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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

RAQUEL OLIVEIRA DA ROCHA

DESMATAMENTO DO CERRADO

São Luís - MA
2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

RAQUEL OLIVEIRA DA ROCHA

DESMATAMENTO DO CERRADO

Trabalho apresentado para


……………..a disciplina de...Sociologia,
……………………………………………………………… do.curso. ..de..Química..da
Faculdade….Federal…..do
...Maranhão, ..como requisito
para obtenção .parcial.. da
………………………………………………………………………… …da. . nota referente ao 1ª
……………………………………………………………………………………….semestre ….do período de
……………………………………………………………………… 2022.1. Docente: Cindia
………………………………………………………………… Brustolin.

São Luís - MA
2022

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………..4
2. O CERRADO………………………………………………………………………………….5
3. A INTERFERÊNCIA HUMANA……………………………………………………………..6
4. RECURSOS HÍDRICOS……………………………………………………………………..7
5. CONCLUSÃO………………………………………………………………………………...8
REFERÊNCIAS………………………………………………………………………………9

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1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo o debate sobre o contexto social do
desmatamento do cerrado, e como o mesmo afeta a sociedade brasileira. Como é
de conhecimento geral, o Brasil é um país com proporções continentais possuindo
uma diversificação em regularidades da chuva, condições geológicas, clima, etc. Por
consequência disso, foram se desenvolvendo 6 biomas no Brasil: o cerrado; a
caatinga; o pampa; o pantanal; a mata atlântica; e a amazônia, cada qual possuindo
um determinado tipo de clima, fauna e flora.
Serão apresentados conceitos como a caracterização do Cerrado e suas
peculiaridades, seu clima e vegetação típica; por que a interferência humana
influencia diretamente o atual estado do cerrado; e qual a maior consequência da
mesma no bioma.

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2. O CERRADO

Atualmente, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística), o cerrado brasileiro ocupa cerca de 2.036.448 km2 de extensão,
constituindo cerca de 22% do território brasileiro, e abrangendo os estados: Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Minas Gerais, Maranhão e o Distrito
Federal. Contudo, o cerrado também abrange uma parte da Bahia, Piauí, Rondônia,
Paraná e São Paulo.
O cerrado no exterior é conhecido como "a savana brasileira", e possui o feito
de ser a savana mais diversificada do planeta, contendo milhares de plantas nativas.
Como característica marcante, o cerrado possui árvores com galhos retorcidos, e
isto ocorre pois o clima é dividido em meses extremamente chuvosos, e meses de
estiagem. A estiagem dura em média de 6 a 7 meses, e como consequência, a
vegetação nativa desenvolveu um mecanismo de defesa para sobreviver a este
clima inóspito. Nos meses de seca a grama acinzenta, os galhos caem com as
folhas secas, possibilitando o ambiente a virar extremamente inflamável, logo,
aumentando consideravelmente a chance de se obter "queimadas naturais", e por
sobrevivência, as árvores criam uma espécie de "armadura" para proteger seu
núcleo, porém, seus galhos e folhas acabam necrosados, e por consequência da
alta concentração de alumínio (proveniente dos resíduos das queimadas),
empobrecem o solo fazendo com que as árvores diminuem de tamanho, e seus
galhos passam a ser retorcidos.
As queimadas são um processo natural, o problema em si, é quando há
interferência humana.

