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Nome da aluna:Mariana Camilly Brandao de Oliveira turma:204 Turno: noite

A Revolta de Beckman Maranhão no século XVII

O Estado do Maranhão foi uma criação dos espanhóis, durante


a União Ibérica, o período em que o trono de Portugal e da
Espanha era ocupado pelo mesmo rei. No ano de 1621, por
ordem de Filipe II da Espanha, foi criado o Estado do Grão-Pará
e Maranhão, o que fez parte de um esforço realizado por
espanhóis e portugueses para expulsar invasores que tentavam
se fixar naquela região.
O primeiro governador desse estado foi o capitão-
general Francisco Coelho de Carvalho, que esteve à frente do
Maranhão por dez anos. A partir de 1654, esse estado passou a
ser designado como Estado do Maranhão e Grão-Pará (a ordem
dos nomes inverteu-se). Essa região englobava territórios que se
estendiam do Ceará até a vastidão da Amazônia brasileira.
ficou marcada na história brasileira como uma revolta que aconteceu no Estado
do Maranhão e do Grão-Pará. Essa revolta começou em 1684 e estendeu-se
até o ano seguinte, quando, então, foi contida pelas forças enviadas por Portugal.
A Revolta de Beckman aconteceu pela insatisfação da
população de São Luís, no Maranhão, com o monopólio
exercido pela Companhia de Comércio do Maranhão e com a
ação dos jesuítas contra a escravização dos indígenas.
Era um estado pouco habitado e que sobrevivia, principalmente,
de atividades de subsistência, como a produção de alguns itens
agrícolas, como algodão, tabaco e cacau. Existiam também
muitos que sobreviviam da extração das drogas do sertão (itens
como canela, anil e alecrim) e alguns poucos donos de engenho
que produziam açúcar.
Como a economia do Maranhão era muito simples, havia pouca
circulação de dinheiro e o estado dependia bastante do trabalho
escravo realizado pelos indígenas, uma vez que a compra de
africanos para cumprir esse papel era bastante dispendioso.
Portanto, era muito comum que fossem realizadas incursões que
caçavam, capturavam e revendiam indígenas como escravos.
A questão indígena, por sua vez, era muito conflituosa no período
colonial por conta da rivalidade existente entre os padres que
formavam a Companhia de Jesus, conhecidos como jesuítas, e
os colonos. Os segundos desejavam que os indígenas pudessem
ser capturados e escravizados, já os primeiros defendiam que a
escravização dos indígenas não fosse permitida, pois assim eles
poderiam controlar o trato dos indígenas, educando-os,
catequizando-os e explorando o trabalho deles.
A partir da década de 1680, a administração colonial determinou
que todo o comércio em São Luís fosse realizado
pela Companhia de Comércio do Maranhão. Essa companhia
entrou em atividade, em 1682, e recebeu da Coroa a autorização
para monopolizar o comércio local, assim, essa empresa era a
única que poderia comprar o que fosse produzido pelos
moradores do Maranhão e era a única que poderia vender as
mercadorias. Esse monopólio era conhecido como estanco.
Na questão dos escravos, a Companhia de Comércio do Maranhão
tinha como promessa a entrega de remessas regulares de escravos
africanos como forma de substituir os indígenas, controlados pelos
jesuítas. A promessa era de enviar dez mil escravos em até 20 anos,
mas as remessas de escravos não eram cumpridas.

Desfecho da Revolta de Beckman

Os rebelados controlaram São Luís por mais de um ano, mas, a


partir de 1685, eles começaram a perder força. Nesse ano,
Portugal enviou uma esquadra a São Luís com a função de
retomar o controle sobre a cidade. Como o movimento tinha
perdido força, a esquadra portuguesa conseguiu conquistar São
Luís.
A etapa seguinte consistiu na punição dos envolvidos da Revolta
de Beckman. Os dois grandes líderes, Manuel Beckman e Jorge
de Sampaio, foram condenados à forca e executados em
novembro de 1695. O irmão de Manuel, Tomás Beckman, foi
condenado à prisão pelo período de 20 anos.
Outros membros da revolta foram condenados
à prisão perpétua, outros foram degredados (expulsos da
colônia) e alguns foram condenados ao açoitamento público.
Depois que o movimento foi derrotado, os jesuítas retornaram ao
Maranhão e o direito deles de explorar os indígenas foi
restabelecido, mas mecanismos legais para obtenção de
indígenas como escravos foram criados em 1688. A Companhia
de Comércio do Maranhão foi extinta pelo novo governador,
Gomes Freire de Andrade.

