovação forçada de ar, à
análise de variância (ANOVA), com 5%
temperatura de 65 °C, até atingirem massa
de significância, e caso houvesse diferença
constante, com posterior determinação da
significativa entre os tratamentos, os
massa seca em balança de precisão (0,01 g).
mesmos foram submetidos ao teste de
Determinou-se massa seca foliar total da
Tukey a 5% de significância.
árvore pela expressão:

MSFAxMFFT Resultados e discussão


MSFT = Após ANOVA verificou-se que houve
MFA diferença estatística significativa para o
IAF entre os tratamentos (Figura 1). O
Em que:
maior valor de IAF foi encontrado para o
MSFT= massa seca foliar total (g). tratamento 1, enquanto que o menor valor
MSFA= massa seca foliar da amostra (g). para o tratamento 5.
MFFT= massa fresca foliar total (g).
MFA= massa fresca da amostra (g).

A partir da massa seca foliar total,


determinou-se o IAF, por tratamento, pela
expressão:

301
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusões
Houve efeito dos espaçamentos de plantio
sobre o IAF no híbrido de Eucalyptus
camaldulensis Dehnh. x Eucalyptus grandis W.
Hill. com um ano de idade.
O maior IAF foi obtido pelos tratamentos
3 m x 1 m e 3 m x 2 m, podendo ser
futuramente os tratamentos mais produtivos.
Recomenda-se a continuidade dos estudos
para o fornecimento de dados conclusivos
Figura 1. Índice de área foliar para os a respeito da interferência do espaçamento
sobre o IAF para o híbrido em estudo.
tratamentos de espaçamento aplicados em
híbrido de Eucalyptus camaldulensis Dehnh. x
Eucalyptus grandis W. Hill., com um ano de idade, Referências
Jataí-GO. Onde: IAF = índice de área foliar; [1]MACEDO, R. L. G.; VALE, A. B.;
Tratamentos: 1 = 3 m x 1 m, 2 = 3 m x 2 m, 3 VENTURIM, N. Eucalipto em sistemas
= 3 m x 3m, 4 = 4 m x 3 m e 5 = 4 m x 4 m; agroflorestais. Lavras: UFLA, 2010. 331 p.
médias seguidas da mesma letra não diferem
entre si pelo teste Tukey a 5% de significância. [2]XAVIER, A. C.; SOARES, J. V.;
ALMEIDA, A. C. Variação do índice de
O IAF encontrado em cada tratamento área foliar em clones de eucalipto ao longo
está condizente com o valor de 2,95 [2], de seu ciclo de crescimento. Revista Árvore,
em plantações de E. grandis W. Hill ex Viçosa, MG, v. 26, n. 4, p. 421-427, 2002.
Maiden, aos 15 meses de idade, submetido
ao espaçamento de 3 m x 3 m, no norte [3]ALMEIDA, J. C. R.; LACLAU, J-P.;
do Espírito Santo, e com experimento para GONÇALVES, J. L. M.; MOREIRA,
avaliar o efeito do K e Na sobre o IAF de R. Índice de área foliar de Eucalyptus
E. grandis durante os três primeiros anos grandis em resposta à adubação com
de crescimento, submetido a espaçamento potássio e sódio. In: SEMINÁRIO DE
3 m x 2 m, em Itatinga-SP [3], com RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA
valores de IAF de 3,06, para o tratamento HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO
submetido à adubação com K, 2,11, para o SUL: o Eucalipto e o Ciclo Hidrológico, 1.,
tratamento submetido à adubação com Na 2007, Taubaté. Anais... Taubaté, 2007. p. 1-7.
e 1,52 para o tratamento testemunha, aos
11 meses de idade.

302
Resumos Expandidos

Influência da fertilização na forma


do tronco de Eucalyptus grandis
Amanda Fernandes Franci¹; José Henrique Tertulino Rocha²; Maurício
Reynaldo Prieto³; Alexandre de Vicente Ferraz4; José Leonardo Moraes
Gonçalves5

1 Graduanda em Eng.Florestal ESALQ/USP (amanda.franci@usp.br);


2 Doutorando em Recursos Florestais ESALQ/USP (rocha.jht@gmail.com);
³ Eng. Florestal FAEF/GARÇA-SP (mauricioprieto@bol.com.br);
4
Doutor em Recursos Florestais ESALQ/USP (devicenteferraz@gmail.com);
5
Prof.Dr. Departamento de Ciências Florestais ESALQ/USP (jlmgonca@usp.br)

Introdução e objetivos na distribuição diamétrica e na forma do


Em regiões tropicais, a água e os nutrientes tronco de um povoamento seminal de
são os recursos naturais mais limitantes Eucalyptus grandis.
para a produtividade e sustentabilidade
das florestas plantadas [1, 2, 5]. No Material e métodos
entanto, surge o questionamento quanto A área de estudo, implantada em 2005,
à influência da fertilização sobre outras localiza-se em Itatinga-SP, região de
variáveis, tais como a forma do tronco e Latossolo Vermelho– Amarelo distrófico
a distribuição diamétrica dos indivíduos e relevo suave ondulado. De acordo com a
na população. Essas variáveis influenciam classificação de Köppen, o clima da região é
as estimativas do volume das parcelas do tipo mesotérmico de inverno seco (Cwa),
experimentais, podendo interferir e com temperatura e precipitação média anual
até mesmo mascarar alguns resultados. de 21°C e 1.400 mm, respectivamente.
Espécie, idade, espaçamento, qualidade do O experimento constitui-se por 9 tratamentos
sítio e posição sociológica são fatores de em 3 blocos, os quais diferem entre si
influência sobre a forma das árvores [8]. O quanto ao manejo de resíduos florestais e à
conhecimento da distribuição diamétrica fertilização. Neste estudo, foram avaliados
permite avaliar o comportamento da apenas os tratamentos correspondentes
espécie, tendo em vista os vários fatores às diferentes fertilizações, sendo eles: CF
que possam interferir em seu crescimento, (fertilização completa), SN (omissão de
dentre os quais o manejo e as atividades de nitrogênio), SP (omissão de fósforo), SK
exploração comercial [3]. Neste contexto, (omissão de potássio), SCa (omissão da
objetivou-se avaliar o efeito da omissão de calagem) e SF (sem fertilização).
nitrogênio, fósforo, potássio e da calagem

303
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A adubação utilizada por hectare foi de apresentando uma distribuição normal


130 kg de N, 100 kg de P2O5, 150 kg de (Figura 1 A). Segundo Lima (2013),
K2O, 30 kg de micronutrientes e 2000 kg a disposição gráfica próxima de uma
de calcário, realizada em três fases: uma curva normal é característica de florestas
adubação de base e duas de cobertura. O plantadas. Enquanto isso, os tratamentos
espaçamento utilizado foi de 3m x 2m, com menores produtividades (SK e
com 25 plantas na área útil de cada parcela SF) apresentaram maior frequência de
e bordadura dupla. indivíduos nas menores classes diâmetricas
A altura das árvores e o diâmetro (Figura 1 B).
dos troncos a 1,30 m do solo foram
medidos com o hipsômetro Vertex e
fita métrica, respectivamente. Com base
nas informações de diâmetro, foram
selecionadas duas árvores por classe
diamétrica, de um desvio padrão de
Figura 1. Distribuição diamétrica das árvores
amplitude, para realização da cubagem
submetidas aos tratamentos: com fertilização
rigorosa. O fator de forma foi calculado completa (A) e sem fertilização (B).
por meio da razão entre o volume real com
casca obtido pela fórmula de Smalian, a
Os tratamentos SN e SF apresentaram uma
partir de sessões transversais a cada metro,
redução de 0,04 e 0,02 no fator de forma,
e o volume do cilindro obtido com as
respectivamente, quando comparados aos
informações do inventário.
demais tratamentos que apresentaram
fator de forma igual a 0,47 (Tabela 1).
Resultados e discussão Com base nestes resultados, pode-se dizer
Os tratamentos CF, SP e SCa apresentaram que a ausência de fertilização nitrogenada
aproximadamente o mesmo volume de eleva a conicidade do tronco, reduzindo o
madeira, que foi de 450 m3 ha-1 aos oito fator de forma em plantações de eucalipto.
anos. Essa ausência de resposta ao P, Os indivíduos das maiores classes
Ca e Mg se deve aos altos teores desses diamétricas apresentaram menores valores
nutrientes no solo. Os tratamentos SN, de fator de forma, o que é justificado por
SK e SF apresentaram redução de 7, 21 Scolforo (1998) ao apontar que árvores
e 26% na produtividade respectivamente, dominantes, por apresentarem menor
mostrando ser o K o nutriente mais crescimento da altura em relação ao
limitante do sítio [4]. O comportamento diâmetro, possuem pior forma. Prodan et
das distribuições diamétricas foi al. (1997) também demonstraram que o
semelhante nos tratamentos de maiores fator de forma decresce com o aumento
produtividades (CF, SN, SP, SCa), do diâmetro e da altura. Na Figura 2

304
Resumos Expandidos

esta relação é apresentada, com o fator povoamentos com diferentes práticas


de forma tendendo a ficar constante em de fertilização não é aconselhável e sua
aproximadamente 0,46. escolha deve considerar a distribuição
diamétrica do povoamento.
Classe/
CF SN SP SK SCa SF Média
Trat
Agradecimentos
-3sd 0,52 0,52
À empresa Suzano Papel e Celulose pela
-2sd 0,46 0,47 0,48 0,51 0,56 0,50 disponibilização da área experimental, à
-1sd 0,48 0,45 0,47 0,48 0,45 0,46 0,46 empresa Siltec pelo auxílio na realização
M 0,43 0,40 0,50 0,45 0,47 0,47 0,45 das atividades e ao Programa Temático de
+1sd 0,45 0,43 0,44 0,47 0,47 0,44 0,45 Silvicultura e Manejo por todo o apoio.
+2sd 0,58 0,46 0,45 0,45 0,43 0,47

+3sd 0,43 0,43


Referências
[1]BARROS, N. F.; COMERFORD, N. B.
Média 0,46 0,43 0,47 0,47 0,47 0,45
Sustentabilidade da produção de florestas
Tabela 1. Fatores de forma obtidos para cada plantadas na região Tropical. Tópicos em
classe diamétrica por tratamento. Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 2, p. 487-
592, 2002.

[2]BARROS, N. F.; NOVAIS, R.


F.; Recomendações de fertilizantes
minerais em plantios de eucalipto. In:
Figura 2. Relação entre o fator de forma e o GONÇALVES, J. L. de M.; BENEDETTI,
diâmetro do tronco a 1,30 m do solo. V. Nutrição e fertilização florestal.
Piracicaba: IPEF, 2000. p. 269-286.

Conclusões [3]BARTOSZECK, A. C. P. S.; MACHADO,


No povoamento estudado, a distribuição
S. A.; FIGUEIREDO, A.; OLIVEIRA, E.
diamétrica foi influenciada pela fertilização.
B. A distribuição diamétrica para bracatingais
A falta de fertilização nitrogenada reduziu
em diferentes idades, sítios e densidades da
o fator de forma das árvores, enquanto
região metropolitana de Curitiba. Floresta e
a omissão da fertilização com os demais
Ambientente, Seropédica, v. 34; p.305-324, 2004.
nutrientes não causou alterações. Além
disso, ficou evidente que o fator de forma
[4]FRANCI, A. F; ROCHA, J. H. T.;
do tronco varia em função das classes
GONÇALVES, J. L. M. Volume de madeira
diamétricas. Dessa forma, a utilização
e biomassa aérea de um povoamento
de um mesmo fator de forma para
de Eucalyptus grandis em resposta à

305
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

omissão de macronutrientes. In: Simpósio .


Internacional de Iniciação Científica da
Universidade de São Paulo, 2013, São
Paulo. [Anais...]. São Paulo: Universidade
de São Paulo, 2013.

[5]GONÇALVES, J. L. M.; ALVARES,


C. A.; HIGA, A. R.; SILVA, L. D.;
ALFENAS, A. C.; STAHL, J.; FERRAZ, S.
F. de B.; LIMA, W. de P.; BRANCALION,
P. H. S.; HUBNER, A.; BOUILLET, J.-
P. D.; LACLAU, J.-P.; NOUVELLON,
Y.; EPRON, D. Integratin genetic and
silvicultural strategies to minimize abiotic
and biotic constraints in Brazilian eucalypt
plantations. Forest Ecology and.
Management, v. 301, p. 6-27, Aug. 2013.

[6]LIMA, J. P. C; LEÃO, J.R . A. Dinâmica


de crescimento e distribuição diamétrica de
fragmentos de florestas nativa e plantada
na Amazônia sul ocidental. Floresta e
Ambientente, Seropédica, v. 20, n. 1,
Jan./Mar. 2013.

[7]PRODAN, M.; PETERS, R.; COX, F.;


REAL, P. Mensura forestal. Sao Jose:
IICA/BMZ/GTZ, 1997. 561 p. (IICA.
Investigacion y Educacion em Desarrollo
Sostenble, AI/SC-97-01).

[8]SCOLFORO, J. R. S. Biometria florestal


medição e volumetria de árvores. Lavras:
UFLA/FAEPE, 1988. 310 p.

306
Resumos Expandidos

Influência das características físicas e


químicas do fertilizante na uniformidade da
adubação de base em plantios de Eucalipto
Maurício Reynaldo Prieto1; José Henrique Bazani2; Guilherme Batistuzzo3;
José Henrique Tertulino Rocha2; José Leonardo M. Gonçalves4

1
Eng. Florestal FAEF/GARÇA-SP (mauricioprieto@bol.com.br);2Pós-graduação
ESALQ/USP (bazani.jh@gmail.com; rocha.jht@gmail.com);
3
InternationalPaper (guilherme.batistuzzo@ipaper.com)
; Prof. TitularDepartamento Ciências Florestais ESALQ/USP (jlmgonca@usp.br)
4

Introdução e objetivos Material e Métodos


O cultivo do eucalipto é caracterizado pela Trabalhou-se com fertilizantes granulados
silvicultura intensiva e uso de genótipos NPK sendo 3 produtos compostos
de alta capacidade extrativa de nutrientes, por mistura de grânulos (MGO) e 1
necessitando de prática de adubação produto composto por mistura granulada
para manutenção doselevados níveis de (MGA) (Tabela 1). Os produtos foram
produtividade[1]. Todavia o custo dos caracterizados em laboratório (ESALQ/
fertilizantes encontra-se em elevação e com USP) e em seguida levados a campo, em
isso torna-se indispensável o conhecimento áreas de plantios comerciais da empresa
destes produtos e sua influência no sucesso InternationalPaper para avaliação da
das práticas de fertilização para garantir qualidade da distribuição.
eficiência de utilização.Objetivou-se com o
estudocaracterizar os fertilizantes granulados
(mistura de grânulos e mistura granulada)
em condições de laboratório e avaliar a
qualidade de distribuição em campo.
Dose Aplicada
Código* Natureza Física Garantia do fertilizante
(kg ha-1)
A1 Mistura de grânulos NPK 09:36:12+1%S+0,2%Cu+0,4%Zn (Lote 1) 220
A2 Mistura de grânulos NPK 09:36:12+1%S+0,2%Cu+0,4%Zn (Lote 2) 220

B1 Mistura de grânulos NPK 09:36:12+1%S+0,2%Cu+0,4%Zn 220

C3** Mistura granulada NPK 03:17:05+16%Ca+0,1%S+0,2%Cu+0,4%Zn 220 e 465

Tabela 1. Descrição dos fertilizantes utilizados para avaliação da qualidade da distribuição.*As


letras (A, B e C) referem-se aos fornecedores e os números (1, 2 e 3) referem-se ao tipo de
fertilizante. Foram avaliados 2 formulações de fertilizantespertencentes a 3 fornecedores. Para o
Fornecedor 1 avaliou-se 2 lotes distintos sendo os produtos fisicamente diferentes.**Testou-se a

307
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

aplicação do produto C3 em duas doses distintas para fins de acompanhamento do desempenho


do sistema de aplicação. As amostras coletadas com auxílio de caladorforam quarteadas para
análise degranulometria, fluidez, densidade e pH [2].

A aplicação em campo foi realizada de dispersãogranulométrica e presença


modo mecanizado, em filete contínuo(30 de partículas finas (<1mm) quando
a 35 cm de profundidade). O equipamento comparadas com a MGA que obteve
utilizadoera dotado de sistema de maior densidade e fluidez (menor ângulo
acionamento eletro-hidráulico conectado de repouso). A MGOB1 apresentou maior
a um GPS para compensaçãoda dose diferença no pH, sendo este valor de 6,1
aplicada em função da variação da enquanto os demais produtos apresentaram
velocidade de deslocamento da máquina. pH em torno de 4,7 (Tabela 2).
Foram amostradas 3 áreas com os A profundidade de aplicação do fertilizante
produtos B1 e C3 e 1 área com os produtos no sulco foi homogênea. Dos 720 pontos
A1 e A2, devido à menor disponibilidade amostrais apenas 2,5% ficaram fora da
do insumo.Coletou-se 30 amostras para faixa aceitável, não havendo relação com
cada fertilizante distribuídas na área ao o produto utilizado. Esta homogeneidade
longo de 1 ciclo de trabalho da máquina está associada a não agregação da operação
(aplicação de 1.000kg sem a necessidade de de fertilização de base à atividade de
reabastecimento).A coleta do fertilizante subsolagem que é bastante afetada quando
se deu por meio de lonas dispostas no realizadas em conjunto, devido à presença
sentido da linha de subsolagem com de tocos dos ciclos anteriores na linha de
dimensões de 3 metros de comprimento plantio.
por 1,2 metros de largura dispostas Todos os produtos atingiram a dose
superficialmente na linha de plantio. No média recomendada, à exceção da mistura
início, meio e final de cada aplicação foram granulada, com valorinferior ao desejado.
coletadas amostras para verificação da A dose média aplicada da MGO foi de
possibilidade de ocorrência segregação 221 kg ha-1 com variação de 11% entre
ao longo da aplicação. Estas amostras os pontos e da mistura granulada 368 kg
tiveram seus teores de N, P2O5, K2O, Cu ha-1 com variação de 18%.NaMGA (C3),
e Zn determinados em laboratório.Além quando aplicada dose de 220 kg ha-1, o CV
da avaliação da massa, em cada unidade foi de 7,8%. Já na aplicação de 465 kg ha-
amostral foi determinada a profundidade 1
o CV foi de 13%, indicando oportunidade
do fertilizante no sulco de plantio. de ajuste no controlador da vazão para
doses mais elevadas.

Resultados e Discussões
Os fertilizantes MGO apresentaram maior
variabilidade em todos os parâmetros
determinados em laboratório com maior

308
Resumos Expandidos

Granulometria
Densidade Fluidez pH
Código Natureza física 4mm 2mm 1mm
g cm-3 graus (º) -
___________ % ____________
A1 Mistura de grânulos 97,8 a 20,3 a 2,4 a 0,98 b 29,0 a 4,85 c
A2 Mistura de grânulos 96,7 b 13,7 b 2,7 a 0,93 c 28,9 a 4,77 b
B1 Mistura de grânulos 98,1 a 20,5 a 2,7 a 0,96 b 28,9 a 6,13 d
C3 Mistura granulada 84,4 c 0,2 c 0,0 a 1,04 a 27,3 b 4,68 a

Tabela 2. Caracterização dos fertilizantes feita em condições de laboratório. Os valores de


granulometria se referem à quantidade de material passante em cada malha. Médias seguidas pela
mesma letra não diferem entre si pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade
Não foi observado segregação dos 12,4% para a mistura de grânulos e 18,7%,
macronutrientes tanto para a MGO 18,2% e 18,8% para a mistura granulada,
quanto para MGA, porém esta última respectivamente. Para o Cu e Zn estas
teve menor variação entre os valores variações foram de 25,6% e 26,6% para as
(2%) frente à mistura de grânulos (5%). misturas de grânulos e de 17,8% e 19,2%
As maiores oscilações ocorreram para para a mistura granulada.
os micronutrientes, sendo 30%para As diferenças encontradas entre as
MGO contra 7% da MGA. A segregação amostras da MGA são reflexo da maior
ocorreu para estes elementos na MGO, variabilidade da massa aplicada do
com aumento da concentração ao final da produto. A dosagem de 465 kg ha-1 fez
aplicação (Tabela 3). com que a máquina trabalhasse no limite
A quantidade de nutriente aplicada no da capacidade de aplicação e influenciou
talhãofoi mais dependente da massado a quantidade de fertilizante aplicado na
fertilizante distribuído em campo do área, não sendo esta variação atribuída às
que da sua concentração. O CV médio características do produto.
encontrado para a dose de N, P2O5
e K2Oaplicada foi de 12,1%, 11,8% e

Concentração de nutrientes (%) CV entre


início e fim
Código Natureza física Garantia Início Meio Final da aplicação
_________________________ % ____________________________
Fósforo*
A1 Mistura de grânulos 36,0 35,5 32,8 35,3 4,0
A2 Mistura de grânulos 36,0 34,1 35,7 34,5 2,3
B1 Mistura de grânulos 36,0 35,6 35,9 35,0 1,3
C3 Mistura granulada 17,0 16,2 16,2 16,5 1,2
Cobre

309
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A1 Mistura de grânulos 0,20 0,12 0,31 0,24 43,0


A2 Mistura de grânulos 0,20 0,19 0,20 0,30 26,4
B1 Mistura de grânulos 0,20 0,18 0,22 0,26 18,2
C3 Mistura granulada 0,20 0,16 0,14 0,15 6,7
Zinco
A1 Mistura de grânulos 0,40 0,29 0,53 0,47 29,0
A2 Mistura de grânulos 0,40 0,31 0,34 0,62 40,4
B1 Mistura de grânulos 0,40 0,43 0,41 0,61 22,8
C3 Mistura granulada 0,40 0,25 0,26 0,23 6,2

Tabela 3. Concentração de nutrientes no fertilizante durante a adubação. Comparação do teor


de nutriente informado no rótulo do produto com as amostras coletadas no início, meio e final
da aplicação de 1.000 kg para cada fertilizante. *O comportamento de N e K seguiu mesma
tendência do P e não apresentaram alterações significativas na formulação dos produtos.

Conclusão Agradecimentos
A MGA se mostrou mais homogênea nos Nós agradecemos ao Rodrigo Hakamada,
parâmetros avaliados em condições de Hudson Galiari(InternationalPaper),Ron e
laboratório. Maior granulometria, densidade Patrício e Eloá Cabrera (Timac Agro) pelo
e fluidez são características desejáveis e que apoio nas atividades de campo e
favorecem o bom desempenho de aplicação
disponibilização dos insumos;ao Prof.
do fertilizante no campo.
Dr. Rafael Otto e João Granja (GAPE -
A MGA apresentou menor variação dos
ESALQ/USP)pelas orientações e auxílio
teores de nutrientes em sua formulação
ao longo da aplicação em campo em nos métodos laboratoriais.
comparação com a mistura de grânulos.
Foi detectada a presença de segregação
Referências
[1] GONÇALVES, J. L. M. Fertilização de
na aplicação de Cu e Zn nas misturas de
plantações de eucalipto. In: ENCONTRO
grânulos.
BRASILEIRO DE SILVICULTURA,
A massa aplicada do produto teve maior
2., 2011., Campinas. Anais... Piracicaba:
impacto na uniformidade de distribuição
ESALQ, 2011. p. 87-113.
dos nutrientes.
Os micronutrientes apresentaram as [2] VIEIRA, W.; SILVA, F. C. Análises de
maiores variações nas doses aplicadas fertilizantes minerais, organominerais e
em campo, principalmente na MGO, o corretivos. In: SILVA, F. C. Manual de
que reforça a importância da utilização análises químicas de solos, plantas e
de produtos com melhor tecnologia de fertilizantes. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa
fabricação para garantir homogeneidade de
Informação Tecnológica, 2009. p. 87-102.7
aplicação.

310
Resumos Expandidos

Influência de regimes de espaçamento


e desbaste na produção em volume de
Pinus taeda l. ao final da rotação no
Nordeste do Paraná
Denise Jeton Cardoso1; André Eduardo Biscaia de Lacerda2; Maria Augusta
Doetzer Rosot3; Marilice Cordeiro Garrastazu4; Renato Teixeira Lima5

EMBRAPA Florestas (denise.cardoso@embrapa.br);


1

EMBRAPA Florestas (andre.biscaia@embrapa.br);


2

3
EMBRAPA Florestas (augusta.rosot@embrapa.br); 4 EMBRAPA Florestas
(marilice.garrastazu@embrapa.br); 5 Valor Florestal (renato.lima@valorflorestal.com.br)

Introdução e objetivos estado do Paraná. O plantio foi realizado


Vários fatores influenciam o crescimento em 1987 seguindo um delineamento em
em plantações florestais, entre eles o blocos ao acaso. As medições ocorreram
espaçamento inicial entre árvores que, em nas idades 3,5, 4,5, 5,9, 6,9, 7,7, 8,8, 12,
combinação com desbastes, influenciam 19,3 e 24,4 anos. A abordagem deste
o padrão de qualidade e a quantidade de estudo é para o período dos 12 aos 24,4
anos, pois para o período anterior já
madeira ao tempo do corte raso.
ocorreram publicações, por [6], [7] e [4].
A produtividade se altera com mudanças
Cinco regimes de espaçamento (2,5 x 1,2,
nas práticas silviculturais. Assim,
2,5 x 2,0, 2,5 x 2,8, 2,5 x 3,6 e 2,5 x 4,4
informações de plantações florestais
m, portanto com 3.333, 2.000, 1.428, 1.111
em longo prazo são essenciais para o
e 900 árv.ha-1 respectivamente) foram
planejamento da produção.
dispostos aleatoriamente em seis blocos
Este trabalho teve como objetivo a
contínuos de 0,43 ha em um talhão de
análise de diferentes espaçamentos 2,97 ha. Cada tratamento é cercado por
iniciais de plantio em uma rotação de 24 duas linhas de árvores, visando eliminar
anos de um talhão experimental de Pinus a interferência do tratamento vizinho.
taeda, submetido a desbastes conforme Não há análise de solos, no entanto
o usualmente adotado para plantações a posição dos blocos – transversal a
comerciais. inclinação do terreno – sugere alguma
variação na qualidade do sítio, conforme
Material e métodos relatado por [4]. Os desbastes ocorreram
O experimento está localizado no aos 12 anos (sistemático na sexta linha e
município de Jaguariaíva, nordeste do seletivo) e aos 17 anos (somente seletivo).

311
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

As informações após os desbastes foram A diferença entre o espaçamento mais


geradas pelo simulador de desbastes denso e o mais amplo foi 6,6 cm (18%) no
Pisapro, desenvolvido a partir de resultados DAP e 0,3029m3 (32%) para o volume por
de inventários na região do estudo. árvore com casca ao final da rotação. Os
Os regimes de desbaste foram dois desbastes influenciaram positivamente
estabelecidos de maneira a manter pelo o DAP e o volume por árvore, embora a
menos 400 árvores por hectare para o análise do efeito dos mesmos tenha sido
corte raso, o que é comumente adotado em por simulações no Pisapro.
talhões comerciais. Assim, considerando a Esta diferença de 6 cm no DAP entre o
variação das densidades iniciais em relação espaçamento mais amplo e o mais denso
as densidades finais, nos dois desbastes confirma uma tendência observada por
foram eliminados 79% das árvores no Bowling (1986) para Pinus elliottii em um
tratamento mais denso (2,5 X 1,2 m) e talhão de 20 anos de idade, desbastado aos
cerca de 58% das árvores no espaçamento 15 anos. O autor encontrou diferença de
mais amplo (2,5 X 4,4 m). 4,8 cm no DAP, para densidades de 2.500
e 1.000 árv.ha-1.
Resultados e discussão Aos 24 anos, os resultados do presente
A análise do DAP e do volume por árvore estudo indicaram similaridade estatística
com casca ao longo de 24 anos mostrou para ambas as variáveis entre os dois
que o espaçamento inicial influenciou espaçamentos mais densos (3.333 e 2.000
significativamente o desenvolvimento das árv.ha-1) e entre os dois mais amplos (1.111 e
árvores (Figura 1). 900 árv.ha-1). O espaçamento intermediário
(1.428 árv.ha-1) é estatisticamente similar a
2.000 e 1.111 árv.ha-1. Este resultado é
justificado pelo fato de que plantações
com regimes de espaçamento mais amplos
propiciam melhor desenvolvimento da
copa das árvores, levando a um maior
crescimento do diâmetro do fuste. Maior
quantidade de madeira é produzida com
árvores de copas maiores se comparadas
às de copas menores, mas a produção de
galhos na parte inferior do fuste reduz a
qualidade do produto final, causada pela
Figura 1. Evolução do DAP e do volume com maior produção de nós [5].
casca por árvore para cada espaçamento inicial. Quanto ao volume com casca por hectare
observou-se uma tendência uniforme até

312
Resumos Expandidos

o primeiro desbaste, quando ocorrem diâmetro superior a 25 cm na ponta fina


diferenças pontuais causadas pela das toras. Tais resultados configuram
combinação de espaçamento e desbaste, a produção de um local de baixa
chegando a um ponto, na idade 19, em que produtividade, se comparado a resultados
não ocorre diferença visível (Figura 2). A apresentados por [3], para a mesma região,
análise estatística não mostrou impacto em que 57% e até 70% do volume de
significante para o volume por hectare entre Pinus taeda no corte raso aos 19 anos era
os tratamentos na idade 24,4 anos (p>0.5). composto de toras com diâmetro maior
que 23 cm, para uma densidade inicial de
1.600 árv.ha-1.

Conclusões
Figura 2. Evolução do volume com casca por Provavelmente o melhor regime de
hectare para cada espaçamento inicial. desbastes para um sítio de média a baixa
produtividade como o observado no
Os resultados demonstram que os estudo, deveria incluir um desbaste e
desbastes podem disfarçar ou suprimir as o corte raso antecipado para o ano 18,
diferenças entre o volume por hectare em ou nenhum desbaste e o corte raso aos
vários regimes de espaçamento, conforme 15 anos. A decisão sobre o número de
relatado por [8]. desbastes e a intensidade dos mesmos
Quanto ao volume por sortimento, deve levar em consideração os fatores
mais de 50% do volume gerado nos econômicos, características particulares de
espaçamentos mais amplos (900 e 1.111 sítio e a receita esperada.
árv.ha-1) correspondem aos sortimentos Invariavelmente os regimes de
com diâmetro superior a 25 cm, espaçamento mais amplos produzem
enquanto mais de 50 % da produção dos maior percentual de madeira de maior
espaçamentos mais densos (3.333 e 2.000 valor agregado.
árv.ha-1) correspondem a sortimentos com Variáveis ambientais, particularmente a
diâmetro menor que 25 cm. Os resultados disponibilidade de umidade no solo e a
do espaçamento intermediário (1.428 árv. capacidade de manejar a água disponível
ha-1) mostraram um valor intermediário na floresta devem ser consideradas no
entre os obtidos para os mais amplos e planejamento de plantio e definição do
os mais densos, pendendo ligeiramente regime de desbastes. Neste sentido, pode-
para os sortimentos de diâmetro maior se assumir que densidades entre 1.500 e
que 25 cm. As práticas comuns de manejo 2.000 árv.ha-1 são mais adequadas em sítios
de plantações florestais visam obter pelo de média a baixa produtividade, visando
menos 50% de volume comercial com não comprometer o conteúdo de umidade
do solo.

313
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Agradecimentos [5]KOZLOWSKI, T. T.; PALLARDY, S.


Às empresas Florestal Vale do Corisco S/A G. Physiology of woody plants. 2nd. ed.
e Valor Florestal Ltda. por fornecerem San Diego : Academic Press, 1997. 411 p.
os dados para o estudo e também ao Sr.
Ricardo Gilliet pelo trabalho de excelente [6]SANQUETTA, C. R.; ARCE, J. E.;
qualidade nas últimas medições em campo. MELLO, A. A.; SILVA, E. Q.; BARTH
FILHO, N.; MATOSKI, S. L. S. Produção
de madeira livre de nós em povoamentos
Referências
de Pinus taeda em função da densidade
[1]BOWLING, D. 1986. Twenty year
de plantio. Cerne, Lavras, v. 9, p. 129-140,
slash pine space study. What to optimize?
2003
In: PHILLIPS, D. R. (Ed.). Proceedings
of the Fourth Biennial Southern
[7]SANQUETTA, C. R.; MORA, A.
Silvicultural Research Conference,
L.; BORSATO, R.; VIDAL, M. A. S.;
Atlanta, 1986. Asheville: Southeastern
PEIXOTO, A. M.; CHIARANDA, R.
Forest Experiment Station, 1987.
Efeito do espaçamento de plantio em
reflorestamentos II. Pinus taeda L. em
[2]CARDOSO, D. J. Viabilidade técnica
Jaguariaíva - PR. Revista Acadêmica:
e econômica da poda em plantações de
Ciências Agrárias e Ambientais, v. 1, p. 55-
Pinus taeda e Pinus elliottii. 2009. 149 f.
61, 2003.
Tese (Doutorado em Ciências Florestais) -
Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
[8]SNOWDON, P.; WOOLLONS,
R. C. Difficulties in the analysis
[3]CARDOSO, D. J.; LACERDA, A. E. B.
and interpretation of thinning
de; ROSOT, M. A. D.; GARRASTAZU,
experiments and thinned experiments.
M. C.; LIMA, R. T. Influence of spacing
In: BURKHART, H. E.; GREGOIRE,
regimes on the development of loblolly
T. G.; SMITH, J. L. (Ed.). Modelling
pine (Pinus taeda L.) in Southern Brazil.
stand response to silvicultural practices.
Forest Ecology and Management, n.
Virginia: College of Forestry and Wildlife
310, p. 761-769, 2013.
Resources, Virginia Polytechnic Institute
and State University, 1993. p. 110-119.
[4]GOMES, F. D. S.; MAESTRI, R.;
(Publication FWS-1-93).
SANQUETTA, C. R. Avaliação da
produção em volume total e sortimento
em povoamentos de Pinus taeda L.
submetidos a diferentes condições de
espaçamento e sítio. Ciência Florestal,
Santa Maria, RS, v. 7, p. 101-126, 1997.

314
Resumos Expandidos

Influência do espaçamento no
crescimento de Cordia goeldiana
Huber (freijó) em reflorestamento
Arllen Elida Aguiar Paumgartten 1; Rayssa Yuki Murakami Lima 2;
Alberto Neves Junior 3; Jorge Alberto Gazel Yared 4; Silvio Brienza Júnior 5

1
Estudante de Eng. Florestal UFRA, Bolsista PET Florestal; 2 Estudante de Eng.
Florestal UFRA; 3 Estudante de Eng. Florestal UFRA; 4 Doutor em Ciências Florestais,
Embrapa Amapá; 5Doutor em Agricultura Tropical, Embrapa Amazônia Oriental.

Introdução e objetivo fatores determinantes no desempenho


O Cordia goeldiana Huber, vulgarmente silvicultural das espécies. Ele afeta as taxas
chamado de Freijó é uma espécie de crescimento em altura e diâmetro, a
pertencente à família vegetal Boraginaceae qualidade da madeira, a sobrevivência, o
Juss, com distribuição natural em florestas volume de madeira produzido, a idade de
de terra firme ao longo da Amazônia corte, as práticas de exploração e manejo
brasileira, podendo ocorrer em países florestal e assim os custos de produção [2]
como Bolívia e Peru [1]. [3][4].
Essa espécie possui relevante valor Normalmente, o uso de espaçamentos
comercial no setor madeireiro devido a sua reduzidos gera maior produção em
utilização em construções de embarcações, volume total de madeira e a utilização de
carpintaria, marcenaria e mobiliário fino. espaçamentos mais amplos produzem
E para suprir a demanda do mercando maior número de árvores com maior
nacional e internacional a exploração volume individual, o que é mais
dessa espécie é baseada na supressão da interessante para a produção madeireira
floresta nativa através da extração seletiva destinada a serraria [3]
da mesma [2]. Atentando aos diferentes comportamentos
Estudos mostram que várias espécies das espécies florestais e as finalidades de
amazônicas, inclusive a Cordia goeldiana uso, o espaçamento ideal será aquele capaz
Huber possuem potencial para produção de produzir o maior volume de produto
madeireira a partir de plantios homogêneos, em tamanho, forma e qualidade desejáveis
portanto estudos sobre os fatores que [5].
influenciam o desenvolvimento dessa O presente trabalho tem por objetivo
espécie em reflorestamento são de extrema avaliar a influência de diferentes
importância para o sucesso dos mesmos. espaçamentos no crescimento inicial em
O espaçamento entre árvores é um dos altura e diâmetro a altura do peito (DAP)

315
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

da espécie Cordia goeldiana Huber em significativas para os espaçamentos,


plantio homogêneo. sendo o espaçamento 5 m x 5 m o que
apresentou a maior taxa de sobrevivência
e o espaçamento 4 m x 4 m a maior
Material e métodos
mortalidade, conforme a Tabela 1.
O trabalho foi realizado no Campo
Experimental do município de Belterra Sobrevivência (%)
(Latitude 02º 41’ 25” S, Longitude 54º 55’ 3x3 m 4x4 m 5x5 m 6x6 m
11” W), na região do Baixo Amazonas, 97,3 A 96,3 A 98,6 A 97,3 A
estado do Pará, pertencente à Empresa
Tabela 1. Taxas de sobrevivência nos diferentes
Brasileira de Pesquisa Agropecuária espaçamentos com cinco anos de idade.
(EMBRAPA). O solo da área em estudo Médias seguidas pela mesma letra não diferem,
é classificado com Latossolo Amarelo estatisticamente, pelo teste de Tukey a 5%.
distrófico e o clima da região é do tipo
A porcentagem de sobrevivência expressa
Am segundo a classificação climática de
o potencial de estabelecimento de
Köppen, caracterizado por temperaturas
espécies florestais em condições reais de
médias de 24,9 °C e precipitação média campo, portanto o freijó em diferentes
anual de 2.077 mm. A área utilizada para espaçamentos apresenta boa capacidade
o plantio homogêneo de freijó foi de 4,32 de adaptação e vigor [6].
hectares, composta por quatro repetições O crescimento em altura não apresentou
e cada repetição com quatro parcelas, diferença significativa entre os
referentes aos diferentes tratamentos, espaçamentos até o momento avaliado.
sendo estes os espaçamentos entre árvores No entanto, a variável DAP, apresentou
3 m x 3 m; 4 m x 4 m; 5 m x 5 m e 6 m x 6 m. significativa diferença entre dois
As análises estatísticas foram realizadas tratamentos (3 x 3 m e 6 x 6 m) (Tabela 2).
com os dados de medições anuais O maior adensamento do plantio
realizadas no período de 1981 (um ano promoveu redução significativa do
após o plantio) a 1985. As características crescimento do DAP em relação ao maior
espaçamento aos cinco anos de idade. Se
avaliadas são: sobrevivência (%S) e as
fosse avaliado o volume produzido por
variáveis dendrométricas: altura (m) e DAP
unidade de área, provavelmente o maior
(cm). O programa estatístico utilizado foi
espaçamento apresentaria baixa produção
o Assistat 7.7 beta e os tratamentos foram até a idade avaliada [3] [7]. Como o freijó
analisados ao nível de significância de 5% possui um ciclo de corte entre 25-30 anos,
no teste de Tukey. é necessário verificar se em idades mais
avançadas a produção individual será
Resultados e discussão equivalente a produção total por unidade
A análise de variância para a sobrevivência de área [8].
de C. goeldiana não mostrou diferenças z

316
Resumos Expandidos

ESPAÇAMENTO com o aumento do espaçamento entre


3x3 m 4X4 m 5x5 m 6x6 m árvores era o esperado, já que diversos
Idade trabalhos comprovam esse comportamento
Altura (m)
(anos) [3]. O fato do crescimento em altura média
1 0,9 A 0,88 A 0,72 A 0,89 A ser menor quando ocorre o adensamento
2 2,28 A 2,09 A 1,9 A 1,87 A do plantio deve estar relacionado com o
3 3,02 A 3,06 A 2,92 A 2,79 A maior número de árvores dominadas nesses
4 3,49 A 3,59 A 3,75 A 3,67 A arranjos espaciais, as quais apresentam menor
5 4,62 A 5,08 A 5,33 A 5,28 A eficiência de utilização dos recursos do meio
DAP (cm) em relação às árvores maiores [3][12].
1 _ _ _ _
2 3,33 A 3,29 A 2,86 A 2,65 A Conclusões
3 4,82 A 5,51 A 4,95 A 5,03 A Até os cinco anos de idade os diferentes
4 5,98 A 7,08 A 7,02 A 7,4 A arranjos espaciais não afetaram as taxas de
9,57 10,67 sobrevivência e o crescimento em altura de
5 7,44 B 11,68 A
AB AB Cordia goeldiana Huber. Quanto a altura, os
resultados obtidos podem ser devido ao
Tabela 2. Médias das variáveis altura (m) e
grande número de árvores dominadas com
DAP (cm) nos diferentes tratamentos em
cinco idades avaliadas. Médias seguidas pela o adensamento do plantio. No entanto, há
mesma letra não diferem, estatisticamente, a necessidade de se fazer avaliações em
pelo teste de Tukey a 5%. idades mais avançadas.
O crescimento em diâmetro a altura do
Resultados semelhantes foram encontrados peito foi influenciado significativamente
em estudos com Tectona grandis L.f aos pelo menor e pelo maior espaçamento
seis anos de idade, onde apenas a variável entre as árvores. O maior espaçamento
diâmetro mostrou ser influenciada pelo utilizado (6 x 6 m) forneceu as maiores
espaçamento, sendo o maior espaçamento dimensões de DAP de freijó aos cincos
o responsável por maiores valores de anos de idade.
diâmetro [9].
Alguns autores afirmam que a altura Referências
não sofre influência da densidade do [1]CARPANEZZI, A. A.; KANASHIRO,
povoamento [10]. No entanto, a espécie M. Informações sobre a ecologia de
Schizolobium amazonicum em estudos no freijó-cinza (Cordia goeldiana Huber).
Mato grosso mostrou influência tanto Belém, PA: EMBRAPA-CPATU, 1982. 13
para o DAP como para altura, sendo o p. (EMBRAPA-CPATU. Documentos, 14).
adensamento do plantio o responsável
pelas menores taxas de crescimento [11]. [2]YARED, J. A. G.; MARQUES, L.
As maiores dimensões de DAP obtidos C. T.; KANASHIRO, M.; BRIENZA

317
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

JUNIOR, S. Influência do espaçamento para o Desenvolvimento: política,


nas características de crescimento e ambiente, tecnologia e mercado: anais. São
forma de freijó (Cordia goeldiana) e Paulo: SBS; [S.l.]: SBEF, 1993.
morototó (Didymopanax morototoni).
Belém, PA: EMBRAPA-CPATU, 1983. [8]SMITH (1962) apud COUTO,
2 p. (EMBRAPA-CPATU. Pesquisa em L. Influencia do espaçamento no
andamento, 116). crescimento de Eucalyptus urophylla
de origem híbrida, cultivada na
[3]BALLONI, E. A.; SIMÕES, J. W. O região de Coronel Fabriciano. 1977.
espaçamento do plantio e suas implicações 54 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
silviculturais. Série Técnica IPEF, Florestais). Universidade Federal de
Piracicaba, v. 1, n. 3, p. 1–16, set. 1980. Viçosa, Viçosa, MG, 1977.

[4]SCHNEIDER, P. R. Introdução ao [9]RODON, E. V. Estudo de Biomass


manejo florestal. Santa Maria, RS: UFSM. de Tectona grandis L.f. sob diferentes
1993. 348 p. espaçamentos no estado do Mato Grosso.
Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 30, n. 3, p.
[5]PATIÑO-VALERA, F. Variação 337-341, 2006.
genética em progênies de Eucalyptus
saligna Smith e sua interação com [10]PAIVA, H. N.; JACOVINE, L. A. G.;
espaçamento. 1986. 192 f. Dissertação REBEIRO, G. T. Cultivo de eucalipto
(Mestrado em Engenharia Florestal) - em propriedades rurais. Viçosa, MG:
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Aprenda Fácil, 2001. p. 66-67.
Queiroz”, Piracicaba.
[11]RONDON, E. V. Produção de
[6 ]MACEDO, R. L. G.; VENTURIN, biomassa e crescimento de árvores de
N.; TSUKAMOTO FILHO, A. A. Schizolobium amazonicum (Hub.) Ducke
Princípios de agrossilvicultura como sob diferentes espaçamentos na região de
subsídio ao manejo sustentável. Informe mata. Revista Árvore, v. 26 n. 5, p. 573-
Agropecuário, Belo-Horizonte, v. 1, n. 576, 2002.
202, p. 99-109, 2000.
[12]BINKLEY, D.; STAPE, J. L.;
[7]YARED, J. A. G.; LEITE, H. G.; SILVA, BERNARD, H. Age related decline in
R. R. F. da. Volumetria e fator de forma forest ecosystem growth: an indidual-tree
de Morototó (Didymopanax morototonii stand-structure hypothesis. Ecosystem,
Aubl. Decne. Et Planch.) sob diferentes New York, v. 5, p. 58-67, 2002
espaçamentos. In: CONGRESSO
FLORESTAL PANAMERICANO,
1.; CONGRESSO FLORESTAL
BRASILEIRO, 7., 1993, Curitiba. Floresta

318
Resumos Expandidos

Influência do recipiente na produção de


mudas de Piptadenia gonoacantha
Jéssica Martins dos Reis1; Elzimar de Oliveira Gonçalves2;
Bianca Fernandes Darissi3; Kelly Nery Bighi4; Lomanto Zogaib Neves5.

