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Índice
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................1
1.1. Apresentação de tema................................................................................................................1
1.2. Contextualização do tema .........................................................................................................2
1.3. Problematização ........................................................................................................................2
1.4. Hipóteses ...................................................................................................................................4
1.5. Justificativa................................................................................................................................4
1.6. Objectivos..................................................................................................................................5
1.6.1. Objectivo geral ...................................................................................................................5
1.6.2. Objectivo específico ...........................................................................................................5
1.7. Proposta da estrutura do trabalho ..............................................................................................5
2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................6
2.1. A Construção Civil e o Meio Ambiente ....................................................................................6
2.2. Gestão de Resíduos sólidos .......................................................................................................7
2.3. Blocos de betão .........................................................................................................................9
2.4. Poliestireno expandido ............................................................................................................10
2.5. Bagaço da cana-de-açúcar .......................................................................................................12
2.6. Experiencias internacionais do reaproveitamento dos RS na construção civil .......................13
2.6.1. Poliestireno expandido .....................................................................................................13
2.6.2. Fibras de bagaço da cana-de-açúcar .................................................................................14
3. METODOLOGIA ..........................................................................................................................16
3.1. Classificação da pesquisa ........................................................................................................16
3.1.1. Quanto a abordagem do problema ...................................................................................16
3.1.2. Quanto a natureza .............................................................................................................16
3.1.3. Quanto ao objectivo .........................................................................................................17
3.1.4. Quanto ao procedimento técnico ......................................................................................17
4. RESULTADOS ESPERADOS ......................................................................................................19
5. CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES ......................................................................................20
6. ORÇAMENTO DA PESQUISA ....................................................................................................20
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................21
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
de betão reforçados com fibras de bagaço da cana-de-acúçar
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Braga (2002), “(...) a engenharia é o caminho para se minimizar ou controlar a
poluição e a degradação ambiental até que sejam compatíveis com o nível de desenvolvimento
pretendido pela sociedade”. A redução, reutilização e a reciclagem são técnicas estudadas que
apresentaram melhor viabilidade como medidas mitigadoras de impactos ambientais.
A preocupação com o meio ambiente, principalmente no que se refere à disposição final dos
resíduos sólidos gerados por diversos sectores da indústria e comércio, vem aumentando a cada dia,
e consequentemente a necessidade de preservar os recursos naturais e principalmente os não
renováveis é a partir da criação de alternativas de utilização dos resíduos sólidos em substituição ao
insumo natural.
Na busca de soluções para o gerenciamento dos resíduos sólidos, o presente trabalho propõe uma
metodologia para sua gestão que é a produção de blocos vazados de betão para alvenarias, cujo
betão é produzido com poliestireno expandido e fibras de bagaço da cana-de-açúcar em substituição
parcial dos agregados.
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
de betão reforçados com fibras de bagaço da cana-de-acúçar
Nesse contexto, a temática aborda conteúdos que visam reduzir os impactos ambientais, a
degradação do meio ambiente. De modo particular, este estudo pretende dar um destino mais viável
e seguro ao poliestireno expandido e ao bagaço da cana-de-açúcar na concepção de um bloco
sustentável e bioclimático. A utilização destes resíduos é de grande valia para toda sociedade, e
principalmente, para as regiões que tenham este em abundancia, pois a medida que diminui os
problemas ambientais a partir do seu reaproveitamento, é um material local para a construção que
pode constituir uma fonte de renda através da sua comercialização.
1.3. Problematização
A origem dos materiais de construção está directamente ligada à história do Homem, com a
necessidade de refúgio dos predadores e das variações climáticas. Nisso, as cavernas onde se
abrigavam (na maior parte originadas pelas falhas magmáticas), são constituídas por material
pedregoso de solidificação rápida.
Nessa óptica, estamos cientes da importância que os materiais de construção exercem na construção
das habitações. Apesar de reconhecer que nem todos os estratos sociais estão em condições de pagar
o preço que eles oferecem, dado o custo elevado que se paga. Daí a procura de materiais que, não só
oferecem resistência, baixo peso para paredes de alvenaria, como também garantem preço acessível
ao comprador de baixa e média renda e acima de tudo, alternativas com visão ecológica.