Guerra dos Emboabas


"A Guerra dos Emboabas, que aconteceu entre os anos de 1708 e 1709, envolveu paulistas e
estrangeiros pelo domínio da exploração da região das minas. Os bandeirantes paulistas foram
os primeiros a descobrir ouro na região e queriam ser os únicos a explorar a riqueza. Porém,
com a chegada constante de pessoas vindas de outras regiões brasileiras e também de
Portugal, a exclusividade bandeirante não se realizou. Não importava mais quem era o
primeiro a chegar, mas sim extrair o maior número possível de ouro e outros metais preciosos
que fossem encontrados.

O conflito no início do século XVIII trouxe mudanças para o Brasil Colônia. O sertão brasileiro
começou a ser povoado, pois o litoral não trazia mais lucro com o açúcar. A coroa portuguesa
fez-se presente, dividiu as capitanias de São Paulo e Rio de Janeiro e criou a Capitania das
Minas de Ouro. Além disso, a cobrança de impostos passou a ser uma rotina para os
exploradores da região. Era possível explorar os metais preciosos desde que se pagassem os
impostos à coroa.

Após a derrota dos emboabas, os paulistas foram para a região onde hoje é Goiás e Mato
Grosso, descobrindo novas minas de metais preciosos e expandindo o ciclo do ouro para o
oeste brasileiro.

Guerra dos Mascates


A Guerra dos Mascates foi um conflito envolvendo fazendeiros
de Olinda e comerciantes de Recife, entre 1710 e 1711, pelo
domínio político e econômico da Capitania de Pernambuco.
Logo após a expulsão dos holandeses em 1654, os fazendeiros
de Olinda estavam com grandes dificuldades financeiras para
reconstruir seus engenhos, destruídos pela guerra que culminou
na expulsão dos invasores.
Para recompor as perdas da guerra, Olinda aumentou os
impostos, atingindo os comerciantes de Recife, que não
estavam na mesma situação dos fazendeiros. Os recifenses
conseguiram obter a elevação para a condição de vila e, ao
estabelecer os limites com a cidade de Olinda, iniciou-se a
Guerra dos Mascates, em 1710. O conflito selou o domínio
político-econômico de Recife em Pernambuco.

Revolta de Filipe dos Santos


"A dinâmica de exploração da colonização portuguesa no Brasil assumiu diferentes formas e
intensidades ao logo da trajetória do Brasil Colônia. A definição das atividades mineradoras
como principal atividade econômica do século XVII deu margem para um sistema de tributação
e práticas fiscalizantes nunca outrora observadas em nossa história colonial.

A região de Minas Gerais, na qualidade de maior centro desse tipo de exploração econômica,
também foi o local propício para diversos episódios de indignação e revolta contra o controle
massivo das autoridades metropolitanas. A própria Guerra dos Emboabas, deflagrada no início
das atividades mineradoras, prenunciava que o interesse econômico português seria
responsável pela inconformidade de alguns integrantes da sociedade colonial.

Observando a ameaça de seus lucros com o contrabando e a livre exploração dos minérios,
Portugal resolveu implementar uma série de tributações a serem aplicadas sob a região das
Minas Gerais. Em 1719, ainda buscando garantir uma ampla margem de lucro, os portugueses
instituíram as chamadas Casas de Fundição, que funcionariam como centros de cobrança e
controle sobre as riquezas extraídas do solo.

Paralelamente à tributação dos minérios, a formação de diversos centros urbanos trouxe outra
notável fonte de renda à metrópole. Graças às amarras econômicas estabelecidas pelo pacto
colonial, os colonos ainda eram obrigados a pagar os altos valores cobrados sob os gêneros
manufaturados oferecidos por Portugal. Mediante essa lógica de exploração e controle é que
compreendemos a deflagração da Revolta de Filipe dos Santos, em 1720.

