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HISTÓRIA DO MARANHÃO

*O MARANHÃO NO CONTEXTO DO SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS


O Maranhão sempre esteve nas intenções expansionistas do Estado Português, onde os limites
da capitania foram definidos e os donatários armaram expedições para ocupar terras
maranhenses, porém por mar naufragavam no canal do boqueirão e por terra se perderam ou
foram eliminados pelos indígenas Tupinambás, Tabajaras e Caetês, lembrando que os
Portugueses só conseguiram colonizar o Maranhão a partir da segunda metade do século
XVII.
D. João assim distribuiu a faixa litorânea do futuro Estado do Maranhão da seguinte forma: os
limites interiores deveriam terminar na abstrata linha de Tordesilhas e a doação de lotes de
terras para os donatários João de Barros, Fernando Andrade e Aires da Cunha, onde suas
expedições naufragaram no canal do boqueirão.
O Século XVI no Maranhão permaneceu sem Colonização, ocupações Européias e sem a
grande lavoura de exportação, lembrando que mesmo com o sistema de Capitanias
Hereditárias a Colonização não se implantou no Maranhão.
OBS: Quando o Brasil foi dividido em Capitanias Hereditárias, em 1534, os donatários que
receberam as terras do Maranhão não conseguiram colonizá-las.

*FRANCESES NO MARANHÃO (1612-1615)


Fatores para a montagem da França Equinocial ou causas das invasões Francesas no
Maranhão: a necessidade de obter terras, ausência de colonização no extremo norte vale
amazônico, a busca de uma colônia integrada aos interesses mercantilistas, vergar na prática a
vertical da linha de Tordesilhas, expandir fé católica, a crise social ocasionada pela difusão da
Reforma Protestante no país e explorar as potencialidades econômicas.
Em 1610, Daniel de La Touche veio ao Maranhão para confirmar uma série de informações
sobre este território, mas somente em 1611 é que de fato parte a esquadra da França a mando
de D. Maria Médici para o Maranhão.
Três navios, e uma tripulação de mais de 500 homens, entre soldados e colonos. Era está a
frota francesa comandada por Daniel de La Touche, onde invadiu o Maranhão no dia 26 de
julho de 1612. Uma das primeiras providências do comandante foi a construção de um forte
que recebeu o nome de São Luís em homenagem ao Rei Luís XIII. A partir do forte,
desenvolveu-se o povoado que deu origem a cidade de São Luís e no dia 08/09/1612 foi
fundada a França Equinocial rezando uma missa sob a ordem de D. Maria de Médici.
Em 1612 começou a invasão Francesa no Maranhão. Em 1613 já sofria reações contrárias dos
Portugueses e em 1615 os Franceses foram expulsos pelos Portugueses na Batalha de
Guaxenduba.
A Batalha de Guaxenduba foi um confronto entre Franceses e Portugueses, onde Jerônimo de
Albuquerque liderou a esquadra portuguesa e expulsou os Franceses em 1615, onde os índios
Tupinambás ajudavam os Portugueses.
Para explicar o inexplicável, a sabedoria popular recorreu a nossa Senhora da Vitória,
chamando a dita expedição de milagrosa, por ela ter transformado areia em pólvora para os
Portugueses no episódio chamado de Jornada Milagrosa.
Os Franceses fundearam São Luís, os Holandeses invadiram e os Portugueses Colonizaram. A
França Equinocial foi o estabelecimento de Colonização efetiva, mas não se consolidou. A
principal consequência das invasões Francesas no Maranhão foi o início da Colonização
Portuguesa.
OBS: Os franceses invadiram o Maranhão no período da União Ibérica, quando Portugal e
Espanha tinham o mesmo Rei.
*A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO MARANHÃO
O ponto de partida para o avanço do sistema colonial português no norte do Brasil foi a
conquista da ilha de São Luís em 1615.
Em 1621 a metrópole dividiu a Colônia em dois Estados independentes entre si. O Estado do
Brasil com sede em Salvador e o Estado do Maranhão com sede em São Luís, onde a escolha
deste último foi devido ao destacado papel como ponto estratégico para a Colonização do
Norte e Nordeste.
A ocupação Portuguesa no Maranhão foi de um caráter de menor relevância em relação a
outras capitanias.
A chegada de Açorianos no Maranhão transformou um simples posto militar em uma
povoação de colonos.
