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GEOGRAFIA DO AMAPÁ – PROFESSOR FÁBIO CARVAHO – ASP OFPM

O espaço geográfico amapaense: dinâmica sócio-econômica, ambiental e cultural

CLIMA

Condições climáticas: O clima predominante é o Equatorial quente e úmido. A forte incidência


dos raios solares durante o ano determina um forte aquecimento com temperatura variando
entre mínimas de 22º e 23º C e a máxima de 32º e 33º C.O regime pluviométrico apresenta
duas estações: inverno (chamada de chuvosa) que se estende de janeiro a junho com altos
índices pluviométricos que podem ultrapassar 2.500 mm³ por ano; de verão (chamada de
seca) de agosto a dezembro, quando a precipitação diminui para menos de 500 mm³ por ano.

SOLO

Possuem baixa concentração de compostos minerais que servem como nutrientes para a
vegetação, (solos distróficos). Existem poucas áreas de solos eutróficos (ricos em nutrientes).
Os latossolos vermelho amarelo ocupa 50% de seu território são arenosos e argilosos com
baixa fertilidade, além de alto grau de acidez. A retirada da vegetação aumenta a temperatura
do solo e a destruição do húmus, e as camadas mais profundas do solo casais minerais e ferro
sobem causando a laterização do solo, tronando impermeável.

VEGETAÇÃO

 A cobertura vegetal,fisionomicamente, corresponde a dois padrões distintos: o


domínio das formações florestadas e o domínio das formações campestres.
1-FORMAÇÕES FLORESTADAS
 Floresta de Terra Firme
 Floresta de Várzea
 Mata de Igapó
 Manguezal
2-FORMAÇÕES CAMPESTRE
 Cerrado
 Campo de Várzea
FLORESTA DE TERRA FIRME

 Proporcionalmente é maior ecossistema amapaense com aproximadamente 70% de


cobertura, abrangendo principalmente a parte ocidental, apresenta a maior
biodiversidade. Economicamente seu potencial está relacionado a matéria-prima
destinada a indústria madeireira, oleaginosa, medicinal, etc. e como banco
genético.No cenário ambiental, o referido ecossistema, apesar de apresenta marcas de
degradação, em decorrência da extração seletiva de madeiras, devido as atividades da
colonização pioneira da garimpagem/não apresenta grandes impactos ambientas.

 Apresentam grande porte, variando entre 30 e 60 metros; o dossel é contínuo e


bastante fechado, tornando o interior da mata bastante úmido e escuro. Esta
formação está presente nas terras altas da Amazônia e mescla-se com outros tipos de
associações locais, como os campos e os cerrados amazônicos.

 Algumas espécies representativas são: castanha-do-pará, caucho, sapucaia,


maçaranduba, acapu, cedro, mogno, angelim-pedra, paxiúba (palmeira) e figueira
(mata-paus).

FLORESTA DE VÁRZEA

Ocupa área influenciada pelos rios,(4,8% do Estado),em terrenos recentes do canal do Norte
do Amazônas e áreas dos principais rios da região, são sujeitas a inundações periódicas por
ocasião do movimento das marés, Nesse ecossistema há uma exploração empresarial
predatória de madeiras e corte de açaizais, colocando em riscos esse ecossistema e a
sustentabilidade das populações ribeirinhas.

MATA DE IGAPÓ

Caracterizada pelo alagamento permanente ou alto grau de encharcamento do solo durante o


ano todo. Os vegetais característicos do igapó são: aninga, açaizeiro,urucurí,paxiúba,buriti,im-
baúba,etc.Há grandes limitações naturais de uso e ocupação, não apresenta grandes pressões
predatórias. Apresentam áreas descontínuas, de difícil precisão de seus limites e dimensões.
MANGUEZAL

Localizado ao longo da região costeira (2% do Estado) e, por estar ligado à influencia
hidrodinâmica do Amazonas, apresenta um comportamento particular em comparação com os
manguezais de outras regiões costeiras do país. Constitui-se berçário para espécies marinhas,
no Estado há a captura indiscriminada do caranguejo, na região do Sucuriju (município do
Amapá).Pelas limitações naturais que esse sistema apresenta nesta região, para efeito de uso
e ocupação, ainda não existem ocupações predatórias intensas sobre esse ecossistema.
CERRADO

Ecossistema de natureza campestre (vegetação arbustiva e herbácea), cupa aproximadamente


6,5% em uma faixa de norte a sul. Esse ecossistema é alvo de ocupação intensa, para
silvilcutura ( a AMCEL já substituiu mais de 20% da vegetação original, com pinho e eucalipto).
Esse ecossistema concentra muitas essências medicinais e variada fauna. A escala crescente de
ocupação predatória pode representar sérios riscos para o equilíbrio ecológico, para os
núcleos urbanos e para os próprios projetos agrícolas.

