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MATHEUS VINICIUS ROCHA DA SILVA

BIOMAS BRASILEIROS
Bioma Pampa

Barretos
2022
MATHEUS VINICIUS ROCHA DA SILVA

BIOMAS BRASILEIROS
Bioma Pampa

Trabalho de Graduação sobre Biomas


Brasileiros, apresentado à disciplina
Ecologia de comunidade e
ecossistemas no curso de
Licenciatura em ciências Biológicas
do instituto federal de Barretos-SP,
teve como base a autoaprendizagem
sobre o tema.

Docente: Everaldo Rodrigo de Castro.

Barretos
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................
04
2. ORIGEM GEOLÓGICA/FORMAÇÃO ........................................................................
06
3. TIPOS DE SOLO E VEGETAÇÃO.............................................................................
08
3.1 RELEVO DO PAMPA ARGENTINO.................................................................................................
09
4. PRINCIPAIS PRESSÕES ANTRÓPICAS E ARÉA ORIGINAL E
ATUAL.........................................................................................................................
10
5. BIOMA QUE JÁ FOI ASSOCIADO E A LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA/CONSERVAÇÃO ................................................................................
12
6.1 RECONHECIMENTO DO PAMPA COMO BIOMA..................................................... 12
6.2 RECONHECIMENTO DO PAMPA COMO BIOMA..................................................... 13
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade abordar alguns


assuntos sobre o Bioma Pampa, com o intuito de aprendermos sobre
ele.
Como todos sabemos, o Pampa é um dos seis biomas
terrestres, é o único que se estende a um estado, cobrindo uma área
de 178.243 quilômetros quadrados, que representa 63% do território
do Rio Grande do Sul e 2,07% do nacional. Esse bioma não é
exclusivamente do Brasil, ele possui 62,2% do território do Rio Grande
do Sul, parte da Argentina, o extremo sudeste do Paraguai, além de
cobre todo o território do Uruguai. Esse Bioma sofre com as
modificações desde a época da colonização e os principais
ocasionadores são; as demarcações de fronteiras, a introdução da
pecuária e o estabelecimento da estrutura territorial de médias e
grandes propriedades que ainda ocupam a metade sul do Estado. O
Bioma Pampa tem um papel importantíssimo na conservação da
biodiversidade, pois é rico em fauna e flora ainda pouco estudado. É
constituído por ecossistemas naturais com uma grande variedade de
espécies animais e vegetais que proveem importantes serviços
ambientais, como a conservação dos recursos hídricos, a
disponibilidade de polinizadores e o fornecimento de recursos
genéticos, e são de grande importância no fornecimento de ração para
o gado no sul do Brasil. (PILLAR et al. 2009).
Boldrini et al. (2010) Afirmam que existem mais de 2.200
espécies de flora, contendo grande patrimônio genético notável, mas
pouco conhecido. Grande quantidade dessas espécies tem valor
alimentar, usadas para o desenvolvimento da pecuária ecológica, com
o intuito de conservar o campo nativo, ao contrário dos outros
sistemas. Foi constatado que 213 dessas espécies campestres estão
na lista de plantas ameaçadas de extinção, segundo a lista da flora
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ameaçada da secretaria estadual do meio ambiente do Rio Grande do


Sul (Marques et al. 2002).
A rica biodiversidade do Pampa está ameaçada Expansão da
fronteira agrícola com grandes avanços na cultura da soja e também
nas espécies florestais exóticas como Acácia sp., Pinus sp. e
Eucalyptus, expostas a pastoreio intensivo, cultivo de pastagens
exóticas, urbanização, mineração de solo e minérios e extração ilegal
de espécies vegetais e animais, caça predatória e comércio ilegal,
construção de infraestrutura para a prática de atividades turísticas não
licenciadas e não regulamentadas e mineração de lenha (BILENCA;
MIÑARRO, 2004).
No Brasil, o Pampa é oficialmente reconhecido somente em
2004 tornou-se um bioma, alcançando um status equivalente à Mata
Atlântica, Caatinga, Pantanal, Cerrado e Amazônia. Antes disso, ele
era chamado como Campos Sulinos, fazia parte do bioma Mata
Atlântica. Hoje o bioma está formalmente inserido a agenda ambiental
nacional, com o intuito de proteger o rico património natural e cultural
da região, assegurado na legislação; a sua importância, singularidade
e o potencial deste cenário rural único no mundo. O bioma sustenta
uma fauna e flora única e diversa, composta principalmente por
organismos adaptados ao meio rural, possui uma diversidade de
espécies únicas(endêmicas) somente encontradas nessa região.
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2. ORIGEM GEOLÓGICA

O Pampa, também denominado de Campos do Sul, Campos


Sulinos ou Campanha Gaúcha, é um bioma que ocupa mais da metade
do território do Rio Grande do Sul, e parte dos países Uruguai e
Argentina. Na América do Sul, o Pampa se estende por uma área de
aproximadamente 750 mil km², compartilhada por Brasil, Uruguai e
Argentina. No nosso país, ele ocupa 178.243 km², ou seja, 2,07% do
território nacional, como já foi citado. A palavra Pampa é um termo do
vocábulo indígena quéchua e significa “região plana”, paisagem bem
comum nesse bioma, porém não única. No Pampa se encontram de
serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas (elevações). Todos
caracterizados por uma vegetação bem variada, onde predominam
campos nativos, mas onde também há presença de matas ciliares,
matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais,
banhados, afloramentos rochosos.