Graduanda em Engenharia Florestal UFES (jessicamartins.ef@gmail.com); 2Prof, Dra.


1

Departamento de Ciências Florestais e da Madeira UFES (elzimarog@yahoo.com.br); 3Graduanda


em Engenharia Florestal, UFES (biancadarissi@hotmail.com); 4Graduanda em Engenharia
Florestal, UFES (kellynery@yahoo.com.br); 5Graduanddo em Engenharia Florestal, UFES
(lomantozogaib@hotmail.com).

Introdução e objetivo Vegeta indistintamente em solos férteis e


Tubetes e sacos plásticos são os recipientes pobres (LORENZI, 2000).
mais utilizados no meio florestal, no Neste contexto, o presente trabalho tem
entanto o maior volume, a possibilidade como objetivo avaliar o efeito do volume e
de enovelamento da raiz e as condições altura de diferentes recipientes na produção
ergonômicas desfavoráveis das sacolinhas, de mudas de pau jacaré, utilizando-se
fazem com que o tubete se destaque ao como parâmetro a altura, diâmetro, massa
serem comparados com as sacolinhas seca de raiz, parte aérea e total, e as relação
(HAHN et al., 2006). Considerando que altura/diâmetro e índice de qualidade de
o tipo de recipiente e suas dimensões dickinson.
exercem influências sobre a qualidade e os
custos de produção de mudas, a escolha Metodologia
do recipiente deve suportar, nutrir a muda, O experimento foi conduzido em casa de
proteger, hidratar e moldar suas raízes sombra e pleno sol na área experimental do
para maximizar a taxa de sobrevivência e Departamento de Ciências Florestais e da
crescimento inicial após o plantio, além de Madeira (UFES), em Jerônimo Monteiro
facilitar o manuseio no viveiro e no plantio (ES).
(CARNEIRO, 1995). Foram utilizados como recipientes tubetes
A Piptadenia gonoacantha (pau jacaré) é uma sacolas plásticas (Tabela 1). Todos os
árvore semicaducifólia, pode apresentar de recipientes foram acondicionados em
8 a 20 m de altura. Possui tronco reto, com bandejas plásticas suspensas em estrutura
cristas aculeadas características, por toda metálica a um metro do solo. Para
a extensão. Fuste normalmente curto, ou enchimento dos recipientes foram utilizados
com multitroncos, quando isolado. Ocorre substratos comerciais à base de casca de
quase exclusivamente em associações pinus decomposta.
secundárias como capoeiras e capoeirões.

319
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Diâmetro Diâmetro Altura


Tratamento Modelo Volume (cm³) Superior (mm) Inferior (mm) (mm)
T1 Tubete cônico 53 28 12 125
T2 Tubete cônico 115 38 15 145
T3 Tubete cônico 180 52 9 131
T4 Tubete cônico 280 52 13 190
T5 Sacola Plástica 854 80 80 170

Tabela 1. Descrição detalhada dos tratamentos para a definição do recipiente ideal para a
produção de mudas de Piptadenia gonoacantha.
Semearam-se três sementes por recipiente e diâmetro (H/D); e por fim o índice de
e, após a semeadura, os tratamentos foram qualidade de Dickson (IQD) (DICKSON
conduzidos em casa de vegetação. A et al., 1960).Os dados foram interpretados
irrigação foi realizada através do sistema por análise de variância e testes de médias,
de microaspersão com duração de quinze utilizando programa Sisvar.
minutos e repetidos quatro vezes ao
dia. Após a germinação, foi efetuado o Resultados e discussões
desbaste, mantendo-se a plântula maior e Foram evidenciadas diferenças estatísticas
mais central de cada recipiente. Cerca de entre todas as variáveis estudadas (altura,
30 dias após a germinação das sementes, diâmetro do coleto, massa seca da raiz,
as mudas foram transferidas para canteiros massa seca da parte aérea e massa seca
a pleno sol por 120 dias. total. com o tratamento aplicado foi feito
O experimento foi conduzido em DIC teste de para cada tratamento. média de
com cinco tratamentos e quatro repetições. Scott – Knott a 5% de probabilidade
A unidade experimental foi constituída por
20 plantas, dispostas em grupos de quatro
fileiras com cinco plantas, sendo avaliadas
as seis mudas centrais.
Para características avaliadas que
apresentaram efeitos significativos de
acordo Para avaliar a influência dos
diferentes recipientes foi avaliado diâmetro
de colo em milímetros (D), altura da parte
aérea em centímetros (H), massa seca
radicular em gramas por muda (MSR),
massa seca da parte aérea em gramas
por muda (MSPA), massa seca total em
gramas por muda (MST), relação a altura

320
Resumos Expandidos

H DC MSR MSPA MST


Tratamento RRPA IQD
-cm- -mm- -g muda-1 - g muda-1- g muda-1
T1 (50 cm³) 11,99 b 2,15 b 0,78 b 0,85 b 1,62 b 0,92 b 0,25 b
T2 (115 cm³) 11,07 b 2,08 b 0,75 b 0,53 c 1,27 b 1,43 a 0,22 b

T3 (180 cm³) 11,13 b 1,57 c 0,51 c 0,33 c 0,84 c 1,58 a 0,11 c

T4 (280 cm³) 11,22 b 1,54 c 0,41 c 0,34 c 0,74 c 1,25 a 0,09 c


T5 (854 cm³ - sacola) 19,39 a 2,70 a 1,34 a 1,53 a 2,87 a 0,87 b 0,34 a
P 0,0000 0,0000 0,0001 0,0000 0,0000 0,0058 0,0001
CV (%) 5,07 9,49 23,4 18,79 20,36 20,3 26,53

Tabela 2. Valores médios de altura (H), diâmetro do coleto (DC), massa seca da raiz (MSR),
matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca total (MST), relação entre o peso seco da
raiz e peso seco da parte aérea (RRPA) e Índice de Qualidade de Dickson (IQD) de mudas de
pau-jacaré produzidas em diferentes recipientes, aos 120 dias de idade. Obs.: médias seguidas
do mesmo número não diferem estatisticamente entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de
Scott – Knott.

Apesar as mudas não terem alcançado o A partir dos dados observados quanto
tamanho ideal para serem levadas a campo, a variável RRPA, pode-se notar que os
segundo Gonçalves et al. (2000), que tratamentos 2, 3 e 4 apresentaram uma
preconiza que as mesmas devem apresentar maior proporção de matéria seca na parte
altura entre 20 e 35 cm, pode-se observar aérea, ou contrario dos tratamentos 1 e 5
que para a variável altura, o saco plástico se que apresentaram um maior volume de
destacou apresentando valor médio maior. raízes, comparados com a parte.
Tal comportamento se manteve na variável No índice de qualidade de Dickson o
diâmetro do coleto. As plantas cultivadas tratamento 5 também se mostrou superior
em recipientes intermediários (T4 e T3), aos demais.A partir de uma análise
apresentaram valores de diâmetro inferiores geral dos resultados, ficou claro que as
aos recipientes pequenos (T1 e T2). mudas produzidas nas sacolas plásticas
As mudas produzidas nas sacolas apresentaram melhores características
plásticas apresentaram maior massa seca de qualidade. No entanto a produção
do sistema radicular, da parte aérea e de mudas nestes recipientes é mais cara
por consequência, também massa seca quando comparado a produção utilizando.
total, quando comparado com os valores Ao se comparar os tratamentos T2 e
obtidos em recipientes com menor T3 pode-se perceber que a altura do
volume, evidenciando assim, a importância recipiente influenciou no crescimento da
do maior espaço livre, tanto em volume muda, onde apesar de T2 possuir menor
quanto em altura do recipiente, para o volume, apresentou diferencia significativa
desenvolvimento das raízes (Tabela 2). para alguns parâmetros analisados ao ser

321
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

comparado com T3, mostrando assim que Secretária do Meio Ambiente para a
a maior altura do recipiente permite um Conservação e Produção Florestal do
melhor crescimento da planta. Estado de São Paulo, 2006. 144 p.

Conclusões LORENZI, H. Árvores brasileiras:


As sacolas plásticas se mostram o melhor manual de identificação e cultivo de plantas
recipiente para o crescimento de mudas arbóreas nativas do Brasil. 4.ed. Nova
de Piptadenia gonoacantha aos 120 dias Odessa: Plantarum, 2000. v.1, 368p.
de idade. No entanto o fato destas não
terem atingido o tamanho ideal para O presente está vinculado ao projeto:
serem levadas a campo sugere que estas DIVERSIDADE BIOLÓGICA E
necessitam permanecer no viveiro por FUNCIONAL DA FLORESTA
mais dias, até que tenham altura suficiente. OMBRÓFILA DENSA DO PARQUE
NACIONAL DO CAPARAÓ,
Referências ESPÍRITO SANTO do Edital/Chamada
CARNEIRO, J. G. de A. Produção Universal 14/2011 e Número do processo
e controle de qualidade de mudas 475471/2011-3.
florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF, 1995.
451 p.

DICKSON, A.; LEAF, A. L.; HOSNER,


J. F. Quality appraisal of white spruce and
white pine seedling stock in nurseries.
Forestry Chronicle, v. 36, n. 1, p. 10-13,
1960.

GONÇALVES, J. L. M.; SANTARELLI,


E. G.; MORAES NETO, S. P.; MANARA,
M. P. Produção de mudas de espécies
nativas: substrato, nutrição, sombreamento
e fertilização. In: GONÇALVES, J. L.
M.; BENEDETTI, V. (Ed.). Nutrição e
fertilização florestal. Piracicaba: IPEF,
2000. p. 309-350.

HAHN, C. M. (Ed.) Recuperação


florestal: da semente à muda. São Paulo:

322
Resumos Expandidos

Influência do regime hídrico sobre o


crescimento de mudas de Eucalyptus
globulus
Túlio Barroso Queiroz¹; Júlio Cesar Rodrigues Lopes Silva²;
Nayara Natacha Pereira de Jesus¹; Sofia Maria Gonçalves Rocha¹;
Ernane Ronie Martins³

¹Graduando Eng. Florestal ICA/UFMG (tulioeng.florestal@gmail.com; nayaranatacha14@yahoo.


com, sofiamaria.r@hotmail.com); ²Agronomia (juliocesarls2009@hotmail.com);
³Prof. Dr Instituto de Ciências Agrárias da UFMG (ernane.ufmg@gmail.com)

Introdução e objetivos Foi instalado em casa de vegetação no


O Eucalyptus globulus apresenta maior área delineamento inteiramente casualizado,
plantada em Portugal, onde apresentou boa com seis tratamentos e quatro repetições.
adaptação ao clima. A implantação dessa Os tratamentos consistiram em seis lâminas
espécie na região sul do Brasil, contribuiu de irrigação, determinadas com base na
com mais uma fonte de madeira com evapotranspiração de referência (Eto):
qualidade e rendimentos diferenciados 0,5xETo; 0,75xETo; 1,0xETo; 1,25xETo;
[1]. Esta espécie diferencia-se das demais 1,5xETo e 1,75xETo calculadas conforme
por apresentar baixo teor de lignina, a equação de Hargreaves-Samani [4]. As
visado principalmente pela indústria de unidades amostrais consistiram em 24
papel e celulose [2]. Além disso, o óleo vasos com capacidade de 10L, preenchidos
essencial extraído de suas folhas apresenta com solo, devidamente corrigido de
propriedades terapêuticas, utilizado pela acordo com as exigências nutricionais
indústria farmacêutica [3]. O regime da espécie. As mudas foram produzidas
hídrico imposto às mudas pode exercer a partir de sementes em bandejas de
diversos efeitos sobre o crescimento da isopor, sendo transplantadas para o vaso
planta. Assim, o presente estudo teve 30 após a germinação. Durante todo o
como objetivo determinar a lâmina de experimento foram coletadas, diariamente,
irrigação mais adequada ao crescimento as temperaturas máxima e mínima. Os
inicial de E. globulus. dados experimentais foram submetidos à
análise de regressão.
Material e métodos
O experimento foi realizado no município Resultados e discussão
No estudo observaram-se menores
de Montes Claros, Norte de Minas Gerais.
temperaturas nos primeiros 20 dias do

323
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

experimento, com temperaturas médias das mesmas (Tabela 1).


entre 20,5 °C e 24,5 °C. As maiores
temperaturas foram evidenciadas entre LÂMINAS
EQUAÇÃO (Y) r²
41° e 61° dias, com temperaturas máximas APLICADAS
próximas dos 40 °C. Nos últimos 40 dias 0,50XETo y = 0.5679x + 0.1 0.90
de cultivo, observa-se que a temperatura
0,75XETo y= 1.0386x - 0.26 0.96
média manteve-se entre 24,5 a 31 °C
1,00xETo y = 0.695x + 0.2383 0.94
(Figura 1).
1,25XETo y = 0.4993x + 0.265 0.93
1,50XETo y= 0.2728x + 0.84 0.5617
1,75XETo Y= 0.2743x +0.81 0.5483

Tabela 1. Equações geradas a partir da


regressão linear do crescimento do diâmetro
associadas ao Coeficiente de determinação (r2)
em função das lâminas de irrigação.

Figura 1. Temperatura na casa de vegetação Quanto à altura verificou-se que a lâmina de


irrigação corresponde a 0,75xETo também
foi responsável pelo maior crescimento
Verificou-se que a lâmina 0,75xET
médio em altura, com 58,9 cm, sendo que
foi responsável por maior diâmetro,
as demais lâminas foram responsáveis por
sendo que, aos 105 dias esta lâmina foi
um crescimento
responsável pelo diâmetro médio de 5,6
mm, enquanto que as demais lâminas
apresentaram diâmetros entre 2 e 4,0 mm
(Figura 2).

Figura 3. Altura do Eucalyptus globulus


ao longo do tempo em função das lâminas
aplicadas.

Figura 2. Diâmetro do Eucalyptus globulus Na Tabela 2 é possível verificar as


ao longo do tempo em função das lâminas equações que compõem as regressões
aplicadas. lineares geradas a partir do crescimento em
altura do Eucalyptus globulus.
Associada à tendência linear da regressão
de cada lâmina aplicada têm-se as equações

324
Resumos Expandidos

LÂMINAS Dissertação (Mestrado em Engenharia


EQUAÇÃO (Y) r² Florestal)-Universidade Federal de Santa
APLICADAS
0,50XETo y = 7.3364x - 3.4983 0,97 Maria, Santa Maria, 2003.
0,75XETo y= 10.467x - 2.9683 0,99
1,00xETo y = 6.8414x + 2.2967 0.97 [3]ROCHA, M. E. N.; SANTOS, C. L.
1,25XETo y = 5.2271x + 3.3967 0.98 O uso comercial e popular do Eucalyptus
1,50XETo y = 2.8821x + 5.8333 0.99 globulus Labill-Myrtaceae. Saúde &
1,75XETo y = 3.34x + 4.71 0.99 Ambiente em Revista. Duque de Caxias,
v. 2, p23-24. 2007.
Tabela 2. Equações geradas a partir da
regressão linear do crescimento em altura
associadas ao R² em função das lâminas de [4]BERNARDO, S.; SOARES, A. A.;
irrigação. MANTOVANI, E. C. Manual de
irrigação. Ed. UFV, p.67, 2009.
Conclusão
Este estudo permitiu definir que a
aplicação da lâmina irrigação corresponde
a 75% da evapotranspiração (0,75xETo)
é responsável por favorecer maiores
diâmetros e alturas para a espécie Eucalyptus
globulus.

Apoio
FAPEMIG, CNPq e SESU-PET

Referências
[1]MILAGRES, F. R. Avaliação da madeira
de híbridos de Eucalyptus globulus com E.
grandis e E. urophylla, para produção de
celulose, utilizando espectroscopia NIR.
Dissertação (Mestrado em Ciência
Florestal) - Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa, 2009

[2]ROSA, A. B. Influência do teor de


lignina da madeira de Eucalyptus globulus na
produção e na qualidade da celulose kraft.

325
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Influência do regime hídrico sobre


trocas gasosas e clorofila em mudas de
Eucalyptus globulus
Túlio Barroso Queiroz¹; Débora Soares Brandão2;
Júlio Cesar Lopes Rodrigues Silva3; Amanda Maia e Silva3;
Ernane Ronie Martins4.

¹Graduando de Eng. Florestal ICA/UFMG (tulioeng.florestal@gmail.com); 2Mestranda


em Produção Vegetal- ICA/UFMG(deboranpr@yahoo.com.br); 3Graduandos de
Agronomia ICA/UFMG( juliocesarls2009@hotmail.com, amandamaiaesilva@hotmail.
com); 4Prof. Dr. Instituto de Ciências Agrárias da UFMG (ernane.ufmg@gmail.com)

Introdução e objetivos Material e métodos


As clorofilas são responsáveis pela O experimento foi realizado no Instituto
captação da radiação solar, durante a de Ciências Agrárias da UFMG, no
fase fotoquímica da fotossíntese. Assim, município de Montes Claros, Norte
ao final do processo, a energia da luz é do Estado de Minas Gerais. Instalado
convertida em energia química na forma em casa de vegetação, utilizou-se o
de ATP e NADPH [1]. O teor de clorofila delineamento inteiramente casualizado,
relaciona-se com o potencial de atividade com seis tratamentos e quatro repetições.
fotossintética das plantas. No entanto, Os tratamentos consistiram em seis
a fotossíntese pode ser influenciada por lâminas de irrigação aplicadas a cada três
fatores abióticos e bióticos [2]. Portanto,
dias,com base na evapotranspiração (ETo):
a quantificação da clorofila torna-se uma
0,5 x ETo; 0,75 x ETo; 1,0 x ETo; 1,25 x
importante informação no estudo de
ETo; 1,5 x ETo e 1,75 x ETo, calculadas
práticas culturais e de manejo. O estudo
conforme equação de Hargreaves-Samani.
da ecofisiologia permite entender o
As plântulas foram transplantadas 30
comportamento das plantas em relação à
dias após a germinação para as unidades
variabilidade dos eventos diretamente no
amostrais que consistiram em 24 vasos
hábitat [3]. Assim, o presente estudo teve
como objetivo analisar o índice de clorofila com capacidade de 10L, preenchidos com
e as trocas gasosas em folhas de mudas de solo, devidamente corrigido de acordo
Eucalyptus globulus em seis regimes hídricos. com as exigências nutricionais da espécie.
As avaliações indiretas de clorofila foram
realizadas após 120 dias, sendo mensuradas
com auxílio de um clorofilômetro de marca

326
Resumos Expandidos

comercial ClorofiLOG® modelo CFL maior taxa, com 28,29 μmol m-²s-¹ de
1030, produzido pela Falker Automação. fotossíntese líquida (Figura 2).
Já as trocas gasosas (taxa fotossintética,
concentração subestomática de CO2 e
Eficiência do uso da água) foram medidas
pelo IRGA- Infra-red Gas Analyzer
(ADC Bioscientific, modelo LCPro+),
com irradiância de 1200 μmol de fótons
m-2 s-1, durante dois minutos. As leituras
foram feitas em três folhas no terço médio.
Os dados experimentais foram submetidos Figura 2. Taxa fotossintética líquida em
à análise de regressão pelo software SAEG. função dos regimes hídricos em mudas de
Eucalyptus globulus em Montes Claros – MG.
Resultados e discussão
Considerando o Índice de Clorofila Falker Para a concentração subestomática de
(ICF), observou-se que aplicação da lâmina CO2 observou-se tendência quadrática
de irrigação correspondente a 50% da ETo positiva com o aumento das lâminas de
foi responsável pelo maior ICF (43,82). As irrigação. Assim, a lâmina de irrigação
demais lâminas implicaram em redução do correspondente à aplicação de 100%
ICF (Figura 1). da ETo foi responsável pela maior
condutância (Figura 3).

Figura 1. Índice de clorofila Falker em função


dos regimes hídricos em mudas de Eucalyptus
globulus em Montes Claros – MG. Figura 3. Concentração subestomática de
CO2 em função dos regimes hídricos.
Como esperado, para a taxa fotossintética
líquida também se observou A Eficiência instantânea do uso da água
comportamento semelhante, uma vez que a (EUA) esta relacionada com a taxa de
menor lâmina de irrigação, correspondente carbono fixada por unidade de água
a 50% da ETo foi responsável por uma perdida no processo transpiratório, pode

327
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

ser observada que a aplicação de 50% da [3]REUNIÃO TÉCNICA TEMÁTICA,


ETo foi responsável por maior assimilação 2011, Colombo. Crescimento de espécies
de carbono por mol de água transpirada arbóreas: anais. Colombo: Embrapa
(Figura 4). Florestas, 2011. (Embrapa Florestas.
Documentos, 227). Editores técnicos:
Patrícia Póvoa de Mattos e Evaldo Muñoz
Braz.

Figura 4. Eficiência instantânea do uso da


água em função dos regimes hídricos.

Conclusão
A aplicação de lâmina de irrigação
correspondente a 50% da evapotranspiração
do Eucalyptus globulus foi responsável
por maior índice de clorofila, maior
taxa de fotossíntese líquida e maior
Eficiência instantânea do uso da água. Já
a concentração subestomática de CO2, a
aplicação de 100% da evapotranspiração foi
responsável pela maior condutância.

Apoio
FAPEMIG, CNPq e SESU-PET.

Referências
[1]MARENCO, R. A.; LOPES, N. F.
Fisiologia vegetal: fotossíntese, espiração,
relações hídricas e nutrição mineral. Viçosa,
MG: Ed. da UFV, 2005.

[2]TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia


vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

328
Resumos Expandidos

Influência do teor de
umidade da madeira de Bracatinga
(Mimosa scabrella) no uso energético
Gustavo Friederichs 1; Martha Andreia Brand 2; Tássio Dresch Rech 3;
Adriel Furtado de Carvalho 4; Larissa Cardoso Küster 5

1
Graduando em Engenharia Florestal, CAV/UDESC (gustavofriederichs@hotmail.com)
2
Professora do Departamento de Engenharia Florestal, CAV/UDESC (a2mab@cav.udesc.br)
3
Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina,
Lages/EPAGRI (tassiodr@gmail.com)
4
Mestre em Engenharia Florestal, CAV/UDESC (adrielfurtado@hotmail.com)
5
Graduanda em Engenharia Florestal, CAV/UDESC (larissakuster@hotmail.com)

Introdução e objetivo da madeira, pouca importância tem


Na paisagem natural, associada ao recebido e há escassez, principalmente no
pinheiro-do-Paraná Araucaria angustifolia Brasil, de informações sobre a influência
está a Bracatinga Mimosa scabrella Benth., do manejo florestal na variabilidade
espécie florestal de ciclo curto, com um intra e entre árvores dessa propriedade
crescimento rápido nos primeiros anos de e, também, sua relação com as fases de
vida. Fomentos florestais relacionados ao transporte, processamento, secagem e
uso da bracatinga como opção energética preservação da madeira.
iniciaram na década de 30 [1]. Além disto, a secagem da lenha reduz os
A qualidade da madeira utilizada para tal custos de corte e de transporte, já que
finalidade, pode ser ditada pela genética, menores volumes serão necessários para
ambiente, e tratamentos aplicados. Dentre gerar a mesma quantidade de energia [4].
os fatores que determinam a qualidade, O objetivo do presente estudo foi analisar
está a secagem. A secagem da madeira a influencia do teor de umidade da madeira
inicia desde as etapas de silvicultura e de Bracatinga (Mimosa scabrella) no seu uso
colheita e transporte florestal. energético.
Brand [2] destaca que fatores como a
época do ano em que a floresta será Material e métodos
colhida, classificação das toras, formação Para a realização do presente estudo,
das pilhas e o tempo ideal de estocagem foram necessárias 3 coletas de campo, nas
para cada espécie, são determinantes da quais foram obtidas 5 amostras de seções
qualidade da madeira para uso energético. de fustes de Bracatinga (Mimosa scabrella)
Lima & Garcia [3] destacam que a umidade em diferentes propriedades rurais e datas.

329
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Todos os produtores rurais participantes Amostra TUbu Db PCS


das coletas são adeptos ao sistema de uso 1 34 622 4127
alternativo do solo roça de toco, e são
2 51 507 4100
cadastrados no Projeto Rede Sul Florestal:
3 46 601 4539
PD&I em sistemas florestais e produção
4 17 544 4656
de energia na agricultura familiar.
5 19 617 4577
As seções estavam empilhadas, estocadas
para secagem ao ar, ao lado de fornos Média 33 578 4400

de carbonização e foram coletadas no Quadro 1. Teor de umidade na base úmida,


momento em que seriam carbonizadas densidade básica da madeira e poder calorífico
As seções de fuste utilizadas para líquido de 7 amostras de Bracatinga (Mimosa
composição das amostras apresentaram scabrella).Onde: TUbu: teor de umidade na
1 metro de comprimento e diâmetro base úmida, %; Dbm: densidade básica
da madeira, kg m-3; PCS: poder calorífico
mínimo de 8 centímetros. As amostras superior, kcal kg-1;
foram embaladas em sacos plásticos
e encaminhadas ao Laboratório de
Amostra PCI PCL PCV
Tecnologia da Madeira da Universidade
1 3803 2306 1434
do Estado de Santa Catarina (UDESC/
2 3776 1544 783
Lages).
As análises realizadas foram o teor de 3 4215 2000 1202

umidade pela norma NBR 14929 [5], 4 4332 3494 1900

densidade básica da madeira pela norma 5 4253 3331 2055


NBR 11491 [6] e poder calorífico superior Média 4076 2535 1475
pela norma DIN 51900 [7].
Quadro 2. Poder calorífico inferior,
Para a obtenção de dados teóricos de poder
poder calorífico líquido e poder calorífico
calorífico inferior, líquido e volumétrico volumétrico de 7 amostras de Bracatinga
foram utilizadas equações já estabelecidas, (Mimosa scabrella). Onde: PCI: poder calorífico
citadas por Brand [8]. inferior, kcal kg-1; PCL: poder calorífico
líquido, kcal kg-1; PCV: poder calorífico líquido
volumétrico, Mcal m-3;
Resultados e discussão
O Quadro 1 apresenta as variáveis obtidas
através das análises de laboratório. O Observa-se no Quadro 1 que o teor de
Quadro 2 apresenta as variáveis obtidas umidade da madeira de Bracatinga (Mimosa
através de equações supracitadas. scabrella) teve variação de 34% entre as
amostras. Pode-se supor que as amostras
apresentaram diferentes períodos de
secagem ao ar (estocagem). Brand [8]

330
Resumos Expandidos

destaca que teores de umidade abaixo de calorífico superior de 3776 kcal kg-1, teve
30% são aceitáveis para o uso energético. seu potencial reduzido a menos da metade
Sturion & Tomaselli [3] destacam que a desse valor (1544 kcal kg-1). Desta forma,
redução do teor de umidade da madeira a aquisição de madeira de Bracatinga, com
de Bracatinga ocorre drasticamente até o 3 teor de umidade superior a 50% acarretará
mês após o corte, e então estabilizando-se. na perda de aproximadamente 60% da
A densidade básica da madeira variou energia por unidade de massa, se comparada
de 507 kg m-3 a 622 kg m-3. Diversos àquela com teor de umidade de 0%.
autores mencionam que essa variação O poder calorífico volumétrico, que
pode estar relacionada à fatores genéticos relaciona o poder calorífico líquido e a
e ambientais que estimulem a deposição densidade básica da madeira apresenta a
de componentes químicos nas células de quantidade de energia líquida por unidade
xilema secundário. de volume de Bracatinga (Mimosa scabrella).
A energia liberada na combustão da A variação do poder calorífico volumétrico
madeira é representada pelo poder foi de 1272 Mcal m-3. O teor de umidade
calorífico. da madeira foi a propriedade que causou a
O poder calorífico superior da madeira de variação supracitada.
Bracatinga (Mimosa scabrella) teve variação A Amostra 5, cujo teor de umidade foi
igual a 556 kcal kg-1. Esse parâmetro de 19%, apresentou poder calorífico
permite determinar a quantidade máxima volumétrico de 2055 Mcal m-3, sendo a
de energia que um combustível é capaz de sua energia resultante superior em 262%,
liberar. Brand [8] destaca que em termos quando comparada à Amostra 2 (teor de
práticos, a diferença superior a 300 kcal umidade de 51%).
kg-1, pode classificar fontes de biomassa Portanto, à uma demanda energética
florestal diferentemente quanto ao poder constante, a redução do teor de umidade,
calorífico superior. desde as fases de silvicultura e colheita,
O poder calorífico inferior (Quadro 2) deverá requisitar uma área menor para ser
apresenta a energia resultante da subtração suprida.
do gasto calórico necessário para a
eliminação do hidrogênio de constituição Conclusão
da madeira (≈6%), representando a energia Com os resultados obtidos no presente
disponível ao teor de umidade de 0%. Para estudo pode-se concluir que o elevado
a madeira de Bracatinga (Mimosa scabrella), teor de umidade da madeira de Bracatinga
o poder calorífico líquido teve variação de (Mimosa scabrella) resulta na redução do
1950 kcal kg-1, sendo a que o maior valor poder calorífico líquido e volumétrico. A
foi encontrado para a Amostra 4 (3494 kcal redução acarreta no consumo de maior
kg-1). A Amostra 2, que apresentou poder quantidade de madeira para atender à

331
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

determinada demanda energética local. [6]ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


Formas de manejo do teor de umidade NORMAS TÉCNICAS. NBR 11491:
devem ser iniciadas nas etapas de determinação da densidade básica. Rio de
silvicultura, prolongando-se até a utilização Janeiro, 2003.
final da madeira.
[7]DEUTSCHES INSTITUT FÜR
Referências NORMUNG. DIN 51900: determining
[1]CARPANEZZI, A. A.; LAURENT, the gross calorific value of solid and liquid
J.-M. E. (Coord.). Manual técnico da fuels using the bomb calorimeter, and
bracatinga (Mimosa scabrella Benth). calculation of net calorific value. Berlim,
Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1988. 70 2000.
p. (EMBRAPA-CNPF. Documentos, 20).
[8]BRAND, M. A. Energia de biomassa
[2]BRAND, M. A. Qualidade da florestal. Rio de Janeiro: Interciência,
biomassa florestal para uso na geração 2010. 114 p.
de energia em função da estocagem.
2007. 169 f. Tese (Doutorado em Ciências
Florestais) - Universidade Federal do
Paraná, Curitiba.

[3]STURION, J. A.; TOMASELLI, I.


Influência do tempo de estocagem de
lenha de Bracatinga na produção de
energia. Boletim de Pesquisa Florestal,
Colombo, n. 21, p. 37-47, dez. 1990.

[4]LIMA, I. R; GARCIA, J. N. Efeito do


desbaste no teor de umidade natural da
madeira de Eucalyptus grandis Hill ex
Maiden. Ciência da Madeira, Pelotas, v.
3, n. 1, mai/2012.

[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS. NBR 14929:
madeira, determinação do teor de umidade
de cavacos, método por secagem em
estufa. Rio de Janeiro, 2003.

332
Resumos Expandidos

Influência dos diferentes níveis de


controle de plantas daninhas na
produtividade e índice de área foliar
de Eucalyptus urophylla ao final da
rotação.
Gabriela Pires¹, Rodrigo Hakamada2,
Cristiane Lemos2, Gabriela Moreira2, Jose Teixeira³

Graduanda Eng. Florestal UNESP/FCA (gabriela.pires@ipaper.com.br);


1

Pesquisadores da International Paper do Brasil (rodrigo.hakamada@ipaper.


2

com, cristiane.lemos@ipaper.com, gabriela.moreira@ipaper.com); 3Supervisor


de Silvicultura da International Paper do Brasil (jose.teixeira@ipaper.com).

Introdução e objetivo de informações dificulta a tomada de


Apesar do gênero Eucalyptus possuir decisões para um controle eficiente e o
espécies de rápido crescimento e de emprego de manejo compatível, capaz de
apresentar boa competitividade quanto reduzir as perdas ocasionadas pelas plantas
a seu estabelecimento no campo, isso daninhas [1].
não o isenta da interferência das plantas Portanto, o presente trabalho teve
daninhas, que tem como conseqüência como objetivo avaliar o impacto na
o decréscimo da produção [1]. Um dos produtividade e índice de área foliar em
efeitos das plantas daninhas sobre a plantio de Eucalyptus urophylla ao final da
cultura é a redução na eficiência do uso rotação sob diferentes níveis de controle
dos recursos. Mundialmente, as perdas de plantas daninhas.
devido aos efeitos diretos das plantas
daninhas podem ser estimadas a partir Materiais e métodos
do gasto de herbicidas, que na safra de O experimento foi conduzido em um
2006/2007 foi de aproximadamente 1,7 plantio clonal de Eucalyptus urophylla
bilhões de dólares. [2] Apesar da relevância localizado no município de Mogi-Guaçu,
do tema sobre a produtividade florestal, áreas pertencentes à International Paper.
o conhecimento da interferência causada O fator principal de mato-competição foi
pela comunidade infestante sobre a cultura infestação por Brachiaria decumbens.
do eucalipto ao final da rotação é escasso O experimento foi composto de 3
devido ao longo tempo despedido para a tratamentos que representaram as
condução do experimento. Essa carência intensidades de controle de plantas

333
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

daninhas: 1) baixo 2) intermediário e 3) inventário de Diâmetro à Altura do Peito


intensivo. Os herbicidas utilizados foram (DAP) e Altura (H). O volume madeira
glifosato na dosagem de 1,44 kg i.a. ha- foi estimado utilizando-se a equação de
1, aplicado em área total pré-plantio, em Schumacher-Hall ajustada para o clone
todos os tratamentos, na linha e entrelinha estudado. O Incremento médio anual
após o plantio nos tratamentos 2 e 3; e o (IMA) foi determinado ao dividir o
oxyfluorflen na dosagem de 0,96 kg i.a. ha- volume de madeira por hectare pela idade
1, aplicados no plantio na faixa de 1 metro da floresta. O índice de área foliar (IAF)
(linha) nos tratamentos 2 e 3. As aplicações foi estimado utilizando-se uma equação
de herbicidas e a freqüência realizada em alométrica de biomassa foliar desenvolvida
cada tratamento estão descritas na Tabela 1 para área próxima ao ensaio e a área foliar
e o período de controle foi de 6 meses. específica medida para o clone em questão.
Os dados foram submetidos a analise
Barra
Semi mecanizado apenas protegida de variância e teste de Tukey a 95% de
Pré- na linha (faixa de 1m)
Trat. Plantio (faixa de 2m) probabilidade, utilizando-se o software R.
Glifosato Plantio Linha Entrelinha
Oxyfluorflen Glifosato Glifosato
1 área total - - -
Resultados e discussão
A mato-competição no início da rotação
2 área total 1 aplicação 1 aplicação 1 aplicação
afetou significativamente produtividade aos
2
3 área total 1 aplicação 2 aplicações 7 anos (Figura 1 A), com redução em 42%
aplicações
e 15% no IMA para os tratamentos 1 e 2 em
Tabela 1. Operações de controle de plantas relação ao tratamento 3, respectivamente,
daninhas para cada tratamento: 1) baixo
sendo que o tratamento 1 apresentou perda
controle, 2) intermediário e 3) intensivo.
A aplicação em área total com glifosato em produtividade estatisticamente diferente
(1,44 kg i.a. ha-1) foi realizada em todos os em relação aos tratamentos 2 e 3. O mesmo
tratamentos. A aplicação do oxyfluorflen (0,96 cenário foi constatado para o IAF estimado
kg i.a. ha-1) foi realizada em faixa de 1 metro (Figura 1 B), demonstrando o impacto da
nos tratamentos 2 e 3. Foram feitas uma e
competição por recurso na floresta.
duas aplicações na linha (1,0m) e entrelinha
(2,0m) nos tratamentos 2 e 3, respectivamente. Com base nos resultados obtidos pode-
se relatar que apenas com a realização, até
os 6 meses, do controle de intensidade
Trabalhou-se com o delineamento
intermediária da mato-competição é
experimental inteiramente casualizado
possível obter ganhos em produtividade.
com 4 repetições e parcelas compostas por
O controle intensivo, apesar de não diferir
5 linhas x 5 plantas.
significativamente do controle intermediário
Para avaliar a diferença no crescimento e
também é viável, pois obteve-se maior
produtividade dos diferentes tratamentos
produtividade e desenvolvimento de copa.
realizou-se aos 7 anos a medição de

334
Resumos Expandidos

maior efeito das plantas daninhas sobre o


desenvolvimento das culturas [5]. Assim,
o controle intermediário e intensivo da
mato-competição nos tratamentos 2 e 3
respectivamente, leva a um incremento no
crescimento da cultura obtendo-se maior
Figura 1. A. Incremento médio anual (IMA) produtividade, quando comparados ao
B. Índice de Área Foliar (IAF) para o plantio tratamento 1.
clonal de Eucalyptus urophylla aos 7 anos de
idade sob diferentes intensidades de controle
de mato-competição. Tratamentos: 1) baixo Conclusões
controle, 2)intermediário e 3)intensivo. Os diferentes níveis de controle de plantas
daninhas influenciaram a produtividade e o
índice de área foliar de Eucalyptus urophylla
A menor produtividade do tratamento
ao final da rotação.
1 ocorreu devido ao uso dos recursos
A produtividade e índice de área foliar
disponíveis pelas plantas daninhas, ou
responderam de forma crescente ás
seja, diferentemente do eucalipto, as
aplicações de herbicida, dessa forma o
plantas daninhas possuem fisiologia C4
controle intensivo (controle de pré-plantio
e, portanto, além de possuírem vantagens
e duas aplicações na linha e entre-linha)
competitivas em ambientes com alta
das plantas daninhas deve ser feito mesmo
temperatura e luminosidade, apresentam
em sítios com elevada disponibilidade de
capacidade de se adaptar em lugares
recursos ao crescimento.
diversos, sob os mais variados tipos de
limitações de crescimento [3], o que leva
a uma redução ou remoção dos recursos Referências
disponíveis para o desenvolvimento e [1]ZEN, S. Influência da matocompetição em
produtividade do eucalipto, que, para plantios de Eucalyptus grandis. Série Técnica
obter uma atividade fotossintética IPEF, Piracicaba, v. 4, n. 12, p. 25–35, set. 1987.
intensificada e consequente expansão da
área foliar e maior crescimento, devem [2]KARAM, D. Manejo integrado de plantas
ter os suprimentos de água e nutrientes daninhas. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO
assegurados [4]. DE PLANTAS DANINHAS NO SEMI-
O maior IAF nos tratamentos 2 e 3 quando ÁRIDO, 1., 2007, Mossoró. Anais... Mossoró:
comparados ao tratamento 1, indicam um UFERSA, 2007. p. 151-158.
maior fechamento do dossel, suprimindo o
crescimento das plantas daninhas, devido [3]MACEDO, R. C. Avaliação de
ao sombreamento imposto pela cultura. A continuidade para colonização
competição por luz é um dos fatores de de plantas C4. In: SIMPÓSIO

335
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

BRASILEIRO DE CIÊNCIAS
GEODÉSICAS E TECNOLOGIAS
DA GEOINFORMAÇÃO, 2. 8-11 set.
2008, Recife. As ciências geodésicas
e tecnologias da geoinformação no
contexto de estudos e aplicações
em geociências, engenharias e meio
ambiente. Recife: Universidade Federal
de Pernambuco, 2008.

[4]GONÇALVES, J. L. M.; STAPE, J.


L.; BENEDETTI, V.; FESSEL, V. A. G.;
GAVA, J. L. Reflexos do cultivo mínimo
e intensivo do solo em sua fertilidade e na
nutrição das árvores. In: GONÇALVES, J.
L. M.; BENEDETTI, V. (Ed.). Nutrição
e fertilização florestal. Piracicaba: IPEF,
2000. p. 1-57.

[5] CATON, B. P.; FOIN, T. C.; HILL,


J. E. Mechanisms of competition for light
between rice (Oryza sativa) and redstem
(Ammannia spp.). Weed Science, v. 45, p.
269-275, 1997.

336
Resumos Expandidos

Influências da temperatura e umidade


relativa do ar em casa de vegetação no
enraizamento de miniestacas de três
clones de Eucalyptus spp para o
Sul do Brasil
Sandra Regina Cabel1; Alessandro Camargo Ângelo2;
Celso Garcia Auer3; Karen Koch Fernandes de Souza4

1
Pós-Graduanda Eng. Florestal UFPR (sandra_cabel@hotmail.com); 2Prof. Dr. Silvicultura
UFPR (alessandrocangelo@gmail.com); 3Prof. Dr.Silvicultura EMBRAPA/UFPR (celso.
auer@embrapa.br); 4Profª. PUCPR/Pós-Graduanda UFPR (karen.souza@pucpr.br)

Introdução e objetivos O objetivo do presente estudo foi avaliar


O sistema de clonagem tem sido baseado as relações entre algumas variáveis
no enraizamento de miniestacas obtidas extrínsecas: temperatura e umidade relativa
a partir de genótipos superiores e, desta do ar com respostas no enraizamento, para
forma, a propagação vegetativa tem se três clones de Eucalyptus cultivados em
tornado uma importante ferramenta minijardim clonal de leito de areia.
para aumentar a competitividade entre as
empresas florestais, pois transforma os Material e métodos
ganhos genéticos em benefícios para a Foram utilizados bancos de dados do
indústria [1]. O enraizamento adventício viveiro de mudas da Empresa CMPC -
de estacas é influenciado por fatores Celulose Riograndense, localizado no
intrínsecos e extrínsecos ao material município de Barra do Ribeiro, no Estado
vegetal. O conhecimento sobre o modo de do Rio Grande do Sul, no horto florestal
ação desses fatores sobre o enraizamento Barba Negra (30o17’S e 51o18’W), sendo sua
é fundamental para o sucesso da produção altitude de 12 metros. Os dados referem-
de mudas por miniestaquia. se às leituras diárias de temperatura (em
De acordo com [2], não há estudos graus Celsius) para seis anos: 2006, 2007,
detalhados sobre a influência da 2008, 2010, 2011 e 2012 e umidade relativa
temperatura no enraizamento de do ar (em porcentagens) para 4 anos:
miniestacas de eucalipto. Entretanto, 2008, 2010, 2011 e 2012. Para o mesmo
acredita-se que o ótimo gire em torno de período, foram disponibilizados dados
25 a 30°C na zona de emissão de raízes e referentes à porcentagem de enraizamento
de 20 a 25°C nas folhas. de miniestacas para os clones de E. saligna

337
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

(32864 e 34039) e do híbrido (E. urophylla Foi observada também, uma correlação
x E. globulus), 37423, também denominado linear de Pearson forte positiva (0,940**;
uroglobulus. Para o pareamento dos 0,934**; 0,800** e 0,935**, respectivamente
dados, foi utilizado um critério temporal. para 2008, 2010, 2011 e 2012), de acordo
Os dados coletados foram pareados com a classificação proposta por [3], entre
mensalmente, para se estabelecer o grau os dados climáticos temperatura e umidade
de associação linear entre as variáveis relativa do ar, o que se pode confirmar pela
analisadas. tendência dos dados das Figuras 1 e 2.
Com os dados de taxa de enraizamento e
dados do monitoramento climático, foram
realizadas análises para estabelecer o tipo
e grau de correlação. Para as análises de
correlação de Pearson foi utilizado o
software SPSS Statistics, versão 19, da IBM.

Resultados e discussão Figura 1. Médias mensais de temperatura


(°C) para os seis anos considerados para os
Para os três clones avaliados, e, sobretudo,
clones de Eucalyptus 32864, 34039 e 37423.
clones adaptados à região Sul do Brasil,
e, portanto, subtropicais, foi observada
correlação positiva, significativa ao nível
de 1% de probabilidade, entre os dados
climáticos (temperatura e umidade relativa
do ar) e o enraizamento das miniestacas
(Tabela 1).

Temp (°C) UR (%) Figura 2. Médias mensais de umidade relativa


Média de Média
Clone Enraizamento
Média do ar (%) para os quatro anos considerados
(72 (48
(%) para os clones de Eucalyptus 32864, 34039 e
observações) observações) 37423.
32864 68,1 0,623** 0,687**
34039 80,0 0,626 **
0,712** Conclusões
37423 56,6 0,467**
0,495** A temperatura e umidade relativa do ar em
Tabela 1. Coeficiente de correlação de casa-de-vegetação exerceram influência
Pearson entre os dados climáticos e as positiva para os três clones de Eucalyptus
taxas de enraizamento das miniestacas avaliados.
dos clones de Eucalyptus em casa de
Como a correlação é positiva para as duas
vegetação. **significativo ao nível de 1% de
probabilidade de erro. variáveis estudadas, ao se programar o
aumento da temperatura do ar no interior

338
Resumos Expandidos

da casa de vegetação, observa-se também


o aumento da umidade relativa do ar,
o que resulta em maiores porcentagens
de enraizamento das miniestacas,
desde que essas estejam dentro de
limites considerados adequados, como
demonstraram os resultados do presente
trabalho. Pode-se concluir, ainda, que com
um maior conhecimento desses fatores
extrínsecos, e suas correlações, há uma
contribuição significativa para o manejo
mais direcionado nos viveiros clonais, de
acordo com as espécies em questão.