CAMPOS DE VÁRZEA OU INUNDÁVEIS

Está bem distribuído no Estado, é submetidos a regimes fluvio-pluviais ligados a um complexo


sistema de drenagem, que envolve cursos d’água de diferentes magnitudes, lagos temporários
e permanente. É utilizado na pecuária bubalina extensiva, é um ecossistema bastante
vulnerável.
RELEVO

O relevo amapaense é pouco acidentado, podendo ser dividido em duas grandes regiões: uma
interna, de relevo suavemente ondulado, com alturas médias de 100 a 200 m,mas que podem
atingir extremos de 500m, constituída por rochas cristalinas metamórficas e cobertas de
floresta densa, onde encontramos os planaltos cristalinos(porção oeste do Estado) com
grandes extensões de colinas e morros como: a Serra do Tumucumaque(540m),Serra
Lombarda,Serra Estrela,Serra Agaminuara ou Uruaitu,Serra do Naucouru,Serra do
Pancada,Serra do Navio,Serra do Iratapuru,Serra dos Mungubas,Serra do Acapuzal,etc.A outra
porção é formada por regiões costeiras de planície, que se estende até o Atlântico,ao leste e
até o Amazonas,ao sul,formada por terrenos baixos e alagadiços e por planícies aluviais nos
baixos e médios cursos dos rios.O relevo do Estado apresenta quatro unidades morfológicas
que podem ser subdivididos da seguinte forma:

-Planície Litorânea(terrenos baixos) e alagadiços;


-Planícies Aluviais nos baixos e médios cursos dos rios;
-Platô Arenítico(estreita faixa situada a oeste da planície litorânea);
-Planalto Cristalino(na porção oeste do Estado) com grandes extensões de colinas e
morrosdenominados por cristais montanhosos.
Os principais montes são: Monte Catari,Monte Carupina, Monte Tipas e Monte Itu.

HIDROGRAFIA

As principais bacias hidrográficas do Estado são a do Araguari e do Amapari.Apresentam


grande potencial energético e hidroviário.Aproximadamente 39% da área de sua bacia
hidrográfica, que ocupa toda a extensão do estado,pertencem à bacia amazônica,enquanto o
restante incorpora-se ao trecho norte e nordeste da bacia do Atlântico Sul.Seus rios mais
extensos são o Jarí,o Oiapoque e o Araguari. O Jarí é o principal tributário do rio Amazonas e o
Oiapoque corre na fronteira com a Guiana Francesa.Destacam-se ainda na bacia hidrográfica
do Estado os rios Calçoene e Maracá.Outros rios importantes são: Vila Nova,Pedreira,
Tartarugal Grande, Cassiporé, Amapá Pequeno e Amapari.

Os lagos mais importantes do Estado são: Lago Novo,Lago dos Bagres,Lago Floriano,Lago do
Vento,Lago Piratuba, Lago Novo,Lagos Duas Bocas,etc. A maioria dos lagos secam durante o
verão, os peixes e outros animais como: tracajás e jacarés,descem para os lagos mais fundos
ou para os rios mais próximos.Na época das chuvas, os lagos enchem e são navegáveis com
canoas.

A Economia no Estado do Amapá

Setor Primário:
Agropecuária:

● Agricultura: se dispersa pela planície litorânea e várzeas dos rios, um dos principais produtos
agrícolas é a mandioca, tendo também destaque as produções de arroz, feijão, milho e cana-de-açúcar.
Vale ressaltar que apesar dos baixos investimentos em tecnologia a produção vem aumentando nos
últimos anos; outro grave problema é a não regularização fundiária da maioria das terras cultivadas o
que impede financiamentos pelos órgãos competentes e ainda a precariedade do escoamento das
produções do interior para os grandes centros populacionais do estado o que vem dificultando o
desenvolvimento da agricultura do Amapá. Enquanto aos impactos ambientais podemos destacar a
utilização descontrolada de agrotóxicos o que pode esta contaminando os vegetais, o solo e os
recursos hídricos prejudicando os seres humanos e a fauna e flora locais.
● Silvicultura: destaques para o cultivo do pinho e do eucalipto em áreas de cerrado nos municípios
de Porto Grande e Tartarugalzinho, que vem provocando a perda da biodiversidade, a diminuição do
lençol freático, o processo de desertificação e o agravamento das questões fundiárias no Amapá.
●Pecuária: é praticada de forma extensiva em áreas de planícies flúvio-marinhas e nos campos de
várzeas, tendo como destaques a criações bubalinas dos municípios de Calçoene e Amapá e da Área
de Preservação Ambiental-APA do Curiaú em Macapá, ressaltando que a carne é comercializada nos
açougues locais e que atualmente a produção sofreu uma significativa queda, pois os órgãos oficiais
fecharam vários matadouros por falta de infraestrutura adequada para o abate dos animais, o que vem
agravando a incidência de carnes clandestinas no Amapá e consequentemente um sério problema de
saúde publica. Os impactos ambientais estão principalmente relacionados ao pisoteamento dos búfalos
que vem provocando a perda da biodiversidade e a salinização dos rios e lagos prejudicando a
economia e a vida social local.

