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Américo Xavier

A Contribuição da Base Central na Luta de Libertação Nacional, distrito de


Muidumbe, 1964-1974
Curso de Licenciatura em Ensino de História com Habilitações em Documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2019
1

Américo Xavier

A Contribuição da Base Central na Luta de Libertação Nacional, distrito de


Muidumbe, 1964-1974

Monografia Científica apresentada a


Universidade Rovuma, Departamento de
História, Faculdade de Ciências Sociais e
Filosóficas como instância parcial para obtenção
do grau de Licenciatura em Ensino de História
com Habilitações em documentação.

Supervisor: MA. Alex Samuel Artur

Alex Samuel Artur

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2019
2ii

Índice

Lista de gráficos .................................................................................................................. iv

Lista de tabelas .................................................................................................................... v

Lista das imagens ................................................................................................................ vi

Siglas e Abreviaturas ......................................................................................................... vii

Declaração ........................................................................................................................ viii

Dedicatória ......................................................................................................................... ix

Agradecimentos ................................................................................................................... x

Resumo ............................................................................................................................... xi

Introdução.......................................................................................................................... 12

CAPITULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 15

1.1. Definição de conceitos ................................................................................................ 15

1.1.1. Base ......................................................................................................................... 15

1.1.2. Local histórico.......................................................................................................... 15

1.1.3. Luta armada ............................................................................................................. 16

1.2. Contextualização histórica ........................................................................................... 17

1.2.1. Base central ............................................................................................................. 17

1.2.2. Fundação da FRELIMO .......................................................................................... 17

CAPITULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................... 20

2.1. Método de pesquisa ..................................................................................................... 20

2.1.1. Tipo de Pesquisa/Estudo ........................................................................................... 20

2.1.2. Quanto a Abordagem................................................................................................ 20

2.1.3. Quanto a Natureza .................................................................................................... 21

2.1.4. Quanto ao objectivo.................................................................................................. 21

2.1.5. Quanto aos procedimentos........................................................................................ 21

2.2. Técnicas de Colecta de Dados ..................................................................................... 21

2.3. Universo ou População ................................................................................................ 22


iii3

2.4. Amostra ...................................................................................................................... 22

2.5. Aspectos éticos da pesquisa ..................................................................................... 23

2.6. Limitações ............................................................................................................... 23

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..... 24

3.1. Breve descrição do local de pesquisa ........................................................................... 24

3.1. 1. Localização geográfica do distrito de Muidumbe ..................................................... 24

3.1.2. Aspectos económicos ............................................................................................... 24

3.1.3. Aspectos culturais .................................................................................................... 25

3.1.4. Aspectos geográficos ................................................................................................ 25

3.1.5. Organização administrativa ...................................................................................... 26

3.1.6. Descrição da Base Central ........................................................................................ 26

3.1.7. Estrutura das Bases................................................................................................... 27

3.2. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida aos


antigos combatentes do distrito em estudo .......................................................................... 28

3.3. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida aos


líderes comunitários ........................................................................................................... 34

3.4. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida aos


técnicos do SDEJT ............................................................................................................. 35

3.5. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida aos


residentes do distrito em destaque ...................................................................................... 36

3.6. Verificação das hipóteses ........................................................................................ 38

Conclusão .......................................................................................................................... 39

Referência Bibliográfica .................................................................................................... 40

Apêndices .......................................................................................................................... 43

Anexo ……………………………………………………………………………………….53
4
IV

Lista de gráficos

Gráfico 1: O ano da fundação de Base Central……………………………….……………..28


Gráfico 2: O papel desempenhado pela Base Central durante a Operação No Górdio…......32
Gráfico 3: A contribuição da Base Central na luta de Libertação Nacional…………….…..34
Gráfico 4: Apoio da população a Base Central…………………………………………......37
5
V

Lista de tabelas

Tabela 1: Amostra………………………………………………………………………..….22
Tabela 2: Sugestões do povo do distrito de Muidumbe sobre a valorização da Base
Central…………………………………………………………………………………….…38
Tabela 3: Fontes Orais……………………………………………………………………....41
6
VI

Lista das imagens

Imagem 1- 6: Antigos combatentes da Base Central…………..…….………………….…..49


Imagem 1- 4: Placas de identificação da Base Central…….…………….…………….……50
Imagem 1- 2: Líder comunitário………………………..……………….………………..…51
Imagem 1- 2: Técnicos do SDEJT……………………………………….…………….……52
7
VII

Siglas e Abreviaturas

ARPAC – Arquivo do Património Cultural

ET – Ensino Técnico

FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique

H – Hipótese

INE – Instituto Nacional da Estatística

MAAC – Ministério para os Assuntos do Antigos Combatentes

MAE - Ministério de Administração Estatal

MANU – União Africana Nacional de Moçambique

UDENAMO – União Democrática Nacional de Moçambique

UNAMI – União Nacional para Moçambique Independente

RENAMO – Resistência Nacional de Moçambique

SDEJT – Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia


8
VIII

Declaração

Declaro por minha honra que, esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e
da orientação do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto na referência teórica e na referência bibliográfica.

