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HISTÓRIA DO MARANHÃO

MARANHÃO
ETIMOLOGIA

Não há uma hipótese consensual para a origem do nome do estado do Maranhão. As teorias mais
aceitas são: referência à expressão em língua tupi, "Mar'Anhan", que significa "O mar que corre";
Maranhão era o nome dado ao Rio Amazona pelos nativos da região antes da chegada dos navegantes
europeus (nos países Andinos é chamado de rio Maranhão, ao entrar no Brasil muda para rio
Solimões, na confluência com o rio Negro muda para rio Amazonas); relação com Rio Marañon, no
Peru; o estado ter um "emaranhado" de rios.
Em 1720, o jesuíta Domingos de Araújo, publicou a obra "Crônica da Companhia de Jesus da Missão
do Maranhão", na qual sustentou que o nome foi dado por uma expedição enviada por Cristóvão
Jacques, que ao ver o Rio Amazonas o descreveu como "Maranhão" (grande mar).
No contexto da história do Brasil, a primeira referência à região como sendo o Maranhão ocorreu na
época antes da criação das Capitanias Hereditárias, chamada de Conquista do Maranhão, em seguida
foram criadas as duas seções da Capitania do Maranhão, em 1534.

PERÍODO PRÉ – CABRALINO

Na época do Descobrimento do Brasil, o atual Estado do Maranhão era povoado por diferentes
tribos indígenas. Os primeiros habitantes do Maranhão faziam parte de dois grupos indígenas: os
Tupis e os Jês. Os tupis habitavam o litoral. Já os jês habitavam o interior. Os dois povos indígenas
que pertencem ao grupo tupi são os Guajajaras e os Urubus. Os Guajajaras e os Urubus apenas foram
pacificados em pleno século XX. Os dois povos indígenas do grupo Jê são os Timbiras e os
Sacamecras. Diversas tribos do Piauí entraram no Maranhão. Isso ocorreu no século XVIII. Naquela
época, esses povos indígenas piauienses escaparam para evitar que os brancos os caçassem.

PERÍODO PRÉ-COLONIAL DO MARANHÃO (1500-1612)

Podemos considerar o período Pré-Colonial do Maranhão, o momento compreendido entre a


chegada de Cabral no Brasil, em 1500, e a invasão francesa no Maranhão em 1612. São poucas as
informações que dispomos desse período. Mas é sabido que a costa norte do Brasil foi alvo de algumas
incursões no século XVI.
Em 1534, o governo português dividiu o Brasil em vários lotes, as capitanias hereditárias.
A Capitania do Maranhão foi divida em duas seções, a primeira estava localizada no extremo leste da
ilha de Marajó (PA) à foz do rio Gurupi (PA/MA) cedida aos donatários Joao de Barros e Aires da
Cunha, a segunda seção situava-se à foz do rio Gurupi (PA/MA) a Parnaíba (PI) e era cuidada por
Fernão Alvares de Andrade. João de Barros, Álvares de Andrade e Aires da Cunha juntaram suas
fortunas e esforções enviando uma frota de dez navios, 900 pessoas e aproximadamente 100 cavalos
para colonizar o Maranhão. A empresa terminou em desgraça: Aires da Cunha morreu em um
naufrágio e, depois de três anos de lutas com os nativos, apenas 200 sobreviventes retornaram a
Portugal. Em 1554, Luis de Melo tentou colonizar a região, mas acabou naufragando.

FRANÇA EQUINOCIAL (1612-1615)

Antecedentes: No final do século XVI, Jacques Riffault e Charles desVaux chegam ao


Maranhão na ilha de Upaon-Açu (Ilha Grande) São Luís, e mantém contatos com os índios.
Entusiasmado, desVaux retorna à França e revela ao rei Henrique IV o potencial do Maranhão. O rei
envia imediatamente uma expedição de reconhecimento para confirmar as informações de desVaux.
O assassinato de Henrique IV, na França projetou a ascensão de Maria de Médicis, que deu
continuidade ao projeto, já que Luis XIII, herdeiro do trono, contava com pouca idade para governar
o país.
A empresa marítima desperta interesse de particulares calvinistas como o banqueiro Nicolau de
Harley e de François de Rasilly que, em conjunto com a coroa francesa, disponibilizaram recursos
necessários ao êxito do empreendimento, cujo objetivo central era fundar uma colônia francesa na
“linha equinocial”.

Motivos para a invasão:


• Vulnerabilidade da costa norte; ausência de colonização luso-espanhola.
• Boa posição geográfica em relação à Europa;
• Potencial econômico da região;
• Desejo de um domínio colonial na América do Sul.

Líder da esquadra: Daniel de La Touche. Em julho de 1612, os franceses desembarcam na ilha


de Upaon-Mirim (Hoje ilha de Santana), transferindo-se a seguir para Upaon-Açu, onde fundam o
forte de São Luís, em homenagem ao rei francês Luís XIII. O forte ficava estrategicamente entre os
rios Anil e Bacanga, de frente ao Golfão Maranhense, mantendo uma visão privilegiada e estratégica
de parte do litoral da ilha.

O governador-geral Gaspar de Sousa enviou ao Maranhão uma expedição comandada por


Jerônimo de Albuquerque, com o objetivo de expulsar os franceses.
Obs: Batalha de Guaxenduba (“Jornada Milagrosa”)-1614. Os franceses que tinham mais
homens e melhor infraestrutura foram derrotados pelos portugueses. Alguns historiadores
mencionam a intervenção de uma santa, que teria garantido a vitória dos portuguesa.
Local: Cidade de Icatu (MA).
Portugueses+Tabajaras X Franceses+Tupinambás

MARANHÃO NO PERÍODO COLONIAL


A expulsão dos franceses do Maranhão demonstrou que era necessária e urgente a colonização
do Maranhão. A primeira intervenção foi transformar a capitania do Maranhão em capitania Real, ou
seja, subordinada diretamente à Coroa portuguesa. A elevação do Maranhão a capitania não resolveu
a problemática da colonização. Em 1618, por documento régio, o governo decidiu-se pela criação do
Estado Colonial do Maranhão, mas seu estabelecimento só ocorreu em 1621. Jerônimo de
Albuquerque foi o primeiro capitão-mor.
Razões para a sua criação:
• Grande extensão territorial da costa norte; o que tornava a região vulnerável para o corso
francês, holandês e inglês.
• Desejo de uma saída fluvial para a região do Potosí;
• Impossibilidade de colonização do norte pela Bahia; isolamento em relação ao centro-
sul da colônia.
• Necessidade de colonização para efetivar a exploração econômica da região. Região
rica em drogas do sertão e com abundância de rios, bom clima e boa terra , o que
possibilitava a montagem de uma exploração agrícola.

O Estado do Maranhão era independente do estado do Brasil, possuindo estrutura própria de


funcionamento. A extensão do Estado Colonial do Maranhão compreendia terras que ia do Rio
Grande do Norte ao vale Amazônico.
Em 1751, mudança da nomenclatura, passou a ser o estado do Grão-Pará e Maranhão, com
capital em Belém.
Em 1772, a região recebeu uma nova organização administrativa, repartindo-se em dois estados:
Estado do Grão-Pará e Rio Negro e o Estado do Maranhão e Piauí. Esses estado foram extintos em
1777.

COLONIZAÇÃO DO SÉCULO XVII - CARACTERÍSTICAS

A exploração econômica no século XVII girou em torno: economia totalmente atrelada ao setor
primário (caça, pesca, coleta, agricultura de subsistência, etc.
• pequena lavoura;
• pouco comércio; frágil comércio com a metrópole.
• extrativismo vegetal; drogas do sertão (guaraná, salsaparrilha, anil, cravo, pimenta,
cacau, urucu, andiroba, etc.)
• caça e pesca.

A agromanufatura açucareira não alcançou no Maranhão o mesmo êxito que em Pernambuco e


Bahia, embora alguns engenhos tenham sido erguidos na região.
Obs: os verdadeiros elementos da povoação e colonização encontram-se nas expedições
militares, nas remessas de tropas, casais de colonos açorianos e degredados.
A ocupação não foi imediata, ao contrário foi muito lenta. É válido lembrar que inúmeros fortes
foram fundados no Maranhão (Sardinha, São José do Itapari, Santa Maria, Calvário).
Instalou-se a Câmara Municipal de São Luis, a 4ª mais antiga do Brasil, em 1619.
O Maior problema do Maranhão no século XVII foi a falta de braços escravos africanos para a
lavoura, pois além da oferta ser irregular, era pouca e os preços eram altíssimos. Nessas condições os
colonos buscaram os índios, o que levou ao acirramento dos conflitos com os jesuítas.

INVASÕES HOLANDESAS (1641 A 1644)


Em novembro de 1641, 18 navios e 2 mil holandeses desembarcam na praia do Desterro, onde
não encontram qualquer resistência dos portugueses.
Após desembarcarem, os holandeses saquearam a igreja, o comércio e as casas, obrigando a
população a entregar dinheiro e mantimentos. Muitos fogem da cidade. Em seguida os holandeses
conquistam os engenhos do Itapecuru e Mearim. Depois Tapuytapera (Alcântara).
O domínio holandês no Maranhão foi curto (1641-1644). Os colonos organizaram-se contra o
domínio holandês, o que foi possibilitado pela união de colonos e jesuítas. Comandados por Teixeira
de Melo e Antônio Muniz Barreiros, os flamengos foram derrotados nas batalhas do Convento do
Carmo e Outeiro da Cruz. Sendo expulsos definitivamente em 1644.

REVOLTA DE BECKMAN (1684)


Em 1625 é fundada a missão jesuítica do Maranhão com a chegada do padre Luis Figueira e
consolidada a missão com o padre Antônio Vieira., iniciando um longo conflito em torno da
escravidão e tutela dos índios que envolveu colonos e os padres jesuítas e se arrastou pelo século
XVII e XVIII.
A escravidão dos indígenas foi largamente utilizada, na medida em que o braço africano era
insuficiente, ou mesmo nas regiões onde praticamente não havia escravos, como é o caso do
Maranhão, até a primeira metade do século XVIII. O isolamento da regiãocom o centro colonizador
tornaram o Maranhão carente de mão-de-obra negra, daí a necessidade da escravidão indígena pelo
colono.
Causas:
• a ausência de escravos africanos;
• os conflitos entre colonos e jesuítas;
• o estanco colonial exercido pela Companhia de Comércio do Estado do Maranhão.
• desmandos e abusos cometidos pelas autoridades locais. O governador Francisco de Sá
Menezes governava o Maranhãoe residia em Belém.

Líderes: Manuel Beckman, Tomás Beckman, Jorge Sampaio, Eugênio Maranhão, Francisco
Deiró.
Ações: deposição do governador, expulsão dos jesuítas, fechamento dos armazés da companhia
de comércio, formaram uma Junta Governativa e envio de Tomás Beckman a Metrópole.
Execuções: Manuel Beckman e Jorge Sampaio.

PROCESSO DE OCUPAÇÃO DO MARANHÃO

Linhas da colonização do Maranhão:

• Frente Litorânea: a partir do século XVII, alcançando os rios Pindaré, Mearim,


Itapecuru e Munim. Estimulada pelo Estado português.
• Frente Pastoril: por volta de 1730, através dos Pastos Bons. Iniciativa privada.

O Maranhão se articula com o Nordeste açucareiro através da pecuária. Até a metade do século
XIX, o centro-sul do Maranhão era mais articulado com a Bahia e Goiás do que a São Luís. No final
do século XVIII, há registros de 203 fazendas de gado no Maranhão. 44 estavam em Pastos Bons.
Houve o desenvolvimento de alguns centros de comércio devido a pecuária; além de Pastos
Bons, Carolina e Balsas.
Passada a euforia da expansão do gado, entre o século XVIII e XIX, a pecuária maranhense
enfrentará uma grave crise no segundo quartel do século XIX.

POLÍTICA POMBALINA NO MARANHÃO.

A segunda metade do século XVIII será identificada como a fase da história responsável pela
projeção do Maranhão no cenário nacional e internacional. Tudo isso é consequênciaimediata do
período pombalino, cuja política efetivada pelo Marquês de Pombal retirou o Maranhão da situação
de pobreza e o colocou como uma área importante da economia colonial, a partir de uma nova
reorientação mercantilista, cujo eixo central gravitava em torno da oferta de escravos para dinamizar
a lavoura de exportação.
• Segunda Metade do século XVIII: Projeção do Maranhão no cenário nacional e
internacional.
• Estado do Grão-Pará e Maranhão Transferência da capital para Belém (1751)
• Criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão (1755-1758). visava
dinamizar a área norte da colônia; ampliação do tráfico negreiro (“O algodão, que era
branco, tornou-se negro”. Introduziu navios, ferramentas, aplicou capitais, fomentou a
economia, investiu maciçamente na “plantation” algodoeira e introduziu o arroz da
Carolina (desenvolvimento da rizicultura).

