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UNIVERSIDADE ABERTA - ISCED


FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO.
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS.

DIFICULDADES DE LEITURA NOS ALUNOS DA 8ª CLASSE; CASO DA ESCOLA


SECUNDÁRIA DE CHIDENGUELE - GAZA.

ANTÓNIO FRANCISCO MUNGUAMBE

Xai-Xai/28/Junho/2022
ii
iii

Índice
Declaração de Honra.......................................................................................................................v.
Agradecimentos..............................................................................................................................vi
Dedicatória....................................................................................................................................vii
Lista de gráficos...........................................................................................................................viii
Lista de abreviaturas e acrónimos..................................................................................................ix
Resumo............................................................................................................................................x
CAPITULO I.INTRODUÇÃO......................................................................................................11
1.1.Problematização.......................................................................................................................12
1.2.Objectivos................................................................................................................................12
1.2.1.Objectivo Geral.....................................................................................................................12
1.2.2.Objectivos Específicos..........................................................................................................12
1.3.Hipóteses..................................................................................................................................13
1.4.Justificativa..............................................................................................................................13
1.5.Delimitação do tema................................................................................................................14
CAPITULO II. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................15
2.1 Fundamentação Teórica...........................................................................................................15
2.1.1. Definição de conceitos básicos............................................................................................15
2.1.2.A leitura................................................................................................................................16
2.1.3.O processo de leitura............................................................................................................18
2.1.4.Dificuldades na leitura..........................................................................................................20
2.1.5.A importância da leitura.......................................................................................................22
2.1.6. Estratégias para o ensino da leitura.....................................................................................23
2.2 Fundamentação Empírica........................................................................................................27
2.2.1.Importância da leitura...........................................................................................................27
2.2.2.Dificuldades de leitura..........................................................................................................28
2.2.3.Estratégias de superação das dificuldades dos alunos na leitura..........................................29
CAPITULO III. METODOLOGIA...............................................................................................32
3.1 Tipo de estudo ou método de estudo.......................................................................................32
3.2.População e Amostra...............................................................................................................32
3.2.1.Critérios de selecção da amostragem....................................................................................33
iv

3.3. Instrumentos de recolha de dados...........................................................................................33


3.3.1. Pesquisa bibliográfica..........................................................................................................33
3.3.2.Entrevista..............................................................................................................................33
3.3.3. Questionário.........................................................................................................................34
3.4.Tecnicas de análise de dados...................................................................................................34
3.4.1.Análise do conteúdo.............................................................................................................34
CAPITULO IV.ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................................35
4.1.Percepção da importância da leitura........................................................................................35
4.2. Percepção das dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura...............................................36
4.3. Percepção do rendimento pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura......................39
4.4. Atitudes dos professores face aos alunos com dificuldades na leitura...................................40
4.5.Referenciaçao interpretativa sumativ......................................................................................42
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES...................................................................................................43
5.1.Conclusão................................................................................................................................43
5.2.Sugestões.................................................................................................................................44
5.3.Referências bibliográficas.......................................................................................................45
5.4.Apêndices................................................................................................................................47
v
vi

Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, Pai protector, pela saúde e sua presença em todos os
momentos da minha vida, por ultrapassar mais um desafio, por permitir que esse dia chegasse,
que iluminou e continua iluminando meu caminho.

A realização deste estudo só foi possível com o apoio de algumas pessoas, cada uma com
diferentes contributos. O meu reconhecimento e agradecimento em especial aos que não me
deixaram cair ao longo deste percurso, dando-me muita força para concluir este estudo.
De um modo especial a minha supervisora, Carla da Conceição Carlos Sechene, pois todas as
palavras seriam poucas para descrever o seu profissionalismo aliado a um ser humano grandioso.
Assim, deixo manifesto a minha gratidão pela forma como me orientou e apoiou nesta etapa com
a sua disponibilidade.
Aos colegas da turma que estiveram presentes em todos momentos da carreira. E a minha esposa
Célia Pedro Massango pela parceria, amor, carinho e presença em todos os momentos da minha
vida.

Aos meus filhos, por serem as minhas maiores fontes de inspiração.

E por último a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a materialização desta
pesquisa.

Muito Obrigado!

Dedicatória
vii

Dedico este trabalho especialmente aos meus pais: Francisco Munguambe e Ana Xavier Tambe,
pessoas de grande carácter, personalidade, sabedoria que despertaram em mim e ensinaram o
gosto pela leitura, e sacrificaram para que eu pudesse transformar o sonho da licenciatura em
realidade.

A minha irmã Anilza Francisco Munguambe, pelo apoio incondicional que me ofereceu durante
estes longos anos na academia.

Lista de gráficos
viii

Gráfico 1 Dificuldades de reconhecimento das palavras


Gráfico 2. Dificuldades de relacionar o som e a palavra escrita
Gráfico 3. Dificuldades de compreensão do material escrito
Gráfico 4. Rendimento pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura

Lista de abreviaturas e acrónimos

ESECHI Escola Secundária de Chidenguele

PEA Processo de Encino Aprendizagem


ix

DAE Director Adjunto da Escola

Prof Professor

Resumo
Na Escola Secundaria de Chidenguele maior número de alunos da 8ª classe apresenta
dificuldades da leitura contribuindo desta forma para a diminuição do nível de aproveitamento
x

pedagógico. Neste trabalho científico, fez-se uma pesquisa qualitativa onde analisou-se as
“dificuldades de leitura nos alunos da 8ª classe: Caso da escola secundária de Chidenguele.”
Onde levantou-se a seguinte questão: Quais são as dificuldades dos alunos da 8ª classe na
leitura? Entretanto, o trabalho foi realizado com5 professores, um membro de direcção da
escola, e 20 alunos perfazendo um total de 26 elementos como focos da nossa pesquisa. Esta
pesquisa é do tipo qualitativa, e na recolha de dados recorreu-se a entrevista, e questionário. Os
resultados obtidos, mostram que as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura são:
dificuldades de reconhecimento e compreensão da palavra escrita, dificuldades em relacionar o
som e a palavra escrita. Diante dessas constatações sugere-se que, aos professores a optarem por
utilizar textos que incentivem a reflexão, que instiguem os alunos a opinarem e demonstrarem o
que compreenderam da leitura, através de abordagens que se relacionam com a realidade
vivenciada pelos discentes. Sugere-se a Direcção da Escola para promover jornadas de
capacitação dos professores em matéria de leccionação da leitura, onde os professores possam
adquirir e trocar as experiencias nessa área.

Palavras – chave: Alunos, leitura, dificuldades.


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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.
1.Introducção.

A sociedade contemporânea exige o letramento. Vivemos imersos em imagens, fotografias,


letreiros, manchetes de jornais, placas de rua, sinais de trânsito, notas fiscais, documentos,
revistas, livros, entre outros.
Somos leitores em tempo integral, mas não lemos do mesmo jeito os diferentes textos que se
apresentam e nem todos têm acesso ao letramento necessário para utilizar a leitura no
enfrentamento aos desafios da vida em sociedade e fazer uso do conhecimento adquirido para
continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida.
Nas sociedades actuais, aprender a ler é um objectivo que se espera que todas as crianças atinjam
com a sua entrada para a escolaridade pois trata-se de uma aprendizagem principal. Porém,
verifica-seque maior número de alunos da 8ª classe da Escola Secundaria de Chidenguele,
apresenta dificuldades na leitura contribuindo desta forma para a diminuição do nível de
aproveitamento pedagógico.

O objectivo deste trabalho é analisar as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura.Foi uma
bibliografia baseada em temas de didáctica da língua portuguesa e de dificuldades de
aprendizagem.A importância deste trabalho é de ajudar os professores na identificação das
dificuldades dos alunos na leitura e sobre as estratégias a aplicar.

Este trabalho está estruturado em, cinco capítulos e apêndices, sendo que no primeiro capítulo
apresenta-se a contextualização, problematização, objectivo geral, objectivos específicos, póteses
do trabalho ou questões de investigação, justificativa, delimitação do tema; o segundo capítulo
trata do referencial teórico; o terceiro capítulo detalha a metodologia que foi aplicada, as técnicas
de recolha de dados, a delimitação do universo; o quarto capítulo trata da análise e discussão dos
resultados; o quinto capítulo trata das conclusões do nosso estudo.
Nos apêndices, apresenta-se os instrumentos de recolha de dados, nomeadamente: a entrevista, o
questionário.
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1.1.Problematização

A leitura tem um papel fundamental no plano social. Bastos (1999) realça que reflectir sobre o
que se lê possibilita um grau de autonomia e de liberdade pessoal do indivíduo, como pode
actuar ao nível de uma maior capacidade para exercer a cidadania e participar activamente na
sociedade.
Porém, o fraco domínio da leitura nas escolas do ensino básico, tem constituído grande
preocupação em Moçambique no geral e na Escola Secundaria de Chidenguele em particular.
Regista-se naquela instituição de ensino, que maior número de alunos da 8ª classe apresenta
dificuldades na leitura contribuindo desta forma para a diminuição do nível de aproveitamento
pedagógico.
Neste contexto, elaboramos a seguinte pergunta de partida:
Quais são as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura?

1.2.Objectivos

1.2.1.Objectivo Geral

 Analisar as dificuldades de leitura dos alunos da 8ª classe na Escola Secundaria de


Chidenguele.

1.2.2.Objectivos Específicos

 Identificar as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura na Escola Secundaria de


Chidenguele;
 Explicar a importância da aprendizagem da leitura;
 Propor estratégias convista a superação das dificuldades dos alunos da 8ª classe na
leitura.