OBS: No início da colonização portuguesa no Maranhão, pequenos engenhos de cana-de
açúcar foram instalados às margens dos rios Itapecuru e Mearim.
O processo de conquista da colonização do Maranhão se insere em uma ampliação das
fronteiras comerciais européias e na disputa por novos mercados.
O ponto de partida do processo de conquista e dominação do Maranhão situa-se na disputa
pelo território envolvendo franceses, portugueses e holandeses.
O ímpeto colonizador em consolidar a conquista e o domínio do Maranhão fez com que se
estabelecesse, sem sucesso nessa região agroindústria açucareira.
A partir da expansão capitalista européia, sobretudo na sua fase industrial, verificou-se a
inscrição do Maranhão na divisão internacional do trabalho por meio da monocultura do
algodão.

*CORRENTES DE POVOAMENTO NO MARANHÃO


As Correntes de Povoamento no Maranhão foram a frente litorânea que tinha como agentes o
Estado Português, Igreja Católica e Iniciativa Privada, a economia voltada para a grande
lavoura de exportação, tendo mão de obra escrava passando pelos rios Itapecuru, Munim,
Pindaré e Mearim, já a Frente Pastoril tinha os vaqueiros como principal patrocinador, a
pecuária como principal atividade econômica, a mão de obra era livre passando pelos rios
Balsas, Corda e Manuel Alves Grande.
A Frente Pastoril aconteceu na parte Sul do Estado recebendo o nome de Pastos Bons devido
os campos e as pastagens do Maranhão.
OBS: Sobre o processo de povoamento do Maranhão na primeira fase da colonização
podemos destacar que o povoamento feito pelo interior teve base na pecuária e entrou no
Maranhão somente a partir de 1730, ocupando o sul maranhense denominado Pastos Bons. A
ocupação do sertão maranhense processou-se tardiamente, em relação ao povoamento das
áreas próximas ao litoral, nos vales dos rios Munim, Pindaré e Mearim. As duas linhas que
dirigiam o povoamento maranhense estruturaram duas bases econômicas diferenciadas,
fundamentadas na agro exportação e pecuária. A primeira ocupação denominada frente
litorânea teve como características básicas a ação deliberada, o controle, a participação direta
e a condução do Estado Português.
*ECONOMIA COLONIAL MARANHENSE
(PRIMEIRA FASE): Época da Fome ou pobreza econômica (Século XVII até a II metade do
Século XVIII): Economia de Subsistência assentada na pequena lavoura e no braço indígena,
forte criação de animais, valorizando a caça, pesca e a coleta das drogas do sertão, ausência de
moedas metálicas, economia mais extrativa que produtiva, economia auto- suficiente e baixa
produtividade, tráfico de índios, pequena exportação de algodão (lã, linho ou seda).
De imediato, a exploração do território do Maranhão, se deu mediante o extrativismo vegetal,
a pequena lavoura, a criação de animais, a caça e a pesca.
Em 1682 ocorreu uma tentativa da montagem da grande lavoura de exportação expressa na
criação da companhia de comércio Maranhão e Grão-Pará ou Companhia de Pascoal Jansen
ou primeira Companhia.
Principais funções da Companhia de Comércio Maranhão Grão-Pará: Exerceu o regime de
monopólio sobre extremo-norte, enviar escravos africanos, fornecer produtos manufaturados,
financiar e escoar a produção e fornecer 06 navios por ano para a costa Maranhense.
Essa Companhia não cumpriu suas funções, fornecendo produtos estragados com preços altos,
estocando produtos em armazéns e fraudando as balanças usadas para comprar a produção
colonial, não fornecendo a quantidade de escravos necessários e mandando apenas um navio
por ano.
*REVOLTA DE BECKMAN (1684)
Principais causas da Revolta de Beckman no Maranhão em 1684: os abusos cometidos pela
companhia de comércio Maranhão e Grão-Pará e os privilégios dos jesuítas (controle dos
indígenas e isenção de impostos).
Devidos os privilégios dos Jesuítas, os colonos os achavam uma concorrência desleal.
A Revolta de Beckman foi um movimento elitista, pois um grupo de senhores de engenhos
(proprietários rurais), sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, juntamente com
Jorge Sampaio.