Exportações de arroz de São Luís


para Lisboa
Ano Arrobas
1767 225
1769 555
1771 8.133
1773 57.465
1775 109.599
1777 144.845

A Expansão da economia algodoeira se insere no contexto da expansão capitalista europeia, na


sua fase industrial. Mas um dos motivos do êxito do algodão maranhense vincula-se à entrada maciça
de escravos africanos na plantation algodoeira. Somando-se a isso, a guerra de independência dos
EUA que paralisou momentaneamente a economia norte-americana, projetando o Maranhão no
mercado internacional.

Produção de Algodão
Ano Arrobas
1760 6.510
1777 40.553

O progresso continuou até o segundo decênio do século XIX. Nessa época o Maranhão era o
segundo maior produtorde algodão do Brasil, ficando abaixo apenas da Bahia. Na época da
independência, o algodão, segundo produto de exportação, declina consideravelmente em virtude da
produção estadunidense.

O MARANHÃO NAS LUTAS DE INDEPENDÊNCIA

No Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas à Metrópole e a exemplo de


outras províncias se recusaram a aderir à Independência do Brasil. À época, o Maranhão era uma das
mais ricas regiões do Brasil.
O intenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela maior proximidade com a
Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul do país. Os
filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal.
A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta
Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da Independência
no Piauí.
A Junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o principal centro
era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo Major Fidié para se fortificar após a Batalha
do Jenipapo, no Piauí.
Fidié teve que capitular, sendo preso em Caxias e depois mandado para Portugal, onde foi
recebido como herói. São Luís, a bela capital e tradicional reduto português, foi finalmente bloqueada
por mar e ameaçada de bombardeio pela esquadra do Lord Cochrane, sendo obrigada a aderir à
Independência em 28 de julho de 1823.
Os anos imperiais que seguiram foram vingativos com o Maranhão; o abandono e descaso com
a rica região levaram a um empobrecimento secular, ainda hoje não rompido.

A BALAIADA
Antecedentes da Balaiada

Com a abdicação do trono do império por Dom Pedro I, em 1831, o Brasil foi governado por regentes.
O Período Regencial, que se iniciou com a saída do primeiro imperador brasileiro e se encerrou com
a coroação de dom Pedro II, em 1840, foi marcado por revoltas provinciais e grande
instabilidade, ameaçando a unidade territorial do Brasil. Além dos ideais republicanos rapidamente
se espalharem do norte ao sul do império, questões locais motivaram as revoltas nas províncias.
Em 1834, foi publicado o Ato Adicional, que alterava a Constituição de 1824 e concedia às
províncias relativa autonomia. As Assembleias provinciais puderam fazer suas leis. Isso provocou
disputa de poder local, o que também motivou as revoltas no Período Regencial. No Nordeste,
concentrou-se as principais revoltas, e, em muitas delas, a questão social foi uma das pautas das
reivindicações dos revoltosos.
A crise socioeconômica atingia a região desde o final do século XVIII, quando a cana-de-
açúcar produzida no Brasil não conseguiu superar a concorrência do açúcar produzido pelos
holandeses nas Antilhas. O preço do produto produzido nos engenhos nordestinos caiu
significativamente, provocando o empobrecimento da população, principalmente os mais pobres.
O algodão norte-americano foi outro concorrente do algodão produzido no Nordeste, arruinando
qualquer tentativa de se reerguer a economia nordestina. Sem apoio do Rio de Janeiro, os
provincianos, influenciados pelos ideais republicanos, começaram a organizar revoltas contra o
governo geral e seus representantes nos comandos das províncias, exigindo melhores condições de
vida.
Até a coroação de Dom Pedro II, em 1840, com apenas 13 anos de idade, as províncias entrariam em
conflitos, ameaçando a unidade do império brasileiro.

Objetivos da Balaiada
Os objetivos da Revolta da Balaiada foram:
• melhorar as condições de vida da população mais pobre do Maranhão;
• acabar com as injustiças e as perseguições cometidas pelo governo maranhense.

Causas da Balaiada
Por conta do Ato Adicional de 1834, as províncias tiveram mais autonomia para governar, o que
motivou a disputa de poder entre grupos regionais. Quem estava no poder usou de todos os meios
autoritários disponíveis para se manter no governo, enquanto os grupos rivais pegaram em armas para
assumir o comando provincial. Além disso, os graves problemas sociais enfrentados pela população
mais pobre fizeram com que o movimento ganhasse apoio popular.
O Nordeste brasileiro foi diretamente afetado pela crise do açúcar, no final do século XVIII, quando
os holandeses se tornaram grandes concorrentes da produção açucareira produzida na região.
A descoberta das primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais e Goiás transferiu para o
centro-sul da colônia o eixo econômico. Além disso, a capital do Brasil foi transferida de Salvador,
na Bahia, para o Rio de Janeiro, ou seja, a sede administrativa da colônia ficou mais distante das
províncias nordestinas.
Logo após a independência do Brasil, o algodão se tornou uma atividade econômica de destaque no
Nordeste, porém a concorrência da produção algodoeira dos Estados Unidos fez com que o preço do
produto brasileiro despencasse no mercado externo. Com a crise do açúcar, a desvalorização do
algodão brasileiro aprofundou a crise econômica nas províncias nordestinas, tal como no Maranhão.
A crise econômica veio atrelada à crise social, pois não havia investimentos no Maranhão, o que
agravou a desigualdade social bem como a pobreza entre a população mais carente. A publicação do
Ato Adicional de 1834 concedeu mais autonomia para as províncias, acirrando as disputas dos grupos
sociais pelo poder nos governos provinciais.

• Bem-te-vis e Conservadores:O poder na província do Maranhão foi dividido em dois grupos:


• Bem-te-vis: cujo nome foi inspirado no jornal que representava os anseios da população
urbana; eram liberais e apoiaram a fase inicial da Balaiada.
• Conservadores: lutaram contra a revolta.

Os dois grupos entraram em confronto, extrapolando a luta pelo poder para o conflito armado. Além
disso, a imprensa se tornou um meio de comunicação importante no Brasil desde as vésperas da sua
independência, em 1822. Além das notícias, os jornais se tornaram meio de propagação de ideias
republicanas, de críticas ao governo imperial e de censura por parte do imperador. A existência de
um grupo maranhense com o nome de um jornal que circulava na época era uma amostra de que a
imprensa teve um papel de destaque nas revoltas provinciais.

• Lei dos Prefeitos


A Lei dos Prefeitos determinava que o governador da província poderia nomear os prefeitos das
cidades. Isso gerou revolta porque era um meio de o governador avançar seu poder para o interior
provinciano e desbaratar qualquer organização contrária a quem estava no poder. Essa escolha só foi
possível por conta do Ato Adicional de 1834, que garantiu maior autonomia para os governos
provinciais.
Líderes da Balaiada
Os líderes da Balaiada se destacaram por adotarem táticas de guerrilha durante os conflitos. Como
as tropas do governo não tinham conhecimento da região, os ataques empreendidos pelos revoltosos
colaboraram na derrota de algumas tropas e no fortalecimento do movimento. Os principais líderes
da revolta foram:

• Raimundo Gomes: vaqueiro conhecido como “Cara Preta”, teve participação no começo da
Balaiada, em dezembro de 1838, quando invadiu a cadeia de Vila Manga, no interior do
Maranhão, para libertar seu irmão e outras pessoas que estavam presas.
• Manoel dos Anjos Ferreira: fabricante de balaios, decidiu se vingar do soldado que havia
desonrado uma de suas filhas.
• Cosme Bento de Chagas: negro líder de um quilombo, juntou-se a Manoel dos Anjos Ferreira
e outros negros para fazerem a referida vingança.

Revolta da Balaiada
A princípio, o movimento estava concentrado nas classes dominantes, mas, com o agravamento da
crise social, os mais pobres aderiram à revolta e se uniram às tropas rebeldes para derrubar o governo
provincial. As disputas internas e a participação da população carente acirraram o embate entre os
grupos opostos. Além disso, a forma autoritária com que a província do Maranhão era governada
motivou o embate armado.
A Balaiada começou em dezembro de 1838, quando o vaqueiro Raimundo Gomes invadiu a
cadeia da cidade maranhense de Vila da Manga para libertar seu irmão, acusado de assassinato, e
outros presos que cumpriam pena. Os guardas não reagiram ao ataque e aderiram ao movimento.
Raimundo procurou mais aliados para formar uma tropa de rebeldes contra o governo provincial.
Negros fugidos que moravam nos quilombos seguiram os revoltosos sob a liderança de Cosme Bento,
que chefiava um dos quilombos no Maranhão.
Manoel dos Anjos Ferreira era um fabricante de balaios, por isso o nome da revolta, e se revoltou
contra um soldado que havia desonrado uma de suas filhas. Determinado a se vingar, Ferreira saiu
em busca de apoio por onde passava e organizou um grupo armado que atacava vilas e fazendas da
região.
Em 1839, os revoltosos dominaram Vila de Caxias e Vargem Grande, formando
uma junta provisória para governar o território conquistado. Apesar das vitórias obtidas no começo
da revolta, os balaios começaram a perder força logo após a morte de Manoel dos Anjos Ferreira,
alvejado em um dos conflitos contra as tropas imperiais.

ECONOMIA DO MARANHÃO NO SÉCULO XIX


A estrutura econômica do Maranhão até ao século XIX esteve sob forte influência
da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão calcado no modelo pombalino, onde o
espaço maranhense deveria voltar-se para a monocultura algodoeira ou canavieira, ambas voltadas
para a exportação. A primeira foi superada pela produção e qualidade Norte Americana, no entanto,
foi matéria prima de ponta na indústria maranhense do século XIX, a segunda, que ocupou o lugar do
algodão, também sofreu concorrência, desta vez, das Antilhas, particularmente a Cubana que superou
os arcaicos e despreparadas engenhos do vale do Itapecuru e Pindaré.
A produção agroindustrial maranhense do século XIX alternava-se em concorrências, sendo
superada pelo mercado internacional que era um grande entrave para os focos do progresso de pouca
durabilidade, articulado pela transição do escravismo para o trabalho assalariado, onde o Maranhão
gradativamente perdia posições no contexto brasileiro.
O declínio da economia maranhense no final do século XIX acarretará em último momento a
formação do parque industrial, visto que a aristocracia rural necessita urgentemente de uma nova
atividade que se somasse a ela, pois a crise ocasionada pela falência em massa dos engenhos e
fazendas algodoeiras fez com que isso acontecesse. O investimento na transferência de atividade
impulsionou um crescimento periódico baseado nas indústrias de pequeno e médio porte voltados
para a produção de bens de consumo: calçados, produtos têxteis, fósforo, pregos, etc.
A inexistência do setor agrícola forte, principalmente algodoeiro, assim como a falta de
indústria de base, o frequente êxodo rural e a venda de grandes propriedades rurais a preços baixos,
o parque fabril entra em crise, pois a euforia da indústria, além de passageira, impulsionou o aumento
da dependência econômica do Estado, assim como, sua decadência frente ao restante do pais, pois
muitas fábricas, não saíram da planificação deixando assim uma parcela da indústria têxtil como
responsável pela manutenção da economia local, ainda que de forma frágil e debilitada, dependendo
exclusivamente das flutuações do mercado internacional e das pequenas quedas dos seus
concorrentes, acarretando a falência gradativa do setor que sobrevive até a metade do século XX.
Passado o período em que se deu o auge da indústria têxtil no Maranhão, que foi superada pela
precariedade de tecnologia, o extrativismo vegetal e a agricultura de subsistência ocupam a ponta da
economia maranhense, no entanto, nos últimos anos vem ocorrendo transformações na agricultura e
na indústria, a partir do momento em que o Estado vem se posicionando como corredor de minérios,
produtos, agrícolas e industriais.
Com a decadência têxtil nos meados do século XX, a industrialização maranhense passa para a
de gêneros alimentícios, utilizando como matéria-prima os produtos de extração vegetal e
principalmente os produtos oriundos da agropecuária.
Iniciando um processo de infraestrutura na década de 1960 com construção de portos do Itaqui
e a Hidrelétrica de Boa Esperança, o Maranhão não espera sua vocação industrial, despontando como
um dos mais importantes polos industrial do futuro do Brasil. Tal vocação foi alimentada na década
de 1980 com a construção da Estrada de Ferro Carajás, do terminal da Companhia Vale do Rio Doce
e do complexo de produção de Alumina e Alumínio do Consórcio ALUMAR.
O Maranhão aguarda a implantação da ZPE-MA (Zona de Processamento de Exportação), ou
espécie de zona de livre comércio, que oferece a melhor infraestrutura portuária e de transporte
rodoferroviário do país além de incentivos fiscais, beneficiando empresas nacionais e estrangeiras
que se habilitem a produzir bens destinados ao mercado externo.
Enquanto a espera pela ZPE-MA, os incentivos momentâneos são oriundos do Governo
Estadual através do PRODEIN (Programa de Desenvolvimento Industrial) e do FDIT (Fundo
Estadual de Desenvolvimento Industrial) e Turístico e de âmbito federal através
do BNDES, BB, CEF, SUDENE e SUDAM com recurso do FINOR e FINAM respectivamente.
O Maranhão conta 7 distritos industriais, das quais 3 (São Luis, Imperatriz e Balsas), e estão
implantados e os restantes (Rosário, Santa Inês, Bacabal e Açailândia), em fase de implantação, todos
localizados às margens ou em áreas que sofrem influência da Estrada de Ferro Carajás.
O Distrito Industrial mais importante do Estado é o de São Luís, situado a sudoeste da Ilha,
onde estão instaladas as fábricas de da ALUMAR (considerado uma das maiores do mundo), duas
cervejarias (BRAHMA e ANTARCTICA) e aproximadamente 40 outras empresas que atuam nos
setores Químicos, Têxtil, Gráfico, Imobiliário, Metalúrgicos, Metal Mecânico, Alimentos,
Oleaginosas, Fertilizantes, Cerâmicos e Artefatos de Borracha e Cimento entro outros.