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
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Na mesma senda, a extracção excessiva de matéria-prima (água, areia, brita e substâncias calcárias)
para a produção deste bloco causa grandes impactos ambientais, além de degradar a paisagem do
local onde é extraído o material e de provocar a escassez da matéria-prima.
Em contrapartida as actividades industriais vem produzindo a um ritmo elevado, contribuindo para
o aumento da produção de resíduos sólidos, durante a sua fabricação ou mesmo pelo estímulo de
consumo. Estes materiais provenientes de produtos gerados pelo Homem podem ser: restos
alimentares, poliestireno expandido, plásticos, vidros, papéis, entre outros.
Nessa perspectiva, a reciclagem, a reutilização e a redução são consideradas como as únicas formas
de recuperação desses tipos de resíduos. O Izquierdo (2011) aponta que as vantagens da utilização
do bagaço da cana-de-açúcar é a sua grande disponibilidade e o baixo consumo de energia em sua
produção quando comparado a fibras sintéticas. Por outro lado, Fonseca Júnior (2013) assevera que
há uma grande demanda de descarte de resíduos de EPS, abrindo espaço para a oportunidade de
inserir esse material descartado no desenvolvimento de outro produto.
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
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1.4. Hipóteses
Hipótese 1:
Com a incorporação parcial do EPS e das fibras de bagaço de cana-de-açúcar em blocos de betão,
pode diminuir o peso nas estruturas e na face das urbes.
Hipótese 2:
Através dos testes de ensaios de resistência a compreensão e absorção de água, pode-se provar que
a incorporação desses resíduos torna o bloco sustentável.
1.5. Justificativa
Toda a actividade, quer antrópica quer natural, gera resíduos sólidos, que se vão acumulando no
ambiente. Contudo, é evidente que algumas actividades são mais responsáveis do que outros pelos
desequilíbrios ambientais deles resultantes ou a eles associados. Portanto, a preocupação com o
reaproveitamento dos resíduos é um tema cada vez mais debatido no sector da construção civil.
Em Moçambique, após o consumo, é possível notar que os resíduos sólidos não são dados a sua
devida aplicabilidade e são descartados no ambiente de forma inadequada. Como afirmam Siqueira,
Stramari e Folgueras (2004) "Um dos principais problemas no mundo moderno é a grande
quantidade de lixo produzido diariamente e desprezado pelo homem, muitas vezes directamente no
meio ambiente". Portanto, é imperativo no que aos materiais de construção diz respeito que se
desenvolvam novas técnicas capazes de reaproveitar os resíduos sólidos. Dentre estes resíduos se
destacam o poliestireno expandido e o bagaço da cana-de-açúcar, em que o reaproveitamento é
visto como a única forma de recuperação desses resíduos.
A motivação da escolha do tema foi fortemente influenciada por razões como a fraca intervenção
das entidades competentes (Conselho Municipal) no gerenciamento dos resíduos sólidos. Também
deve-se ao simples facto de poder promover o reaproveitamento de resíduos sólidos, em especial ao
poliestireno expandido e o bagaço da cana-de-açúcar na consolidação de um novo material de
construção. Deste modo esta pesquisa poderá trazer a academia bem como a sociedade em geral,
uma nova visão quanto a aplicação de matérias oriundos da rejeição humana na concepção de novos
produtos amigos do ambiente.
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1.6. Objectivos
Pretende-se que o trabalho esteja organizado em três (3) capítulos, pois para além dos elementos
introdutórios compostos pela apresentação do tema, do problema, hipóteses, objectivos e
justificativa, temos:
Capítulo I: será referente a revisão bibliográfica, onde encontrar-se-á apresentado a discussão dos
principais conceitos relativos ao tema, os modelos de gestão de resíduos, experiências mundiais de
reutilização do poliestireno expandido, bem como principais assuntos com relevância ao estudo.
Capítulo II: abordará a metodologia usada para a prossecução do trabalho, onde constará e os
procedimentos metodológicos, como será feita a amostragem, a recolha dos dados, o processamento
dos dados, os procedimentos técnicos metodológicos, a forma de abordagem do problema, os
métodos usados bem como da natureza e finalidade da pesquisa.