Extrativismo Animal e Vegetal:

●Madeira: destaque para as extrações em áreas de várzeas que abastecem as estancias locais e as
explorações de madeiras seletivas para atender o mercado externo. Entre as principais espécies
podemos destacar o cedro, a macacaúba e a andiroba. E a derrubada indiscriminada dessa vegetação
vem provocando profundas transformações na auna e flora locais.
●Açaí e Palmito: o crescimento da indústria palmiteira vem comprometendo uma das principais
fontes de suplemento alimentar do amapaense; o açaí; em decorrência da exploração predatória e
indiscriminada dos açaizeiros. A produção de açaí também vem sendo comprometida pela ação dos
atravessadores e pela procura nacional e até internacional, o que vem encarecendo o produto final nas
amassadeiras locais.
●Castanha do Brasil: também muito comercializada nos municípios amapaenses, sendo consumida in
natura, na culinária local e recentemente vem sendo aproveitada por algumas empresas de cosméticos
nacionais, com destaque para as comunidades do sul do Amapá no vale do rio Jarí.
●Pesca: é praticada de forma artesanal principalmente nos rios que “cortam” o estado (estuários) e nas
regiões costeiras, visa a auto-sustentação, além de abastecer o mercado local. Sobre a pesca costeira é
possível perceber o descumprimento da lei quando se refere á pesca “industrial”, pois a técnica do
arrastão é considerada predatória, em detrimento da técnica artesanal, e maioria dos barcos pesqueiros
é de outros estados, prejudicando não só o ecossistema local como a economia do Amapá.
●Caranguejo: a coleta merece destaque, pois é praticada principalmente nas áreas dos manguezais, é
feita de forma artesanal é por muito tempo de maneira indiscriminada e voltada para abastecer o
mercado local.

Setor Secundário:

●A indústria no estado é pouco diversificada e com baixo grau de nível tecnológico e está
concentrada nos setores de exploração mineral (Exs: MPBA = ouro, ECOMETALS = manganês e
MMX = ferro); na construção civil (prédios e condomínios) e na indústria de transformação
(AMCEL/CHAMFLORA = celulose e cavaco). A expansão da mesma está limitada pela falta de
infraestrura como: sistema portuário, aeroviário e rodoviário de qualidade, além da carência enérgica,
fato este que pode ser resolvido com a construção da hidrelétrica de Ferreira Gomes, a qual será
abordada adiante.

Setor Terciário:

É o de maior representatividade na economia amapaense. Grande parte da população está empregada


no setor público (economia do contracheque), mas as atividades comerciais e serviços têm gerado
muitos empregos nos últimos anos.
●Comércio: destaque para a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS), que nas
ultimas décadas vem dinamizando a economia do estado, através da redução ou isenção de impostos
como o II (Imposto de Importação), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o ICMS
(Imposto sobre Comercio, Mercadorias e Serviços), é possível presenciar dentro deste setor uma
significativa diversificação de mercadorias para a população, além de absorver um considerável
contingente de mão-de obra nos municípios de Macapá e Santana. Vale ressaltar a migração
desordenada para o estado fruto da implantação da ALCMS, a qual provocou um crescimento urbano
desordenado, uma precariedade dos sistemas públicos e o aumento das criminalidades no estado.
●Turismo: além dos tradicionais pontos turísticos como a Fortaleza de São José de Macapá, o
Monumento Marco Zero do Equador, a Igreja Matriz de São José e do Complexo Beira-Rio; o Amapá
vem despertando uma tendência de crescimento no setor de ecoturismo, pois o estado possui em seu
território importantes expressões naturais como as varias unidades de conservações, as áreas
litorâneas preservadas e os rios encachoeirados em diversos municípios, os quais podem ser utilizados
como trilhas ecológicas e pesca esportiva; vale ressaltar o Surfe na Pororoca conhecido
mundialmente. No entanto ainda temos uma infraestrutura hoteleira ainda precária na maioria dos
municípios, além da dificuldade de locomoção via estradas que se agrava no período do inverno e a
carência de profissionais locais capacitados para atuar no ramo do turismo, isso tudo vem
atrapalhando o desenvolvimento desse setor no Amapá.
●Transportes:
→Hidrovias: á disponibilidade de eixos de deslocamentos utilizando-se os rios interiores e a zona
costeira passam a ser a única via de acesso a várias localidades dentro do estado; as hidrovias ainda
são importantes meios de deslocamentos de pessoas e mercadorias locais, destacando-se as pequenas
áreas “portuárias” do Canal do Jandiá, do Igarapé das Mulheres, do Santa Inês e das Pedrinhas. Além
da principal rota hidroviária do estado com o vizinho estado do Pará, cujas mercadorias nacionais e
internacionais adentram o estado via Porto de Santana.
→Rodovias: as principais cidades se interligam através de eixos rodoviários que em significativos
casos são precários, o que vem dificultando a circulação de pessoas, serviços e mercadorias e assim
prejudicando a integração da economia amapaense. Vale ressaltar o projeto em execução da
integração da economia amapaense ao Platô da Guianas, provocando uma melhora significativa nos
últimos anos da BR-156 no trecho que liga Macapá ao Oiapoque, como parte do projeto da Rodovia
Transguianense, a qual ligará o Amapá a Roraima passando pelo Platô das Guianas aproveitando a
posição geográfica estratégica da região aos mercados caribenhos, norte americanos e europeus,
incrementando a economia da região. Vale ressaltar que tal empreendimento poderá aguçar um forte
interesse de grandes grupos econômicos internacionais em explorar nossa região, provocar um novo
ciclo migratório para o Amapá, principalmente Macapá e Oiapoque provocando novos crescimentos
urbanos desordenados e viabilizar o aumento de crimes internacionais como a biopirataria, o tráfico
de drogas, de armas e de pessoas.
→Ferrovia: existe apenas uma Estrada de Ferro no Amapá, a qual liga os municípios de Serra do
Navio e Santana, ela foi construída na década de 1950 para atender a exploração de manganês pela
Indústria de Comércio e Minério – ICOMI. Atualmente a mesma foi terceirizada, o controle é
exercido pela Mineração e Metálicos S.A - MMX e continua escoando minérios da região central do
estado para o porto de Santana, além de executar o fluxo de pessoas e mercadorias entre as
localidades ao longo do seu trajeto.