REPÚBLICA VELHA
URBANO SANTOS – OLIGARCA DO MARANHÃO

SANTOS, Urbano *dep. fed. MA 1897-1905; sen. MA 1906-1914; vice-pres. Rep. 1914-1918; pres.
MA 1918; min. Just. Neg. Int. 1918-1919; pres. MA 1919-1922; vice-pres. Rep. 1922.
Urbano Santos da Costa Araújo nasceu na comarca dos Guimarães (MA) no dia 3 de fevereiro
de 1859, filho de Antônio Brício de Araújo. Seu irmão, homônimo do pai, foi vice-presidente do
Maranhão de 1914 a 1917, presidente de 1917 a 1918, e senador de 1929 a 1930.
Cursou a Faculdade de Direito do Recife, foi redator da Gazeta Acadêmica de Ciências e
Letras e bacharelou-se em 1882. De volta ao Maranhão, foi promotor público em Baixo Mearim (atual
Vitória de Mearim), Mirador e Rosário, e juiz municipal em Coroatá, São Vicente Ferrer e São Bento.
Foi ainda juiz de casamentos e do comércio na capital do estado, além de juiz de direito de Campos
Novos (SC). Em 1897 foi eleito deputado federal pelo Maranhão para a legislatura 1897-1899.
Reeleito para as duas legislaturas seguintes, exerceu o mandato até dezembro de 1905.
Na Câmara dos Deputados foi primeiro-vice-presidente da casa e membro da Comissão de
Finanças. Em seguida foi eleito senador e permaneceu no Senado de 1906 a 1914. No Congresso
Nacional destacou-se por seus pareceres e discursos parlamentares. Em março de 1914 foi eleito vice-
presidente da República ao lado de Venceslau Brás (1914-1918), e nessa condição foi também
presidente do Senado Federal.
Exerceu interinamente a presidência da República no período de 8 de setembro a 9 de outubro
de 1917, quando o titular esteve afastado para tratamento de saúde. Já no governo de Delfim Moreira
– que fora eleito vice-presidente ao lado de Rodrigues Alves, e em 15 de novembro de 1918 tomou
posse devido à doença do presidente eleito, que viria a falecer –, foi nomeado ministro da Justiça e
Negócios Interiores. Ocupou o cargo de 21 de novembro de 1918 a 28 de julho de 1919, e durante
sua gestão dinamizou todos os departamentos do ministério, principalmente o de saúde pública.
Promoveu o serviço de profilaxia urbana e rural, instalou o Instituto Oswaldo Cruz em São
Luís e firmou contrato com a Fundação Rockefeller para o combate à malária. Embora tenha sido
eleito por três vezes presidente do Maranhão (em 1898, 1913 e 1918), só aceitou assumir o cargo da
última vez, no quadriênio que seguiu ao de Herculano Nina Parga, o qual, por sua vez, foi completado
por seu próprio irmão Antônio Brício de Araújo. Ainda assim, não tomou posse de imeadiato. No
início do quadriênio, em 1º de março de 1918, foi substituído pelo primeiro vice-presidente, José
Joaquim Marques, que faleceu no dia 9 de outubro seguinte. Assumiu então o governo o segundo vice
Raul da Cunha Machado, até 21 de outubro. Só então Urbano Santos assumiu a presidência do estado,
para um mês depois se licenciar e tomar posse no Ministério da Justiça.
Ao deixar o ministério em 28 de julho de 1919, retornou o Maranhão e reassumiu o governo.
Nesse período, desenvolveu o setor de transportes, com a inauguração em 1921 da Estrada de Ferro
São Luís–Teresina. Firmou também contrato com a Cia. Nacional de Navegação Costeira para a
operação de uma linha de cabotagem entre os pequenos portos do estado. No setor de obras públicas,
garantiu a regularidade do abastecimento de água da capital maranhense, construiu a Escola Modelo
Benedito Leite, reformou a penitenciária, adquiriu o prédio do Convento dos Mercedários (Convento
das Mercês) para a ampliação do quartel da Polícia Militar, e construiu o cais do porto do
Guarapiranga e o Aprendizado Agrícola Cristino Cruz, que daria origem à Escola Agrícola Federal
do Maranhão. Construiu também o teatro que passou a se chamar Artur Azevedo, o mais importante
do estado.
Em 25 de fevereiro de 1922 transferiu mais uma vez o governo a Raul da Cunha Machado.
Eleito vice-presidente da República em março de 1922 ao lado de Artur Bernardes, faleceu a bordo
do navio Minas Gerais, do Llóide Brasileiro, no dia 7 de maio seguinte, quando se dirigia para o Rio
de Janeiro, então capital federal, a fim de tomar posse.
Publicou “Impostos sobre a transmissão de apólices e embarcações: direitos da União aos
terrenos de marinhas”, na Revista de Legislação, Doutrina e Jurisprudência, (1905). No Maranhão há
um município, e em sua cidade natal, uma rua e uma escola que levam seu nome, o mesmo ocorrendo
em outras cidades do estado. Seu busto encontra-se na praça do Panteão, em São Luís, em frente à
Biblioteca Pública.
Alan Carneiro
FONTES: FUND. BIB. NAC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-
republica/SANTOS,%20Urbano.pdf. Acesso em 07.08.2019.

Extrativismo de babaçu garante o sustento de famílias em Cidelândia


Maranhão produz 90% da safra de coco babaçu do país. Em Cidelândia, 186 famílias extrativistas vivem
e trabalham no babaçual.
As florestas de Babaçu, no Vale do Tocantins, são um ambiente de transição entre o cerrado e a
Amazônia brasileira. Uma relíquia natural cheia de vida e riquezas. A conservação desses palmeirais em
Cidelândia, no sudoeste maranhense, se tornou essencial tanto para a manutenção do ecossistema como
para a conservação do modo de vida das populações tradicionais da região.
As quebradeiras de coco como dona Maria de Fátima, mãe de dez filhos, aproveitam bem toda a
generosidade dos babaçuais. “Nunca um filho meu sofreu dizendo 'mãe hoje eu tô passando fome, hoje
não tem uma roupa para eu vestir, um calçado'”, disse Maria de Fátima Ribeiro.
Os palmeirais de Ciriaco estiveram durante anos no centro de uma disputa e muitos conflitos entre
extrativistas e fazendeiros que reivindicavam a posse da terra. A solução foi encontrada há 23 anos: uma
área com oito mil hectares do bioma amazônico foi declarada pelo Governo Federal unidade de
conservação comum dos extrativistas.
As florestas de babaçu eram um território proibido para os extrativistas de ciriaco. A criação da
reserva deu para as quebradeiras liberdade nas matas.
A lida nos babaçuais garante a Dona Maria Helena Gomes uma fonte de renda todo dia e ficou bem
mais fácil alimentar a família. “Toda reserva, tudo melhorou. Todo mundo tem seu pedacinho para plantar
seu feijão para comer”, disse.
O Maranhão é o maior produtor de coco babaçu do país. O estado é responsável por 90% da safra.
Em Ciriaco, 186 famílias extrativistas vivem e trabalham no babaçual. Dona Maria Faustina aproveita as
amêndoas tanto na fabricação de leite como na produção de carvão. Elas também fornecem amêndoas para
indústrias de óleo da região.
A luta pela valorização da amêndoa é antiga na reserva. Um sonho que alimenta as esperanças da
quebradeira de coco. “Espero que melhore o valor dele e que a nova geração não desista e deixe essa
tradição se perder. Hoje a nova geração não quer quebrar coco. E que ele tenha o valor que merece”, Maria
Faustina dos Santos, quebradeira de coco.
Conquistar um valor justo para o babaçu é um desafio tão grande quanto a defesa desse imenso
patrimônio natural.“Nosso principal objetivo é preservar essa área não derrubando, não colocando fogo e
preservando a área, pois é uma cultura do povo, dos nossos ancestrais”, disse Antônio dos Santos,
coordenador da associação das quebradeiras da Resex Ciriaco.
Disponível em: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/06/extrativismo-de-babacu-garante-o-
sustento-de-familias-em-cidelandia.html. Acesso em 07.08.2019
A ERA VITORINO FREIRE.

Victorino Freire nasceu em Pernambuco, onde, na


condição de tenente, apoiou o golpe de 1930. No
Maranhão, sua história começa mais precisamente em
1933, quando chega àquele Estado, advindo de
Pernambuco para assumir a chefia do gabinete do
interventor Martins de Almeida, cumprindo funções
burocráticas. Depois de uma fracassada tentativa de
eleger parlamentares, no âmbito federal e estadual, viaja
para o Rio de Janeiro, a convite do presidente Getúlio
Vargas, para assumir um cargo na Câmara Federal e
exercer o posto de Ministro da Viação e Obras Públicas. A
influência de Victorino torna-se patente. Ele remete verbas ao
Estado e nomeia aliados para cargos estratégicos. Victorino Freire, retorna ao Maranhão na década
de 40, a fim de articular a campanha do candidato a presidente, Eurico Gaspar Dutra, seu amigo
pessoal.
No Estado, passa a dirigir a política, em torno da qual é ele o maior nome. É nessa década que
Victorino monta a sua trajetória rumo ao poder, exercido até meados da década de 60, quando José
Sarney assumiu o controle do Estado. A ascensão de Victorino está vinculada às benesses que recebe
do governo federal; a ausência de um grupo político que lhe fizesse oposição; bem como a sua
articulação política em torno do principal partido nacional, o PSD.
Estratégico, ele obteve uma consagradora vitória em 1945, elegendo os dois senadores do
Estado e a quase totalidade da bancada federal, dando mostras do poder que exercia. Controlava
inclusive, os poderes público e privado, como a justiça, a política, as repartições. Nomeava delegados
de polícia, procuradores; elegia governadores, parlamentares. Exerceu tutela sobre políticos como
Renato Archer, Saturnino Belo, Matos Carvalho e Eugênio de Barros. Dessa forma, exercia a “chefia”
do Estado.
Tinha influência junto ao presidente Eurico Gaspar Dutra, possuindo uma forte articulação com
o centro da política nacional, além de manter aliança com chefes políticos locais, e de realizar
frequentes mediações entre os interesses econômicos do empresariado e do Estado. Foi responsável
direto pela organização do PSD no Maranhão. É dele a frase “vou ao Maranhão apertar as cangalhas”,
que demonstra, de um lado, o desprezo pela população que o acolheu, e do outro, o poder de coronel,
chefe autoritário, cacique, características imanentes ao vitorinismo .além de influenciar na
distribuição dos cargos públicos; de exercer o clientelismo; a cooptação política; o controle dos
partidos e perseguir a oposição, Victorino usava as verbas públicas em benefício próprio. Veja o que
diz Carlos Lima sobre o tema:
“O vitorinismo caracterizou-se graças ao prestígio pessoal de Victorino nas altas esferas
administrativas e junto aos figurões do país (prestígio que se conservou em alta e efetivo, passando
de presidente a presidente, até sua morte e além dela) como uma época de grandes vantagens para o
Estado, com o carreamento de vultosas verbas, que, se bem aplicadas, teriam dado ao Maranhão um
grande progresso. Desviadas, porém, pelos amigos e correligionários, aos quais se garantia todas as
imunidades e fornecia meio para aniquilamento dos contrários. Os próprios órgãos federais foram
manipulados como instrumentos de vingança política e suborno, os inimigos do governo tendo
fechadas todas as portas, suspensos os créditos nos bancos oficiais, contra si todas as pressões da
máquina administrativa, enquanto aos apaniguados era dispensado tratamento inverso e especial com
todas as facilidades para todo tipo de fraudes e corrupções, desde as eleitorais até o escândalo da
verba aplicada em hipotética ponte, que não passou de três ou quatro sapatas, tão mal assentadas que
a maré deslocou. Mas os esfaimados gatunos tiveram ainda a desfaçatez de pleitear novos recursos
para pintar a ponte, instruindo o processo com fotografias da obra”.