Estopim da Revolta de Beckman: Na noite de 24 de fevereiro de 1684, quando o governador
Francisco Sá de Menezes estava ausente de São Luís, o seu substituto Gregório dos Anjos foi
preso e os revoltosos invadiram armazéns da companhia, atacando residências jesuíticas e
expulsando padres do Maranhão.
Principais consequências da Revolta de Beckman: Os rebeldes constituíram um governo
provisório e Tomás Beckman foi a Portugal expor os acontecimentos e ficou preso, foi
enviado para o Maranhão o governador Gomes Freire de Andrade e em 1685 aplicou duras
penas aos líderes rebeldes, onde Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram enforcados em
1685 em Manuel Beckman proferiu a célebre frase no dia 2 de novembro de 1685:``pelo povo
do Maranhão morro contente``, extinção da Companhia de Comércio Maranhão e Grão-Pará,
Os jesuítas retornaram ao Maranhão e maior liberdade para escravizar os indígenas.
-SOCIEDADE COLONIAL MARANHENSE
No início do Século XVIII, a sociedade era pouco diferenciada, havendo o predomínio de
funcionários e militares nos centros urbanos, além de uma extensa miscigenação, pois eram
raras as mulheres brancas vindas da metrópole.
A transição do trabalho indígena para o africano foi um processo bastante conflituoso
envolvendo disputas entre colonos e jesuítas, até chegar à Lei de Libertação dos Indígenas e
seus descendentes em 1755.
Ao final do século XVIII, a sociedade passava por profundas mudanças, relacionadas com a
chegada crescente de Portugueses e de escravo africanos, ao aumento das fortunas e um maior
controle social sobre a organização familiar.
*HOLANDESES NO MARANHÃO (1641-1644)
Principais causas dos Holandeses no Maranhão (1641-1644): Ampliar o domínio Holandês
sobre o nordeste brasileiro, a busca de mais açúcar e a exploração das drogas do sertão, impor
o protestantismo no Maranhão e confiscar propriedades de colonos e Jesuítas.
No dia 22 de novembro de 1641 inicia-se a invasão Holandesa no Maranhão comandada pelo
almirante Jan Cornelizon e o coronel Koin Anderson, chegando em 18 belomaves com dois
mil homens a bordo, desembarcando no Desterro, levando pânico a cidade com saques,
saqueando igrejas, incendiando fazendas, promovendo assassinatos e humilhações impostas
pelos invasores aos maranhenses. Uma vez dominada São Luís os batavos dirigiram-se para o
interior em direção ao Vale do Itapecuru conquistando essa região açucareira reduzindo os
proprietários a condição de meros feitores, lembrando que os Holandeses invadiram também
Tapuitapera (Alcântara) fazendo prisioneiro o governador Bento Maciel.
Os Holandeses cometeram os mesmos erros cometidos na Bahia, promovendo saques e
profanações religiosas. Entretanto formou-se uma estranha aliança entre colonos (medo de
perder suas propriedades e a busca de defesa do seu território) e Jesuítas (Anti Protestantes),
cujo o objetivo era expulsar os holandeses que se efetivou no dia 22 de fevereiro de 1644.
OBS (1): Sabemos que no período da União Ibérica ou União Peninsular (1580-1640), o trono
Português foi ocupado pela Dinastia dos Felipes da Espanha em que os Espanhóis decretaram
um bloqueio (embargo) para que os holandeses, não viesse financiar, distribuir, refinar e
transportar o açúcar brasileiro para o mercado Europeu surgindo um conflito entre Espanha e
Holanda.
OBS (2): A invasão Holandesa no Maranhão insere-se no contexto das disputas
mercantilistas, travadas pelas potências européias no decorrer do século XVII. É conseqüência
imediata das querelas que se arrastavam desde o início da Idade Moderna, envolvendo
Espanha e Holanda, em torno da independência dos Países Baixos. Desde o século XVI, os
holandeses mantinham negócios com Portugal, em torno do açúcar brasileiro. Assim, quando
Portugal passa a seu dominado pela Espanha (União Ibérica), esta última decreta o embargo
espanhol prejudicando sensivelmente a economia flamenga em torno do açúcar. Em
conseqüência do embargo, os holandeses invadem Pernambuco, depois expandem a conquista
por quase todo o Nordeste, chegando ao Maranhão em 1641, conquistando os engenhos da
região.