1.3.Hipóteses
13

Hipóteses são proposições, princípio aceite provisoriamente, tendentes a obter consequências


lógicas por intermediário de um método que visa comprovar os factos conhecidos ou com
aqueles que podem ser determinados Marconi e Lakatos,( 1999,p.137).

Havendo a necessidade de analisar as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura,


particularmente na Escola Secundaria de Chidenguele, assume-se nesta pesquisa, o seguinte
pressuposto:

É provável que as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura sejam:

H1.Provavelmente os alunos da 8ª classe tenham dificuldades de reconhecimento da palavra


escrita;

H2.Provavelmente os alunos da 8ª classe tenham dificuldades em relacionar o som e a palavra


escrita;

H3. Provavelmente os alunos da 8ª classe tenham dificuldades da compreensão da matéria


escrita;

1.4.Justificativa
De acordo com Lakatos e Marconi (2003,p. 219), Justificativa “é o único item do projecto que
apresenta respostas à questão por quê? De suma importância, geralmente é o elemento que
contribui mais directamente na aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão
financiá-las. Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e
dos motivos de ordem prática que tomam importante a realização da pesquisa”.

Presume-se que este estudo vá permitir obter uma melhor compreensão sobre as dificuldades dos
alunos da oitava classe na leitura e fornecerá estratégias que os professores podem adoptar para
mitigar estas dificuldades, com vista a melhorar a qualidade de ensino.

O tema “Dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura. Caso da Escola Secundaria de


Chidenguele” surgiu na sequência de termos verificado que maior número de alunos da 8ª classe
da Escola Secundaria de Chidenguele, apresentam dificuldades na leitura contribuindo desta
forma para a diminuição do nível de aproveitamento pedagógico.
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No campo pedagogico esta pesquisa permitirá comprender as causas do fraco domínio da leitura,
pelos alunos e diversas estratégias que promovam o domínio da leitura, nos alunos da oitava
classe durante o PEA.
Os resultados deste estudo poderão, por um lado, inspirar o sector da educação, em particular os
professores da Escola Secundaria de Chidengueledurante o exercício das suas actividades
profissionais. Por outro lado, algumas escolas Moçambicanas do ensino secundário que poderão
encontrar algumas orientações de melhoramento da leitura nos alunos.
Na esfera académica, o tema constituirá uma contribuição para uma reflexão em relação as
Dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura e terá um contributo positivo, na medida em que
servirá de base teórica para a sustentabilidade dos factos relacionados com dificuldades dos
alunos na leitura.

Para a esfera científica, o tema do nosso estudo contribuirá como matéria para a investigação,
por porte dos outros autores, de modo a trazer mais esclarecimentos, sobre dificuldades dos
alunos na leitura. Para além do contributo antes referido, o tema da nossa pesquisa, servirá de
obra de leitura em relação as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura, com vista a
contribuir para a melhoria da qualidade do PEA.1.5.Delimitação do tema

A delimitação do tema é acto de colocar limites a uma investigação científica (Marconi e


Lakatos,( 2003). Assim, a presente pesquisa, tem como tema o seguinte: Dificuldades dos alunos
da 8ª classe na leitura. Caso da Escola Secundaria de Chidenguele.O estudo foi feito durante o
ano lectivo de dois mil e vinte e um, na Escola Secundaria de Chidenguele, localizada na
província de Gaza, Distrito de Mandlakazi, no Posto Administrativo de Chidenguele, na
Localidade de Betula, envolvendo vinte alunos da 8ª classe, cinco professores, e o Director
Adjunto da Escola.
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CAPÍTULO II REVISÃO DA LITERATURA


Nesta parte do nosso trabalho, apresentamos as informações resultantes da revisão da literatura
de obras de vários autores que abordam conteúdos relacionados com a temática em estudo.
Ainda, apresentamos nesta parte o nosso posicionamento em relação ao trabalho já desenvolvido
por outros autores face as dificuldades dos alunos na leitura.

2.1 Fundamentação Teórica

2.1.1. Definição de conceitos básicos

Aluno –é uma palavra que provem do latim, que refere se a um aprendiz de uma determinada
matéria. Um aluno e uma pessoa que se dedica a aprendizagem e que este não e uma tábua rasa
Aluno é quem aprende, aquele de quem existe a escola Libaneo, (1994).

Aula - O termo aula associa-se à ideia de: “alunos procurando saberes” e não os recebendo de
outrem Néreci,( 2001,p.97).

A aula é uma célula que representa o todo da escola: o projecto político-pedagógico, o


currículo, o projecto da área e o planeamento da disciplina.” Este projecto, é materializado num
determinado espaço denominado sala Pimenta e Lima,( 2004,p.159).

As aulas podem se apresentarem em varias características tais como: Aulas teóricas, aulas de
ginásio, aulas de colinaria.

Ensino - é o acto ou efeito de ensinar (Augusto, 2004).

O nosso ponto de vista, o ensino é um processo de transmissão de saberes que possibilitam a


mudança do comportamento de um indivíduo.

2.1.2.Aprendizagem

Para Libâneo, (1994) “Aprendizagem é a progressiva mudança de comportamento que está


ligada, de um lado, a sucessivas apresentações de uma situação, e, de outro lado, a repetidos
esforços dos indivíduos para enfrentá-la de maneira eficiente”.
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Rosângela Pires, refere que a aprendizagem é um processo inseparável do ser humano e ocorre
quando há uma modificação no comportamento, mediante a experiência ou a prática, que não
podem ser atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo.

2.1.3.Dificuldades de aprendizagem

Definem-se e observam-se quando o aluno não consegue acompanhar o ritmo normal de


aprendizagem em comparação com o restante grupo. Neste trabalho, entende-se por dificuldade
de aprendizagem um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no
entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão
imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos.
Grigorenko e Robert,( 2003).
De acordo com Antunes (2008), o problema na aprendizagem do aluno pode ser identificado em
crianças que possuem um baixo rendimento escolar numa ou mais áreas, como por exemplo,
dificuldade em se expressar oralmente, problemas na compreensão oral, ortografia inapropriada,
dificuldade em leituras básicas, problemas para compreender o que está sendo lido, dentre outros

De acordo com Garcia Dificuldade de Aprendizagem (D.A.) é um problema que está relacionado
a uma série de factores e podem se manifestar de diversas formas como: transtornos, dificuldades
significativas na compreensão e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e
desenvolver habilidades matemáticas. Esses transtornos são inerentes ao indivíduo, podendo ser
resultantes da disfunção do sistema nervoso central, e podem acontecer ao longo do período
vital. Podem estar também associados a essas dificuldades de aprendizagem, problemas
relacionados as condutas do indivíduo, percepção social e interacção social, mas não
estabelecem, por si próprias, um problema de aprendizagem. García, (1998, p. 31-32)

2.1.4.A leitura
A palavra “leitura” deriva do latim – lectura – (lição) e consiste na “acção de decifrar o que está
representado pelos signos gráficos (…) o acto de apreender o conteúdo de uma mensagem escrita
(…) maneira como cada pessoa compreende, interpreta um texto, uma obra, um acontecimento,
em função de determinados códigos, princípios, teorias, ideologias (…) acção de decifrar
quaisquer sinais que foram traçados com a intenção de representar alguma coisa ou aos quais se
atribui alguma significação” Casteleiro, (2001, p. 245).
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Lages (2007, p.9) refere que “a leitura é fonte de conhecimento, nela desenvolvemos e
afirmamos o gosto estético, através dela aprendemos a melhor nos exprimirmos, por ela criamos
imagens do mundo com implicações directas no que somos e na imagem que nos damos a
conhecer aos outros e que para nós próprios fazemos.”
Aprender sistemas complexos, como é o caso da aprendizagem da leitura e da escrita, envolve a
memorização dos símbolos básicos e seu significado (a letra a representa um determinado som) e
a compreensão do próprio sistema simbólico, de modo tal que o sujeito possa gerar qualquer
elemento do sistema, ainda que nunca tenha encontrado aquele elemento específico (ler ou
escrever palavras novas, ainda não-aprendidas) Carraher e Schliemann,( 1983).
Carraher e Rego (1981) consideram que a língua portuguesa caracteriza-se por ter um sistema de
escrita alfabético que envolve a representação da palavra enquanto sequência de sons.
Investigaram a hipótese de que o realismo nominal lógico (conceito piagetiano) poderia
constituir um obstáculo na aprendizagem da leitura e da escrita.
A pesquisa comprovou que as crianças elaboram hipóteses acerca da escrita, que estão de acordo
com a fase de desenvolvimento cognitivo na qual elas se encontram.
Concluiu-se que o sucesso na aprendizagem da leitura e da escrita não é apenas fruto de um
treinamento de habilidades, mas implica, também, a superação de um determinado obstáculo
cognitivo: o realismo nominal lógico. Só quando a criança compreende ser a palavra falada,
independente das características do objecto que representa, é que consegue acompanhar com
facilidade o processo de alfabetização.
Os problemas de aspecto fónico e sintáctico da língua (principalmente com as características da
nossa língua que se baseia na relação sinal-som), geram dificuldades de aprendizagem que muito
freqüentes Stambak, Vial, Diatkine, Plaisance e Beauvais, (1984).
A leitura é uma capacidade muito complexa e as dificuldades de aprendizagem referentes a ela
têm sido, seguramente, as mais estudadas pelos especialistas Sánchez Miguel e Martínez Martín,
(1998).
Barone (1997) comenta que, de maneira geral, considera-se o processo de alfabetização apenas
dentro de um ponto de vista pedagógico, como se essa importante aquisição dependesse somente
de aspectos instrumentais e cognitivos. No entanto, ler é muito mais que descodificar uma
escrita, ou mesmo, é mais que descobrir e reconstruir o sistema de representação da linguagem.
Ler é engendrar sentido.
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Talvez mais do que as outras dificuldades de aprendizagem específicas, as dificuldades na leitura


obstaculizam o progresso educativo em várias áreas, já que a leitura é uma via de acesso a uma
ampla diversidade de informações Dockrell e McShane, (1997).