Victorino Freire nasceu em Pernambuco, onde, na condição de tenente, apoiou o golpe de 1930.
No Maranhão, sua história começa mais precisamente em 1933, quando chega àquele Estado, advindo
de Pernambuco para assumir a chefia do gabinete do interventor Martins de Almeida, cumprindo
funções burocráticas. Depois de uma fracassada tentativa de eleger parlamentares, no âmbito federal
e estadual, viaja para o Rio de Janeiro, a convite do presidente Getúlio Vargas, para assumir um cargo
na Câmara Federal e exercer o posto de Ministro da Viação e Obras Públicas. A influência de
Victorino torna-se patente. Ele remete verbas ao Estado e nomeia aliados para cargos estratégicos.
Victorino Freire, retorna ao Maranhão na década de 40, a fim de articular a campanha do candidato a
presidente, Eurico Gaspar Dutra, seu amigo pessoal.
No Estado, passa a dirigir a política, em torno da qual é ele o maior nome. É nessa década que
Victorino monta a sua trajetória rumo ao poder, exercido até meados da década de 60, quando José
Sarney assumiu o controle do Estado. A ascensão de Victorino está vinculada às benesses que recebe
do governo federal; a ausência de um grupo político que lhe fizesse oposição; bem como a sua
articulação política em torno do principal partido nacional, o PSD.
Estratégico, ele obteve uma consagradora vitória em 1945, elegendo os dois senadores do
Estado e a quase totalidade da bancada federal, dando mostras do poder que exercia. Controlava
inclusive, os poderes público e privado, como a justiça, a política, as repartições. Nomeava delegados
de polícia, procuradores; elegia governadores, parlamentares. Exerceu tutela sobre políticos como
Renato Archer, Saturnino Belo, Matos Carvalho e Eugênio de Barros. Dessa forma, exercia a “chefia”
do Estado.
Tinha influência junto ao presidente Eurico Gaspar Dutra, possuindo uma forte articulação com
o centro da política nacional, além de manter aliança com chefes políticos locais, e de realizar
frequentes mediações entre os interesses econômicos do empresariado e do Estado. Foi responsável
direto pela organização do PSD no Maranhão. É dele a frase “vou ao Maranhão apertar as cangalhas”,
que demonstra, de um lado, o desprezo pela população que o acolheu, e do outro, o poder de coronel,
chefe autoritário, cacique, características imanentes ao vitorinismo .além de influenciar na
distribuição dos cargos públicos; de exercer o clientelismo; a cooptação política; o controle dos
partidos e perseguir a oposição, Victorino usava as verbas públicas em benefício próprio. Veja o que
diz Carlos Lima sobre o tema:
“O vitorinismo caracterizou-se graças ao prestígio pessoal de Victorino nas altas esferas
administrativas e junto aos figurões do país (prestígio que se conservou em alta e efetivo, passando
de presidente a presidente, até sua morte e além dela) como uma época de grandes vantagens para o
Estado, com o carreamento de vultosas verbas, que, se bem aplicadas, teriam dado ao Maranhão um
grande progresso. Desviadas, porém, pelos amigos e correligionários, aos quais se garantia todas as
imunidades e fornecia meio para aniquilamento dos contrários. Os próprios órgãos federais foram
manipulados como instrumentos de vingança política e suborno, os inimigos do governo tendo
fechadas todas as portas, suspensos os créditos nos bancos oficiais, contra si todas as pressões da
máquina administrativa, enquanto aos apaniguados era dispensado tratamento inverso e especial com
todas as facilidades para todo tipo de fraudes e corrupções, desde as eleitorais até o escândalo da
verba aplicada em hipotética ponte, que não passou de três ou quatro sapatas, tão mal assentadas que
a maré deslocou. Mas os esfaimados gatunos tiveram ainda a desfaçatez de pleitear novos recursos
para pintar a ponte, instruindo o processo com fotografias da obra”.
A GREVE DE 1951: O POVO CONTRA AS FRAUDES

A “Balaiada de São Luís”, como ficou conhecida, a greve de 1951, foi o mais formidável
movimento urbano da história do Maranhão. Representou movimento popular amplo, radical e
heterogêneo que mobilizou a “massa urbana” revoltada com as práticas fraudulentas e coronelescas
de Victorino Freire, cujas consequências foram marcantes.
A greve de 1951 ocorreu num cenário de acirramento intraoligárquico e girou em torno do poder
exercido por Victorino Freire que havia corrompido o processo eleitoral garantindo a vitória de seu
candidato, Eugênio Barros. O pano de fundo que ensejou a greve de 1951, foi a disputa dos grupos
políticos pelo controle do Estado, numa época de ascensão de novas lideranças políticas no Maranhão,
ameaçando o poder de Victorino Freire.
Uma dessas lideranças era de Saturnino Belo, ex interventor e vice-governador, até então, aliado
de Victorino. Ele apresenta a sua candidatura às eleições de 1951, contra o candidato vitorinista.
Saturnino Belo era candidato das classes empresariais, conseguiu aglutinar no pleito, as siglas: PSD,
PR, PSP, PL, UDN e o PTB, formando uma grande aliança partidária, em torno de sua candidatura,
além de compor as “Oposições Coligadas”. Foi um dos principais protagonistas da greve de 1951.
No entanto, desde 1950 tinha sido preterido pelo oligarca maior do Estado, quando, uniu-se às
“Oposições Coligadas”.
Por outro lado, o candidato vitorinista ao cargo de governador do Maranhão era o ex-prefeito
de Caxias Eugênio Barros, que disputou a eleição pelo Partido Social Trabalhista – PST. O pleito foi
cercado de expectativas e de denúncias de fraudes. Estava em jogo o poder de Victorino Freire no
Estado. Aberta as urnas, o candidato das “Oposições Coligadas”, Saturnino Belo, saiu na frente,
principalmente em São Luís. Estava ameaçada a vitória do candidato da oligarquia. Victorino Freire
preocupado com o quadro eleitoral desvantajoso entra em cena: conseguiu anular via TER, 31 seções
eleitorais, algo em torno de 16.000 votos, o suficiente para garantir a ultrapassagem de Eugênio
Barros sobre Saturnino Belo e “vencer” o pleito com uma margem mínima de 6.000 votos.
A declaração do resultado pelo TRE, acirrou os ânimos. A população de São Luís reagiu de
forma violenta à posse de Eugênio Barros. Passeatas foram organizadas; piquetes e discursos
inflamados foram feitos em praça pública; jornais foram empastelados; casas de juízes foram
depredadas; até mesmo o prédio do TRE foi queimado pelos rebeldes. Os “soldados da liberdade”
agora iam à forra contra o poder fraudulento. Assim, o povo radicalizou suas ações, influenciado
pelos oposicionistas. Dentre eles estava, Neiva Moreira, fluente jornalista, líder do movimento,
acusado injustamente de incendiar vários bairros como Caratatiua, Goiabal e Cavaco, provocando o
desabrigo de centenas de pessoas, levando-as ao desespero. Este líder da greve de 51, era chamado
de “Caramuru: Deus do fogo”.
Durante o desfecho do movimento, como estratégia, os rebeldes fecharam o porto de São Luís,
diminuindo a oferta de alimentos no Estado. São Luís ficou totalmente paralisada por uma greve geral
nos meses de fevereiro e março e posteriormente setembro e outubro. A morte do candidato das
“Oposições Coligadas”, Saturnino Belo, ampliou os conflitos. Seu funeral foi acompanhado por
aproximadamente 40 mil pessoas o que equivalia a 33% da população da capital.
Os ânimos se alteraram e as posições de ambos os lados tornaram-se radicais. Através da
violência, as forças militares tentavam calar a multidão incontida. O conflito foi inevitável: houve
mortos e feridos em praça pública demonstrando o despreparo policial e o desespero da oligarquia
em abafar o movimento. Nem a vinda do Ministro Negrão de Lima e de tropas federais a São Luís,
arrefeceram os ânimos.
Em meio à crise, o deputado César Aboud, assume o cargo de governador até o julgamento do
mérito pelo TSE. Apesar da forte reação popular, foi confirmado e diplomado o candidato vitorinista
Eugênio Barros. Em consequência disso, houve uma ampla mobilização popular contra a posse de
Eugênio Barros, o que possibilitou uma intervenção federal do governo Vargas, através do Ministro
Negrão de Lima acompanhado de perto por populares numa atitude de pressão de denuncismo. A
intervenção promoveu inclusive o controle militar da capital, que foi ocupada por tropas do Ceará,
Piauí, Pará e aviões da FAB, sob o comando geral do general Edgardino, comandante da 10ª Região
Militar, que em represália ao movimento, impôs as seguintes determinações:
1. “Permitir reuniões públicas somente das 8 às 10h e das 17 às 19h, exclusivamente na Praça
João Lisboa.
2. Proibir agrupamentos fora da Praça João Lisboa.
3. Proibir porte de armas mesmo as licenciadas.
4. Considerar como condição de hostilidade o porte de cassetetes, canos, pedras e outros objetos
que possam servir para depredação.
5. Considerar desacato às suas ordens a propagação de boatos tendenciosos ou pregação de
desordens, motins ou violências contra pessoas ou propriedades.
6. Proibir aos militares da ativa o uso de trajes civis durante o período de prontidão da tropa”.
A estratégia adotada pelas oposições era o acirramento do conflito, com o apoio das camadas
populares urbanas. A greve de 1951 tinha o apoio de trabalhadores, estudantes, classe média, políticos
e até empresários, parte expressiva da população da capital que votará no candidato de oposição.
Nesse contexto, o movimento alcançara grande repercussão nacional e internacional,
transformando-se numa campanha de libertação contra o jugo vitorinista: era a “Balaiada Urbana”.
São Luís, passa então, a ser considerada a “Ilha Rebelde”, jargão que virou mito, bastante alardeado
nas campanhas políticas da atualidade. Além de São Luís, houve atos de rebeldia em cidades como
São João dos Patos, Coroatá e Grajaú.
É importante ressaltar, além da presença do trabalhador urbano, a grande contribuição das
mulheres que tiveram participação expressiva no movimento, denunciando a fraude e coletando
alimentos e dinheiro para minorar o sofrimento das vítimas dos incêndios, contribuindo inclusive,
para garantir a permanência da população no processo de mobilização. O saldo mais triste da greve
de 1951 foi o assassinato, pelas forças militares, de vários jovens sonhadores, dentre eles: João
Moreno, João Evangelista de Sousa e José de Ribamar Prado, este último de apenas 17 anos.