A Matriz Energética no Amapá:

● Atualmente o estado necessita de 200 MW/H para atender todos os 16 municípios, nossa produção
máxima hoje é de 240 MW/H, das quais aproximadamente 40% vêm da Hidrelétrica de Coaracy
Nunes - “Paredão” e 60% e viabilizado através das termoelétricas, as quais consomem 800 mil litros
de óleo diesel diariamente, provocando um profundo dano ambiental e dependência econômica dos
derivados de petróleo e encarecendo o custo da energia no estado.
● Hidrelétrica de Ferreira Gomes: localizada também no rio Araguarí, iniciou seu processo de
instalação em 2010, a empresa responsável pela implantação e operação e a Ferreira Gomes Energia
S.A, uma subsidiária do Grupo ALUPAR Investimentos S.A. O custo do empreendimento é de 1,32
bilhões de reais, a potencialidade prevista é de 252 MW/H, a data prevista para o inicio do
funcionamento é dezembro de 2015 e a concessão é de 35 anos.
→ Consequências Econômicas para o Amapá:
- Geração de 2.500 empregos diretos e 7.500 indiretos, incrementando a economia dos munícipios
afetados diretamente pelo empreendimento, os municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes.
- O Amapá receberá até 2015 uma extensão do linhão de Tucuruí, se conectando ao sistema
nacional de energia elétrica da ANEEL, assim o estado poderá exporta energia já que ficará com um
potencial superior a 500 MW/H.
- O estado poderá receber grandes empreendimentos nacionais como internacionais, além do
potencial energético a ser desenvolvido, soma-se a concretização da Rodovia Transguianense e o
projeto que tramita no Congresso Nacional onde o Amapá pode passar a ser uma Zona de
Processamento de Exportação - ZPE (área delimitada onde podem se instalar empresas nacionais ou
estrangeiras, voltadas para industrialização de bens os quais serão obrigatoriamente exportados).

O Projeto do AGRONEGÓCIO no Amapá

♦ Contexto Histórico:
→ A nova Fronteira Agrícola no Amapá é encabeçada pela Sojicultura, a qual é uma consequência
do aumento da demanda por Alimentos Proteicos por parte dos Países Desenvolvidos no Mercado
Internacional, assim, como as vantagens para a plantação da cultura como a fácil adaptação em
diferentes áreas do Brasil e o apoio Governamental; vale ainda ressaltar nossa posição geográfica
estratégica, a concretização da Rodovia Transguianense e a transformação do Amapá em ZPE, fatos
que poderão dinamizar não só o cultivo da soja como também do arroz, do feijão, da melancia e do
milho em nosso estado.
♦ Questionamentos Socioambientais:
→ A “Modernização Conservadora”: está ocorrendo a Expansão dos Latifúndios e a Expropriação
dos Trabalhadores Rurais (conflitos fundiários e uma migração urbana desordenada)
→ Os Agrotóxicos: podem contaminar os solos, os recursos hídricos, os animais, os alimentos e as
pessoas
→ A Compactação e Impermeabilização do Solo: provocando o assoreamento de rios e igarapés
→ O Aparecimento de Novas Pragas ou o Aumento das já Existentes
→ Perda da Biodiversidade Local: o ecossistema escolhido para a implantação do agronegócio foi
o Cerrado
→ Suspeita-se que no Amapá grande parte dos cultivos do agronegócio estão ocorrendo
irregularmente em terras da União (possíveis grilagens) e que também vem ocorrendo um
beneficiamento prioritário para alguns grandes agricultores e políticos locais via financiamentos
bancários para seus empreendimentos, assim, cabe uma maior discussão com a sociedade amapaense
e atenção do Poder Público para que essas irregularidades possam ser sanadas e que todos possam ter
direitos iguais.

Os Grandes Projetos Econômicos e suas Implicações Socioespaciais na Formação Territorial


do Amapá:

O Projeto ICOMI

♦ Contexto Histórico:

→ Mediante a descoberta das jazidas de manganês em 1946 na região central do Amapá,


o Governo Federal abre uma licitação para a exploração do minério , quem vence a
concorrência é a Indústria e Comercio de Minérios–ICOMI, do empresário Augusto Trajano de
Azevedo Antunes o qual se associa a uma empresa norte–americana a BETHLEHEM STEEL para
iniciar o projeto. O direito de exploração foi de 50 anos(de 1953 a 2003), vale ressaltar a
importância do manganês em plena Guerra Fria, estratégico para a Corrida Armamentista e
ainda o por quê da escolha do Amapá, pois o mesmo era desprovido de autoridade político-
administrativa (Território Federal), sem sindicatos, sem organizações sociais conscientes e sem
politização camponesa , ou seja, era mais fácil explorar aqui do que no Pará(Serra dos Carajás)
ou em Matogrosso do Sul(Maciço de Urucum).

