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Jerônimo de Albuquerque.
ção desenvolveu a economia maranhense. Na fase pomba- A compra de escravos era financiada pela Companhia,
lina, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão em troca do monopólio do comércio que ocorria no porto de
incentivou as migrações de portugueses, principalmen- São Luís. Os colonos passaram a utilizar-se de braços vin-
te açorianos, e aumentou o tráfico de escravos e produtos dos de Cacheu, Bissau e Angola, em suas lavouras de ar-
para a região. Tal fato fez com que o cultivo roz e algodão.
de arroz e algodão ganhasse força e logo colocou o Mara- A entrada crescente de escravos africanos no Maranhão
nhão dentro do sistema agroexportador. culminou com a chegada de 41 mil pessoas entre 1812 e
1820. Como resultado, às vésperas da Independência, 55%
dos habitantes do Maranhão eram escravos. Tal número
correspondia à mais alta porcentagem de população escra-
va do Império. Ela concentrava-se nas fazendas situadas
na baixada ocidental e nos vales dos Rios Itapecuru, Mea-
rim e Pindaré.
Marquês de Pombal
ADESÃO DO MARANHÃO
A atuação da Companhia acarretou muitas mudanças À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
na sociedade maranhense, como a proibição da escravi-
dão indígena. No Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram
A partir da fundação da Companhia Geral do Grão-Pará muito ligadas à Metrópole e a exemplo de outras províncias
e Maranhão, houve ainda um crescimento significativo se recusaram a aderir à Independência do Brasil. À época,
de africanos escravizados na região. Até 1755, calcula-se o Maranhão era uma das mais ricas regiões do Brasil. O in-
que entraram 3 mil escravos no Maranhão. No período de tenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela
existência da companhia comercial, entre 1755 e 1777, este maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o a-
número saltou para 12 mil (Santos, 1983: 14-15).
146 VOCÊ FAZ. VOCÊ ACONTECE.
HISTÓRIA DO MARANHÃO
cesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul las lutas partidárias da aristocracia rural. Como líderes ti-
do país. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em veram: Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (O Balaio), o
Portugal. A região era conservadora e avessa aos coman- vaqueiro Raimundo Gomes e Cosme dos Santos (Negro
dos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta Governativa da Cosme). Os revoltosos conseguiram tomar a cidade de Ca-
Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao xias e estender o movimento até o Piauí, porém, as tropas
movimento da Independência no Piauí. A Junta controlava do imperador, lideradas pelo major Luís Alves de Lima e
ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o Silva, reprimiram o movimento.
principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade Os envolvidos foram anistiados e Manuel dos Anjos Fer-
escolhida pelo Major Fidié para se fortificar após a derrota reira e Negro Cosme foram mortos. O major Lima e Silva,
definitiva na Batalha do Jenipapo, no Piauí, imposta pelas responsável por sufocar o movimento, recebeu do impera-
tropas brasileiras, compostas por contingentes oriundos do dor D. Pedro II o título de Barão de Caxias.
Piauí e do Ceará. Fidié teve que capitular, sendo preso em
Caxias e depois mandado para Portugal, onde foi recebido
como herói. São Luís, a bela capital e tradicional reduto
português, foi finalmente bloqueada por mar e ameaçada
de bombardeio pela esquadra do Lord Cochrane, sendo
obrigada a aderir à Independência em 28 de julho de 1823.
Os anos imperiais que seguiram foram cruéis com o Mara-
nhão: o abandono e descaso com a rica região levaram a
um lendo e gradual processo de empobrecimento secular.
Barão de Caxias
Mas, a República chegou ao Maranhão como uma cisão maio de 1888. A abolição da escravidão desorganizou as
das oligarquias e facções políticas que comandaram a polí- relações de produção existentes, ponto de partida para a
tica local, principalmente, nas últimas décadas do regime segunda fase da história econômica do Maranhão, ca-
monárquico, representada por uma nova geração de políti- racterizada pelo aumento da importância dos produtos têx-
cos, a maioria bacharéis em Direito. Tal situação possibili- teis na pauta de exportações.