A hostilidade e a desconfiança instaladas na região das minas faziam com que qualquer
suspeita de contrabando ou sonegação acionassem a rígida ação das tropas metropolitanas.
Durante um desses episódios de averiguação das forças metropolitanas, um grupo de mineiros
resolveu atacar a casa do ouvidor-mor, principal autoridade judicial da região. Logo em
seguida, dirigiram-se para Vila do Carmo a fim de pressionar o governador da região, o Conde
de Assumar.

O grupo, liderado pelo tropeiro Filipe dos Santos, reivindicava o fechamento das casas de
fundição. Prometendo atender a demanda do grupo, o levante retornou à Vila Rica à espera
das ações do governador. No entanto, isso serviu para que as tropas portuguesas se
organizassem contra os revoltosos. No dia 14 de julho iniciou-se o conflito que prendeu vários
participantes e condenou Filipe dos Santos à morte e ao esquartejamento."

Inconfidência Mineira x Conjuração


Baiana
"Ao longo do século XVIII, observamos o desenvolvimento de diversas situações de conflito
envolvendo os colonos brasileiros e a administração metropolitana. Nessa época, a ampliação
dos impostos, o rigor da fiscalização decorrente da exploração aurífera e a decadência do
açúcar foram alguns dos motivos que cercaram a ocorrência dessas revoltas. Para alguns, isso
indica o desenvolvimento de um processo que contribuiu para o processo de independência
brasileiro.

Mesmo parecendo plausível, devemos assinalar que o reconhecimento de um processo se


torna um tanto quanto complicado ao analisarmos a natureza e as diferenças que marcaram
cada uma dessas rebeliões coloniais. Entre outros casos, podemos notar que a contraposição
entre a Inconfidência Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 oferece ricos dados na
compreensão dessas diferenças que vão contra a ideia de um processo em desenvolvimento.

Assim como a grande parte de nossas revoltas coloniais, as revoltas, mineira e baiana, foram
alimentadas por membros da elite insatisfeitos com a ação metropolitana em cada uma dessas
regiões. No caso de Minas, os mineradores de Vila Rica e outros membros da elite mostravam-
se insatisfeitos com a política fiscal e a cobrança da derrama. Por outro lado, a cidade de
Salvador era palco de uma grave crise econômica que se arrastava desde a crise do açúcar e a
transferência da capital para o Rio de Janeiro.

Além disso, devemos notar que os participantes dessas mesmas revoltas estiveram
diretamente influenciados pela ideologia iluminista. Mais uma vez, notamos o caráter elitista
de tais movimentos, os quais eram sustentados por uma elite letrada e, em alguns casos,
instruída nas universidades europeias. Sendo assim, observamos que a origem social, análoga
a esses movimentos, viria a empreender a busca por objetivos próximos em cada um deles."

"No entanto, a despeito de um projeto de nação independente, vemos que a Conjuração


Baiana e a Inconfidência Mineira não se separaram apenas por um hiato temporal. A falta de
comunicação entre os centros de colonização e a ausência de um sentimento nacional anula
qualquer possibilidade de se considerar que tais revoltosos se sentiam integrantes de uma
nação que merecia a sua independência. Na maioria dos casos, a autonomia era projetada em
esfera local.

Entre tantas proximidades, vemos que a questão da escravidão acabou sendo o ponto que veio
a estabelecer uma diferença entre essas duas revoltas. No caso mineiro, a limitação do
movimento às discussões de uma elite enriquecida acabou fazendo com que a escravidão não
entrasse em sua pauta, já que o fim desta prejudicaria boa parte dos inconfidentes. No caso
baiano, a divulgação de panfletos acabou disseminando a causa emancipacionista entre
setores populares e favoráveis à abolição.

Assim que a Conjuração Baiana ganhava contornos mais radicais e populares, os líderes
intelectuais da causa acabaram se afastando do movimento. Talvez, assim como os
inconfidentes mineiros, eles temiam os efeitos de uma revolta emancipacionista conduzida
pelas camadas menos favorecidas da população. Por fim, vemos que a revolta baiana se
diferenciou da conspiração mineira assim que os agentes sociais de cada acontecimento se
diferiram em suas origens e interesses

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