INFRAESTRUTURA – ESTRADA DE FERRO DO AMAPÁ


→ Duas Company Towns:Vila Amazonas (Santana) e a Vila de Serra do Navio

→ A Usina de Pelotização (1973 a 1983)

A Revitalização da Área Portuária de Santana e da Hidrelétrica de Coaracy Nunes (Royalties)


Obs: Todas as infraestruturas construídas ou revitalizadas foram prioritariamente para atender
as necessidades do empreendimento.

♦ A Decadência: em dezembro de 1997 a ICOMI anunciou a paralisação das suas atividades no


Amapá, alegando dois motivos oficiais:
→ O alto custo da exploração do minério restante
→ A queda do preço do manganês no mercado mundial

Assim, a empresa mascarava os reais motivos :

→ O fim da Guerra Fria


→ Em 4 décadas a ICOMI explorou a totalidade do minério de alto teor metálico que
aflorava na superfície
♦ As Consequências:

→ O desemprego e a incerteza do futuro econômico do município de Serra do Navio

→ A descaracterização topográfica e do lençol freático no município de Serra do Navio

→ O “cemitério mecânico” e o sucateamento do patrimônio deixado pelo projeto

→ A destruição dos ecossistemas florestais e aquáticos no município de Serra do Navio

→ As contaminações dos recursos hídricos (lençol freático, rios Matapí e Amazonas), do


solo e das pessoas na Área Portuária e nas comunidades do Elesbão I e II no município de
Santana, provocadas pelo ARSÊNIO (rejeito do manganês pelotizado)
Atualidades:

→ Em 2004 a ICOMI foi vendida pelo valor de um real, quem comprou foi a Mineração Alto
Tocantins a qual assumiu o compromisso de reativar a exploração do manganês em Serra do
Navio
→ Após a venda surge um impasse judicial entre Governo Estadual, União e a Prefeitura de
Serra do Navio a respeito de quem seria o dono das infraestruturas deixadas pela ICOMI
→ Em 2005 a Justiça Federal concede a Mineração Alto Tocantins o direito de retomar a
exploração do manganês
→ Em 2008 associação da Alto Tocantins com a ECOMETALS Ltda, formando a “joint venture”
Ecometals Manganês do Amapá Ltda
→ Em 2009 é assinado um Termo de Guarda Provisória concedendo ao Estado e ao município
de Serra do Navio o controle dos bens em questão
→ Em 2010 a União questiona o Termo de Guarda Provisória
→ Em 2011 litigio judicial entre ECOMETATLS e Alto Tocantins = aproximadamente 5 milhões
de toneladas de Manganês

O Projeto JARÍ:

♦ Contexto Histórico:

→ A apropriação do vale do Rio Jarí remonta ao período colonial quando Padres Capuchos
e Soldados da coroa portuguesa fundaram no que hoje é o município de Almerim (PA) um
Forte Primitivo; no final do século XIX fruto da exploração dos seus trabalhadores e de títulos
de terras duvidosos José Julio de Andrade constitui um dos maiores latifúndios da Amazônia
para a exploração da borracha natural e da castanha; em 1945 um conglomerado norte-
americano encabeçado por Daniel Ludwig apropria-se do mega-latifundio de José Julio e ainda
aumenta o império territorial no vale do Rio Jarí, é este senhor dos Estados Unidos da América
que se apropriou ilegalmente de grande parte da Amazônia que vai ser o mentor e o fundador
do projeto JARI
As Dualidades do Projeto Jarí :
No Amapá:
→ Plantações de Pinus(Laranjal do Jarí)
→As Reservas de Caulim (Morro do Felipe em Vitória do Jarí)
No Pará:
→ A fábrica-CADAM (Almerim)
→O Porto de Exportação (Almerim)
→Duas Company Towns: Monte Dourado e Munguba (Almerim)

CADAM
Monte Dourado

Munguba
Laranjal do Jarí

Vitória do Jarí
O Projeto JARÍ:

→ O fracasso das primeiras plantações homogêneas de Gmelina Arbórea (pinho do Panamá)


que foram atacadas por fungos e tiveram problemas de adaptação ao solo.

→ A precariedade do abastecimento energético, o Governo dos Militares não autorizou a


construção da hidrelétrica na Cachoeira de Santo Antônio, fato que obrigou Ludwig a buscar
uma termoelétrica do Japão, a qual funcionou no primeiro momento com as plantações de
pinho que não deram certo, mas depois passaram a usar derivados de petróleo o que fez
aumentar ainda mais os custo do empreendimento

→ O pólo agropecuário não encontrou mercados de consumo no exterior

→ A campanha militar a “ameaça estrangeira” fez com que o Governo não regulariza-se
a situação fundiária do projeto

Obs: Assim pode-se perceber que as matérias-primas para o projeto saem do Amapá e são
beneficiadas e exportadas pelo Pará, os empregos e as infraestruturas que geram
desenvolvimento econômico e social também ficam do lado paraense; para o Amapá restou a
mão-de-obra excedente a qual não foi absorvida pelo projeto e se estabeleceu ao longo do Rio
Jarí do lado amapaense, constituindo um processo de favelização conhecidos como Beiradão e
Beiradinho, locais onde um “caos público” se instalou constantemente e vale ressaltar a
fumaça e o mal cheiro oriundo da CADAM e que vem para o lado amapaense.

