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ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA MARECHAL DEODORO

2º ano Ensino Médio – Turma 203

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS: CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E


GOVERNO GERAL

Júlio César da Luz dos Santos


Miguel Webber Forrati

Vila São João, Torres 16 de novembro de 2022.


CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Capitães donatários:

Capitania do Maranhão: João de Barros e Aires da Cunha e Fernando Álvares


de Andrade

Capitania do Ceará: Antônio Cardoso de Barros

Capitania do Rio Grande: João de Barros e Aires da Cunha

Capitania de Itamaracá: Pero Lopes de Sousa

Capitania de Pernambuco: Duarte Coelho Pereira

Capitania da Baía de Todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho

Capitania de Ilhéus: Jorge de Figueiredo Correia

Capitania de Porto Seguro: Pero do Campo Tourinho

Capitania do Espírito Santo: Vasco Fernandes Coutinho

Capitania de São Tomé: Pero de Góis da Silveira

Capitania de São Vicente: Martim Afonso de Sousa


Capitania de Santo Amaro: Pero Lopes de Sousa

Capitania de Santana: Pero Lopes de Sousa

Direitos e Obrigações do Donatário

O rei Dom João III concedeu as terras para nobres de sua confiança.
Cada Capitão Donatário era considerado a autoridade máxima, ficando
responsável por povoar, administrar, proteger o território, fundar vilas e
desenvolver a economia local. Por sua parte, a Coroa Portuguesa não dava
nenhuma ajuda financeira aos donatários para esse empreendimento.

Os donatários, por outro lado, possuíam alguns privilégios jurídicos e


fiscais como:

 Escravizar indígenas;

 Cobrar tributos e doar lotes de terra não cultivados (sesmarias);

 Explorar a região e usufruir de todos seus recursos naturais (donde uma


porcentagem pertencia à coroa), desde animais, madeira e minérios.

A despeito de possuírem grande poder, as capitanias não pertenciam


aos donatários e sim à Coroa Portuguesa que cobrava um imposto
denominado “dízimo”, ou seja, 10% da produção da capitania.

No entanto, o sistema de capitanias sofreu com a falta de recursos,


algumas foram abandonadas e em outras jamais seus donatários estiveram ali.
Igualmente sofreram ataques indígenas, os quais lutavam contra a invasão de
suas terras.

Desta maneira, o empreendimento das capitanias hereditárias fracassou.


Somente duas foram bem-sucedidas:

 Capitania de Pernambuco, comandada por Duarte Coelho,


responsável por introduzir o cultivo da cana de açúcar;
Capitania de São Vicente, comandada por Martim Afonso de Sousa,
graças ao tráfico de indígenas que realizavam naquelas terras.

Após a inviabilidade das Capitanias Hereditárias, a colônia passou por


uma reforma administrativa e foi instituído o Governo Geral.

Fracasso das capitanias hereditárias


As capitanias hereditárias como forma de administração e colonização
da América Portuguesa fracassaram. A existência delas no Brasil estendeu-se
até o século XVIII, mas esse sistema, enquanto único existente no
desenvolvimento da colonização do Brasil, foi rapidamente substituído por
outro, que criou uma estrutura que centralizava o poder na colônia.

Isso resultou na criação do Governo-Geral, um sistema no qual era


instituído um governo centralizado na colônia e que era administrado por uma
autoridade máxima, chamada governador-geral. Para isso, a Coroa desfez a
capitania da Baía de Todos os Santos e orientou o primeiro governador-geral a
criar lá a primeira capital do Brasil. Assim, Tomé de Sousa fundou Salvador,
em 1549.

O fracasso das capitanias está relacionado com múltiplos fatores. O


primeiro deles é o isolamento, pois havia pouco contato entre as capitanias, e a
comunicação com a Coroa era demorada. A falta de investimentos e recursos
para desenvolver as capitanias e a inexperiência administrativa dos donatários
foram outros fatores de relevância para o fracasso desse sistema.

Existiram casos em que o donatário nem se deu ao trabalho de ir para a


sua capitania, como aconteceu com Antônio Cardoso de Barros, donatário da
Capitania do Ceará. Outro fator importante no fracasso das capitanias foram os
ataques indígenas, que, quando aconteciam, resultavam na morte de um
grande número de pessoas.