(SEGUNDA FASE): Época da prosperidade ou euforia econômica (II metade do século
XVIII até o final do século XIX): O ministro de D. José I, o Déspota Esclarecido Marquês de
Pombal transferiu a capital de São Luís para Belém e o Estado passou a ser denominado de
Estado de Grão Pará e Maranhão em 1753 com a criação da Companhia de Comércio Grão-
Pará e Maranhão ou Companhia de Pombal ou II Companhia foi fundamental para o
desenvolvimento deste território efetivando a entrada de mão de obra escrava e incentivou a
lavoura, a indústria, comércio e muitas ruas foram calçadas e prédios nobres foram
construídos. Pombal articulou a grande lavoura de exportação e ligou a economia maranhense
ao Euro mercado (agricultura de exportação). Ocorreu a divisão internacional do trabalho no
Maranhão reflexo da Revolução Industrial. Pombal aproveitando-se do Industrialismo Inglês e
o crescimento demográfico estimulou o algodão e o arroz, sendo que paralelamente crescia no
sul do Maranhão a pecuária, lembrando que ocorreu também a expulsão dos Jesuítas e a
proibição da Escravidão Indígena.
OBS (1): A monocultura do algodão, o latifúndio e a escravidão foram os elementos
estruturais da economia maranhense por determinação do capital mercantil no contexto da
divisão internacional do trabalho.
OBS (2): Sobre o conflito existente entre colonos e jesuítas, durante grande parte do período
colonial, pode-se afirmar que o interesse dos jesuítas, ao reunir os índios em missões, era,
catequizá-los e utilizá-los como mão-de-obra nos empreendimentos da companhia de Jesus e
os jesuítas foram expulsos do Maranhão em três ocasiões, 1661 e 1684, por iniciativa dos
colonos, e em 1759 por determinação do Marquês de Pombal.
*ADESÃO DO MARANHÃO À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
O Maranhão não aderiu a Independência do Brasil de imediato, pois desde o Século XVII que
o Maranhão mantinha mais ligações com Lisboa do que com os centros do Brasil (Salvador e
Rio de Janeiro) e a junta governativa Maranhense era controlada por comerciantes
portugueses (Bispo Nazaré) que declaravam fidelidade a Portugal.
A Adesão do Maranhão a Independência foi liderada pela Aristocracia Rural com o apoio de
mercenários ingleses sob o comando do Lord Cochrane e forças pró-independência que
marcharam do Piauí a Caxias até chegar em São Luís, onde no dia 28 de julho de 1823 o
Maranhão aderiu o processo emancipatório.
*BALAIADA (1838-1841)
No período regencial a Balaiada expressou os conflitos que marcaram todas as classes no
Brasil. No Maranhão o governo era exercido pelos Cabanos (Conservadores) que reforçaram
seu poder com a lei dos prefeitos de 1838 (Regresso Conservador) que dava ao poder Central
a capacidade de nomear dez prefeitos e dava poderes de juiz e delegado aos prefeitos, porém
os bem-te-vis (liberais) viram a possibilidade dos Cabanos se perpetuarem no poder, gerando
insatisfações.
Na época da Balaiada, o Maranhão atravessava uma grave crise econômica, onde a sua
principal riqueza, o algodão vinha perdendo preço e mercados no exterior devido à forte
concorrência do algodão produzido nos Estados Unidos que era mais barato e de melhor
qualidade afetando a população do Maranhão.
O principal líder dos Cabanos (Conservadores) foi Rafael Estevam, enquanto os Bem-te-vis
(liberais) foi João Lisboa, sendo que este jornalista liberal escreveu artigos estimulando
discretamente ações das massas sertanejas contra os Cabanos. Havia no Maranhão um grande
volume de camponeses empobrecidos.
Na época da Balaiada a província do Maranhão contava com cerca de 200 mil habitantes,
sendo 90 mil de escravos além de centenas de sertanejos ligados a lavoura de algodão e
pecuária.
Os principais líderes da Balaiada foram Raimundo Vieira Gomes (vaqueiro de uma fazenda
bem-te-vi), Manuel Francisco dos Anjos (fazedor de balaio-cesto) e Cosme Bento das Chagas
(chefe de quilombo com cerca de três mil escravos), lembrando que o principal quilombo era
o de lagoa amarela no qual os escravos aprendiam a ler e a escrever e o de São Benedito do
Céu.