2.1.5.O processo de leitura


Em uma pesquisa realizada por Elkind (1969), utilizando a teoria de Piaget sobre a percepção e a
dificuldade da leitura, concluiu ter encontrado duas atividadesperceptuais, a esquematização
perceptual e a reorganização, que foram descritas como componentes essenciais para o processo
de leitura.
É possível encontrar, para Sánchez Miguel e Martínez Martín (1998), muitos tipos distintos de
erros que pertencem às dimensões distintas da capacidade da leitura e os que mostram uma certa
estabilidade e persistência englobam a inversão de palavras, omissões, confusões e inversões de
algum som ou letra. Devido à diversidade de erros ser tão evidente, há a necessidade de ser
introduzida alguma ordem nesse aglomerado de manifestações. Dessa forma, os erros podem ser
agrupados como erros ortográficos, no sentido de respeitarem a ortografia convencional (como
escrever “higiene” e “igiene”); aqueles que parecem afetar as regras mais básicas que relacionam
as letras aos sons (“torneio”/ “troneio”), e parecem os mais graves; alguns que se relacionam à
fluência, e outros com processos mais globais como a qualidade da expressão ou da
compreensão.
De acordo com Ajuriaguerra (1980), a criança começa a ler quando atinge certo grau de
maturidade; a fase da leitura sobrevém após as fases de organização oral, expressiva e
compreensiva. A leitura é uma nova forma de compreensão verbal. O conhecimento das letras
parece mais próximo do aprendizado perceptivo de dados novos e abstractos; o conhecimento
das palavras está mais perto do plano das significações linguísticas, mas a leitura de uma frase
implica já uma exploração de conjunto, de idas e voltas com uma recomposição dos diferentes
fragmentos.
Quanto ao aspecto fonológico, lemos com os olhos e com os ouvidos Dockrell e McShane,
(1997). Quando lemos somente com os olhos, reconhecemos as palavras diretamente; quando
lemos com os ouvidos, transformamos o input visual em uma representação fonológica.
Comentam que os hábeis leitores reconhecem a maioria das palavras impressas Henderson,
(1982), mas uma palavra nova é lida fonologicamente Perfetti, (1985). As crianças, que estão
aprendendo a ler, estão em uma situação em que muitas das palavras, com as quais têm
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dificuldades, são novas. Assim, parece provável que, para ler, dependam consideravelmente do
uso da estrutura fonológica da palavra (descodificação).
O professor e responsável pela estimulação da leitura em sala de aula ,pois e ponto importante
para aprendizagem.Por meio de leitura, novas ideias e informaçõessão absorvidas, mas para que
possa consolidar de forma precisa e necessário saber ler segundo o Araujo,(2010).
De acordo com Grigorenko e Stememberg (2003,p. 29) dificuldade de leitura significa um
distúrbio em um ou mais processos psicológico básicos envolvidos no entendimento ou no uso
da linguagem falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para
ouvir,pensar,falar,ler ,soletrar.
Concordo com Libaneo(2007),qundo este relata que a escola necessita se eximir da característica
de ser um agente transmissor de conhecimento e informações ,levando toda a obrigação da da
transmissão desse currículo aos educadores ,que se vêem isolados no processo de ensino.
Explicitam que a leitura não se desenvolve de forma isolada, pois ao mesmo tempo em que se
ensina as crianças a lerem, também se ensinam a soletração e a escrita. A soletração requer
converter os sons em letras, portanto, a sua prática aumentaria a consciência fonológica.
Para Sánchez Miguel e MartínezMartín (1998), diante de uma palavra, é necessário transformar a
seqüência de grafemas em sons (ca> “ca”, dei > “dei”, ra> “ra”) e, uma vez executada essa
operação, todos os sons podem ser integrados ( “ca...dei...ra”) em uma única expressão
(“cadeira”). Depois desse momento, a palavra oral pode ser reconstruída e reconhecida como
familiar.
No entendimento dos autores, existem duas maneiras de ler as palavras. A maneira fonológica,
mencionada anteriormente, que supõe transformar as palavras escritas em uma palavra oral antes
de ela ser reconhecida e a léxica, que supõe o reconhecimento imediato da palavra sem que seja
mediada pela linguagem. As palavras familiares permitem este tipo de leitura.
Assim, dentro do sentido amplo da leitura, podem ser distinguidas as operações que implicam o
reconhecimento das palavras, que se denomina descodificação (ler depende, consideravelmente,
do uso da estrutura fonológica da palavra), e na compreensão do que é reconhecido. Requer
processos que operam em diferentes níveis de representação, incluindo as letras, as palavras,
sintagmas, orações e unidades mais amplas do texto Dockrell e McShane,(1997); Sánchez
Miguel e Martínez Martín, (1998).
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2.1.6.Dificuldades na leitura
As dificuldades em leitura implicam normalmente uma falha no reconhecimento e na
compreensão do material escrito, sendo que o primeiro é o mais básico de todos os processos,
pois o reconhecimento de uma palavra é anterior à compreensão dela, e assim, esse transtorno
manifesta-se por uma leitura oral lenta, com omissões, distorções e substituições de palavras,
com interrupções, correções e bloqueios Dockrell e McShane, (1997) e Nicasio García, (1998).
No entanto, há crianças que têm, apenas, problemas nas operações relacionadas ao
reconhecimento das palavras, e podem compreender uma explicação oral (nomeados por
disléxicos). Também existe um outro grupo de crianças que lêem bem as palavras, mas possuem
sérias dificuldades para compreender o que lêem (alunos com dificuldades na compreensão). O
caso extremo desse problema constituiria os sujeitos hiperléxicos que são os alunos que lêem mal
as palavras e têm problemas tanto na compreensão oral, quanto na da escrita Sánchez Miguel e
Martínez Martín, (1998).
Analisando detalhadamente as habilidades implicadas no reconhecimento e na compreensão, os
disléxicos teriam a compreensão oral, mas seriam deficitários no reconhecimento das palavras
escritas e na compreensão dos textos. As crianças com dificuldades na compreensão e os
hiperléxicos seriam bons no reconhecimento das palavras, mas falhariam na compreensão oral e
na da escrita. E, o outro grupo seria deficitário no reconhecimento das palavras, e em ambas as
formas de compreensão (oral e escrita).
Entretanto, o que realmente ocorre na leitura de textos é a união das habilidades (reconhecimento
e compreensão). Uma pessoa alfabetizada adequadamente não só adquire capacidade para ler e
interpretar um texto, sem que também aumente a sua competência lingüística Sánchez Miguel e
Martínez Martín, (1998).
Dessa forma, o modelo explicitaria que, após a realização das operações de reconhecimento das
palavras, a compreensão da linguagem oral e a da linguagem escrita caracterizar-se-ia por uma
via de duas mãos.
Uma outra classificação se refere à intenção de se agrupar os maus leitores quanto à execução, e
assim, Dockrell e McShane (1997) citam que Border (1973) também teria proposto três tipos
distintos de dislexia. Os disléxicos disfonéticos teriam alguma habilidade para reconhecer as
palavras como um todo, mas teriam dificuldades para decompô-las em sons. Os disléxicos
diseidéticos teriam as potencialidades e limitações contrárias, ou seja, teriam uma boa habilidade
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para decompor uma palavra em som, mas sua habilidade para reconhecer as palavras como um
todo seria pobre. O grupo misto seria pouco eficaz em ambas as habilidades.
Quanto aos critérios que definem tal dificuldade, Dockrell e McShane (1997) mencionam que
mais do que ter uma dificuldade leitora, as crianças disléxicas têm que cumprir uma série de
critérios traçados para descartar possíveis explicações para seu problema e dentre eles, podem ser
citados visão e audição adequadas; ausência de incapacidades neurológicas ou físicas graves;
ausência de problemas emocionais ou sociais significativos; oportunidades adequadas para ler e
aprender e ausência de carências sócioeconômicas.
Um problema importante encontrado nesses critérios de exclusão, na opinião dos autores, é o de
que nenhum deles é considerado como uma condição necessária e nem suficiente para que uma
criança seja considerada como disléxica, mas todas as crianças disléxicas demonstrariam alguns
desses sintomas. E ainda, a maioria dos critérios não são medidas de habilidade leitora, e sim,
variáveis correlacionadas à leitura. A crítica permeia o fato de que não se sabe se os problemas
das crianças correspondem ou não a uma base cognitiva diferente das crianças que não têm sido
diagnosticadas como disléxicas.
Explicam também que o conceito de dislexia se refere à implicação de que existiriam
comportamentos que diferenciariam a dislexia de outros tipos de dificuldades de leitura, mas
alguns estudos concluíram que não há provas que apóiem a existência de uma síndrome especial
de dislexia distinta da de outros casos de dificuldades específicas de leitura. E ainda, há a
suposição de que a síndrome seja de origem genética, e se a causa da dislexia é genética, então,
não é provável que afecte selectivamente o grupo de crianças que mostram a dificuldade de
aprendizagem em leitura, e é provável que afecte as crianças que têm dificuldades mais gerais,
além dela.
Apesar das conceituações mencionadas acima quanto à dislexia, é importante esclarecer que
Ajuriaguerraet al. (1984) comentam que, ao serem consultadas as obras que descrevem a dislexia
como tentativas de definir modos de intervenção reeducativa, chama a atenção a importância das
divergências que separam os especialistas.
A facilidade na leitura não depende só de percepção visual, mas também de uma diferenciação
das letras, em que algumas conservam um valor pela posição de certos elementos no espaço, de
uma ordenação nas palavras, de uma seriação nas frases. Mas, além de todo esse processo, a
leitura também engloba o processo de análise e de síntese que dá um sentido a essa nova forma
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de expressão linguística, só ocorrendo quando são possíveis a integração e a diferenciação. Se


existe, inicialmente, na leitura, um mecanismo de análise e de síntese, depois da linguagem
escrita ele se torna autónomo, mesmo permanecendo como parte da linguagem oral, mas com
formas discursivas particulares Ajuriaguerra, (1980, et al. 1984).