♦ A Nacionalização:
→ Em 1982 o Governo dos Militares vai nacionalizar o Projeto Jarí, pois através do Banco
do Brasil (BB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai
indenizar Daniel Ludwig com o valor de 80 milhões de dólares e vai cobrir as dividas da JACEL
no valor de 200 milhões de dólares; quem comprou o empreendimento foi o grupo CAEMI
liderado por Augusto Trajano de Azevedo Antunes

♦ Atualidades:

→ Em 1999 em uma jogada mas política do que econômica intermediada informalmente


pelo senador José Sarney o Grupo ORSA de São Paulo compra a JACEL por um valor simbólico
de 1 real e assumiu as dividas de 415 milhões de dólares da empresa

→ Em 2000 a Agencia Nacional de Energia Elétrica -ANEEL autorizou os primeiros estudos


para a construção da hidrelétrica na Cachoeira de Santo Antônio, os quais apontavam para a
construção em Fio D`água, ou seja, sem alagamentos e utilizando-se apenas da força da queda
de água da cachoeira no inverno

→ Em dezembro de 2010 ocorreu o leilão para a construção, produção e venda do projeto


da hidrelétrica na Cachoeira de Santo Antônio, o Consórcio Amapá Energia formado pela E.C.E
Participações S.A e pela Jarí Energética S.A ganhou a licitação, tendo o direto de explorar por
30 anos e o prazo máximo para o funcionamento é janeiro de 2015, no inicio de 2011
ocorreram as audiências públicas onde o EIA/RIMA(Estudo de Impacto Ambiental/Relatório
sobre Impacto no Meio Ambiente) foram apresentados as comunidades afetadas pelo projeto,
onde se apresentou o custo de 2,5 bilhões de reais, a produção de 370 mw/h e a inundação de
31km²

Cachoeira de Santo Antônio


Os Projetos ANCEL e CHAMFLORA:

♦ Contextos Históricos:

→ AMCEL: a Amapá Celulose foi criada em 1976 pelo Grupo CAEMI, sua sede fica
localizada no município de Porto Grande, mas com equipamentos industriais em Santana e
mais de 400 mil hectares em terrenos nos municípios de Porto Grande e Tartarugalzinho, atua
nas silviculturas do Pinho e do Eucalipto voltados para a produção de celulose e cavaco

→ CHAMFLORA: é subsidiária da multinacional norte-americana Champion Papel e


Celulose ou Internacional Papers, apresentou-se no estado em 1995 com a proposta de
implantar dos pólos de desenvolvimento econômico: um Projeto de Reflorestamento de Pinho
e Eucalipto em 100 mil hectares e um Projeto Industrial onde se produziria Celulose e Cavaco
voltados para a exportação

♦ As Irregularidades:

→ AMCEL:

● O “Fato Consumado”, a empresa iniciou o plantio sem ter os títulos de posse das
terras e sem a licenças dos órgãos oficiais

● A criação de “Empresas Fantasmas” para constituir o seu grande patrimônio territorial

● E o Superfaturamento dos Financiamentos concedidos pelo Governo Federal

→ CHAMFLORA:

● Em agosto de 1995 no Fórum da Sociedade Civil Organizada, coordenado pela


Comissão Pastoral da Terra - CPT , a SEMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) foi obrigada
a indeferir o pedido de Licença Prévia solicitada pela CHAMFLORA, pois a CPT argumentou a
não apresentação do EIA/RIMA da empresa

● Em novembro de 1995 o Fórum acusa a CHAM FLORA de cometer a “Expulsão Branca” de


agricultores e levanta suspeitas de Grilagem de terras públicas, fatos que levaram a formação
de uma Comissão Parlamentar e Inquéritos Civis Públicos no Ministério Público Federal e na
Procuradoria Geral do Estado

● Em janeiro de 1996 o Fórum apresentas os resultados, confirmando as acusações feitas


a CHAM FLORA

● Em abril de 1996 a CHAMFLORA apresenta o seu EIA/RIMA

● Em maio de 1996 a CPT levanta novos questionamentos de irregularidades no EIA/RIMA


apresentado, a SEMA concede um período para a defesa da empresa, a mesma não responde
e o pedido de licença é indeferido mais uma vês

● Em julho de 1996 sobre a pressão de novas acusações de irregularidades a CHAM FLORA


suspende oficialmente a tramitação de licenciamento do seu projeto no Amapá
♦ “ A Jogada ”:

→ Em 13 de novembro de 1996 a CHAMFLORA adquiriu as ações da AMCEL, assim a


empresa conseguiu:

● Manter o seu Projeto Global

● Mostrar que veio para ficar e fortalecer a sua imagem

● Desviar a atenção da opinião pública a respeito das irregularidades do primeiro


projeto

♦ Atualidades:

→ Em 1999 a CHAMFLORA apresentou um novo projeto de florestamento em área dita


“regular” , dessa vez a empresa apresenta o seu novo EIA/RIMA através das audiências
públicas, fatos que levam ao COEMA (Conselho Estadual de Meio Ambiente) em consenso com
a SEMA a viabilizar a Licença Prévia para o empreendimento

→ “Inexplicavelmente” em setembro de 2000 a SEMA concede a CHAMFLORA a Licença


de Instalação, tal procedimento sofreu severas críticas pela sociedade civil organizada no
estado, aliado a novas denuncias de irregularidades no projeto feitas pala CPT a Licença de
Instalação não foi renovada em 2001