Um incidente de estrada deflagra a Balaiada em que Raimundo Vieira Gomes era vaqueiro de
um chefe bem-te-vi e quando tangia o gado próximo a Vargem Grande teve parte de seus
homens presos sob a alegação de recrutamento militar. O Sub- prefeito era cabano e isso
motivou Gomes a reagir com violência, invadindo a prisão da Vila da Manga e soltando seus
boiadeiros. Logo os policiais visaram os balaios e assim também todos os perseguidos
explorados, negros fugidos e um deles, o chefe Gomes, intitulou-se de tutor Imperador da
liberdade Bem-te-vi. Os intelectuais preferiram extravasar seus ideais na tinta do papel a
pegar nas armas.
Depois de prolongado cerco a cidade de Caxias caiu sob o domínio dos rebeldes em maio em
1839 os revolucionários fizeram as seguintes exigências: anistia aos rebeldes, pagamentos de
salários aos revoltosos, prisão das autoridades corruptas e distribuição de terras.
Luís Alves de Lima e Silva (futuro duque de Caxias), que explorando o isolamento e as
rivalidades entre os grupos rebeldes e contando com a ajuda dos Bem-te-vis e Cabanos
pacifica a região em 1841, onde uma tropa de cerca de 8.000 homens reprimindo o
movimento, sendo que morreram mais de 12.000 sertanejos e escravos.
OBS: Podem ser apontadas como causas da Balaiada os abusos das autoridades, prisão dos
homens empregados do padre Inácio Mendes e rivalidades políticas.
NOTA: No Maranhão, uma das características fundamentais do período situado entre o
Primeiro Reinado e as Regências a ocorrência de sucessivas disputas no seio das camadas
dominantes, objetivando cada grupo assumir o controle da administração pública e da
sociedade provincial.
*ECONOMIA NO SÉCULO XIX
A Economia Maranhense no Século XIX foi marcada pela grande lavoura de exportação,
onde desenvolveu-se os seguintes produtos o algodão que ficou em crise permanente
determinada sobretudo pela economia Norte-Americana, pois este país estava vivendo a
Guerra de Secessão e o açúcar desenvolveu-se ligado ao crescimento demográfico europeu,
onde tornou-se o grande produto da época.
Ao final do século XIX a grande lavoura de exportação quebrou em virtude do baixo nível
tecnológico, o problema da mão de obra (abolição da escravidão) e os autos custos do
transporte.
A crise da grande lavoura de exportação deu origem a vertigem das fábricas, a loucura
industrial, a desinteria fabriqueira em que os proprietários rurais investiram na formação de
um parque fabril, lembrando que a elite local maranhense visava transformar o Maranhão
agrícola em um Estado Industrial nas duas décadas finais do século XIX.
OBS: Foram traços comuns entre o surto industrial de fins do século XIX, no Maranhão, em
geral apresentava o setor de bens de consumo, especialmente o têxtil como o aspecto mais
relevante desse desenvolvimento. Portanto, a industrialização ainda sem indústria de base.
Resultou de um processo de acumulação original de capitais que tinha nos grandes
comerciantes ligados à importação/exportação os maiores investidores. Entretanto, a
industrialização baseava-se em alto grau de dependência, devido à importação de maquinaria
e insumos.

*SÃO LUÍS: ATENAS BRASILEIRA


São Luís ficou conhecida como Atenas Brasileira devido os seus filhos ilustres como Artur
Azevedo, Aluísio Azevedo, Raimundo Corrêa, Coelho Neto, Graça Aranha, Gonçalves Dias,
João Lisboa, Henriques Leal e Sotero dos Reis. Além disso, os filhos da Aristocracia
Maranhense iam estudar na Europa, notadamente em Portugal (Coimbra), França (Paris) e
Inglaterra (Londres) e voltando par São Luís destacavam-se nas Ciências, na Política, no
Direito, no Jornalismo e na Literatura elevando a cultura local.
*ECONOMIA MARANHENSE NO SÉCULO XX
O Parque Fabril foi montado ao final do século XIX com capitais provenientes da crise da
grande lavoura de exportação, onde este parque nasceu frágil, mas arrastou-se até os anos 50
do século XX, formando principalmente a indústria de bens de consumo, especialmente a
têxtil, prego, chumbo e fósforo.
Após a Primeira Guerra Mundial, o babaçu maranhense despontou no cenário internacional,
sendo que ao lado do arroz a extração do babaçu possibilitou a ocupação de terras e formação
do campesinato maranhense.