Capítulo III: apresentará a discussão dos resultados dos experimentos realizados a partir da
reutilização do EPS e do bagaço da cana-de-açúcar como material de construção, analisando-se os
resultados referentes a resistência a compressão em simultâneo com os parâmetros estabelecidos
pela norma usada no país. E por fim será comparada com os parâmetros nacionais assim como aos
resultados discutidos na literatura.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo, far-se-á a discussão de diferentes conceitos que darão alicerce à monografia, tais
como construção civil, meio ambiente, gestão de resíduos sólidos, Poliestireno expandido e bagaço
de cana-de-açúcar. No mesmo capítulo, abordar-se-ão também experiências internacionais sobre o,
reaproveitamento de poliestireno expandido e bagaço de cana-de-açúcar na construção civil.
A construção civil representa uma parcela significativa da economia Moçambicana, como grande
aliado na geração de empregos de forma directa e indirecta. Entretanto, é uma indústria que produz
grandes impactos ambientais, desde a extracção de matérias-primas, produção de materiais,
execução dos serviços de canteiro de obra até a destinação final de resíduos sólidos, ocasionando
grandes alterações ao meio ambiente.
A redução do impacto ambiental dessa indústria não é uma tarefa das mais fáceis, sendo necessárias
acções em várias áreas e, de forma concomitante, para que seja possível obter algum resultado
positivo, devendo, portanto: minimizar o consumo dos recursos e maximizar a reutilização de
recursos; usar recursos renováveis ou recicláveis; proteger o meio ambiente; criar um ambiente
saudável e não tóxico e buscar a qualidade na criação do ambiente construído (John, 2001).
Conforme Bezerra (2003), em virtude do mercado da construção civil estar cada dia mais
competitivo e exigir maior precisão, segurança, confiabilidade e redução dos custos na execução de
uma obra, são necessários estudos e o desenvolvimento de novas tecnologias e materiais mais
versáteis em todas as etapas construtivas de uma edificação, a fim de minimizar o impacto
ambiental.
Um dos principais problemas que interferem na qualidade de vida das pessoas é o volume de
resíduos gerados diariamente. Portanto a necessidade de reaproveitar os resíduos sólidos é uma das
técnicas encontradas pela construção, que visa minimizar os impactos ambientais provocados pelo
acúmulo destes resíduos na natureza, desenvolvendo novas aplicações apropriadas a eles.
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
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Os resíduos sólidos eram popularmente, conhecidos como “lixos” sendo considerado como todo
material inútil, todo material descartado, tudo que se “deita fora” e tudo que “não presta”. Mas com
o passar do tempo e com o aumento de produtos diferenciados, e também o aumento da população,
o lixo também teve uma mudança nas suas características (Fernando, 2013). Portanto, o lixo é visto
como qualquer tipo de material que não tem mais utilidade e o resíduo sólido, por sua vez, é a sobra
deste material, que pode ser reaproveitado e ou reciclado, através dos processos de gestão de
resíduos sólidos.
Segundo o Decreto nº. 94/2014. (2014) “A Gestão de Resíduos são todos os procedimentos viáveis
com vista a assegurar uma gestão ambientalmente segura, sustentável e racional dos resíduos, tendo
em conta a necessidade da sua redução, reciclagem e reutilização, incluindo a separação, recolha,
manuseamento, transporte, armazenagem e/ou eliminação de resíduos bem como a posterior
protecção dos locais de eliminação, por forma a proteger a saúde humana e o ambiente contra os
efeitos nocivos que possam advir dos mesmos”.
Afirma Gouveia (2012), que o constante crescimento económico e demográfico dos centros urbanos
tem como suas consequências uma maior produção de resíduos sólidos e foi com a Revolução
Industrial, que os problemas dos resíduos atingiram níveis elevados. Em países subdesenvolvidos,
como é o caso de Moçambique, o processo de urbanização foi acompanhado por uma decadência
nos padrões de vida, resultante do êxodo rural onde as oportunidades de emprego e de melhores
condições de vida pareciam estar nos centros urbanos (Chimoio, 2016). Facto que agravou o
problema de geração de resíduos sólidos.