→ No final de 2006 a Internacional Papers vendeu as ações da AMCEL para um


conglomerado japonês encabeçados pela Nippon Papers e Marubeni Corporation

♦ Impactos Socioambientais Provenientes da Silvicultura do Pinho e do Eucalipto no Espaço


Amapaense:

→ Questões Fundiárias: expropriação dos pequenos agricultores e consequentemente


migração para os centros urbanos

→ Perda da Biodiversidade: destruição de 20% da cobertura vegetal natural do cerrado


amapaense, provocando a destruição da fauna e flora neste ecossistema

→ Diminuição do Lençol Freático: como o pinho e o eucalipto necessitam de muita água


para se desenvolver eles vão buscar no subsolo

→ Formação de Microclimas: ao consumirem mais águas esses vegetais transpiram mais,


provocando uma umidade maior para as áreas atingidas pela silvicultura modificando o
ecossistema natural

→ O Processo de Desertificação: a silvicultura necessita de muitos nutrientes para se


desenvolver, e como o solo do cerrado já é pobre aumenta a perda dos
microorganismo(erosão) tornado-o cada vês mais arenoso
O Projeto AMAPARÍ:

♦ Contextos Históricos:

→ Criado pela ANGLOGOOD (na época a maior mineradora do mundo) e gerenciado


inicialmente pela Mineração ITAJOBI, com sede em Pedra Branca do Amaparí, mas vale
ressaltar que o município de Serra do Navio também sofre influencia do projeto (cidade
dormitório); os estudos de prospecções iniciaram em 1994 e o EIA/RIMA foi
apresentado,modificado e aprovado no período entre o final do século XX e inicio do XXI, a
área pretendida era de 100km² no entanto só obtiveram 30km²

♦ Objetivo:

→ Extração do Minério de OURO , cujo o produto final serão barras de ouro que
passaram por processo de purificação em refinarias de São Paula e Minas Gerais

O Projeto AMAPARÍ:

♦ Impactos Socioambientais:

→ O Desmatamento para a implantação das infraestruturas em Pedra Branca,


provocando a destruição da fauna e flora local

→ Ocupações Ilegais de terras, fato denunciado pela CPT

→ Expropriação de Camponeses, provocando conflitos fundiários na região

→ Processo de imigração desordenada para o município de Pedra Branca do Amaparí,


provocando inúmeros problemas sociais
♦ Atualidades:

→ Mediante a descoberta de jazidas maiores na América Central a ANGLOGOLD se


retirou do projeto e hoje o controle é exercido pela Mineração Pedra Branca do Amaparí –
MPBA, a qual iniciou a produção em setembro de 2005

O Projeto MMX:

→ A MMX – Mineração e Metálicos S.A é mais um empreendimento do bilionário brasileiro


Eike Batista, foi criada em 2005 e atua nas áreas de mineração, metálicos e logísticas, formada
por um sistema integrado que atua desde a extração do minério de Ferro até o seu
beneficiamento em Ferro-Gusa ou em Aço, possui três unidades: a MMX Corumbá, a MMX
Minas-Rio e a MMX Amapá

♦ O Sistema MMX Amapá:

→ É composto pelo controle da Estrada de Ferro do Amapá, um Terminal Portuário


em Santana e a Mina Amapá no município de Pedra Branca do Amaparí, ainda prevê a
instalação de uma Planta de Ferro – Gusa e uma Unidade de Produtos Semi-Acabados no
referido município, às estimativas são de 2 milhões de toneladas anuais de Ferro – Gusa e de
6,5 milhões de toneladas anuais de minério de Ferro, vale ressaltar que a empresa utiliza
algumas infraestruturas deixadas pela ICOMI como a ferrovia e parte das company towns em
Serra do Navio
♦ Impactos Socioambientais:

→ O Desmatamento para a implantação das infraestruturas em Pedra Branca,


provocando a destruição da fauna e flora local

→ A Destruição Parcial de um Sítio Arqueológico durante o processo de instalação de suas


infraestruturas, fato este denunciado pelo IPHAN(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional)

→ Utilização irregular de terras da União

♦ Atualidades :

→ O projeto pode se beneficiar com a provável transformação do Amapá em Zona de


Processamento de Exportação-ZPE

→ Em 2008 a ANGLO AMÉRICAN comprou 70% da MMX Amapá e 51% da MMX Minas-
Rio, constituindo um novo empreendimento denominado de IRONX, o valor do negócio foi de
5,5 bilhões de dólares

COMÉRCIO DE MACAPÁ E SANTANA-ALCMS:

♦ Contexto Histórico :

→ A implantação da ALCMS está inserida no contexto da constituição de 1988 quando o


Amapá passa a ser Estado e mediante essa nova prerrogativa o Governo Federal vai propor
uma nova dinâmica de desenvolvimento econômico e social para os recém estados criados na
Amazônia, assim, em 1991 a União decreta a instalação da ALCMS, sendo a mesma
juridicamente controlada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus-SUFRAMA e com a
suspensão do Imposto de Importação-II e do Imposto sobre Produtos Industrializados-IPI
mediante as mercadorias estrangeiras que entram em sua área de abrangência