A ERA SARNEY (1966-2006)

• Eleito deputado federal em 1958, pela UDN, iniciou sua trajetória política. o golpe de
1964, forneceu-lhe as condições materiais para a formação da nova oligarquia
maranhense (Governo patrimonialista).
• 1966: Eleito governador do Maranhão, vencendo Renato Archer e Costa Rodrigues.
• Processo de modernização e desenvolvimento: “Maranhão Novo”.
• Recebeu apoio financeiro dos militares.
• Criação da TVE, SUDEMA, Hidrelétrica de Boa Esperança, Escolas de Agricultura,
Administração e Engenharia, Rodovias, Porto de Itaqui, Ponte sobre o Rio Anil,
Projeto ALUMAR.
• Criação da Lei de Terras do Maranhão (regulamentação das terras públicas estaduais)
– favorecimento de particulares e grupos estrangeiros
• Ruptura: José Reinaldo Tavares
• Jackson Lago e Flavio Dino

Fontes:
http://www.infoescola.com/historia/historia-do-maranhao/
https://www.achetudoeregiao.com.br/ma/historia.htm
http://www.cursoavancos.com.br/downloads/exercicios/histpaula.pdf
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/1980410:BlogPost:45210
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_do_Maranh%C3%A3o
ATIVIDADES

01. (UEMA/PAES) Sobre o longo processo de ocupação territorial maranhense, no período colonial,
é possível afirmar que
I - ocorreu a preponderância da livre iniciativa privada, sem a participação do estado na forma e
intensidade da ocupação, preponderando o consenso, estabelecido a partir de acordo entre estado e
colonos.
II - o território extenso era de fácil acesso e não exigiu grandes esforços e investimentos continuados
para vencer as barreiras naturais.
III - a ocupação do território maranhense obedeceu a dois vetores iniciais de ocupação: a frente
litorânea, capitaneada por São Luís, e a frente da pecuária, oriunda do sul do Estado.
IV - A ocupação foi de caráter comercial e predatório dos recursos naturais, baixa monetarização e
pouca agregação de valor às exportações.
V - São Luís se tornou o polo centralizador frágil. O conjunto dos novos investimentos ao longo do
período colonial não fortaleceu São Luís com outras áreas do Estado.

Estão corretas apenas as alternativas


a) IV e V.
b) I, II, e V.
c) II, IV e V.
d) III, IV e V.
e) V.

02. (UFMA) Sobre a França Equinocial podemos salientar que:


a) foi uma empresa que visava inscrever a França na competição colonial em territórios
considerados portugueses, no norte do Brasil.
b) foi uma empresa colonial cujo objetivo maior era a instalação de missões de religiosos
capuchinhos.
c) visava garantir a mão-de-obra africana abundante na região, para suas atividades de coleta de
drogas do sertão.
d) visava contribuir para a instalação definitiva do estilo de colonização denominado “luso-gaulês”.
e) visava povoar as regiões ribeirinhas para interromper as constantes investidas dos indígenas da
região.
03. (FACEMA) Governava o Maranhão Bento Maciel Parente quando em 25 de novembro de 1641
chega à barra, poderosa esquadra que desembarcou com cerca de dois mil homens e pilhando as casas.
Estamos falando dos:
a) Portugueses.
b) Holandeses.
c) Franceses.
d) Espanhóis.
e) Ingleses.

04. A invasão holandesa ocorreu em 25 de novembro de 1641. Seu interesse em ocupar o Maranhão
está relacionado com:
a) Acabar com o monopólio português.
b) Mercado consumidor.
c) Acabar com o tratado de Tordesilhas.
d) As barreiras imposta pela Espanha à participação holandesa no comércio açucareiro.
e) Atender convite da elite brasileira.

05. De Pernambuco o domínio holandês se estendeu para outras capitanias. Em 1641, uma frota
holandesa, comandada por Pieter Boas, tomou a cidade de São Luís. Houve vários tumultos e saques,
como o da Igreja do Desterro. Mas antes de completar um ano de dominação holandesa,
a) os lavradores de origem portuguesa, aliados com os negros e ajudados por alguns grupos indígenas,
lutaram para expulsar os franceses do Maranhão.
b) os lavradores de origem basca, aliados com os índios e ajudados por alguns holandeses, lutaram
para expulsar os ingleses do Maranhão.
c) os lavradores de origem portuguesa, aliados com jesuítas e ajudados por alguns grupos
indígenas, lutaram para expulsar os holandeses do Maranhão.
d) os lavradores de origem espanhola, aliados com os judeus e ajudados por alguns grupos palestinos,
lutaram para expulsar os mouros do Maranhão.
e) os lavradores de origem portuguesa, aliados com ingleses e ajudados por alguns grupos indígenas,
lutaram para expulsar os franceses e holandeses do Maranhão.

06. No processo de colonização do Brasil, a participação da Igreja Católica destacou-se pela


a) preservação da cultura dos diversos grupos indígenas através da organização das missões, que
asseguravam os direitos e costumes indígenas.
b) sucessão de atritos com o governo português que intervinha na ação catequética das ordens
religiosas, querendo direcioná-las para a escravidão.
c) integração com os interesses da coroa e dos colonos na catequização dos indígenas, visando torná-
los cidadãos católicos portugueses.
d) intensa ação catequética realizada, especialmente, pelos jesuítas, ocasionando confronto com
os colonos exploradores da mão de obra indígena.

07. Em 1684, eclodiu uma revolta de proprietários de terra no Maranhão, conhecida por Revolta de
Bequimão. Os revoltosos posicionaram-se
a) contra o monopólio da companhia de comércio e contra os jesuítas.
b) contra a escravidão dos africanos e dos indígenas maranhenses.
c) a favor da catequização dos indígenas realizada pelos jesuítas.
d) a favor do monopólio real sobre a exploração dos produtos da região.
e) contra a expulsão dos jesuítas determinada pela coroa portuguesa.

08. (UEMA/PAES) O conflito de interesses entre jesuítas e colonos foi bem retratado no filme “A
Missão”, do diretor Roland Joffé (1986). No Maranhão colonial, a atividade missionária dos jesuítas
também gerou conflitos de interesses. Sobre a questão jesuítica no Maranhão, nesse período, marque
a alternativa correta.
a) Os jesuítas não se apossavam do trabalho dos índios em benefício próprio e condenavam o uso
dessa força de trabalho para fins econômicos.
b) A ordem dos jesuítas se sobressaiu pouco na catequese dos índios porque se dedicou mais à obra
educacional dos colonos.
c) O Pe. Antônio Vieira, membro dos jesuítas, foi criticado por defender arduamente a liberdade dos
escravos indígenas e africanos.
d) A expulsão dos jesuítas por ocasião da Revolta de Beckman (1684) ocorreu devido a conflitos de
caráter religioso.
e) A força da missão jesuíta chocou-se com os interesses econômicos da Coroa e dos colonos, o
que resultou na expulsão dessa ordem religiosa.

09. A chamada Revolta de Beckman, no Maranhão (1684), ilustra uma realidade produzida pelas
peculiaridades do sistema colonial no Brasil. Sustenta-se, nesse sentido, que:
a) o movimento revelou os sérios problemas de mão-de-obra enfrentados pelo Maranhão, à
época, limitando as próprias possibilidades econômicas da capitania.
b) tratou-se de um movimento nascido no interior da crise da política pombalina para o Brasil,
traduzida, no caso, pelo fechamento da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
c) a revolta revelou o descontentamento das elites locais diante da proibição, estabelecida pelo
governo de D. João IV, para o funcionamento das manufaturas no Maranhão.
d) o movimento buscou, contrariando os interesses de Portugal, o concurso de capitais holandeses
para a agricultura maranhense, recursos esses não proporcionados por Lisboa.
e) o contexto da revolta foi o da marginalização econômica do Maranhão, produzida pela decadência
da sua mineração, o que afastou Portugal da capitania.

10. Foram elas uma tentativa do Estado português para “modernizar” seu sistema de monopólios
comerciais após a Restauração (1640), atingindo o apogeu no período pombalino (1750-77). A
criação de companhias de comércio no âmbito dos países europeus, quer as de capitais privados, quer
as que combinavam recursos particulares e estatais, objetivava a constituição de fundos para os
empreendimentos mercantis no mundo colonial. Os privilégios das companhias iam desde o
monopólio do comércio, da navegação e dos direitos fiscais até o “direito de senhoria”, ou seja, a
organização política dos territórios ocupados (...).
Dicionário do Brasil Colonial (1500-1822). Ronaldo Vainfas (direção). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 127-128.

O texto faz alusão às companhias criadas por Portugal para otimizar as ações colonizadora,
exploratória e militar nas suas colônias ultramar. Entretanto, houve exemplos de reações contrárias a
essas companhias lusitanas nas áreas coloniais, como
a) a Cabanagem, uma explosiva insurreição popular contra os privilégios da Companhia do Grão-
Pará e Maranhão.
b) a Guerra dos Mascates, que colocou em lados opostos os senhores de engenho de Olinda e os
comerciantes reinóis de Recife.
c) a Insurreição Pernambucana, que se configurou numa clara oposição dos pernambucanos ao
monopólio mercantil da Companhia das Índias Ocidentais.
d) o movimento ocorrido no Maranhão, liderado por Manuel Beckman, que se opôs aos abusos
da Companhia de Comercio do Estado do Maranhão, que havia sido criada para abastecer os
senhores locais com escravos africanos.
e) o movimento liberal de 1817 em Pernambuco, que se constituiu numa ação armada dos habitantes
daquela capitania contra os prejuízos provocados pela Companhia de Pernambuco e Paraíba, criada
pelo Marquês de Pombal.
11. Sobre o estabelecimento do Estado Colonial do Maranhão, julgue os itens a seguir:
(V) A ocupação da costa norte, a posição geográfica e as constantes incursões estrangeiras foram
fundamentais para a criação desse Estado.
(V) Os domínios luso-espanhóis ficaram divididos em Estado do Brasil e Estado do Maranhão, este
último compreendendo todo o norte e parte do atual nordeste.
(V) A criação desse Estado não foi suficiente para dinamizar a colonização. No século XVII o Estado
enfrentava obstáculos: sua colonização era lenta e a população pequena.
(F) A primeira capital do Estado foi São Luís, depois transferiu-se para Belém; posteriormente o
Estado foi desmembrado e extinto no final do século XVIII.

12. Nas terras férteis do vale do Rio Itapecuru, os colonizadores plantaram lavouras de algodão. O
cultivo e o comércio de algodão contribuiu para a prosperidade de uma povoação que deu origem à
cidade de Caxias. Várias fábricas de tecido foram instaladas no município e a cidade cresceu tanto
que, no final do século XIX e início do século XX, chegou a competir com a capital, São Luís em
importância econômica e poder político. Foi também nas margens do Itapecuru que, ainda no século
XVII, foram instalados os primeiros engenhos no atual território do Maranhão. Essa atividade
também foi importante para a formação de núcleos de povoamento. Outra atividade importante no
processo de colonização do Maranhão foi
a) a metalurgia que serviu para a fabricação de armas para a Europa.
b) a farinha de mandioca que serviu de base para à ocupação de uma extensa área, em rápido espaço
de tempo e com um reduzido número de pessoas.
c) a pecuária que serviu de base à ocupação de uma extensa área ,em rápido espaço de tempo
e com reduzido número de pessoas.
d) a produção de drogas de sertão que trouxe o interesse de muitos holandeses de ocuparam as terras
do maranhense.
e) a produção de arroz que trouxe uma disputa com o Rio Grande do Sul.

13. Julgue as assertivas relativas ao processo de escravidão predominante no Maranhão entre o final
do século XVIII e início do XIX.
I. Em 1755, com o estabelecimento da Companhia de Comércio, incentivou-se a entrada de escravos
no Maranhão em larga escala, como forma de dinamizar as rotas mercantilistas, garantindo assim a
inserção da província no contexto do comércio asiático.
II. O governo português proibiu a escravização do índio, o que possibilitou a dinâmica da escravidão
negra, monopólio que era da Companhia. Chegava regularmente escravos no porto de São Luís para
o trabalho na agricultura e, sobretudo, na cultura de arroz e do algodão.
III. No século XIX a entrada de escravos no Maranhão continuou crescente, até o início da década de
1820. Em 1822, os escravos no Maranhão compunham 55% da população. A partir de então a
escravidão sofreu grande baixa, como resultado da instabilidade política que atingiu de frente a
economia maranhense nesse período.
a) I, II e III estão corretas.
b) Somente II e III estão corretas.
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Somente III está correta.

14. Leia, com atenção, a correspondência do governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão,


Fernando da Costa de Ataíde Teive, enviada ao Ministro Mendonça Furtado, em 1767. Depois,
analise as proposições apresentadas, utilizando seus conhecimentos sobre história colonial da
Amazônia e assinale a alternativa correta de acordo com o código abaixo.
“Ilmo. e Exmo. Senhor. Em 22 de janeiro do ano presente, deu fundo neste porto o Navio Nossa
Senhora do Cabo da Companhia Geral de Comércio desse Estado com 125 pretos dos quais se
venderam a dinheiro, e efeitos a vista 60, e 8 parte a dinheiro e o restos a crédito, fiados 42, existem
por vender 4, morreram nesta cidade 2, na viagem 35, e no levante que fizeram ainda em Bissau
34. Deus g. a V. Exª. Pará a 17 de março de 1767. Fernando da Costa de Ataíde Teive a Franc°.
Xavier de Mendonça Furtado.”
Arquivo Nacional, Códice 99.