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Ainda o mesmo autor confirma que quanto à disposição final dos resíduos sólidos, os municípios
moçambicanos devido ao défice financeiro e outras adversidades, concorrem para falta de aterros
sanitários, sendo utilizadas lixeiras a céu aberto para o efeito, que geralmente, resume-se apenas na
queima dos resíduos sem controlo dos gases gerados durante o processo, isto é, sem garantir a
emissão de gases que atendam os limites máximos de emissões preconizados na legislação
ambiental em vigor.
Portanto, a gestão de resíduos sólidos é uma técnica que se baseia na redução, reutilização e na
reciclagem destes resíduos (3 R’s), sendo a melhor forma de combater o aumento da degradação do
ambiente causado pelo desperdício de materiais e produtos.
Quanto ao último dos 3 R’s, a reciclagem, envolve o processamento de materiais por meio de sua
transformação física ou química, geralmente em forma de matéria-prima para produção de novos
produtos e bens de consumo. A reciclagem é um modelo de desenvolvimento sustentável que visa
reintegrar todo e qualquer material à cadeia de produção e consumo (Piramidal, 2020).
Por conseguinte, o modelo de gestão de resíduos sólidos que mais se adequa ao objectivo do
trabalho é a reutilização, pois este oferece um novo propósito ao poliestireno expandido e ao bagaço
da cana-de-açúcar, que têm grande potencial na concepção de um novo produto. Prologando a vida
útil destes materiais, contribuirá na redução de resíduos sólidos, na extracção de matéria-prima e
degradação do meio ambiente.
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
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A utilização de blocos de betão teve início logo após o surgimento do cimento Portland, quando se
começou a produzir grandes unidades de betão. A partir de então surgiram diversos esforços para a
modernização da fabricação de blocos de betão, assim como da sua utilização em paredes de
alvenaria (Filho, 2007).
Os materiais utilizados na fabricação dos blocos são basicamente: cimento Portland, agregados
graúdo e miúdo, e água. Dependendo de requisitos específicos, a dosagem dos blocos poderá
também empregar outros componentes, tais como adições minerais, pigmentos, aditivos, etc. Os
materiais constituintes do bloco de betão devem ser especificados e utilizados de acordo com as
normas, para que o produto final esteja em conformidade com as metas pretendidas (Filho, 2007).
De acordo com a NM 354/2011, os blocos vazados de betão, devem atender, quanto ao seu uso,
limites de resistência e absorção de água, as seguintes classes:
Classe Quanto a Quanto ao Resistência Absorção de água
função nível do solo característica Agregado normal Agregado leve
A C/estrutural Acima/abaixo 6.0 MPa 13.0%
B C/estrutural Acima 4.0 MPa 10.0% (média)
C C/estrutural Acima 3.0 MPa 16.0%
D S/estrutural Acima 2.0 MPa (individual)
Tabela 1: Requisitos para a resistência a compressão e absorção de água.
Fonte: NM 354: 2011 adaptado pelo autor.
A qualidade de toda matéria-prima usada em cada operação do ciclo de produção, tem influência na
qualidade do produto final. Os blocos devem possuir certas propriedades funcionais, como unidades
estruturais. Estes devem ser sujeitos a vários testes de modo a determinar se são, ou não, adequados
como unidades estruturais (Verlumeulen, 2001). Sendo os critérios primários de os blocos devem
satisfazer, a resistência a compressão, o clima e baixo movimento da humidade.
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Para Souza (2009) o EPS é uma espuma termoplástica rígida, contendo em seu volume uma
percentagem elevada de pequenos poros, possui cor branca, é inodoro, reciclável, fisicamente
estável e bom isolante térmico. Pode ser produzido com densidades em menos de 16 Kg/m 3 a mais
de 32 Kg/m3, oferecendo o nível ideal de estabilidade para quaisquer aplicações.
O produto final são pérolas de até 3 milímetros de diâmetro, que se destinam à expansão. No
processo de transformação, essas pérolas aumentam em até 50 vezes o seu tamanho original, por
meio de vapor, fundindo-se e moldando-se em formas diversas. Expandidas, as pérolas apresentam
em seu volume até 98% de ar e apenas 2% de poliestireno. Em 1m³ de EPS expandido, por
exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células fechadas e cheias de ar. Os produtos finais de EPS são
inodoros, não contaminam o solo, água e ar, são 100% reaproveitáveis e recicláveis e podem voltar
à condição de matéria-prima (ABRAPEX, 2006).