tou a emergência do político de carreira, personagem que A desvalorização das terras foi a maior consequência da
dominou os momentos iniciais da história política local. Na mudança no eixo econômico. Com a estagnação econômi-
realidade, o que se viu por parte das oligarquias locais foi ca, os grandes latifundiários de então passaram a diversifi-
uma busca de legitimar seu domínio através do diploma de car suas atividades, investindo em outras áreas de produ-
bacharel, que fez com que muitos filhos ou até mesmo pa- ção, em especial a indústria. O Parque Fabril Maranhen-
triarcas frequentassem as aulas em centros universitários se tinha sua produção voltada para a fiação, tecelagem de
fora do Estado. Verificou-se que o novo regime proporcio- algodão, sabão, pregos, calçados, cerâmicas etc. Pode-se
nou um paradoxo político no Maranhão, já que o Partido dizer que os capitais empregados no parque fabril têxtil fo-
Conservador, considerado reacionário na Monarquia, pas- ram provenientes da economia algodoeira
sou a ser dominante, sob a condição de Partido Federalis- Mas a euforia dessa nova matriz econômica maranhen-
ta, enquanto o Partido Liberal, que deu sustentáculo à im- se, durou pouco: Vários fatores levaram o parque ao declí-
plantação da República no cenário nacional, passara a ser nio: altos impostos, incapacidade gerencial, baixo incentivo
o Partido Republicano, configurando-se em oposição no do governo, baixo investimento em tecnologia, escassez de
cenário político maranhense. Portanto, os partidos tiveram mão-de-obra e energia elétrica.
que se reorganizar dentro da nova situação política do país.
Esse novo rearranjo colocou de frente as duas facções, o Principais Indústrias do Setor Algodoeiro e de Fi-
Partido Federalista e o Partido Republicano, que protagoni- bras Animais e Vegetais no Maranhão durante a Primei-
zaram os jogos políticos durante toda a Primeira República. ra Republica:
Neste campo de amplas dissidências políticas e oligár- - Companhia de Fiação e Tecidos Maranhense: Criada
quicas alguns nomes se destacaram por sua influência na em 1888/1890, localizada no bairro da Camboa. Faliu
região, pelos laços familiares e também por suas desenvol- em 1970. Era a mais antiga fábrica do Maranhão; 300
turas como pessoas públicas. Dentre estes nomes, se so- teares, produção 1.800.000 metros de riscados anuais
bressaiu o de Benedito Leite. em seu auge.
- Companhia de Fiação e Tecelagem de São Luis: Cri-
ada em 1894. Localizada a Rua São Pantaleão junto à
CÂNHAMO. Faliu em 1960. Empregava em seu auge 55
teares para uma produção anual de 350.000 metros de
tecidos.
- Companhia Lanifícios Maranhenses: Era localizada
na atual Rua Cândido Ribeiro (mais tarde passou a de-
nominar-se Fábrica Santa Amélia), integrando o grupo
cotonifício Candido Ribeiro. Faliu em 1969, produzia
440.000 metros/ano empregando em média 50 operá-
rios.
- Companhia Progresso Maranhense: Criada em 1892,
na Rua Antonio Rayol. Teve vida efêmera. Operava com
Benedito Leite em 1908
150 teares para uma produção anual de 70.000 me-
Considerado um homem das letras e um político por ex- tros/ano, 160 operários.
celência, este agente tornou-se o principal personagem po- - Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão:
lítico durante a Primeira República. Sua trajetória política Fábrica de tecido de Codó, criação em 1893. Produzia
não fugiu a regra dos demais jovens políticos maranhenses. 750.000 metros/ano, 250 operários na fiação e tecela-
Bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Recife e retor- gem.
nou a sua terra, onde foi um participante ativo na adminis- - Companhia Fabril Maranhense: Criada em 1893, era
tração pública do estado. Benedito Leite consagrou-se co- localizada na Rua Senador João Pedro, Apicum. Produ-
mo chefe do Partido Federalista e comandou a política local ção anual 3 milhões de metros, 600 operários. Faliu em
por quinze anos. 1971.
AS OPOSIÇÕES COLIGADAS
Denominou-se Oposições Coligadas a frente oposicio-
nista que exerceu durante os vinte anos de domínio ininter-
rupto de Victorino um contraponto na esfera política esta-
dual. Até sua chegada ao poder nas eleições de 1965, com
a vitória de José Sarney, as Oposições Coligadas participa-
Assis Chateaubriand ram de todas as eleições maranhenses de 1950 até 1965.