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3. A INTERFERÊNCIA HUMANA
Algumas pessoas se aproveitam das queimadas naturais para causarem uma
queimada artificial, aumentando o risco tanto à flora e fauna, quanto aos próprios
cidadãos. Um dos exemplos é de que na estiagem, com o aumento das queimadas,
a umidade relativa do ar chega próximo de 20% a 15%, e como consequência, a
qualidade de vida decresce muito. É comum redes de ensino nesta época
diminuírem sua carga horária por culpa de alunos desmaiando em salas de aula,
dentre alguns outros sintomas relacionados a baixa umidade estão os sangramentos
nasais, ressecamento de todas as mucosas principalmente as do trato respiratório,
dermatites atópicas, dentre outros.
O motivo por trás das queimadas criminosas, nada mais é do que o lucro. O
Cerrado assim como a Amazônia, sofre excessivamente com o desmatamento,
porém, recentemente o governo está encobrindo os dados sobre o desmatamento
do cerrado. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, o Cerrado perdeu cerca de 8.531
km² de vegetação nativa, a maior taxa de desmatamento desde 2015. Porém, os
dados só foram divulgados no mês seguinte ao recolhimento, sem quaisquer
explicações.
Uma das principais causas do desmatamento é o aumento significativo de
políticas de agronegócio, que são incentivadas pelo governo atual. Na região
centro-oeste é visível os impactos causados pelo desmatamento. Áreas enormes
são destruídas para criação de estufas, e monoculturas de soja e milho,
praticamente um "mar verde". Mas não para por aí, a área que está mais afetada é a
do Matopiba, uma extensão geográfica que recobre parte dos estados do Maranhão,
Tocantins, Piauí e Bahia. O Matopiba atualmente é o “potencial do agronegócio
brasileiro”, logo, toda a vegetação nativa está sendo minada para a criação de
monoculturas de milho e soja. Com o incentivo ao agronegócio, e a sonegação dos
dados a favor do desmatamento, a situação atual e futura do Cerrado tem se
mostrado alarmante.

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4. RECURSOS HÍDRICOS
Berço das águas, é um apelido que foi dado ao cerrado graças a sua
contribuição hídrica. Seis das oito grandes bacias hidrográficas do Brasil
(Amazônica, Araguaia/Tocantins, Atlântico Norte/Nordeste, São Francisco, Atlântico
Leste e Paraná/Paraguai), são abastecidas pelo cerrado, além dos três principais
aquíferos do país: Bambuí, Urucuia e Guarani. O bioma do Pantanal também é
totalmente dependente das águas do cerrado, e ainda por cima, a grande parte do
abastecimento energético vem das hidrelétricas que partem do bioma.
Uma das maiores consequências do desmatamento do Cerrado é a sua
desertificação, ou seja, quando é retirado as plantas nativas do cerrado e plantado
outros tipos de plantas como a soja, são destruídas as raízes das antigas plantas
que ali habitavam e que absorviam a água da chuva a levando até os lençóis
freáticos e aquíferos, influenciando o abastecimento hídrico. Com a desertificação,
além de grandes aquíferos, os rios e bacias podem ser minados, deste modo, o
abastecimento energético entra em crise, já que no Brasil, em sua maioria, é
utilizado como sistema energético as hidrelétricas, o qual o fluxo da água é
transformado em energia elétrica.
Para o combate do desmatamento do cerrado, algumas medidas devem vir
principalmente do governo, como: acabar com o subsídio dos desmatadores,
aumentar a fiscalização ambiental, criar mais unidades de conservação, ter
transparência total dos dados do desmatamento, apoio do uso sustentável da
floresta, etc. Claro que existem muitas campanhas de práticas verdes como medida
para combater o alto consumo de água, mas a maior parte é um fluxo para com a
população, por exemplo, "use conscientemente, água pode faltar" ou "tomar banhos
mais curtos para diminuir o consumo", e muitos outros, porém, quase nunca são
vistos campanhas para o controle do uso dos recursos hídricos dos latifundiários. Os
grandes produtores do agronegócio não são pressionados pelo governo e podem
desfrutar de seus benefícios sem quaisquer cobranças, e por consequência, a
população sofre com essa desigualdade.