Imagem 1 e 2: Campos Sulinos


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Fonte: Embrapa

Imagem 3: no primeiro quadrado está indicando a localização do pampa no Brasil, no


quadrado do meio a ampliação do pampa no Rio grande do Sul e no último quadrado está
indicando a localização do pampa na América do Sul.
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Fonte: IBGE
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3. TIPOS DE SOLO E VEGETAÇÃO

O Bioma Pampa possui um solo fértil, por isso são procurados para
o investimento/desenvolvimento de culturas agrícolas. As áreas mais
férteis são as que contém o solo tipo ‘’terra roxa’’, recebeu-se esse nome
por italianos que vieram trabalhar no Brasil nas lavouras. O solo do
bioma pampa é arenoso e raso, o que significa que as rochas podem ser
alcançadas rapidamente sem precisar cavar muito. Também é fértil e
sustenta espécies vegetais existentes, principalmente gramíneas, um
dos pontos fortes para grande e massiva pecuária existente nesse
bioma.

Imagem 4: A mata aluvial

Fonte: ibflorestas

As florestas aluviais contêm muitas espécies de árvores


comercialmente importantes. Na Reserva Ambiental do Rio Ibirapuita,
inserida neste bioma pampa, existem estratos campestres e florestais
com clima temperado, diferente de outros estratos do Brasil. Além disso,
existem 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados, ratos d'água,
sevius e lobos, e 22 espécies de aves na mesma situação. Pelo menos
uma espécie de peixe, o inhame (Gymnogeophagus, Família Cichlidae),
é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã. O Pampa é uma região temperada
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com temperatura média de 18°C, formada por morros onde se localiza a


produção pecuária e por grande extensão de terra plana, caracterizadas
por áreas de baixa umidade. No que diz respeito à pecuária, a tradição
na região sul começou com o domínio colonial do Brasil. O Pampa
gaúcho da Campanha Meridional está localizado no Brasil com o maior
percentual de reservas naturais e é um dos ecossistemas mais
importantes do mundo.
A paisagem natural do Pampa é dominada pela vegetação
campestre. No meio dos campos, encontram-se matas ciliares nas
margens dos rios e riachos, matas nas encostas, matas de pau-ferro,
matagal, butiazal, banhados e afloramentos rochosos.

O Pampa é rico em diversidade vegetal, com cerca de três mil espécies


de plantas encontradas. A vegetação é composta por plantas
herbáceas com uma grande variedade de gramíneas, arbustos e
pequenas árvores. A paisagem é composta principalmente por campos
naturais, com áreas florestais limitadas às franjas do terreno mais
acidentado. Dentre os tipos de plantas encontradas no pampa
podemos citar: grama-tapete, capim-forquilha, flechilha, cabelo-de
porco, babosa-do-campo, trevo-nativo, algarrobo, nhandavaí.

Imagem 5: Nhandavaí espécie típica do Bioma Pampa

Fonte: Biologianet

3.1 RELEVO DO PAMPA ARGENTINO

Na maior parte, as planícies são proeminentes no terreno e


consistem em grandes pastagens onde são mantidos grandes
rebanhos. Portanto, a principal atividade econômica da região é a
pecuária extensiva, com destaque para bovinos e ovinos.
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4. PRINCIPAIS PRESSÕES ANTRÓPICAS E ARÉA


ORIGINAL E ATUAL DO BIOMA PAMPA

O pampa é o bioma brasileiro com maior perda proporcional de


vegetação nativa entre 1985 e 2021. neste período, 3,4 milhões de
hectares de campos de diferentes tipos deram lugar à agricultura e
silvicultura, representando uma perda de vegetação de 29,5%. em
comparação, para o cerrado, o segundo bioma que mais perdeu
cobertura original, a perda percentual foi de 20,9%. esses números
fazem parte do acervo MapBiomas edição 7. De acordo com o
levantamento, em 1985 a área de vegetação original representava
61,3% da pradaria. em 2021, essa participação será de 43,2%. as
atividades humanas, por outro lado, vão além dos biomas: as áreas
humanizadas totalizaram 46,7%, das quais 41,6% eram destinadas
apenas à agricultura.
Entre as vegetações do Pampa que mais mudaram, os campos
estão no topo da lista: nesse período, a área de campos é 36% menor,
principalmente para monoculturas. Praias e dunas perderam 28% de sua
área e as formações florestais cerca de 3%. Por outro lado, a plantação
de espécies arbóreas como pinus e eucalipto para aproveitamento na
exploração, deram um grande salto, nos últimos 37 anos, área de
abrangência da atividade aumentou em média 1.6% e continua
crescendo até hoje, ocupando 3,8% do Pampa. A agricultura aumentou
sua área em 5,2% e agora cobre 2,8 milhões de hectares (41,6% como
mencionado anteriormente).