Fizeram parte do grupo oposicionista tradicionais adversá-
Em 1960, Victorino Freire indicou Newton Bello ao Go- rios de Victorino, tais como Neiva Moreira e Clodomir Mil-
verno do Maranhão, demonstrando mais uma vez sua habi- let e ex-situacionistas como Saturnino Belo, José Neiva e
lidade em manipular a política estadual. Entretanto, sua li- José Sarney.
derança seria mais uma vez contestada, com a rebelião de Genésio Rêgo e Clodomir Cardoso faziam parte do gru-
seis deputados federais contrários ao apoio de Victorino à po. Nas fileiras oposicionistas estavam ainda Collares Mo-
UDN, de José Sarney, os parlamentares se desligaram do reira, Erasmo Dias e Carvalho Branco. Pelo PTB, ainda em
PSD e ingressaram no PTB. Para completar o quadro de estruturação, surgia como liderança oposicionista o ex-
desestabilização do PSD no Maranhão, Newton Bello lan- interventor Paulo Ramos. Pela UDN, os deputados Alarico
çou a candidatura de Renato Archer sem o consentimento Pacheco e Antenor Bogéa. Aos poucos, o Jornal do Povo
de Victorino Freire. foi se transformando no reduto das Oposições Coligadas,
com sua linha editorial atuante contra o governo estadual, por Victorino Freire e de Getúlio Vargas, apoiado pelas O-
em particular contra Victorino Freire. Outro oposicionista posições Coligadas. No Maranhão, Saturnino Belo era favo-
era Neiva Moreira, membro do PSP. O partido criado pelo rito, todavia, a estranha anulação de 16 mil votos pelo Tri-
paulista Adhemar de Barros se transformaria na principal bunal Regional Eleitoral possibilitou a Eugênio de Barros
legenda de combate ao Vitorinismo, tendo em Clodomir Mil- (candidato apoiado por Victorino e Machado) ultrapassar a
let o seu mentor no Estado. contagem, enfurecendo as Oposições Coligadas. Apesar
A prisão arbitrária de Neiva Moreira, em 27 de julho das suspeitas de fraude, a Justiça Eleitoral diplomou Eugê-
de 1949, provocou na capital uma forte indignação popular, nio de Barros como Governador do Maranhão. Em 16 de
além de repercutir na opinião pública nacional. O tumulto da janeiro de 1951, Saturnino Belo sofreu um enfarte fulminan-
prisão de Neiva provocou a vinda ao Maranhão de Adroaldo te, causando enorme comoção no estado.
Junqueira Ayres, funcionário do alto-escalão do Ministério
da Justiça, no intuito de interceder pelo jornalista, por or-
dem expressa do Presidente da República, General Eurico
Gaspar Dutra. Moreira se candidatou a Deputado Estadual
e obteve grande votação na capital e no interior, em elei-
ções bastante tumultuadas.
A GREVE DE 51
A organização do reduto oposicionista permitiu a eclo-
são do movimento político conhecido como Greve de 51,
uma série de paralisações em todos os setores da econo-
mia e administração da capital por vários meses. O movi-
Neiva Moreira, diretor do Jornal do Povo. mento, de reação ao domínio político vitorinista, foi uma
manifestação violenta da população de São Luís contra os
Nas eleições de 1950, porém, as Oposições Coligadas excessos da corrupção eleitoral, então ostensivamente pra-
apresentaram como candidato Saturnino Belo, um ex- ticada no estado.
vitorinista, que arregimentou forte apoio popular durante a A Greve de 51 foi um movimento organizado pelas O-
campanha eleitoral, transformando-se rapidamente em posições Coligadas contra a posse do Governador Eugênio
símbolo da luta oposicionista. O ingresso de Saturnino Belo de Barros (PST), após contestada vitória nas eleições do
nos quadros das Oposições Coligadas deu-se através da ano anterior. Com forte mobilização popular, os “soldados
ruptura política com Victorino Freire, já que “Satu” não fora da liberdade”, como ficaram conhecidos os participantes
indicado pelo oligarca à sucessiva eleitoral em 1950. dos protestos, organizaram uma série de protestos que pa-
ralisaram a capital maranhense e tiveram reflexos no interi-
or do Estado. Barricadas, incêndios, ataques a sedes de
jornais do Governo, instituições e residências eram co-
muns. Por volta de 26 de setembro daquele ano São Luís
chegou ao caos generalizado nos setores de abastecimen-
to, comércio e segurança; o que provocou o envio de tropas
federais para garantir a posse do Governador eleito.