Referências
[1]ASSIS, T. F. de; MAFIA, R. G.
Hibridação e clonagem. In: BORÉM, A.
(Ed.) Biotecnologia florestal. Viçosa,
MG: Suprema, 2007. p. 93-121.

[2]ALFENAS, A. C.; ZAUZA, E. A. V.;


MAFIA, R. G.; ASSIS, T. F. de. Clonagem
e doenças do eucalipto. Viçosa, MG: Ed
da UFV. 2004. 442 p.

[3]SANTOS, C. Estatística descritiva:


manual de auto-aprendizagem, Lisboa:
Silabo, 2007.

339
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Intensidade de roçada na condução de


regeneração de Pinus elliottii no litoral
norte do Rio Grande do Sul: efeito sobre
as variáveis dendrométricas
e a produção de resina
giovane Pretto Azambuja 1; Lucas Scheidt da Rosa 2

1
Analista de Pesquisa e Planejamento Florestal Celulose Irani S.A. (giovaneazambuja@
irani.com.br); 2Coord. Produção Florestal Celulose Irani S.A. (lucasrosa@irani.com.br).

Introdução para as árvores de maior valor comercial


A prática silvicultural de condução e evita a sua dispersão em indivíduos
da regeneração de Pinus elliotiii para indesejáveis ou de menor valor. O mesmo
implantação de povoamentos florestais autor ainda relata que para cada espécie e
no litoral norte do Rio Grande do Sul cada qualidade de sítio, existe um regime
vem se mostrando extremamente viável ótimo de desbaste, o qual permitirá
economicamente, reduzindo pela metade que os indivíduos se desenvolvam
os custos de implantação [1]. Contudo, satisfatoriamente, produzindo madeira da
esta prática requer constantes intervenções forma mais econômica e rentável possível.
a fim de reduzir a quantidade de indivíduos Desta forma, objetivou-se avaliar a
por hectare visando proporcionar maior produção florestal sobre diferentes
crescimento em diâmetro, melhorando os intensidades de desbastes para condução
resultados na resinagem. de regeneração de Pinus elliottii, bem
No litoral norte do Rio Grande do Sul, a como uma estimativa da produção de
condução da regeneração natural de Pinus goma resina nos diferentes tratamentos
elliiottii é aplicada em formações florestais aplicados.
comerciais para produção de goma resina.
Esta espécie é responsável por 50% da Materiais e métodos
produção de toda goma resina produzida A área experimental foi instalada em
no Brasil, entretanto estes indivíduos, para um povoamento florestal da Habitasul
serem resinados, necessitam possuir um Florestal S.A., localizado no município de
diâmetro de no mínimo 20cm [2]. Cidreira. A regeneração natural da área
Segundo Schneider (2008), os desbastes começou a germinar no ano de 2002, após
invertem o potencial produtivo do sítio o corte raso do povoamento implantado

340
Resumos Expandidos

com plantio convencional. O experimento Resultados e discussões


foi instalado no segundo semestre de A análise de variância dos dados de
2005, sendo testadas quatro intensidades altura, DAP, volume e número de árvores
de roçada para condução da regeneração: com mais de 20cm de DAP mostrou
Testemunha (sem roçada); 1.000 árvores/ diferença significativa ao nível de 5%
ha; 2.000 árvores/ha e 3.000 árvores/ha de probabilidade. O resultado do teste
por. Duncan, bem como das demais variáveis
Com um delineamento experimental de dendrométricas, estão demonstradas nas
blocos ao acaso, foram implantados cinco Tabelas Tabela 1, Tabela 2 e Tabela 3.
repetições, cada parcela experimental dos
tratamentos continha 450m² e, entre estas, Tratamento DAP h (m) Vcc(m³/ha)
foi deixado um corredor de três metros 1000 19,88 a* 16,7 a 417,16 ab
sem árvores. 2000 16,74 b 16,2 ab 377,65 b
A coleta dos dados dendrométricos 3000 15,23 bc 14,8 bc 469,96 ab
ocorreram em janeiro de 2014. Para a Testemunha 10,33 c 13,6 c 503,01 a
coleta dos dados, utilizou-se uma unidade
amostral circular de 150m² instalada Tabela 1. Comparação das médias dos
DAP’s, alturas e volumes através do teste
no centro das parcelas. Dentro desta
duncan. *Médias seguidas de mesma letra
unidade amostral efetuou-se um censo das são estatisticamente iguais, ao nível de 5% de
circunferências a altura do peito (CAP), probabilidade
começando pelo lado leste, e a medição
das alturas das cinco primeiras árvores
Na Tabela 1 constata-se que o aumento
medidas e das duas com os maiores
da intensidade da roçada provocou
diâmetros.
um significativo ganho em diâmetro
Com os dados levantados foi possível
e altura, sendo o tratamento de 1000
calcular o diâmetro a altura do peito
árvores por hectare o que apresentou o
(DAP), em cm, a área basal (G) em m²/
melhor resultado para o DAP. Já para as
ha, o volume de madeira (Vcc), em m³/ha,
alturas, os tratamentos de 1000 e 2000
e a consequente análise de variância dos
indivíduos por hectare apresentaram os
DAP’s, alturas, e volumes.
melhores resultados, não se diferenciando
Também foi possível verificar o número
estatisticamente. Por outro lado, o
de árvores por hectare que possuíam DAP
aumento da intensidade da roçada reduziu
maior que 20cm. Tal verificação permitiu
a produção total de madeira.
calcular a produtividade média de goma
Estes resultados vão ao encontro daqueles
resina de Pinus elliottii por hectare fixada em
encontrados por Glufke et. al. (1997),
3kg/árvore/ano conforme Cunningham
quando este trabalhou com diferentes
(2012).
instensidades de desbastes em Pinus elliottii

341
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

no planalto médio do Rio Grande do 3000 480 ab 1.720


Sul. Schneider et. al (1998) e Schneider
Testemunha 280 b 840
(2008) também encontraram valores muito
semelhantes a esses trabalhando com Pinus Tabela 3. Número de indivíduos com DAP
elliiottii e Eucalyptus grandis no Rio Grande superior a 20cm e a correspondente estimativa
de produção de goma resina. *Médias seguidas
do Sul, respectivamente.
de mesma letra são estatisticamente iguais, ao
Tratamento h100 G (m²/ha)
nível de 5% de probabilidade. 1Número de
indivíduos por hectare com DAP maior que
1000 18,1 49,44 20cm
2000 17,7 46,62
3000 18,4 59,58 Nota-se na Tabela 3 que não há diferença
Testemunha 19,5 66,97 significativa no número de indivíduos por
hectare com mais de 20cm de DAP nos
Tabela 2. Altura dominante e área basal dos
tratamentos experimentais. tratamentos de 1000, 2000 e 3000 árvores/
hectare, diferindo apenas o tratamento de
1000 indivíduos por hectare do tratamento
Na Tabela 2 nota-se que a área basal por
sem roçada de condução (testemunha).
hectare foi influenciada negativamente
Tratando-se em produção de resina, estes
pelo aumento da intensidade da roçada de
valores estão diretamente ligados, sendo
condução. A altura dominante mostrou-
o tratamento com maior intensidade
se relativamente estável, independente
de roçada aquele que possui a melhor
da densidade testada, fato que corrobora
estimativa de produção.
com os autores Finger et. al. (1999) e
Mainardi et. al. (1996), confirmando que
a altura dominante é reflexo da genética e Conclusões
da capacidade de sítio, e não da densidade O aumento da intensidade de roçada foi
de plantio ou, no caso desse estudo, da diretamente proporcional ao aumento em
regeneração espontânea. diâmetro e altura, bem como a produção
Tabela 3 - Número de indivíduos com média estimada de resina.
DAP superior a 20cm e a correspondente Em se tratando de produção total
estimativa de produção de goma resina. de madeira, a intensidade de roçada
influenciou negativamente no computo
Produção de total, sendo o tratamento sem roçada
Goma
Tratamento N(ind/ha)1 (testemunha) o que apresentou os
Resina
(kg/ha/ano) melhores resultados, porém com um
1000 760 a* 2.280 diâmetro médio menor que os tratamentos
2000 573 ab 1.440 com roçada. Devido a isso, uma valoração
dos tratamentos em sortimentos acusará

342
Resumos Expandidos

maior valor econômico onde tivemos [6]FINGER, C. A. G.; SCHNEIDER,


maior intensidade de roçada, devido aos P. R. Determinação do peso do desbaste
maiores diâmetros dos fustes. para florestas de Eucalyptus grandis
Hill ex Maidern, com base no índice de
espaçamento relativo. Ciência Florestal,
Referências
[1]FLACH, F. D. Crescimento juvenil Santa Maria, RSM v. 9, n. 1, p. 79-87, 1999.
da regeneração espontânea de Pinus
elliottii En. var. elliottii sob níveis de [7]MAINARDI, G. L.; SCHNEIDER, P.
desbaste, no litoral norte do Rio Grande R.; FINGER, C. A. G. Produção de Pinus
do Sul. 2006. 57 f. Dissertação (Mestrado taeda L. na região de Cambará do Sul, RS.
em Fitotecnia) - Universidade Federal do Ciência Florestal, Santa Maria, RS, v. 6, n.
Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 1, p. 39-52, 1996.

[2]CUNNINGHAM, A. Pine resin


tapping techniques used around the world.
In: FETT-NETO, A. G.; RODRIGUES-
CORRÊA, K. C. S. Pine resin: biology,
chemistry and applications. Kerala:
Research Signpost, 2012. v. 1. p. 1-9.

[3]SCHNEIDER, P. R. Manejo florestal:


planejamento da produção florestal. Santa
Maria, RS: Universidade Federal de Santa
Maria, 2008. v. 1.

[4]SCHNEIDER, P. R.; FINGER, C. A.


G.; HOPPE, J. M. Produção de Eucalyptus
grandis Hill Ex Maiden em diferentes
intensidades de desbaste. Ciência
Florestal, Santa Maria, RS, v. 1, n. 8, p.
129-140, 1998.

[5] GLUFKE, C.; FINGER, C. A. G.;


SCHNEIDER, P. R. Crescimento de
Pinus elliottii Engelm sob diferentes
instensidades de desbaste. Ciência
Florestal, Santa Maria, RS, v. 7, n. 1, p. 11-
25, 1997.

343
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Interação genótipo x solo em progênies


de Eucalyptus grandis em
três locais no Brasil
Laís Akimi Ito Haneda1; Paulo Henrique Muller da Silva2,
Mario Luís Teixeira de Moraes3, Aline Cristina Miranda2

1
Graduanda Eng. Florestal ESALQ/USP (lais.haneda@gmail.com); 2 Pesquisador Instituto
de Pesquisas e Estudos Florestais (paulo.henrique@ipef.br); 3 Professor Titular, Departamento de
Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio Economia FEIS/UNESP; 2 Pesquisadora Instituto de
Pesquisas e Estudos Florestais (aline.miranda@ipef.br)

Introdução e objetivos progênies foram calculados os coeficientes


A interação do genótipo com o ambiente de correlação de Spearman entre os três
é um dos fatores mais relevantes tipos de solos, dois a dois, em nível de
para a silvicultura e melhoramento, médias de progênie para os caracteres
a produtividade está estreitamente altura, DAP e volume. Essa análise permite
relacionada com os dois fatores. O a quantificação da interação progênie x tipos
objetivo do trabalho foi avaliar a interação de solo.
genótipo x solo e a produtividade em três
Altitude TMA PP
ambientes distintos. Local
(m)
Clima
(ºC) (mm)
Solo

Anhembi 472 Cwa 22,0 1300 RQ

Material e métodos Monte


100 Am 26,1 2637 LA
Para este estudo os testes de progênies Dourado

de polinização aberta de E. grandis foram Pratânia 685 Cwa 21,0 1361 LVd

instalados em três localidades, esses Tabela 1. Caracterização dos locais em estudo


materiais foram compostos pelo Instituto das progênies de Eucalyptus grandis. TMA
de Pesquisas e Estudos Florestais – IPEF/ significa temperatura media anual; PP=
precipitação pluviométrica; RQ = Neossolo;
ESALQ/USP. O delineamento estatístico
LVd= Latossolo Vermelho distrófico;
utilizado foi o de blocos completos LA=Latossolo Amerelo
casualizados com tratamentos (progênies)
variando de 153 a 160, com quatro
repetições e seis plantas por parcela (Tabela Resultados e discussão
1). Foram avaliados em todos os testes, o As interações genótipo x solo foram
DAP, Altura e volume (VOL). Para avaliar a evidenciadas pela estimativa da correção
correlação entre locais no desempenho das de Sperman entre as médias dos caracteres,

344
Resumos Expandidos

aos pares, entre os três tipos de solos. As citriodora Hook em Luiz Antonio, São
correlações foram classificadas em baixa Paulo. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.
(r<0,17) e altas (r>0,94) para característica 38, n. 85, p. 11-18, mar. 2010.
VOL em diferentes tipos de solos (Tabela
2). Isso sugere que as melhores e as piores
progênies em um local, podem não ser as
melhores ou as piores em outro local. A
interação genótipo x ambiente pode ser
do tipo simples ou complexa [1]. A maior
média para volume foi encontrado para
Pratânia, seguido de Anhembi e Monte
Dourado.

Tipos de solo ALT DAP VOL


RQ x LA 0,35 0,15 0,26
RQ x LVd 0,94 0,94 0,87

LA x LVd 0,32 0,14 0,17

Tabela 2. Correlações de Sperman em três


tipos de solo para o caractere volume em
progênies de E. grandis aos 24 meses de idade

Conclusões
Existe interação genótipo e tipo de solo
para todos os caracteres estudados. A
interação para os caractere altura é do
tipo simples e para DAP e volume é do
tipo complexa. Portanto, a seleção das
progênies para DAP e volume deve ser
especifica para cada ambiente.

Referências
[1] MORAIS, E.; ZANATTO, A. C. S.;
FREITAS, M. L. M.; MORAES, M. L. T.
de; SEBBENN, A. M. Variação genética,
interação genótipo solo e ganhos na
seleção em teste de progênies de Corymbia

345
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Interferência da rebrota do capim-braquiária,


em diferentes densidades e distâncias, no
desenvolvimento inicial do Eucalipto.
Allan Lopes Bacha1; Fernanda Campos Mastrotti Pereira 2;
Mariluce Pascoina Nepomuceno3; Pedro Luís da Costa Aguiar Alves4.

Biólogo pela FCAV/UNESP (allan_lb@hotmail.com); 2 Doutoranda em Produção Vegetal


1

– FCAV/UNESP (fernandamastrotti@hotmail.com); 3 Doutora em Produção Vegetal –


FCAV/UNESP (mariluce_n@hotmail.com); 4 Prof. do Departamento de Biologia Aplicada à
Agropecuária – FCAV/UNESP (plalves@fcav.unesp.br).

Introdução e objetivos Material e métodos


A produtividade média ponderada de O experimento foi conduzido por 90 dias
eucalipto, que em 2005 era de 36,7 m3 (junho a agosto de 2013) em caixas de 100
ha-1 ano-1, atingiu, em 2012, 40,7 m3 ha-1 litros no Laboratório de Plantas Daninhas
ano-1 [1]. Esse aumento está relacionado da UNESP de Jaboticabal – SP. A terra
ao sucesso do melhoramento genético e utilizada foi de um Latosolo Vermelho
à adoção de boas técnicas de manejo da Escuro eutrófico. Foi necessário adubação
cultura [2], no qual incluem-se um bom com NPK 4-14-8 a 400 kg ha-1. Foram feitos
manejo de plantas daninhas [3]. tratamentos com 1, 2, 3 e 4 capim-braquiária
O capim-braquiária (Urochloa decumbens (BRADC), plantados nas diagonais das
syn. Brachiaria decumbens) é uma importante caixas 100 dias antes do plantio do eucalipto
infestante da cultura do eucalipto, uma vez (central). As distâncias entre planta daninha
que esse setor florestal tem se expandido e eucalipto variavam entre 5 e 15 cm, de
para áreas anteriormente ocupadas por acordo com o tratamento (Figura 1).
pastagens, e pelo seu difícil controle e Foram feitas três repetições, totalizando
elevada agressividade, passou a ser uma 27 parcelas, incluindo as testemunhas
das infestantes mais problemáticas em (eucalipto sem capim-braquiária).
plantações comerciais de eucalipto [4]. As avaliações foram feitas quinzenalmente,
Assim, para melhor compreender a relação sendo a primeira feita no dia do plantio dos
de competição entre a cultura do eucalipto eucaliptos e corte dos capim-braquiárias.
e o capim-braquiária, o presente trabalho A altura e o diâmetro do eucalipto foram
teve como objetivo avaliar a interferência avaliados. Aos 90 dias após o plantio, os
da rebrota dessa planta infestante no eucaliptos foram cortados em sua base,
desenvolvimento inicial do eucalipto. estimada a área foliar, e o material foi posto
para secar em estufa de circulação forçada

346
Resumos Expandidos

de ar (70ºC) por 360 horas. O material foi


pesado e os dados de altura e diâmetro
foram submetidos à análise sigmoidal de
Boltzmann, enquanto que matéria seca
total e área foliar à analise de regressão
linear de primeira ordem.

Figura 2. Altura do eucalipto (cm) em relação


aos DAP, em diferentes densidades para o
BRADC a 5 cm (A) e a 15 cm (B) do eucalipto.

Figura 1. Exemplo de tratamento utilizado,


com 4 capim-braquiária. Já o diâmetro do eucalipto se mostrou
mais sensível à competição imposta pelo
capim-braquiária do que a altura, pois
Resultados e discussão aos 90 DAP, o eucalipto apresentou, em
Para a altura do eucalipto, aos 90 dias relação à testemunha, reduções de 54,10%
após o plantio (DAP), os tratamentos que para 5 cm e 56,42% para 15 cm (Figura 3)
continham a planta de capim-braquiária .
a 5 cm, cresceram, em média, 47,36%
menos que a testemunha. Já para 15 cm,
o crescimento foi, em média, 48,42%
menor que o tratamento sem BRADC.
(Figura 2).

347
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Figura 3. Diâmetro do eucalipto (mm) em


relação aos DAP, em diferentes densidades
para o BRADC a 5 cm (A) e a 15 cm (B) do
eucalipto.

A maior interferência quando em baixas


densidades (2,6 plantas m-2) encontrada
no presente trabalho, provavelmente se
deve ao fato de a planta daninha já estar
com seu sistema radicular totalmente
estabelecido no momento em que as
mudas de eucalipto foram plantadas,
competindo pelos recursos naturais de
forma mais eficaz que as plantas recém
estabelecidas.
A massa seca total foi reduzida em 86,81%
com a convivência com capim-braquiária a
5 cm, e 88,55% menos, para a distância de
15 cm quando comparada a testemunha.
Figura 4. (A) Massa seca total (g) e (B)
E dentre todas as características avaliadas
área foliar (cm2) do eucalipto em relação à
no presente experimento, a área foliar foi densidade e distância do capim-braquiária.
a que se mostrou mais sensível à presença
da planta infestante, uma vez que para a
Conclusão
convivência a 5 cm, a área foliar foi 88,74%
Os resultados obtidos indicam que o
menor que a testemunha, e para 15 cm, os
capim-braquiária afeta negativamente o
valores foram 90,63% menor (Figura 4).
crescimento inicial do eucalipto a partir da
Deve-se ressaltar que informações
densidade de 1 planta por caixa (2,6 plantas
relacionadas ao efeito da rebrota de
m-2) independentemente da distância (5 ou
plantas daninhas e sua interferência nas
15 cm).
culturas são muito escassas, despertando
a necessidade de maiores estudos, visto o
grau de interferência na cultura mesmo em
Referências
[1]ANUÁRIO Estatístico da ABRAF: ano
pequenas densidades.
base 2012. Brasília, DF, 2013.

[2]STAPE, J.; BINKLEY, D.; RYAN, G.


R.; GOMES, A. do N. Water use, water
limitation, and water use efficiency in a

348
Resumos Expandidos

Eucalyptus plantation. Bosque, v. 25, n. 2,


p. 35-41, 2004.

[3]PEREIRA, F. C. M. Métodos de
controle de plantas daninhas e doses
de adubação de cobertura na cultura
do eucalipto. 2012. 78 f. Dissertação
(Mestrado em Produção Vegetal) -
Universidade Estadual Paulista “Julio de
Mesquita Filho”, Unesp, Jaboticabal.

[4]TOLEDO, R. E. B.; ALVES, P. L. C.


A.; VALLE, C. F.; ALVARENGA, S. F.
Manejo de Brachiaria decumbens e seu
reflexo no desenvolvimento de Eucalyptus
grandis. Scientia Forestalis, n. 55, p. 129-
144, 1999.

349
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Mapeamento das áreas reflorestadas


com Eucalyptus sp. no estado do Pará
no período de 1996 a 2012
Adriana da Silva Neves¹, Kênia Samara Mourão Santos²,
Dayse Natasha Barbosa Pastana³, Rodrigo Silva do Vale4,
Eduardo Saraiva da Rocha5

¹Graduanda Eng. Florestal UFRA (adriana.nevess@hotmail.com);


²Graduanda Eng. Florestal UFRA (kniasamara@yahoo.com.br);
³ Eng. Florestal (daysenjsnx@yahoo.com.br);4Prof. Dr. Instituto de Ciências Agrárias da
UFRA (rodrigo.vale@ufra.edu.br);5Prof Dr. Instituto de Ciências Agrárias UFRA
(eduardo.saraiva@ufra.edu.br).

Introdução e objetivos (SEMA PA) através do Sistema Integrado


O Eucalipto é proveniente da Oceania e de Monitoramento e Licenciamento
possui mais de 5 milhões de ha plantados Ambiental (SIMLAM) [3] para identificar
em todo o Brasil, correspondendo a 71% as ações direcionadas ao plantio das
da área reflorestadas em todo país [1].Sua espécies de Eucalipto no período de 1996
madeira é principalmente destinada para o a 2012 nas diversas regiões do Estado do
uso em projetos industriais dos segmentos Pará. Após o levantamento, teve início
de papel e celulose[1]. No Estado do Pará
o trabalho de sensoriamento remoto.
em 2012, a área reflorestada com as espécies
Uma vez obtidos os dados de área de
do gênero Eucalyptus correspondia a uma
reflorestamento de Eucalipto e polígonos
área de aproximadamente 159. 657 ha [1].
O presente trabalho objetivou mapear georreferenciados do Estado, foram
e quantificar as áreas reflorestadas com gerados mapas de distribuição, bem como
espécies do gênero Eucalyptus sp. no Estado uma estimativa da área total ocupada pelos
do Pará e identificaras Mesorregiões que plantios no período de 1996 a 2012.
apresentaram maior área plantada no
período de 1996 a 2012. Resultados e discussão
A distribuição dos plantios no Estado
Material e métodos no período de 1996 a 2012 encontram-
Foram realizados levantamentos em se principalmente nas mesorregiões do
dados secundários dos cadastros sudeste e nordeste paraense (Figura 1).
de Licenciamento Ambiental Rural De acordo com os dados da SEMA – PA,
encontrados na Secretaria Estadual a área reflorestada com espécies do gênero
de Meio Ambiente do estado do Pará Eucalyptus no período de 1996 a 2012 foi

350
Resumos Expandidos

de aproximadamente 100 mil ha.Segundo


o relatório anual da Abraf de 2013 [1], a
área de plantio de eucalipto no estado
era de aproximadamente 160 mil ha. A
diferença entre os resultados encontrados
na SEMA-PA e a Abraf pode ser
vinculado ao fato de nos anos 1970 ter Figura 2. Mesorregiões que possuíam mais
sido efetuado o plantio de mais de 107 mil áreas de plantio de Eucalyptus sp.no período de
ha na mesorregião do Baixo Amazonas, 1996 a 2012
pela empresa Jari Celulose. Este plantio
não foi contabilizado no presente estudo O sudeste paraense possui maior área de
por não estar compreendido no período reflorestamento com a espécie estudada,
da pesquisa, mas estima-se que ainda haja onde o eucalipto apresentou cerca de
86 mil ha. O nordeste paraense é a
cerca de 50 mil ha de áreas plantadas com
segunda mesorregião que possui maior
esta espécie na região.
área de plantio, contendo cerca de 10
mil ha. As demais mesorregiões (Baixo
Amazonas, Belém, Marajó e Sudoeste),
não apresentaram áreas de plantios tão
expressivas no período estudado.
As mesorregiões nordeste e sudeste
do Estado do Pará se destacam pelo
crescimento da demanda por carvão
vegetal visando atender os fornos
de beneficiamento de minérios,
principalmente o ferro gusa [4].
Figura 1. Mapa de distribuição da área de plantio A Figura 3 ilustra os plantios de Eucalyptus
com Eucalyptus sp. no período de 1996 a 2012 sp. em hectares, nessas Mesorregiões ao
longo dos anos de 1996 a 2012.
A Figura 2 mostra que as principais
mesorregiões do Estado em que houve
plantios de Eucalyptus sp. foram Sudeste e
Nordeste.

Figura 3. Distribuição dos plantios de


Eucalyptus sp. no Estado do Para no período
de 1996 a 2012

351
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A partir do ano de 2002 houve uma (18%) e Ulianópolis (13%), todos


evolução no desembolso em programas, localizados na mesorregião sudeste,
fundos e linhas de financiamento do totalizando 76% da área total plantada com
BNDES para o setor florestal [1], o que esta espécie em todo o estado. O município
pode explicar a evolução no plantio com o de Paragominas ganha destaque no
processo de reflorestamento, uma vez que
Eucalyptus sp. a partir desse período.
seu histórico de ocupação agropecuário
A partir de 2004 houve uma crescente
gerou uma grande quantidade de áreas
quantidade de áreas reflorestadas no
degradadas, fazendo com que o plantio
Estado. O Macrozoneamento Ecológico de espécies florestais surja como uma
Econômico do Estado do Pará, que alternativa à recuperação do potencial
ocorreu neste ano, definiu as mesorregiões produtivo dessas áreas e uma atividade
do nordeste e sudeste do estado como econômica de base florestal [6]
potenciais à expansão de atividade
produtivas[5]. A atividade florestal se Conclusão
destaca por ser uma melhor perspectiva A área total reflorestada com Eucalyptus
de investimentos para essas regiões, em sp. no período de 1996 a 2012 foi
função da superutilização das terras pela de aproximadamente 100 mil ha. As
mesorregiões do Sudeste e Nordeste
intensa atividade agropecuária [5].
Paraense apresentaram maior área de
A Figura 4 apresenta os principais
reflorestamento com a espécie. O sudeste
municípios que reflorestaram o estado
foi responsável por 86 mil hectares de
com as espécies do gênero Eucalyptus no Eucalyptus sp., sendo que os municípios que
período do estudo. mais reflorestaram com esta espécie foram:
Paragominas, Dom Eliseu e Ulianópolis.
Juntos, representaram 76% do total de área
reflorestada com eucalipto no estado, e a
mesorregião nordeste apresentou 10 mil
ha de plantio da mesma espécie.

Referências
[1]ABRAF. Anuário estatístico ABRAF
2013 ano base 2012 / ABRAF. – Brasília:
Figura 4. Municípios que apresentaram
maiores áreas de plantio de Eucalyptus sp. no 2013.
período de 1996 a 2012.
[2]CHIACCHIO, M. & VALE, E. F. O
reflorestamento na Amazônia Legal.
Os três municípios que apresentaram
Fatos desconhecidos. IMAZON, 2010.
maiores áreas plantadas com Eucalipto
[3]Secretaria de Meio Ambiente do Estado
foram: Paragominas (45%), Dom Eliseu

352
Resumos Expandidos

do Pará. Disponível em : <monitoramento.


sema.pa.gov.br/simlam>.

[4]MATOS, et al. Desenvolvimento inicial


e estado nutricional de clones de eucalipto
no nordeste do Pará. Acta amazônica. v.42.
2012. 292 p.

[5]PARÁ. Secretaria Executiva de Estado


de Ciência, Tecnologia E Meio Ambiente.
Macrozoneamento Ecológico-Econômico
do Estado do Pará/2004 – Proposta para
Discussão. Belém,PA: 2004. 132 p.

[6]PINTO et al.2009. Diagnóstico


socioeconômico e florestal do município
de Paragominas. Relatório técnico,
Belém, Pará. Instituto do homem e meio
ambiente da Amazônia - IMAZON. 65 p.

353
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Mapeamento de reflorestamentos
comerciais de Paricá (Schizolobium
amazonicum Huber ex Ducke) no
Estado do Pará no período de 1996 a 2012
Kênia Samara Mourão Santos¹; Adriana da Silva Neves ²; Dayse Natasha
Barbosa Pastana³; Rodrigo Silva do Vale 4; Eduardo Saraiva da Rocha 5

¹ Graduanda Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA


(kniasamara@yahoo.com.br); ²Graduanda Eng. Florestal- UFRA (adriana.nevess@
hotmail.com) ³ Eng. Florestal (daysenjsnx@yahoo.com.br); 4Prof. Instituto de Ciências
Agrárias da UFRA (rodrigo.vale@ufra.edu.br), 5Prof. Instituto de Ciências Agrárias da
UFRA (eduardo.saraiva@ufra.edu.br)

Introdução e objetivos Material e métodos


Em 2012, segundo o relatório anual da Foram realizados levantamentos em
Abraf (Associação Brasileira de Produtores dados secundários dos cadastros
de Florestas Plantadas), a área plantada no de Licenciamento Ambiental Rural
Brasil foi de mais de 7 milhões de ha. O encontrados na Secretaria Estadual
Estado do Pará em 2012 possuía uma área de Meio Ambiente do estado do Pará
reflorestada de aproximadamente 270 mil (SEMA PA) através do Sistema Integrado
ha, sendo a maior parte com espécies do de Monitoramento e Licenciamento
gênero Eucalyptus (159.657 ha) [1]. A segunda Ambiental (SIMLAM) [3] para identificar
espécie mais plantada nos últimos anos no as ações direcionadas ao plantio do
Estado é o Paricá (Schizolobium. amazonicum paricá no período de 1996 a 2012 nas
Huber ex Ducke), cerca de 88 mil ha nesse diversas regiões do Estado do Pará. Após
mesmo ano (Abraf, 2012). O Paricá é uma o levantamento, teve início o trabalho de
espécie nativa da região Amazônica que sensoriamento remoto. Uma vez obtidos os
vem sendo plantada no leste do estado do dados de área de reflorestamento de paricá
Pará, principalmente nos municípios de e polígonos georreferenciados do Estado,
Dom Eliseu e Paragominas [2]. foram gerados mapas de distribuição desta
O objetivo deste trabalho foi levantar e mapear espécie, bem como uma estimativa da área
as áreas ocupadas com a espécie paricá no total ocupada por esta atividade no período
Estado do Pará e verificar quais Mesorregiões de 1996 a 2012.
deste estado apresentaram maior área de
plantio no período de 1996 a 2012.

354
Resumos Expandidos

Resultados e discussão PA foi de 90.117,8 ha, número próximo


De acordo com os resultados obtidos ao encontrado no anuário da ABRAF
utilizando os dados da SEMA-PA a área 2013 (referente ao ano de 2012), no qual
reflorestada com Paricá, no período de informa que a área ocupada com paricá no
1996 a 2012 foi de aproximadamente 90 estado do Pará era de 87.901 mil ha para o
mil ha. Este encontra-se subdividido em mesmo ano.
seis Mesorregiões. A Figura 2 ilustra a forma na qual os
A Figura 1 ilustra o modo no qual plantios foram se estabelecendo, em
os plantios estão distribuídos nas hectares, nessas Mesorregiões ao longo
mesorregiões, sendo que os plantios dos anos de 1996 a 2012.
de paricá estão concentrados nas
Mesorregiões do Sudeste e Nordeste
paraense. As demais mesorregiões do
estado não apresentaram uma área de
plantio tão expressiva, chegando a somar
apenas 7.318 ha para o período estudado.
Figura 2. Áreas de plantio de Paricá nas
mesorregiões sudeste e nordeste do Pará no
período de 1996 a 2012.

A Figura 2 mostra que a Mesorregião


do Nordeste paraense estava à frente
do plantio de paricá, porém teve uma
diminuição ao longo dos anos, ao passo
que a mesorregião do sudeste paraense
teve um forte crescimento na área de
plantio dessa espécie. A partir de 2004, a
Figura 1. Mapa de distribuição das áreas de mesorregião sudeste apresentou maiores
plantio com paricá no período de 1996 a 2012 áreas de plantio que a mesorregião do
nordeste paraense.
O sudeste efetuou plantio com a
espécie paricá em aproximadamente Os municípios (Figura 3) que mais
60 mil ha, enquanto o nordeste somou obtiveram destaque no plantio de paricá
aproximadamente 22.113 ha no período foram Paragominas (28%), Dom Eliseu
de 1996 à 2012. O número total de (13%), Ulianópolis (11%), e Tomé-Açu
hectares obtido dos dados da SEMA- (10%). Sendo os três primeiros localizados

355
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

na Mesorregião sudeste e o quarto na paraense) apresenta grande cultivo de


Mesorregião nordeste. paricá provavelmente devido aos sistemas
agroflorestais presentes naquela região,
nos quais o paricá é muito utilizado em
consórcio com culturas plantadas à sombra
como o cacau (Theobroma cacao) [7].

Conclusões
O total de hectares reflorestados com paricá
no estado do Pará, obtido nesse trabalho
com os dados da SEMA-PA de 1996 a 2012
foi cerca de 90 mil, próximo ao encontrado
Figura 3. Municípios que possuíam mais
áreas de plantio de paricá no período de 1996 no anuário da ABRAF 2013, em torno de
a 2012. 88 mil ha. A mesorregião do estado do
Pará que apresentou maior quantidade de
áreas com plantio de paricá desde 1996 até
A Figura 3 mostra que juntos, os
2012 foi a sudeste, com cerca de 60 mil
municípios citados representam 62% do
ha de áreas plantadas. Logo em seguida,
plantio dessa espécie no estado no período
nordeste aparece com aproximadamente
estudado. O restante da área de plantios é
22 mil ha, hectares estão divididos entre
distribuído por outros 29 municípios de
as demais mesorregiões paraenses (Belém,
diferentes locais do território paraense. Os
Marajó, Sudoeste e Baixo Amazonas),
municípios com maior plantio de paricá
segundo dados da Secretaria de Meio
localizadas nas mesorregiões sudeste
Ambiente do Estado. Os municípios que
pode ser devido ao aspecto cultural do
mais plantaram a espécie paricá foram:
local, sendo caracterizado por imigrantes
Paragominas, Dom Eliseu, Ulianópolis e
principalmente de origem do Sudeste,
Tomé-Açu, representando 62% do plantio
Sul e Centro-Sul do Brasil [4], levando
dessa espécie sendo os três primeiros
consigo uma cultura de plantio florestal
pertencentes à mesorregião sudeste e o
evidenciada nessa região do país, aliada
ultimo na mesorregião nordeste. O restante
ao fato da grande quantidade de projetos
está distribuído em outros 29 municípios
de reposição florestal, uma vez que essa
com áreas plantadas menos expressivas.
região é marcada por intensa atividade
agropecuária desordenada [5] e o paricá é a
segunda cultura mais utilizada nos projetos
Referências
[1] ABRAF. Anuário estatístico ABRAF
de reflorestamento no estado do Pará [6].
2013 ano base 2012 / ABRAF. – Brasília:
Já no município de Tomé-Açu (nordeste
2013.

356
Resumos Expandidos

[2]CHIACCHIO, M. & VALE, E. F. O


reflorestamento na Amazônia Legal.
Fatos desconhecidos. IMAZON, 2010.

[3] ecretaria de Meio Ambiente do Estado


do Pará. Disponível em : <monitoramento.
sema.pa.gov.br/simlam>. SILVA, I. S.
Migração e Cultura no sudeste do
Pará. Marabá 1968- 1988. Universidade
Federal de Goiás. Goiânia, 2006.

[5]GALEÃO, R. R.; CARVALHO, J. O.


P.; YARED, J. A. G.; MARQUES, L. C.
T.; COSTA FILHO, P. P. Diagnóstico
dos projetos de reposição florestal no
estado do Pará. Rev. Ciências agrárias,
Belém, n. 45, p. 101- 120, jan/jun. 2006.

[6]RUIVO, M. de L. P.; OLIVEIRA, M. de L.


S.; CORDEIRO, I.M.C.C.; MONTEIRO,
K. P. M.; KERN, D.C.; AMARANTE, C.
B. do. Evaluation of growth of paricá
(Schizolobium amazonicum Huber
(Duck)) in differents agroforestry
system in northeast of Pará, Brazi. In
World Congress of Soil Science, 19., 2010,
Brisbane, Australia.

[7]MENDES, F. A. T.; Avaliação de


modelos simulados de sistemas
agroflorestais em pequenas
propriedades cacaueiras selecionadas
no município de Tomé Açu, no estado
do Pará. Belém, PA: UNAMA: FIDESA
2003.

357
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Metabolismo do nitrogenio em plantas


de curauá sombreado em consórcio
com Paricá (Shizolobium amazonicum
Huber ex Ducke) a pleno sol no
município de Aurora do Pará.
Ellen Gleyce da Silva Lima¹; Kênia Samara Mourão Santos ²;
Raimundo Amaro Ribeiro Conde³; Benedito Gomes dos Santos Filho4;
Cândido Ferreira de Oliveira Neto5

¹ Mestranda em Ciências Florestais Universidade Federal Rural da Amazônia/Belém (ellenllima@


yahoo.com.br); ² Graduanda Eng. Florestal UFRA/Belém (kniasamara@yahoo.com.br);³ Dr.
Ciências Agrárias UFRA/Belém 4 Prof. Dr. Do Instituto de Ciências Agrárias UFRA/Belém-
PA;5 Prof. Dr. Do Instituto de Ciências Agrárias UFRA/Belém-PA.

Introdução e objetivos como Curauá é uma Bromeliaceae de alto


Os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) interesse econômico, especialmente para a
podem ser definidos como técnicas indústria automobilística, pois produz uma
alternativas de uso da terra, que implicam fibra resistente, utilizada na fabricação de
na combinação de espécies florestais com peças internas de veículos [3].
culturas agrícolas, atividades pecuárias ou Com base no contexto, esta pesquisa
ambas [1]. A espécie florestal nativa, paricá teve como objetivo o estudo do
(Shizolobiuma mazonicum Huber exDucke) comportamento do Curauá em plantio
vem sendo plantada no território paraense (convencional) a pleno sol e sombreado
em grande escala, principalmente nas em sistema agroflorestal por Paricá,
mesorregiões sudeste e nordeste do analisando as alterações bioquímicas sob
estado. Sua madeira é muito utilizada na as duas condições.
fabricação de compensado e MDF [2].
Ademais, o Paricá apresenta inúmeras Materiais e métodos
vantagens para consórcios de culturas, tais O experimento foi realizado na Fazenda
como a densidade e a arquitetura da copa da Empresa do Grupo Tramontina, no
que determinam a fração de energia solar município de Aurora do Pará.
que pode ser capturada pelas plantas dos O plantio Curauá a pleno sol e sistema
estratos inferiores. agroflorestal foram implantados em
A espécie Ananas comosus var. erectifolius (L. B. Janeiro de 2009 em uma área de1.984,5m².
Sm), Coppens& Leal, também conhecida Foram coletadas 15 amostras de folhas de

358
Resumos Expandidos

curauá a pleno sol e 15 amostras de folhas da redutase do nitrato nas plantas de


sombreadas em sistemas agroflorestais, curauá sob o sol. As plantas de curauá em
sendo escolhida a quinta folha, de cima para ambiente sob o sol estão em condições
baixo . Em seguida, foram pesadas para a menos favoráveis, que são: radiação
determinação da massa fresca. As amostras direta, sob as folhas e certa parte ao solo,
foram reservadas para a determinação acentuando a evaporação do mesmo,
da porcentagem de umidade através da incidência de ventos, contribuindo para
determinação da matéria seca em estufa de a evapotranspiração. È possível, que o
circulação forçada de ar a70 ºC (+/ - 5 ºC). curauá no momento da coleta do material
O material seco foi moído, e submetido a para a análise estava comportando-se como
análises bioquímicas com as quais foram uma planta CAM (ácido das classuláceas),
determinadas as concentrações de clorofila ou seja, com os estômatos fechados de dia,
e caratenóides, no laboratório de Fisiologia havendo, assim, pouca atividade da redutase
Vegetal-Campus de Capitão Poço/UFRA do nitrato. Nas plantas sombreadas possa
(Universidade Federal Rural da amazônia). ser que tenha havido uma melhor atividade
Para determinação das concentrações da redutase do nitrato por esse ambiente,
de nitrato, o método utilizado foi o de possibilitar uma melhor manutenção da
Cataldo et al., (1975) [4]. A determinação umidade, dessa maneira disponibilizando-a
das concentrações de aminoácidos solúveis para as plantas.
totais (AAST) foi determinada segundo Houve uma diferença significativa nas
método descrito por Peoples et al. (1989) concentrações de aminoácidos solúveis
[5]. As concentrações de proteínas solúveis totais nas folhas de curauá sombreadas em
totais foram determinadas segundo o relação às de pleno sol. As concentrações
método de Bradford (1976) [6]. de aminoácidos solúveis totais folhas foram
de 28,16 e 19,16 mol Pro.g¹ nas plantas
Resultados e discussão sombreadas e a pleno sol respectivamente
As concentrações de proteínas solúveis (Figura 1). Os resultados nos mostraram
totais nas folhas foram 1,09 e 1,67 mg que os teores de aminoácidos solúveis
de proteína / g de MS a pleno sol e totais foram bem maiores em plantas
sombreadas, respectivamente. Esses sombreadas de que as cultivadas a pleno
resultados devem-se aos serviços sol.
ambientais promovidos, pelo dossel, assim
como uma mudança na estrutura física,
de todo o sistema agroflorestal curauá x
paricá, em ralação ao plantio convencional.
Os baixos teores de proteínas solúveis
encontrados estão ligados a baixa atividade

359
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Figura 2. Concentrações de nitrato em


Figura 1. Concentrações de aminoácidos plantas de Curauá sombreados e a pleno sol.
solúveis totais em plantas de sombreados e a As médias seguidas pelas mesmas letras não
pleno sol As médias seguidas pelas mesmas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
letras não diferem entre si pelo teste de Tukey probabilidade.
a 5% de probabilidade
Conclusões
Foram observadas nas concentrações Houve um aumento significativo nos teores
de nitrato que os teores encontrados em de proteínas solúveis totais, aminoácidos e
folhas de plantas sombreadas são bem nitrato em plantas de curauá sombreadas
maiores do que àquelas encontrados em relação a plantas sob o sol. O curauá
em folhas de plantas de curauá a pleno pode ser cultivado em ambientes sob
sol (Figura 2). Os valores encontrados incidência luminosa reduzida, com o paricá,
foram 0,59µ moles nas folhas sombreadas promovendo o sombreamento e melhor
enquanto que nas folhas a pleno sol foi de atividade bioquímica, e conseqüentemente
0,25µ moles [7]. O nível de exposição a maior produtividade de folhas.
luminosidade altera a ativação da redutase
do nitrato. Referências
[1]SANTOS, M. J. C.; RODRIGUES,
SHEIBER et al. (1997) [8], afirmou L. C. E.; WANDELLI, E. V. Avaliação
que, os teores de nitrato, a quantidade econômica de quatro modelos
da glutamina livre e a sua proporção em agroflorestais em áreas degradadas
relação ao glutamato disponível são, por pastagens na Amazônia Ocidental.
provavelmente os metabólitos principais Scientiaforestalis. N. 62, p. 48- 61, dez. 2002
que comandam a capacidade de redução .
do nitrato na planta. [2]PEREIRA, D.; SANTOS, D.;
VEDOVETO, M.; GUIMARÃES, J.;
VERÍSSIMO, A. Fatos florestais da
Amazônia. IMAZON, Belém, 2010.
[3]ROSA, C. C. da; MOREIRA, D.

360
Resumos Expandidos

D. C.; BILCATI, G. K. Estudo das organic acid metabolism end repress


propriedades físicas da fibra de Curauá. starch metabolism in tobacco. The
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE plant Cell , v. 9, p 783-798, 1997.
EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA,
Belém, 2012.

[4]CATALDO, D. A.; HAROON, S.L.E


& YOUGS, V. L. Rapid colorimetric
determination of nitrate in plant
tissue by nitration of salicylic acid.
CommumSoil Science Plant Analyse, 6:(1)
71-80, 1975.

[5]PEOPLES, M, B,, FAIZAH, A,W,


REAKASEM, B,; HENRIDGE, D,F,1989.
Methods for evaluating nitrogen
fixation by nodulated legumes in the
field, Canberra: Australian Centre for
International Agricultural Research, 1989,
76 p.

[6]BRADFORD, M, M, A rapid and


sensitive method for quantitation
of microgram quantities of protein
utilizing the principle of protein-dye
binding, Anal, Biochem, V, 72: 248-254,
1976.

[7] NETO, J. F. A. Atividade das enzimas


redutase do nitrato e glutamina
sintetase cafeeiro arábica. 2005. ICA/
Piracicaba - São Paulo. 2005. Dissertação
(Mestrado em Agronomia), ESALQ. 2005.