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Baixo peso: o EPS é geralmente composto de 98% de ar e essa característica faz com que o
material apresente um baixo peso. Sua utilização como embalagem se torna viável, devido ao
fato de não acrescentar um significante peso ao produto total.
Isolamento térmico: são as propriedades de isolamento térmico que destacam o EPS como
material de embalagem, pois auxilia a manter os alimentos frescos ao longo de toda a cadeia de
distribuição. São vários os exemplos de aplicação no sector de fabricação e distribuição de
produtos farmacêuticos.
Alta resistência ao impacto: o fato do EPS ter a característica de absorver choques e possuir
boa resistência à compressão faz com que este material seja escolhido quando há a necessidade
de protecção em embalagens dos mais diversos materiais.
Durável: diante de uma excelente durabilidade, o EPS é largamente utilizado em forma de
embalagem, pois não perde suas características em ambientes húmidos, bem como atende às
regras básicas de higiene necessárias. Além disso, trata-se de um material atóxico e sem cheiro.
Versátil: o EPS é extremamente versátil e pode ser modelado em qualquer forma geométrica,
conforme necessidade, a fim de atender a protecção ou isolamento do produto.
Foi um grande marco o desenvolvimento deste material, o qual é utilizado em grande escala
ultimamente e nas últimas décadas vem ganhando espaço na área de engenharia civil, por ser um
material que obtêm características importantes para desenvolvimentos de projectos que necessitam
de melhor trabalhabilidade, bem como conforto acústico e térmico (Borges et al, 2017).
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A cana-de-açúcar pertence a classe das monocotiledóneas e integra o grupo das plantas mais antigas
que o Homem cultivava. Esta cultura é produzida em mais de 130 países e em Moçambique
actualmente é cultivada em quatro distritos. No distrito de Mafambisse e Marromeu, na província
de Sofala, e Maragra e Xinavane, na província de Maputo.
Segundo INA (2000) citado por Mabuie (2015), em Moçambique a cultura da cana foi introduzida
por britânicos através das companhias Sena Sugar States e a Buzi, para fins comerciais durante o
século XIX. Por volta dos anos 50 surge o investimento português na indústria açucareira, tendo
culminado com a construção das duas fábricas em Maragra, no ano de 1968 e Mafambisse em 1970.
Na produção do açúcar, destaque-se dois derivados, o melaço e o bagaço. O melaço pode ser
fermentado e ser aplicado na indústria de bebidas alcoólicas ou na preparação de alimentos para os
animais e é comercializado no mercado interno, bem com internacional. E o bagaço, considerado
como um bioresíduo, geralmente é utilizado localmente na própria indústria açucareira como fonte
de energia.
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2.6.1.1. Brasil
O poliestireno expandido é mais conhecido no Brasil como “Isopor” que foi a primeira empresa a
comercializá-lo. Os blocos vazados de poliestireno expandido são pouco conhecidos e usados
dentre os profissionais da área, uma das causas pode ser também a falta de confiança do próprio
cliente que desinformado desconhece a qualidade do sistema.
No estudo de Santos et al. (2009), tiveram como objectivo analisar a utilização do resíduo de EPS
para uso em blocos de concreto para alvenaria de vedação, isolamento acústico e térmico, em
substituição parcial ao agregado natural. Os mesmos autores mencionam que a construção civil
passou a fazer uso do EPS, o qual não compromete a segurança da construção, chegando a reduzir
em até 20% o custo de fundação da obra.
Pontanto, segundo os estudos foi realizado o ensaio de granulometria dos agregados e produzidos
15 corpos de prova cilíndricos, com dimensões de 5cm de diâmetro por 10cm de altura, com os
seguintes traços, nos quais a proporção foi definida por volume de EPS: Traço 1 com 18% de
resíduo (2:0,5:0,5); Traço 2 com 28% de resíduo (2:1:0,5) e Traço 3 com 44% de resíduo (2:2:0,5),
seguindo a ordem, cimento, resíduo de EPS e areia. Daí iniciou-se colocando o cimento, areia, e o
resíduo de isopor em um recipiente plástico, misturando-se lentamente, tornando o volume
homogéneo, e posteriormente foi adicionando água.