EDISON LOBÃO (1991-1994) - Recebe o gover- JACKSON LAGO (2007-2009) – Três vezes
no das mãos de João Alberto, junto com o vice, Ribamar prefeito eleito de São Luís. Elege-se governador, mas em
Fiquene, em solenidade pública, na Avenida Pedro II. A 2 maio de 2009, perde o mandato, sendo substituído por Ro-
de abril de 1994, Lobão renuncia ao cargo, para se candi- seana Sarney.
datar ao Senado, sendo eleito com expressiva votação.
MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA
NO MARANHÃO (1966-2012)
A partir dos anos 60 e 70, a modernização do Maranhão Tópicos relevantes sobre Modernização conservadora
ganha impulso com os investimentos da Superintendência no Maranhão (1966-2012):
de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e da Supe- 1. Modelo de desenvolvimento e expansão capitalista da
rintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDE- Amazônia: domínio do grande capital nacional e estran-
NE) na agropecuária e no extrativismo vegetal e mineral. geiro, sob patrocínio do Estado.
Os grandes projetos, como Carajás, aumentam a concen- 2. Domínio político oligárquico / propaganda e legitimação
tração fundiária e as migrações, além de provocar devasta- através de um discurso modernizador.
ção na Floresta Amazônica. No final dos anos 70, a mata já 3. Caráter patrimonialista do Estado / laços entre grupos
havia perdido quase a metade de sua formação original. políticos e capital privado (mineradoras / construtoras /
Esses projetos também impulsionam disputas de terra e outras empresas).
conflitos com a população indígena, causando tensão e vio- 4. Caráter de enclave exportador: alumínio / minérios / fer-
lência. ro-gusa / soja.
Os grandes projetos foram desenhados a partir do II 5. Expansão do agronegócio e do latifúndio, com a destru-
PND (Governo Geisel, 1974-1978), sob a bandeira do Pro- ição da agricultura familiar.
jeto Grande Carajás, com a instalação da Companhia Vale 6. Caráter de devastação ambiental, com o esgotamento
do Rio Doce na Ilha do Maranhão, o aproveitamento da es- dos recursos naturais.
trada de ferro existente e a instalação da Alumar (consór- 7. Caráter socialmente excludente: hiper-concentração de
cio multinacional voltado à produção e exportação de alu- renda / pobreza estrutural / exclusão da cidadania e vio-
mínio em lingotes), além da expansão, com incentivos e lação dos direitos humanos.
subsídios federais e estaduais de projetos agroindustriais
tais como eucalipto e bambu para celulose, pecuária bovi- OS “GRANDES PROJETOS” NA SEGUNDA
na, cana de açúcar e álcool. METADE DO SÉCULO XX
TRANSFORMAÇÕES NO CAMPO
NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
A instalação de guserias no Maranhão e no Pará levou
também, a partir do início da década de 1980, à expansão - Expansão do capitalismo no campo: processo de con-
da atividade de desmatamento voltado à produção de car- centração da propriedade da terra.
vão que impactou de forma significativa as regiões Central - Marco acelerador: Lei de Terras no governo Sarney
e Leste do Estado. Mais recentemente, a diminuição da o- (1969): transferência de terras devolutas para o domínio
ferta de madeira proveniente de matas nativas do Pará e de empresas particulares.
Maranhão e as crescentes restrições interpostas pela legis- - Incentivos fiscais ao agronegócio (SUDAM e SUDENE):
lação ambiental estão trazendo investimentos no Estado pecuária, madeireiras, soja, produção de cana de açú-
com vistas à produção de carvão a partir de reflorestamento car, plantio de eucalipto, mamona.
de eucalipto. Ao final da década de 1970 uma nova frente - Agronegócio e capital multinacional: Cargill Agrícola e
de ocupação econômica se delineia com o avanço da agri- Bunge Alimentos / Suzano Papel e Celulose.
cultura graneleira mecanizada (principalmente soja, mas
também milho, arroz e algodão) no sul do Estado, a partir
da região de Balsas. Ao final da década de 1980, tem lugar
o avanço de um segundo pólo de agricultura graneleira me-
canizada, na região Leste do Estado (nas microrregiões de
Chapadinha e do Baixo Parnaíba).