Em 1755, como parte das reformas pombalinas, foi criada a Companhia Geral de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão. Sobre esta empresa, é correto afirmar:
a) A Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão tinha atuação alargada no litoral brasileiro,
incluindo atividades como pesca de baleia e comercialização de sal no Pernambuco;
b) Devido à irregularidade na introdução de africanos e em razão do intenso contrabando nas
fronteiras com Espanha, a companhia enfrentou fortes críticas dos jesuítas por sua ineficácia
na oferta de trabalhadores escravos;
c) De caráter monopolista, a companhia funcionou até 1778 e introduziu mais de 14 mil escravos de
origem africana no Maranhão, Pará e Mato Grosso, além de incrementar o cultivo de arroz e algodão;
d) A Companhia de Comércio estimulou a agricultura de alimentos e forneceu crédito aos produtores
locais, assegurando uma oferta regular de gêneros alimentícios que passaram a integrar os
carregamentos de suas frotas atlânticas;
e) Com a oferta regular de crédito e o incentivo à melhoria dos cultivos, a companhia fomentou a
indústria de transformação local, reduzindo a demanda por escravos africanos;

15. (UEMA) A adesão do Maranhão à independência do Brasil somente aconteceu em 1823. Contudo,
no interior do estado houve um movimento de apoio à independência que, tendo êxito, conseguiu
aclamar D. Pedro I Imperador do Brasil. Esse movimento teve início em:
a) Caxias e Catanhede;
b) Caxias e Codó;
c) Codó e Matões;
d) Caxias e Matões;
e) Caxias e Timon.

16. No Maranhão, a Independência proclamada por D. Pedro não foi imediatamente acatada. Desde
o início de sua colonização (com a divisão do Brasil em dois estados em 1621), o Maranhão teve a
sua administração ligada diretamente a Portugal. Em 1822, quando D. Pedro proclamou a
Independência ,os portugueses residentes no Maranhão não aceitaram a decisão. Os maranhenses,
entretanto, queriam a Independência. Para controlar a reação portuguesa, D. Pedro I, então, enviou
ao Maranhão
a) mercenários como Fidié para garantir a luta.
b) mercenários como Manoel de Sousa Martins para garantir a luta.
c) mercenários como o inglês Lord Cochrane, que deu fim à luta.
d) independentes como o conde D`Eu para garantir a luta.
e) liberais apoiados pelos bem-te-vis para garantir a luta.

17. Sobre a Setembrada, movimento ocorrido no Maranhão em 1831, julgue as assertivas abaixo e
aponte a opção correta.
I. A Setembrada foi um típico movimento antilusitano que eclodiu no Maranhão no início da década
de 30 do século XIX, a partir da sublevação das tropas de linha do quartel Campo D’Ourique.
II. O movimento exigia a demissão dos portugueses dos postos militares e que fossem expulsos dos
empregos civis da Fazenda e Justiça inclusive todos os brasileiros adotivos.
III. Em novembro de 1831, o movimento expandiu-se para o interior, unindo-se às tropas comandadas
pelo líder popular João Damasceno, que marchou por várias cidades e vilas da província impondo-
lhes combate.

a) Apenas I é verdadeiro.
b) Apenas II é verdadeiro.
c) Apenas III é verdadeiro.
d) I, II e III são verdadeiros.
e) Apenas II e III são verdadeiros.

18. A Balaiada, revolta que eclodiu no sertão maranhense, na primeira metade do século XIX (1838
a 1841) foi, segundo Astolfo Serra (1946, p. 148), “uma rebelião que originou-se de uma massa
agitada e rebelada, um aglutinado inquieto de vaqueiros, artesãos e até abastados fazendeiros”.
Essas agitações e revoltas, ocorridas no contexto de crise da Regência, “são movimentos que
eclodem em diversos pontos do país, estavam ligados à situação econômica do país, que medeia para
a vida autônoma sem o mínimo de recursos para atender às suas necessidades (SODRÉ, 1973, p.
145).”
http://www.outrostempos.uema.br/anais/pdf/santos2.pdf

O movimento de rebelião, em meados do século XIX, reconhecido historicamente como a Balaiada


a) foi um levante contra o poder central que, como tantos outros, não teve participação popular, sendo
liderado por membros da burguesia.
b) fez parte do rol dos conflitos liderados pelo governo e que, no Maranhão, exterminou a população
nativa.
c) foi um movimento de grande participação popular, de cunho republicano, ocorrido no Maranhão
durante o Segundo Reinado.
d) contou com grande participação da população maranhense, inserindo o Maranhão no
quadro das chamadas rebeliões contra o poder central no período da Regência.
e) foi um movimento de caráter antiescravista, promovido por negros escravos de origem Ioruba.

19. “Movimento social envolvendo grande parte da população das províncias do Piauí e Maranhão,
com repercussões em outras províncias vizinhas, como Ceará, Pará, Bahia e Goiás. De um lado, os
grandes proprietários de terras; de outro, a massa de trabalhadores – vaqueiros, escravos, artesãos,
lavradores, nativos (índios) e pequenos fazendeiros.”
(DIAS, Claudete M. Miranda. Balaios e bem-te-vis. A guerrilha sertaneja. Teresina: Instituo Dom Barreto, 2002. p.13.)

O texto acima refere-se, respectivamente, ao embate entre


a) os tenentes e a população, na Cabanagem.
b) os potentados e a população pobre, na Sabinada.
c) as oligarquias locais e a massa da população, na Balaiada.
d) a população pobre e os oligarcas, na Sabinada.
e) a população explorada e as oligarquias, na Balaiada.

20. A Balaiada, movimento popular ocorrido nas províncias do Piauí, Maranhão e Ceará (1838-1841),
teve na “Lei dos Prefeitos” um de seus motivadores. A esse respeito, podemos afirmar:
a) A Lei dos Prefeitos previa que os Juízes de Paz assumiriam as funções do executivo local.
b) A Lei criava os cargos de Prefeitos que, ao serem escolhidos pelos Presidentes de Província,
feria interesses de grupos locais.
c) A Lei retirava a maior parte das prerrogativas e as delegava aos Juízes de Fora, diretamente ligados
ao Gabinete Regencial.
d) Representou um abuso do Barão da Parnaíba ao dissolver as Câmaras Municipais e concentrar toda
administração local nas mãos dos Delegados de Polícia, que assumiram os cargos de Prefeitos.
e) Como consequência do Ato Adicional de 1834, extinguia o cargo de Prefeito Municipal e transferia
suas atribuições às Câmaras.

21. (F. Coelho) Imagem registrada em Caxias, no Maranhão.

A construção do Memorial da Balaiada


a) remete-nos ao período regencial, quando vários movimentos armados se levantaram contra o
Imperador Pedro II e o poder central no Rio de Janeiro.
b) trata-se da valorização da cultura afro no Brasil, construindo monumentos que remetam às lutas
pela emancipação dos negros, como o Monumento da Balaiada, em Caxias (MA).
c) refere-se ao movimento insurgente contra o governo regencial do padre Feijó, que envolveu
senhores de engenho em busca da autonomia política da Província do Pernambuco.
d) valoriza o movimento em que sertanejos se sublevaram contra a situação de miséria e
exploração, quando o negro Cosme comandou a tomada de Caxias (MA), numa insurreição
popular.
e) tem como finalidade tornar conhecido do público e informar sobre a Balaiada, movimento popular
ocorrido em Caxias (MA), que levou a separação desta província do governo central no Rio de janeiro.

22. (UEMA) Podem ser apontadas como causas da Balaiada:


a) Rivalidades políticas e desonestidade dos dirigentes da Companhia do Comércio do Maranhão;
b) Abuso das autoridades, prisão de homens empregados do padre Inácio Mendes e rivalidades
políticas;
c) Devido ao fracasso do comércio com as Índias;
d) O livre comércio com outras nações;
e) O não cumprimento das obrigações da Companhia do Comércio do Brasil.

23. A segunda metade do século XIX foi marcada no Maranhão por um desenvolvimento da produção
e exportação do algodão que, por um curto espaço de tempo, recuperou-se da crise vivenciada no
período pós-independência. É possível afirmarmos que este fenômeno possui ligações com:
I. O crescimento da demanda por matéria-prima para a indústria de tecidos, em franca ascensão no
sudeste do Brasil.
II. Os incentivos fiscais concedidos pelo governo de José Antônio Saraiva (1850-1854), do Piauí, aos
produtores de algodão da região do Vale do Itapecuru, sobretudo Caxias, fato que acabou estimulando
a produção.
III. A ocorrência da Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865) e o comprometimento da
produção algodoeira da região sul daquele país, favorecendo assim outras regiões produtoras da
matéria-prima.
➔ Estão corretas:
a) Todas as afirmativas
b) Somente as afirmativas I e II
c) Somente as afirmativas I e III
d) Somente a afirmativa II
e) Somente a afirmativa III

24. O colapso do sistema agroexportador, adicionado á decadência da escravaria, no final do século


XIX, projetaram um novo investimento no Maranhão: a indústria têxtil. Sobre este empreendimento,
julgue os itens a seguir.
(V) Essas fábricas foram implantadas nos principais núcleos urbanos da época: São Luís, Caxias e
Codó.
(V) Grande parte dos equipamentos usados na instalação da indústria têxtil, veio da Inglaterra, bem
como parte da mão de obra especializada utilizada no trabalho das máquinas.
(V) Os operários utilizados no setor têxtil eram recrutados nos bairros pobres da periferia das cidades-
pólo. Eram homens e, principalmente, mulheres e adolescentes.
(V) A produção têxtil avançou significativamente. Além das exigências do mercado externo, voltou-
se para o mercado regional pouco exigente, mas disposto a conseguir seus produtos: fios, punhos,
tecidos de brim e riscados grosseiros.

25. Dantes, os escravos tinham o que fazer! Mal serviam a janta, iam aprontar e atender os
candeeiros, dar-lhes novo azeite e coloca-los no seu lugar ... E hoje? É só chegar o paitinho de fogo
à bruxaria do bico de gás e cala-se em pândega. Já há cativeiro! É por isso que eles andam tão
descarados! Chicote! Chicote, até dizer basta que é o que eles precisam.
Aluísio Azevedo. O Mulato.

O processo de transição do trabalho escravo para o trabalho livre, no Maranhão, enfrentou problemas
tais como:
a) a ausência de trabalhos que interessassem aos libertos e dessem tranquilidade aos ex-proprietários
de escravos de que estariam fazendo um trabalho justo.
b) a preocupação da elite maranhense em libertar seus escravos para o trabalho livre por não
saber se estes estariam preparados para o exercício da liberdade e para receberem salários.
c) a defesa do direito de propriedade dos senhores (capital investido), a inserção do liberto ao trabalho
livre, a permanência da mentalidade escravocrata na elite maranhense.
d) a mentalidade escravocrata maranhense que não conseguia se desvencilhar da dependência do
trabalho escravo e não queria deixar os escravos sem emprego.
e) a falta de escravos para acender os candeeiros em São Luís, ficando a cidade às escuras,
aumentando os índices de criminalidade.

26. O titulo de Atenas Brasileira, atribuído a São Luís no século XIX, derivou fundamentalmente do
sucesso nacional alcançado pelo grupo maranhense do Romantismo literário brasileiro. Para muitos
autores, a constituição desse grupo de intelectuais foi beneficiada pela riqueza gerada através do (a)
a) exploração das drogas do sertão.
b) exploração pecuarista.
c) parque fabril têxtil.
d) sistema agroexportador.
e) mercado interno.

27. “Os chamados "republicanos de 16 de novembro" acabaram roubando a cena política dos
republicanos históricos na maior parte dos estados brasileiros. O "festival" adesionista foi tamanho
que deixou incomodado um conjunto de republicanos idealistas. O editorial de 18 de novembro de
1891 do jornal “Pacotilha", ao fazer a avaliação dos dois primeiros anos de República afirma que
tão logo fora nomeada a Junta Govemativa, em 18 de novembro de 1889, tornou-se difícil encontrar
monarquistas no Maranhão”.
(Luis Alberto Ferreira. In: www.outrostempos.uema.br)

A análise do texto permite afirmar que


a) não havia políticos monarquistas na província do Maranhão antes do novo regime.
b) os "republicanos de 16 de novembro" proclamaram a República no Maranhão.
c) os maranhenses republicanos demitiram os monarquistas dos cargos políticos.
d) os republicanos maranhenses condenaram os monarquistas ao exílio político.
e) os monarquistas maranhenses não tiveram receio em aderir ao novo regime.

