Você está na página 1de 4

Conceito de Bioma:

Atualmente, biomas são agrupamentos de tipos de vegetação vizinhos que apresentam


condições geográficas e climáticas semelhantes. Em outras palavras, são reuniões de
ecossistemas agrupados de acordo com aspectos de vegetação, relevo e clima. A
classificação dessas grandes formações vegetais em biomas começou a surgir após a
percepção de que várias regiões do planeta possuem diversidades biológicas
(ecossistemas) similares mesmo quando estavam em continentes diferentes.
O termo “bioma”(bios, de vida, e oma, de massa ou grupo) foi utilizado pela primeira
vez em 1943 pelo botânico norte-americano Frederic Edward Clements

(Referência)
https://ipam.org.br/glossario/bioma/ > Acesso em 05 de Novembro de
2015

Caracterização:
O Pampa pode ser descrito como um tipo de pradaria da América do Sul, e por isso
apresenta características semelhantes aos campos de outras regiões de clima temperado
do planeta. Apresentamos abaixo os principais aspectos desse importante bioma.
Localização
O Pampa é um bioma que ocorre exclusivamente no sul do subcontinente da América
do Sul. Ele se estende pela parcela mais meridional do Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai. No território brasileiro, a área ocupada pelo Pampa é de 2% da superfície total
do país, o equivalente a 176.496 km². A cobertura do Pampa corresponde a 63% de toda
a área do Rio Grande do Sul, único estado brasileiro que abriga uma parte do bioma."
Clima:
Nas áreas de ocorrência do Pampa, o clima predominante é o subtropical, que dispõe
das mesmas características do temperado úmido. As temperaturas médias nessas
regiões, como no Sul do Brasil, ficam entre 18 ºC e 20 ºC, mas há uma amplitude
térmica acentuada durante o ano. Os verões são muito quentes e os invernos tendem a
ser muito frios devido ao avanço da massa polar atlântica. Ainda na estação fria, pode
haver a ocorrência de geada e até mesmo neve em algumas localidades.

Outro aspecto importante do clima subtropical é o volume considerável de precipitação,


uma vez que as chuvas ocorrem de maneira uniforme durante todos os meses do ano."
Hidrografia:
Existe uma grande disponibilidade hídrica na região por onde o Pampa se estende, o que
se deve à presença de uma densa rede de drenagem, diversos lagos e reservas
subterrâneas de água. As águas compreendidas no bioma fazem parte de duas
importantes bacias hidrográficas: a bacia do Uruguai e a bacia do Atlântico Sul. Entre
os principais cursos d’água que banham o Pampa, estão os rios Uruguai — que recebe o
nome de rio da Prata quando encontra com o rio Paraguai na região de sua foz —,
Ibicuí, Santa Maria, Jacaí e Vacuí. Além disso, uma grande extensão do aquífero
Guarani está localizada no subsolo das áreas caracterizadas por esse bioma."
Relevo:
O Pampa recobre terrenos, em sua maioria, planos ou suavemente ondulados que
caracterizam, ao menos, quatro domínios geomorfológicos distintos do relevo sul-rio-
grandense. São eles:
planalto da campanha, depressão central, planalto sul-rio-grandense, planície costeira.
As altitudes variam do nível do mar até pouco mais de 400 metros, encontrando terrenos
de maior elevação no interior da unidade do planalto sul-rio-grandense.

Vegetação:
Assim como as pradarias, a vegetação dos Pampas é predominantemente campestre,
formada por plantas herbáceas, o que inclui as gramíneas, e espécies arbustivas. Em
algumas áreas desse bioma, é possível identificar a presença de matas ciliares, algumas
árvores decíduas e formações pioneiras, embora em menor quantidade.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a flora do


Pampa apresenta 1623 espécies diferentes de plantas, incluindo aquelas endêmicas, ou
seja, típicas do bioma, como o nhavandaí e o algarrobo. Assim, podemos encontrar no
Pampa as seguintes plantas:
babosa-do-campo , trevo-nativo, brabas-de-bode, capim-forquilha, amendoim-nativo,
flechilhas, grama-tapete, angico-vermelho, cabelos-de-porco"

Fauna:
O Pampa apresenta uma fauna bastante diversa composta por 120 espécies de aves, 97
espécies de répteis, 74 espécies de mamíferos, 50 espécies de anfíbios e 18 espécies de
peixes, de acordo com dados do IBGE.|2| Encontram-se entre os animais dos Pampas
espécies endêmicas como o sapinho-de-barriga-vermelha, o tuco-tuco e o beija-flor-de-
barba-azul. Além desses, compõem também a fauna do bioma:
furão, quero-quero, pica-pau do campo, veado campeiro, sabiá do campo, tatu mulita,
joão de barro, preá, graxaim do campo.