ANTECEDENTES DA REPÚBLICA
Coube Campos Sales e Rodrigues Alves, sucessores de Eram intelectuais, artistas, operários e até latifundiários
Prudente de Moraes, a montagem do regime das e militares se organizando. A vanguarda tenentista sabia
oligarquias. bem o que não queria, sonhava com reformas sociais,
O primeiro renegociou a dívida externa através do políticas e econômicas, mas não tinha clareza de como
Funding Loan, em 1898, e o segundo estabeleceu a executá-las. Foi, assim, útil braço armado na Revolução de
política de valorização do café pelo Convênio de Taubaté 1930.
(1906). Fixavam-se os tempos da hegemonia dos
cafeicultores.
VOCÊ FAZ. VOCÊ ACONTECE. 159
HISTÓRIA DO MARANHÃO
A REVOLUÇÃO DE 1930
Plano de Metas desenvolvimentista. O slogan “50 anos Chocou-se frontalmente com a UDN, que o apoiara, e com
em 5” orientou os investimentos em transportes, energia e os militares. A 25 de agosto de 1961, renunciou.
indústria pesada. A indústria automobilística, a criação da
SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do
Nordeste) e a construção da nova capital, Brasília,
cimentaram a popularidade de JK.
I, Bresser, Verão. Mas todos fracassaram. Sarney deixou a imagem validou a ideia de renovação. Collor acabar com os
presidência em 1990, sem conseguir equilibrar as contas do chamados “marajás”, funcionários públicos com altos salá-
país e a inflação. rios, que só oneravam a administração pública.
Sua primeira medida, ao tomar posse no dia 15 de mar-
ço de 1990, foi anunciar seu pacote de modernização ad-
ministrativa e reestruturação da economia, através do Pla-
no Collor I, que previa, entre outras coisas: volta do Cru-
zeiro como moeda; congelamento de preços e salários;
bloqueio de contas correntes e poupanças no prazo de 18
meses (confisco); demissão de funcionários e extinção de
órgãos públicos;
O objetivo deste plano era conter a inflação e cortar
gastos desnecessários do governo. Porém, estas medidas
não tiveram sucesso, causando profunda recessão, de-
semprego e insatisfação popular. Trabalhadores, empresá-
rios, foram surpreendidos com o confisco em suas contas
bancárias. O governo chegou a bloquear em moeda nacio-
nal o equivalente a 80 bilhões de dólares.
A fim de mostrar seu interesse na redemocratização do O governo Collor também deu início às privatizações
país, Sarney convocou no início de 1987 uma Assembleia das estatais e à redução das tarifas alfandegárias. Com
Constituinte, para elaborar uma nova Constituição. Repre- produtos importados a preços menores, a indústria nacional
sentantes da sociedade acompanharam de perto os traba- percebeu a necessidade de se modernizar e correr atrás do
lhos da Constituinte. O fim da ditadura militar ainda era re- prejuízo. Seis meses após o primeiro pacote econômico,
cente, por isso um dos principais objetivos da Constituição Collor lançou um segundo plano, o Collor II, que também
era estabelecer a democracia no Brasil. Depois de 20 me- previa a diminuição da inflação e outros cortes orçamentá-
ses de trabalhos, discussões, em 05 de outubro de 1988 foi rios. Novamente, o presidente não obteve êxito e só fez
promulgada a nova Constituição do Brasil, que foi apelidada aumentar o descontentamento da população.
“Constituição Cidadã”. A ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, não
O mandato de José Sarney terminou em 1990. No ano suportou a pressão e em maio de 1991 pediu demissão do
anterior foram realizadas as eleições. Depois de 20 anos, o cargo. A esta altura, surgiram várias denúncias de corrup-
povo pode ir às urnas para eleger seu candidato à presi- ção na administração Collor, envolvendo ministros, amigos
dente. Sarney não se opôs à campanha eleitoral, em ne- pessoais e principalmente Paulo César Farias, ex-
nhum momento. Mesmo porque este direito estava garanti- tesoureiro da campanha e amigo do presidente, acusado de
do na Constituição, promulgada em 1988. Seu sucessor, tráfico de influência, lavagem e desvio de dinheiro. Em en-
eleito pelo voto popular, foi Fernando Collor de Mello. trevista à revista Veja, Pedro Collor, irmão do presidente,
revelou os esquemas que envolviam também Fernando
Collor. A notícia caiu como uma bomba. A população, já in-
satisfeita com a crise econômica e social, revoltou-se contra
o governo.
dos em protesto devido aos acontecimentos dramáticos que de real de valor (URV) para todos os produtos, desvincula-
vinham abalando o governo do então presidente Fernando da da moeda vigente, o Cruzeiro Real.