A Indústria das Madeireiras teve a penetração do grande capital nacional privado do sul do
Maranhão com graves impactos ambientais.
A Companhia Vale do Rio Doce teve a penetração do grande capital estatal do Maranhão,
sendo acusada de promover um crescimento desordenado de São Luís.
A Alumar teve a penetração do grande capital internacional privado com fortes impactos
ambientais e sociais, ocorrendo a desarticulação de comunidades de camponeses e pescadores.
É uma empresa transnacional que produz alumina e alumínio, sendo um consórcio formado
por alcoa e billiton, tendo como principal matéria a bauxita que é extraída no vale de
Trombetas no Pará.
O Programa Grande Carajás tinha como localização geográfica a Amazônia Oriental
atingindo o Pará, Tocantins e Maranhão, tendo como principal projeto a Companhia Vale do
Rio Doce, onde a reserva mineral era a Serra dos Carajás, a ferrovia era a estrada de ferro
Carajás, o porto era o da ponta da madeira no Maranhão e a hidrelétrica era a de Tucuruí no
Pará com o rio Tocantins, lembrando que as principais consequências era a desapropriação de
terras, êxodo rural, periferização das grandes cidades, urbanização desordenada, devastação
das florestas e problemas ambientais.
Os municípios de São Luís, Açailândia, Santa Inês e Imperatriz tem algo em comum, pois são
cortados pela Estrada de Ferro Carajás.
*INTERVENTOR FEDERAL: PAULO RAMOS
Dentre os representantes de Getúlio Vargas que governaram o Maranhão, destaca-se Paulo
Ramos. Foi governador de forma indireta e interventor federal no Maranhão, enviou um
relatório ao presidente Getúlio Vargas afirmando que no Maranhão, tudo está por fazer. As
principais propostas de Paulo Ramos era dirigir os interesses da política Getulista no Estado,
controlar as instabilidades vivenciadas nos governos anteriores, realizar empréstimos na
esperança de sanear as finanças públicas, tendo como principais realizações a fundação da
maternidade Benedito Leite, a colônia de Nina Rodrigues, fundou o banco do Estado e houve
o crescimento da produção de carnaúba, babaçu, algodão e o arroz, inaugurando também o
departamento de estradas e rodagem.
*SÃO LUÍS: ILHA REBELDE OU ILHA INDOMÁVEL (GREVE DE 1951)
A greve de 1951 foi um movimento contra a fraude, sendo articulado pelas oposições contra a
posse do governador Eugênio de Barros ligado a Victorino e continuador daquela oligarquia.
O Maranhão nesta greve recebeu o nome de ilha rebelde ou ilha indomável, pois foi uma
manifestação violenta da população de São Luís contra os excessos da corrupção eleitoral,
então ostensivamente praticada no Estado.
*GOVERNO DE JOSÉ SARNEY (1966-1970)
A fim de embalar o discurso modernizador do Maranhão de progresso, José Sarney na época
que foi governador do Maranhão (1966-1970), criou a superintendência de desenvolvimento
do Maranhão, instituiu a TVE (Televisão Educativa) no âmbito da educação, ampliou a malha
rodoviária, construiu a hidrelétrica de boa esperança, ponte do São Francisco, construção da
barragem sobre o rio Bacanga e o porto do Itaqui, sendo um governo atrelado a Ditadura
Militar e acusado de utilizar a máquina administrativa e o uso de recursos públicos em prol de
interesses particulares.
*RECICLAGEM DA OLIGARQUIA SARNEY
Nos anos 90 temos a reciclagem da Oligarquia Sarney através do Governo de Roseana, tendo
como slogan ``Novo Tempo`` com a atração das oposições, problemas sociais, diversidade
racial e cultural, forte modernização (estradas, elevados e incentivo à cultura).
*FRENTE DE LIBERTAÇÃO DO MARANHÃO
Nos anos 2000, temos o Governo de José Reinaldo Tavares com o discurso ``tempo de novas
conquistas``, rompendo com a oligarquia Sarney, nascendo a Frente de Libertação do
Maranhão que elegeu de forma histórica Jackson Lago derrotando a Oligarquia Sarney, mas
não o Sarneysismo, porém o então Governador foi cassado pelo tribunal superior eleitoral
acusado de abuso econômico e político, lembrando que para muitos analistas a perda do
mandato de Lago não foi jurídica, mas política.

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