Imagem 6: Área atual e área nativa (1985-2021)

Fonte: MapBiomas
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O avanço exagerado da agricultura,


especialmente da soja, sobre as áreas de
vegetação campestre deve servir de
alerta sobre qual será o futuro do bioma.
Estamos deixando de lado a pecuária
sustentável, que é a vocação natural do
bioma, que permite produzir e ao mesmo
tempo conservar a natureza, e apostando
tudo em poucas commodities, como a
soja e a silvicultura. Uma economia pouco
diversificada aumenta os riscos de
prejuízos recorrentes com as perdas de
safras, como vimos nos últimos anos,
especialmente num cenário de mudanças
climáticas. (HEINRICH HASENACK et al.
2022).

Imagem 7: O avanço da soja nos campos de soja

Fonte: Silvio Avila


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6. BIOMA QUE JÁ FOI ASSOCIADO E A


LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Historicamente, os ecossistemas campestres têm sido


negligenciados na legislação ambiental brasileira. Essa situação só
começou a mudar em 2012, mas ainda existem desafios para proteger
adequadamente os Campos Sulinos Campos Sulinos, um ecossistema
que integra os campos do sul do Brasil, incluindo o bioma Pampa e o
bioma Mata Atlântica meridional, que formam um mosaico com
florestas de araucárias, historicamente usado para pastagem de gado
sem inibir a vegetação nativa, em algumas condições consideradas
sustentáveis. Somente com a chegada do século 20 que a repressão
dos campos primários começou a ser validada em maior escala. O
bioma pampa fazia parte da Mata Atlântica até ser reconhecido como
bioma em 2004 (já citado anteriormente). Por muito tempo, essa
supressão não foi acompanhada pela legislação ambiental do país,
cujo arcabouço legal que regulava o uso da vegetação nativa era
voltado principalmente para a formação florestal. 2012, Lei nº. 12.651
(Lei de Proteção da Vegetação Nativa) tenta corrigir essas distorções e
lacunas, focando na vegetação nativa em geral, e não apenas nas
florestas como nas leis anteriores. Apesar da evolução dos conceitos
de proteção legal das comunidades campestres no país, ainda existem
desafios para interpretar corretamente esses conceitos de áreas rurais
consolidadas e vegetação nativa remanescente e, portanto, a
importância dos ecossistemas campestres e suas ligações com os
sistemas de perturbação campestre. Os Campos Sulinos ainda
precisam de melhor reconhecimento na legislação.

6.1 RECONHECIMENTO DO PAMPA COMO BIOMA PELO


IBGE NO ANO DE 2004

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não


reconheceu oficialmente o Pampa como bioma nacional até 2004 e
agora pertence aos demais biomas (Mata Atlântica, Amazônia,
Cerrado, Pantanal e Caatinga) da mesma categoria. O posterior
reconhecimento do pampa em relação às áreas protegidas de outros
biomas brasileiros é apontado como um dos motivos de haver tão
poucas unidades protegidas nesse bioma.
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6.2 CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


SUL – EMENDA n. 48/2005
Em maio de 2005, o artigo 251 da Constituição do Estado
do Rio Grande do Sul estabeleceu a obrigação de valorizar e proteger o
Pampa Gaúcho e seu patrimônio cultural, genético, fauna e diversidade
vegetal nativa, bem como garantir a denominação de origem. Vale notar
que, embora esta disposição legal do principal instrumento legal do país
esteja necessariamente refletida em outros ordenamentos (leis,
decretos, normas), essa valorização e preservação no ordenamento
jurídico nacional ainda não é evidente.
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REFERÊNCIAS

Glayson Ariel Bencke Luiza Chomenko Danilo Menezes Sant’Anna O que é o


Pampa?

Reges Echer, José Antônio Weykamp, Carina Costa Estrela Usos da terra e
ameaças para a conservação da biodiversidade no bioma Pampa, Rio
Grande do Sul, 2015.

NEXO, Políticas Públicas


<https:/pp.nexojornal.com.br/linha-do-tempo/2021/A-conservação-dos-Campos-
Sulinos-nas-normas-ambientais> acessado: 15/10/2022

GZH AMBIENTE, Vegetação nativa do pampa é a menor da história


<https:/gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2020/12/vegetacao-nativa-do-
pampa-e-a-menor-da-historia-ckirwnps80009019w08hxh1nr.html> acessado:
02/12/2022

EMBRAPA, Bioma Pampa


<https:/www.embrapa.br/contando-ciencia/bioma-pampa> acessado:
02/12/2022

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