Collor de Mello. Desta forma, cada URV correspondia a US$ 1. Posteri-
Foi instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inqué- ormente a URV veio a ser denominada “Real”, a nova moe-
rito), a fim de investigar a participação de Collor da brasileira. O Plano Real foi eficiente, já que proporcionou
no esquema chefiado por PC Farias. Num ato desesperado o aumento do poder de compra dos brasileiros e o controle
para salvar seu mandato, Collor fez um discurso em rede da inflação.
nacional e pediu para que os brasileiros fossem às ruas,
vestidos de verde e amarelo, em gesto de apoio ao presi-
dente. Realmente, o povo foi às ruas, mas vestido de preto
e exigindo o Impeachment de Collor.
No dia 29 de setembro de 1992 a Câmara dos Deputa-
dos se reuniu para votar o impeachment do presidente, ou
seja, sua destituição do cargo. Foram 441 votos a favor do
impeachment e somente 38 contra. Era o fim do “caçador
de marajás”. No lugar de Collor, assumiu o vice-
presidente, Itamar Franco.
pública, Governadores e Prefeitos. Manobra política que dato do ex-presidente FHC e em 2006, quando foi reeleito
beneficiaria FHC nas eleições de 1998. Outra vez o gover- na realização de um segundo turno contra Geraldo Alckmin,
no foi acusado de corrupção, por compra de parlamentares da coligação PSDB/PFL. A eleição de 2002 foi surpreen-
em troca do voto favorável à proposta de reeleição. A opo- dente, o então candidato Lula conquistou mais de 58 mi-
sição tentou criar CPIs (Comissão Parlamentar de Inquéri- lhões de votos, atingindo um índice de aprovação não al-
to) para investigar as denúncias, mas não houve sucesso. cançado em nenhuma de suas três tentativas anteriores.
Calcado na estabilidade econômica e controle da infla- Seu mandato caracterizou-se pela não interrupção da
ção, Fernando Henrique conseguiu se reeleger, em 1998. estabilidade econômica do governo anterior, manutenção
Disputou a eleição e venceu novamente no primeiro turno. da balança comercial com um superávit – quando há ex-
Entretanto, seu segundo mandato começou em meio a cri- cesso da receita sobre a despesa num orçamento -, em fa-
ses. O país estava mergulhado em uma recessão econômi- se de crescimento, e intensas negociações com a Organi-
ca. Para controlar a inflação, as medidas desestimularam o zação Mundial do Comércio (OMC). Obteve êxito com a
consumo interno e, consequentemente, elevaram o desem- diminuição, em cerca de 168 bilhões de reais, da dívida ex-
prego. terna, porém não conseguiu frear o aumento da dívida in-
terna que pulou do patamar de 731 bilhões de reais no ano
de 2002 para um trilhão de reais em fevereiro de 2006.
sideração o resultado final dos estudantes no Enem – Exa- A reeleição de Dilma no segundo turno da eleição presi-
me Nacional do ensino Médio. dencial de 2014 garantiu-lhe o direito a um segun-
O pior aspecto do governo Lula, contudo, foram os su- do mandato eletivo presidencial que teve início em 1º. de
cessivos escândalos políticos. Na oposição, o PT se mos- janeiro de 2015 e foi temporariamente encerrado por seu
trava como uma alternativa ao fisiologismo político, o corpo- afastamento do governo, em 12 de maio de 2016. Seu afas-
rativismo e a corrupção que reinava entre os partidos. Uma tamento foi consequência da instauração de processo de
vez no poder, aderiu às mesmas práticas. O “mensalão”, Impeachment pelo Senado Federal.
em 2005, foi o divisor de águas na era Lula. O esquema Em dezembro de 2015 o presidente da Câmara dos De-
envolvia o pagamento de propinas a parlamentares em tro- putados, Eduardo Cunha, acolheu o pedido
ca de apoio ao governo em votações no Congresso. Na é- de impeachment contra Dilma, que havia sido protocolado
poca, o presidente contava com apenas 31% de aprovação. pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína
As denúncias derrubaram o principal ministro de Lula, José Paschoal, e entregue a Cunha pouco mais de dois meses
Dirceu (Casa Civil), e atingiram toda a cúpula do PT. No antes. No requerimento original foram incluídas denúncias
segundo mandato, Lula refez sua base política e “construiu” de decretos assinados pela presidente em 2015, para libe-
a candidata Dilma Rousseff para sucedê-lo no cargo. rar R$ 2,5 bilhões, sem o aval do Congresso, nem previsão
no orçamento. Essa operação é conhecida como pedalada
fiscal, e caracterizaria improbidade administrativa.