Obs: Percebeu-se que essa nova dinâmica foi utilizada por elites políticas locais e nacionais
como plataformas de campanhas nas primeiras eleições dos novos estados amazônicos, no
caso do Amapá podemos destacar a candidatura do Senador José Sarney

♦ Consequências Socioambientais:

→ O Incremento do Setor Terciário: com destaque para o comércio, com o dinamismo das
Importadoras

→ O Crescimento do Trabalho Informal

→ Um Intenso Processo de Imigração: pessoas oriundas da região Nordeste mas


principalmente do Pará vieram em busca de empregos

→ Crescimento Urbano Desordenado: intensos processos de favelização e periferização,


os quais foram agravados pela falta de um planejamento urbano eficaz por parte do poder
público

→ Caos nos Sistemas Públicos: ligações clandestinas de água e luz, aumento das
ocorrências policiais, insuficiência de médicos e leitos

♦ Atualidades:

→ No final do século xx o Governo Federal buscando minimizar o Déficit na Balança


Comercial brasileira passa a investir cada vez menos nas Áreas de Livre Comercio, assim vão
surgir novas propostas de desenvolvimento econômico para o Amapá

→ Uma dessas propostas seria a transformação da ALCMS em uma Zona de Processamento


de Exportação-ZPE (área delimitada onde podem se instalar empresas nacionais ou
estrangeiras, voltadas para industrialização de bens os quais serão obrigatoriamente
exportados)

O Projeto da RODOVIA TRANSGUIANENSE:

♦ Contexto Histórico:

→ No final do século xx voltou-se a se falar da tal posição geográfica estratégica do


Amapá em relação a grandes mercados de consumos mundiais, e finalmente formulou-se uma
proposta concreta dentro de um cenário globalizante de desenvolvimento econômico mutuo
entre o Brasil e os países que compõe o Platô das Guianas, aproveitando-se a proximidade
dessas regiões dos mercados da América do Norte, do Caribe e da Europa, possibilitando o
surgimento de um novo pólo de exportações na América do Sul
O Projeto da RODOVIA TRANSGUIANENSE:

♦ A Rodovia:

→ Ligará Macapá(AP) pela BR-156 até o município de Oiapoque(AP) onde já foi construída a
ponte que nos liga a Guiana Francesa e ai a rodovia chega até a capital Caiena, de lá continua e
corta o Suriname passando por Paramaribo e prossegue até Georgetown na Guina e
finalmente retorna ao Brasil chegando até Boa Vista em Roraima

♦ Questionamentos :

→ Positivos:

● Aumento das Exportações das Regiões Afetadas pela Rodovia

● A Instalação de Grandes Empresas Nacionais e Internacionais

● Geração de Emprego e Renda locais

● Possíveis Melhorias nos Sistemas Públicos

→ Negativos:

● A Falta de Investimentos dos Governos Federal e Estadual no asfaltamento da BR-156


e na construção de Postos de Fiscalização e na Contratação de Policiais para os serviços na
Rodovia

● A Amazônia Globalizada: forte interesse de Grandes Grupos Econômicos


Internacionais em Explorar nossa Região

● Um Novo Ciclo Migratório para o Amapá: principalmente Macapá e Oiapoque


provocando novos crescimentos urbanos desordenados
● O Aumento de Crimes Internacionais como: Biopirataria, Tráfico de Drogas, de Armas
e de Pessoas

O Projeto do AGRONEGÓCIO:

♦ Contexto Histórico:

→ A nova Fronteira Agrícola no Amapá é encabeçada pela Sojicultura, a qual é uma


consequência do aumento da demanda por Alimentos Protéicos por parte dos Países
Desenvolvidos no Mercado Internacional, assim, como as vantagem para a plantação da
cultura como a fácil adaptação em diferentes áreas do Brasil e o apoio Governamental ; vale
ainda ressaltar nossa posição geográfica estratégica, a concretização da Rodovia
Transguianense e a transformação do Amapá em ZPE, fatos que poderão dinamizar não só o
cultivo da soja como também do arroz, do feijão, da melancia e do milho em nosso estado

♦ Questionamentos Socioambientais:
→ A “Modernização Conservadora”: está ocorrendo a Expansão dos Latifúndios e a
Expropriação dos Trabalhadores Rurais(conflitos fundiários e uma migração urbana
desordenada)

→ Os Agrotóxicos: podem contaminar os solos, os recursos hídricos, os animais, os


alimentos e as pessoas

→ A Compactação e Impermeabilização do Solo: provocando o assoreamento de rios e


igarapés

→ O Aparecimento de Novas Pragas ou o Aumento das já Existentes

→ Perda da Biodiversidade Local: o ecossistema escolhido para a implantação do


agronegócio foi o Cerrado

♦ Atualidades:

→ Suspeita-se que no Amapá grande parte dos cultivos do agronegócio estão ocorrendo
irregularmente em terras da União (possíveis grilagens) e que também vem ocorrendo um
beneficiamento prioritário para alguns grandes agricultores e políticos locais via
financiamentos bancários para seus empreendimentos, assim, cabe uma maior discussão com
a sociedade amapaense e atenção do Poder Público para que essas irregularidades possam ser
sanadas e que todos possam ter direitos iguais.

Agradecimento: Ao Professor Alan Paixão por ceder gentilmente seu material.

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