[8]SHEIBLER, W-R.; GONZÁLES-


FONTES, A.; LAUERER, M. et al.
Nitrate acts as a signal to introduce

361
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Modelos para estimativa de porcentagem


de casca para Pinus patula Schiede ex
Schltdl. & Cham. em Ponte Alta do
Norte – SC
Ezequiel Silva¹ ; Maíra Rodrigues¹ ; Marcos Felipe Nicoletti² ;
Marcio Carlos Navroski² ; Nilton Sérgio Novack Junior¹

¹Graduando em Engenharia Florestal UDESC/SC (ezequielsilva5@gmail.com) ;


²Prof. Departamento de Engenharia Florestal UDESC/SC

Introdução e objetivos Santa Catarina, em um reflorestamento


A comercialização de madeira para homogêneo com aproximadamente oito
serraria é baseada nos volumes sem casca anos de Pinus patula. Foram selecionados
dos indivíduos, o que torna necessário o trinta e cinco indivíduos onde se obteve os
conhecimento do volume a ser descontado diâmetros com e sem casca ao longo de seus
das usuais estimativas de volume com fustes através do método de Smalian. Com
casca. Porém para outras finalidades como os seguintes valores foi possível estimar a
os inventários florestais convencionais variação diamétrica de todo o povoamento.
e algumas transformações industriais da Posteriormente, foi gerado um modelo
madeira, essa variável é considerada de volumétrico com base na metodologia
importância secundária, ou até mesmo Stepwise. Para este, foram testadas 34
descartável. Essa determinação do volume transformações matemáticas das variáveis
de casca é uma operação trabalhosa, sendo independentes diâmetro a altura do peito
assim, gera a necessidade da obtenção (d) e altura (h) para determinar uma
volumétrica da casca a partir de medições equação onde a variável dependente esteja
de variáveis diretas, ou seja, fáceis de na forma aritmética. Além deste foram
serem mensuradas a campo[1]. Portanto o testados mais três modelos tradicionais
trabalho objetivou determinar um modelo na literatura, comparando todos e
matemático que estime com acurácia a selecionando o melhor modelo que estime
porcentagem de casca dos indivíduos de com precisão a porcentagem de casca dos
Pinus patula. indivíduos (Tabela 1 ).

Modelos Volumétricos para estimar


Materiais e métodos Porcentagem de casca (%C)
O presente estudo foi realizado na cidade Modelo 1 %C=B0+B1dap²h
de Ponte Alta do Norte, no estado de Modelo 2 %C=B0+B1dap²+B2dap²h

362
Resumos Expandidos

Modelo 3 %C=B0+B1dap²+B2h+B3dap²h Resultados e discussão


Modelo 4 %casca=b0+b1*(h*d^5) Para que fosse possível inferir sobre
a confiabilidade da estimativa após a
Tabela 1. Modelos volumétricos para estimar
seleção dos modelos, foi realizado os seus
porcentagem de casca (%C) de dupla entrada
em função do diâmetro a altura do peito medido ajustes, onde na Tabela 2 observa-se os
em centímetros (dap) e da Altura medida em critérios de avaliação com seus respectivos
metros (h). Sendo que B0; B1; B2; B3 são os resultados e na Figura 1 os gráficos de
parâmetros dos modelos. resíduos. Com relação a distribuição
residual, os gráficos apresentaram uma
Análise gráfica de resíduos, erro padrão distribuição muito semelhantes tornando
da estimativa (Syx %) e coeficiente de o este critério de seleção, de importância
determinação ajustado (R² ajustado) foram secundária para a escolha do melhor
as estatísticas de ajuste e precisão utilizadas modelo. Nesse caso os critérios que
para a seleção do modelo com melhor fornecem uma maior confiabilidade é
correlação entre as variáveis. o erro padrão da estimativa (Syx %), e o
coeficiente de correlação ajustado (R²aj).
Modelos b0 b1 b2 b3 Syx(%) R²aj

1 19,38996 -0,000292345 24,64 0,0908

2 16,73478 0,036708266 -0,00233 24,55 0,0978

3 16,88508 0,03653707 -0,0113 -0,00232 25,00 0,0644

4 18,32775 -0,00000000836 24,47 0,1038

Tabela 2. Demonstração dos resultados obtidos para os parâmetros do modelo ( B0; B1; B2; B3)
e para os critérios de avaliação erro padrão da estimativa (Syx%) e coeficiente de determinação
ajustado (R²aj).

363
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Figura 1. Análise gráfica de resíduos para os quatro modelos, sendo o gráfico “A” para o modelo 1,
“B” para o modelo 2, “C” para o modelo 3 e “D” para o modelo 4.

Conclusões
De acordo com os critérios de avaliação, o
modelo com maior acurácia é o modelo 4.
Pois o mesmo apresenta um erro padrão da
estimativa (Syx %) menor em comparação
aos demais modelos e um coeficiente de
correlação ajustado mais próximo a um.

Referências
[1]FIGUEIREDO FILHO, A. &
BERNARDI, A.R. Comportamento da
casca ao longo do tronco em plantios
de pinus elliotti estabelecidos no litoral
e planalto do Estado de Santa Catarina.
In: CONGRESSO FLORESTAL
BRASILEIRO, 7, CONGRESSO
FLORESTAL PANAMERICANO, 1,
Curtiba, 1993, Anais ..., V.2 São Paulo:
Sociedade Brasileira da silvicultura, p. 495-498.

364
Resumos Expandidos

Modelos para estimativas de área foliar


de indivíduos de Aroeira Vermelha
Schinus terebinthifolia Raddi sob
diferentes substratos em Lages SC
Ezequiel Silva¹ ; Maíra Rodrigues¹ ; Marcos Felipe Nicoletti² ;
Marcio Carlos Navroski²; Nilton Sérgio Novack Junior¹

¹Graduando em Engenharia Florestal UDESC/SC (ezequielsilva5@gmail.com) ;


²Prof. Departamento de Engenharia Florestal UDESC/SC

Introdução e objetivos dois fatores (3 x 3), tamanho de recipiente


O índice de área foliar (IAF) é uma variável (tubete 110 cm³; tubete 180 cm³; e sacos
de extrema importância quando se deseja de polietileno de 500 cm³) e diferentes
avaliar a taxa de crescimento de um substratos (comercial; comercial + casca
indivíduo, pois são nas folhas onde ocorre de pinus e comercial + casca de pinus +
a maior atividade metabólica[1]. Sendo vermiculita). Porém para a realização do
assim, quanto maior o IAF, maior será o trabalho, os indivíduos foram agrupados
crescimento desses indivíduos. Sabendo em um banco de dados geral para que fosse
disso o trabalho objetivou propor um possível a modelagem. Para a obtenção
modelo matemático que possa estimar do diâmetro na altura do colo (DAC) e
a área foliar dos indivíduos de aroeira, altura foi utilizado um paquímetro digital
utilizando o mesmo em estimativas de fornecendo as medidas em milímetros
área foliar com base no diâmetro do colo (mm) e uma régua fornecendo a altura em
e altura sem a necessidade de destruir as centímetros (cm).
mudas. Para a obtenção do IAF real, foi necessário
realizar a retirada das folhas de todas
Materiais e métodos as mudas e coloca-las em folhas sulfite
O estudo foi realizado na Universidade no formato A4 para que pudessem ser
do Estado de Santa Catarina (UDESC) fotografadas e em seguida digitalizadas
localizada na cidade de Lages-SC. Os no software ImageTool. Com o auxílio do
indivíduos de Schinus terebinthifolia tinham software Statgraphics foi possível realizar
210 dias e são oriundos de um experimento a seleção de dois modelos, sendo um
realizado em delineamento inteiramente aritmético e um linearizado para estimar o
casualizado, com 5 repetições de 10 plantas IAF dos indivíduos. Para realizar a seleção
por repetição, onde foram submetidos a dos modelos foram avaliados alguns

365
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

critérios, estes por sua vez foram: Erro Resultados e discussão


padrão da estimativa (Syx(%)), Coeficiente A partir da seleção dos modelos foram
de correlação ajustado (R² ajustado) e realizados ajustes para inferir sobre a
gráfico de resíduos. confiabilidade da estimativa. Os modelos
podem ser observados na Tabela 2.

Modelos Equação
Aritmético IAF = -151,198 + 49,9572*1/Raiz h + 129,106*((1/h²)*dc)
Logarítmizado Ln IAF = -0,947173 - 0,586117*1/raiz h + 2,5631*Raiz(1/dc²+h²)

Tabela 2. Modelo aritmético e logarítmizado para estimar a área foliar de Schinus terebinthifolia,Onde:
“IAF” é o índice de área foliar (cm), “h” é a altura das mudas (cm) e “dc” é o diâmetro do colo (mm).
Os critérios de avaliação com seus uniforme pois os resíduos estão mais
respectivos resultados podem ser agrupados, variando sua maioria em torno
observados na Tabela 3, e os gráficos de de 10% dos valores reais. Logo, a Figura
resíduos na Figura 1. Nota-se entre as 1-A obteve uma variação maior em grande
distribuições dos resíduos que a Figura parte dos dados de 40% das observações
1-B apresentou um comportamento mais estimadas.

Modelo b0 b1 b2 Fm Syx(%) R²ajustado


Aritmético -151,198 49,9572 129,106 - 1,9717 0,8382
Logarítmizado -0,9472 -0,5861 2,5631 1,0197 0,0048 0,8414

Tabela 3. Demonstração dos resultados obtidos para os parâmetros do modelo (b0, b1, b2) e
para os critérios de avaliação (Syx (%) e R² ajustado).

Figura 1. Análise Gráfica de resíduos para os dois modelos sendo o gráfico “A” para o modelo
aritmético e o “B” para o modelo logarítmizado.

366
Resumos Expandidos

Conclusões
Com base nos critérios de avaliação o
modelo que teve maior acurácia foi o
modelo Logarítmizado pois apresentou
um Erro padrão da estimativa (Syx(%))
melhor e um coeficiente de correlação
ajustado (R² ajustado) mais próximo a
um, quanto a análise gráfica de resíduo, o
mesmo apresentou um adensamento dos
pontos sobre a linha média, representando
ter um melhor ajuste.

Referências
[1]TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant
physiology. 2. ed. Massachusetts:
Sunderland, 1998. 792p.

367
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Mudas clonais de Eucalyptus urograndis


crescidas em diferentes densidades na
bandeja
Adriano Adauto Ferreira;
Márcia Aparecida Novaes Gomes2

Tecnólogo em Silvicultura FATEC-CB; 2Profa. Dra. Tecnologia em Silvicultura


1

FATEC-CB (marcia.angomes@fatec.sp.gov.br)

Introdução e objetivo densidade de indivíduos por bandeja e


No Brasil, os reflorestamentos com expressa o grau de competição existente
Eucalyptus são realizados na maior parte [4].
por empresas, em especial as do segmento Encontrar a densidade ideal de indivíduos
de papel e celulose, utilizando mudas na bandeja para uma espécie pode resultar
obtidas de clones selecionados para as em uma maior produção, com o padrão
características silviculturais e tecnológicas de qualidade exigido e com um custo
de interesse [1]. São clonados diferentes competitivo, sendo o objetivo do presente
espécies e híbridos dessas, destacando- trabalho o de avaliar o crescimento de
se os clones de E. urophylla x E. grandis mudas clonais de E. urograndis em função
(E. urograndis) por apresentarem rápido da densidade nas bandejas.
crescimento, ciclos de corte entre 6 e 7
anos de idade e pela efetiva produção de Material e métodos
celulose e papel [2]. O experimento foi conduzido no
A produção de mudas florestais nos município de
viveiros, mesmo com o grande avanço das Capão Bonito/SP, à latitude de
técnicas empregadas nos últimos tempos, 23º57’03.69’’S, longitude de 48º24’41.53’’
ainda possui alguns aspectos a serem W. As mudas de E. urograndis foram
solucionados, principalmente no que se produzidas através de coleta de brotações
refere à expedição da casa de vegetação, em minijardim clonal, sendo as miniestacas
sendo a densidade populacional um dos plantadas em tubetes de 53 cm³, contendo
parâmetros que influem fortemente na sua substrato composto de vermiculita, turfa e
qualidade [3]. A competição pelos recursos matéria orgânica, na proporção de 25:25:50.
de crescimento (luz, água e nutrientes) e as A matéria orgânica era composta de palha
condições favoráveis ao desenvolvimento de arroz carbonizada contendo bactérias
de doenças estão ligadas ao grau de decompositoras. Os fertilizantes solúveis

368
Resumos Expandidos

utilizados foram 192 g de supersimples ou deformações que comprometem o


(18% de P, 18% de Ca e 12% de S), 64 g valor silvicultural. No mesmo tratamento
de sulfato de amônia (21% de N e 24% ocorreu uma alta queda de folhas,
de S) e 96 g de osmocote, na proporção resultando em um acúmulo de matéria
19:06:10. morta que propiciou o aparecimento de
Os tubetes foram alocados em badejas patógenos como Botrytis cinerea.
de poliestireno, contendo 96 células com As mudas do tratamento com 24 indivíduos
distância de 1,3 cm entre elas e transversal apresentaram menor crescimento médio
de 3,3 cm. Foram utilizadas 18 bandejas e em altura e menores valores na relação
1.008 mudas de E. urograndis, divididas em altura/diâmetro do colo, sendo as ideais
três tratamentos de densidade, cada um para serem expedidas para o campo
com seis repetições: com 96 mudas por (Tabela 1).
bandeja (435,5 mudas m2), com 48 mudas
Distância
por bandeja (217,7 mudas m2) e com 24 Nº de Altura 2º par de
Diâmetro Relação
do colo H/DC
mudas por bandeja (108,8 mudas m²), mudas (cm) folhas
(mm) (mm)
(cm)
distribuídas de forma uniforme
96 46,0 ± 13,9 ± 1,07 ± 42,9 ±
Mensalmente foram realizadas avaliações
das variáveis: altura (H), distância entre as mudas 2,53a 0,80a 0,57a 2,79c

extremidades do 2º par de folhas, diâmetro 48 38,7 ± 14,4 ± 1,05 ± 36,8 ±


do colo (DC), relação altura da parte aérea/
diâmetro do coleto (H/DC), porcentagem mudas 5,79b 1,00a 0,36a 1,36b

de mudas com sistema radicular ideal 24 24,5 ± 14,6 ± 1,32 ± 18,6 ±


(estacas com raízes maiores que 10 cm)
mudas 2,76c 0,95a 0,35a 2,53a
e, aos 90 dias, também a porcentagem de
mudas expedidas. Os dados obtidos foram Tabela 1. Valores médios das variáveis altura,
submetidos à análise de variância e testes distância entre as extremidades do 2º par de
de médias, utilizando-se o teste de Tukey a folhas, diâmetro do colo (DC) e relação altura
da parte aérea/diâmetro do coleto (H/DC)
5% de probabilidade.
em mudas clonais de E. urograndis crescidas
em três diferentes densidades de mudas
Resultados e discussão por bandeja (96, 48 e 24), após 90 dias do
estaqueamento. Médias seguidas por mesma
Após 90 dias de cultivo, observou-se que o
letra minúscula não diferem estatisticamente
tratamento com 96 indivíduos se destacou entre si pelo teste de Tukey a 5% de
pelo crescimento superior em altura, o que probabilidade.
não foi considerado um aspecto positivo,
pois a média da relação altura da muda e
Também, no tratamento com 24 indivíduos
diâmetro do colo (H/DC) foi alta e podem
foi obtida uma maior porcentagem de
causar nas mudas o tombamento e morte,

369
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

mudas com sistema radicular ideal e a de No tratamento com 48 indivíduos houve


mudas expedidas (Ttabela 2), entretanto menor porcentagem de mudas com
a perda de água e nutrientes foi maior, rustificação ideal aos 90 dias, comparado
representando uma desvantagem quanto com o tratamento com 24 indivíduo,
ao custo e o sistema operacional necessário, mas neste o aproveitamento de água e
quando comparado ao tratamento com 48 nutrientes foi maior, diminuindo os custos
mudas, no qual não houve perda de água do viveiro, além de proporcionar melhor
e nutrientes e, embora a porcentagem aproveitamento da área do viveiro.
de plantas expedidas tenha sido menor,
a altura média das mudas foi maior em Referências
relação ao tratamento com 24 indivíduos, [1] XAVIER, A; WENDLING, I.; SILVA,
não apresentando estiolamento, sendo R.L. Silvicultura clonal: princípios e
considerado o tratamento ideal. técnicas. Viçosa: UFV, 279p., 2009.
Sistema
Mudas
Nº de mudas radicular ideal
expedidas (%) [2]BASSA, A.G.M.C.; SILVA-JUNIOR,
(%)
F.G; SACON, V.M. Misturas de madeira
96 mudas 55,8 ± 0,20c 25,4 ± 0,08c de Eucalyptus grandis x Eucalyptus
urophylla e Pinus taeda para produção de
48 mudas 82,6 ± 0,11b 61,8 ± 0,08b
celulose kraft através do Processo Lo-
Solids®. Science Forest, n.75, p. 19-29,
24 mudas 95,1 ± 0,02a 93,0 ± 0,09a 2007.

Tabela 2. Valores médios da porcentagem de [3]REIS, E.R.; LÚCIO, A.D.; BINOTTO,


mudas clonais de E. urograndis com sistema A.F.; LOPES, S.J. Variabilidade dos
radicular ideal e de mudas expedidas, crescidas parâmetros morfológicos em mudas de
em três diferentes densidades de mudas Pinus elliottii Engelm. Revista Cerne, v.14,
por bandeja (96, 48 e 24), após 90 dias do
estaqueamento. Médias seguidas por mesma n.2, p.141-146, 2008.
letra minúscula não diferem estatisticamente
entre si pelo teste de Tukey a 5% de [4] TURION, J.A.; ANTUNES, B.M.A.
probabilidade. Produção de mudas de espécies
florestais. In: Galvão APM, editor.
Conclusões Reflorestamento de propriedades rurais
O tratamento com 96 indivíduos induziu para fins produtivos e ambientais. Brasília:
o maior crescimento em altura e o com Embrapa, p.125-150, 2000.
24 indivíduos proporcionou a maior
porcentagem de mudas expedidas, por
acelerar a rustificação.

370
Resumos Expandidos

Omissão de nutrientes em Tectona


grandis no município de Anhembi (SP)
Felipe Bianchi Saldanha1; Ana Clara Teixeira1, João Carlos Teixeira Mendes2;
José Leonardo Moraes Gonçalves3 José Luiz Stape4

Graduando(a) Eng. Florestal ESALQ/USP¹; 2Coordenador das Estações Experimentais


1

de Ciências Florestais da ESALQ/USP; 3Prof.Titular Departamento de Ciências Florestais


ESALQ/USP; 4Prof. Associado Department of Forestry - North Carolina State University

Introdução e objetivos Devido ao grande potencial de expansão


A exploração comercial de Tectona grandis dos plantios florestais da Teca em
(Teca) no Brasil se iniciou na década condições brasileiras e da escassez
de 1980 e, atualmente, o país conta de informação de ensaios de campo
com 67.329 ha de plantio, com maior elaborou-se um ensaio para avaliar o efeito
concentração no estado do Mato Grosso da omissão de nutrientes em um plantio de
[1]. A espécie possui madeira com alto Teca no município de Anhembi (SP).
valor econômico, devido à qualidade,
resistência e trabalhabilidade. Material e métodos
A cultura se desenvolve bem em ambientes O experimento foi instalado em novembro
tropicais com solos bem drenados e de de 2003 na Estação Experimental de
média a alta fertilidade, demostrando Ciências Florestais de Anhembi (22°42’
grande oportunidade de exploração em S e 48°10’W) pertencente à ESALQ-
condições brasileiras. A limitação química USP, em Latossolo Amarelo de textura
dos solos das regiões tropicais do Brasil média. Foram instalados 8 tratamentos em
é um agravante ao desenvolvimento delineamento em blocos ao acaso com 4
da espécie, porém esta situação pode repetições. Em cada tratamento omitiu-
ser contornada com o emprego de se o fornecimento de um macronutriente.
fertilizantes. O ensaio contou também com um
A Teca remove quantidades significativas tratamento sem fertilização e outro sem o
de nutrientes, no entanto pode crescer fornecimento de micronutrientes.
em solos relativamente inférteis se estes
apresentarem boa estrutura, drenagem
e reposição de nutrientes via fertilização.
A requisição de nutrientes aumenta
com a idade, tendo a seguinte ordem:
K>Ca>N>P>Mg [2].

371
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

N P2O5 K2O CaO MgO S B Zn Cu Mn Mo


Tratamento Descrição
__________________________ kg ha-1 _____________________
1 Completo 30,0 96,7 30,0 2.361 720 89,4 1,8 9,0 0,8 2,0 0,1

2 -N - 96,7 30,0 2.361 720 53,4 1,8 9,0 0,8 2,0 0,1

3 -P 30,0 - 30,0 2.334 720 87,2 1,8 9,0 0,8 2,0 0,1

4 -K 30,0 96,7 - 2.361 720 89,4 1,8 9,0 0,8 2,0 0,1

5 -Ca/Mg 30,0 96,7 30,0 81 - 89,4 1,8 9,0 0,8 2,0 0,1

6 -S 30,0 96,7 30,0 2.307 720 41,4 1,8 9,0 0,8 2,0 0,1

7 -Micro 30,0 96,7 30,0 2.361 720 86,2 - - - - -

8 Controle - - - - - - - - - - -

Tabela 1. Doses de nutrientes aplicadas em cada tratamento no momento da instalação do


experimento. Fonte utilizada de micronutrientes: FTEBr12= 1,8%B; 9,0%Zn; 0,8%Cu;
2,0%Mn; 0,1%Mo; 3,2%S
As mudas utilizadas foram produzidas a de PV50 e sua unidade expressa em (%) [3].
partir de sementes coletadas de matrizes Os resultados foram submetidos aos testes
selecionadas. A parcela total é formada por de normalidade, de homocedasticidade e,
7 linhas de 10 plantas no arranjo de 3 m x em seguida, prosseguiu-se com a análise de
2 m. A área foi subsolada e as fertilizações variância e teste de comparação de média
realizadas em covetas laterais, à exceção do pelo teste LSD a 10% de probabilidade.
calcário, feito a lanço em duas aplicações Todas as análises estatísticas foram
pré e pós plantio. Aos 10 anos de idade realizadas com o auxílio do programa SAS®.
da floresta foram avaliadas 40 plantas na
parcela útil (8 plantas x 5 linhas), tomando Resultados e discussão
-se as medidas de diâmetro à altura do peito Aos 10,2 anos de idade, a ausência de
(DAP) e altura total da árvore (H). Foi fertilização do povoamento promoveu
determinado o volume de cada indivíduo diferenças no desenvolvimento de H e
por meio de equação desenvolvida para DAP nas árvores, confirmando o potencial
a espécie em um plantio de idade similar, de resposta da cultura da Teca às práticas
no município de Piracicaba (SP): lnVol de fertilização. O Ca e os micronutrientes
= - 9,04556 + 1,986864xln(DAP) + foram os tratamentos que mais limitaram
0,638062xln(H) o desenvolvimento das árvores causando
Além do volume foi determinado o índice redução no volume de madeira produzido
de uniformidade da floresta calculado nas parcelas, resultado similar ao
por meio da porcentagem do volume encontrado por Foltran et al [4] para a
acumulado pela metade inferior das árvores mesma área de estudo aos 6 anos de idade.
de cada parcela. Esse índice é denominado

372
Resumos Expandidos

O maior percentual de falhas (11,7%) A diminuição da oferta nutricional cria


ocorreu nas parcelas com ausência da maior dependência das plantas aos teores
fertilização (Tabela 2). de nutrientes naturais do solo, o que
implica em crescimento irregular das
DAP Altura Falhas
Tratamento Descrição árvores e diminui o potencial de expressão
cm m %
genética dos indivíduos.
1 Completo 13,5 ab 11,8 ab 4,4

2 -N 14,2 a 12,7 a 8,1

3 -P 13,5 ab 12,3 ab 6,9

4 -K 13,4 ab 12,1 ab 3,8

5 -Ca 11,8 cd 10,2 cd 6,3

6 -S 13,7 ab 12,6 a 3,1


Figura 1. Volume de madeira aos 10,2 anos
7 -Micro 12,7 bc 11,0 bc 7,5 de idade em povoamento de Tectona grandis
8 Controle 11,2 d 9,5 d 11,7 em função da omissão de nutrientes. Colunas
seguidas pela mesma letra não diferem entre
Tabela 2. Desenvolvimento do DAP e H das si pelo teste LSD a 10% de probabilidade.
árvores aos 10,2 anos de idade em função da Barras horizontais representam o erro padrão
omissão de nutrientes. Médias seguidas pela da média (A). Relação entre a uniformidade
mesma letra não diferem entre si a 10% de da floresta, PV(50) e o volume de madeira
probabilidade pelo teste LSD. produzido (B). A ausência de fertilização
(“CON”) promoveu redução de 7% no
índice de uniformidade quando comparado
As diferenças de volume entre os com o tratamento completo (“COMP”). As
tratamentos indicaram uma oportunidade reduções foram de -3% para omissão de Ca e
de aumento de produção em função de -2% para omissão de micronutrientes.
das práticas de manejo de fertilização,
em especial para o Ca e micronutriente
(Figura 1 A). A produção de madeira Conclusões
foi de 170, 138, 115 e 96 m³ ha-1 nos A omissão de nutrientes promoveu redução
tratamentos Completo, -Micro, -Ca e no desenvolvimento das plantas de Tectona
Controle, respectivamente. Os tratamentos grandis, sendo o Ca e micronutrientes os
-N, -P, -K e -S não diferiram do completo, mais limitantes.
indicando ausência de limitação nutricional A omissão destes nutrientes promoveu
destes elementos até a presente data. decréscimo de até 20% na uniformidade do
Verificou-se que a uniformidade das
povoamento. Ao comparar a produtividade
parcelas foi afetada pela omissão dos
do tratamento completo com o controle, a
nutrientes sendo que no tratamento sem
perda foi de 74 m³/ha.
fertilização obteve-se o menor índice de
uniformidade, seguido pelo tratamento
-Ca e -Micro (Figura 1 B).

373
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Agradecimentos
Agradecemos à equipe da Estação
Experimental de Ciências Florestais de
Anhembi (ESALQ/USP) pelo apoio
dado durante a realização das atividades
e ao Grupo Florestal Monte Olimpo
pela disponibilização das informações
históricas da área experimental.

Referências
[1]ABRAF. Anuário Estatistico ABRAF
2013 ano base 2012 / ABRAF – Brasília:
2013. 148p.

[2]ALVARADO, A. Nutricion y
fertilizacion de la Teca. Informaciones
agronómicas. n.61 p.1-8. 2006.

[3]HAKAMADA, R.E. Uso do


inventário florestal como ferramenta
de monitoramento da qualidade
silvicultural em povoamentos clonais
de Eucalyptus. 2012. 114p. Dissertação
(Mestrado) - Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”, Universidade de São
Paulo, Piracicaba, 2012.

[4]FOLTRAN, E.C.; NOGUEIRA, R.;


MENDES, J.C.T.; STAPE, J.L. Efeito da
omissão de nutrientes na produtividade
da Tectona grandis Latossolo Arenos,
em Anhembi, SP. In. XVII Simpósio
Internacional de Iniciação Científica
da Universidade de São Paulo, 2009,
Pirassununga.

374
Resumos Expandidos

Padrão de solubilização do fertilizante


cloreto de potássio encapsulado em gel
celulósico e polímero biodegradável
pela Embrapa
Itamar Antonio Bognola1; José Luiz Stape2;
Washington Luiz Esteves Magalhães3

Pesquisador Embrapa Florestas (Itamar.bognola@embrapa.br); 2 Professor North


1

Carolina State University – NCSU (stape@ncsfnc.cfr.ncsu.edu); 3Pesquisador Embrapa


Florestas (washington.magalhaes@embrapa.br)

Introdução e objetivos de aumentar a eficácia de fertilizantes em


O desenvolvimento deste trabalho pela eucaliptocultura a Embrapa encapsulou
Embrapa se deu a partir de uma demanda fertilizante potássico com nanofibrilas
do Governo Federal para a elaboração de celulose (gel celulósico) a fim de
de novas tecnologias que viabilizem rotas desenvolver uma nova tecnologia para a
alternativas para a produção de fertilizantes produção de um fertilizante de liberação
a partir de resíduos industriais. Esta proposta lenta de nutrientes de mais baixos custos.
visa contribuir para esta linha de trabalho O presente estudo comparou o padrão
ao utilizar resíduos celulósicos. Além disso, de solubilização do cloreto de potássio de
a necessidade de identificação de novas um fertilizante típico (altamente solúvel)
fontes de nutrientes para a agricultura e usado com frequência pelas empresas
brasileira e o desenvolvimento de tecnologias florestais no viveiro e no campo, com uma
voltadas para uma maior eficiência no uso forma comercial de reconhecida liberação
de fertilizantes passou a ser um assunto lenta comparativamente a três tipos
estratégico no setor de pesquisa agrícola 1. produzidos pela Embrapa Florestas.
A produção de fonte alternativa de fertilizante
com nutrientes de liberação lenta (FLL) a Material e métodos
partir de resíduo celulósico ou de polímeros Fertilizantes oclusos em nanofibrilas
biodegradáveis representam possibilidades de resíduos de celulose (E1 e E2) e
de redução de custos e obtenção de maiores de um polímero biodegradável (E3)
eficiências nas adubações de cultivos de preparados pela Embrapa Florestas,
eucaliptos, que se destacam como um em Colombo PR; fertilizante KCl
dos mais importantes gêneros florestais
comercial sem encapsulamento (CO)
plantados no País e que demanda o uso
e um produto comercial PolyonKTM
regular de fertilizantes em seu ciclo de vida.
potássico, comprovadamente de liberação
Com o objetivo de avaliar a possibilidade
lenta (PK), com todos eles possuindo

375
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

teores aproximados de 60% K2O e sem Resultados e discussão


nitrogênio e fósforo (Tabela 1). Os resultados são apresentados a seguir
para um dia (24 h) e para uma semana
Sigla Tamanho grânulos % Capa Celulósica
(168h) de observações.
CO 2 a 4 mm -
A Figura 1 mostra o gráfico dos resultados
E1 2 a 4 mm < 21%
alcançados de dissociação do potássio em
E2 4 mm > 31%
água deionizada de cada fertilizante em
E3 2 a 4 mm > 31%
teste, no período de um dia.
PK 2 a 4 mm -
A Figura 2 mostra o gráfico dos resultados
Tabela 1. Fontes de fertilizantes: Comercial alcançados de dissociação do potássio
(CO); da Embrapa (E1, E2 e E3) e em água deionizada de cada fertilizante
PolyonKTM (PK) para efeito comparativo em teste por meio da determinação da
do padrão de solubilização do cloreto de
condutividade elétrica média (CE), no
potássio em água.
período entre 1 e sete dias (24 a 168 h).
Observando-se os resultados alcançados
Os fertilizantes foram pesados
desta dissociação do K, no período de
proporcionalmente ao KCl Comercial
um dia (Figura 1), verifica-se que tanto
(CO) para uma diluição em 100 mL de
os fertilizantes da Embrapa (E1, E2 e E3)
água deionizada, ou seja, 300 mg para
quanto o PolyonKTM tiveram uma fase de
o CO; 376,83 mg para o E1 (26 % capa
latência semelhante até 4 h após imersão
celulósica); 392,76 mg para o E2 e E3 (31
% capa celulósica) e 305,09 mg para o PK, em água deionizada.
onde todos foram colocados em frascos
plásticos individuais completando-
se o volume para 100 mL com água
deionizada, em cinco repetições cada.
Os fertilizantes submersos em água
deionizada foram deixados em repouso
para leituras das condutividades elétricas
(mS cm-1) nos tempos de 1 h, 2 h, 4 h, 6
h, 12 h, 18 h, 20 h, 22 h, 24 h, 48 h, 96
h, 120 h, 144 h e 168 h, a fim de se obter
o padrão das curvas de dissolução dos
nutrientes pelo período de um dia (24 h)
e de até sete dias (168 h) em temperatura Figura 1. Gráfico da dinâmica de dissociação
ambiente de 21 °C. Os resultados são do potássio em água deionizada dos fertilizantes
apresentados a seguir. testados no período de um dia (24 h).

376
Resumos Expandidos

apesar de apresentarem percentual relativo


de liberação de potássio inferior a 15 %
nas primeiras 4 h, indicando que poderiam
estar dentro das normas para serem
considerados fertilizantes de .liberação
lenta de nutrientes, ainda apresentaram
plena liberação de nutrientes, em uma
forma exponencial, a tal ponto de ter
ocorrido a fase de ruptura de todos eles no
período de tempo de 18 h com início da
fase de declínio a partir das 20 h.
Figura 2. Gráfico de dissociação do potássio Por estes resultados verificam-se que os
em água deionizada dos fertilizantes testados materiais da Embrapa estão atrasando
no período de sete dias (24 a 168 h) a fase de ruptura dos grânulos, em água
deionizada, dos fertilizantes encapsulados
Após este período inicial semelhante, a fase em 14 h quando comparada com a do
de latência do PolyonKTM (PK) continuou fertilizante KCl tradicional, uma vez que
praticamente inalterada no tempo de esta fase para os referidos materiais da
um dia enquanto que todos os outros Embrapa, se dá por volta das 18 h enquanto
fertilizantes da Embrapa (E1, E2 e E3) para o KCl comercial se dá por volta de 4 h.
apresentaram um aumento exponencial Isso é uma avanço em termos de retenção
de material dissolvido para um liberação
na liberação do K, não importando se os
mais tardia. Pela Figura 2, verifica-se que
fertilizantes da Embrapa possuíam maior
praticamente não houve muita dissolução
ou menor percentual de cobertura de capa
do fertilizante PolyonKTM. No entanto,
celulósica, como também se possuíam
houve total dissolução dos fertilizantes
ou não grânulos maiores. Além disso, a
produzidos pela Embrapa (E1, E2 e
Figura 1 mostra ainda, que o fertilizante
E3), mostrando que continuaram na fase
tradicional KCl puro (CO) dissociou-se de declínio, ou seja, desde as 24 h de
totalmente logo após a quarta hora de dissolução (CE = 4,06 mS cm-1) até 168
contato com a água deionizada, denotando h (CE = 4,15 mS cm-1) não houve mais
portanto aí, a sua fase de ruptura, a partir aumento da CE, denotando, portanto, que
disso teve um aumento exponencial de sua os referidos fertilizantes já estavam todos
condutividade elétrica atingindo a fase do liberados para o meio aquoso e assim,
declínio por volta de 20 h, ou seja, a partir não mais aumentaram os seus teores
deste tempo praticamente não há mais de condutividade elétrica média (CE)
liberação do nutriente uma vez que todo o mantendo-os no patamar da ordem e 4,10
material já se dissolveu em água. mS cm-1 aproximadamente.
Também, os fertilizantes elaborados pela O mesmo aconteceu com o fertilizante
Embrapa (E1, E2 e E3) mostram que comercial não encapsulado (CO) que

377
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

desde as 24 h (4,20 mS cm-1) de imersão


em água se apresenta na fase de declínio,
também com valores da CE da ordem de
4,40 mS cm-1 para as 168 h de dissolução.
Enquanto que para o FLL PolyonKTM
(PK) ainda se encontra na fase de latência
continuando praticamente inalterada no
tempo de sete dias.

Conclusões
• O gel celulósico e o polímero
biodegradável foram eficazes em
retardar em 14 h a fase de ruptura;
• Não houve diferença na dissolução
do K entre os materiais encapsulados
tanto com 21% quanto com 31% de
capa protetora;
• Não houve diferença na dissolução
do K entre os materiais encapsulados
com tamanhos de grânulos maiores
que 4 mm e entre 2 a 4 mm;
• Os métodos de encapsulamento,
aqui testados, ainda não apresentam
a eficácia necessária para a redução
da velocidade de dissolução do
fertilizante testado.

Referências
1 BENITES, V. de M.; POLIDORO, J.
C.; RESENDE, A. V. Oportunidades
para inovação tecnológica no setor de
fertilizantes no Brasil. Viçosa, MG.: SBCS,
Boletim Informativo, set-dez, 2010.
p.18-19.

378
Resumos Expandidos

Parâmetros genéticos de Eucalyptus


camaldulensis Dehnh em teste de
progênie
Thaianny Rodrigues de Souza; 1Bruna Cristina Almeida; ¹Jeane Cabral da Silva;
1

2
Diego Tyszka Martinez; 2Reginaldo Brito da Costa

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais – UFMT
(thaiannyrodrigues@hotmail.com; brucrisal@gmail.com; jeanecabral@yahoo.com.br); 2Prof. Dr.
Faculdade de Engenharia Florestal – FENF/UFMT (diegotyszka@hotmail.com; reg.brito.costa@
gmail.com).

Introdução e Objetivos O presente estudo objetivou estimar os


O cultivo de árvores do gênero parâmetros genéticos para o caráter DAP
Eucalyptus se desenvolveu devido a seu (diâmetro altura do peito) em teste de
rápido desenvolvimento bem como progênie de Eucalyptus camaldulensis Dehnh.
usos diversificados. É um dos gêneros
mais cultivados em regiões tropicais e Material e métodos
subtropicais, pela madeira dura e de alto As sementes do material estudado
valor econômico [3]. foram coletadas de árvores matrizes de
A estimativa dos parâmetros genéticos polinização aberta, procedência Katherine
é essencial para se conhecer a extensão
River, Estado de Queensland, Austrália,
da variabilidade genética, o grau de
obtidas em parceria com a Embrapa
controle genético entre as características
Florestas.
de interesse e a predição dos possíveis
ganhos genéticos obtidos com a seleção As mudas foram produzidas no Campus da
dos indivíduos [4]. Faculdade de Engenharia - UNESP/ Ilha
A herdabilidade é um parâmetro genético Solteira e plantadas no campo experimental
cuja definição é a relação proporcional do Instituto Federal de Educação, Ciência
da variação genética sobre a variação e Tecnologia de Mato Grosso – IFMT/
fenotípica. Em função da sua magnitude Campus São Vicente em Santo Antônio do
é frequentemente utilizada e considerada Leverger. A área está localizada na latitude
como uma ferramenta útil na participação 15°49’21’’ S e longitude 55°25’06” W, com
da predição de ganho de diferentes altitude de 750 m. O clima é caracterizado
métodos de seleção, auxiliando na
como tropical (Aw), segundo a classificação
condução do programa de melhoramento
de Köppen e apresenta duas estações bem
e ser aplicado a uma determinada cultura
definidas: uma quente e úmida e outra
ou espécie perene [1].

379
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

mais fria e seca com déficit hídrico. A Estimativas DAP (cm)


temperatura anual média está em torno h2a 0,21
de 20 ºC e precipitação média anual é de hp2
0,24
2.000 mm. Acprog 0,49
O teste de progênies foi instalado sob CVgi % 19,30
delineamento de blocos ao acaso com Média geral 9,74
132 progênies, cinco repetições e três
plantas por parcela em linhas simples, no Tabela 1. Estimativas dos parâmetros genéticos
para DAP (diâmetro altura do peito) em
espaçamento 3 m x 2 m, onde o caráter
progênies de Eucalyptus camaldulensis Dehnh em
DAP foi avaliado na população aos 60 Mato Grosso. Em que: herdabilidade individual
meses de idade. no sentido restrito ( ); herdabilidade da média
Os dados foram analisados por meio do de progênies ( ); coeficiente de variação
procedimento de modelo linear misto genética aditiva individual ( );; acurácia
seletiva de progênies (Acprog ).
univariado aditivo REML/BLUP),
disponível no software SELEGEN,
A herdabilidade individual no sentido
apresentado por [2] Modelo 1, utilizado
restrito e a herdabilidade média de
para experimentos em blocos ao acaso,
progênies para o caráter sob avaliação são
progênies de meios irmãos, várias plantas
consideradas de média magnitude, assim
por parcela: y = Xb + Za + Wc + e, sendo como a acurácia seletiva [2], indicando
y, b, a, c e e: vetores de dados, dos efeitos possibilidade de ganhos mediante seleção.
das médias de blocos (fixo), de efeitos Essas estimativas estão condizentes com as
genéticos aditivos (aleatório), de efeitos de encontradas por [3] onde a herdabilidade
parcela (aleatório) e de erros aleatórios; e individual no sentido restrito foi de 0,14.
X, Z e W: matrizes de incidência para b, a e O coeficiente de variação genética aditiva
c, respectivamente. individual expressa a porcentagem da
A partir das análises foram obtidos variação genética existente através de uma
os parâmetros genéticos via REML e média geral [2], sendo considerado de alta
as médias preditas via BLUP. Foram magnitude para o caráter sob avaliação.
estimados os seguintes parâmetros
genéticos: herdabilidade individual no Conclusões
sentido restrito; herdabilidade média de Existe variabilidade genética para o caráter
progênie, coeficiente de variação genética DAP, com possibilidade de maximização
aditiva individual e acurácia seletiva. dos ganhos genéticos com a seleção
dos melhores indivíduos para a espécie
Eucalyptus camaldulensis.
Resultados e discussão
As estimativas dos parâmetros genéticos
estão apresentados na Tabela 1.

380
Resumos Expandidos

Referências
[1]RAMALHO, M. A. P. et al. Aplicações da
genética quantitativa no melhoramento
de plantas autógamas. Lavras, Ed UFLA,
2012, 522p.

[2]RESENDE, M. D. V. Genética
biométrica e estatística no
melhoramento de plantas perenes.
Brasília, DF: Embrapa Informação
Tecnológica, 2002, 975 p

[3] ANTOS, F. W, et al. Variação genética


para a densidade básica da madeira
e caracteres silviculturais em uma
população base de Eucalyptus camaldulensis
Dehnh. Rev. Inst. Flor., São Paulo, v. 20, n.
2, p 185-194, dez. 2008.

[4]SEBBENN, A. M.; BOAS, O. V.; MAX,


J. C. M.; FREITAS, M. L. M.; Estimativa
de parâmetros genéticos e ganhos na
seleção para caracteres de crescimento
em teste de progênies de Pinus caribaea
var. hondurensis e var. bahamensis, em Assis-
SP; Rev. Inst. Flor. v. 22 n. 2 p. 279-288
dez. 2010.

381
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Produção de mudas de mogno (Swietenia


macrophylla King) (Meliaceae) com a
adubação química e foliar
Rozimar de Campos Pereira1; Wendell Queiroz1;
José Antônio Linhares Júnior ; Adla Mércia Carobense da Palma1;

Profª. Drª Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – CCAAB (rozimar@ufrb.edu.br)


1

1
Graduandos em Eng. Florestal - UFRB/CCAAB (wendel_q@hotmail.com; linhares.jr@hotmail.
com, adla_palma@hotmail.com)

Introdução e objetivos adubação nitrogenada sobre o crescimento


O mogno (Swietenia macrophylla King), de outras espécies arbóreas.
que pertence à família Meliaceae, é uma O objetivo foi avaliar os efeitos de doses
espécie arbórea semidecídua ou decídua crescentes do fertilizante Vitaplus® e NPK,
comumente encontrada nas florestas de associado ao no crescimento de mudas de
terra firme da Amazônia brasileira [5]. mogno.
Grande parte dos cultivos isolados ou
consorciados de mogno fracassou por Material e métodos
problemas relativos às condições de Utilizou-se como substrato para a
cultivo, entre os quais destaca a qualidade produção das mudas terra da camada
das mudas. subsuperficial de um Latossolo Amarelo
As limitações da fertilidade do substrato Coeso, coletado no Campus Universitário
têm sido consideradas um dos fatores da UFRB. Os tratamentos consistiram de
responsáveis por perdas de mudas e causa doses crescentes de Vitaplus® equivalentes
de elevada mortalidade das plantas por a 0; 10; 20; 30; 40; NPK e NPK + doses
ocasião do plantio definitivo no campo [1]. de Vitaplus®. Os tratamentos foram
Os teores de nutrientes no substrato, distribuídos em delineamento experimental
principalmente nitrogênio, fósforo de blocos casualizados com 20 repetições.
e potássio têm grande influência na As mudas utilizadas no experimento foram
qualidade das mudas produzidas e produzidas a partir de sementes, semeadas
no desenvolvimento das mesmas em em substrato de areia lavada. Trinta dias
campo. Respostas positivas à correção e após a germinação, as plântulas foram
fertilização, especialmente nitrogenada, selecionadas em função da uniformidade
do substrato sobre características do em altura, coloração e desenvolvimento
crescimento de mudas de mogno têm sido do sistema radicular e transplantadas para
observadas por alguns autores, [2,4,5] estes sacos de polietileno com capacidade de 3
também relataram efeitos positivos da kg de substrato.