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5. CONCLUSÃO
O Cerrado, ao contrário da Amazônia, é uma floresta invertida, ou seja, os
danos causados são muito mais sérios do que o que vimos, porque a degradação
ocorre principalmente de forma subterrânea. Onde ocorreu o desmatamento,
dificilmente irá poder ser recuperado a vegetação nativa, isto se dá a propriedade
especial que o solo do cerrado possui.
O solo do cerrado é oligotrófico, isto é, um solo pobre em nutrientes básicos
como o nitrogênio, fósforo e o potássio, logo, quando uma determinada área do
cerrado é desmatada, é retirado suas plantas nativas e plantado soja e milho por
exemplo. Para isto, é necessário nutrir o solo, e como consequência, se algum dia
aquela área puder ser reflorestada não será possível, já que o solo estará nutrido, e
as plantas nativas precisam do solo oligotrófico. Por isso, é praticamente impossível
recuperar o ambiente original em relação à vegetação e ao solo. Se o
desmatamento continuar, o cerrado poderá ser extinto, causando danos irreversíveis
ao meio ambiente, e a sociedade.
A maior medida necessária para com o meio ambiente e o futuro da
sociedade brasileira, é principalmente tomar consciência sobre quem nós elegemos.
É de extrema importância abordar medidas que possam diminuir e até mesmo parar
o desmatamento do cerrado, é necessário se conscientizar e pensar para daqui a
alguns anos, água pode faltar, e é preciso lutar pela preservação do Cerrado
Brasileiro.

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REFERÊNCIAS

BRASÍLIA (Distrito Federal). Agência Senado Federal. Dia Nacional do Cerrado:


projetos reforçam leis para proteção do bioma. Brasília, 10 set. 2020. Disponível
em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/09/10/dia-nacional-do-cerrado-pr
ojetos-reforcam-leis-para-protecao-do-bioma#:~:text=Apesar%20de%20sua%20imp
ort%C3%A2ncia%20biol%C3%B3gica,de%20conserva%C3%A7%C3%A3o%20de%
20uso%20sustent%C3%A1vel. Acesso em 2 ago. 2022.
CASTRO, Mariana. Matopiba: crescimento do agronegócio é um dos
responsáveis por enchentes que assolam Nordeste. Brasil de Fato, Maranhão,
23 jan. 2022. Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2022/01/23/matopiba-crescimento-do-agronegocio-e
-um-dos-responsaveis-por-enchentes-que-assolam-nordeste. Acesso em 05 ago.
2022.
CONTAG. Cerrado: indispensável para o Brasil, mas ameaçado pelo
agronegócio! CUT. São Paulo, 11 set. 2020. Disponível em:
https://www.cut.org.br/noticias/cerrado-indispensavel-para-o-brasil-mas-ameacado-p
elo-agronegocio-73e0#:~:text=Acontece%20que%20a%20agricultura%20vem,proble
mas%20como%20a%20concentra%C3%A7%C3%A3o%20da. Acesso em 2 ago.
2022.
DIAS, Elder. O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos
reservatórios de água. Jornal Opção, Goiás, 4 out. 2014. Disponível em:
https://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-cerrado-esta-extinto-e-isso-leva-ao-fim-
dos-rios-e-dos-reservatorios-de-agua-16970/. Acesso em 29 jul. 2022.
FIGUEIREDO, Isabel. Por que as árvores do Cerrado são tortas? ISPN, Brasília,
26 jul. 2008. Disponível em:
https://ispn.org.br/por-que-as-arvores-do-cerrado-sao-tortas/. Acesso em 29 jul.
2022.
LOUREDO, Paula. Biomas. Brasil Escola. Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/biomas.htm. Acesso em
29 jul. 2022.

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MAGALHÃES, Lana. Biomas Brasileiros. Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/biomas-brasileiros/. Acesso em: 29 jul. 2022.
MARGIT, Andrea. 2030: O ano final do Cerrado. Ambiente Brasil. Disponível em:
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/artigos/2030_o_ano_final_do_cerra
do.html#:~:text=Estudos%20da%20ONG%20ambientalista%20Conserva%C3%A7%
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PEREIRA, Júlia. Desmatamento do Cerrado dispara no governo Bolsonaro.
Youtube, 5 de jan. 2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xWJTGHWBnQ4. Acesso em 02 ago. 2022.
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SCHIAVON, Fabiana. Baixa umidade irrita pele e traz crises respiratórias, saiba o
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a-umidade-irrita-pele-e-provoca-crises-alergicas-saiba-o-que-fazer/amp/?amp_gsa=1
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ovoca-crises-alergicas-saiba-o-que-fazer%2F. Acesso em 2 ago. 2022.
SOUSA, Rafaela. Cerrado. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/cerrado.htm. Acesso em 29 jul. 2022.

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