28. No final do século XIX, o município de Grajaú e quase todo sertão maranhense viveu uma
rebelião política. Para o governo do Estado, o estopim foi o assassinato do promotor público
Estolano Polary. Para os sertanejos, era uma disputa pelo controle político da região. Benedito Leite
enviou forte contingente policial que praticou desmandos e atrocidades contra a população.
CABRAL, M. do S. Caminhos do gado: conquista e ocupação do sul do Maranhão, 1992 (adaptado).

O texto é uma referência a conflitos vividos no interior do Maranhão e conhecidos como


a) Balaiada.
b) Guerra do Léda.
c) Rebelião do padre João de Boa Vista.
d) República de Pastos Bons.
e) Setembrada.

29. No início do período republicano, o Maranhão “se deixou levar pela vertigem das fábricas,
empregando nela o dinheiro apurado. Foi vítima da loucura da época – transformar o Maranhão
agrícola em maranhão industrial”.
(Jerônimo de Viveiros – História do Comércio do Maranhão)

O surto industrial mencionado no texto não levou à industrialização do Maranhão, porque


a) os estabelecimentos industriais não conseguiam matéria-prima com regularidade.
b) o parque industrial implantado não se ampliou, continuando a economia a ser
predominantemente agrícola.
c) O operariado industrial era formado por escravos, incompatíveis com a disciplina fabril.
d) os altos preços da produção industrial local deixavam-na sem condições de competir com os artigos
importados.
e) o parque fabril aqui instalado visava o mercado externo, inacessível devido aos altos impostos de
exportação.

30. O coronelismo articulado, à estrutura de poder central esteve no Maranhão no decorrer da


República Velha. Sobre a inserção deste modelo político no Estado da época, aponte a alternativa
incorreta:
a) o fenômeno coronelismo foi gerado para sustentar o sistema republicano; sua importância era
fundamental para as articulações nos processos políticos do país; ele se fez presente principalmente
nas regiões norte e nordeste, exercendo funções do poder público.
b) no Maranhão esse fenômeno esteve fortemente presente pois, além de desempenhar as funções de
chefe político, meramente eleitoreira, de aliciar votos para o governo, serviu de instrumento de
punição, vingança e repressão; constitui-se uma forma particular de fazer política, sobretudo no
interior do Estado.
c) o coronelismo maranhense estava em sintonia com o poder federal, cuja articulação definia-se
através da Política dos Governadores.
d) o coronelismo no Maranhão teve como principais representantes Benedito Leite e Urbano Santos,
figuras que controlavam a política local.
e) o coronelismo na República Velha teve como principal representante Victorino Freire,
político que substituiu Benedito Leite.

31. “... e então surge um novo produto em nossa história econômica na época da Primeira Guerra
Mundial, e permite um primeiro reequilíbrio das finanças estaduais (...) e oferece ao nosso comércio,
com sua exportação, um relativo desafogo que cria um clima de recuperação, cujo processo de
desenvolvimento, entretanto, ressente-se da carência de capitais.”

O novo produto que passa a fazer parte da economia maranhense a partir da Primeira Guerra Mundial
é:
a) a amêndoa do coco babaçu
b) o coco da praia
c) a cana-de-açúcar
d) o algodão
e) farinha de mandioca

32. Elaborado pelo engenheiro Fróes Abreu, em 1929, o mapa Principaes vias de comunicação do
Maranhão (à direita) apresenta as vias de comunicação do Maranhão e os projetos em andamento.
Com base em sua leitura, observa-se, para aquele momento, que a navegação fluvial

a) subsidiava o transporte rodoviário.


b) integrava distintas regiões do Estado.
c) impedia o desenvolvimento de ferrovias.
d) comprometia os deslocamentos, por ser sazonal.
e) compunha um sistema de transportes articulado.

33. Uma das mais tradicionais oligarquias predominantes no Brasil nas décadas de 1940 a 1960, foi
o vitorinismo. Aponte a assertiva correta sobre o poder de mando de Victorino Freire no Maranhão.
I. Victorino Freire veio ao Maranhão em 1933, quando foi nomeado secretário do governo do
interventor Martins Almeida.
II. Victorino obteve consagrada vitória em 1945, elegendo 2 senadores e 6 dos 9 deputados federais
do Maranhão, além de influenciar na indicação do novo interventor, Saturnino Belo.
III. Ardiloso, usava máquina púbica para beneficiar políticos da situação. Gozava de influência junto
ao governo federal, ao mesmo tempo em que alijava da política e perseguia seus opositores.
IV. Victorino esteve no centro da greve de 51. Saturnino Belo rompera com a oligarquia, aliando-se
às Oposições Coligadas. Ganhou as eleições mas não levou, pois as influências de Victorino “deram
diplomação” a Eugênio Barros, o que causou uma revolta geral da população de São Luís.
a) se somente I e II forem corretas.
b) se somente I e IV forem corretas.
c) se somente II, III e IV forem corretas.
d) se somente III e IV forem corretas.
e) se todas forem corretas.

34. A greve de 1951 em São Luís:


a) foi um movimento que visou a obtenção de vantagens trabalhistas.
b) foi um movimento popular instigado por alguns líderes das Oposições Coligadas contra a
posse de Eugênio de Barros no Governo do Maranhão.
c) gerou uma crise política que marcou o fim imediato do domínio vitorinista no Maranhão.
d) levou a uma decretação de intervenção federal no Maranhão.
e) foi um movimento contra a corrupção eleitoral do vitorinismo e que contou com o apoio do governo
federal.

35. Analise as seguintes afirmações sobre a Greve de 1951 em São Luís:


(F) Foi um movimento da classe trabalhadora urbana em defesa do aumento de 100% do salário
mínimo, decretado pelo ministro João Goulart.
(V) O movimento ocorreu numa conjuntura de acirramento do conflito intra-oligárquico, em virtude
da contestação ao domínio do senador Victorino Freire.
(V) Foi um amplo e heterogêneo movimento da população citadida contra as práticas de fraude
eleitoral que caracterizavam a política estadual.
(F) Em virtude da magnitude da participação popular, a capital foi apelidada de Ilha Rebelde, por ser
um centro de oposição ao domínio oligárquico.
São verdadeiras as afirmações:

36. A oligarquização do poder tem sido uma característica da política maranhense desde o século
XIX. Aponte a alternativa que não corresponde a esse processo:
a) Após a adesão à Independência (1823), iniciou-se um conturbado período de conflitos entre facções
cujos episódios marcantes foram a Setembrada (1831) e a Balaiada (1838-1841).
b) Com o Segundo Reinado, os partidos Conservador e Liberal se consolidaram, adquirindo
consciência ideológica e programática, conforme afirmou João Francisco Lisboa no Jornal de
Timon.
c) O advento da República (1889) reforçou as tendências no sentido da monopolização do governo
em mãos de grupo da elite. Assim, observou-se a ascensão de bacharéis como Benedito Leite e
Urbano Santos.
d) Com o fim do Estado Novo (1945), as relações de Victorino Freirecom o governo federa e o
principal partido nacional, o PSD, possibilitaram-lhe atingir o posto de principal cacique político do
Maranhão.
e) A reformulação conservadora da política brasileira, efetuada pela ditadura militar (pós-1964),
garantiu as condições de vitória das Oposições Coligadas, através do udenista José Sarney.

37. Nos primórdios de sua ocupação, o território correspondente ao sertão maranhense teve sua
organização produtiva baseada em latifúndios e na pecuária extensiva. Contudo, desde 1990, boa
parte de sua espacialidade é ocupada com a produção sojícola em detrimento da agricultura familiar.
Os produtores de soja foram atraídos para a região conhecida por Gerais de Balsas.
Um desses fatores de atração foi
a) escoamento facilitado pela proximidade dos portos.
b) a oferta de mão-de-obra qualificada na região.
c) a produtividade, sem uso de fertilizantes.
d) a localização geográfica privilegiada.
e) acesso a terras baratas.
38. (NUCEPE) Os primeiros habitantes do Maranhão foram os indígenas Tupinambás, a Ilha de São
Luís era denominada por estes de “UPAON-AÇU”, que tem uma tradução na linguagem dos
Tupinambás de Ilha Grande. Esta população, ao longo do processo de colonização do Maranhão,
sofreu uma redução populacional. Assinale a alternativa que contém elementos que justifique tal
redução.
A) Condução para região Norte da Amazônia.
B) Descolamento natural para outras áreas do Brasil.
C) A utilização em grande escala no trabalho escravo.
D) Deslocamento para cultura do açúcar em regiões de Pernambuco e Bahia.
E) Conflito com o homem branco, extermínio de tribos inteiras e por contágio das doenças
infecciosas.
39. (NUCEPE) Desde 1594 Jacques Riffault estabelecera em Upaon-açu (ilha de São Luís) uma
feitoria, deixando-a a cargo de seu compatriota Charles dês Vaux, que havia conquistado a amizade
dos silvícolas, e tinha inclusive o domínio da língua nativa. Mas foi em 8 de setembro de 1612 que,
dando continuidade à política de colonização, foi fundada dentro do atual Estado do Maranhão a:
A) Nova Maurícia.
B) França Antártica.
C) Holanda Tropical.
D) França Equinocial
E) Brasil Flamengo.
40. A batalha de Guaxentuba inscreve-se entre os embates ocorridos no litoral do Maranhão colonial
(século XVII), com reflexos na própria colonização do Brasil por Portugal. Essa batalha assinalou
A) a histórica decisão de Jerônimo de Albuquerque de render-se a La Ravardière para preservar a
vida de seus combatentes.
B) a inferioridade bélica francesa, agravada pela inexistência de qualquer aliança com índios da
região.
C) a vitória definitiva dos portugueses sobre os franceses pela posse da costa norte do Brasil.
D) o fim das incursões de países europeus sobre o território americano colonizado por Portugal.
E) o extermínio dos povos indígenas que, vindos de Pernambuco, ocuparam o litoral maranhense.
41. (CESPE) As invasões holandesas no Maranhão ocorreram no contexto da
a) derrota dos franceses da França Equicional em disputa com os holandeses pelo território
maranhense.
b) formação da União Ibérica, que uniu as coroas de Portugal e Espanha e fez dos holandeses
rivais de Portugal.
c) proibição imposta por Portugal aos holandeses de comercializar e refinar o açúcar brasileiro.
d) instituição da Companhia das Índias Orientais, exploradora e exportadora holandesa de algodão.
e) expulsão dos holandeses de Pernambuco, que buscaram outras regiões para ocupação no Brasil.
42. (UEMS-2011) Sobre o longo processo de ocupação territorial maranhense, no período colonial, é
possível afirmar que
( F ) ocorreu a preponderância da livre iniciativa privada, sem a participação do estado na forma e
intensidade da ocupação, preponderando o consenso, estabelecido a partir de acordo entre estado e
colonos.
( F ) o território extenso era de fácil acesso e não exigiu grandes esforços e investimentos continuados
para vencer as barreiras naturais.
( V ) a ocupação do território maranhense obedeceu a dois vetores iniciais de ocupação: a frente
litorânea, capitaneada por São Luís, e a frente da pecuária, oriunda do sul do Estado.
( V ) A ocupação foi de caráter comercial e predatório dos recursos naturais, baixa monetarização e
pouca agregação de valor às exportações.
( F ) São Luís se tornou o polo centralizador frágil. O conjunto dos novos investimentos ao longo
do período colonial não fortaleceu São Luís com outras áreas do Estado.
43. (UFMA) A revolta de Beckman, movimento ocorrido no Maranhão na segunda metade do século
XVII, teve dentre outras causas:
A) o ódio de todos os brasileiros contra os portugueses.
B) a participação de elementos marginalizados, pela defesa de princípios democráticos.
C) o descontentamento diante das leis de Pombal, que propiciavam total liberdade aos indígenas.
D) a revolta dos colonos contra o monopólio da Companhia de Comércio do Estado do
Maranhão.
E) a apoio dado pelo imperador à Companhia de Comércio, contrariando os interesses da burguesia.
44. Entre as mudanças operadas no Brasil pela intervenção do Marquês de Pombal estão a/o:
a) criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, a exploração direta das minas de diamante
e o incentivo à ampliação dos colégios jesuíticos.
b) expulsão da Companhia de Jesus, a extinção das Capitanias Hereditárias e a redução dos impostos
coloniais.
c) exploração direta das minas de diamante, a extinção da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão
e a criação do Estado do Maranhão.
d) apoio e financiamento da Companhia de Jesus, a redução de impostos coloniais e a extinção da
Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão.
e) incentivo às instalações manufatureiras na Colônia, a expulsão da Companhia de Jesus e a
criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão.
45. (UFMA-2006) “Configuram-se duas conjunturas diferenciadas na região, uma fortemente ligada
à pecuária extensiva... atividade basicamente voltada para o mercado interno. Esta situação se altera
na segunda metade do século por conta das iniciativas do Ministério Pombalino, quando são
implementadas politicas no sentido da implantação do sistema agro-exportador”.
Sobre o Maranhão no século XVIII, identifique V ou F.
( V ) A frente pastoril possibilitou a ocupação de uma extensa área no sul maranhense, a qual se
ligava economicamente ás zonas de fronteiras do império português na Amazônia, voltadas para o
extrativismo.
( V ) No início do século XVIII, a sociedade era pouco diferenciada, havendo o predomínio de
funcionários e militares nos centros urbanos, além de uma extensa miscigenação, pois eram raras as
mulheres brancas vindas da metrópole.
( V ) A transição do trabalho indígena para o africano foi um processo bastante conflituoso
envolvendo as disputas entre colonos e jesuítas, até chegar a lei de Libertação dos Indígenas e seus
descendentes (1755).
( F ) As políticas pombalinas modificaram o status da capital da colônia, pois São luís transformou-
se no centro político-administrativo de uma vasta região que abrangia do Piauí aos limites amazônicos
do império colonial.
( V ) Ao final do século XVIII, a sociedade passava por profundas mudanças, relacionadas com a
chegada crescente de portugueses e de escravos africanos, ao aumento das fortunas e a um maior
controle social sobre a organização familiar.
46. (CESPE) O britânico cuja ousadia nas guerras napoleônicas lhe valeu a alcunha de “lobo do mar”
e que, no Brasil, atuou decisivamente nas guerras pela independência, tendo sido agraciado com o
título de marquês do Maranhão após sua vitória sobre as tropas portuguesas, foi
a) Thomas Cochrane.
b) Robert Southey.
c) Henry Koster.
d) Robert Walsh.
e) John Armitage.
47. (WSON) A organização do Maranhão em Capitania Hereditária foi estabelecida pelos portugueses
em 1534, mas assim como outras 11 capitanias, a empreitada maranhense faliu. O fracasso de
empreendimento maranhense deveu-se