382
Resumos Expandidos

As aplicações de Vitaplus® foram realizadas organo-mineral e da adubação química


aos 30, 60 e 90 dias após das mudas, onde (NPK) em mudas de mogno.
foram medidas altura da planta (AP),
número de folhas (NF), diâmetro do coleto DC MSR
MPA/
Tratamentos Altura (cm) MSR
(DC). Ao final do período de ensaio foram (mm)
g/UE(2)
avaliadas além das variáveis anteriores a
0 mL/L 21,56 B 6,13 AB 2,94 B 5,5131
matéria seca de raiz (MSR), caule (MSC),
10 mL/L 23,45 A 7,21 A 2,49 AB 6,2782
folhas (MSF), parte aérea (MPA) obtida
20 mL/L 21,06 AB 6,36 AB 2,97 AB 6,4627
pela soma de MSC + MSF, e total (MST),
30 mL/L 20,76 AB 5,88 AB 3,13 AB 5,3105
relação de matéria seca de parte aérea/
40 mL/L 23,10 AB 6,50 AB 3,73 A 5,3892
matéria seca da raiz (MPA/MSR).
NPK 22,49 AB 6,85 AB 2,54 AB 5,3631
NPK + 10 mL 22,18 AB 6,04 AB 2,96 AB 5,4285

Resultado e discussão NPK+ 20 mL 21,72 AB 6,68 B 2,72 B 7,5990

Os resultados deste estudo mostram NPK + 30 mL 20,20 B 5,79 AB 2,66 AB 5,1202

respostas positivas às doses de Vitaplus® NPK + 40 mL 21,27 AB 5,64 AB 2,50 AB 5,4286

nas seguintes variáveis: diâmetro do caule,


Tabela 1. Valores médios(1) para diâmetro do
altura produção de matéria seca das folhas, coleto (DC), matéria seca de raízes (MSR),
matéria seca total e no conteúdo de N, P e caule (MSC) e conteúdo de e relação parte
Ca nas folhas (Figura 1). Efeitos positivos aérea/raiz (MPA/MSR). (1)Médias seguidas
da adubação sobre características de da mesma letra não diferem pelo teste de
crescimento de espécies florestais foram Tukey a 5% de probabilidade. (2)(g/UE) =
observados por vários autores [3]. gramas/unidade experimental.

Conclusões
O crescimento das mudas de mogno
foram influenciadas positivamente pela
tipo de adubação utilizada.

Referências
[1]DIAS, L. E.; et al. Formação de mudas
de táxi-branco (Scherolobium paniculatum
Figura 1. Altura (cm) e diâmetro do coleto Voguel): Resposta a nitrogênio, potássio
(DAC) (mm) das mudas de mogno que e enxofre. Revista Árvore, 16 (2): 135-
receberam diferentes adubações química 143.1992.
NPK (10-28-20) e adubação foliar.

Os resultados mostram (Tabela 1) que [2]FURTUNI NETO, A. E.; SIQUEIRA,


existe efeito da dosagem do fertilizante J. O.; CURI, N.; MOREIRA, F. M. S.

383
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Fertilização em relorestamento com


espécies nativas.In.: Gonçalves, J. L. de
M.; BENEDETTI, V. (Eds). Nutrição e
fertilização Florestal. Piracicaba. IPEF,
p.351-383. 2000.

[3]MALAVOLTA, E. et. al. Avaliação


do estado nutricional das plantas:
princípios e aplicações. Piracicaba.
POTAFOS. 210pp. 1989.

[4]SILVA, A. R.; TUCCI, C. A. F.; Lima,


H. N.; Figueiredo, A. F. Doses crescentes
de corretivo na formação de mudas de
mogno (Swietenia macrophylla King). Acta
Amazonica, 37(2): 195-200, 2007.

[5]TUCCI, C. A. F.; et al. Adubação


nitrogenada na produção de mudas de
mogno (Swietenia macrophylla King). Acta
Amazonica, vol. 39 (2): 289 – 294. 2009

384
Resumos Expandidos

Produtividade de plantações de Eucalipto


intercaladas com espécies nativas em
áreas de pastagens degradadas no
Noroeste do estado do Paraná.
Edilson Batista de Oliveira1, Luiz M. Feitosa Santos2,
David Gobor3, Alberto Moris2, Vinicius Tina2

1. Embrapa Florestas, edilson.oliveira@embrapa.br. 2. EMATER, PR. feitosa@emater.pr.gov.br


moris@emater.pr.gov.br, viniciustina@emater.pr.gov.br, 3. IAP. davidgobor@iap.pr.gov.br

Introdução e objetivos superior a 22 ºC, verões quentes, inverno


O presente trabalho tem por objetivo seco, concentração de chuvas no verão, mas
avaliar o comportamento produtivo de sem período seco definido [1].
plantações de eucalipto utilizadas com fins A cobertura florestal original era composta
comerciais e, também, como facilitadoras ao pela Floresta Estacional Semidecidual
estabelecimento e regeneração de espécies Submontana.
nativas em áreas de pastagens degradadas Os reflorestamentos avaliados foram
no Arenito Caiuá, no noroeste do estado implantados em áreas de pasto com baixa
do Paraná. As áreas integram o projeto produtividade, por meio de plantio direto,
“Implantação e manejo de florestas em em que a pastagem foi dessecada e as mudas
pequenas propriedades no estado do Paraná” plantadas com o auxilio de chucho. Eles
do Projeto Paraná Biodiversidade, com são compostos por eucaliptos plantados
coordenação geral da SEPL, encerrado em no espaçamento de 3mx2m, em faixas
2009. Foram envolvidas várias Instituições intercalares à plantações de espécies nativas
(Emater, Embrapa Florestas, SEMA, IAP (Figura 1), em que pioneiras variavam de
e SEAB), as quais, após 2009, assumiram a 0 a 33%, secundárias iniciais 17 a 50%,
continuidade do projeto e acompanham as secundárias tardias 35 a 50% e climácicas 0
áreas em que o mesmo foi implantado. a 15% [4].
Arenito Caiuá está localizado na mesorregião
Noroeste do Paraná. Originado por
deposição eólica, possui solos com baixos
teores de argila, textura predominantemente
arenosa e, consequentemente, baixa
capacidade de retenção de água, com
moderada a baixa fertilidade e sujeitos a
erosão [2].
O clima da região caracteriza-se pelo tipo Figura 1. Cultivo de eucalipto com faixa de
Cfa, cuja temperatura média no mês mais espécies nativas. Fonte: [4].
frio é inferior a 18 ºC e no mês mais quente

385
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Neste trabalho serão apresentados os árvores por hectare. Nos cinco locais, cada
resultados do inventário dos módulos árvore ocupa em média 8,02m2, variando
do Projeto em cinco propriedades. O de 6,8m2 a 10,5 m2. Estes valores estão
inventário envolveu a avaliação de variáveis dentro de faixa viável para plantações de
de crescimento e produção dos eucaliptos eucalipto, mas comprometem a produção
e do crescimento e regeneração natural inicial em sítios mais pobres. Há vantagem
das espécies nativas. Serão discutidos aqui para a regeneração natural de espécies
apenas os resultados do desenvolvimento nativas, mas o primeiro desbaste será
dos eucaliptos. pouco produtivo podendo, inclusive, ser
descartado.

Material e métodos Local Sobrev Árv./Ha Alt.Med. DAP


Cinco módulos foram avaliados, dois no A1 64,2% 788 16,3 13,6
município de Santa Cruz do Monte Castelo A2 68,5% 844 15,6 12,6
(A e B), dois em São Pedro do Paraná (C e B1 57,0% 703 14,6 13,4
D) e um em Porto Rico (E). Os módulos B2 68,0% 839 14,2 12,9
são cultivados com Eucaliptus grandis. C1 78,0% 962 16,4 13,4
Os volumes (m3/ha) foram calculados C2 88,0% 1086 17,2 13,9
considerando um fator de forma de 0,45. D1 82,0% 1012 19,6 14,2
Foram realizadas prognoses da produção D2 76,0% 937 19,0 14,8
para os 7, 9 e 11 anos, utilizando-se E1 85,0% 1050 17,2 13,1
o software SisEucalipto [3]. Foram E2 82,0% 1012 17,1 13,0

medidas duas parcelas de 400m2 para Média 74,9% 923 16,7 13,5

cada propriedade, que serão representadas Tabela 1. Sobrevivência(%), Árvores por


pelos números 1 e 2 na sequência das letras hectare, Altura média (m) e Diâmetro à Altura
de A a E das propriedades. Os resultados do Peito - DAP(cm) de E.grandis no arenito
serão apresentados por hectare do sistema. Caiuá.
Assim, deve ser levado em conta que as O Projeto estimava povoamentos aos
faixas de eucalipto ocupam 74% da área e cinco anos com 21,0m de altura média,
as espécies nativas plantadas 26%. 15,0cm de DAP e sobrevivência de 90%.
O local D é o que mais se aproxima destes
Resultados e discussão valores de altura e DAP, mas há perda de
Em média, a sobrevivência aos cinco
produção devido às sobrevivências de
anos foi de 74,9% (Tabela 1), ou seja,
82% e 76%. Em média, há perda de 25%
923 árvores por hectare de sistema, o
(43% a 15%) na sobrevivência, 20% (6,6%
que equivale a 1247 árvores por hectare
a 32,4%) na altura e 10% (1,3% a 16%) no
de eucalipto puro. Apenas a área B1
DAP.
apresentou densidade abaixo de mil

386
Resumos Expandidos

Estas diferenças levam a variações de tem como padrão médio de regime de


volumes de 64,5 a 140,8m3/ha de sistema manejo, o primeiro desbaste aos cinco anos,
(Tabela 2). Estes valores correspondem deixando remanescentes 500 eucaliptos/
a 87,2 e 190,3m3/ha de eucalipto puro. ha. Entretanto, o desenvolvimento
Em relação ao esperado pelo Projeto, encontrado sugere intervenções diferentes
a perda média em volume é de 46,7% para cada povoamento, que devem ser
(25,6% a 65,8%). Estas perdas decorrem, avaliadas caso a caso para manter ou
basicamente, devido a fortes períodos de aumentar a eficiência na obtenção dos
seca em plena estação chuvosa nos três resultados propostos pelo Projeto.
primeiros anos do Projeto e a formigas.
O material genético utilizado era pouco Local 5 anos 7 anos 9 anos 11 anos
melhorado geneticamente, conforme A1 16,7 19,1 19,5 19,0
indicado pela grande variabilidade entre A2 14,6 17,1 17,6 17,3
plantas. B1 12,9 14,7 15,2 14,9
B2 14,1 15,6 15,9 15,5
Local 5 anos 7 anos 9 anos 11 anos
C1 20,2 22,0 22,1 21,2
A1 83,4 133,4 175,7 209,5 C2 25,6 27,4 26,8 25,3
A2 73,1 119,8 158,9 190,1 D1 28,2 31,0 30,6 29,0
B1 64,5 103,1 136,6 164,6
D2 27,4 29,3 29,1 27,6
B2 70,3 109,2 143,4 171,0
E1 21,7 24,3 24,2 23,1
C1 100,8 154,2 199,2 233,6
E2 20,7 23,2 25,5 22,4
C2 128,0 191,7 241,5 278,0
Média 20,2 22,4 22,7 21,5
D1 140,8 217,2 275,8 319,2
D2 137,0 205,4 261,9 304,2 Tabela 3. Incremento Médio Anual (m3/ha),
E1 108,6 170,1 218,2 254,1 em 0,74ha de plantio puro, em função de idade.
E2 103,4 162,5 229,7 246,3 Os preços praticados em Janeiro de 2014 para
Média 101,0 156,6 204,1 237,0 “lenha de eucalipto” e “toras acima de 25cm
Tabela 2. Estimativas de Volume (m3) de de diâmetro”, ambos “em pé no produtor”,
E.grandis no arenito Caiuá, em 0,74ha de conforme o site http://www.agricultura.
plantio puro. pr.gov.br/, da SEAB-PR, são, respectivamente
R$38,00 e R$84,33, em Paranavaí, e R$40,67
As prognoses de produção realizadas
e R$78,89, em Maringá. Os dois municípios
pelo SisEucalipto mostram maiores
são opções de mercado para o eucalipto do
incrementos médios anuais (IMA) aos sete
Arenito Caiuá.
anos nos povoamentos mais produtivos
e aos nove anos nos menos produtivos
Local 5 anos 7 anos 9 anos 11 anos
(Tabela 3). Além disso, em idades mais
A1 0,0 1,3 5,8 17,9
avançadas ocorre o aumento do volume de
A2 0,0 0,3 2,3 9,4
toras para serraria (Tabela 4). O projeto

387
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

B1 0,0 0,5 3,5 8,6 o crescimento e regeneração natural das


B2 0,0 0,1 1,7 4,8 espécies nativas. Estes manejos devem
C1 0,0 0,7 6,8 14,5 ser adotados sem prejuízo às premissas de
C2 0,0 1,8 10,7 30,3 módulos com Carbono comercializado ou
D1 0,1 5,8 25,8 41,7 área averbada para Reserva Legal.
D2 0,3 8,3 31,5 47,6 O desenvolvimento dos eucaliptos indica
E1 0,0 0,7 6,6 22,3 viabilidade para uso em ILPF nas cinco
E2 0,0 0,6 6,4 21,0 propriedades. Ocorre na região a expansão
Média 0,0 2,0 10,1 21,8 do plantio de linhas de eucalipto em
Tabela 4. Estimativas de volume (m3/ha) pastagens, visando, principalmente, à
de toras para serraria (diâmetro>18cm e melhoria de produtividade dos rebanhos
comprimento = 2,4m) de E.grandis no arenito pelo bem estar animal.
Caiuá, 0,74ha de plantio puro. A receita anual
com base no IMA médio aos sete anos é de Referências
R$851,00 para Paranavaí e R$911,00 para [1]INSTITUTO AGRONÔMICO DO
Maringá. Considerando o povoamento mais PARANÁ (IAPAR). Cartas climáticas
produtivo (D2) aos 11 anos, a venda de madeira do Paraná (2000).
separada para serraria implicaria em uma
receita adicional de e R$2.205,00 no mercado [2]MUZILLI, O. Plano integrado para
de Paranavaí e R$1.848,00 no mercado de o manejo e conservação do solo em
Maringá. microbacia hidrográfica piloto. A
experiência do Paraná na região do
Conclusões Arenito Caiuá. In: CASTRO FILHO,
A produtividade dos eucaliptos pode ser C. MUZILLI, O. (ed.). Manejo Integrado
considerada satisfatória, tem potencial para de solos em microbacias hidrográficas.
aumentar e melhora significativamente Londrina, IAPAR; 1996. p. 97-119.
a renda das áreas convertidas. Deve
ser levado em conta que os produtores [3]OLIVEIRA,E.B. Softwares para
não tinham experiência com plantações manejo e análise econômica de
florestais, que a implantação foi por meio plantações florestais Documentos, 216.
de plantio direto e que houve ocorrência 2011. 70p
de seca nos anos iniciais do cultivo.
É recomendável a adoção de regimes [4]SCHAITZA, E.; SHANG, M.;
de manejo diferenciados para cada OLIVEIRA, E. B; LIMBERGER,
povoamento em termos de intensidade E; SANTOS, L. M. F.; GOBOR, D.;
de desbastes ou possível reforma, SIQUEROLO, E; MAXIMIANO,
considerando a viabilidade econômica e G; BIANCO, A. J.; SANTOS, E.;

388
Resumos Expandidos

PASSARELLI, I.; FREITA, J. C.;


DOMINGUES, R.; GONÇALVES, A.;
GARBELINI, W.; SANTOS, SABOT, A.;
SANTOS, A.; MORIS, A. C. Implantação
e manejo de florestas em pequenas
propriedades no Estado do Paraná: um
modelo para a conservação ambiental,
com inclusão social e viabilidade
econômica. Colombo, PR: Embrapa
Florestas, 2008. 49p. (Documento 167).

389
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Propagação de Chamaecyparis pisifera


(Tuia Azul) através da miniestaquia
Patrícia de Barros Nunes Chrischner1;
Márcia Aparecida Novaes Gomes2

1
Tecnóloga em Silvicultura FATEC-CB; Profa. Dra. Tecnologia em Silvicultura
FATEC-CB (marcia.angomes@fatec.sp.gov.br)

Introdução e objetivo o presente trabalho teve como objetivo


Chamaecyparis pisifera, conhecida como produzir mudas de C. pisifera através
tuia azul ou cipreste azul, é uma árvore da técnica de miniestaquia, testando-se
perenifólia da família Cupressaceae diferentes concentrações da auxina ácido
crescida no Japão, onde sua madeira, indolbutírico (AIB).
com odor de limão e bastante resistente
ao apodrecimento, é usada na construção Material e métodos
de palácios, templos, santuários, saunas e O estudo foi conduzido em casa de
no fabrico de caixões [1]. Também possui vegetação do Viveiro da LK AMBIENTAL
aplicações medicinais, com suas folhas LTDA, cidade de Capão Bonito/SP
apresentando propriedades antibacterianas (23º57’03.69’’ S, 48º24’41.53’’ W), O
(XIAO et al., 2001). No Brasil é delineamento experimental foi em blocos
largamente cultivada no paisagismo, casualizados, com seis tratamentos em três
notadamente no Sul e nas regiões de repetições e 100 plantas por repetição.
maiores altitudes do Sudeste [2]. A espécie Miniestacas obtidas de brotações apical
pode ser propagada através de sementes, de mudas jovens, após desinfestação
entretanto a viabilidade dessas é baixa e há superficial em solução de hipoclorito
ainda o fato de que certas características de sódio 5% por 1 minuto e lavadas em
desejáveis somente podem ser mantidas água corrente, tiveram a base imersa em
com a propagação vegetativa. Assim, é solução de AIB nas concentrações de 0,
normalmente propagada através de estaca- 250, 500, 1000, 1500 e 2000 mg L-1 por
ponteira e por alporques, as quais levam 10 segundos e plantadas em tubetes de 50
muito tempo para enraizar, resultando cm3 de capacidade, contendo vermiculita
em um lento crescimento, tendo sido enriquecida com 3 kg m-3 de osmocote
observado que para atingir 1,2 metro de (19:06:10) e a mesma quantidade de
altura, tamanho mais procurado para a superfosfato simples. Com 30 dias de
comercialização, necessitam de cerca de crescimento, foram obtidos os valores
quatro anos [3]. da porcentagem de sobrevivência e de
Visando promover um melhor enraizamento; altura das mudas a partir
enraizamento e o crescimento mais rápido,

390
Resumos Expandidos

da base do caule; e o diâmetro do caule. diferenças significativas de 0,1 % entre os


Em seguida as mudas foram transferidas tratamentos (teste de Tukey com valores de p
para área aberta, a céu aberto, para a < 5%).
rustificação.
Os dados obtidos foram submetidos à Quanto à altura média das mudas
análise de variância seguida de comparação produzidas houve uma diferença em 1%
das médias pelo teste de Tukey, do tratamento com 1000 mg L-1 para os
considerados significativos os resultados
tratamentos com 1500 e 2000 mg L-1, não
com probabilidade menor que 5%.
havendo diferenças entre os dois últimos.
Já para o diâmetro médio do caule não
Resultados e discussão houve diferenças entre tais tratamentos
A maior porcentagem de enraizamento
(Tabela 2).
e sobrevivência das mudas de C. pisifera
a partir das miniestacas ocorreu nos AIB Altura Diâmetro Médio
tratamentos com maiores concentrações (mg L-1) Média (cm) do Caule (cm)
de AIB, com 1000, 1500 e 2000 mg L-1, sem 0 0,70 ± 2,21 c 0,10 ± 0,31 b
ocorrer diferenças significativas entre eles 250 0,0 0 ± 0,00 c 0,0 0 ± 0,00 b
(Tabela 1). As miniestacas tratadas sem o 500 0,00 ± 0,00 c 0,0 0 ± 0,00 b
hormônio e nas dosagens com 250 e 500
1000 8,20 ± 0,79 b 2,68 ± 0,22 a
mg L-1 não enraizaram e não sobreviveram
1500 9,05 ± 0,45 a 3,01 ± 0,44 a
após 30 dias de cultivo, o que indica que
2000 9,03 ± 0,57 a 3,03 ± 0,42 a
os níveis endógenos de auxina são baixos
e que há a necessidade da aplicação de Tabela 2. Altura média e diâmetro médio
auxina exógena para a obtenção de mudas do caule de C. pisifera, após 30 dias de
da espécie através de miniestacas. cultivo, resultante de miniestacas submetidas
a diferentes concentrações de AIB. Letras
AIB Sobrevivência Enraizamento diferentes na coluna indicam diferenças
(mg L-1) (%) (%)
significativas de 0,1 % entre os tratamentos,
0 10 b 0b
exceto para a altura média, com diferença de
250 0c 0b 1% entre b e a (teste de Tukey com valores
de p < 5%).
500 0c 0b

1000 90 a 90 a
A influência positiva do uso de AIB
1500 100 a 100 a foi confirmada também na estaquia
2000 100 a 100 a das coníferas Chamaecyparis sp., Cedrus
sp., Cupressus sp. e Crytomeria japônica
Tabela 1. Porcentagem de sobrevivência e de (HARTMANN e KESTER, 1990).
enraizamento de mudas de C. pisifera, após
30 dias de cultivo, resultantes de miniestacas
submetidas a diferentes concentrações de
AIB. Letras diferentes na coluna indicam

391
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusões
Para Chamaecyparis pisifera, a técnica da
miniestaquia pode ser utilizada para a
produção de mudas da espécie, sendo a
aplicação de auxina exógena necessária
para o enraizamento e crescimento das
miniestacas.

Referências
[1]FUKUHARA, N. Fertility in
interspecific crossing between
hinoki (Chamaecyparis obtusa Endl.)
and sawara (C. pisifera Endl.) and
identification of the hybrids. Bulletin of
the Forestry and Forest Products Research
Institute, n.354, p.1-38, 1989.

[2]LORENZI, H. Árvores Exóticas no


Brasil: madeireiras, ornamentais e
aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, p.24, 2003.

[3]DUMITRASCU, M. et al. Rooting


of evergreen stem cuttings in different
substrates. Acta Horticulture, n.608,
p.267-271, 2003.

[4]HARTMANN, H.T. & KESTER,


D.E. Propagacion de plantas - principios
y practicas. México: Compañia Editorial
Continental S.A., 760 p., 1990.

392
Resumos Expandidos

Recuperação de áreas de preservação


permantes através do plantio de mudas
por nucleação
Bibiana Argenta Vidrano¹; Luete Amaral Guedes²;
Elio José Santini³; Clovis Roberto Haselein4; Talita Baldin5

¹ Mestranda Eng. Florestal UFSM (bibianaargenta@gmail.com); ² Eng. Florestal (luete.guedes@


gmail.com); ³ Prof. Dr. Departamento de Ciências Florestais UFSM (santini@ufsm.br); 4 Prof. Dr.
Departamento de Ciências Florestais UFSM (clovis.haselein@ufsm.br); 5 Mestranda Eng. Florestal
UFSM (talita.baldin@hotmail.com)

Introdução e objetivos desafio em iniciar um processo de sucessão


A preocupação com a reparação de o mais semelhante possível aos processos
danos provocados pelo homem aos naturais, as técnicas alicerçadas no
ecossistemas não é recente, entretanto, processo ecológico de nucleação formam
somente na década de 80, o termo microhábitats em núcleos propícios para a
restauração ecológica passou a ser mais chegada de uma série de espécies de todas
claramente definido, com objetivos mais as formas de vida, que em um processo
amplos, passando a ser o mais utilizado de aceleração sucessional, irradiam
mundialmente nos últimos anos [1]. diversidade por toda a área [4].
A sustentabilidade de um ecossistema O objetivo do presente trabalho foi a
em uma condição relativamente estável recuperação de Áreas de Preservação
pressupõe que as espécies dominantes Permanentes (APP’S) situadas no
possam se recuperar normalmente e se município de Ponte Alta do Norte, Santa
manter em longo prazo. Em ecossistemas Catarina, onde parte das APP’s haviam
degradados, esta condição não só não sido ocupadas pelo plantio de
ocorre, como também a colonização por Pinus spp.
espécies arbóreas e a sucessão secundária
são dificultadas ou impedidas [2].Um Material e métodos
ecossistema degradado é aquele que As recuperações realizadas abrangeram
após distúrbios, teve eliminados, com a uma área de 32,84 ha. Para conhecer as
vegetação, os seus meios de regeneração características de cada local foi realizado
biótica. Seu retorno ao estado anterior um zoneamento ambiental e uma divisão
pode não ocorrer ou ser bastante lento. da área por segmentos de APP, onde,
Nesse caso, a ação antrópica é necessária por meio de visitas a campo, os atributos
para a sua regeneração em curto prazo [3]. destas foram caracterizados segundo o seu
Refazer ecossistemas representa um
estado de degradação, nível da regeneração

393
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

natural, o estado de preservação do solo, Foram implantadas mudas de espécies


a conectividade com fragmentos nativos, nativas para formação de ilhas de vegetação
declividade, umidade, presença de espécies em APP’s, com o propósito de posterior
exóticas, presença de fauna e a formação irradição para demais áreas.
vegetal do local. Após foram instaladas Com o objetivo de posterior
parcelas de nucleação com área de 100 m². monitoramento da taxa de sobrevivência
A nucleação representa uma das melhores e crescimento das mudas, foram utilizadas
formas de implementar a sucessão estacas para demarcação das ilhas sendo
dentro de áreas degradadas, restituindo estas enumeradas em uma das estacas e
a biodiversidade condizente com as marcadas com auxílio de ponto de GPS
características da paisagem e das condições (Figura 1).
microclimáticas locais [5].
Cada ilha foi formada por 30 mudas. As
espécies utilizadas (Tabela 1) são comuns
na região, frequentemente encontradas
em áreas ripárias, pertencem a diferentes
grupos ecológicos.

Nome
Nome científico G.E S.D.
comum
Vitexmontevidensis Tarumã SI Zoo Figura 1. Obtenção de ponto com GPS para
Lafoencia pacari Dedaleiro SI Ane posterior monitoramento.
Ingamarginata Ingá SI Zoo
Lueheadivaricata Açoita-Cavalo SI Ane
Mimosascabrella Bracatinga P Aut Nas APP’s onde já existia vegetação
Podocarpuslambertii Pinheiro-Bravo SI Zoo em fase inicial de desenvolvimento foi
Prunussellowii Pessegueiro-
Bravo SI Zoo realizado o plantio de enriquecimento
Schinusmolle Aroeira P Zoo com a distribuição das mudas de forma
Schinusterebinthifoli us
Aroeira-
SI Zoo
aleatória. Essa prática visa o aumento da
Vermelha riqueza de espécies da área, fazendo com
Tabela 1. Lista de espécies utilizadas para que o processo de sucessão vegetacional
formação das ilhas de vegetação. G.E. = ocorra em maior velocidade. Em muitas
Grupo ecológico; P = Pioneira; SI = Secundária capoeiras, o avanço da sucessão secundária
Inicial; ST = Secundária Tardia; S.D. = Síndrome
em direção a uma floresta bem estruturada
de Dispersão; Ane = Anemocoria; Aut = Autocoria;
Zoo = Zoocoria. e complexa pode ser muito lento, por
causa da falta de sementes de espécies não-
A escolha de espécies nativas regionais pioneiras (secundárias tardias e clímax),
é importante, pois tais espécies já estão o que justifica a adoção do plantio de
adaptadas às condições ecológicas locais [6]. enriquecimento [8].

394
Resumos Expandidos

Resultados e discussão porém é necessário conhecer o ambiente


Após a alocação das ilhas de nucleação e a ser recuperado, analisar a ecologia do
do plantio das mudas de espécies nativas local, o processo de degradação em que a
foi iniciado o monitoramento para área se encontra, bem como a vegetação
acompanhamento do crescimento das de origem, para somente após decidir
mesmas, além do controle de formigas, o melhor modelo de recuperação a ser
onde foi realizada a substituição das mudas aplicado.
mortas (Figura 2) após o termino do Com informações de vegetação, clima
período de frio mais intenso. e solo da região, a recuperação se deu
de tal forma que, a restituição das áreas
se assemelhasse o tanto quanto possível
de seu estado natural, neste caso, a
recuperação ficou muito mais próxima a
uma restauração.
O processo de recuperação deve ser
contínuo, com o monitoramento das áreas
já recuperadas, avaliando as condições das
mudas, a adequação do modelo aplicado e
a resiliência do local.

Referências
[1]ENGEL, V. L.; PARROTTA, J. A.
Definindo a restauração ecológica:
Figura 2. Muda de nativa plantada na
tendências e perspectivas mundiais.
nucleação não sobreviveu a campo.
In: Restauração Ecológica de
Ecossistemas Naturais. Páginas: 01-26.
A execução de práticas de manutenção Botucatu, SP. 2003.
é essencial para o sucesso do projeto de
restauração florestal. Quatro meses após [2]DUARTE, R. M. R.; BUENO, M. S.
o plantio verificou-se que o índice de G. Fundamentos Ecológicos Aplicados
mortalidade era de aproximadamente 5% à RAD para Matas Ciliares do Interior
e as mudas mortas foram substituídas, Paulista: manual para recuperação de áreas
degradadas do Estado de São Paulo matas
mantendo o padrão de 30 mudas por ilha.
ciliares do interior paulista. Guaratinguetá/SP,
junho de 2006.
Conclusões
A recuperação de áreas degradadas é de [3]CARPANEZZI, A. A.; COSTA, L. G.
suma importância para o meio ambiente, da S.; KAGEYAMA, P. Y.; CASTRO, C. F.

395
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A. Espécies pioneiras para recuperação [8]MARTINS, S. V. Restauração Florestal


de áreas degradadas: a observação de em Áreas de Preservação Permanente e
laboratórios naturais. In: CONGRESSO Reserva Legal. Viçosa, MG, CPT, 2010,
FLORESTAL BRASILEIRO, 6., Campos 316p.
do Jordão. São Paulo: Sociedade Brasileira
de Silvicultura, 1990. v. 3.

[4]BECHARA, F. C. Unidades
demostrativas de restauração ecológica
através de técnicas nucleadoras:
Floresta Estacional Semidecidual,
cerrado e restinga. Tese de doutorado
(Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz), 2006.

[5]REIS, A.; BECHARA, F. C.;


ESPÍNDOLA, M. B.; VIEIRA, N. K.;
SOUZA, L. L. Restauração de áreas
degradadas: a nucleação como base para
incrementar os processos sucessionais.
Natureza & Conservação, v.1, n.1. p.28-
36, 2003

[6]Coelho, G. F; Sousa, R. F. B; Correia, A.


F; Cordeiro, J; Caramelo, E. B; Malavasi,
U. C.Aspectos da legislação ambiental para
a revegetação de matas ciliares no estado
do Paraná. Acta Iguazu, Cascavel, v.2,
Suplemento, p. 22-34, 2013

[7]REIS. A; ESPÍNDOLA M. B. DE;


VIEIRA, N. K. A nucleação como
ferramenta para restauração ambiental.
Anais do seminário temático sobre
recuperação de áreas degradadas. Instituto
de Botânica, São Paulo, p. 32-39, 2003.

396
Resumos Expandidos

Resíduos alternativos na composição


de substratos para o crescimento inicial
de mudas de Ceiba boliviana Britton &
Baker f.
Maiara Rodrigues Miranda1; Elzimar de Oliveira Gonçalves2;
Ariany das Graças Teixeira3; Kelly Nery Bighi 4; Lomanto Zogaib Neves5

1
Graduanda em Engenharia Florestal UFES (maiararm123@gmail.com); 2Prof, Dra.
Departamento de Ciências Florestais e da Madeira UFES (elzimarog@yahoo.com.br);
3
Mestranda em Produção Vegetal-Fitotecnia CCAUFES (arianyteixeira@yahoo.com.br);
4
Graduanda em Engenharia Florestal UFES (kellyneryb@yahoo.com); 5Graduando em
Engenharia Florestal UFES (lomantozogaib@hotmail.com).

Introdução e objetivos drenagem, aeração, retenção de água, assim


A Ceiba boliviana Britton & Baker f. é uma como a disponibilidade de nutrientes no
espécie arbórea heliófila, decídua, com substrato.
altura variando de quinze a trinta metros. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
Possui folhas compostas digitadas, com potencial de utilização da casca de arroz,
cinco a sete folíolos. A árvore é ornamental casca de café e aparas de grama como
e pode ser utilizada no paisagismo, assim componentes de substratos para produção de
como na recuperação de áreas degradadas mudas de Ceiba boliviana britton & baker f.
(LORENZI, 2009).
Para que se tenha uma boa formação Metodologia
de mudas a sustentação e retenção de O experimento foi conduzido entre maio
quantidades adequadas de nutrientes, e julho de 2013 em casa de sombra e
água e oxigênio fornecida pelo substrato área de sol pleno na área experimental
é essencial, evidenciando assim a do Departamento de Ciências Florestais
importância em realizar a formulação e da Madeira que pertence ao Centro
adequada do mesmo. Dessa forma a fase de Ciências Agrárias da Universidade
sólida do substrato deve ser composta Federal do Espírito Santo no município de
por partículas orgânicas e minerais Jerônimo Monteiro-ES, o qual está situado
(GUERRINI e TRIGUEIRO, 2004). a 20º 47’ 45” S de latitude e 41º 24’ 20,45”
A eficiência do substrato está diretamente W. De acordo com o Instituto Capixaba de
relacionada à qualidade da muda, pois a Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão
germinação das sementes, a formação Rural a temperatura mínima local é de
das raízes e da parte aérea dependem da 10º C, a média de 23ºC e a máxima de

397
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

35ºC com precipitação pluviométrica de casa de sombra com 50% de sobreamento


1.200mm/ano e clima quente úmido. em bandejas colocadas em bancadas
Foi utilizado solo proveniente de áreas suspensas. A germinação teve início no
próximas ao local de condução do 5º dia após a semeadura, e o desbaste
experimento como base para formular os realizado quinze dias após, deixando duas
substratos. Entre os resíduos, utilizou-se plantas mais vigorosas por recipiente.
a casca de arroz e casca de café in natura, Realizou-se novo desbaste quinze dias após
e as aparas de grama. Como testemunha o primeiro, deixando apenas uma planta
utilizou-se substrato comercial a base de por recipiente. Após 30 dias da semeadura,
casca de pinus, esterco, serragem, fibra as mudas foram colocadas a pleno sol.
de côco, casca de arroz, cinza, gesso A eliminação de plantas espontâneas
agrícola carbonato de cálcio, magnésio, foi realizada manualmente, conforme
termofosfato magnesiano (Yoorin) e a necessidade. A irrigação foi realizada
aditivos (fertilizantes). através do sistema de microaspersão com
As sementes foram adquiridas da empresa duração de quinze minutos e repetidos
idônea que comercializa sementes. quatro vezes ao dia.
Utilizou-se tubetes de polipropileno com Utilizou-se no delineamento quatro
volume 180 cm3, diâmetro superior de 5 repetições, totalizando 32 parcelas, com
cm, diâmetro inferior de 1 cm e altura de 20 plantas por parcela experimental, sendo
13,5 cm. as seis plantas centrais de cada parcela
O delineamento experimental consistiu consideradas na avaliação. A análise
de 8 tratamentos: T1 (50% solo + 50% de variância foi feita com o programa
casca de arroz); T2 (50% solo + 50% SISVAR, e as médias foram comparadas
casca de café); T3 (50% solo + 50% apara pelo teste de Scott - Knott, a 5% de
de grama); T4 (50% solo + 25% casca probabilidade.
de arroz + 25% casca de café); T5 (50% Aos 52 dias após a semeadura, realizou-se
solo + 25% casca de arroz + 25% apara a avaliação das plantas, considerando os
de grama); T6 (50% solo + 25%casca de seguintes parâmetros: Diâmetro do coleto
café + 25% apara de grama); T7 (50% solo (mm), número de folhas e altura linear da
+ 16,7 % casca de café + 16,7 % casca planta (cm).
de arroz + 16,7 % apara de grama) e T8
(Substrato comercial).
Resultados e discussões
Para fertilização de base, aplicou-se 2
As maiores médias para crescimento
Kg de fertilizante NPK 04-14-08 por m³
em altura, diâmetro e número de folhas
de substrato em todos os tratamentos, a
foram verificadas quando as mudas foram
exceção da testemunha.
cultivadas tendo como substrato o de
Semearam-se cinco sementes por
origem comercial, Tratamento 8, como
recipiente. Estes ficaram por 30 dias em
pode ser observado na Tabela 1.

398
Resumos Expandidos

Nº de
Tratamento Altura (cm) Diâmetro (mm)
Folhas
T1 (50% solo + 50% casca de arroz + adubo) 10,74 b 4,12 b 3,83 c

T2 (50% solo + 50% casca de café + adubo) 10,23 c 4,00 b 3,92 c

T3(50% solo + 50% apara de grama + adubo) 8,98 c 3,77 b 4,04 c

T4 (50% solo + 25% casca de arroz + 25% casca de café + adubo) 9,80 c 3,95 b 3,95 c

T5 (50% solo + 25% casca de arroz + 25% apara de grama + adubo) 10,96 b 4,24 b 4,42 b

T6 (50% solo + 25%casca de café + 25% apara de grama + adubo) 11,35 b 4,29 b 4,16 c

T7(50% solo + 16,7 % casca de café + 16,7 % casca de arroz + 16,7 %


11,52 b 4,04 b 4,29 c
apara de grama + adubo)
T8 (Substrato comercial). 15,70 a 5,06 a 4,87 a
P 0,000 0,0003 0,0003

CV (%) 7,83 7,41 6,56

Tabela 1. Altura, diâmetro do coleto e número de folhas de mudas de Ceiba boliviana Britton &
Baker f. aos 52 dias após semeadura1 1 Médias seguidas de letras iguais, na coluna, não diferem
entre si pelo teste de Scott - Knott, a 5% de significância.

Os substratos com maiores quantidade variável altura tenham ainda sido menores
de componentes em sua composição e a do que a dos substratos comercial.
base de casca de café e arroz (T7, T6, T5 As cascas de arroz e café utilizadas das
e T1 apresentaram valores iguais, embora formulações dos tratamentos implicaram
inferiores aos do substrato comercial). A em alturas menores, em comparação
pior composição foi do substrato a base de com as cultivadas no substrato comercial.
aparas de gramas (T3), em que as mudas Entretanto, ao se realizar novas medições
tiverem menor crescimento. Isso pode nas mudas aos 120-150 dias de idade, é
ter ocorrido, pelo fato desse material não possível que os valores da altura, apesar
ter contribuidosatisfatoriamente quando de inferiores estatisticamente, apresentem
sozinho, na melhoria das propriedades valores adequado para que as mudas
do solo, dentre estas a aeração, visto possam ir para o campo, que é em torno
que na prática, a água de irrigação não de 30-35 cm, considerada a altura padrão
percolava com facilidade nesse substrato, para espécies nativas recomendada pelos
provocando encharcamento do mesmo. órgãos ambientais para plantios visando a
Entretanto, esse material juntamente com restauração florestal.
outros, a exemplo das cascas de arroz Para a variável número de folhas, esse
e café, possibilitou a formação de um comportamento observado para altura,
substrato adequado para produção das foi parecido, sendo que a casca de arroz
mudas (T7, T6, T5), embora as médias da e aparas de grama (T5), propiciou um

399
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

substrato com melhores qualidades para


essa variável, em detrimento das outras
combinações, a exceção das cultivadas no
substrato comercial (T8)
Apesar das diferenças observadas para a
altura e para o número de folhas, para o
diâmetro, os substratos formulados a base
dos resíduos não diferiram entre si, embora
tenham sido inferiores ao da testemunha.

Conclusão
O maior crescimento das mudas aos
52 dias pós-semeadura ocorreu no
tratamento testemunha, entretanto os
outros tratamentos possuem potencial
para que as mudas possam atingir o padrão
recomendado ao final do ciclo de produção,
recomendado para espécies nativas que
é 120-180dias, sendo necessário nova
avaliação nessa idade, bem como análise
física dos substratos, para permitir explicar
melhor as diferenças dos resultados.

Referências
GUERRINI, I. A.; TRIGUEIRO, R.M.
Atributos físicos e químicos de substratos
compostos por biossólidos e casca de
arroz carbonizada. Revista Brasileira de
Ciência do solo, v.28, n.6, p. 1069-1076,
2004.

LORENZI, H. Árvores brasileiras:


manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova
Odessa: Plantarum, 2009. 384 p.

400
Resumos Expandidos

Resposta de mudas clonais e seminais


de Eucalyptus benthamii Maiden
& Cambage no primeiro Planalto
paranaense – adubação convencional
Jéssica da Silva Ribas¹ ; Indiara Zeferino²; Karen K. F. de Souza³;
Alessandro Camargo Angelo4, Rozimeiry Gomes Bezerra Gaspar5

¹Graduanda Eng. Florestal PUCPR (jessica.tecpr@gmail.com);²Graduanda Eng. Florestal


PUCPR (indizeferino@gmail.com); ³Profª. Msc. Escola de Ciências Agrárias PUCPR (karen.
souza@pucpr.br);4Profº. Dr. Departamento de Ciências Florestais UFPR (alessandrocangelo.
gmail.com);ProfªMsc.Departamento de Ciências Florestais UFPR (gaspar@ufpr.br)

Introdução e objetivos Diante do exposto, o presente trabalho


No Brasil é muito comum os plantios tem a intenção de avaliar o crescimento
florestais estarem implantados em solos aos 12 meses de idade de Eucalyptus
com baixa nutrição e baixa fertilidade, o benthamii (clone e semente), sob adubação
que torna indispensável a adubação para convencional.
uma boa produção.A propagação sexuada
de espécies arbóreas como as do gênero Material e métodos
Eucalyptus, muitas vezes torna-se inviável,
A área onde o experimento está sendo
por fatores como a dificuldade na definição
conduzido denomina-se Fazenda Experimental
da época ideal de colheita das sementes,
Canguiri (Fazenda pertencente à Universidade
bem como do ponto de maturidade do
fruto compatível com a maturidade da Federal do Paraná), situada no município de
semente [1]. Então, muitas vezes o setor Pinhais-PR. Com relevo suavemente ondulado,
florestal recorre à mudas de origem clonal. clima temperado, médias anuais que variam
Poucas espécies de Eucalyptus apresentam de 7,3 a 12°C, variando também número de
aptidão ao cultivo em regiões de baixas geadas por ano, cerca de dez a vinte e cinto por
temperaturas e a geadas frequentes, o que ano [4].
limita seu cultivo nas diferentes regiões No momento da implantação, o preparo do
brasileiras. Genótipos de Eucalyptus solo se deu com subsolagem (sulco de 40
benthamii Maiden & Cambage podem cm), em seguida foi realizado gradagem com
representar opções para plantios florestais
posterior aplicação de calcário e fósforo.
em regiões com tais características [2].
O plantio foi realizado em dezembro
Sendo assim, é fundamental avaliar o
de 2012, sob espaçamento de 3x2m, as
comportamento de tais genótipos em
campo. covas foram feitas com auxilio de um

401
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

motocoveador. Com parcelas de 10 por 8 Tratamento Diâmetro (mm) Altura (cm)


plantas, as mesmas receberam adubação 1 (Clone) 44.06250 a 286.37500 a
de base e cobertura aos 30 e 45 dias, 2 (Semente) 52.33333 a 289.20000 a
respectivamente conforme o (Tabela 1).
A adubação foi aplicada em duas covetas Tabela 2. Média de altura total e diâmetro do colo
para plantas de E. benthamii aos 12 meses no
laterais feitas com pá, a cerca de 10 cm da Primeiro Planalto Paranaense. * Médias seguidas
base do vegetal. de pelo menos uma letra igual, na coluna, não
diferem significativamente (P95%>0,05).
Adubação Formulação Quantidade (g)
De Base 6-30-6 200
Aos 12 meses o investimento em mudas
Cobertura 15-5-30 200
clonadas não exerceu influência no
Tabela 1. Adubação em plantio de E. crescimento, havendo necessidade de
benthamii um tempo maior para avaliar se ocorrerá
alguma diferença entre os tipos de
Para o presente estudo foram considerados mudas plantadas.Estudando fertilização
dois tratamentos: T1 – plantas clonais fosfatada e potássica em E. benthamii,
e T2 – plantas oriundas de sementes. As [3] constataram que aos 30 meses após a
variáveis analisadas foram: altura total adição de P ou K não aumentou o volume
(h) e diâmetro do colo (DC). Para a de madeira.
medição foram utilizados vara graduada
e paquímetro mecânico, para altura e Conclusões
diâmetro respectivamente.Os dados foram As análises até o presente momento
coletados doze meses após o plantio. mostraram queos dois materiais genéticos
Para proceder com as análises estatísticas avaliados, seminais e clonais do E.
foi utilizado o software ASSISTAT® 7.7 benthamii aos 12 meses de idade tiveram
Beta, blocos ao acaso, originalmente com crescimentos semelhantes.
4 repetições de 4 plantas. Não foram
contabilizadas as plantas de replantio e
mortas.
Referências
[1]SIMÃO, E.; NAKAMURA, A. T.;
TAKAKI, M. Época de colheita e
Resultados e discussão capacidade germinativa de sementes
A avaliação com Teste “t” de Student 95% de Tibouchinamutabilis(Vell.) Cogn.
de probabilidade revelou que não houve (Melastomataceae). Biota Neotropica, São
diferença estatística para as variáveis Paulo, v. 7, n. 1, p. 67-73, 2007..
analisadas. No entanto, para o tratamento
2, as médias de ambas as variáveis foram [2]BRONDANI, G. E. Aspectos
superiores (Tabela 2). morfofisiológicos na clonagem de

402
Resumos Expandidos

Eucalyptusbenthamii. 2012. Tese de


doutorado – Universidade de São Paulo
(USP). Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz Piracicaba.

[3]NEVES, C. U.; ERNANI, P. R.;


SIMOTE, M. A.; CHAVES, D. M.; MORO,
L. Resposta de Eucalyptusbenthamii e
Eucalyptusdunnii à fertilização fosfatada
e potássica em Cambissolo húmico no
planalto catarinense. In: Anais II Encontro
Brasileiro de Silvicultura. Campinas, São
Paulo, 2011.