2.1.7.A importância da leitura


Para Matta (2009), a leitura é um requisito para se obter conhecimento, que é muito importante
actualmente par ao mercado de trabalho, para o exercício dos direitos e principalmente, da
cidadania, ou seja, é através da leitura que se compreende melhor a função do indivíduo no meio
social em que ele vive. A leitura é então uma ferramenta na busca por conhecimento.

Nesse sentido, Silva (2003), explica quenunca é demais lembrar que a prática da leitura é um
princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar
sabendo quais são as suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar
aberto às conquistas de outros direitos necessárias para uma sociedade justa, democrática e feliz.
Silva, (2003, p. 24).

De acordo com o referido autor, percebe-se então que a escola é o ambiente ideal para se buscar
conhecimento, e tem como função, formar cidadãos capazes de terem um olhar crítico acerca do
mundo exterior, actuando de maneira competente e digna, condizente com seu meio social. E,
para isso, tanto a leitura quanto a escrita desempenham papéis importantes na formação de uma
sociedade mais juntos e igualitária, onde a busca pelo conhecimento é constante, para o correcto
exercício da cidadania.

Dessa forma, a leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo, sendo
o elo capaz de ligar as culturas, sendo por meio desse acto de ler que o aluno forma uma visão
crítica. E no mesmo sentido segue a escrita, pois exteriorizar o conhecimento é de grande
importância para fixação do mesmo e sua disseminação, ou seja, é através da escrita dentre
outras formas que é possível demonstrar o que se aprendeu.

Paulo Freire (1989) destaca a importância da leitura e da escrita para se fazer uma avaliação
sobre a maneira com que estamos enxergando o mundo. Segundo o autor,a importância do ato de
ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a “reler” momentos fundamentais de minha prática,
guardados na minha memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha
23

adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se


veio em mim constituindo. FREIRE, (1989, p. 11)

2.1.8. Estratégias para o ensino da leitura


A escola é o espaço privilegiado para se aprender a ler. A aquisição das competências
da leitura é, quase sempre, resultado de uma aprendizagem formal, onde os professores dotam os
alunos de ferramentas indispensáveis para o acto de ler. Neste sentido, é fundamental
considerar um conjunto de princípios e actividades para que o ensino da leitura seja eficaz.

Tal como referido anteriormente, défices na consciência fonémica e na compreensão da


leitura são alguns dos aspectos ligados às dificuldades na aprendizagem da leitura. Desta
forma, autores como Bernice & Wong (1991), Cruz (2007) ou Shaywitz (2008) referem
a importância do treino da consciência fonémica. O aluno deverá desenvolver a consciência de
que as palavras podem rimar, decompondo as palavras em sílabas de forma ritmada,
facilitando, desta forma, o processo de leitura Shaywitz,( 2008).

De acordo com Cruz (2007) as actividades que permitem desenvolver esta área envolvem:
identificação de fonemas; categorização de fonemas; junção de fonemas para forma r palavras;
segmentação de palavras; eliminar ou adicionar fonemas para formar novas palavras e
substituição de fonemas para fazer novas palavras. Por sua vez, a audição de diversos textos com
rimas e aliterações, constituem a base para o processo da fluência da leitura Shaywitz, (2008),
que segundo Sim-Sim (1997) é a meta da aprendizagem da leitura.

A autora considera que a fluência da leitura implica rapidez de decifração, precisão e eficiência
na extracção do significado do material lido e que sem esta fluência não é possível que o leitor
possa canalizar a capacidade de atenção para a compreensão do texto. Nos primeiros anos de
escolaridade, os professores devem, então, fazer de cada aluno um leitor fluente e crítico,
capaz de usar a leitura para obter informação, organizar o conhecimento e usufruir o prazer
recreativo que a mesma pode proporcionar.

Cruz (2007) e Shaywitz (2006) referem ainda que, para desenvolver a fluência da leitura, é
necessário primeiro reconhecer automaticamente as palavras escritas e que este
desenvolvimento depende muito do treino que se faz, uma vez que os alunos adquirem a
fluência pela exposição repetida a uma palavra Shaywitz, (2006).
24

A fluência da leitura é considerada fundamental porque permite ao indivíduo disponibilidade


para a compreensão do que lê, visto a leitura se efectuar de modo preciso e rápido. Assim, deve-
se tomar em consideração três dimensões importantes: a precisão na descodificação de palavras;
o processamento automático e a leitura prosódica. Estes três elementos contribuem para a
compreensão do texto Shaywitz,( 2008).

De acordo com investigação acerca do ensino da fluência da leitura, concluiu-se que os


programas que funcionam mais eficazmente e que promovem mais ganhos partilham três
aspectos importantes: ênfase na leitura em voz alta; oportunidades para o aluno praticar,
permitindo-lhe ler e reler em voz alta palavras de um texto articulado e constante feedback do
professor enquanto a criança lê Bernice & Wong, (1991); Cruz, 2007; Shaywitz,( 2008).

Ferreira (2001) dá forte ênfase à leitura em voz alta, orientada e repetida, destacando que esta
actividade permite passar de forma ordenada para o reconhecimento automático das
palavras, frases e textos. Com base na extensa análise que realizou, Shaywitz (2008,p.256)
concluiu que a leitura em voz alta orientada e repetida “ajudam a desenvolver as
competências de leitura do aluno, pelo menos até ao 5º ano de escolaridade e ajudam a
desenvolver a leitura de alunos com dificuldades de aprendizagem muito para lá desse nível de
ensino”.

Ler em voz alta torna possível o feedback da actividade por parte do aluno e também por parte
do professor. O feedback é essencial porque permite ao aluno modificar a forma como está a ler
uma palavra específica, corrigindo, ao mesmo tempo, o modelo neural dessa palavra que está
guardado, de forma a reflectir, cada vez mais, a maneira exacta de ler e de escrever a palavra,
devendo ser efectuado de forma construtiva e positiva (idem, 2008).

Ferreira (2004) refere ainda que a fluência leitora se desenvolve através da leitura assistida, da
repetição de leitura, bem como da implementação de uma monitorização do progresso dos
alunos. Esta monitorização serve de avaliação das capacidades da leitura, mas pode também ser
útil como elemento motivador, uma vez que, torna visível a evolução da criança.

Além da consciência fonémica e da fluência da leitura, o National Reading Panel cit. em Cruz,
(2007) refere ainda a importância da compreensão do princípio alfabético – que facilita a
25

aprendizagem das relações entre as letras escritas e os sons falados – e da aquisição de


vocabulário no âmbito do desenvolvimento das capacidades da leitura.

De acordo com Shaywitz (2008), os aspectos essenciais de um programa de intervenção


eficaz para o desenvolvimento das capacidades de leitura são:

- Consciência fonémica – discriminar os sons, identificar e manipular os sons da


linguagem falada;

- Método analítico-sintético – a forma como as letras e grupos de letras representam os sons da


linguagem falada;

- Ler palavras em voz alta (descodificar);

- Soletrar;

- Ler palavras irregulares que têm de ser reconhecidas visualmente;

- Enriquecer vocabulário e conceitos;

- Estratégias de compreensão da leitura;

- Prática na aplicação destas competências à leitura e à escrita;

- Experiências enriquecedoras no campo da linguagem;

- Ouvir falar acerca de contar histórias;

- Treino da fluência leitora.

Relativamente aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem específicas (DAE) de


leitura, Baker (2002) apresenta-nos orientações para uma reeducação da leitura. Estas
orientações referem-se ao cuidado que se deve ter na escolha dos materiais a serem lidos, à
importância de se ajudar os alunos a compreender o sentido do texto e à exploração de
palavras num contexto real de leitura e escrita.

A intervenção na área do enriquecimento do vocabulário é então bastante pertinente, como


salienta Ferreira (2004), uma vez que o processo de leitura é facilitado quando os leitores têm
26

conhecimento prévio das palavras que estão a ler. De forma lúdica, através do jogo, podemos
ensinar novo vocabulário, dando instruções explícitas e indicações para que o aluno construa
estratégias de memorização conceptual.

A criança deve ser incentivada para a leitura como forma de aumentar o vocabulário. A
compreensão de textos, o objectivo essencial da leitura, pode ser desenvolvida através do
ensino de estratégias de compreensão. O professor deve aumentar o acesso e o tempo de trabalho
com textos informativos, narrativos, centrados nos interesses e nas vivências dos alunos,
criando possibilidades do uso deste tipo de textos em pequenas dramatizações, diálogos,
entre outros Ferreira,( 2001).

Hennigh (2003) sugere ainda as actividades de leitura partilhada como uma técnica eficaz, que
pode possibilitar quer o progresso académico, quer o sentimento de sucesso por parte do aluno.
No desenvolvimento das capacidades de leitura nos primeiros anos de escolaridade, a leitura
partilhada deve englobar os seguintes passos: seleccionar o texto; levar os alunos a
mobilizar conhecimentos prévios; ler o texto em voz alta; solicitar as reacções iniciais dos
alunos; segunda leitura realizada pelo professor, com debate; terceira leitura individual.