Em seguida, a mistura foi colocada nas formas, sendo a produção totalmente manual. Uma vez
confeccionados, os corpos de prova foram desenformados com 72 horas e a secagem foi realizada
em condições ambientais e com um tempo de cura de 28 dias. Os ensaios de resistência à
compressão foram efectuados após decorrerem 28 dias da data de moldagem e foram obtidos os
seguintes resultados para os traços 1, 2 e 3, conforme pode ser visto na tabela 2.
Tensão média para o Traço 1 Tensão média para o Traço 2 Tensão média para o Traço 3
(18% de resíduo de EPS) (28% de resíduo de EPS) (44% de resíduo de EPS)
9,15 MPa 7,78 MPa 6,41 MPa
Tabela 2: Descrição dos valores obtidos no ensaio resistência à compressão
Fonte: Santos et al. (2009)
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Foi obtido um resultado mais satisfatório, ou seja, um maior valor médio de resistência à
compressão nos corpos de prova no traço 1, onde foi usado um percentual de 18% de resíduo de
EPS. Neste sentido, a utilização dos corpos de prova, utilizando resíduos de isopor, serviu para
avaliar tanto o traço, quanto à avaliação da resistência do bloco, a ser usado em processos
construtivos.
Santos et al. (2009) menciona que estes blocos trarão benefícios para construção civil, visto que o
custo e o tempo de execução das construções serão reduzidos, além de diminuir os problemas
ambientais causados pela destinação final de resíduos de EPS, que sendo um material de demorado
tempo de decomposição e de alto custo de reciclagem, poderá contribuir para as acções de
desenvolvimento sustentável.
2.6.2.1. Malásia
Na província de Johor em Malásia, começou a pesquisa de Khalid et al (2017) que tinham como
objectivo determinar a resistência à compressão e à tração entre o betão e a mistura de betão com
fibra de cana-de-açúcar. Sendo considerado dois tipos de betão, o betão normal e o leve.
De acordo com a pesquisa, antes de iniciar os testes em laboratório, deve-se preparar amostras de
bagaço da cana-de-açúcar, que vai secar ao sol até secar completamente por 7 dias e em seguida, o
bagaço será cortado em pequenas tiras relativamente uniformes com estimativa de 5cm até 10cm.
Depois disso, o bagaço deve ser tratado primeiro com Solução de Hidróxido de Sódio NaOH 50%
diluída por 3 dias com o objectivo de remover as impurezas e garantir que a cana-de-açúcar resista
mais tempo para uso no betão. Em seguida, o bagaço da cana-de-açúcar é seco ao sol para garantir
que esteja completamente seco antes de ser adicionado à mistura de betão.
Para prosseguir com os ensaios, foram produzidas 32 amostras para o betão normal e 32 amostras
para o betão leve. E o corpo de prova usado foi um cubo de 100×100×100 mm para o ensaio de
compressão e para o ensaio de tracção foi usado um corpo de prova cilindro com 100 mm de
diâmetro e 200 mm de altura. Quanto aos volumes de fibras de bagaço da cana-de-açúcar foram de:
0,5%, 1,0% e 1,5% e utilizou-se o método de volume para a mistura de betão normal e leve, como é
mostrado a seguir na tabela 3.
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Água (kg/m3) Cimento (kg/m3) Areia (kg/m3) Brita (kg/m3) Espuma (kg/m3)
Betão Normal 209 300 980 805 -
Betão Leve 175 390 800 - 235
Tabela 3: Mistura de betão normal e leve para 1m3
Fonte: Khalid et al (2017) adaptado pelo autor.
Moldados os corpos de prova, o processo de cura foi realizado por 7 e 28 dias em água à
temperatura ambiente para deixar o betão no estado húmido para que o endurecimento aconteça
com moderação a fim de atingir a máxima resistência.
Realizado os ensaios a resistência a compressão e tracção do betão normal e leve em amostras
contendo 0%, 0,5%, 1,0% e 1,5% de fibras de bagaço da cana-de-açúcar foram os seguintes,
conforme pode ser visto na tabela 4.