403
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Respostas à fertilização nitrogenada em


plantio clonal do híbrido E. urophylla x
E. globulus em Luis Antônio, SP
Andréa Virginia Athayde Wenzel1; Ana Rosária Sclifó Zucon¹;
Eduardo Aparecido Sereguin Cabral de Melo2;
José Leonardo de Moraes Gonçalves3; Rodrigo Eiji Hakamada4;

1
Graduanda do Curso de Eng. Florestal ESALQ/USP (andrea.wenzel@usp.br), (ana.
zucon@usp.br ); 2Doutorando do PPG em Recursos Florestais, ESALQ/USP (eamelo@usp.
br); 3Professor titular do Departamento de Ciências Florestais, ESALQ/USP (jlmgonca@usp.
br); 4Pesquisador Florestal da International Paper do Brasil (rodrigo.hakamada@ipaperbr.com)

Introdução depositada sob o solo ao longo do ciclo


Os solos destinados à plantações florestais de desenvolvimento, ser suficiente para
no Brasil são, em geral, intemperizados e atender a demanda das árvores [3].
de baixa fertilidade. Devido a exportação Contudo, respostas significativas à
de nutrientes com a colheita e o curto fertilização mineral com N foram
ciclo produtivo, a fertilização mineral constatadas para algumas espécies, como o
se faz necessária para a manutenção da E. globulus. Neste contexto, este trabalho,
produtividade do sítio. teve por objetivo avaliar o efeito de
Dentre os nutrientes assimilados pela raiz diferentes doses de N na produtividade do
na solução solo, o nitrogênio é o de maior hibrido E urophylla x E. globulus.
concentração nos vegetais superiores,
sendo componente de vários compostos,
Material e métodos
como os aminoácidos, ácidos nucléicos e
A área de estudo se localiza no município
a clorofila. Por ser um fator limitante ao
de Luis Antônio-SP, nas coordenadas
crescimento das plantas, grande parcela
dos cultivos agrícolas apresentam ganhos geográficas 21°35’ S e 47°31’ W. O clima
em produtividade após a fertilização é caracterizado como tropical de altitude
mineral. (Aw) de inverno seco, com precipitação
No entanto, respostas a aplicação de média anual de 1. 461 mm e temperatura
N, como aumento em biomassa e média anual de 22°C.
volume, têm se mostrado pouco comum O experimento foi instalado em novembro
e inconstantes[5] para plantações de de 2009, com o híbrido de E. urophylla
Eucalyptus. Tal fato, pode ser atribuído x E. globulus, em região de Neossolo
ao N mineralizado, oriundo da matéria Quartzarênico Órtico típico, de textura
orgânica do solo (MOS) e da serapilheira arenosa e de relevo plano a suave ondulado.

404
Resumos Expandidos

A concentração de MOS no momento do tratamento que recebeu maior dose de N.


preparo do solo foi de 15 g dm-3. Quanto a variação da área foliar em resposta
O delineamento experimental consistiu de a fertilização, utilizou-se o método indireto
blocos casualizados, com 4 tratamentos e de fotografias hemisféricas [1], com auxilio
4 repetições, sendo considerado para cada da câmera Fuji film 2000 e do Programa
parcela útil 16 plantas, bordadura dupla e Hemisfer 1. 41, para o processamento das
espaçamento de plantio de 3m x 2,75m. imagens.
Doses crescentes de nitrogênio foram
testadas, visando calibrar a quantidade Resultados e Discussão
necessária de fertilizante mineral a se Na média, aos 24 meses, o volume de
atingir a melhor produtividade do sítio madeira entre os tratamentos foi de 40 m³
(Tabela 1). ha- 1, sendo pequena a variação de valores
absolutos, porém significativa quando
Dose
Tratamento considerado a PR alcançada devido à
N P2O5 K2O
__________kg ha-1_________ fertilização nitrogenada. Em relação
1 10 90 150 a testemunha, os tratamentos 2, 3 e 4,
2 50 90 150 apresentaram aumento de produtividade
3 100 90 150 de 13,8, 25,9 e 39,9%, respectivamente,
4 150 90 150
(Figura 1). As respostas observadas podem
ser atribuídas ao material genético, sendo
Tabela 1. Doses de N aplicadas Fonte de estas relativamente comuns ao E. globulus
nutrientes: N - Nitrato de Amônio; P -
Superfosfato triplo (ST); K - KCL. [2], sob condições de baixa disponibilidade
de N no solo.

Para a análise da influência do nutriente


no incremento volumétrico das árvores,
foram coletadas a cada seis meses, a
partir dos dezoito meses de idade do
plantio, a circunferência à altura do peito
(CAP) com fita métrica e a altura total,
com hipsômetro Vertex. Para o cálculo
da Produtividade Relativa de madeira [3], Figura 1. Produtividade Relativa em
utilizou-se a fórmula: função da idade do plantio
PR(%) = Pt x 100 Pmáx
Pt – produtividade de madeira com casca
de um determinado tratamento; Pmáx –
produtividade da madeira com casca do

405
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Figura 3. Volume do tronco aos 48 meses de


Figura 2. Incremento volumétrico de madeira idade, influenciado pelas crescentes doses de
com casca ao longo da idade, em função das N-NH4NO3 aplicadas. (p<0,05), significativo
diferentes doses de N.*; Significativo a 1% de a 5% de probabilidade pelo teste F.
probabilidade pelo teste F; **, Significativo a
5% de probabilidade pelo teste F.
Aparentemente, devido à proximidade
dos valores dos tratamentos 3 e 4 e da
Na idade intermediária ou 36 meses, os
tendência à redução da influência da
valores de PR dos tratamentos 3 e 4 foram
fertilização nitrogenada, os valores de PR
de 15,9 e 14,6%, enquanto que, para o
deverão se igualar no final da rotação do
tratamento 2, foi de 3,6%. Nesta fase do
cultivo.
desenvolvimento da cultura, a influência da
Em relação ao índice de área foliar, os
fertilização mineral sobre o plantio tende a
tratamentos não mostraram variação,
diminuir, devido ao estabelecimento dos
quando aplicado o teste LSD a 5% de
processos de ciclagem biogeoquímica,
significância, frente as diferentes dosagens
sendo a MOS e a serapilheira depositada
de N, aos 48 meses.
sobre o solo as responsáveis por suprir a
demanda de N.
Aos 48 meses, os tratamentos 3 e 4 ainda
Conclusão
Houve significativo efeito da fertilização
se apresentaram superiores à testemunha
nitrogenada sobre o ganho volumétrico de
(Figura 2), com valores de 12,1 e 18,1% de
madeira, nas doses mais altas de N, até os
PR (Figura 3), respectivamente. Respostas 48 meses de idade.
a aplicação de N podem ser verificadas em Primariamente, a resposta a fertlização
solos com teor de matéria orgânica inferior nitrogenada se deve ao baixo teor de
a 20 g dm-3 [5], geralmente arenosos [2], MOS e, consequentemente, a baixa
como o da área do presente estudo. A disponibilidade de N mineralizado.
recomendação de fertilização nitrogenada Em parte, a resposta encontra se deve,
para solos com teor de matéria orgânica a alta demanada de N pelo híbrido E.
até 15 g kg-1 é de 60 kg ha-1 [4]. urophylla x E. globulus.

406
Resumos Expandidos

Referências
[1]BRÉDA, N. J. J. Ground-basead
measurements of leaf área indez: a reaview
of methods, instruments and current
controversies. Journal of Experimental
Botany, Oxford, v. 54, n. 392, p. 2043-
2417, 2003.

[2]JESUS, G. L.; BARROS, N. F.; SILVA,


I. R.; NEVES, J . C. L.; HENRIQUES,
E. P., LIMA, V. C.; FERNANDES, L..
V.; SOARES, E. M. B. Doses e fontes de
nitrogênio na produtividade do eucalipto
e nas frações da matéria orgânica em solo
da região do cerrado de Minas Gerais. R.
Bras. Ci. Solo, 36: 201-214,2012.

[3]PULITO, A. P. Respostas à fertilização


nitrogenada e estoque de nitrogênio
biodisponível em solos usados para
plantações de Eucalyptus. 2009. 58p.
Dissertação (Mestrado em Recursos
Florestais) – Escola Superior de Agricultura
“ Luiz de Queiroz ”, Universidade de São
Paulo, Piracicaba, 2009.

[4]GONÇALVES, J. L. M. Fertilização de
plantação de eucalipto. In: ENCONTRO
BRASILEIRO DE SILVICULTURA,
2, 2011, Campinas. Anais....Piracicaba:
PTSM/IPEF/ESALQ/FUPEF, 2011. 85-
113 p.il

[5]SILVA , C. R.; SILVEIRA, R. L. V. A.;


CAMARGO, F. R. A.; PATROCINIO,
D. D. & HIGASHI, E. N. Crescimento
de clone híbrido de Eucalyptus em função
da aplicação de nitrogênio na presença e
ausência de potássio. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO
SOLO, 19., Ribeirão Preto , Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 2003. CD-
ROM.

407
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Resultados de diferentes métodos de


restauração florestal em Ribeirão Grande-SP
Jéssica dos Santos Franciscatte¹; Joyce Ferreira Marques¹;
Thiago Lino Silveira¹; Claudia Moster Barros²; Winter Érik de Oliveira²

¹ Graduando em Tecnologia em Silvicultura FATEC-CB (jessicafranciscatte@hotmail.com;


joycemarques10@hotmail.com; thiago.eco123@gmail.com); ² Docente FATEC-CB (claumoster@
yahoo.com.br; weo@yahoo.com.br)

Introdução e objetivos se a amostragem sistemática em 10 parcelas


A restauração florestal é um processo que (10,0 x 10,0 m) com distanciamento de
pode ser obtido por diferentes métodos, 10,0 m entre parcelas, por tratamento: (T2)
adequados ao estágio de perturbação ou plantio de mudas nativas em pastagem
degradação da área e à presença de fonte com regeneração em estágio pioneiro;
de propágulos no entorno. A restauração (T3) transferência de serapilheira; (T4)
florestal incorpora conhecimentos sobre os plantio de mudas nativas em pastagem com
processos dinâmicos dos remanescentes, vegetação arbórea; (T5) plantio de mudas
aplicando métodos alternativos, além do nativas; (T6) adensamento em área com
plantio de mudas, visando a reconstrução vegetação arbustiva; (T8) adensamento em
das complexas interações e funções vegetação arbórea; (T9) semeadura direta;
ecológicas [1]. O objetivo do estudo (T10) enriquecimento; (T11) pastagem
foi avaliar os resultados obtidos pela com regeneração natural, sem intervenção.
implantação de diferentes métodos de
restauração florestal em Ribeirão Grande- Resultados e discussão
SP, em relação à diversidade de espécies e Foram encontrados 831 indivíduos,
número de indivíduos. distribuídos em 141 famílias, com 241
espécies. O tratamento 8 (adensamento)
Material e métodos foi o que apresentou maior número de
A área de estudo localiza-se em famílias e diversidade de espécies. Os
Ribeirão  Grande-SP, em área de resultados demonstram que, o método
ocorrência de Mata Atlântica. Foram aplicado no tratamento 3, transferência de
implantados 9 tratamentos em área de serapilheira, proporciona o cenário menos
pastagem degradada, no ano de 2005 [2]. A promissor para a restauração florestal em
avaliação dos resultados ocorreu em 2013, relação à diversidade (Figura 1).
portanto, 8 anos após a implantação. Para a
realização do inventário florístico adotou-

408
Resumos Expandidos

de restauração, sendo que as técnicas de


transferência de serapilheira e de plantio
de mudas nativas resultaram em maior
número de indivíduos. Em relação à
diversidade de espécies, os melhores
métodos foram o adensamento e a
regeneração natural.
No entanto, foi o que apresentou o maior
número de indivíduos, contribuindo para a Referências
produção de biomassa e cobertura florestal [1]RODRIGUES, R.R.; GANDOLFI,
(Figura 2). S. Conceitos, tendências e ações para
a recuperação de florestas ciliares.
In: RODRIGUES, R.R.; LEITÃO-
FILHO, H. F.(Eds.).  Matas  Ciliares: 
v conservação e recuperação. São Paulo:
EDUSP, 2004. p. 235-247.

[2]NAVE, A. G. Banco de sementes


autóctone e alóctone, resgate de
Em relação à diversidade florística, o plantas e plantio de vegetação nativa
tratamento 11 (regeneração natural) foi na Fazenda Intermontes, município de
o que apresentou maior diversidade. A Ribeirão Grande, SP. Piracicaba, 2005.
distribuição dos indivíduos por classe 218p. Tese (Doutorado). Escola Superior
de tamanho para os nove tratamentos de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
mostrou que todas se enquadram no Universidade de São Paulo.
modelo exponencial negativo (o chamado
“J invertido”), demonstrando que ocorre
a dinâmica de regeneração natural. A
escolha do método de restauração deve
considerar as características da área,
avaliação dos custos e a minimização dos
fatores impeditivos.

Conclusão
A partir dos resultados apresentados,
foi possível verificar que o histórico da
área influencia o resultado do método

409
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Seleção de equações de volume para a


produção de biomassa com espécies de
Eucalyptus
Andrés Hirigoyen1; Resquin Fernando2; Rachid Cecilia 3

1
Eng. Agr. INIA. (ahirigoyen@tb.inia.org.uy)
2
Eng Agr. INIA. (fresquin@tb.inia.org.uy)
3
Eng. Agr. INIA. (crachid@tb.inia.org.uy)

Introdução e objetivo plantio foram 3 x 1.5, 3 x 1, 3 x 0.75 e 3


Para a estimativa da biomassa do fuste x 0.5 m respectivamente) de povoamentos
de um povoamento florestal é necessário de E. grandis, E. benthamii e E. dunnii aos 22
conhecer o volume individual das árvores. meses de idade . Das 9 equações avaliadas,
O volume do fuste pode ser calculado aquelas que apresentaram significância no
utilizando equações em que o volume seus parâmetros foram:
constitui a variável dependente, sendo
as variáveis independentes comumente V = b0 + b1 (D2H) Spurr (1952) [2]
representadas pelo diâmetro à altura
do peito (D) e altura total (H) ou altura V = b1 D b2 H b2
comercial. O objetivo deste estudo foi
selecionar modelos de estimativa do Schumacher and Hall (1933) [2]
volume do fuste sem casca para diferentes
espécies de eucalipto plantadas em V = b1 D b2 + b2 D + b3 DH
diferentes densidades de plantío. Como
os maiores espaçamentos têm valores Meyer modificado
estatisticamente diferentes do volume
obtidos por espaçamentos menores [1], As equações foram classificadas para
diferentes modelos foram ajustados para sua seleção pelos valores do coeficiente
cada densidade de plantio. de determinação (R2(%)) e do erro
padrão da estimativa (Syx (m3 /arv).
Aquelas escolhidas foram submetidas aos
Material e métodos
seguintes testes: Shapiro-Wilk para avaliar
Para o ajuste das equações de volume
normalidade dos erros; teste de White,
foram cubadas rigorosamente 72 árvores
para analisar homogeneidade da variância,
de plantações adensadas (2220, 3330,
e método de Durbin-Watson para avaliar a
4440 e 6660 árvores/há, cujos quadros de
independência dos resíduos [2]. Os dados

410
Resumos Expandidos

foram analisados utilizando-se o Proc


Model do soſtware SAS V. 8.

Resultados e discussão
Os modelos seleccionados (segundo
espécie e densidade), seus parâmetros e
medidas de precisão são apresentados
na Tabela 1. Observou-se que diferentes
equações de volume mostraram ajuste
diferencial segundo às especies e
Figura 1. Resíduos em função do volume
densidade de plantio, sendo os modelos
estimado para cada especie
mais complexos (1 e 2) os de melhor
ajuste. Na Figura 1 pode observar-se que
a distribuição dos resíduos em função Na Figura 2 são apresentadas as estimativas
do volume estimado para cada modelo do volumen da árvore média do ensayo
escolhido éaceitável e que o modelo estima (D = 6.8 cm e H = 7 m) obtidas pelas
consistentemente os volumes médios. A equaçãos seleccionadas para cada especie e
homocedasticidade e normalidade dos povoamentos. Para a mesma árvore media
resíduos foram comprovadas pelos testes os espaçamentos maiores proporcionaram
realizados. volumes maiores justificando a escolha de
diferentes equações.

Figura 2. Estimação do volume da árvore


média para cada especie e adensamiento.

Conclusões
Constatou-se que os melhores modelos
Tabela 1. Parâmetros e medidas de precisão são: Spurr para E. grandis para a densidade
dos modelos selecionados de plantio de 3330 árvores / ha.
Schumacher and Hall para E. benthamii
2220, 6660 árvores / ha; E. grandis 2220,

411
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

6660 e E. dunnii 2200, 3300 árvores / ha.


Meyer para E. benthamii 3330, 4440 árvores
/ ha; E. grandis 4440 e E. dunnii 4440, 6660
árvores / há.

Referências
[1]Companhia energética de minas gerais,
rede nacional de biomassa para energia.
Efeito do Espaçamento sobre a Produção
deBiomassa em Florestas Energéticas de
Eucalipto.Belo Horizonte: CEMIG, 2009.
Spurr, S.H. (1954) “Simplified computation
of volume and growth.” Journal of
Forestry, 52(12): 914-922.

Schumacher, FX, HALL, F. S. Logarithmic


expression of timber-tree volume. Journal
of Agricultural Research, v.47, n.9, p.719-
734, 1933.

Schneider PR, Schneider PSP, Souza


CAM. 2009. Análise de regressão aplicada
à Engenharia Florestal. 3. ed. Santa Maria:
UFSM, CEPEF.

412
Resumos Expandidos

Seleção entre e dentro no melhoramento


genético de Eucalyptus camaldulensis
Dehnh em Mato Grosso
Thaianny Rodrigues de Souza; ¹Jeane Cabral da Silva;
1

Bruna Cristina Almeida; 2Diego Tyszka Martinez; 2Reginaldo Brito da Costa


1

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais –
UFMT (thaiannyrodrigues@hotmail.com; brucrisal@gmail.com; Jeane Cabral da Silva );
2
Prof. Dr. Faculdade de Engenharia Florestal – FENF/UFMT (diegotyszka@hotmail.
com; reg.brito.costa@gmail.com).

Introdução e objetivos O presente estudo objetivou obter


O crescimento da área plantada com ganhos genéticos preditos com seleção
espécies do gênero Eucalyptus no país entre e dentro de famílias em Eucalyptus
tem sido difundida devido ao rápido camaldulensis Dehnh para o caráter DAP
desenvolvimento das árvores, uso (diâmetro altura do peito).
diversificado, adaptação das espécies às
condições ambientais, bem como o valor
Material e métodos
agregado aos seus produtos.
As sementes do material estudado
Os testes de progênies são fundamentais
foram coletadas de árvores matrizes de
ao se estimar os parâmetros genéticos
polinização aberta, procedência Katherine
e selecionar indivíduos, com intuito de
River, Estado de Queensland, Austrália,
maximizar os ganhos genéticos através de
obtidas em parceria com a Embrapa
métodos de seleção adequados [2].
Para realizar a seleção, é necessário Florestas.
escolher o método adequado, levando em As mudas foram produzidas no Campus da
consideração as magnitudes e sentidos dos Faculdade de Engenharia - UNESP/ Ilha
ganhos genéticos preditos, bem como a Solteira e plantadas no campo experimental
facilidade de aplicação do método [4]. do Instituto Federal de Educação, Ciência
Atualmente os programas de e Tecnologia de Mato Grosso – IFMT/
melhoramento genético estão se baseando Campus São Vicente em Santo Antônio do
principalmente na seleção entre e dentro Leverger. A área está localizada na latitude
de famílias [6]. A seleção entre e dentro 15°49’21’’ S e longitude 55°25’06” W, com
de famílias seleciona as melhores famílias, altitude de 750 m. O clima é caracterizado
bem como os melhores indivíduos dentro como tropical (Aw), segundo a classificação
das famílias [3]. de Köppen e apresenta duas estações bem

413
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

definidas: uma quente e úmida e outra 85 1 2 19,10 11,94 2,49 12,23


mais fria e seca com déficit hídrico. A 126 2 1 19,10 11,88 2,43 12,17
temperatura anual média está em torno 15 1 2 17,19 11,83 2,40 12,14
de 20 ºC e precipitação média anual é de
24 1 2 16,23 11,77 2,33 12,07
2.000 mm.
40 2 1 18,46 11,63 2,27 12,00
O teste de progênies foi instalado sob
83 1 3 15,92 11,60 2,25 11,98
delineamento de blocos ao acaso com
100 1 3 15,28 11,60 2,23 11,96
132 progênies, cinco repetições e três
27 2 1 18,78 11,57 2,16 11,90
plantas por parcela em linhas simples, no
47 1 1 17,19 11,56 2,15 11,88
espaçamento 3 m x 2 m, onde foi avaliado
92 1 2 13,69 11,49 2,10 11,83
o caráter DAP na população aos 60 meses
90 2 3 18,46 11,45 2,06 11,80
de idade.
A análise de dados foi realizada por 57 2 2 17,51 11,37 1,97 11,71

meio do procedimento de modelo linear 129 2 1 16,55 11,34 1,97 11,70

misto univariado aditivo REML/BLUP, 120 2 1 16,23 11,15 1,86 11,59

disponível no software SELEGEN, 19 1 3 14,32 11,03 1,70 11,44

apresentado por [5], Modelo 1, utilizado 80 2 1 15,28 10,73 1,48 11,21


para experimentos com blocos ao acaso, Tabela 1. Valores fenotípicos (f), valores
progênies de meios irmãos, várias plantas genéticos aditivos (u+a), ganho genético
por parcela: y = Xb + Za + Wc + e, sendo predito (cm) e nova média da população
y, b, a, c e e: vetores de dados, dos efeitos selecionada dos vinte melhores indivíduos de
Eucalyptus camaldulensis Dehnh para o caráter
das médias de blocos (fixo), de efeitos
DAP, em Mato Grosso.
genéticos aditivos (aleatório), de efeitos de
parcela (aleatório) e de erros aleatórios; e
X, Z e W: matrizes de incidência para b, a e A seleção dos vinte melhores indivíduos
c, respectivamente. pelo método de seleção entre e dentro
proporcionou ganho genético de 19,71%,
elevando a média do caráter DAP de 9,73
Resultados e discussão
cm na população original para 11,21 cm
Os indivíduos eleitos pela seleção entre
na população melhorada. Tais valores são
e dentro de progênies estão dispostos na
consideráveis, associando-se à magnitude
Tabela 1.
do caráter sob seleção, bem como a idade
Ár- Nova
Família Bloco f u+a Ganho precoce de avaliação [1].
vore média
81 1 3 20,37 12,73 2,99 12,73
12 2 2 23,55 12,50 2,85 12,58
9 3 3 19,74 12,00 2,57 12,31
64 1 2 18,14 11,94 2,53 12,26

414
Resumos Expandidos

Seleção entre e [3]MARTINS, I. S. et al; Comparação


DAP (cm) entre os processos de seleção entre e
dentro
GS entre % 13,14
dentro e o de seleção combinada, em
progênies de Eucalyptus grandis; Cerne,
GS dentro % 6,57
Lavras, v. 11, n. 1, p. 16-24, jan./mar. 2005.
GS entre e dentro % 19,71
[4]MARTINS, I. S. et al; Comparação
Tabela 2. Estimativas com ganho com seleção
entre (GS entre %), ganho com seleção dentro entre seleção combinada e seleção
(GS dentro %) e ganho com seleção entre e direta em Eucalyptus grandis, sob
dentro (GS entre e dentro %) para progênies diferentes intensidades de seleção;
de Eucalyptus camaldulensis Dehnh, em Mato Floresta e ambiente, vol 8, n 1, p 36 – 43,
Grosso.
jan / dez 2001.

A seleção entre e dentro dos vinte melhores [5]RESENDE, M. D. V. Genética


indivíduos proporcionou ganhos genéticos biométrica e estatística no
preditos, com maior variabilidade genética, melhoramento de plantas perenes.
pois seleciona as melhores famílias da Brasília, DF: Embrapa Informação
população e um indivíduo superior dentro Tecnológica, 2002. 975 p.
de cada família.
[6]SAMPAIO, P. T. B. et al; Estimativas
Conclusões de parâmetros genéticos e métodos de
A seleção entre e dentro de famílias seleção para o melhoramento genético
permitiu identificar os indivíduos e de Pinus oocarpa Schiede; Pesq. Agrop.
progênies mais promissores para o bras. Brasília, vol 37, n 5, p 625 – 636, maio
programa de melhoramento genético de de 2002.
Eucalyptus camaldulensis.

Referências
[1]COSTA, R. B. et al; Avaliação genética
de Eucalyptus camaldulensis no Estado de
Mato Grosso; Pesq. Flor. Bras., Colombo,
v. 32, n. 70, p. 165-173, abr-jun 2012.

[2]COSTA, R. B. et al; Variabilidade


genética e seleção para caracteres de
crescimento da seringueira; Bragantia,
Campinas, v.67, n.2, p.299-305, 2008.

415
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Serapilheira em sistema de integração


lavoura-pecuária-floresta (iLPF)
comparado a uma mata nativa de Cerrado
Luanna Elis Guimarães¹; Francine Neves Calil²; Evaldo de Melo Ferreira³;
Lucas Morais Lobo4; José Mauro Lemes Júnior5.

¹Mestranda em Agronomia - Produção Vegetal, PPGA/UFG (luanna.ambiente@gmail.com); ²Prof.


Drª. da Escola de Agronomia da UFG (francine.calil@terra.com.br);³Mestrando em Agronomia-
Solo e Água, PPGA/UFG (evaldodemeloferreira@gmail.com);4Mestrando em Agronomia – Solo e
Água, PPGA/UFG (lucasloboagro@gmail.com);5Mestrando em Agronomia – Produção Vegetal,
PPGA/UFG (jmlemosjr@gmail.com).

Introdução e objetivos inseridas [4]. No Brasil, o eucalipto tem sido


A serapilheira é um componente de suma a principal essência utilizada nos programas
importância dentro de um ecossistema de reflorestamento e, quase sempre,
florestal, pois responde pela ciclagem de questiona-se sobre as mudanças que podem
nutrientes, além de indicar a capacidade promover no solo. Em 2010 os plantios
produtiva da floresta ao relacionar comerciais de eucalipto cobriam 4,8 milhões
os nutrientes disponíveis com as de hectares do Brasil segundo dados da
necessidades nutricionais de dada espécie Associação Brasileira de Produtores de
[1]. Serapilheira pode ser definida como Florestas Plantadas (ABRAF). 1,8 milhão
material recém-caído, na parte superficial foi cultivado pela indústria de celulose
da floresta, consistindo-se, sobretudo de e papel, o que corresponde a 81,2% das
folhas, fragmentos de casca, galhos, flores, florestas plantadas desse setor [5].
frutos e outras partes [2]. Sua deposição O presente trabalho teve como objetivo
varia em função da tipologia vegetal e da avaliar a biomassa (folhas, galho, casca e
condição climática. miscelânea) dos constituintes da serapilheira
Em sistemas de integração Lavoura- de um sistema de integração lavoura-
Pecuária-Floresta, a serapilheira proveniente pecuária-floresta em comparação com uma
das plantas, tem o importante papel de mata nativa do cerrado.
enriquecimento do solo, além de ser o
habitat para animais invertebrados que Material e Métodos
compõem a fauna do solo [3]. Os serviços O estudo foi desenvolvido no município
ambientais prestados pelos sistemas iLPF de Cachoeira Dourada, GO, Brasil,
(interação lavoura-pecuária-floresta) para em novembro de 2013. Na área está
paisagens urbanas e também rurais, são implantado um sistema de iLPF onde a
fundamentais no meio em que estão
espécie florestal cultivada é a Eucalyptus

416
Resumos Expandidos

urograndis consorciado com a espécie foram submetidos à análise estatística por


forrageira Brachiaria brizantha. A finalidade meio de programa ASSISTAT [10].
desse sítio é a produção de madeira
moveleira e a produção de gado de corte. A Resultados e discussão
Mata Nativa de Cerrado, também avaliada A primeira figura mostra o percentual das
neste trabalho, está localizada próxima frações de serapilheira avaliadas (T1 =
ao sistema iLPF. Essa área é destinada a Entre linhas iLPF; T2 = Entre plantas iLPF
reserva legal da propriedade estudada. e T3 = Mata Nativa). De acordo com esta
As coletas de serapilheira foram realizadas figura é possível visualizar o tratamento
entre linhas de eucalipto (T1), entre T3, referente à Mata Nativa, em que na
plantas de eucalipto (T2) e também maioria das frações apresentou um volume
aleatoriamente na mata nativa do bioma de biomassa maior do que apresentado no
Cerrado (T3). Para a coleta da serapilheira, T1 e T2, que representam Entre Linhas e
considerada aqui como todo material Entre plantas do iLPF.
acumulado sobre o solo (folhas, galhos,
cascas e miscelânea.), em diferentes graus
de decomposição, utilizou-se uma moldura
quadrada de madeira de 0,0625 m² (0,25 x
0,25 m).
Ao todo foram coletadas 15 amostras em
cada tratamento, formando 15 repetições,
totalizando 45 amostras. As mesmas
foram armazenadas em sacos de papel Figura 1. Percentual das frações de biomassa:
folha, galho, casca e miscelânea (Miscel) de
Kraft, identificadas e encaminhadas ao
cada tratamento.
Laboratório de Dendrologia e Ecologia
Florestal da UFG, onde foram colocadas
Observa-se uma alta variabilidade na fração,
em estufa de circulação e renovação de
folhas contrastando com a fração galhos
ar por 72 horas a 65°C até atingir peso
que é comparativamente mais homogênea.
constante.
A princípio, denota-se a necessidade de um
Posteriormente, os componentes foram
grande contingente de coletores necessários
separados manualmente com o auxílio de
para atender um estreito limite de erro,
pinças e então determinados os percentuais
fundamentalmente, em razão da grande
de folhas, galho, casca, miscelânea e total
variabilidade acarretada pela fração folhas.
em toneladas/ha (Mg/ha-1). Foi utilizado
Ressalta-se aqui que o elemento dessa fração
o delineamento experimental inteiramente
raramente ultrapassou três centímetros de
ao acaso (DIC) e para uma melhor
diâmetro. Evidentemente, galhos grandes
caracterização dos resultados os dados
não são captados pelos coletores (± 0,0625

417
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

m² de área) normalmente empregados em A fração de folhas representa a maior


trabalhos dessa natureza. parte da serapilheira produzida, variando
Para tanto, ressaltamos que de acordo com a entre os tratamentos representados
literatura, a maioria dos trabalhos realizados respectivamente por T1, T2 e T3. Em
na quantificação de serapilheira acumulada, média, as folhas contribuíram com 32,97%
é realizada com uma moldura de 0,25 m do total da serapilheira produzida, sendo
x 0,25 m ([6]; [7]; [8]). Evidencia-se então, visível que na Mata Nativa a produção é
que sendo a coleta e o modo de separar a maior do que no sistema de iLPF, em média
serapilheira bastante onerosos e como não 40%. Este percentual é um menor do que o
existem diferenças significativas na coleta
encontrado por [9], os quais relataram que
da serapilheira acumulada nos diferentes
as folhas, em geral, representam entre 60 a
tamanhos de molduras, é sensato elucidar
80% da serapilheira.
que a moldura ideal é a de menor área.
Para as miscelâneas as variâncias
Foi realizada uma análise estatística dos
foram heterogêneas para o acúmulo de
dados com a finalidade de verificar a
serapilheira, de acordo com a análise
variabilidade por fração e para toda a
serapilheira coletada. A Tabela 1 mostra a estatística. Podendo afirmar que no sistema
análise realizada pelo teste t ao nível de 5% de iLPF é maior o acúmulo de miscelânea
de probabilidade. do que em mata nativa de Cerrado.
Provavelmente, a continuação da pesquisa
Trat Folha Galho Casca Miscel Total para um período maior poderá trazer mais
Mg ha-¹ informações a respeito do relacionamento
T1 3228,8 2634,7 99,20 622,9 6585,6 dessas variáveis.
ab a a a ab
T2 2628,3 2132,3 103,5 460,8 5324,9
Conclusões
b a a ab b
A serapilheira da Mata Nativa (T3)
T3 4056,5 3027,2 588,8 188,8 7861,3
apresentou a maior biomassa que os outros
a a a b a
dois tratamentos: Entre Linhas (T1) e
Tabela 1. Média das variáveis, folha, Entre plantas do iLPF (T2).
galho, casca e miscelânea (Miscel) em cada As folhas foram responsáveis pela maior
tratamento.
parte da serapilheira produzida pelo
conjunto avaliado de florestas, seguindo-
Pode-se observar que não houve diferenças
se os galhos e miscelânea, produzindo, em
significativas, visto que médias seguidas
média, 3304,5; 2598,06 e 424,16 mg.ha-1,
pela mesma letra na coluna não diferem
respectivamente.
significativamente entre si pelo teste t.
Portanto, a fração de galho e casca não Para a área em estudo, a deposição de
houve diferenças significativas no acúmulo serapilheira seguiu a ordem decrescente
de serapilheira entre o sistema de iLPF e Mata Nativa>Entre Linhas> Entre Plantas.
Mata Nativa.

418
Resumos Expandidos

Referências Estacional Decidual com ênfase aos


[1]BARNES, B.V.; ZAK, D.R.; minerais provenientes da deposição da
DENTON, S.R.; SPURR, S.H. Forest serapilheira. Ciência Florestal, v.3, n.1, p.
Ecology. Oxford: John Wiley& Sons, 35-64, 1993.
1997.
[7]ARATO, H.D.; MARTINS, M.V.;
[2]KOEHLER, W.C. Variação estacional FERRARI, S.H.S. Produção e
de deposição de serapilheira e de decomposição de serapilheira em um
nutrientes em povoamentos de Pinus sistema agroflorestal implantado para
taeda na região de Ponta Grossa – recuperação de área degradada em
PR. 138p. Tese (Doutorado em Ciências Viçosa-MG. Revista árvore, v.27, n.5,
Florestais) – Universidade Federal do p.715-721, 2003.
Paraná, Curitiba, 1989.
[8]GALLON M.M.P. Um estudo sobre
a dinâmica de sistemas complexo a
[3]PEREIRA, G. H. A; PEREIRA, M.
partir de séries temporais de dados
G; ANJOS, L. H. C; AMORIM, T. A;
microclimáticos para uma floresta de
MENEZES, C. E. G. Decomposição
transição no Noroeste do Mato Grosso.
de serrapilheira, diversidade e
2004, 115 p. Dissertação (Mestrado em
funcionalidade de invertebrados do
Engenharia Florestal. Universidade Federal
solo em um fragmento de Floresta
do Mato Grosso, 2004.
Atlântica.BioscienceJournal, Uberlandia,
vol. 29, n. 5, p. 1317-1327, Sept./Oct.
[9]BRAY, J.R.; GORHAM, E.
2013.
Litterproduction in theforestsofthe
world.Advances in EcologicalResearch,
[4]PINHO, R. C; MILLER, R. P;
ALFAIA, S. S. Agroforestryand the New York, v. 2, p. 101-157, 1964.
Improvementof Soil Fertility: A
[10] SILVA, F. DE A. S. E. & AZEVEDO,
View from Amazonia. Appliedand
Environmental Soil Science, New York, C. A. V. DE. Principal Components
vol. 2012, n.-, p. 1-11, Jan. 2012. Analysis in the Software Assistat-
Statistical Attendance. WORLD
[5]BRACELPA – ASSOCIAÇÃO CONGRESS ON COMPUTERS IN
BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL. AGRICULTURE. Anais...Reno EUA:
Eucalipto. Disponível em: <http://www. 2009
bracelpa.org.br/bra2/?q=node/136>.
Acesso em: 25 jan. 2014.

[6]CUNHA, G.C.; GRENDENE,


L.A.; DURLO, M.A.; BRESSAN, D.A.
Dinâmica nutricional em Floresta

419
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Sobrevivência de estacas de Ocotea


puberula submetidas ao enraizamento
Gustavo Friederichs 1; Márcio Carlos Navroski 2;
Caroline França 1; Valmir Milani 1; Josué Afonso Spitzner 1

1
Graduandos em Engenharia Florestal, CAV/UDESC (gustavofriederichs@hotmail.com)
2
Professor do Departamento de Engenharia Florestal, CAV/UDESC (navroski@cav.udesc.br)

Introdução e objetivo e reduzir o porte e período de juvenilidade


As canelas são algumas das espécies em matrizes de espécies arbóreas
nativas florestais mais antigas e apreciadas destinadas a produção de sementes [3].
pela humanidade, por ter diversas Dentre os métodos de propagação
finalidades como na agricultura, para vegetativa, a técnica via estaquia é uma
controle de nematoides, fungicida, na alternativa para superação das dificuldades
arborização urbana, cosméticos, culinária na propagação via sementes e de clonagem
e na medicina. As canelas pertencem, na de genótipos superiores de espécies
maioria, à família Lauraceae que agrupa florestais nativas, possibilitando assim
árvores com madeiras aromáticas. No sua utilização para fins comerciais, bem
Brasil há aproximadamente 22 gêneros e como auxiliar a conservação de recursos
400 espécies, das quais, Aniba, Cinnamomun, genéticos florestais [4].
Persea, Cryptocarya, Ocotea e Nectranda são os A utilização de fitorreguladores no
principais gêneros desta família [1]. enraizamento, em muitas espécies, é o
O método de propagação convencional principal fator que viabiliza a produção
desta família é via sexuada. Contudo, o de mudas por estaquia [5]. As auxinas
uso desta técnica tem limitado a produção são os reguladores vegetais com maior
comercial de mudas, devido a diversos efetividade na promoção do enraizamento
fatores como produção irregular de [6], entretanto a concentração hormonal
sementes, dificuldade na definição da necessária é variável para cada espécie e o
época ideal de colheita das sementes e do tipo de fitorregulador.
ponto de maturidade do fruto compatível Desta forma, o objetivo deste trabalho foi
com a maturidade da semente [2]. avaliar o enraizamento de duas espécies
A propagação vegetativa permite a florestais da família Lauraceae sob dois
produção de plantas com as mesmas tratamentos de fitorregulador vegetal
características da planta matriz, além de (Ácido Indol Butílico).
ser uma ferramenta útil para multiplicar
espécies com dificuldades de propagação,

420
Resumos Expandidos

Material e Métodos das estacas na saída da casa de sombra.


O presente estudo foi realizado nas Cada estaca avaliada foi componente de
dependências do Centro de Ciências uma média por árvore considerada.
Agroveterinárias da Universidade do
Estado de Santa Catarina (CAV/UDESC), Resultados e discussão
no município de Lages, Santa Catarina. O Tabela 1 apresenta os valores
Foram coletados ramos de 6 árvores de percentuais de sobrevivência de estacas de
Ocotea puberula. As árvores que tiveram seis indivíduos de Ocotea puberula.
ramos coletados são procedentes do
Sobrevivência (%)
Parque Natural Municipal de Lages, sob as Indivíduo
Com AIB Sem AIB
coordenadas geográficas 27o 47’ 25’’ S e 50o
1 83 67
21’ 22’’ W. De cada árvore foram coletados
2 58 25
3 ramos, sendo dois para o processo de
3 42 50
estaquia e um para a identificação botânica
4 58 25
via exsicata.
5 83 50
Os ramos coletados foram seccionados
6 50 50
para a obtenção de estacas com diâmetro
Média 63 44
inferior a 10 milímetros, comprimento
aproximado de 10 centímetros, com um a Tabela 1. Sobrevivência de estacas de Ocotea
dois pares de folha reduzidos pela metade. puberula em casa de sombra aos 50 dias após
Todas as estacas foram imersas em solução o estaqueamento. Onde: AIB: ácido indol
desinfetante de hipoclorito de sódios [50 butílico;
mg L-1] durante 2 minutos.
Os tratamentos realizados foram: estaquia Na avaliação de sobrevivência de estacas
com aplicação de AIB [3000 mg L-1] e de Ocotea puberula observou-se que o
estaquia sem fitorregulador. A aplicação tratamento que recebeu a aplicação de
do fitorregulador foi realizada em líquido, fitorregulador apresentou maior percentual
sendo que a imersão das estacas foi de sobrevivência, com 63%. O tratamento
realizada por 20 segundos Foram utilizadas com a adição de fitorregulador, além ter
12 subrepetições por tratamento por apresentado maior média, apresentou
planta, totalizando 144 estacas de Ocotea também maior variação do percentual de
puberula. enraizamento, entre 42% (Indivíduo 3) e
As estacas foram inseridas em substrato 83% (Indivíduo 1).
composto por vermiculita, casca de arroz Estacas que não receberam a aplicação do
e terra, e levadas para casa de sombra fitorregulador tiveram sobrevivência média
(sombrite de 50%) por 50 dias. de 44%, porém com variação de 42%.
A avaliação realizada foi a sobrevivência A ausência de fitorregulador nas estacas de

421
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Ocotea puberula resultou na sobrevivência de encontradas para estacas que não receberam
apenas 25% das estacas para os Indivíduos tratamento de AIB, para a espécie Sapium
2 e 4. glandulatum.
Observa-se que entre os indivíduos
avaliados, a variação causada pela Conclusão
aplicação de fitorregulador foi irregular, Com o presente estudo pode-se concluir
apresentando maior sobrevivência quando que a espécie florestal Ocotea puberula
da presença de AIB, enquanto noutros de apresenta potencial capacidade de
menor sobrevivência. sobrevivência durante o processo de
Vieira [7] estudando Xylopia brasiliensis e propagação vegetativa via estaquia e a
Ocotea catharinensis, não detectou resultados mesma é irregular. A sobrevivência de
positivos quanto à resposta ao uso dos estacas não possui uma relação direta com
hormônios utilizados, relatando que todas o uso de fitorregulador de crescimento.
as estacas morreram antes dos 30 dias
depois de acondicionadas no substrato. Referências
Estes resultados podem significar que as [1]DIAS, L. A. Uso do ácido indolbultírico
dosagens utilizadas para essas espécies para induzir a formação de raízes
não tenham sido suficiente para mantê-las adventícias em estacas caulinares de
vivas. canela (Cinnamomum zeylanicum
Silva [8] não obteve nenhuma estaca Breyn). Monografia Gaduação em
enraizada ao trabalhar com as espécies Engenharia Florestal, UFRJ, 2006. 44 p.
Ocotea puberula e Ocotea pretiosa, em
diferentes concentrações de AIB. [2]SIMÃO, E.; NAKAMURA, A. T.;
Vários fatores podem estar ligados à TAKAKI, M. Época de colheita e
sobrevivência de estacas, como o fator capacidade germinativa de sementes
genético, hormonais, reservas de açúcares. de Tibouchina mutabilis (Vell.) Cogn.
Embora a sobrevivência não seja uma (Melastomataceae). Biota Neotropica, São
garantia de enraizamento, esta é um fator Paulo, v. 7, n. 1, 2007. p. 67-73.
para se alcançar este objetivo [9]. Ainda
cita que altas taxas de sobrevivência inicial [3] XAVIER, A.; WENDLING, I.; SILVA,
devem-se às excelentes condições de R. L. Silvicultura clonal: princípios e
temperatura e umidade relativa do ar do técnicas. Viçosa: Ed UFV, 2009. 272 p.
ambiente controlado, mantendo as folhas
das estacas úmidas e proporcionando [4]DIAS, P.C.; OLIVEIRA, L.S.;
turgescência constante. Também destaca XAVIER, A.; WENDLING, I. Estaquia e
que maiores taxas de sobrevivência em miniestaquia de espécies florestais lenhosas
casa de vegetação e casa de sombra foram do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira,

422
Resumos Expandidos

Colombo, v. 32, n. 72, 2012. p. 453-462.


[5] FACHINELLO, J.C., HOFFMANN,
A., NACHTIGAL, J.C. Propagação de
plantas frutíferas. Brasília, DF: Embrapa
Informação Tecnológica, 2005. 221 p.

[6] HARTMANN H.T.; KESTER, D.E.;


DAVIES, F.T.; GENEVE, R.L. Plant
Propagation Principles and Practices.
7th Edition. Prentice Hall. New Jersey,
2002. p. 367-374.

[7] VIEIRA, D.P. EFEITOS DO


ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (AIB) E
CINETINA NO ENRAIZAMENTO
DE ESTACAS EM Tibouchina
sellowiana (Cham.) Cogn., Xylopia
brasiliensis Spreng. e Ocotea
catharinensis Mez. 2011. 45p. Trabalho de
Conclusão de Curso (Ciências Biológicas),
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
Criciúma.

[8] SILVA, I. C. Propagação vegetativa de


Ocotea puberula Benth Hook e Ocotea
pretiosa Nees pelo método de estaquia.
1984. 109p. Dissertação (Mestrado em
Ciência Florestal) - Setor de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba.

[9] IRITANI, C.; SOARES, R. V. Indução


do enraizamento de estacas de Araucaria
angustifolia através da aplicação de
reguladores de crescimento. Silvicultura, São
Paulo, v. 8, n. 28, p. 313-317, 1983. Anais
do 4º Congresso Florestal Brasileiro,
Belo Horizonte.