Pensamos que o professor deve utilizar um texto com repetições, ritmo, estruturado,
enérgico e com boa qualidade literária. Quando o material apresenta ritmo e outras
sonoridades, os alunos com DAE podem mais facilmente recordar o texto e o significado de cada
palavra. A seguir, o professor pode utilizar a estratégia de brainstorming, assim como, colocar
algumas questões de antecipação do conteúdo do texto que vai ser lido. Estas questões
farão apelo às experiências pessoais dos alunos (conhecimento prévio). Outra forma de
antecipação do conteúdo consiste em mostrar a capa do livro, imagens alusivas ao
conteúdo do texto de modo a que os alunos façam previsões do conteúdo. A seguir poderá ouvir
a história promovendo padrões correctos de leitura, a fim de servirem como modelos de
compreensão da história de carácter geral e a audição da história com os alunos a
acompanhar a mesma. Durante esta leitura é fundamental desenvolver competências de
leitura como a entoação, os sons de palavras e o vocabulário. Por fim, tem lugar a leitura final,
lendo os alunos os textos de forma autónoma.
27

A invenção de rimas e palavras, as actividades de reconhecimento e utilização de palavras que


rimam, a mistura e a segmentação de sílabas, a identificação de fonemas iniciais e a ligação de
símbolos a sons, os jogos de discriminação de vogais, as canções com rimas, são algumas das
actividades que devem ser desenvolvidas em contextos de aprendizagem da leitura Shaywitz,

(2008).

Alguns estudos indicam que intervenções específicas, com a ajuda do computador, podem
ajudar a superar alguns dos problemas característicos das dificuldades da leitura Shaywitz,
(2006).

Morais (1997) refere ainda que o computador pode ser um auxiliar valiosíssimo na
aprendizagem da leitura.

Este autor e Rose & Meyer (2006) mencionam que se começa a entender e a utilizar o
verdadeiro poder dos computadores no ensino e na aprendizagem da leitura. Nesta perspectiva
“(…) as Novas Tecnologias estão: a aumentar a perspectiva acerca dos objectivos implicados
no ensino e no domínio da leitura; a incrementar a informação relativa às pessoas que
queremos ensinar; e a ampliar o conhecimento sobre o que devemos ensinar e sobre o como
devemos fazer” Cruz, (2007, p.168).

2.2 Fundamentação Empírica

2.2.1.Importância da leitura
A importância da leitura transcende a escola, pois a maioria do que se deve aprender na vida terá
de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que
qualquer diploma. O processo de leitura não é somente um produto final do processo escolar,
mas representa também um importante avanço para o desenvolvimento de uma determinada
sociedade. Através da leitura, o aluno desenvolve melhor a linguagem, e se torna um indivíduo
mais comunicativo, inserido num grupo social que possui vida e histórias individuais.

A leitura é uma conquista social, a qual está presente no nosso universo todos os dias e todas as
horas, desde o momento em que começamos a compreender as primeiras letras e á conhecer o
mundo que nos rodeia por meio da leitura. Analisa-se, que a realização de leitura de textos
literários para as crianças, desperta nas mesmas os sentimentos mais profundos, singelos e
28

sinceros, como também, o interesse pelo aprendizado, pelo enredo, pela fantasia, pelo
desenvolvimento da linguagem, da imaginação, da criatividade, da expressão de ideias, do prazer
pela leitura e pela escrita de forma concreta, oportunizando situações significativas, nas quais as
crianças passam a interagir em seu processo de construção do conhecimento, possibilitando
assim, o seu desenvolvimento de forma gradativa e qualitativa nos diversos contextos sociais. A
leitura é a única actividade que constitui, ao mesmo tempo, disciplina de ensino e instrumento
para manejo das outras fases do currículo a ênfase está em aprender a ler para aprender. Nas
séries fundamentais, a aprendizagem do código dentro de contextos significativos para a criança
é de grande importância.

Percebe-se a influência que a leitura exerce na vida de uma criança no seu desenvolvimento
emocional, social, intelectual, cognitivo, etc. Por este motivo, deve haver uma demanda
comprometida e uma necessidade de desenvolver atividades diversificadas de leitura e escrita, as
quais devem ser planejadas pelo professor/educador, e aplicadas de forma ética e divertida no
ensino-aprendizagem dos discentes, na busca de despertar o prazer dos educandos em ler e
escrever, e estas atividades, devem estar presentes diariamente na vida de tais alunos, tanto no
contexto formal, quanto no contexto não formal

2.2.2.Dificuldades de leitura
Na nossa óptica os alunos no PEA da leitura podem apresentar dificuldades de descodificação
das palavras, pois a descodificação não se trata apenas de diferenciar ou identificar as letras,
palavras e símbolos, mas trata também da união dos símbolos com os sons.

Podemos considerar três tipos de déficis que se referem às dificuldades de descodificação:


deficisperceptivos (a dificuldade no processamento de informação visual pode causar
dificuldades de leitura, mas, elas não são, em sua maioria, resultados de déficis gerais de
percepção), déficis de processamento fonológico (correspondência da forma escrita de uma
palavra a sua estrutura sonora, denominada de correspondência grafema-fonema), e déficits de
memória a curto prazo (visto que a transformação letra-som é importante na aquisição das
habilidades de leitura, pode ser explicitado que uma memória empobrecida para o material
auditivo, talvez obstaculize a habilidade para combinar os sons diante de uma palavra).
29

2.2.3.Estratégias de superação das dificuldades dos alunos na leitura


Acreditamos que para que o aluno possa, de facto, aprender o conteúdo passado pelo professor, é
preciso que o mesmo realize um trabalho constante, utilizando-se de estratégias diversificadas
dentro da sala de aula, através do material disponibilizado pela própria escola, e também com
textos trazidos pelos alunos, ou extraídos da convivência do meio social em que os professores e
alunos estão inseridos. Assim, é de grande importância que o professor ensine certas estratégias
de leitura a sua turma, de forma com que ela desenvolva sua leitura de maneira mais fácil e
eficaz.Essas estratégias consistem em técnicas conscientes e inconscientes que o leitor utiliza
para descodificar, compreender e também interpretar o que está lendo, ao mesmo tempo em que
soluciona os problemas observados durante a leitura.

Um elemento que pode ajudar o professor a motivar os alunos e buscar demonstrar o significado
do que está sendo proposto dentro da sala de aula é sempre apresentar o motivo pelo qual é
importante realizar tais tarefas. Outro factor é buscar a união da turma, que pode ser realizada
através da leitura fragmentada, onde cada aluno faz a leitura de um parágrafo, ou determinado
trecho do texto, como, por exemplo, representando os personagens presentes na história. Essas
são técnicas muito utilizadas actualmente dentro da sala de aula, pois têm o poder de incentivar a
leitura, mas não devem ser usadas de maneira única, e sim, intercalada com outras práticas
prazerosas e atractivas

O modelo de ensino directo, é caracterizado pela necessidade de ser ensinado de maneira


sistemática, oferecendo uma proposta bastante rígida para o ensino, mesmo que este deva ser
adequado a cada caso ou contexto, através de flexibilizações. Ou seja, é preciso analisar o
cenário da sala de aula, para garantir ao aluno um aprendizado de qualidade, efectivo,
cooperando através do ensino e do aprendizado para a formação de uma visão geral acerca do
que é o processo de leitura. Assim, o professor deve fazer uso de todos os recursos disponíveis
para fazer de seus alunos leitores activos e independentes que, de fato, conseguiram aprender
estratégias e técnicas para realizarem uma leitura eficiente.

As escolas, não devem limitar-se apenas há livros didácticos como se fosse o suficiente, mas
devem seleccionar e oferecer obras literárias aos seus alunos, pois o literário é a peça chave para
começar á desenvolver um processo de leitura e escrita qualitativo, como também, a conquista
para a formação de uma sociedade leitora, de escolas mais entrosadas com a leitura e de alunos
30

que despertem o prazer e o gosto pelos livros. É necessário que uma cultura literária seja
enraizada nas escolas, nas casas das famílias, na sociedade em geral, através de um sistema
educacional rico em cultura, saberes, e conhecimentos para todas as pessoas. Obviamente, a
prática de ler, não se concentra apenas em utilizar-se de palavras e linguagens prontas e acabadas
retiradas dos livros, mas sim de um sistema complexo (cultural e social).

Para a compreensão do texto, o conhecimento prévio do leitor é fundamental. Se o leitor for


capaz de construir os sentidos do texto, a compreensão acontece, no entanto, se ele não for capaz,
não poderemos dizer que o acto de ler se concretizou. Por isso, o professor deve ter a
preocupação de fazer com que o aluno identifique a estrutura organizacional do texto de
forma consciente, identifique os conceitos-chave que indicam essa estrutura e adaptem os
referentes até que sejam capazes de obter uma representação do texto que responda às suas
necessidades.

Para identificar a estrutura global que está na base de qualquer texto, o aluno deve ter a
capacidade de o descodificar de acordo com a sua tipologia - descritivo, narrativo, expositivo,
argumentativo, etc. e de acordo com os seus géneros discursivos – romance, crónica,
relatório, anúncio, etc.; deve ser capaz de prever a sua essência, o que pressupõe algum
percurso hierarquizado, uma vez que o de nível superior possui mais informação do que o
de nível inferior; para além disso, o aluno tem de ter a capacidade de, em simultâneo, integrar
informação grafonemática, morfémica, semântica ( coerência), sintáctica (coesão),pragmática,
esquemática e interpretativa.