GOVERNOS EM GERAL
O que é Governo-Geral?
Pretendendo centralizar o poder administrativo da colônia americana,
Portugal criou o Governo-Geral, um sistema de governo que durou quase todo
o período colonial.

Imagem do século XVIII idealizando o primeiro governador-geral, Tomé de Sousa, com um


índio

"Governo-Geral foi o modelo administrativo utilizado pela metrópole


portuguesa para governar sua colônia na América após 1548. Os governos-
gerais surgiram após o sistema de capitanias hereditárias mostrar-se incapaz
de levar adiante a empresa açucareira que se iniciava no território onde hoje
está o Brasil.

Outro motivo para a instauração do Governo-Geral na colônia


portuguesa foi a necessidade de centralizar o poder administrativo da colônia,
já que o sistema de sesmarias mantinha-o descentralizado, dando relativa
autonomia aos capitães donatários. Essa medida pretendia tornar a
administração colonial semelhante ao sistema administrativo da metrópole
portuguesa, baseado no Absolutismo."
"Semelhante à amplitude do poder detido pelas autoridades no
Absolutismo, o governador-geral detinha também amplos poderes. Eles
deveriam incentivar a implantação de engenhos, aglutinar os indígenas em
povoados e aldeias, buscando neutralizar suas ameaças constantes, seja
através do combate ou de alianças com as tribos e nações; reprimir os
corsários, combatendo ainda o comércio ilegal de pau-brasil; deveriam ainda
organizar e garantir as rendas da colônia, construir navios e fortes para a
defesa da colônia, fundar povoações e defender os colonos, além de realizar
expedições de busca a metais preciosos.

Para realizar essas funções foram criados alguns cargos de auxílio ao


governador-geral. Dentre esses é necessário citar o de provedor-mor, o
supervisor das finanças e da arrecadação de impostos; o ouvidor-mor, o
responsável pela justiça; e o capitão-mor, o responsável pela defesa da
colônia.

O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que governou entre


1549 e 1553. A sede administrativa de seu governo localizava-se em Salvador,
hoje capital da Bahia. Com ele vieram escravos africanos, mulheres e os
primeiros grupos de jesuítas. Estes passaram a ser responsáveis pelo ensino
na colônia e por catequizar os índios. Foi no governo de Tomé de Sousa que
foi criado o primeiro bispado do Brasil, na cidade de São Salvador."

"Duarte da Costa foi o substituto de Tomé de Sousa. Seu governo, que


durou de 1553 a 1558, foi marcado pela tensão entre jesuítas e colonos em
decorrência da escravidão indígena não aceita pelos religiosos. Foi também
durante o Governo-Geral de Duarte da Costa que os franceses ocuparam o
litoral brasileiro, onde hoje se localiza o Rio de Janeiro, e criaram a França
Antártica. Em razão principalmente da incapacidade em expulsar os franceses
da colônia, Duarte da Costa foi substituído por Mem de Sá.

Tendo sua administração sido estendida de 1558 a 1572, Mem de Sá


pretendeu restabelecer as boas relações entre jesuítas e colonos,
principalmente através da criação dos aldeamentos indígenas, conhecidos
como missões. Nas missões, a ordem tribal era quebrada em razão da
tentativa de inserção dos indígenas em um sistema de vida europeu. O
resultado foi a utilização dos indígenas nas lavouras e também a disseminação
de inúmeras doenças, já que os indígenas não tinham resistência imunológica
a muitas das moléstias trazidas do Velho Mundo.

Foi em seu governo que os franceses foram expulsos do litoral sul da


colônia e que foi fundada a cidade do Rio de Janeiro. Após o falecimento de
Mem de Sá, em 1572, o rei D. Sebastião dividiu a administração colonial em
dois governos-gerais: um com sede em Salvador e responsável pela porção
norte da colônia, e outro com sede no Rio de Janeiro, responsável pela porção
sul. Entretanto, a medida não foi satisfatória, voltando ao antigo sistema em
1578."

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/governos-gerais.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-geral.htm

https://www.todamateria.com.br/capitanias-hereditarias/#:~:text=As
%20Capitanias%20Heredit%C3%A1rias%20foram%20um,III
%20(1502%2D1557).

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