Betão Normal Betão Leve
Percentagem Resistência à Resistência à Resistência à Resistência à
Tempo de fibras compressão tracção compressão tracção
0% 18,0 MPa - 3,7 MPa -
7 dias 0,5% 14,8 MPa - 6,5 MPa -
1,0% 11,4 MPa - 4,3 MPa -
1,5% 9,6 MPa - 1,5 MPa -
0% 23,8 MPa 2,10 MPa 7,1 MPa 1,07 MPa
28 dias 0,5% 21,3 MPa 2,16 MPa 10,3 MPa 1,21 MPa
1,0% 18,6 MPa 2,22 MPa 6,2 MPa 0,91 MPa
1,5% 15,3 MPa 2,29 MPa 3,8 MPa 0,97 MPa
Tabela 4: Resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão e tracção do betão normal e leve.
Fonte: Khalid et al (2017) adaptado pelo autor.
Com base na análise dos dados nota-se que a resistência à compressão do betão em geral diminuiu
com o aumento da quantidade de fibra da cana-de-açúcar. A percentagem óptima que dá a maior
resistência à compressão é de 0,5% para o betão normal e leve. Porém, a resistência à tracção do
betão normal aumentou quando a quantidade de fibras era aumentada, sendo 1,5% do volume da
cana-de-açúcar a maior em comparação com a resistência à tracção do betão de controlo (com 0%
de fibras) e quanto a resistência à tracção ideal para o betão leve foi a de 0,5%
Segundo os autores o resultado do teste mostrou que o valor óptimo é de 0,5% fibras de bagaço de
cana-de-açúcar. Este percentual tem o valor de resistência à compressão mais próximo do betão de
controlo e quanto ao valor da resistência à tracção é maior do que betão de controlo. Entretanto,
notou-se que o tempo de fissuração do betão é mais lento. Portanto, pode-se utilizar as fibras de
bagaço de cana-de-açúcar desde que não ultrapasse 0,5% da mistura no betão.
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3. METODOLOGIA
Este capítulo apresenta as estratégicas metodológicas que serão utilizadas no trabalho e que guiarão
a pesquisa no alcance dos objectivos definidos. Apesar de ter a pesquisa experimental no epicentro,
o trabalho está assente num modelo hipotético dedutivo, pois as hipóteses previamente levantadas,
serão testadas no laboratório (através de ensaios), de maneira a confirmar a sua veracidade ou
falsidade.
Para o desenvolvimento desta pesquisa, teve-se em consideração os seguintes pontos para a sua
classificação: quanto a abordagem do problema, a natureza, aos objectivos e aos procedimentos
técnicos.
A forma de abordagem do problema é descrita de uma forma mista, ou seja, de forma qualitativa e
quantitativa. A abordagem qualitativa será considerada em todos aspectos de colecta de dados no
que se refere a documentos, obras literárias, Internet, mapas e imagens, que posteriormente serão
devidamente analisados e sintetizados de forma descritiva. Enquanto a abordagem quantitativa será
vista a partir da realização dos testes laboratoriais, onde será executada de acordo com plano pré-
definido e com a utilização de instrumentos matemáticos e estáticos no tratamento e compilação dos
dados colhidos.
A presente pesquisa é classificada como aplicada, pois tem como objectivo em gerar conhecimento
para aplicações práticas dirigidas a solução de problemas específicos (Gil, 1994).
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
de betão reforçados com fibras de bagaço da cana-de-acúçar
De forma a explorar o objecto em análise, o autor passou primeiro, pelos contentores de deposição
secundária de resíduos sólidos, seguidamente pela lixeira de Malhampsene de modo a perceber o
grau de exposição do poliestireno expandido. Viajou também para a açucareira do distrito de
Maragra na província de Maputo, para se inteirar das quantidades de bagaço colocados sob pressão
do ambiente.
No que diz respeito aos procedimentos técnicos, o presente trabalho usará a pesquisa bibliografia,
documental e durante a realização do trabalho adoptar-se-á a pesquisa experimental.
