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FORTIFICAÇÕES
Vários fortes foram estabelecidos na Amazônia durante a colonização portuguesa, a fim de manter os espaços conquistados e
efetivar a posse. As fortificações foram estabelecidas em pontos estratégicos, ao longo das vias fluviais, dominando a embocadura
dos rios e, em consequência seu curso. Os portugueses selecionaram as regiões mais longínquas, os pontos mais favoráveis, os
locais de passagem obrigatórios e os ocuparam com destacamentos militares.
A partir do séc. XVII, duas importantes medidas foram tomadas pela coroa ibérica:
1ª Medida: Natureza Militar
1616 – A edificação do forte do presépio que deu origem a cidade de Belém do Pará.
2ª Medida: Natureza Administrativa
A divisão da colônia (Brasil) em duas regiões administrativas
Estado do Maranhão – do Pará ao Ceará
Estado do Brasil – Rio Grande do Norte a Santa Catarina
A defesa da região só seria possível com o povoamento da região, principalmente na desembocadura do Rio Amazonas, assim o
governo iniciou o estabelecimento de vários destacamentos militares pela Amazônia, para evitar invasões estrangeiras.
As fortificações no Amapá não foram apenas iniciativas dos portugueses.
1631 – Assume o Estado do Maranhão e Grão-Pará o governador Feliciano Coelho de Carvalho, com a missão de continuar a luta
contra as invasões estrangeiras na Amazônia.
1632 – Foi construído pelos ingleses o forte do cumaú, localizado no município de Santana. No mesmo ano foi destruído pelos
portugueses que mataram e aprisionaram os ingleses.
1688 – O governado do Maranhão e Grão-Pará, Antônio de Albuquerque de Carvalho, acatando as ordens do rei de Portugal Dom
Pedro II (1683 – 1706), mandou levantar a fortaleza de Santo Antonio de Macapá sobre as ruínas do forte cumaú.
1761 – O governado do Maranhão e Grão-Pará, Bernardo de Melo e Castro, deu ordem para que fosse construída uma vigia à
margem direita do Rio Curiaú, na confluência do Amazonas (vigia do Curiaú).
CONTESTADO
1605 – Os franceses se estabelecem na Ilha do Mocambo, que a denominando de Caiena.
1691 – O Marquês De Ferrolles enviou um comunicado ao governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará, discutindo a questão
fronteiriça entre a Guiana Francesa e o Brasil pelo Rio Amazonas.
1697 – Os franceses invadem a região do Cabo Norte apoderando-se da fortaleza de Sto Antonio de Macapá e de Parú, mas no
mesmo ano foram expulsos para Caiena.
04 de março de 1700 – Tratado Provisional, onde neutralizava a área entre os rios Oiapoque e Araguari.
11 de abril de 1713 – Tratado de Utrecht estabelecia o limite entre a Guiana Francesa e o Amapá pelo Rio Oiapoque e que a
França abdicava das terras em litígio.
OBS: após a independência do Brasil a França voltou a questionar os limites.
1835 – Com a eclosão da Cabanagem no Pará, os franceses estabeleceram uma guarnição militar próximo ao lago dos bagres no
município de Amapá.
OBS: temendo o avanço o governo brasileiro criou a colônia Militar Dom Pedro II à margem esquerda do Araguari em 1840.
1841 – Os franceses resolveram desocupar o território ocupado e no mesmo ano à área voltou a ser neutralizada, agora com cada
país tinha um representante na área litigiosa.
1855 – O Visconde de Uruguai começa a questão diplomática, pois o Brasil não aceitava a argumentação francesa de o rio
Oiapoque não era o mesmo que o Vicente Pinzón. Sem vitória alguma, mas não cede as pressões da França e a questão fronteiriça
fica a ser resolvida.
1885 – O francês Jules Gros funda a República do Cunani na Vila do Cunani, que aproximadamente 600 habitantes, cujo território
correspondia do rio Oiapoque ao Rio Araguari.
1887 – A coroa francesa acaba com a República do Cunani que tinha sede de direito em París e de fato na Vila do Cunani.
1892 – Ocorreu uma tentativa de reinstalar a República no contestado, agora o idealizador era o francês Adolf Brezt naturalizado
brasileiro.
1893 – É descoberto ouro na região do Calçoene pelos irmãos Germano e Firmino Ribeiro.
1894 – O Capitão Eugéne Voissen representante francês na área contestada, proíbe os brasileiros de entrarem nas minas.
1894 – É criado o Triunvirato composto por:
Francisco Xavier da Veiga Cabral (Cabralzinho)
Cônego Domingos Maltez
Desidério Antonio Coelho
OBS: o triunvirato proíbe os franceses de entrarem nas minas e prende a mando de Cabralzinho, o representante do governo
francês no contestado o negro brasileiro Trajano Benitez.
15 de maio de 1895 – Os franceses invadem a Vila do Espírito Santo do Amapá para resgatar Trajano e prender Cabralzinho e
entra em conflito com os brasileiros moradores da localidade, o conflito deixa aproximadamente 39 mortos do lado brasileiro e um
rastro de destruição na Vila e mesmo assim Cabralzinho é condecorado General Honorário do Exército Brasileiro e Herói
Nacional pelo governo brasileiro. A partir desse episódio Brasil e França decidem reabrir as negociações para definição da
fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa, do lado brasileiro é escolhido o Barão do Rio Branco.
01 de dezembro de 1900 – Saí o Laudo de Berna (ou Suíço) em favor do Brasil, dizendo que o rio Vincete Pinzón era o mesmo
Rio Oiapoque e a mesma fronteira do tratado de Utrecht, assim o Amapá é incorporado de vez ao Estado do Pará.