Assim, a leitura, literária ou não, motiva para outras leituras, forma uma estrutura cognitiva e
flexível, muda maneiras de pensar, dá prazer, desenvolve as capacidades de comunicação e
conduz à resolução de problemas.

Estamos perante um modelo de aprendizagens significativas e que supõe que a


informação a ser apreendida deve ser percebida selectivamente, estruturada significativamente,
codificada mediante inclusão à estrutura cognitiva prévia, diferenciada dentro dessa estrutura
para seu posterior reaparecimento e sujeita a consolidação e reconciliação para promover a
transferência.
31

Ter em conta a diversidade e o nível de desempenho dos alunos, já que as estruturas


estão associadas ao desenvolvimento cognitivo, seleccionar o material didáctico de acordo
com o mundo de referências dos alunos, estimular o aluno para lhe proporcionar o
desenvolvimento intelectual e o levar a aprofundar o processamento de um texto para
compreender melhor e de forma mais eficaz construir simbolicamente a informação,
desafiar o aluno a extrair do texto todas as hipóteses e confirmá-las, definir tarefas e
fazer com que o aluno seja capaz de activar os valores ausentes para exercitar o
raciocínio inferencial.

A aprendizagem só se concretiza se o leitor, mediado pelo professor, for capaz de


accionar o princípio da antecipação, ou seja, a estratégia fundamental que lhe permita interpretar
e extrair de um texto as ideias estruturantes. Antes e durante a leitura de um texto o
princípio da antecipação activa os esquemas cognitivos úteis para interpretar e dar significado
às ideias contidas no texto, prepara e facilita as estratégias de pesquisa de informação, cria
expectativas e contribui para a confirmação ou recusa das antecipações realizadas e corrige
as interpretações quando as expectativas não são confirmadas.

A pedagogia por competências, de que aqui falámos já, propõe, como vimos, a figura do
professor como mediador, sendo-lhe atribuído um papel mais activo no processo de
ensino/aprendizagem, de forma a conseguir que o aluno supere as suas dificuldades. Partindo
do princípio de que ler é compreender, não é possível falar em ensinar os alunos a ler, mas
em alunos que aprendem a ler, activando os processos cognitivos implícitos na construção
de sentido do texto: processos de organização – cronológica, espacial, etc,; processos de
elaboração – formular perguntas, hipóteses, fazer inferências e conclusões; processos de
focalização – distinguir ideias principais de ideias secundárias; processos de integração –
unir num todo coerente as partes da informação e os processos de verificação – apreciar a
consistência interna do texto.

Nesta perspectiva, não interessa ensinar conteúdos mas sim fazer com que os alunos
reflictam nas estratégias que utilizam, que conheçam outras e que aprendam a regulá-las
de acordo com os objectivos dessas estratégias, com os tipos de texto, os géneros
discursivos e o tempo disponível.
32

CAPÍTULO III: METODOLOGIA


Fonseca (2002) apud Gerhardt & Silveira (2009,p.12), define metodologia como o estudo da
organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou
para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos
utilizados para fazer uma pesquisa científica.

Neste capítulo, apresentamos o tipo de estudo ou método de estudo, universo/amostra ou


participantes, técnicas/ instrumentos de colecta de dados, técnicas de análise de dados que
possibilitou a materialização do trabalho.

3.1 Tipo de estudo ou método de estudo

Para o desenvolvimento do presente estudo, aplicaremos a pesquisa qualitativa que, segundo


Ludke e André (1986,p.18), se desenvolve numa situação natural, é rica em dados descritivos,
tem um plano aberto, flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada. A
pesquisa contribuiu para o estudo das dificuldades dos alunos na aprendizagem da leitura sem,
no entanto, haver preocupações ligadas com os dados estatísticos em relação à nossa
amostragem.

O objectivo central deste estudo foi de analisar as dificuldades dos alunos na leitura, e não
necessariamente efectuar o levantamento de alunos com dificuldades na leitura, e propor
estratégias convista a superação das dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura.

3.2.População e Amostra

Na perspectiva de Roesch (1999,p.118) citado por Académicos da Administração (2007,p.37),


amostra refere-se ao subconjunto da população, por meio do qual se estabelece ou se estimam as
características desse universo ou dessa população alvo. Para que as generalizações sejam válidas,
as características da amostra devem ser as mesmas da população. E pode ser probabilística e não
probabilística. Do universo da população, seleccionamos uma amostragem de 26 elementos, dos
quais 16 são mulheres. Nesse âmbito, trabalhamos com 5 professores, um membro de direcção
da escola (Director Adjunto), e 20 alunos perfazendo um total de 26 elementos como focos da
nossa pesquisa.
33

3.2.1.Critérios de selecção da amostragem

Na perspectiva do nosso estudo, a selecção do universo amostral teve um carácter não-


probabilístico, pois os elementos serão retirados em torno do universo populacional da nossa
pesquisa. Nesse âmbito, fizemos a nossa pesquisa, obedecendo aos elementos previamente
estabelecidos onde aplicamos as questões preparadas ao nosso alvo informante, com vista a
colher as sensibilidades em relação ao que pretendíamos analisar, concretamente as dificuldades
dos alunos da 8ª classe na leitura.

3.3. Instrumentos de recolha de dados

Nesta fase, apresentamos os instrumentos que facilitaram a obtenção de dados no campo sobre a
pesquisa, discutindo as definições apresentadas pelos autores sobre a entrevista e o questionário e
o porquê da sua escolha. Para a recolha de dados, optamos pela pesquisa bibliográfica, entrevista,
questionário.

3.3.1. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é aquela que abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação
ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, dissertações, teses, material cartográfico, até meios de comunicação orais: rádio,
gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão Lakatos e Marconi,( 2013,p.182).
Nessa óptica, fizemos as nossas consultas em dissertações, teses, material cartográfico, e entre
outras fontes que abordam os conteúdos que se enquadram no âmbito da nossa pesquisa. As
leituras feitas permitiram que façamos a confrontação das opiniões e visões de vários autores
sobre o problema em estudo. Foi possível também com esta pesquisa buscarmos subsídios para
dar continuidade à pesquisa do campo a partir da confrontação das ideias dos diferentes autores
referentes a bibliografia, conciliadas com as nossas ideias.

3.3.2.Entrevista

Entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas mediante a conversação,
obtenha informações a respeito de determinado assunto. É um procedimento utilizado na
investigação social para a recolha de dados ou para ajudar no diagnóstico e no tratamento de um
problema social Marconi e Lakatos, (2017,p.319).
34

Para Castilho, entrevista é encontro de duas pessoas com o objectivo de obter informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou programada de forma
profissional estruturada ou semiestruturada que intercala perguntas do roteiro e outras que
surgirem com o desenvolver da entrevista Castilho, (2014,p.25).

A nossa entrevista teve como alvo a Direcção da Escola em causa, concretamente, o Director
Adjunto da Escola, e os professores que leccionam a língua portuguesa, através de guião
previamente preparado composto por perguntas abertas, que serviram de base orientadora,
abrindo espaço para algumas questões espontâneas que surgirem. Refira-se que a escolha desta
técnica foi pelo facto de ser eficiente para obtenção de dados com profundidade, dado que os
membros de direcção e os professores são a peça chave para o acesso à informação e às
evidências sobre o fenómeno em estudo.

3.3.3. Questionário

O questionário é uma técnica de recolha de dados constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador. As perguntas
são encaminhadas aos informantes em formulários próprios, contendo como anexo uma carta
explicando o objectivo, a natureza e a importância da pesquisa Marconi e Lakatos, (2017,p.322).
Em função disso, aplicamos como técnica de recolha de dados o questionário que foi
direccionado aos alunos, do 1º ciclo em particular os que frequentam a 8ª classe, tendo sido por
escrito o qual foi composto por perguntas de escolha múltipla.

3.4.Tecnicas de análise de dados

3.4.1.Análise do conteúdo
Na óptica de Silva & Fossá (2013,p.57), O método de análise de conteúdo constitui-se em um
conjunto de técnicas utilizadas na análise de dados qualitativos. A análise de conteúdo é uma
técnica de análise das comunicações, que permitiu analisar as respostas da entrevista dirigida ao
DAE e aos professores e as respostas do questionário dirigido aos alunos da 8ª classe na Escola
Secundaria de Chidenguele.
35

CAPÍTULO IV ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na sequência do estudo relacionado com dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura,


concretamente para o caso da Escola Secundaria de Chidenguele, fizemos a análise dos dados
recolhidos através de entrevista dirigida à direcção da escola e aos professores que leccionam a
8ª classe naquela escola, bem como pelo questionário dirigido aos alunos, com vista a
efectuarmos uma confrontação em relação ao que constitui o posicionamento da nossa
amostragem e a realidade previamente avançada por meio das nossas hipóteses, considerando
abordagens teóricas de diversos autores.

Tomando como base as questões dirigidas para a nossa amostragem, apresentamos em forma de
subcapítulos, o que constitui a realidade vivida no campo de estudo, obedecendo à seguinte
maneira:

(i) Percepção da importância da leitura


(ii) Percepção das dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura;
(iii) Percepção do rendimento pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura;
(iv) Atitudes dos professores face aos alunos com dificuldades na leitura
(v) Referenciação interpretative sumativa

4.1.Percepção da importância da leitura


Questionado o DAE sobre a importância da leitura este respondeu o seguinte:

A leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo, sendo o elo capaz
de ligar as culturas e é por meio desse acto de ler que o aluno forma uma visão crítica e é
também através da leitura que se compreende melhor a função do indivíduo no meio social em
que ele vive.