Degradação:
A degradação do Pampa está diretamente relacionada com a substituição da vegetação
natural desse bioma por monoculturas e pastagens. Em outras palavras, o avanço da
atividade agropecuária é um dos principais causadores dos problemas ambientais na
região do Pampa, especialmente quando se leva em consideração que parte dessa prática
se desenvolve de maneira extensiva e com a utilização de fertilizantes e outros
defensivos agrícolas empregados nos cultivos. O solo presente nessas áreas apresenta
baixo desenvolvimento, o que indica que é raso. A textura desses substratos é, no geral,
arenosa. Esse conjunto de características nos indica a presença de solos muito propensos
à desestruturação física, que causa a erosão. Apesar disso, o monocultivo de grãos
(como a soja) principalmente e espécies como o eucalipto tem avançado sobre os
Pampas, e o manejo inadequado do solo resulta na aceleração dos impactos negativos
sobre ele, a vegetação nativa e os mananciais, além de remover o habitat de muitas
espécies animais. A pecuária extensiva, por sua vez, gera o aumento da pressão sobre o
solo com o pisoteio do gado. Isso acaba levando à sua compactação, o que gera a
diminuição da infiltração de água e consequências para a vegetação e a fauna, além de
transformar a estrutura do substrato e torná-lo sujeito aos processos de erosão. Uma
consequência da degradação do Pampa observada atualmente é a arenização, a formação
de depósitos ou bancos de areia na paisagem outrora recoberta por vegetação. Esse
fenômeno é decorrente justamente da remoção da cobertura vegetal e do longo tempo de
exposição do solo aos agentes intempéricos."

(Referência)
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/pampas.htm

Impactos Ambientais:
O Pampa é o bioma brasileiro que proporcionalmente mais perdeu vegetação nativa nas
últimas três décadas. De acordo com dados do MapBiomas, o Pampa perdeu 2,5
milhões de hectares de área verde nativa entre 1985 e 2020, um decréscimo de 21,4%.
Um dos fatores por trás dessa perda está no avanço da agricultura, que ganhou mais de
1,9 milhão de hectares de lavoura nesse período. Atualmente, a atividade agrícola
abrange 39,9% do território, bem acima dos 29,9% de 1985. Já as formações campestres
ocupam hoje 32,6% do território do Pampa, abaixo dos 46,2% de 35 anos atrás. A
substituição da formação campestre pela agricultura favorece a perda de biodiversidade
e liberação de carbono na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Mas é também
um desvio de uma vocação econômica natural do Pampa, ao contrário da Amazônia ou
do Cerrado, onde é preciso desmatar para criar gado, no Pampa a vegetação nativa é um
pasto natural, o que permite que a pecuária se desenvolva preservando a paisagem.
Nos Pampas, a agropecuária tem bastante força, o que vem provocando problemas
ambientais, como a erosão do solo. Cerca de 50% do mesmo, é ocupado por áreas
rurais: valor relativamente pequeno, se comparado aos outros biomas. Entretanto, os
pampas é o que possui menor porcentagem territorial destinada à conservação e um dos
menos estudados.

Leia mais: https://pgeograficodobrasil.webnode.page/biomas-e-seus-impactos-ambientais-/

(referência: https://climainfo.org.br/2021/09/23/pampa-e-o-bioma-que-mais-perde-
vegetacao-nativa-no-brasil-alerta-mapbiomas/)
Programas e ou projetos visando a contenção da devastação dos biomas:

Projeto GEF Terrestre:


Atualmente a principal inciativa do Departamento de Ecossistemas do MMA para o
bioma Pampa é o Projeto GEF Terrestre - Estratégias de conservação, restauração e
manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal, um projeto do governo
brasileiro, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), tendo como Agência
implementadora o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e como agência
executora o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO. O projeto teve início
em maio de 2018, com previsão de término em maio de 2023.
O objetivo geral do Projeto GEF-Terrestre é aumentar a conservação na Caatinga,
Pampa e Pantanal por meio do fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC) e da integração com outras estratégias de conservação, como os
Planos de Ação Nacionais para espécies ameaçadas de extinção e a recuperação de áreas
degradadas, contribuindo assim para aumentar a viabilidade populacional de espécies
ameaçadas, evitar a emissão de carbono e aumentar a área de vegetação nativa sob
práticas de manejo sustentável nos biomas Caatinga, Pampa e Pantanal.

(referência: https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/ecossistemas-1/biomas/pampa)

Você também pode gostar