Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Universidade Save
Universidade Save
A supervisão (pedagógica) não deve ser um mero campo de aplicação de saberes desenvolvidos
noutros contextos. Mas assumindo-se como um campo de acção e de saber multifacetado, deve
saber recorrer a saberes contributivos, após equacionar os problemas que lhe são específicos e,
deste modo, criar conhecimento específico. A supervisão pedagógica é uma prática corrente em
todos os graus de ensino, nomeadamente na formação inicial dos educadores de infância. Como
tal, esta tem sido abordada como área de estudo por muitos investigadores.
1.1.Hipóteses
De acordo com LAKATOS e MARCONI (2003: 159), Hipótese é “uma proposição que se faz na
tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. É uma suposição que
antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória: deve ser
testada para determinar sua validade. Correcta ou errada, de acordo ou contrária ao senso
comum, a hipótese sempre conduz a uma verificação empírica”.
É provável que uma das razões da fraca participação do CE, seja o estilo de liderança da
direcção da escola;
É provável que uma das razões da fraca participação do CE seja, a falta do conhecimento
por parte dos membros do CE da importância da sua participação na gestão escolar;
É provável que uma das razões da fraca participação dos membros do CE, seja a falta de
informação sobre as actividades em curso na escola
1.2.Objectivos
1.2.1.Objectivo Geral:
Analisar o processo de participação do conselho de Escola na vida escolar.
1.2.2.Objectivos Específicos:
Identificar as razões que concorrem para fraca participação dos membros do CE na
gestão da Escola Primária do 1º e 2º Grau 7 de Setembro de Chidenguele;
Descrever o contributo do CE para o desenvolvimento da comunidade escolar;
Propor estratégias para o bom funcionamento do CE consista o desenvolvimento da
comunidade escolar.
1.3.1.Pesquisa bibliográfica
Segundo VERGARA (2000) citado por OLIVEIRA (2011:40), pesquisa bibliográfica é
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos e é importante para o levantamento de informações básicas sobre aspectos directa e
indirectamente ligados à nossa temática. A vantagem principal da pesquisa bibliográfica reside
no facto de fornecer ao investigador um instrumento analítico para qualquer outro tipo de
pesquisa. Com base nesta pesquisa, a investigadora baseou-se em livros, artigos científicos,
teses, que versam sobre a matéria de CE.
1.3.2.Entrevista
GIL (2008:109), Entrevista é a Técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado
e lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção de dados que interessam à investigação. É
uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca recolher dados e a outra
constitui fonte de informação.
Para esta pesquisa, a entrevista foi dirigida aos representantes da comunidade, e representantes
dos pais e encarregados de educação.
1.3.3.Questionário
Segundo SILVA, Edna Lúcia da e MENEZES, Estera Muszkat (2001 – 33), questionário é:
Uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito
pelo informante. O questionário deve ser objectivo, limitado em extensão
e estar acompanhado de instruções As instruções devem esclarecer o
propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do
informante e facilitar o preenchimento.
O instrumento permitiu uma análise qualitativa da percepção das razões da fraca participação do
CE para o desenvolvimento da comunidade escolar.
Através dessa técnica, foram aplicados questionários aos representantes dos professores, alunos e
a directora da Escola Primaria de Betula.
2.0.Observação
Questionamos aos alunos se nas reuniões com o conselho tem tido espaço para expor a sua
opinião, onde duas responderam que não e uma respondeu que as vezes.
Relativamente a última questão dirigido aos alunos procuramos saber se estes são informados
sempre que houver uma reunião ou actividade na escola e todos responderam categoricamente
que não são informados.
“A direcção da escola convoca uma reunião para nos informar a cerca das actividades que
devemos fazer na escola junto com a população” (RC2);
“Nas reuniões somos informados que a escola recebeu um valor de ADE e o mesmo será
aplicado na aquisição de material escolar” (RE5) ”
Os membros representantes dos professores questionados acerca das razões da fraca participação
do CE nas actividades escolares as suas respostas revelam falta de tempo, e falta de informação.
O acima exposto é elucidado através dos seguintes depoimentos:
Tirar da sala de aulas o educando cujo encarregado não compareceu nas actividades escolares
“ (RE2,RC2,RE6).
O conselho da escola deve ir ate ao membro que faltou para sensibiliza-lo de modo a não faltar
nas actividades” (RE4).
Dar responsabilidade a cada membro de modo que cada um saiba que a sua participação é
preponderante” (P1).
3.0.Pos- Observação
Os dados analisados desta supervisão revelam que os membros do conselho da escola visualizam
o conselho da escola como uma comissão elegida com o intuito de orientar as actividades a
serem levadas acabo pela instituição.