423
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Softwares “SIS” para manejo e análise


econômica de florestas plantadas
Edilson Batista de Oliveira1

1. Pesquisador da Embrapa Florestas. edilson.oliveira@embrapa.br

Introdução e objetivos de sensibilidade e critérios de análise


Este trabalho tem por objetivo apresentar econômico-financeira mais utilizados.
algumas características básicas e Os softwares foram desenvolvidos na
avanços recentes de um conjunto de linguag=em Delphi. Houve parceria da
softwares que vem sendo desenvolvidos Embrapa com várias Empresas Florestais
e aprimorados pela Embrapa Florestas que disponibilizaram bases de dados de
desde 1988. Denominados por “Sis”, inventários do crescimento e produção
seguido pelo nome popular do gênero dos seus plantios.
ou espécie contemplada, os softwares Amplamente utilizados no Brasil e em
são: SisEucalipto (E.grandis, E.urograndis outros países, os softwares permitem a
e E.dunnii), SisPinus (P.caribaea P.elliottii simulação de desbastes das florestas com
e P.taeda), SisTeca (T.grandis), SisAcacia previsão do crescimento e produção
(A.mearnsii), SisAraucaria (A.angustifolia), anual do povoamento e o sortimento de
SisBracatinga (M.scabrella). Eles madeira por classes de diâmetro para usos
descrevem como uma plantação florestal múltiplos das árvores provenientes dos
cresce e produz, conforme os regimes desbastes e do corte final.
de manejo que o próprio usuário indica.
Permitem testar, para cada condição de Material e métodos
clima e solo, todas as opções de manejo Para a descrição dos recursos dos softwares
florestal, fazer prognoses de produções será utilizado o SisPinus (P.taeda), na sua
presente e futura, efetuar análises alternativa mais simples das três opções de
econômicas, fornecendo subsídios para entrada de dados. Esta alternativa utiliza
que seja levado ao campo apenas a melhor o potencial produtivo básico da área. As
alternativa [3]. outras duas opções envolvem informações
Análises econômicas podem ser realizadas de parcelas de inventário, o que possibilita
por meio do software Planin, anexado resultados com maior precisão e
aos demais. Ele considera diversos acurácia. Assim, para o Exemplo 1, será
segmentos de custos operacionais de considerado o plantio de 1667 árvores por
implantação, manutenção e exploração hectare com 95% de sobrevivência inicial
florestal, e fornece fluxos de caixa, análise (1º ano), para uma área com índice de

424
Resumos Expandidos

sítio de 22m, dado pela altura dominante O gráfico gerado (Figura 2) apresenta
aos 15 anos de idade. Será solicitado o variáveis que subsidiam a escolha do
sortimento da produção de toras separadas manejo florestal adequado em função dos
pelos seguintes diâmetros: “>20cm”, “8 a objetivos da produção madeireira. Elas são
20cm” e “<8cm”. Duas simulações serão assim representadas: Pontos vermelhos
realizadas, ambas com colheita final aos = Porcentagem da densidade máxima
18 anos. Na primeira não serão realizados que a plantação pode atingir - (Modelo
desbastes. Na segunda haverá um desbaste de Reineke [2] (Disponível no SisPinus e
com idade e intensidade definidas por SisEucalipto); Pontos azuis = Índice de
meio da análise do gráfico “Variáveis espaçamento relativo (Índice de Hart-
básicas para o manejo florestal adequado” Becking); Marcações em X = indicação
gerado pelo software. de alto risco de ocorrência de vespa-da-
madeira (P.taeda); Linha rosa = Área basal
por hectare; Triangulos rosa = limites
Resultados e discussão
superior e inferior da faixa indicada para
Os resultados gerados mostram, ano a ano,
manejo; Linha azul = Incremento médio
os valores das variáveis que descrevem a
anual (IMA); Linha verde = Volume total
estrutura produtiva por hectare de P.taeda
(dividido por 10).
(Figura 1). O item “Produções” apresenta
o sortimento da produção nas dimensões
de toras solicitadas e por classes de DAP.

Figura 2. Gráfico gerado pelo SisPinus


mostrando variáveis básicas para o manejo
adequado.

O percentual de ocupação do sítio (% da


Densidade Máxima – Heineke) tem como
Figura 1. Tabela de crescimento e produção
valor de referência “100%” para um sítio
gerada pelo SisPinus
completamente estocado, ou seja, com a
capacidade de produção no limite. Para
o Exemplo 1, a Figura 2 mostra que,

425
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

aos seis anos, o povoamento ocupa 41 %


do sítio e segue aumentando em idades
subseqüentes. Aos nove anos a ocupação
atinge 65% (41,3m2 de área Basal com
1572 árvores/ha), porém, a partir desta
idade, o programa revela a existência de
alto risco de ataque de vespa-da-madeira,
o que recomenda a realização de desbastes
preventivos.
A faixa delimitada por duas linhas mostra
os limites (máximo e mínimo) de Área
Basal indicada para o povoamento ter
elevada produção de toras mais grossas,
Figura 3. Tabela gerada pelo SisPinus após o
com árvores de melhor qualidade, com
desbaste.
características das dominantes (grandes
e com fuste bem formado). As linhas
são geradas a partir de um Diagrama de O Gráfico resultante (Figura 4) mostra
Manejo da Densidade (DMD) integrado ao que o desbaste reduzindo a Área Basal de
software. Diversos autores recomendam 41,3m2 para 25,0m2 resultará, aos 18 anos,
para produção de toras, valores próximos a na diminuição da Área Basal de 66,8m2 para
60% da densidade máxima até o mínimo de 49,3m2. O Incremento Médio Anual final
30% desta. Acima da faixa, há competição será reduzido em 7% (35,4m2 para 32,8m2).
excessiva e abaixo da faixa há muita sobra Entretanto, o volume das toras acima de
de espaço com conseqüente desperdício 20cm de diâmetro terá aumento de 22,5%
de recursos do sítio. Note-se que estes (235,0m3 para 287,9m3). Economicamente,
percentuais não são da Área Basal, mas o melhor manejo dependerá dos custos de
sim da Densidade Máxima. produção, das taxas de atratividade para
Utilizando o Exemplo 1, aos nove anos o capital e dos preços pagos por classe
de idade foi simulado um desbaste de utilização industrial, sendo que estes
seletivo reduzindo a Área Basal para 25 sofrem grandes variações em função de
m2 de forma a colocá-la dentro da faixa demandas localizadas.
de manejo recomendada pelo Diagrama
de Manejo da Densidade. A tabela de
crescimento e produção é apresentada na
Figura 3.

426
Resumos Expandidos

2012, totalizaram 7,2 milhões de hectares


[1], dando subsídios técnicos para que
os produtores possam conduzir suas
plantações florestais com base científica
evitando desperdícios de recursos
econômicos e ambientais.

Referências
Figura 4. Gráfico gerado pelo SisPinus [1]ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
após o desbaste. FLORESTAS PLANTADAS (ABRAF). 
Anuário Estatístico da ABRAF 2013.
Brasília: ABRAF, 2013. 149p.
A opção por desbastar mais próximo da
linha superior ou da inferior da faixa de
[2]DAVIS, L. S.; JOHNSON, K. N. Forest
manejo dependerá do objetivo da produção.
management. 3.ed. New York: McGraw-
No Exemplo 1, a opção foi produzir maior
Hill, 1987. 790p.
volume de toras com rotação um pouco
mais curta; assim, apenas um desbaste foi
[3]OLIVEIRA,E.B. Softwares para
realizado mantendo a linha da Área Basal
manejo e análise econômica de
do Povoamento próxima da linha limite
plantações florestais Documentos, 216.
dos 60%.
2011. 70p

Conclusões
Os softwares “Sis” fazem a prognose
da produção presente e futura de cada
povoamento florestal, quantificando a
madeira produzida por tipo de utilização
industrial, permitindo, assim, que o
produtor saiba que regime de manejo
deve ser adotado para a produção de
madeira direcionada ao uso mais rentável.
Eles servem de base para o planejamento
estratégico florestal para a otimização
da produção madeireira e da renda. São
amplamente utilizados no setor florestal,
sendo aplicáveis a mais de 98% das
plantações florestais no Brasil que, em

427
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Stand quality assessment


Olman Murillo1: Yorleny Badilla2

1
Prof. Dr. Escuela Ing. Forestal, Instituto Tecnológico de Costa Rica (omurillo@itcr.ac.cr);
Investigadora Escuela de Ing. Forestal, Instituto Tecnológico de Costa Rica/Estudiante Mestrado
2

Ciencias Forestales, UFV (yorlenybadilla@yahoo.es)

Introduction accurate stand information. Usually 500


Countries under scenarios of high land m2 random sampling circular-plots are
prices and predominance of small land utilized, which must comprehend no less
properties need to migrate toward intensive than a 2% of the effective planted area.
silviculture, based on highly valuable tree Within sampling plots, all individual trees
species. Volume/tree instead of volume/ are assessed. The first four merchantable
ha, tree value instead of stand value, are logs per tree are then individually qualified
the primary goals. Thus, the better the in a scale from 1 to 4, where a value of
individual tree quality and the bigger its “1” stands for the highest quality for solid
diameter, the higher its value in markets wood production.
will be. A new stand quality assessment Quality “1” means the absence of all
methodology has been developed, based possible defects for solid wood utilization
on individual merchantable logs instead like stem straightness, knots, branches,
of the usual whole tree assessment, which spiral grain, tree leaning, and diseases,
provides a more accurate and reliable stand among others.
commercial potential estimation. A series
of stand quality indices where initially
proposed in Costa Rica [1], which were
utilized as the basis for silviculture trends
evaluation, as well as for new appraisal
procedures. After its usage in several
plantation conditions during all these years,
improvements and new quality indices are
hereafter presented and discussed. Figure 1. First four merchantable logs
are separately assessed in its quality for
solid wood.A tree quality value is then
Basis of the quality obtained by a weighted average of its
assessment methodology individual quality logs: Tree quality=
First at all, proper sampling or inventory T1*0.4+T2*0.3+T3*0.2+T4*0.1 (1) Where
T1 = quality of the first log.
procedures must be followed in order
to provide reliable, representative and

428
Resumos Expandidos

Stand quality indices General Quality Index


Once we have a quality value for each single Provides a quick general view about
tree in plantation, then we can produce how good is the plantation and its future
several general stand quality indices. success probability.

Average Tree Quality Quality Index=(N1*1 + N2*2 +N3*3 +


Provides an estimate of the average tree in N4*4) (2)
N1 + N2 + N3 + N4
the plantation.
N1 = number of quality “1” trees/ha
∑T1/n1 + ∑T2/n2+∑T3/n3+∑T4/n4 Harvest Quality Index
Provides a quick view about how good
(1)
will be the final harvest, since takes into
T1 = summation of all first logs quality
account only the amount of standing trees
values.
quality “1” and “2”.
Harvest Index =∑ (N1 + N2)/ha (3)
The quality values are transformed to a
scale 1 to 100 (1 + ((1-quality)/3)*100),
It assumes that all N3 and N4 trees will
just to facilitate its interpretation, where be eliminated through thinning and most
100 means outstanding quality for solid of the N1 and N2 will remain. Plantations
wood. with Harvest Index values > 400 are
classified as outstanding; 300 to 400 as
good; 200 to 300 as acceptable and < 200
as poor or non-commercial.

Maximun Quality Index


Provides an estimate of how close is the
plantation to a perfect one (N1/ha > 250),
where 100% of the final harvest will be
solely composed of quality “1” trees. This
is becoming more popular after clonal
forestry developments.

Maximun Index = (N1/250) * 100 (4)


Figure 2. Comparisson between plus trees in
a breeding program vs regular trees, based on Log Quality Index
its Average Tree Quality. Provides a measure of the amount of
quality “1” and “2” merchantable logs/ha
in a plantation.

Log Index =∑ (L1 + L2)/ha (5)

429
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

This Log Index is more accurate than


Harvest Index since is based specifically in
the amount of merchantable logs instead
of complete trees. Plantations with Log
Index values > 1600 are classified as
outstanding; 1200 to 1600 as good; 800 to
1200 as acceptable and < 800 as poor or
non-commercial.

Table 1. Distribution of teak (Tectona grandis)


Productivity Quality Index trees per quality cathegory, for each region
It is an index which expresses productivity in Costa Rica, vs plantations originated from
but in terms of quality. Therefore, it improved seed orchard and those conformed
by clones [2].
measures commercial volume/ha but
exclusively based on trees quality “1” and
“2” and from logs diameter over bark > Conclusions
12 cm. The usage of these indices can provide
quick and reliable criteria about the quality
Productivity Index=∑(Vol 1+Vol 2)/ and future potential of plantations. Can
ha/age (6) be utilized as indicators of silviculture
In order to become a comparable index, it progress in regions or in governmental
needs to be based on an age-reference = programs, organizations, etc. Its usage will
3, 5, 7 and 10 years-old and under similar continue improving them and producing
initial density. Values > 18 m3/ha/yearage5 more accurate stand criteria and new
are considered as outstanding. Meanwhile, parameters.
from 12 to 18 m3/ha/yearage5 as very
good; from 6 to 12 m3/ha/yearage5 as
References
[1]MURILLO, O. 2000. Índices de calidad
acceptable, and below 6m3/ha/yearage5 as
para la reforestación en Costa Rica.
poor or non commercial.
Agronomía Costarricense 24 (2): 41-48.

[2]MURILLO, O.; BADILLA Y.; ROJAS,


F. 2011. Calidad de las plantaciones de teca
en Costa Rica. En: Conferencia Forestal
Internacional: Bosques plantados de teca.
Teaknet. 31 octubre al 3 de noviembre,
2011. San José, Costa Rica.

430
Resumos Expandidos

Superação da dormência de sementes


de Cassia leptophylla
José Francisco Souza1; Gisele Ortega Ronconi2;
Cleia Salmeirão S. R. Ferreira2; Maria Renata Rocha Pereira1

1
Prof. Dr., Curso de Tecnologia Silvicultura, Fatec – Capão Bonito (dirfateccb@yahoo.
com.br; mariarenatarp@hotmail.com); 2Graduanda Silvicultura Fatec – Capão Bonito
(gicaronconi@hotmail.com; cleiasalmeirao@gmail.com).

Introdução e objetivos importante conhecer a germinação de


Os diferentes métodos de restabelecimento sementes de espécies florestais nativas
da vegetação nativa necessitam de um do Brasil, pois o desconhecimento da
planejamento e a adoção de técnicas ecologia dessas espécies, segundo Paula
adequadas para se obter os resultados (2011), restringe a sua utilização e ameaça
desejados (RODRIGUES et al., 2007). sua conservação, uma vez que a velocidade
Em contrapartida muitas áreas que são da degradação ambiental tem sido muito
submetidas a esses processos encontram- superior aos esforços para garantir a
se tão degradadas que perderam a manutenção da biodiversidade.
capacidade de se auto recuperar, Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar
tornando-se necessária à introdução de o comportamento germinativo de espécies
espécies nativas por meio do plantio de florestais nativas da mata da região sudeste
mudas (KAGEYAMA, 1992; SOUZA de São Paulo.
e BATISTA, 2004) ou da semeadura
direta (ENGEL e PARROTA, 2001; Material e métodos
CAMARGO et al., 2002). Neste contexto Os estudos foram instalados e conduzidos
as espécies florestais nativas ocupam no Laboratório de Análise de Sementes
importante e crescente espaço no mercado da Faculdade de Tecnologia de Capão
de sementes (FLORES et al., 2011), mas Bonito (FATEC), do Estado de São Paulo.
ainda existem dificuldades se formalizar as A espécie testada foi Cassia leptophylla,
atividades de comercialização e controle a qual foi obtida através de doação do
de qualidade destas sementes, tanto por Instituto Refloresta, coletadas em árvores
falta de conhecimento do comportamento localizadas na região da Bacia do Alto
biológico de muitas espécies como Paranapanema, na cidade de Capão Bonito.
de padrões estabelecidos para sua Os tratamentos testados foram a
comercialização (WIELEWICKI et al., 2006). escarificação química com imersão em
De acordo com Bello et al. (2008), é H2SO4 durante 15 minutos e a escarificação

431
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

mecânica, com lixa em uma das faces meio do teste de Tukey, ao nível de
da sementes, além de uma testemunha. 5% de probabilidade. As médias
Após os tratamentos as sementes foram foram apresentadas com dados não
desinfestadas com hipoclorito a 0,5% por transformados.
5 minutos e distribuídas uniformemente
sobre vermiculita umedecidas com água, Resultado e discussão
em 4 repetições, num total de 60 sementes O teor de água das sementes de C. leptophylla
por tratamento, acondicionadas em caixas foi de 26,81% e o peso de mil sementes foi
plásticas transparentes (11x11x3,5cm) e de 157,78 g.
colocadas em sacos plásticos de 0,05mm Na Tabela 1 estão representados os
de espessura para a manutenção da resultados dos tratamentos. A dormência
umidade do substrato, mantidas a 20-35°C foi constatada na espécie estudada, já que
e 8 horas de luz em câmara de germinação no tratamento testemunha (apenas água)
(BRASIL, 2009). não houve germinação. A escarificação
As contagens de germinação foram mecânica foi mais eficiente na quebra
realizadas semanalmente dos sete até da dormência, sendo a germinação
49 dias após semeadura (DAS), sendo neste tratamento 76,92% maior que no
consideradas germinadas as sementes que com escarificação química, atingindo
originaram plântulas com comprimento germinação total de 65%. A porcentagem
mínimo de 0,3 mm e extensão radicular de plântulas normais também foi maior no
igual ou superior a 2 mm (Brasil, 2009). tratamento com escarificação mecânica,
Também foram avaliados o teor de ágia sendo de 51,7%, enquanto que com a
das sementes, realizado pelo método escarificação química foi de somente 1,6%.
da estufa a 105°C ± 3°C, durante 24h, Não houve diferenças entre os tratamentos
utilizando-se duas sub-amostras para cada no número de plântulas anormais.
amostra, seguindo prescrições das Regras Comparando o número de plântulas
para Análise de Sementes (Brasil, 2009) e anormais com a germinação total, observa-
expressão dos resultados em base úmida e se que com a escarificação mecânica
peso de mil sementes, que foram contadas obteve-se 20% de plântulas anormais e
ao acaso, manualmente, oito repetições com a química foi de 89,3%.
de 100 sementes cada. Em seguida as Em estudos realizados por Roversi et al.
sementes de cada repetição foram pesadas (2002), verificaram que a escarificação
com o número de casas decimais indicado mecânica com lixa foi eficiente na
nas Regras para Análise de Sementes-RAS superação da dormência em sementes
(BRASIL, 2009). de Acacia mearnsii, proporcionando um
O experimento foi em delineamento menor número de plântulas anormais e
inteiramente casualizado, e a comparação de sementes duras e mortas em relação
entre as médias foi realizada por aos tratamentos com água quente,

432
Resumos Expandidos

normalmente utilizados. Já, Seleguini et teste F (p≤0,01); * - valor significativo pelo


al (2012) observaram que em sementes teste F (p≤0,01);
de buriti, a embebição de sementes C V – coeficiente de variação. d.m.s:
não escarificadas por 30 dias, melhora diferença mínima significativa.
o potencial germinativo das sementes
e a escarificação mecânica, aumenta a
Conclusões
mortalidade de plântulas de buritizeiro,
A escarificação mecânica de sementes de
não sendo, portanto, um método
C. leptophylla foi eficiente na superação
adequado para a superação de dormência.
da dormência, elevando os valores de
A escarificação química foi eficiente para
germinação e de plântulas normais. A
a superação da dormêcia em sementes de
escarificação química com ácido sulfúrico
saguaraji-vermelho (Colubrina glandulosa),
não é indicada para esta espécie.
realizando a imersão das sementes em
ácido sulfúrico por 30 a 90 minutos, se
acordo com Brancalion et al (2011). Referências
Estes resultados demonstram que o [1]BELLO, E.P.B.C.; ALBUQUERQUE,
método para a superação da dormência é M.C.F.; GUIMARÃES, S.C.; MENDONÇA,
variável, dependendo da espécie. F. Germinação de sementes de
Amburana acreana (Ducke) A.C. S.m.
Plântulas Plântulas submetidas a diferentes condições de
Germinadas normais anormais temperatura e de estresse hídrico. Revista
Tratamentos (%) (%) (%) Brasileira de Sementes, v. 30, p. 16-24, 2008.
Testemunha 0,0 c 0,0 b 0,0 b
Escarificação [2]BRANCALION, P. H. S.; MONDO,
química 15,0 b 1,6 b 13,4 a
V. H. V.; NOVEMBRE, A. D. L.
Escarificação
C. Escarificação química para a
superação da dormência de sementes
mecânica 65,0 a 51,7 a 13,3 a
de saguaraji-vermelho (Colubrina
F (T) 125,09** 48,9** 6,254*
glandulosa PERK. - RHAMNACEAE).
CV (%) 22,82 49,55 69,62
Revista Árvore, v.35, n.1, p.119-124, 2011.
d.m.s. 12,02 16,86 12,99

Tabela 1. Porcentagem de germinação, [3]BRASIL. Ministério da Agricultura e


plântulas normais e anormais de Cassia Reforma Agrária. Regras para análise
leptophylla submetida a diferentes tratamentos, de sementes. Brasília: SNAD/DNDV/
aos 49 DAS. CLAV, 2009. 365p.

[4]CAMARGO, J.L.C.; FERRAZ, I.D.K.;


Letras minúsculas na coluna não diferem
IMAKAWA, A.M. Rehabilitation of
significativamente, ao nível de 5%, pelo
degraded areas of Central Amazonia
teste de Tukey. ** - valor significativo pelo

433
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

using direct sowing of forest tree Superação da dormência em sementes


seeds. Restoration Ecology, v. 10, p. 636- de acácia negra (Acacia mearnsii
644, 2002. Willd.) Revista Brasileira de Agrociência,
v.8, n. 2, p. 161-163, 2002
[5]ENGEL, V.L.; PARROTA, J.A. An
evaluation of direct seeding for [11]SELEGUINI, A.; CAMILO, Y. M. V.
reforestation of degraded lands in C.; SOUZA, E. R. B.; MARTINS, M. L.;
central São Paulo state, Brazil. Forest BELO, A. P. M.; FERNANDES, A. L.
Ecology and Management, v. 152, p. 169- Superação de dormência em sementes
181, 2001. de buriti por meio da escarificação
mecânica e embebição. Revista Agro@
[6]FLORES, A. V.; et al. Tecnologia mbiente On-line, v. 6, n. 3, p. 235-241,
comercialização de sementes florestais: 2012.
aspectos gerais. Informativo ABRATES.
v. 21, n.3, p.22-9, 2011. [12]SOUZA, F.M. de; BATISTA, J.L.F.
Restoration of seasonal semideciduous
[7] KAGEYAMA, P.Y. Recomposição da forests in Brazil: influence of age and
vegetação com espécies arbóreas nativas restoration design on forest structure.
em reservatórios de usinas hidrelétricas de Forest Ecology and Management, v.191,
CESP. IPEF Série Técnica, v.8, p.1-43, p.185-200, 2004.
1992.
[13]WIELEWICKI, A. P.; et al. de S.
[8]PAULA, A. S. Alternância de Proposta de padrões de germinação e teor
temperatura na quebra de dormência de água para sementes de algumas espécies
física e identificação de entrada de água florestais presentes na região sul do Brasil.
nas sementes de Cassia leptophylla Vogel Revista Brasileira de Sementes, Pelotas,
e Senna macranthera (DC. ex Collad.) v. 28, n. 3, p.191-197, 2006.
H.S. Irwin & Barneby (Fabaceae:
Caesalpinioideae). Dissertação ( Mestrado
em Biologia Vegetal), Universidade Federal
de Santa Catarina, 2011.

[9]RODRIGUES, R.R.; MARTINS, S.V.;


GANDOLFI, S. High diversity forest
restoration in degraded areas: methods
and projects in Brazil. New York: Nova
Science Publishers, 2007. 286p.

[10]ROVERSI, T.; MATTEI, V. L.;


SILVEIRA JÚNIOR, P. ; FALCK, G. L.

434
Resumos Expandidos

Tamanho de parcelas experimentais


para análise de biomassa em plantios de
Eremanthus erythropappus
Gabriel Marcos Vieira Oliveira1;
José Márcio de Mello2; Thiza Falqueto Altoé3

1
Eng. Florestal, Doutorando em Engenharia Florestal, UFLA (gabrielmvo@gmail.com); 2Eng.
Florestal, Prof. Dr. do Depart. de Ciências Florestais, UFLA (josemarcio@dcf.ufla.br) 3Eng.
Florestal, Doutoranda em Engenharia Florestal, UFLA (thiza.altoe@dcf.ufla.br).

Introdução e objetivo de se esperar que experimentos assim se


Espécies do gênero Eremanthus sp., intensifiquem, tendo em vista o potencial
conhecidas popularmente como econômico dessa espécie.
candeia, são utilizadas para extração de Dessa forma, definir adequadamente o
óleo essencial e para obtenção do seu tamanho das parcelas experimentais para
componente alfabisabolol, o qual alcança candeia é uma alternativa para garantir
altos preços no mercado [1]. Devido a interpretações corretas e conclusões bem
essa valorização os plantios comerciais de fundamentadas sobre o manejo dessa
candeia tem se intensificado, porém pouco espécie.
se sabe sobre o seu cultivo [2]. Assim, o objetivo deste estudo foi
A biomassa ou peso seco pode ser estimar o tamanho ótimo de parcelas
considerado uma medida da produção e experimentais para candeia para análise da
produtividade florestal, dentre as quais variável biomassa.
se destacam a quantificação para fins
energéticos e, de um ponto de vista mais Material e métodos
contemporâneo, essa variável pode ser A área de estudo localiza-se no município
convertida em peso de carbono, que por de Baependi-MG. A área do ensaio de
sua vez subsidia estimativas de emissão uniformidade trata-se de um plantio
e sequestro de gases do efeito estufa na comercial de 5,5 ha de candeia (Eremanthus
atmosfera [3]. No caso da candeia, essa erythropappus), onde foram selecionadas
variável é fundamental para quantificação e dez linhas contendo cada uma 40 plantas,
estimativas de rendimento e produtividade totalizando 400 unidades básicas (UB).
em óleo essencial. Foram mensurados o diâmetro a 1,30 m
Existe pouca experiência com de altura do solo (DAP) e altura total (HT)
experimentação em nível de campo e é de todos os indivíduos. A estimativa da

435
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

biomassa ou peso de matéria seca (PS) por Todos os procedimentos foram realizados
árvore, em quilogramas, foi estimada de utilizando o software R [10].
acordo com a equação:
(R2=0,81) [4]. Resultados e discussão
Para o estabelecimento da relação entre o Observa-se na Figura 1 uma clara
coeficiente de variação (CVX) e o tamanho tendência exponencial negativa
da parcela (X) foi adotado o modelo: apresentada pelo coeficiente de variação
CVx = a/Xb (CVx) à medida que se aumenta o número
[5], sendo, CVX e X dado em unidades de plantas dentro da parcela (X).
básicas (UB); a e b = parâmetros a serem Figura 1. Relação gráfica entre o
estimados. Os parâmetros foram estimados coeficiente de variação e o tamanho da
por meio dos mínimos quadrados para parcela.
modelos não-lineares de Gauss Newton.
Os pontos de curvatura correspondentes Esse comportamento é encontrado em
ao tamanho ótimo da parcela foram todos os trabalhos de determinação de
determinados utilizando os métodos tamanho de parcelas experimentais e foi
descritos na Tabela 1. No método M3 foi descrito primeiramente pela lei empírica
adotado um ângulo ideal de 175,5º [6]. de Smith [11]. O valor indicado de 45,53%
refere-se ao CV1, o qual indica alta
Método Modelo variabilidade da característica estudada.
O ajuste do modelo que estabelece a
1 relação entre o CVx e o tamanho X da
M1  a 2b 2 ( 2b + 1)  2+ 2b
XD =  parcela apresentou ajuste adequado com
[7]  
 b+2  parâmetros altamente significativos e boas
estatísticas de ajuste (Tabela 2) . O que
1 garante estimativa adequada do tamanho
M2  a 2b 2 ( 2b − 1)  2− 2b
XD =  ótimo das parcelas pelos métodos descritos
[8]  b−2 
  na Tabela 3.

 tgα  Parâmetro Valor EP P-valor


M3 log  
X D = 10  − a.b  a 46,249 1,590 0,000
[9] − ( b + 1)
b 0,306 0,016 0,000
Tabela 1. Modelos para estimativa do R = 93% Syx = 2,45%
tamanho das parcelas. Em que: X0 = ponto
da curvatura correspondente ao tamanho Tabela 2. Parâmetros ajustados e estáticas de
ótimo da parcela (UB); a e b = parâmetros ajuste do modelo.
estimados do modelo [5]; α = ângulo dado em
radianos, sendo αrad=α°(π/180).

436
Resumos Expandidos

em que o ganho em precisão é ainda


Método X0 (UB)
significativo, garantindo maior segurança
M1 7
nas avaliações das principais características
M2 16 dendrométricas [6].
M3 54 Considerando que o método M3 estima
Tabela 3. Tamanho ótimo das parcelas tamanhos em que o ganho em precisão
estimado pelos diferentes métodos . é ainda significativo, o tamanho ótimo
da parcela experimental para candeia,
O tamanho ótimo obtidos pelo método de modo a permitir análise do peso de
da máxima curvatura, a partir do método matéria seca ou biomassa, deve ser de 54
M1, foi de 7 UB, o que reflete um tamanho plantas uteis.
inconsistente para a variável em questão
devido sua alta variabilidade. O método Conclusão
não considera o ponto de estabilização dos O tamanho da parcela experimental para
valores do coeficiente de variação. Deste candeia para análise da biomassa deve ser
modo, o aumento no número de plantas na de 54 plantas úteis.
parcela ainda promove ganho significativo
na precisão experimental. Esse valor deve Referências
ser interpretado como o limite mínimo de [1]OLIVEIRA, A. D. et al. Market chain
tamanho de parcela e não como tamanho analysis of candeia timber (Eremanthus
ótimo [12]. erythropappus). Cerne, Lavras, v.15, n.3,
Já o método M2, que foi proposto p.257-264, jul./set. 2009.
justamente para corrigir o problema
da subestimação do método anterior [2]ALTOÉ, T. F. Avaliação da
[8], estimou um tamanho ótimo de 16 interferência de adubos comerciais
e omissão de nutrientes no
UB, valor pouco mais consistente, mas
desenvolvimento da candeia
que ainda pode não ser confiável para a
(Eremanthus erythropappus) sob
característica em questão.
regime de poda e não poda. 2009. 44 f.
O tamanho ótimo obtido pelo método Monografia (Graduação em Engenharia
M3 foi de 54 UB, valor esse, muito Florestal) - UFLA, Lavras, 2009.
superior aos estimados pelos métodos
anteriores. Esse modelo não considera [3]SILVEIRA, P. Estimativa da biomassa e
exatamente a máxima curvatura, mas sim carbono acima do solo em um fragmento
um ponto mais próximo à assíntota, em de floresta ombrófila densa utilizando o
que a redução do coeficiente de variação método da derivação do volume comercial.
ainda é considerável. Desse modo, o Floresta, Curitiba, PR, v. 40, n. 4, p. 789-
método estima um tamanho de parcela 800, out./dez. 2010.

437
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[4]MENDONÇA, N. P. Rendimento de 3-900051-07-0, URL http://www.R-


óleo essencial em função do diâmetro project.org/.
para a espécie Eremanthus erythropappus
(dc.) macleish plantada. 2014. 48 f. [11]SMITH, H. F. An empirical law
Monografia (Graduação em Engenharia describing heterogeneity in the yields
Florestal) - UFLA, Lavras, 2014. of agricultural crops. Journal of
Agricultural Science. Cambridge, v.28,
[5]LESSMAN, K.J.; ATKINS, R.E. tomo único, p.1–23, jan.1938.
Optimum plot size and relative efficiency
flattice designs for grain sorghum yield [12]SILVA, R. L. et al. Determinação do
tests. Crop Science, v. 3, n. 5, p. 477–481, tamanho ótimo da parcela experimental
1963. pelos métodos da máxima curvatura
modificado, do coeficiente de correlação
[6]OLIVEIRA, G. M. V. 2011. Tamanho intraclasse e da análise visual em testes
e forma de parcelas experimentais para clonais de eucalipto. Revista Árvore,
Eremanthus erythropappus. Cerne, Lavras, v. Viçosa–MG, v.27, n.5, p.669– 676, 2003.
17, n. 3, p. 327-338, jul./set. 2011.

[7]MEIER, V.D.; LESSMAN, K.J.


Estimation of optimum field plot shape
and size for testing yield in Crambe
abyssinica Hochst. Crop Science, v.11, p.
648–650, 1971.

[8]CHAVES, L. J. Tamanho da parcela


para seleção de progênies de milho
(Zea mays L.). Piracicaba: ESALQ,
1985, 148 p. (Tese. Doutorado).

[9]HILLEL, D. Environmental soil


physics. San Diego, Academic Press, 1998.
p.767.

[10]R Development Core Team (2012). R:


A language and environment for statistical
computing. R Foundation for Statistical
Computing, Vienna, Austria. ISBN

438
Resumos Expandidos

Tamanho de parcelas experimentais para


análise de peso de óleo essencial em
plantios de Eremanthus erythropappus
Gabriel Marcos Vieira Oliveira1;
José Márcio de Mello2; Thiza Falqueto Altoé3

1
Eng. Florestal, Doutorando em Engenharia Florestal, UFLA (gabrielmvo@gmail.com); 2Eng.
Florestal, Prof. Dr. do Depart. de Ciências Florestais, UFLA (josemarcio@dcf.ufla.br) 3Eng.
Florestal, Doutoranda em Engenharia Florestal, UFLA (thiza.altoe@dcf.ufla.br).

Introdução e objetivo espécie. Portanto, o objetivo do estudo


Durante décadas algumas espécies foi estimar os tamanhos de parcelas
do gênero Eremanthus sp., conhecidas experimentais para candeia para avaliação
popularmente como candeia, são utilizadas de sua produtividade em óleo essencial.
para extração do seu óleo essencial e
obtenção do componente alfabisabolol, o Material e métodos
qual alcança altos preços no mercado [1]. A área de estudo localiza-se no município
A obtenção desses produtos era de Baependi-MG. A área do ensaio de
proveniente da exploração predatória de uniformidade trata-se de um plantio
candeais nativos e atualmente por meio comercial de 5,5 ha de candeia (Eremanthus
de planos de manejo. Porém, o acesso erythropappus), onde foram selecionadas
aos candeais nativos é cada vez mais dez linhas contendo cada uma 40 plantas,
restrito. A alternativa que as empresas totalizando 400 unidades básicas (UB).
estão adotando é o plantio comercial de Foram mensurados o diâmetro a 1,30 m
candeais, porém pouco se sabe sobre o de altura do solo (DAP) e altura total (HT)
seu cultivo [2]. Existe pouca experiência de todos os indivíduos . A estimativa do
com experimentação em nível de campo, peso de óleo (PO) por árvore em gramas
porém, é de se esperar que experimentos foi calculada de acordo com a equação:
assim, se intensifiquem, tendo em vista o PO = 24,0871 + 0,1204.(DAP2.HT) [3].
potencial econômico dessa espécie. O tamanho das parcelas foi estimado de
Dessa forma, definir adequadamente o acordo com o modelo Xc = {[2CV12.
tamanho das parcelas experimentais para (t1+t2)2]/(rd 2)}1/b [4], em que: Xc =
candeia é uma alternativa para garantir tamanho conveniente de parcelas (UB); b =
interpretações corretas e conclusões bem coeficiente de heterogeneidade do solo; d =
fundamentadas sobre o cultivo dessa diferença mínima significativa que se deseja

439
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

detectar entre médias de I tratamentos comportamento é encontrado em todos


(% da média); r = número de repetições os trabalhos de determinação de tamanho
requerido para detectar diferenças de de parcelas experimentais e foi descrito
d; CV1 = coeficiente de variação para primeiramente pela lei empírica de Smith
parcelas compostas de uma UB (%); t1 = [5]. O valor indicado de 36,5% refere-se
valor tabelado de t ao nível de significância ao CV1.
α1; t2 = valor tabelado de t correspondente
ao nível de significância α2 = 2(1 – p),
sendo p corresponde à probabilidade de se
obter resultado significativos. Tendo t1 e t2
gl = (I – 1) × (r – 1) para um delineamento
em blocos inteiramente casualizados.
Foram adotados níveis de significância
α1 = 0,05 e probabilidade p = 0,8. Foram
simulados: 4, 5 e 6 blocos (r); 2 a 8
Figura 1. Relação gráfica entre o coeficiente
tratamentos (I); diferenças entre médias a de variação e o tamanho da parcela.
serem detectadas (d) iguais a 5, 10, e 15%.
O índice b foi estimado como um
Na Figura 2, a representação gráfica
coeficiente de regressão linear, pela
da estimativa do coeficiente de
linearização do modelo de Smith [5],
heterogeneidade (b) de 0,956, indica
dado por log(Vux) = log(V1) – b log(X)
alta heterogeneidade do local e baixa
ponderado pelos graus de liberdade
correlação entre as unidades básicas, o
associados ao número de parcelas , sendo:
que implica na necessidade de parcelas
Vux = variância unitária dada por Vx/
maiores para essas variáveis. No caso de
X²; Vx = variância entre as parcelas de
b maior que 0,7 um aumento no tamanho
tamanho X; X = tamanho da parcela em
da parcela é mais eficaz para melhorar a
UB; e V1 = variância entre as parcelas
precisão experimental do que o aumento
compostas de uma UB. As simulações e
no número de repetições [7].
os cálculos foram realizados utilizando o
Na Tabela 1 são apresentados os tamanhos
software R [6].
convenientes de parcelas experimentais
para candeia estimados de acordo com
Resultados e discussão as características do experimento e da
Observa-se na Figura 1 uma clara precisão desejada.
tendência exponencial negativa
apresentada pelo coeficiente de variação
(CVx) à medida que se aumenta o número
de plantas dentro da parcela (X). Esse

440
Resumos Expandidos

número de repetições influencia menos e o


de tratamentos menos ainda [8] [9].
A variável de interesse, peso de óleo
(PO), permite conciliação entre precisão e
tamanho das parcelas. É possível detectar
pequenas diferenças de 10% (d) entre
tratamentos utilizando cinco blocos com
Figura 2. Estimativa do coeficiente de quatro a oito tratamentos resultando
heterogeneidade b . em parcelas a 60 a 54 plantas, ou ainda
utilizando seis blocos com três a oito
Xc (UB) tratamentos resultando em parcelas de 52
d
r Tratamentos (I) a 44 plantas. Com uma precisão menos
(%)
2 3 4 5 6 7 8 rigorosa com d de 15% é possível utilizar
5 4 614 391 342 321 310 302 297 quatro blocos desde que se utilize pelo
10 4 144 92 81 76 73 71 70 menos três tratamentos ou utilizar cinco
15 4 62 40 35 33 32 31 30
blocos independentemente do número de
5 5 384 280 255 243 237 232 229
tratamentos , resultando em parcelas de 23
10 5 91 66 60 57 56 55 54
a 40 plantas. Assim não é sensato sacrificar
15 5 39 29 26 25 24 24 23
a precisão para uma d maior que 15% já
5 6 279 219 203 196 191 189 187
10 6 66 52 48 46 45 45 44
que é possível obter parcelas praticáveis
15 6 28 22 21 20 20 19 19
com maior precisão.
Em consequência de sua alta variabilidade,
Tabela 1. Tamanho de parcelas experimentais
36,5%, nenhuma situação descritas para
para análise de peso de óleo essencial em
plantios de candeia. uma d de 5% denotam tamanhos de
parcelas praticáveis. Utilizando seis blocos
com oito tratamentos, seria possível
A relação entre o tamanho da parcela e as
utilizar parcelas de no mínimo 187
variáveis é claramente observada. Tem -se
plantas. Para se obter um número menor
que a redução do tamanho conveniente da
de plantas seria necessário um elevado
parcela experimental (Xc) é proporcionada
número de repetições e/ou tratamentos,
pelo o aumento do número de repetições
consequentemente áreas experimentais
(r), aumento do número tratamentos (I)
enormes, o que se torna praticamente
e aumento da diferença a ser detectada
inviável para a espécie em questão [10].
entre tratamentos (d). O aumento do rigor
e da precisão exigidos como reflexo da
redução da diferença a ser detectada entre
Conclusão
Os tamanhos de parcelas experimentais
tratamentos (d) proporciona aumentos
para candeia para avaliação do peso de óleo
drásticos na parcela. Já o aumento do

441
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

essencial são praticáveis, sendo possível a [6]R Development Core Team (2012). R:
adequação do tamanho da parcela com as A language and environment for statistical
condições, características e limitações do computing. R Foundation for Statistical
experimento sem perda significativa de Computing, Vienna, Austria. ISBN
precisão. 3-900051-07-0, URL http://www.R-
project.org/.
Referencias
[1]OLIVEIRA, A. D. et al. Market chain [7]LIN, C. S.; BINNS, M. R. Relative
analysis of candeia timber (Eremanthus efficiency of two randomized block
erythropappus). Cerne, Lavras, v.15, n.3, designs having different plot sizes and
p.257-264, jul./set. 2009. numbers of replications and of plots per
block. Agronomy Journal, Madison, v.78,
[2]ALTOÉ, T. F. Avaliação da n.3, p.531-534, may./jun. 1986.
interferência de adubos comerciais
e omissão de nutrientes no [8]MUNIZ, J. A. et al. Estudo do tamanho
desenvolvimento da candeia de parcelas experimentais em povoamentos
(Eremanthus erythropappus) sob de Eucalyptus grandis hill, usando parcelas
regime de poda e não poda. 2009. 44 f. lineares. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 33, n.
Monografia (Graduação em Engenharia 4, p. 1002-1010, jul./ago. 2009
Florestal) - UFLA, Lavras, 2009.
[9]Oliveira, G. M. V. 2011. Tamanho e
[3]MENDONÇA, N. P. Rendimento de forma de parcelas experimentais para
óleo essencial em função do diâmetro Eremanthus erythropappus. Cerne, Lavras, v.
para a espécie Eremanthus erythropappus 17, n. 3, p. 327-338, jul./set. 2011.
(dc.) macleish plantada. 2014. 48 f.
Monografia (Graduação em Engenharia [10]SCOLFORO, J. R. S. et al. O manejo
Florestal) - UFLA, Lavras, 2014. sustentável da candeia. 1. ed. Lavras:
Editora UFLA, 2012. 329 p.
[4]HATHEWAY, W.H. Convenient plot
size. Agronomy Journal, Madison,
53(4):279–80, 1961.

[5]SMITH, H. F. An empirical law


describing heterogeneity in the yields
of agricultural crops. Journal of
Agricultural Science. Cambridge, v.28,
tomo único, p.1–23, jan.1938.

442
Resumos Expandidos

Tecnologia Syngenta para silvicultura:


Thiametoxam (Actara) para o controle
preventivo de cupim e desenvolvimento
do Eucalyptus sp
Ernesto Norio Takahashi1; André de Souza e Silva2;
Tulio Teodoro3; João Paulo Gatti4

1
Consultor Florestal da TCF-Takahashi Consultoria Florestal (norio@takahashiconsultoria.com.br);
2
Pesquisador da Syngenta (andre.sousa@syngenta.com); 3Pesquisador da Syngenta (tulio.teodoro@
syngenta.com); 4Pesquisador da Eucalipto Brasil (joao.gatti@eucaliptobrasilsa.com.br).

Introdução e objetivos de água, o que beneficia o metabolismo e


Florestas plantadas são atacadas, do plantio aumenta a resistência aos estresses (1). O
à colheita, por muitas espécies de cupins objetivo foi analisar a eficiência do produto
que causam danos consideráveis e muito Thiamethoxam como cupinicida e também no
variáveis. Cupins se constituem em problema vigor do desenvolvimento das plantas.
sério no desenvolvimento inicial das mudas,
desde o plantio até a idade de um ano, Material e métodos
destruindo o sistema radicular ou anelando O experimento foi instalado em Ribas
a muda na região do colo. Trabalhos mais do Rio Pardo-MS. Os tratamentos foram
recentes têm mostrado a viabilidade de instalados em blocos casualizados com
inseticidas neonicotinóides no controle de quatro repetições. Cada parcela linear foi
cupins em culturas de importância agrícola. representada por 20 plantas totais e 16
A eficácia de Thiamethoxam no controle plantas mensuráveis. Antes do plantio as
de cupins pode ser observada em muitas mudas foram imersas em uma calda com
publicações. Além disso, Thiamethoxam, dois cupinicidas, sendo Thiametoxan (Actara)
tem efeito bioativador, atuando na e Imidacloprido. Os produtos, 500 g de cada
expressão dos genes responsáveis pela foram diluídos em 100 l de água e as mudas
síntese e ativação de enzimas metabólicas, imersas por 30 segundos antes de serem
relacionadas ao crescimento da planta, plantados no campo. Foram feito avaliações
alterando a produção de aminoácidos de crescimento (altura e diâmetro do colo)
precursores de hormônios vegetais. Com e sobrevivência aos 30 e 90 dias. Durante
a maior produção de hormônios, a planta as avaliações de sobrevivência buscou-se
apresenta maior vigor, germinação e detectar a presença de cupim. Os resultados
desenvolvimento de raízes. Com um maior crescimento e sobrevivência foram
número de raízes, aumenta a absorção e a submetidos à análise de variância pelo teste
resistência dos estômatos da planta à perda F e a média ao teste múltiplo de Tukey.