Questionados os professores sobre a importância da leitura, estes de um modo geral, afirmaram


que a leitura é desempenha um papel muito importante no PEA, segundo eles a leitura é a base
para o sucesso escolar do aluno. O estrato acima é elucidado pelos seguintes depoimentos:

P.3: A leitura é a base para a compreensao da materia….

P.:1A leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo….


36

P.2: A leitura é a chave para o sucesso escolar do aluno….

Do inquérito dirigido aos alunos, questionados estes se a leitura desempenha um papel


importante no PEA, todos responderam categoricamente que sim.
No nosso ponto de vista a importância da leitura transcende a escola, pois a maioria do que se
deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma
herança maior do que qualquer diploma. O processo de leitura não é somente um produto final
do processo escolar, mas representa também um importante avanço para o desenvolvimento de
uma determinada sociedade. Através da leitura, o aluno desenvolve melhor a linguagem, e se
torna um indivíduo mais comunicativo, inserido num grupo social que possui vida e histórias
individuais.

No que concerne a importância da leitura, Silva (2003), explica quenunca é demais lembrar que a
prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de
leitura, pode ficar sabendo quais são as suas obrigações e também pode defender os seus direitos,
além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessárias para uma sociedade justa,
democrática e feliz. Silva, (2003, p. 24).

De acordo com o referido autor, percebe-se então que a escola é o ambiente ideal para se buscar
conhecimento, e tem como função, formar cidadãos capazes de terem um olhar crítico acerca do
mundo exterior, actuando de maneira competente e digna, condizente com seu meio social. E,
para isso, a leitura desempenha papel importante na formação de uma sociedade mais juntos e
igualitária, onde a busca pelo conhecimento é constante, para o correcto exercício da cidadania.

4.2. Percepção das dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura


Questionado o DAP sobre as dificuldades da leitura que os alunos da 8ª classe apresentam este
respondeu o seguinte:

Os problemas na leitura acarretam na dificuldade que o aluno possui em recordar palavras


vistas anteriormente, dificuldade em soletrar palavras, troca de letras e palavras e vocabulário
deficiente, o que acaba por diminuir o interesse pela leitura que a criança possui.
37

Questionados os professores sobre dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura, estes de um


modo geral, afirmaram que os alunos apresentam dificuldades de reconhecimento e
entendimento da palavra escrita, dificuldades em relacionar o som e a palavra escrita.

Do inquérito dirigido aos alunos, questionados estes se na turma existiam alunos com
dificuldades na leitura, todos afirmaram que sim e assinalaram as dificuldades em conhecer as
palavras, dificuldades em combinar as sílabas, dificuldades em conhecer o som das palavras.

Questionados os alunos se na turma existem alunos que no acto da leitura apresentam


dificuldades de reconhecimento das palavras, 17 alunos correspondentes a 85%, responderam
que SIM e os restantes 3 alunos correspondentes a 15% responderam que NÃO. Conforme o
gráfico a seguir:

Gráfico 1 Dificuldades de reconhecimento das palavras

Os alunos apresentam dificuldades no reconhecimento das


palavras?

Não
15%

SIM
85%

Fonte: Adaptado pelo autor

Questionados os alunos se na turma existem alunos que no acto da leitura apresentam


dificuldades de relacionar o som e a palavra escrita, todos os 20 alunos inqueridos
correspondentes a 100%, responderam que SIM. Conforme o gráfico a seguir:
38

Gráfico 2. Dificuldades de relacionar o som e a palavra escrita

Os alunos apresentam dificuldades em relacionar o som com a


palavra esrita?

SIM
100%

Fonte: Adaptado pelo autor

Questionados os alunos se na turma existem alunos que no acto da leitura apresentam


dificuldades de compreensão do material escrito, todos os 20 alunos inqueridos correspondentes
a 100%, responderam que SIM. Conforme o gráfico a seguir:

Gráfico 3. Dificuldades de compreensão do material escrito

Os alunos apresentam dificuldades de compreensão do material


escrito?

SIM
100%

Fonte: Adaptado pelo autor

Na nossa óptica os alunos no PEA da leitura podem apresentar dificuldades de descodificação


das palavras, pois a descodificação não se trata apenas de diferenciar ou identificar as letras,
palavras e símbolos, mas trata também da união dos símbolos com os sons.
39

Dockrell e McShane, (1997) e NicasioGarcía, (1998), salientam que as dificuldades em leitura


implicam normalmente uma falha no reconhecimento e na compreensão do material escrito,
sendo que o primeiro é o mais básico de todos os processos, pois o reconhecimento de uma
palavra é anterior à compreensão dela, e assim, esse transtorno manifesta-se por uma leitura oral
lenta, com omissões, distorções e substituições de palavras, com interrupções, correcções e
bloqueios. Os autores acrescentam que, há crianças que têm, apenas, problemas nas operações
relacionadas ao reconhecimento das palavras, e podem compreender uma explicação oral
(nomeados por disléxicos). Também existe um outro grupo de crianças que lêem bem as
palavras, mas possuem sérias dificuldades para compreender o que lêem (alunos com
dificuldades na compreensão). O caso extremo desse problema constituiria os sujeitos
hiperléxicos que são os alunos que lêem mal as palavras e têm problemas tanto na compreensão
oral, quanto na da escrita.

4.3. Percepção do rendimento pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura


Questionado o DAP e os professore sobre desempenado pedagógico dos alunos com dificuldades
na leitura, este respondeu que geralmente alunos com dificuldades na leitura apresentam um
baixo aproveitamento pedagógico comparativamente com os alunos que não apresentam
dificuldades de leitura. O estrato acima é elucidado pelos seguintes depoimentos:

DAP: Os alunos com dificuldades na leitura apresentam um baixo rendimento pedagógico.

P3: O aluno com dificuldades na leitura geralmente tem a tendência de apresentar um baixo
aproveitamento pedagógico.

Questionado o DAP se na ESECHI tem havido jornadas pedagógicas de capacitação de


professores em matéria de leccionação da leitura, respondeu negativamente.

Relativamente a pergunta número 1 do inquérito dirigido aos alunos com o teor: Os alunos com
dificuldades na leitura apresentam um rendimento negativo? De acordo com os dados colhidos,
todos os participantes correspondentes a 100%, foram unânimes em afirmar que SIM. Conforme
ilustra o gráfico a seguir:
40

Gráfico 4. Rendimento pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura

Os alunos com dificuldades na leitura apresentam um rendimento


pedagogico negativo ?

SIM
100%

Fonte: Adaptado pelo autor

4.4. Atitudes dos professores face aos alunos com dificuldades na leitura
No que tange a pergunta número 5 da entrevista dirigida ao DAP, em que se pretendia saber das
actividades específicas, que orientam aos professores de modo a recuperar os alunos com
dificuldades na leitura, este respondeu que : como medidas de superação recomendamos a eles a
desenvolverem o espírito de procura de ajuda nos colegas mais experientes em matéria de
leitura e na direcção da escola”.
Questionados os professores sobre as medidas que tem levado acabo convista a ajudar os alunos
com dificuldades na leitura os entrevistados revelam que naquela escola não se desenvolvia
actividades específicas, (feitas fora das aulas normais), de modo a recuperar os alunos com
dificuldades na leitura, não obstante, procuram identificar o desempenho de cada aluno, chamam
atenção na sala de aulas, comunicam aos pais e encarregados de educação, a direcção da escola e
orientam os trabalhos de cópia, actividades de soletração das palavras. O estrato acima é
elucidado pelos seguintes depoimentos:

P1: Informo a direcção da escola para juntos traçarmos estratégias de superação das
dificuldades dos alunos na leitura.
41

P4: Chamo atenção e incentivo para se esforçar de modo a melhorar as suas habilidades na
leitura.

P3: Oriento o aluno para fazer cópias.

Na nossa óptica, estas declarações dos professores sobre as medidas tomadas com vista a
recuperação dos alunos com dificuldades na leitura, algumas não deixam claro o que realmente
pode ajudar estes alunos, isto é, depois de se informar a direcção e os pais e encarregados de
educação, que medidas tomam estes intervenientes para reforçar a aprendizagem dos alunos.

Acreditamos que para que o aluno possa, de fato, aprender o conteúdo passado pelo professor, é
preciso que o mesmo realize um trabalho constante, utilizando-se de estratégias diversificadas
dentro da sala de aula, através do material disponibilizado pela própria escola, e também com
textos trazidos pelos alunos, ou extraídos da convivência do meio social em que os professores e
alunos estão inseridos. Assim, é de grande importância que o professor ensine certas estratégias
de leitura a sua turma, de forma com que ela desenvolva sua leitura de maneira mais fácil e
eficaz. Essas estratégias consistem em técnicas conscientes e inconscientes que o leitor utiliza
para descodificar, compreender e também interpretar o que está lendo, ao mesmo tempo em que
soluciona os problemas observados durante a leitura.

Santos (2012), avança que ao realizarem a actividade de leitura, os alunos devem se sentir
motivados, e isso pode acontecer através do professor, que deve encorajá-los a continuar no
caminho do aprendizado e aperfeiçoamento. É dever do docente encorajar os estudantes,
fornecendo os recursos necessários e auxiliando sempre que julgar necessário. (Santos, 2012)

Um elemento que pode ajudar o professor a motivar os alunos e buscar demonstrar o significado
do que está sendo proposto dentro da sala de aula é sempre apresentar o motivo pelo qual é
importante realizar tais tarefas.

Outro factor é buscar a união da turma, que pode ser realizada através da leitura fragmentada,
onde cada aluno faz a leitura de um parágrafo, ou determinado trecho do texto, como, por
exemplo, representando os personagens presentes na história. Essas são técnicas muito utilizadas
actualmente dentro da sala de aula, pois têm o poder de incentivar a leitura, mas não devem ser
42

usadas de maneira única, e sim, intercalada com outras práticas prazerosas e atractivas Coelho,
(1991).