No nosso ponto de vista os membros do CE precisam ser capacitados para que posam conhecer
as suas competências na escola pois em Moçambique, segundo o MEC (2008, p. 15), o Conselho
da Escola é o órgão máximo do estabelecimento e tem como funções ajustar as directrizes e
metas estabelecidas, a nível central e local, à realidade da escola e garantir a gestão democrática,
solidária e co-responsável.
Os resultados desta supervisão corroboram com as concepções de MEC (2015), que sustentam
que a participação dos diferentes segmentos no Conselho de Escola prende-se com a necessidade
de assegurar: (i) uma boa gestão escolar; (ii) um bom aproveitamento escolar; (iii) um bom
desempenho dos professores e (iv) uma gestão transparente dos recursos.
Prado, J. M. (1999), vai mais alem ao afirmar que compete ao CE a função de persuadir aos pais
e encarregados de educação para apoiarem a escola, isto é, refere-se ao apoio e ao estímulo às
comunidades escolar e local em busca da melhoria da qualidade do ensino, do acesso,
permanência e aprendizagem dos estudantes. É essencial a participação de todos os segmentos no
Conselho Escolar. Essa participação é o que tornará democrática a gestão da escola pública.
O membro da Direcção, quando questionado sobre o nível de participação dos membros de CE
nas actividades escolares revelou-nos que o nível de comparência é baixo, facto que pode
comprometer o alcance dos objectivos traçados pois na perspectiva de Libâneo (2007),
prioritariamente, os pais e outros representantes participam do Conselho de escola para preparar
os projectos pedagógicos curriculares, acompanhar e avaliar os serviços prestados.
Adicionalmente, usufruem das práticas participativas para participarem de outras instâncias
decisórias no âmbito da sociedade civil deste modo, contribuindo para o aumento da capacidade
de fiscalização da sociedade civil sobre a execução da política educacional e, melhora as
necessidades educacionais da população.
A supervisão revelou que a direcção da escola usa uma gestão não participativa a medida em que
maiores números dos inqueridos afirmaram que não participam na elaboração dos planos
escolares apenas são solicitados para a sua implementação facto que pode por em causa a
participação activa dos membros do Conselho pois sendo a escola uma instituição onde os
objectivos dependem da actuação específica de cada um dos componentes que actuam no
processo escolar, o director deve agir como verdadeiro líder, não tomando a decisão pelo
subordinado, mas influenciando a decisão deste, sugerindo e respeitando a capacidade e
iniciativa dos especialistas da educação, dos docentes e do pessoal administrativo.
A supervisão revelou ainda que a comunicação usada pela direcção da escola para convocar os
membros do concelho não é eficaz devido ao baixo nível económico e de escolaridade dos
membros do conselho.
Segundo Teixeira, J.P.L (2011), para que uma mensagem seja efectiva, o processo de codificação
(entendimento dos códigos utilizados) precisa ser coerente com as experiências passadas do
receptor e com as suas expectativas.
Os mesmos autores apontam as seguintes medidas para aumentar a eficácia da comunicação:
Os dados desta supervisão revelam também que para permitir que haja maior participação dos
membros do CE alguns inqueridos apontam a expulsão do aluno como uma das medidas de
pressionar encarregado. Esta medida, porém, além de não oferecer uma solução pedagógica para
a aprendizagem, oferece uma solução pouco satisfatória, uma vez que, os alunos podem e devem
beneficiar de outros tipos de apoio tanto em casa como na Escola.
3.1.Sugestões
Em função das constatações e comentários feitos na presente supervisão, cabe-me finalmente
propor as seguintes recomendações:
Ao nível da Direcção da Escola
A supervisão sugere que todas as escolas, em particular, onde se fez a pesquisa, promovam
anualmente capacitações aos membros do conselho da Escola em matéria de gestão escolar.
Esta supervisão recomenda também aos membros da Direcção da Escola a sensibilizar a
comunidade para aderir a alfabetização, de modo a melhorar o nível de escolaridade dos
membros do conselho
Sugere-se ainda que a Direcção da Escola faça um levantamento apurado da situação de cada
membro do Conselho da Escola e por via disso, diferenciar os meios de comunicação a usar para
cada um.
Sugere-se por ultimo a Direcção da Escola a optar por uma liderança democrática onde possam
fazer parte os membros do CE na tomada de decisão sobre a vida escolar
MEC (2015). Manual de apoio ao conselho de escola primária. Maputo: INDE. MINED (2012).
Plano estratégico da educação 2012-2016. Maputo: MINED.