443
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Resultados e discussão Thiamethoxam e Imidacroplido. ns – não


O índice de sobrevivência médio variou significativo (P>0,05); Letras diferentes na
de 96% para 90% de 30 para 90 dias, coluna representam diferenças significativas
entre os tratamentos ao nível de P<0,05.
respectivamente. Não houve diferença
significativa entre os tratamentos
independente do período. No entanto o Conclusão
Thiamethoxam mostrou leve superioridade Baseado na avaliação dos 30 e 90 dias
neste quesito aos 90 dias, sendo de 91% conclui-se que não houve diferença
contra 89% do Imidacroplido (Tabela significativa entre os tratamentos tanto para
1). A maior parte da mortalidade foi sobrevivência, como para crescimento.
ocasionada por soterramento de coleto No entanto, há indícios de superioridade
e corte por formigas. O crescimento do Thiamethoxam para sobrevivência e
em altura variou de 26 para 58 cm de 30 crescimento, quando comparado ao
para 90 dias, respectivamente. Não houve Imidacroplido.
diferença significativa entre os tratamentos Nenhum dos tratamentos apresentou
independente do período. No entanto, o sintomas de fitoxicidade.
Thiamethoxam mostrou leve superioridade O Thiamethoxam mostrou-se como
neste quesito aos 90 dias, sendo de 58 contra alternativa para o controle de cupins.
57 cm do Imidacroplido. O crescimento Apesar de não ser observado nenhum
em altura variou de 2,7 para 8,3 mm de 30 dano por cupim na área do experimento,
para 90 dias, respectivamente. Não houve não se pode descartar o uso preventivo de
diferença significativa entre os tratamentos inseticidas nas mudas.
independente do período. No entanto o
Imidacroplido mostrou leve superioridade
neste quesito aos 90 dias, sendo de 8,8 Referências
contra 7,8 mm do Imidacroplido. [1]LAUXEN, L.R.; VILLELA, F.A.;
SOARES, R.C. Desempenho fisiológico
Diâmetro Altura Sobrevivência
Tratamento Período de sementes de algodoeiro tratadas com
(mm) (cm) (%)
tiametoxam. Revista Brasileira de
Thiametoxan 30D 2,7 a 25 a 96 a
Imidacloprido 30D 2,6 a 26 a 96 a
Sementes, v.32, n.3, p.61-68, 2010.
F 0,11ns 0,82ns 0,01ns

CV 22% 24% 3,83%


Thiametoxan 90D 8,8 a 58 a 91 a
Imidacloprido 90D 7,8 a 57 a 89 a
F 0,6ns 0,6ns 0,9ns
CV 20 28 6

Tabela 1. Resultado de crescimento e


sobrevivência e análise estatística dos dados
de Eucalyptus sp submetido aos cupinicidas

444
Resumos Expandidos

Teor de clorofila de clones de


Eucalyptus spp. sob déficit hídrico
Inaê Mariê de Araújo Silva1; Camila da Cruz Pimentel Moreira Santos2; Michael
Willian Rocha de Souza3; Janaína Fernandes Gonçalves4; Marcelo Luiz de Laia5

1
Doutoranda em Ciências Florestais UnB (inaemarie@hotmail.com); 2 Graduanda Eng.
Florestal UFVJM (camiilapimentel@hotmail.com); 3 Graduando Agronomia UFVJM
(michaelwillianrocha@gmail.com); 4 Pós doutoranda UFVJM (gonferja@yahoo.com.br); 5
Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UFVJM (marcelolaia@gmail.com)

Introdução e objetivos Material e métodos


A demanda por produtos de origem O experimento foi realizado no período de
florestal tem aumentando ao longo dos 12/2012 a 01/2013, em casa de vegetação
anos, sendo o gênero Eucalyptus uma instalada no Campus JK da Universidade
alternativa viável para atender a esta Federal dos Vales do Jequitinhonha e
demanda, pois apresenta rápido retorno Mucuri, Diamantina-MG.
e alta produtividade com baixos custos Utilizou-se mudas dos clones 224
[1, 2]. Nas últimas décadas, a expansão (“urograndis”) e 953 (E. camaldulensis vs.
da eucaliptocultura brasileira tem-se E. grandis), sensível e tolerante a déficit
dado em áreas com limitações de cunho hídrico, respectivamente. Até os 45 dias
hídrico [3], tornando-se imprescindível a de idade, as mudas foram submetidas a
melhor compreensão do efeito do estresse irrigação diária em casa de sombra. Logo
hídrico no comportamento fisiológico após, iniciaram- se os regimes hídricos
de diferentes materiais genéticos. Os diferenciados: irrigado - manutenção dos
pigmentos fotossintéticos, como a vasos próximos à 60% da capacidade de
clorofila, estão estreitamente relacionados campo (através do método gravimétrico) e
com estresses ambientais [4, 5] e é uma não irrigado. Adotou-se um Delineamento
importante variável na identificação de Inteiramente Casualizado, num esquema
danos causados por estresse hídrico. fatorial 2x2 (regime hídrico: irrigado e
À vista disso, objetivou-se avaliar o efeito não irrigado; genótipo: sensível – 224 – e
do déficit hídrico sobre o índice de clorofila tolerante – 953), totalizando 4 tratamentos,
total de dois genótipos de eucalipto, um com 16 repetições cada.
tolerante e outro sensível à falta d’água. As medições foram realizadas logo
após a instalação na casa de vegetação:
imediatamente antes da aplicação dos

445
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

tratamentos (tempo zero) e no 6°, 11° e de 33,99% no índice de clorofila total para
15° dias seguintes. O índice de clorofila este clone (Figura 1). Para o clone 953, já
total foi quantificado indiretamente com no 6° dia de estresse, verificou-se efeito
clorofilômetro (marca ClorofiLOG, significativo do déficit hídrico. Desse dia até
modelo CFL 1030), conforme as o final do experimento, a limitação hídrica,
instruções do fabricante e expresso em diferente do observado para o clone 224,
uma unidade adimensional, chamada incrementou o índice de clorofila total do
Índice de Clorofila Falker (ICF). As clone 953. Ressalta- se, também, que no 11°
medições foram efetuadas na primeira dia de estresse foram verificadas diferenças
folha totalmente expandida (no sentido do no teor de clorofila entre os genótipos no
ápice para a base da planta) e devidamente regime hídrico irrigado, com destaque para
identificada com fios de lã brancos. Foram o clone 953. Analisando o comportamento
feitas três leituras, evitando-se regiões dos genótipos dentro do regime hídrico
de nervura ou danificadas por pragas ou não irrigado, em todos os dias de avaliação,
patógenos, sendo utilizado para análise o excetuando-se o primeiro dia de aplicação
valor médio. do estresse, foi verificada diferença
Uma vez que, as variáveis foram obtidas estatística no teor de clorofila do clone 953
das mesmas unidades experimentais e com em relação ao 224, com maiores teores de
os mesmos tratamentos em quatro tempos clorofila total para o 953.
sucessivos, as análises estatísticas foram Como observado na Figura 1., o índice de
realizadas mediante a utilização do pacote clorofila total do clone 224, considerando
nlme (software R), que possibilita o ajuste a interação genótipo vs. regime hídrico vs
de modelos lineares mistos a dados de . tempo só foi significativamente afetado
medidas repetidas [6]. pelo regime hídrico não irrigado no 15°
dia. A severidade do estresse verificado
Resultados e discussão neste dia, confirmada pelos sintomas e
Os resultados demonstraram que todas pela secura visível do substrato utilizado,
as interações (genótipo vs. regime hídrico, provavelmente, favoreceu a formação e
genótipo vs. tempo, regime hídrico vs. acúmulo de espécies reativas de oxigênio,
tempo e genótipo vs. regime hídrico vs. que danificam as plantas oxidando
tempo) foram significativas. pigmentos fotossintéticos, lipídeos de
O índice de clorofila total do clone 224, membrana, proteínas e ácidos nucleicos
considerando a interação genótipo vs. regime [5, 7]. O decréscimo no teor de clorofila
hídrico vs. tempo foi significativamente sob estresse hídrico tem sido apontado
afetado pelo déficit hídrico no último como um sintoma característico de estresse
dia do experimento (15°). Neste dia, a oxidativo e pode ser o resultado de foto-
deficiência hídrica provocou um declínio oxidação do pigmento e degradação da
clorofila [5].

446
Resumos Expandidos

um sintoma comum em plantas expostas a


estresse hídrico severo, as plantas podem,
segundo Egert e Tevini [10], proteger-
se sintetizando moléculas antioxidantes
(carotenóides, glutationa, flavonóides) ou,
ainda, aumentando a síntese de enzimas
antioxidantes (peroxidases, superóxido
dismutase, catalases). Mediante o exposto, o
incremento observado no teor de clorofila
no clone 953, desde os estágios iniciais do
Figura 1. Índice de clorofila total de plantas
de clones de eucalipto sob dois regimes estresse até o último dia de aplicação da
hídricos, em diferentes tempos de avaliação. deficiência hídrica, pode ter sido devido à
desaceleração do crescimento em relação
Em contrapartida, o clone 953 a síntese de clorofila nos estágios iniciais
incrementou o seu conteúdo de clorofila do estresse, associada a presença de um
ao longo da aplicação do déficit hídrico. mecanismo antioxidante eficiente sob
Resultado similar foi encontrado por restrição hídrica severa.
Silva, Klar e Passos [8], em E. grandis.
Alguns autores têm observado incremento Conclusões
no teor de clorofila em condições de O aumento no teor de clorofila verificado
estresse moderado e o tem justificado em no regime hídrico não irrigado para o clone
razão de uma possível desaceleração do 953 pode estar relacionada à sua maior
crescimento celular em relação à síntese tolerância a condições hídricas limitantes.
de clorofila. Ebrahimiyan et al. [9], por Nas condições experimentais utilizadas,
exemplo, encontraram uma relação entre o teor de clorofila pode ser uma variável
o conteúdo de clorofila e a produção de útil para a seleção de materiais genéticos
matéria seca em condições de estresse tolerantes à seca.
hídrico moderado, indicando que a perda
de peso foliar após o estresse moderado Referências
pode resultar em aumento relativo do teor [1]ALFENAS, A. C. et al. Clonagem e
de clorofila. doenças do eucalipto. Viçosa: UFV,
2004. 442p.
Por outro lado, outros autores não têm
verificado diferença significativa no [2]ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
conteúdo de clorofila total de algumas PRODUTORES DE FLORESTAS
espécies sob déficit hídrico [10, 11]. PLANTADAS. Anuário estatístico
Embora, a degradação de pigmentos brasileiro da ABRAF 2012: ano base 2011.
fotossintéticos devido a dano oxidativo seja Brasília, 2012. 149p.

447
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

[3]REIS, C. A. As novas fronteiras [9]EBRAHIMIYAN, M. et al. Physiological


da floresta plantada brasileira. Novas traits related to drought tolerance in tall
fronteiras: a visão da Abraf. Opiniões fescue. Euphytica, v.190, p.401-414, 2013.
Florestal: celulose, carvão, siderurgia,
painéis e madeira, Ribeirão Preto, [10]EGERT, M.; TEVINI, M. Influence of
2011. Disponível em: < http://www. drought on some physiological parameters
revistaopinioes.com.br/cp/materia.ph symptomatic for oxidative stress in leaves
p?id=742 >. Acesso em: 04 abr. 2013. of chives (Allium schoenoprasum). Environ.
Exp. Bot., v.48, n.1, p.43-49, 2002.
[4]SPITALE, D. Spatial distribution of
bryophytes along a moisture gradient: an [11]SHVALEVA, A. L. et al. Metabolic
approach using photosynthetic pigments responses to water deficit in two Eucalyptus
as indicators of stress. Ecol. Res., v.24, globulus clones with contrasting drought
p.1279-1286, 2009. sensitivity. Tree Physiol., v.26, p.239-248,
2006.
[5]XUE, L. L. et al. Influence of straw
mulch on yield, chlorophyll contents, lipid
peroxidation and antioxidant enzymes
activities of soybean under drought stress.
J. Food, Agric. Environ., v.9, n.2, p.699-
704, 2011.

[6]PINHEIRO, J. et al. Development


Core Team. nlme: Linear and
Nonlinear Mixed Effects Models. R
package version 3.1-108, 2013.

[7]RAOUDHA, A. et al. Effect of water


deficit on physiological behavior of
some collected Tunisian barley ecotypes.
Internat. J. Bot., v.3, n.3, p.283-289, 2007.
[8] SILVA, M. R.; KLAR, A. E.; PASSOS,
J. R. Efeitos do manejo hídrico e da
aplicação de potássio nas características
morfofisiológicas de mudas de Eucalyptus
grandis W. (Hill ex. Maiden). Irriga, v.9, n.1,
p.31-40, 2004.

448
Resumos Expandidos

Teor de enxofre no solo adubado com


diferentes tipos de lodo de esgoto, seis
anos após sua aplicação em plantios de
Eucalipto
Alexandre de Vicente Ferraz1; Amanda Fernandes Franci2;
José Henrique Tertulino Rocha3; Fábio Poggiani4

1
Doutor em Recursos Florestais ESALQ/USP (devicenteferraz@gmail.com);
2
Graduanda em Eng. Florestal ESALQ/USP (amandaffranci@gmail.com);
3
Doutorando em Recursos Florestais ESALQ/USP (rocha.jht@gmail.com);
4
Prof. Dr. Departamento de Ciências Florestais ESALQ/USP (poggiani@usp.br)

Introdução e objetivos O delineamento experimental utilizado foi


A silvicultura brasileira tem se tornado cada em blocos casualizados, com 4 repetições e
vez mais dependente de fertilizantes, o que 5 tratamentos: Testemunha, sem adubação
tem ocasionado significativa elevação dos (T); Efeito residual da fertilização mineral
custos de produção [1]. Por outro lado, a (FM) e das Adubações com 15 t
crescente produção de lodo pelas estações ha-1(base seca) dos lodos produzidos pelas
de tratamento de esgoto (ETEs) torna este ETEs de Barueri (LB); São Miguel (LS) e
resíduo orgânico uma opção atrativa para o Parque Novo Mundo
setor agrícola, em razão da quantidade de (LP). Os lodos em LB e LS foram
matéria orgânica e de nutrientes contidos condicionados com polieletrólito e, em LP,
em sua composição [2]. com cal. As concentrações de enxofre em
Foi objetivo deste trabalho avaliar o teor de cada lodo eram de 6,1 (LB); 6,6 (LS) e 6,5 g
enxofre no solo adubado com diferentes kg-1 (LP). Aplicados em superfície, os três
tipos de lodo de esgoto, seis anos após sua lodos foram dispostos sobre as linhas de
aplicação em plantios de eucalipto. plantio.
Em maio/2011, foram coletadas amostras
de terra nas camadas de 0-5 (C1), 5-10 (C2),
Material e métodos
10-20 (C3) e 20-40 cm (C4) do solo. O teor
O estudo foi realizado na Estação
de enxofre (S-SO4-2) foi determinado por
Experimental de Ciências Florestais de
turbidimetria.
Itatinga/SP, em um Latossolo Vermelho
Amarelo distrófico típico. O experimento
foi implantado em maio/2005 e cultivado Resultados e Discussão
com árvores de Eucalyptus grandis até Conforme a Figura 1, o teor de enxofre
maio/2010, quando foi efetuada a colheita na camada C1 do solo foi cerca de 70%
florestal. superior no tratamento LB em relação aos

449
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

tratamementos T, FM e LP. Nas camadas Conclusões


subsequentes (C2 e C3), o teor de enxofre A adubação com os diferentes tipos de
foi de75 a 260% superior nos tratamentos lodo de esgoto, mesmo 6 anos após sua
LB e LS em comparação aos tratamentos aplicação, pode exercer efeito residual
LP, T e FM. A matéria orgânica presente positivo sobre o teor de enxofre no solo.
nos lodos de esgoto pode servir como Este efeito residual dos lodos variou
fonte de enxofre orgânico para o solo e, consideravelmente em função da ETE de
consequentemente, de S-SO4-2 para as origem, principalmente, na camada de 20-
plantas [3]. Na camada mais profunda (C4) 40 cm do solo. Isto sugere que a adubação
do solo, os teores de enxofre foram cerca com lodo pode propiciar benefícios mais
de duas até seis vezes maior nos tratametos duradouros em relação à fertilização
LP, LB e LS, em comparação aos mineral convencional.
tratamentos T e FM. O enxofre (S-SO4-
2
), por apresentar-se na forma aniônica
Referências
na solução do solo, tende a lixiviar para as
[1]GONÇALVES, J.L. de M. et al.
camadas mais profundas, principalmente,
Integrating genetic and silvicultural
em solos fortemente intemperizados [4].
strategies to minimize abiotic and
Por isso, o efeito residual dos lodos sobre
biotc constraints in Brazilian eucalypt
o teor de S-SO4-2 foi acentuado na camada
plantations. Forest Ecology and
mais profunda do solo.
Management, Amsterdam, v. 301, n. 1, p.
6-27, 2013.

[2]MELO, L.C.A. et al. Caracterização


da matriz orgânica de resíduos de
origens diversificadas. Revista Brasileira
de Ciência do Solo, Campinas, v. 32, n. 1, p.
101-110, 2008.

[3]ALVAREZ, V.V.H. et al. X – Enxofre.


In: NOVAIS, R.F. et al. (Ed.). Fertilidade
do Solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira
de Ciência do Solo, 2007. p. 595-644.
Figura 1. Teores de enxofre nas camadas 0-5
(C1), 5-10 (C2), 10-20 (C3) e 20-40 cm (C4) do [4]RAIJ, B.van. Gesso na agricultura.
solo, em função dos tratamentos: Testemunha Campinas, SP: Instituto Agronômico,
(T), efeito residual da fertilização mineral (FM)
2008. 233p.
e das adubações com os Lodos de Barueri
(LB), São Miguel (LS) e Parque Novo Mundo
(LP). Barras horizontais indicam os valores
das diferenças mínimas significativas obtidas
pelo teste de Tukey (P>0,05).

450
Resumos Expandidos

Tratamentos para superação da


dormência em sementes de Tipuana
tipu (Benth.) O. Kuntze
Erasmo Luis Tonett¹; Marcio Carlos Navroski²;
Nilton Sérgio Novack Júnior³

1
Graduando Eng. Florestal CAV/UDESC (erasmo.l@hotmail.com)
2
Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal CAV/UDESC (navroski@cav.udesc.br)
3
Graduando Eng. Florestal CAV/UDESC (nsnovack.efl@gmail.com)

Introdução e objetivos Material e métodos


A quebra de dormência em sementes de A área de estudo localizou-se no Centro de
espécies florestais é um dos aspectos mais Ciências Agroveterinárias (CAV/UDESC)
importantes quando procuramos acelerar de Lages (SC). Segundo Köepen, o clima
o processo germinativo, tendo em vista da região é do tipo Cfb. O experimento foi
que mesmo em condições favoráveis
instalado em Outubro de 2013.
algumas sementes necessitam de técnicas
O delineamento experimental utilizado foi
para a quebra de dormência. A dormência
o Inteiramente Casualizado (DIC), sendo
de sementes resulta de um estado de
equilíbrio entre substâncias inibidoras da 5 tratamentos, com 5 repetições de 20
germinação, tais como o ácido abscísico tubetes cada.
e cumarina, e substâncias que estimulam Os tratamentos na quebra de dormência
a germinação, sendo a giberelina a mais foram constituídos por: imersão das
importante [1]. sementes em água á temperatura
Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze é uma ambiente (25 °C) por 48 horas, imersão
espécie arbórea nativa da Bolívia e em água quente (75 °C), escarificação do
Argentina, introduzida em diversos países, tegumento da semente, adição de hidrogel
onde é cultivada como ornamental [2], é ao substrato utilizado para germinação e
uma árvore decídua e florífera , seu tronco
por fim, sementes sem nenhum método
rugoso e fissurado é ideal para fixação
para quebra de dormência (testemunha).
de plantas epífitas como orquídeas e
As sementes foram colocadas em tubetes
bromélias.
Por estas razões, o objetivo do seguinte de polipropileno de 180cm³, contendo
trabalho foi analisar qual método de quebra substrato comercial. O substrato comercial
de dormência é mais eficaz em sementes para plantas misto (Tecnomax®), segundo
de Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze. o fabricante, é composto por turfa,
vermiculita expandida, casca de pinus e

451
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

carvão vegetal. As características descritas Testemunha 72,8a


na embalagem do produto são: pH=6,0 (± Água (25°C) 71,2a
0,5); condutividade elétrica=0,7 (± 0,3) mS Água (75°C) 26,9b
cm-1; densidade=500 kg m-³; capacidade de
Tabela 1. Resultado do teste de Scott-Knott
retenção de água – CRA (p/p)= 150% e realizado sobre os diferentes tratamentos de
umidade máxima (p/p)= 50%. quebra de dormência. Resultados com letras
As bandejas contendo os tubetes com as iguais não diferem entre si pelo teste de Scott-
sementes foram acondicionadas em casa Knott a 5% de probabilidade de erro.
de vegetação, com temperatura entre 20
a 30 ºC e irrigação por micro aspersão, Segundo a literatura, para a quebra de
permanecendo até a data de avaliação. dormência em sementes de Tipuana tipu é
Trinta dias após a semeadura foi avaliada a necessário a imersão das mesmas em água
porcentagem de germinação em cada um à temperatura ambiente (25°C) por 48
dos tratamentos utilizados. As variâncias horas [4].
dos tratamentos foram testadas quanto Um método que se mostrou bastante
à homogeneidade pelo teste de Bartlett. eficiente para a quebra de dormência das
sementes foi a escarificação das mesmas,
Quando houve homogeneidade das
porém este método pode se tornar
variâncias os dados foram submetidos
inviável se considerarmos aspectos como
à análise de variância e quando houve
quantidade a ser produzida, mão-de-obra
diferença significativa pelo teste de F, houve
disponível e equipamentos utilizados.
aplicação de teste de média por Scott-
No entanto, o tratamento testemunha
Knott ao nível de 5% de probabilidade. A
(sem aplicação de nenhum método para
análise dos dados foi realizada no pacote
a quebra da dormência) do experimento
estatístico SISVAR. [3] não diferiu significativamente dos outros
tratamentos que apresentaram melhores
Resultados e discussão médias. Isto pode ser explicado pelas
A análise de variância revelou diferença condições favoráveis proporcionadas,
entre os tratamentos utilizados na como condições de água e luz controladas,
quebra de dormência. Houve diferença e substrato adequado.
significativa entre o tratamento com A adição de hidrogel no substrato utilizado
imersão em água quente comparado com também mostrou bons resultados, sendo
os demais, tendo este resultado inferior que sua função de aumentar a capacidade
(Tabela 1). de retenção de água é interessante e viável
em determinados ambientes.
Tratamento Média
Escarificação 84,1a
Hidrogel 78,5a

452
Resumos Expandidos

Conclusão
As sementes de Tipuana tipu não encontram
dificuldades para germinar em condições
favoráveis de água, luz e nutrientes, pois
o tratamento testemunha não diferiu dos
demais de acordo com a análise estatística,
exceto ao tratamento de imersão em água
quente (75°C), que apresentou resultados
inferiores, diferindo-o dos demais. Porém
um método de quebra de dormência
é indicado quando não encontramos
condições favoráveis à germinação.

Referências
[1]CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J.
Sementes, ciência, tecnologia e produção.
3.Ed. Campinas Fund Cargill, p. 424, 1987

[2]POLHILL, R.M. Papilionoideae. In


Advances in legume systematics. (R.M.
Polhill & P.H. Raven, eds.). Royal Botanical
Gardens, Kew, Part 1, p.191-204. 1981.

[3]FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer


statistical analysis system. Ciência e
Agrotecnologia (UFLA), v. 35, n.6, p.
1039-1042, 2011.

[4]FOWLER, A.J.P.; BIANCHETTI,


A. Dormência em sementes florestais.
Colombo: Embrapa Florestas, 2000. 27p.
(Embrapa Florestas. Documentos, 40).

453
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Uso de bioestimulante vegetal na


emergência e no crescimento inicial
de mudas de Paricá (Schizolobium
parahyba var. Amazonicum)
Lazara Daniela Dias da Silva ¹; Ana Paula Leite de Lima2;
Sebastião Ferreira de Lima2; Geislaine Ferreira Paniago1; Elaine
Cristina Teixeira1

¹Graduanda em Eng. Florestal UFMS/CPCS (lazara_dani@hotmail.com); (geislaine_


ferreira@hotmail.com); (elaine_cristinateixeira@hotmail.com) Docente do curso de Engenharia
Florestal UFMS/CPCS(paula.leite@ufms.br); (sebastiao.lima@ufms.br)

Introdução e objetivos A mistura de dois ou mais reguladores


Embora o setor de base florestal brasileiro vegetais ou desses reguladores com outras
utilize como matéria prima, principalmente substâncias (aminoácidos, nutrientes,
madeira oriunda de reflorestamentos com vitaminas) é designada de bioestimulante
espécies exóticas, existem várias espécies ou estimulante vegetal. Esse produto
nativas do Brasil, com excelente potencial químico pode incrementar o crescimento
de uso para diversas áreas deste setor. e desenvolvimento vegetal estimulando
A informação disponível sobre aspectos a divisão celular, diferenciação e o
silviculturais é limitada para muitas alongamento das células, podendo também,
espécies florestais de interesse comercial, aumentar a absorção e a utilização de água
especialmente para nativas, havendo e nutrientes pelas plantas (VIEIRA, 2001).
necessidade crescente de estudos O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito
silviculturais dessas espécies, como da aplicação de doses de bioestimulante
informações sobre produção de mudas vegetal sobre a emergência de plântulas e o
de qualidade para o estabelecimento de crescimento inicial de mudas de paricá em
plantios comerciais (ROSSA et al., 2013). viveiro.
A espécie Schizolobium parahyba var.
amazonicum (paricá), que ocorre naturalmente Material e métodos
no Brasil, nos estados do Acre, Amazonas, O experimento foi conduzido entre 07 de
Mato Grosso, Pará e Rondônia, tem se novembro de 2013 a 03 de fevereiro de
mostrado de grande interesse comercial, 2014, em área de viveiro da Universidade
com plantios concentrados nos Estados do Federal de Mato Grosso do Sul, no campus
Pará e Maranhão (CARVALHO, 2003). de Chapadão do Sul, MS.

454
Resumos Expandidos

As sementes utilizadas neste estudo influenciadas significativamente pela


foram coletadas na Fazenda Três Marias, aplicação do Stimulate. O maior diâmetro
município de Chapadão do Sul, MS. Os de caule foi obtido com a dose de 13,88 mL
tratamentos foram compostos pelas doses de Stimulate, atingindo o valor de 6,52 mm,
de: 5, 10, 15 e 20 mL de Stimulate® em enquanto para número de folhas o maior
50 mL de água, mais a testemunha. Após valor foi obtido com a dose de 9,04 mL de
a escarificação mecânica das sementes na Stimulate atingindo 5,5 folhas (Figura 1).
região do hilo, as mesmas foram embebidas
nas soluções por 4 horas, completamente
imersas.
O delineamento utilizado foi em blocos
casualizados com quatro repetições. Para
a avaliação da emergência e Índice de
velocidade de emergência, foram utilizadas
16 sementes por parcela. A contagem da
emergência iniciou-se cinco dias após a
Figura 1. Diâmetro de caule e número
semeadura, seguindo por mais oito dias,
de folhas de paricá submetidos a doses de
quando ocorreu a estabilização da mesma. Stimulate.
O Índice de velocidade de emergência
foi calculado usando a fórmula proposta
A massa seca de folhas atingiu o valor
por Maguire (1962). A avaliação do
máximo com a dose de 8,04 mL de
crescimento inicial ocorreu aos 88 dias
Stimulate com o valor de 2,41 g. A massa
após a semeadura, utilizando-se uma planta
seca de caule máxima foi atingida com a
por parcela. A avaliação do crescimento
dose de 11,06 mL de Stimulate, com 1,40 g
inicial consistiu da determinação do
e a massa seca de raiz máxima foi de 1,79 g
diâmetro do colo, altura total da planta,
atingida na dose de 14,09 mL de Stimulate
número de folhas, massa seca de folhas,
(Figura 2).
massa seca de caule e massa seca de raiz.
A análise de regressão foi utilizada para
verificar o ajuste de modelos polinomiais
para variáveis dependentes, em função das
doses de Stimulate aplicadas nas sementes,
em nível de 5% de probabilidade.

Resultados e discussão Figura 2. Massa seca de folhas, massa seca


Todas as características avaliadas, com de caule e massa seca de raiz submetida a
exceção da altura total de planta, foram diferentes doses de Stimulate.

455
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

A maior emergência de plântulas de paricá Referências


foi atingida com a dose de 10,3 mL de CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas
Stimulate, com o valor de 85,6% (Figura 3) brasileiras. Brasília, DF: Embrapa
Informação Tecnológica; Colombo:
. Embrapa Florestas, 2003. v. 1.

MAGUIRE, J. D. Speeds of germination


aid selection and evaluation for seedling
emergence and vigor. Crop Science, Madison,
v. 2, n. 3, p. 176-177, 1962.
Figura 3. Emergência de plântulas de paricá
submetida a diferentes doses de Stimulate. ROSSA, U. B.; ANGELO, A. C.;
NOGUEIRA, A. C. et al. Fertilização de
liberação lenta no crescimento de mudas
O maior Índice de velocidade de
de paricá em viveiro. Pesquisa Florestal
emergência foi obtido com a dose de 9,0
Brasileira, Colombo, v. 33, n. 75, p. 227-
mL de Stimulate obtendo o valor de 0,57
234, 2013.
(Figura 4).

VIEIRA, E. L.; CASTRO, P. R. C. Ação de


bioestimulante na germinação de sementes,
vigor de plântulas, crescimento radicular e
produtividade de soja. Revista Brasileira
de Sementes, Brasília, v. 23, n. 2, p. 169-
174, 2001.

Figura 4. Índice de velocidade de emergência


de paricá submetida a diferentes doses de
Stimulate.

Conclusões
O uso de Stimulate influenciou
positivamente o diâmetro de caule, o
número de folhas, a massa seca de folhas,
a massa seca de caule, a massa seca de raiz,
a emergência de plântulas e o índice de
velocidade de emergência de paricá.

456
Resumos Expandidos

Uso de modelos matemáticos para


estimar comprimento de raiz de
indivíduos jovens de Aroeira Vermelha
(Schinus terebinthifolia) Raddi
Maíra Rodrigues¹ ; Ezequiel Silva¹ ; Marcos Felipe Nicoletti² ;
Marcio Carlos Navroski² ;
Nilton Sérgio Novack Junior¹

¹Graduandos em Engenharia Florestal UDESC/CAV (maaya_r@hotmail.com) ;


²Prof. Departa-mento de Engenharia Florestal UDESC/CAV

Introdução e objetivo um processo destrutível. Desta forma o


As raízes possuem um papel fundamental trabalho objetivou encontrar um modelo
tanto no desenvolvimento das plantas, matemático que possa estimar o com-
quanto para a sua nutrição e sobrevivência. primento de raiz com base no diâmetro do
Um dos fatores que coordena a colo e altura das plantas.
distribuição das raízes no solo é o
genótipo, mas essa distribuição também Material e métodos
pode ser influenciada por outros fatores O experimento foi conduzido no viveiro
inerentes ao solo, tais como: fertilidade, florestal da Universidade do Estado de
densidade ,disponibilidade de oxigênio, Santa Catarina (UDESC), localizada
textura, temperatu-ra e, também, pelas em Lages-SC. Os indiví-duos de Schinus
circunstâncias em que a espécie se terebinthifolia são oriundos de um
desenvolve, por exemplo, competi-ção e experimento realizado em delineamento
espaçamento entre árvores [1]. As raízes inteiramente casualizado, com 5 repetições
são importantes para o desenvolvimento de 10 plantas por repetição, onde foram
das mudas, refletindo no crescimento submeti-dos a dois fatores (3 x 3), tamanho
da planta no viveiro, principalmente de recipiente (tubete 110 cm³; tubete 180
quando cultivas em reci-piente, como cm³; e sacos de polietileno de 500 cm³) e
tubetes. A quantidade de raízes nas mudas diferentes substratos (comercial; comercial
é um parâmetro que pode refletir no + casca de pinus e comer-cial + casca
crescimento desta e principalmente na de pinus + vermiculita). Porém para a
sobrevi-vência à campo após o transplante. realização do trabalho, os indivíduos foram
Entretanto, o comprimento de raízes é agrupados em um banco de dados geral
um parâmetro de difícil mensuração e para que fosse possível a modelagem.

457
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

As variáveis foram coletadas em mudas o comprimento de raiz dos indivíduos.


de 210 dias, sendo que as variáveis Para realizar o ajuste e precisão dos
mensuradas foram o diâmetro do colo (dc) modelos foram avaliados os seguintes
com o auxílio de um paquímetro digital critérios: Coefici-ente de correlação
fornecendo as medidas milímetros e a ajustado (R² ajustado), erro padrão da
altura através de uma régua, fornecendo estimativa (Syx(%)) e gráfico de resí-duos.
as medidas em centímetros. Em seguida Também foi utilizado Fator de Meyer
houve a extração e separação das raízes (FM) para correção da discrepância para o
dos indivíduos, onde foram separadas modelo o modelo logaritmizado.
do fuste e espalhadas sobre a superfície
de folhas de papel sulfite A4, para que Resultados e discussão
pudessem ser fotografadas e em se-guida Com a seleção das variáveis que
digitalizadas no software ImageTool, ob- apresentaram a melhor correlação com a
tendo assim o comprimento real das raízes. variável dependente foi possível estabelecer
Com o auxílio do software Statgraphics e um modelo para inferir sobre a acurácia
atra-vés do método Stepwise foi possível das estimativas. Podendo ser observados
fazer a seleção de dois modelos, sendo um na Tabela 1.
aritmético e um logaritmizado para estimar

Modelos b0 b1 FM

Aritmético CR= 4,91594-45,9314*((1/h²)*dc) 4,91594 -45,9314 -

Logaritmizado Ln CR= 1,62746 - 49,0618*(1/h³) 1,62746 -49,0618 1,0206

Tabela 1. Modelo aritmético e logaritmizado. Onde “B0” e “B1”são os parâmetros dos modelos,
“FM” Fator de Meyer, “CR” comprimento de raiz, “dc” diâmetro do colo e “h” altura. Os
critérios avaliados e seus respectivos resul-tados podem ser observados na tabela 2 e o gráfico de
resíduos na Figura 1, sendo que os gráficos foram modificados para uma melhor visualização.

Modelos R²ajustado Syx (%)


coeficiente de correlação ajustado,
retratando 81,64% da variação, seu erro
Aritmético 0,1803 16,9246
padrão de estimativa é maior. Já em nível
Logaritmizado 0,8164 19,3562 de comparação residual a Figura 1. A
teve uma melhor tendência, compensando
Tabela 2. Demonstração dos resultados a discrepância residual da Figura 1. B,
obtidos para os critérios de avaliação (R²
onde esta por sua vez demonstra uma
ajustado e Syx (%).
superestimativa dos pontos. Sendo assim
pode-se dizer que dentre os mode-los
Nota-se que apesar do modelo
propostos o mais adequado foi o aritmético
logaritmizado apresentar um melhor
para estimar o comprimento de raízes a

458
Resumos Expandidos

partir das variáveis estudadas, altura da Referências


parte aérea e diâmetro do colo. [1]GONÇALVES, J. L. M.; MELLO,
Um melhor ajuste dos modelos sugeridos S. L. M. O sistema radicular das árvores.
ou de novos modelos propostos pode ser In: Nutrição e fertilização de florestas.
alcançado com o aumento de amostras, e/ Piracicaba: IPEF, 2000, p. 221-267.
ou também buscando amostrar uma maior
amplitude nos dados, ou seja mudas com
menor e maior diâ-metro do colo e altura.
A determinação de um modelo para
estimar o comprimento de raízes através da
mensuração de variáveis fáceis de avaliar,
como altura e diâmetro no colo seria de
grande valia para a determinação de mudas
de boa qualidade, por-que a quantidade
de raízes é de extrema impor-tância para
a muda, principalmente no momento de
transplante para o campo.

Figura 1. Análise Gráfica de resíduos para


os dois modelos sendo o gráfico “A” para
o modelo aritmético e o “B”para o modelo
logaritimizado.

Conclusões
Após a metodologia proposta foi possível
esta-belecer através dos critérios de
avaliação que o modelo mais adequado
para estimar o compri-mento de raízes é
o modelo aritmético, pelo fato de possuir
menor erro padrão da estimativa (Syx (%))
e seu gráfico de resíduos possuir uma
melhor distribuição. O modelo que mais
se adequou foi

459
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Volume de eucalipto em diferentes


espaçamentos de plantio no
Sudoeste Goiano
Robson Schaff Corrêa¹; Eduardo Morais Vieira²; Alexandre Burgo Castilho²;
Nikerson Guimarães de Lima²; César Augusto Pereira Bonifácio²

¹ Engenheiro Florestal, Prof. Dr. do Curso de Engenharia Florestal,


Universidade Federal de Goiás – Câmpus Jataí (schaffcorrea@ufg.br);
² Graduando, Curso de Engenharia Florestal, UFG – CAJ (eduardomoraisvieira@hotmail.com)
(alexandreburgo.castilho@gmail.com) (nikersonlima@hotmail.com) (cesarbonifacio01@gmail.com)

Introdução e objetivos Goiás, com altitude de 621 metros, em


O estado de Goiás possui um grande um Plintossolo. A espécie utilizada para
potencial para o estabelecimento de estudo foi o híbrido E. camaldulensis x E.
florestas plantadas, sobretudo devido à grandis.
sua posição geográfica no centro do País, Conforme a classificação climática de
que facilita a logística de escoamento Köppen, o clima da região é classificado
da produção para os grandes centros como Awa, tropical de savana,
consumidores [1]. A carência de mesotérmico, com chuva no verão e seca
informações, principalmente do ponto no inverno. A precipitação média anual é
de vista silvicultural, tem impedido o de 1645 mm e a temperatura média anual
desenvolvimento do setor florestal no de 23,7 ºC.
estado. Os cinco tratamentos aplicados
O objetivo do presente estudo foi verificar seguiram o delineamento inteiramente
a influência do espaçamento de plantio no casualizado, com três repetições, obtendo-
volume de madeira para um híbrido de se um número total de 15 parcelas.
Eucalyptus grandis x Eucalyptus camaldulensis Os tratamentos aplicados foram os
aos 12 meses de idade, em Jataí-GO. espaçamentos de 3 m x 1 m, 3 m x 2 m, 3
m x 3 m, 4 m x 3 m e 4 m x 4 m.
Material e métodos Aos doze meses de idade, excluindo-
O experimento foi conduzido em uma se uma linha externa utilizada como
área Experimental do curso de Engenharia bordadura, cada parcela teve as plantas
Florestal da Universidade Federal de internas mensuradas para verificação do
Goiás, localizado no município de Jataí, diâmetro à 1,3 metros da superfície (DAP)
inserido na região sudoeste do Estado de e, com a árvore pertencente à mesma classe
diamétrica da árvore de diâmetro médio

460
Resumos Expandidos

de cada parcela, foi avaliada a produção do Os coeficientes gerados na regressão, assim


volume de madeira da árvore, totalizando como o teste de Shapiro-Wilk e White,
na derrubada de 15 árvores. foram analisados ao nível de significância
O volume de madeira com casca e de de 5%. Enquanto que o teste de Durbin-
madeira sem casca foi determinado por Watson foi analisado conforme descrito
cubagem rigorosa pelo método de Smalian por [3].
[2]. Para isto as árvores foram mensuradas
em intervalos de 1 metro de comprimento, Resultados e discussão
desde a base até o ápice e considerando Os maiores valores de volume de
também a altura correspondente ao DAP. madeira com casca e de madeira sem
Com os dados de volume individual das casca, por hectare, foram encontrados
árvores foi possível obter o volume de nos espaçamentos mais adensados, pois
madeira com casca e de madeira sem casca. o efeito do maior número de plantas foi
Foi realizado o teste de análise de variância fundamental na produtividade em volume
(ANOVA) ao nível de 5% de significância por unidade de área, conforme [4], [5], [6],
para verificar a existência de diferenças [7] e [8].
entre os tratamentos. Na comprovação Os maiores volumes de madeira com casca
da diferença foram realizados ajustes de e de madeira sem casca foram encontrados
equações lineares de primeiro grau, em no espaçamento 3 m x 1 m, apresentando
que a densidade de plantio de cada parcela valores de 40,80 m3 ha-1 e 34,37 m3 ha-1,
foi considerada variável independente e a respectivamente, e os menores valores de
produção do volume de madeira a variável volume foram obtidos no espaçamento 4
dependente. Nos modelos foi verificado m x 4 m, onde resultou em 7,34 m3 ha-1
o coeficiente de determinação (R²) e a de madeira com casca e 6,19 m3 ha-1 de
análise da significância dos coeficientes madeira sem casca, na mesma ordem
dos termos das regressões. (Figura 1).
As análises estatísticas foram realizadas Já os valores de volume de madeira com
com o auxílio do programa estatístico casca e de madeira sem casca, em árvores
SAS, com verificação da normalidade da individuais, não apresentaram diferença
distribuição dos resíduos pelo teste de estatística significativa (p > 0,05), ou seja, os
Shapiro-Wilk, homogeneidade da variância espaçamentos de plantio não influenciaram
pelo teste de White e independência dos o volume individual das árvores. Obteve-
resíduos pela estatística de Durbin-Watson se uma média de 0,0112 m³ árvore-1 para o
[3]. No caso de não atendimento dos volume de madeira com casca e de 0,0093
pressupostos do modelo, foi realizada m³ árvore-1 para madeira sem casca.
transformação logarítmica da variável
dependente para ajuste dos dados.

461
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura

Conclusões
O espaçamento de plantio influencia
a produção volumétrica de madeira,
por unidade de área, de E. grandis x E.
camaldulensis, aos 12 meses de idade. Nos
tratamentos com maior densidade de
plantas observam-se os maiores valores
de volume de madeira com casca e de
madeira sem casca, por unidade de área.
Para volume individual os tratamentos
não permitiram indicar o espaçamento de
maior produção.

Referências
[1]MORALES, M. M. et al. Caracterização
do setor florestal goiano. Colombo:
Embrapa florestas, Documentos, 2012. 49
p.(ISSN 1980-3958).

Figura 1. Equações ajustadas para estimar [2]FINGER, C. A. G. Fundamentos de


o volume por unidade de área (m3 ha- 1), de biometria florestal. Santa Maria: UFSM/
madeira com casca (a) e de madeira sem
CEPEF/FATEC, 1992. 269 p.
casca (b), com os respectivos coeficientes de
determinação (R2), em plantios de E. grandis
x E. camaldulensis aos 12 meses de idade, [3]SCHNEIDER, P. R.; SCHNEIDER,
sob diferentes espaçamentos de plantio, no P. S. P.; SOUZA, C. A. M. Análise de
município de Jataí-GO. regressão aplicada à engenharia
florestal. Santa Maria: FACOS, 2009. 294
Os resultados para volume individual não estão p.
de acordo com estudos realizados com o híbrido
E. camaldulensis x E. urophylla aos 12 meses de [4] MÜLLER, M. D.; COUTO, L.; LEITE,
idade [8], e com E. dunnii aos 24 meses de idade H. G.; BRITO, J, O. Avaliação de um clone
[9], que concluíram que em espaçamentos de eucalipto estabelecido em diferentes
maiores, as plantas conseguem apresentar densidades de plantio para produção de
uma diferença de crescimento pela maior biomassa e energia. Biomassa & Energia,
disponibilidade de fatores do meio e uma menor
Viçosa, v. 2, n. 3, p. 177-186, 2005.
competição do que em relação ao crescimento
em menores espaçamentos de plantio.

462
Resumos Expandidos

[5]MORAIS, V. M. Dinâmica de propriedade na região sudoeste do Paraná.


crescimento de eucalipto clonal sob Synergismus scyentifica UTFPR, Pato
diferentes espaçamentos na região Branco, v. 6, n. 1, 2011.
noroeste do Estado de Minas Gerais.
2006. 63 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Florestal) – Área de Manejo
Ambiental, Universidade Federal de
Lavras, Lavras.

[6]OLIVEIRA, T. K.; MACEDO, R. L. G.;


VENTURIN, N.; HIGASHIKAWA, E. M.
Desempenho silvicultural e produtivo de
eucalipto sob diferentes arranjos espaciais
em sistema agrossilvipastoril. Pesquisa
Florestal Brasileira, Colombo, n. 60,
Edição especial, p. 1‑ 9, 2009.

[7]SEREGHETTI, G. C. Biomassa,
inicial do híbrido Eucalyptus urophylla
vs. Eucalyptus grandis em diferentes
espaçamentos. 2012. 41 p. Dissertação
(Mestrado em Ciência Florestal) –
Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Ciências Agronômicas, Botucatu.

[8]MORAIS, V. M. Dinâmica de
crescimento de eucalipto clonal sob
diferentes espaçamentos na região
noroeste do Estado de Minas Gerais.
2006. 63 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Florestal) – Área de Manejo
Ambiental, Universidade Federal de
Lavras, Lavras.
[9]REINER, D. A.; SILVEIRA, E. R.;
SZABO, M. S. O uso do eucalipto em
diferentes espaçamentos como alternativa
de renda e suprimento da pequena

463

Você também pode gostar