a) a ausência dos capitães na região.


b) a falta de rentabilidade do investimento
c) a falta de recursos de João de Barros, Aires da Cunha e Álvares de Andrade
d) aos ataques dos nativos da região
e) à presença francesa no litoral

48. (WSON) Em 1612, a esquadra francesa comandada por Daniel de La Touche, desembarca no
litoral maranhense, fundando o Forte de São Luís. O objetivo da invasão Francesa no litoral
maranhense era

a) domínio da área de produção de açúcar do Brasil.


b) domínio da área de produção de metais preciosos do Brasil.
c) domínio da área de extração de drogas do sertão
d) domínio econômico da região norte da América do Sul.
e) domínio da área de produção de algodão do Brasil.

49. (WSON) Após a expulsão dos franceses do Brasil, o território maranhense iniciou o seu processo
de povoamento e expansão, baseado na

a) Frente Pastoril, partindo de Pastos Bons que ajudou na colonização do interior no século XVII,
através da Iniciativa Privada e Estatal.
b) Frente Pastoril, partindo de Pastos Bons que ajudou na colonização do interior no século XVII,
através da iniciativa do Estado Português
c) Frente Litorânea (século XVII) estimulada pelo Estado Português e a Frente Pastoril (século
XVIII) partindo de Pastos Bons, estimulada por iniciativa privada.
d) Frente Litorânea (século XVII), partindo de São Luís e estimulada por iniciativa privada,
colonizando a região dos rios Pindaré, Mearim, Itapecuru e Munim
e) Frente Litorânea (século XVIII), partindo de São Luís e estimulada pelo Estado Português,
alcançando os rios Parnaíba e Poty.

50. (WSON) A atividade econômica que dinamizou a economia maranhense e a integrou com o
restante do Nordeste açucareiro foi:

a) Pecuária
b) Arroz
c) Drogas do sertão
d) Minério de ferro
e) Algodão

51. (WSON) Em 1684, latifundiários maranhenses comandados pelos irmãos Beckman, insatisfeitos
com a dinâmica e os rumos políticos e econômicos da capitania do Maranhão, explodiram uma revolta
nativista denominada de Revolta de Beckman, que teve como causas a(o)

a) miséria do povo e o recrutamento militar obrigatório


b) recrutamento militar obrigatório e a Lei dos Prefeitos
c) ausência de escravos africanos e os conflitos entre colonos e jesuítas
d) ausência de escravos e a Lei dos Prefeitos
e) Conflitos entre colonos e jesuítas e recrutamento militar obrigatório

52. (WSON) No contexto da independência do Brasil e do Maranhão, a formação da Legião Cívica


de São Luís tem como objetivo

a) acelerar a independência dos Estados do Norte do Brasil.


b) auxiliar as tropas piauienses na Batalha do Jenipapo.
c) proteger a capital dos independentes e manifestações pró-independência.
d) Auxiliar as tropas rebeldes na expulsão dos franceses de São Luís
e) organizar motins contra o governo da Província do Maranhão.

53. (WSON) Em 1831, A Noite das Garrafadas, determinou o fim do Primeiro Reinado e a abdicação
de D.Pedro I ao trono brasileiro. No Maranhão a Setembrada foi

a) movimento antilusitano que exigia a expulsão dos portugueses do Brasil.


b) movimento nacionalista que exigia o retorno de D. Pedro I.
c) movimento separatista que exigia a demissão dos portugueses dos altos cargos
administrativos do Maranhão.
d) movimento nativista que exigia o retorno de D. Pedro I ao poder.
e) movimento regencial que exigia a antecipação da maioridade de D. Pedro II.

54. (WSON) Em 1838, explodiu no Maranhão mais uma rebelião regencial, denominada de Balaiada.
O surgimento deste movimento demonstrou o grau de instabilidade do Brasil naquele período. A
Balaiada foi um movimento que foi gerado devido à (o)

a) retorno de D.Pedro I ao poder no Brasil.


b) antecipação da Maioridade de D.Pedro II
c) ausência de mão de obra africana na região
d) disputas entre a elite local e a miséria do povo.
e) conflito colonos e jesuítas e recrutamento militar obrigatório

55. (WSON) A Sociedade ludovicense do final do século XIX, nos legou uma série de personalidades
que tornaram-se símbolos da história do Maranhão e do Brasil. São Luís passou a ser denominada de
a “Atenas Brasileira”, esta denominação foi uma referência

a) ao auge da Democracia brasileira.


b) ao ápice do domínio oligárquico das elites maranhenses.
c) ao declício da região devido à guerra contra os franceses.
d) à intensa atividade literária de São Luís.
e) à intensa atividade econômica de São Luís.

56. (WSON) Durante a República Oligárquica, estourou no Maranhão um movimento denominado


de Revolta do Leda (1888-1909), que demonstrou a instabilidade no Estado e a divisão das elites
políticas do Estado. A Revolta teve como objetivo

a) a transferência da capital de São Luís para Alcântara


b) a quebra do monopólio literário de São Luís
c) a união entre as oligarquias para a manutenção da ordem local
d) a queda de Vitorino Freire e de seus pares oligarcas.
e) a independência do sertão e formação da “República de Pastos Bons”

57. (WSON) A Balaiada Urbana, ocorrida em São Luís em 1951 é considerado a maior revolta urbana
do Maranhão. O motivo da deste movimento foi

a) a eleição de Getúlio Vargas à presidência do Brasil.


b) as fraudes eleitorais que elegeram Eugênio de Barros.
c) à crise econômica do Estado do Maranhão
d) à paralisação do porto de São Luís.
e) à queda da produção de alimentos no sertão maranhense.

58. (F. Coelho) “Durante estes anos, Benedito Leite exerceu ao mesmo tempo, os mandatos de Deputado
Estadual e Federal, controlando bancadas, exercendo uma verdadeira tutela sobre o governo em exercício e
estabelecendo-se como líder da política maranhense. Em 1897 foi eleito Senador, mas não abandonou a cadeira
de Deputado Estadual até 1899 e, nos quadriênios governamentais seguintes, foi, de fato, o verdadeiro
comandante do Estado, por trás da posição oficial de João Gualberto T. Costa e Lopes da Cunha.”
(Flávio Reis. In: Martins: Barricadas no Palácio dos Leões, 1998. P.20)
As origens do poder oligárquico no Maranhão remetem ao período Imperial. Na República Velha, novas
oligarquias se projetaram, corporificadas por Benedito Leite e Urbano Santos, bacharéis que exerceram o poder
de mando no Estado. As oligarquias perseguiam e alijaram politicamente a oposição. Pode-se citar como outras
práticas no Maranhão associadas a essa oligarquia:
a) liberdade política, eleições fraudulentas, coronelismo, divisão de poderes.
b) manipulação política, disputas partidárias, rompimento com o poder Central.
c) beneficiamento de correligionários, liberdade partidária, eleições livres e concorridas.
d) intensas disputas políticas, domínio dos currais eleitorais, voto de cabresto, moralização política.
e) acúmulo de cargos, uso de verbas públicas, favorecimento de aliados, nepotismo e manipulação
eleitoral.
59. (F. Coelho) O Relatório da Associação Comercial do Estado, no ano de 1889, dizia, entre outras coisas:
“safra do açucar foi muito diminuta devido ao abandono da maior parte dos engenhos não só por falta de
braços como também por não disporem os seus possuidores de meios necessários para o devido custeio.
Outro assunto digno de sérias ponderações se nos depara ao encararmos a desorganização sofrida pela
lavoura com a extinção do elemento servil. Os libertos apenas decretada a patriótica Lei de 13 de
maio tornaram-se rebeldes a todo e qualquer ramo de lavoura abandonando-se á inteira ociosidade. Quase
todos os sistemas que então apareciam de contrato para regular o trabalho da lavoura foram sem proveito
aplicados pelos fazendeiros."
Disponível em: https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Economia-Maranhense-Na-Republica/43022272.html. Acesso em 06.08.2019.

O relatório atesta que um dos fatores contribuintes à crise agrícola do Maranhão na passagem da Monarquia
para a República, relaciona-se:
a) à falta de direitos sociais à classe trabalhadora do Maranhão.
b) incapacidade do maranhense de adaptar-se ao trabalho livre.
c) à crise de mão de obra potencializada pela abolição da escravidão.
d) ao incremento produtivo de outros gêneros, a exemplo da carnaúba.
e) à perca de mercados devido à concorrência com outras praças produtoras.
60. (F. Coelho) [...] o presidente Jair Bolsonaro deveria deixar as querelas político-partidárias de lado e se
voltar a administrar o Brasil. Não o país de seus eleitores. O país de todos os brasileiros, e isso inclui o
Maranhão. Que essa guerra ideológica dos dois gestores eleitos para administrar o estado brasileiro e o
Maranhão chegue ao fim e que a população receba de volta a sua escolha nas urnas.
Disponível em: https://gilbertoleda.com.br/2019/07/24/flavio-dino-x-bolsonaro-guerra-sem-sentido-para-o-maranhao/. Acesso em 06.08.2019

As recentes farpas políticas entre o Presidente Jair Bolsonaro e o Governador do Maranhão, Flávio Dino,
atestam uma realidade na vida política do Brasil: a constante intromissão e intervenção do Poder Federal na
esfera Estadual. Essa constância atual não se fazia presente na República Velha, na medida em que
a) o “esquema café com leite” impedia a participação dos Estados na esfera Federal.
b) a “política dos Estados” transformava o governo federal refém dos governadores estaduais.
c) o federalismo e a “política dos governadores” garantia certa autonomia política aos Estados.
d) o “coronelismo” garantia o poder político dos governadores, impedindo a intervenção federal.
e) a “degola política” dificultava a oposição de parlamentares esquerdistas no Congresso Nacional.

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