O professor deve optar por utilizar textos que incentivem a reflexão, que instiguem os alunos a
opinarem e demonstrarem o que compreenderam da leitura, através de abordagens que se
relacionam com a realidade vivenciada pelos discentes, o que pode incentivar ainda mais a
leitura. Além disso, é dever do professor valorizar o conhecimento que o aluno já possuía antes
de trabalhar o texto, tendo em vista que o conhecimento surge através da leitura de textos, e
também do mundo em que vivemos. Santos,( 2012).

4.5.Referenciaçao interpretativa sumativa

Face aos resultados obtidos no âmbito da nossa pesquisa sobre dificuldades dos alunos da 8ª
classe na leitura, concretamente para o caso da Escola Secundaria de Chidenguele, verificamos
que houve a comprovação das nossas hipóteses em maior escala, relativamente ao corpo docente
da escola envolvido na pesquisa, ao confirmar que os alunos apresentam dificuldades de
reconhecimento e entendimento da palavra escrita, dificuldades em relacionar o som e a palavra
escrita.

No que concerne aos alunos, também verificamos a comprovação das nossas hipóteses. Nesse
caso, a dificuldade em conhecer as palavras escritas foi assinalada por 85% dos alunos
inqueridos, a dificuldade na compreensão do material escrito foi assinalada por 100% dos alunos
inqueridos, e por último a dificuldade em relacionar o som com a palavra escrita também foi
assinalada por 100% dos alunos inqueridos.
43

CAPÍTULO V. CONCLUSÕES

5.1.Conclusão
Os resultados principais reportados neste estudo trouxeram dados importantes sobre as
dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura.
Do estudo feito e baseado na questão principal da pesquisa, pode se concluir que as dificuldades
dos alunos da 8ª classe na leitura são: dificuldades de reconhecimento e compreensão da palavra
escrita, dificuldades em relacionar o som e a palavra escrita.

Constatamos que na ESECHI não se promove jornadas de capacitação dos professores em


matéria de leccionação da leitura, onde os professores poderiam trocar as experiencias nessa
área;E no concernente às medidas de superação das dificuldades dos alunos na leitura, naquele
estabelecimento de ensino não existem actividades específicas que os professores realizam,
apenas se limitam a informar a direcção da escola, os pais e encarregados de educação e nada
fazem no momento em que a criança manifesta dificuldade.

Concluiu-se ainda que a leitura é um requisito para se obter conhecimento, que é muito
importante actualmente par ao mercado de trabalho, para o exercício dos direitos e
principalmente, da cidadania, ou seja, é através da leitura que se compreende melhor a função do
indivíduo no meio social em que ele vive. A leitura é então uma ferramenta na busca por
conhecimento.
44

5.2.Sugestões

De acordo com às constatações sobre as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura, tendo em
conta os objectivos definidos, bem como as hipóteses previamente avançadas, colocamos as
seguintes sugestões: Sugere-se aos professores a prestarem maior atenção nos alunos com
dificuldades na leitura;

Sugere-se ainda aos professores a optarem em utilizar textos que incentivem a reflexão, que
instiguem os alunos a opinarem e demonstrarem o que compreenderam da leitura, através de
abordagens que se relacionam com a realidade vivenciada pelos discentes.

Sugere-se a Direcção da Escola para promover jornadas de capacitação dos professores em


matéria de leccionação da leitura, onde os professores possam adquirir estratégias de leccionação
e troca de experiencias nessa área;
45

5.3.Referências bibliográficas
Ajuriaguerra, J. (1995).Manual de Psicopatologia, Porto Alegre: Artes Médicas.

Bernice,Y, Wong, L. (1991). Learning about learning disabilities. New York: Academic Press
Cagliari, C. L. (2009).Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione.

Cruz, V. (2009). Dificuldades de aprendizagem específicas. Lisboa: Lidel.


desenvolvimento linguístico das crianças portuguesas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
Dockrell, J. Mcshane, J.(1997). Dificuldades de aprendizajeenlainfancia: un enfoque cognitivo.
Barcelona: EdicionesPaidós Ibérica S.A.
Elkind, D. (1969).Crianças e adolescentes – ensaios interpretativos sobre Jean Piaget. Rio de
Janeiro: Zahar.
Ferreira, M. (2001). Dificuldades de aprendizagem no 1º ciclo (Dissertação de mestrado
não publicada). Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de
Coimbra, Coimbra.
Fonseca, V. (1984).Uma introdução às dificuldades de aprendizagem. Editorial Notícias: Lisboa.

Foucambert, J. (1998). A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artmed.

Freire, P. (1989).A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ª Ed. São
Paulo: Cortez.

Garcia, J.N. (1998).Manual de dificuldades de aprendizagem, leitura, escrita e matemática.


Porto Alegre: Artes Médicas.

Gil, A. C. (2006). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social 5ª Edição, Atlas Editora, São Paulo.
Hennigh, K. (2003). Compreender a Dislexia. Porto: Porto Editora.
Lakatos, E.M. Marconi, M. A. (2002). Panejamento e Execução de Pesquisas: Amostragens e
Técnicas de Pesquisas, Elaboração, Análise e Interpretação de Dados, 5ª ed. São Paulo: Atlas.

Libâneo, J. C. (1994).Didática. 29ª Ed. São Paulo: Cortez.

Morais, J. (1997). A arte de ler. Psicologia cognitiva da leitura. Lisboa: Edições Cosmos.
Nerici, I. G. (1992).Didática Geral Dinâmica. São Paulo, 11ª Ed: Atlas.

Nielsen, L. (1999).Necessidades Educativas Especiais: um guia para professores: Porto Editora.


46

Ross, A. O.(1921).Aspectos.psicológicos dos distúrbios da aprendizagem e dificuldades na


leitura. Tradução de Alexandra Fares. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil.

Santiuste , V. Beltrán, J. A. (1998) .Dificultades de aprendizaje. Madrid: Editorial Sintesis.


Shaiwytz, S. (2006). Entendendo a dislexia: um novo e completo programa para todos os níveis
de leitura. Porto Alegre: Artmed Editora.
Shaiwytz, S. (2008). Vencer a dislexia: Como dar resposta às perturbações da leitura em
qualquer fase da vida. Porto: Porto Editora.
Silva, E. T. (2003).Conhecimento e cidadania: quando a leitura se impõe como mais necessária
ainda?Campinas: Autores Associados.

Silva, J. Q. G. Assis, J. A. Lopes, M. A. P. T. (2013).Letramento, gênero e discurso: cenas de


conversa(s) com MaulMatencio. Campinas/SP: Mercado de Letras.

Solé, I. (1998).Estratégias de leitura e de escrita. Porto Alegre: Artmed.

Stambak, M.V. Diatkine, R. Plaisance, E. B. J. (1984).Síntese dos trabalhos. In Ajuriaguerra, J.


de et al. A dislexia em questão:dificuldades e fracassos na aprendizagem da língua escrita. Porto
Alegre: Artes Médicas.
47

5.4.Apêndices

Entrevista para a direcção da Escola Secundaria de Chidenguele

Caro Gestor As informações recolhidas são estritamente confidenciais e estão inseridas no


âmbito da produção de uma monografia científica para obtenção do grau de Licenciatura em
Ensino de Português. Por favor, responda com sinceridade, pois o seu contributo é valioso para a
presente pesquisa.

Agradecemos pelo contributo!

Roteiro de perguntas

1.Qual é a importância da leitura

2.Quais são as dificuldades da leitura que os alunos da 8ª classe apresentam

3.Qual é o desempenado pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura.

4.Na ESECHI tem havido jornadas pedagógicas de capacitação de professores em matéria de


leccionação da leitura?

5. Quais são actividades específicas, que orientam aos professores de modo a recuperar os alunos
com dificuldades na leitura.
48

Questionário aos alunos da Escola Secundaria de Chidenguele

Caro aluno, a presente entrevista visa recolher informações científicas sobre as dificuldades dos
alunos na leitura.

Roteiro de perguntas

Marque X na sua resposta.


1. A leitura desempenha um papel importante? SIM------NÃO …….
2. Na sua turma existiam alunos com dificuldades na leitura? SIM------NÃO …….
3. Na sua turma existem alunos que no acto da leitura apresentam dificuldades de
reconhecimento das palavras? SIM------NÃO …….
4. Na sua turma existem alunos que no acto da leitura apresentam dificuldades de relacionar
o som e a palavra escrita? SIM------NÃO …….
5. Na sua turma existem alunos que no acto da leitura apresentam dificuldades de
compreensão do material escrito? SIM------NÃO …….
6. Os alunos com dificuldades na leitura apresentam um rendimento negativo? SIM------
NÃO …….

Muito Obrigado!
49

Entrevista para os professores da Escola Secundaria de Chidenguele

Caro professor

As informações recolhidas são estritamente confidenciais e estão inseridas no âmbito da


produção de uma monografia científica para obtenção do grau de Licenciatura em Ensino de
Português. Por favor, responda com sinceridade, pois o seu contributo é valioso para a presente
pesquisa.

Agradecemos pelo contributo!

Roteiro de perguntas

1.Qual é a importância da leitura

2. Quais são as dificuldades da leitura que os alunos da 8ª classe apresentam?

3.Qual é o desempenado pedagógico dos alunos com dificuldades na leitura.

4. Quais são as medidas que tem levado acabo convista a ajudar os alunos com dificuldades na
leitura.

Muito Obrigado!

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