O acolhimento do pedido de impeachment foi conside-
rado por parte da mídia como uma retaliação de Eduardo
Cunha contra o PT e a presidente, diante da ameaça contra
Cunha no Conselho de Ética, onde é investigado por supos-
ta participação no esquema denunciado na Operação Lava
Jato.
Camargo Correia, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, - Foi a de maior vigência (durou mais de 65 anos)
Mendes Júnior, Engevix e UTC) e diversas empresas de - Obs.: foi emendada em pelo Ato Adicional de 1834,
outros ramos. durante o período regencial, para proporcionar mais
Uma das consequências dessa operação é o agrava- autonomia para as províncias. Essa emenda foi
mento da crise política e econômica no país causado pela cancelada pela lei interpretativa do Ato Adicional, em
insatisfação popular e pela perda de credibilidade do país a 1840.
nível internacional. Com a descoberta desse grande es-
quema de corrupção, elevou-se a insatisfação popular com CONSTITUIÇÃO DE 1891
o desenvolvimento da política brasileira e houve a intensifi-
cação de protestos de opositores ao governo, que pedem a
renúncia ou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Além disso, em razão dessa instabilidade política e da des-
coberta do esquema de desvio e lavagem de dinheiro públi-
co, o país perdeu credibilidade internacional.
CONTEXTO: Logo após a Proclamação da
República predominaram interesses ligados à oligarquia
latifundiária, com destaque para os cafeicultores. Essas
elites influenciando o eleitorado ou fraudando as eleições
através do "voto de cabresto" impuseram seu domínio
sobre o país ou coronelismo.
- Obs.: Vargas foi eleito indiretamente para a presidência. relações patrão x empregado) com medidas
liberais(favorecimento ao empresariado).
CONSTITUIÇÃO DE 1937 - lObs.: Através da emenda de 1961 foi implantado o
Parlamentarismo, com situação para a crise sucessória
após a renúncia de Jânio Quadros. Em 1962, através de
plebiscito, os brasileiros optam pela volta do
presidencialismo.
CONSTITUIÇÃO DE 1967
CONTEXTO: Como seu mandato
terminaria em 1938, para permanecer no poder Vargas deu
um golpe de estado tornando-se ditador. Usou como
justificativa a necessidade de poderes extraordinários para
proteger a sociedade brasileira da ameaça comunista
("perigo vermelho") exemplificada pelo Plano Cohen (falso CONTEXTO: Essa constituição na
plano comunista inventado por seguidores de Getúlio).O passagem do governo Castelo Branco para o Costa e Silva,
regime implantado, de clara inspiração fascista, ficou contexto no qual predominavam o autoritarismo e o
conhecido como Estado Novo. arbítrio político. Documento autoritário e constituição de
1967 foi largamente emendada em 1969, absorvendo
Características instrumentos ditatoriais como os do AI-5 (ato institucional nº
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil. 5) de 1968.
- Carta outorgada (imposta)
- Inspiração fascista – regime ditatorial, perseguição e Características
opositores, intervenção do estado na economia. - Nome do país – República Federativa do Brasil
- Abolidos os partidos políticos e a liberdade de imprensa. - Documento promulgado (foi aprovado por um
- Mandato presidencial prorrogado até a realização de um Congresso Nacional mutilado pelas cassações)
plebiscito (que nunca foi realizado) - Confirmava os Atos Institucionais e os Atos
- Modelo externo – Ditaduras fascistas (ex., Itália, Complementares do governo militar.
Polônia, Alemanha) - Obs.: reflexo da conjuntura de "guerra fria" na qual
- Obs.: Apelidada de "polaca" (inspirada na Constituição sobressaiu a "Doutrina da Segurança Nacional"
Polonesa) (combater os inimigos internos rotulados de subversivos
(opositores de esquerda).
CONSTITUIÇÃO DE 1946
CONSTITUIÇÃO DE 1988