Portanto, a pesquisa bibliográfica consistiu na consulta de diversas literaturas e sites de internet que
abordam sobre a questão do tema, possibilitando a obtenção de informações relativas a construção
dos conceitos, bem como a descrição da problemática da construção civil versus meio ambiente,
gestão dos RS, e de utilização dos EPS e fibras de Bagaço de cana-de-açúcar no internacional.
E por fim, na pesquisa documental serão usadas normas de especificações, padronização, requisitos,
e de métodos de ensaio para a realização da pesquisa experimental do trabalho, como a NM
354:2011 e NM 355:2011 de blocos vazados de betão simples para alvenaria e a NM 93:2009, NM
94:2009, NM 95:2009 de blocos vazados de solo-cimento sem função estrutural.
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Proposta de reaproveitamento de poliestireno expandido em blocos
de betão reforçados com fibras de bagaço da cana-de-acúçar
Neste ponto serão descritos os materiais e métodos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa
experimental do trabalho, que por conseguinte é divida em 3 grandes etapas:
Primeira etapa: será constituída pela obtenção do poliestireno expandido e o bagaço da cana-de-
açúcar, que posteriormente serão processadas de modo a incorporar estes materiais na produção dos
blocos. O EPS encontrado em contentores e lixeiras será triturado de forma a reduzir as dimensões
deste material em grãos e o bagaço da cana-de-açúcar obtida na açucareira do distrito de Maragra,
será desfiado de modo a obter-se as fibras que em seguida será tratado através da secagem, como
também pelo processo de deslignificação alcalina do bagaço que remove um percentual de lignina,
ceras e óleos que cobrem a superfície externa da fibra, assim aumenta-se a rugosidade e proporciona
melhor aderência entre os materiais. E por fim a lavagem das fibras que serão colocadas imersas em
água à temperatura ambiente por 24 horas, sendo que seguida serão mantidas em estufa por 48
horas a 30ºC.
Segunda etapa: será destinada a confecção dos blocos, a partir do traço 1:3:6 (cimento, areia,
brita), onde será feita a mistura dos materiais e na sequência será introduzida na mistura uma
percentagem em massa de 0%, 10%, 20% e 30% de EPS e fibras de bagaço da cana-de-açúcar em
substituição parcial dos agregados. Em seguida a mistura será colocada em moldes e de imediato
feita a desmoldagem para a obtenção dos blocos, na qual iniciará o processo de cura, que deverá ser
regado de seis em seis horas com água, de forma a evitar a ocorrência de fissuras e rachas através da
rápida secagem dos blocos.
Terceira etapa: consiste na realização dos ensaios dos blocos em laboratório. Através das amostras
será realizado o ensaio de resistência a compressão aos 7 e 28 dias e é através deste ensaio que se
determinará o modelo de bloco que terá a melhor resistência de acordo com a percentagem de
resíduos incorporados. Tendo em consideração essa descoberta, será realizado o ensaio de absorção
após a imersão dos blocos em água em um período de 24 horas. Por fim serão analisados os
resultados obtidos nos ensaios e será feita uma comparação dos blocos com e sem resíduos na sua
composição, com objectivo de descobrir até que ponto a incorporação do EPS e fibras de bagaço de
cana-de-açúcar poderá melhorar as características físico-mecânicas dos blocos.
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4. RESULTADOS ESPERADOS
Neste capítulo, serão apresentados os possíveis resultados que são esperados a partir da produção
dos blocos de betão com EPS e fibras de bagaço de cana-de-açúcar.
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Para a cronometragem do percurso das actividades, recorreu-se ao diagrama de Gantt, usado para
ilustrar o avanço das diferentes etapas do projecto em função das tarefas e do período de execução
(semanas e meses).
Período: 2020-2021
Tarefas
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Escolha do tema
Revisão bibliográfica
Elaboração do projecto
Entrega do projecto
Revisão bibliográfica
Colecta da matéria-prima
Preparo da matéria-prima
Produção e ensaios das amostras
Analise dos resultados
Elaboração da monografia
Entrega da monografia
Tabela 5 Cronograma do percurso das actividades
Fonte: Autor (2020)
6. ORÇAMENTO DA PESQUISA
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de betão reforçados com fibras de bagaço da cana-de-acúçar
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