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Nome: Yuri dos Santos Rodrigues 2ºDS .

12/10/22

Revolta de Beckman

A Revolta de Beckman foi um movimento organizado no Maranhão, entre 1684


e 1685, motivado pela insatisfação da população com a administração colonial.
Ela foi organizada pelos homens-bons de São Luís, por conta de suas
insatisfações com medidas tomadas pela Coroa em questões relacionadas ao
comércio local e o trato dos indígenas. Iniciou-se em 1684 se estendendo até
1685, quando uma esquadra portuguesa conseguiu restabelecer o domínio
português sobre a cidade maranhense. Os envolvidos com o movimento foram
punidos de diferentes maneiras."

Causas:

A razão do início da Revolta de Beckman foi a insatisfação dos habitantes de


São Luís com a administração colonial. As causas da insatisfação dos colonos
estavam principalmente em torno da questão da escravização dos indígenas e
do monopólio comercial realizado pela Companhia de Comércio do Maranhão.

No quesito da escravização dos indígenas, a insatisfação se derivava pelo


fato de que os jesuítas, posicionavam-se contra os colonos, impedindo-os de
escravizar os indígenas. A ação dos jesuítas fez com que o regente de Portugal
d. Pedro, autorizasse, em 1680, uma lei que impedia a escravização de nativos
no Estado do Maranhão. Com essa lei, o trato e o controle dos indígenas
ficavam exclusivamente nas mãos dos jesuítas, que os mantinha em suas
missões, ensinando-lhes a cultura portuguesa e o catolicismo. Isso irritava os
colonos, porque os escravos africanos prometidos pela Companhia de
Comércio do Maranhão não eram entregues e só havia condições de escravizar
os indígenas.
Na questão econômica, o estanco prejudicava os interesses comerciais dos
colonos. Além disso, havia denúncias de favorecimentos de terceiros por parte
da Companhia de Comércio do Maranhão; outras denúncias falavam que a
companhia pagava valores muito baixos pelas mercadorias trazidas pelos
locais e abastecia São Luís com produtos de baixa qualidade.

A rivalidade existente entre São Luís e Belém também repercutiu para o início
da Revolta de Beckman. Os habitantes da cidade maranhense sentiam-se
prejudicados pelo fato de o governador da província, Francisco de Sá e
Menezes, preferir morar em Belém.

Principais acontecimentos:

Todos esses fatores levaram alguns habitantes a se conspirarem contra a


autoridade colonial. Entre os conspiradores, estavam homens-bons, cidadãos e
até mesmo clérigos. Entre os principais articuladores da revolta, estavam os
irmãos Manuel e Tomás Beckman, cujo sobrenome foi utilizado para nomear a
revolta, Manuel era dono de engenho e foi um dos grandes líderes da Revolta
de Beckman. Já Tomás era advogado e cumpriu um papel secundário no
movimento. Foi Manuel um dos responsáveis por convencer outros habitantes
de São Luís a se rebelar contra a administração local. A revolta em São Luís
iniciou-se no dia 24 de fevereiro de 1684, quando acontecia uma procissão
religiosa na cidade. Os cidadãos rebelados renderam os guardas que tomavam
conta da Casa de Estanco para, em seguida, controlar locais estratégicos da
cidade. O capitão-mor do Maranhão, Balthasar Fernandes, foi preso durante a
revolta.

Com a cidade de São Luís tomada, os rebeldes formaram um governo


chamado de Junta Geral de Governo e a entregaram para o comando de Tomás
Beckman, João de Sousa de Castro e Manuel Coutinho. O novo governo de São
Luís tomou algumas medidas como a deposição do capitão-mor, a expulsão
dos jesuítas e a abolição da Casa de Estanco. O governo formado era
composto por representantes de diferentes grupos presentes em São Luís: os
homens-bons, cidadãos comuns e clérigos. Os líderes do movimento tentaram
levá-lo para outros lugares da província, mas não conseguiram apoio. Durante
mais de um ano, o governo da capital maranhense ficou sob comando dos
rebelados.
Desfecho:

A Revolta de Beckman durou mais de um ano, mas ruiu sem o apoio de outras
cidades do estado. Em maio de 1685, os portugueses enviaram uma esquadra
para São Luís, e o comando da cidade foi recuperado sem muitas dificuldades.
A esquadra portuguesa trazia Gomes Freire de Andrade, o novo governador do
Maranhão. Muitos cidadãos de São Luís acabaram fugindo por medo de
punições. A chegada do governador fez com que a normalidade fosse
restabelecida. O novo governador emitiu as ordens para prender os envolvidos
com a revolta, e as punições foram ditadas. Manuel Beckman e Jorge de
Sampaio de Carvalho foram condenados à forca. Tomás Beckman e Eugênio
Ribeiro Maranhão foram presos, Belquior Gonçalves foi açoitado e degredado
de volta para Portugal. Outros envolvidos foram multados.

Com o fim da revolta, os jesuítas retornaram e continuaram explorando a mão


de obra dos indígenas. A Companhia de Comércio do Maranhão foi extinta, pois
a rejeição popular a ela era muito grande. Por fim, a proibição acerca da
escravização dos indígenas foi revista pela Coroa no Maranhão. Com uma nova
lei entrando em Vigor. Sob essa lei, foram estabelecidas normas para a
escravização dos povos indígenas e o controle sobre essas questões foi
atribuído à Fazenda Real e à Corte. Com essa lei, as expedições de captura de
indígenas foram retomadas. Com a escravização de indígenas no Brasil Sendo
proibida apenas em 1755, por ordem do Marquês de Pombal."

."

Fontes:

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-beckman.htm

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