Declaro ainda que, esta Monografia não foi apresentada em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Montepuez aos, 08 de Outubro de 2019


Américo Xavier
Américo Xavier
9
IX

Dedicatória

Com toda sinceridade, gostaria de dedicar o presente trabalho a minha família, por serem
pessoas que acreditaram que um dia irão vencer a vida, sobretudo minha mãe Marta
Cristóvão, meus irmãos João Mwanhangapassi e Riquito Alexandre e minha avó Josefina
Carlos Nkuvale, que dia após dia estavam a me estimular a prosseguir com os meus estudos.
X10

Agradecimentos

Em primeiro lugar é de agradecer a Deus, por me facultar a vida e por toda força que tem me
dado desde o início da minha formação até o presente momento.

A construção desta monografia contou com o apoio e o empenho de muitas pessoas. Por
essa razão, inicialmente, agradeço o MA. Alex Samuel Artur (o meu supervisor), que
sempre disponibilizou o seu tempo para acompanhar e apoiar na construção deste trabalho.
Agradecer também por me ter suportado nos diversos momentos de correcção desde o
projecto até a monografia final.

Os agradecimentos vão para a minha família principalmente minha mãe Marta Cristóvão por
ser uma pessoa que sempre acreditou que um dia irá vencer a vida, o João J. Mwnhangapassi
e Riquito Alexandre (os meus irmãos) a Josefina Carlos Nkuvale (a minha avó) o Tomas
Selemane e Sebastião Francisco (os meus tios) a Isabel Beda Nkalime (a minha cunhada) e
outros por tudo que eles fizeram para que eu pudesse trabalhar com sucesso, gostaria de
dizer com uma voz alta que agradeço, pelo carinho e paciência que tiveram ao atender todas
as dificuldades que eu enfrentei perante aos meus estudos.

Agradeço também a todos os docentes da Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado,


em especial aos docentes do Departamento de Ciências Sociais e Filosóficas, por darem todo
seu esforço para a minha formação académica, todos estes que sempre aconselharam-me
como irmão, amigo e me apoiaram para que eu possa caminhar em harmonia.

Por fim, também gostaria de expressar o meu profundo agradecimento, para aqueles com os
quais junto com os sentimentos, conhecimentos e espírito crítico deles ajudaram a edificar
esta monografia, prova inesquecível de amizade que guardarei sempre na minha memória. E
agradecer colegas que tanto me estimularam sobretudo, Lúcia Fernando, Lulhambo Lucas
Mbomela, Marcina Alfredo Maito, Domingos J. Ração, Nelson Mwarabo, Fazbem Augusto,
Cristina Américo, Simão A. Cumbe, Assumina João, Reis Fernando, Bernardino Artur
Limas, Adamos Henriques, Claudeth M. Rodrigues, Basalisa D. Mungulangue, Jutaide João,
Laurinda das Neves, Sainete Memba, Saquilina Salimo, Anita Abílio, Miguel Atanasio,
Sérgio Candieiro e Jamal Francisco pela amizade, auxílio académico nos grupos de estudo e
companhia que têm me oferecido.
Não deixando de lado, agradeço a todos meus familiares pelos conselhos, ajuda e companhia
que vêm me dado desde que tive a influência de vida académica até os dias de hoje.
11
XI

Resumo

O trabalho em destaque tem como tema A Contribuição da Base Central na Luta de Libertação
Nacional, distrito de Muidumbe, 1964-1974. O trabalho tem objectivo de analisar a contribuição da
Base Central na Luta de Libertação Nacional. A investigação foi levada a cabo em Moçambique na
província de Cabo Delgado, no distrito de Muidumbe concretamente na aldeia de Nang’unde, no
local histórico designado Base Central, num horizonte temporal compreendido entre (1964-1974).
No que diz respeito os procedimentos metodológicos o trabalho utilizou o método histórico, apoiada
na pesquisa exploratória e aos procedimentos foi de campo. Para recolha de dados foram utilizadas
as técnicas de entrevista semi-estruturada dirigida aos Antigos Combatentes, membros do Governo
Local, no caso de administrador do distrito, chefe da cultura, líderes das aldeias e chefe dos antigos
combatentes, população local, a observação, a consulta documental e revisão bibliográfica. E os
dados da pesquisa submetidos a análise permitiram constatar que a Base Central contribuiu na luta de
Libertação Nacional através da mobilização de soldados e a população em geral na luta contra o
colonialismo. O trabalho contou também que a Base Central foi o espaço de planificação e de
organização das estratégias de luta de libertação nacional na frente de Cabo Delgado e de apoio
logístico a FRELIMO através da produção de cereais principalmente o milho.

Palavra - chave: Base Central, Luta de Libertação Nacional, na frente de Cabo Delgado distrito de
Muidumbe.

Abstract

The work presented has as its theme the contribution of the Central Base of the Struggle for National
Liberation, Muidumbe district, 1964-1974. The work aims to analyze the contribution of the Central
Base in the Struggle for National Liberation. An investigation was carried out in Mozambique, in the
province of Cabo Delgado, in the district of Muidumbe, specifically in the village of Nang’unde, no
historical site known Central Base, in a period of time (1964-1974). There is no respect for the
methodological procedure or of the work used in the historical method, supported by exploratory and
research and procedures carried out in the field. Collect data used as semi-structured interview
techniques for ex-combatants, members of the local government, no case of district administrator,
head of culture, village’s leaders and head of ex-combatants, local statistics, observation,
consultation and review documentation bibliographic. Research data that analyzes an analysis
permitted at the Central Base contributed to a struggle for national liberation through the
mobilization of solders and the general population in the fight against colonialism. The work also
said that the Central Base was the space to plan and organize strategies for the struggle for national
liberation in front of Cabo Delgado and for logistical support to FRELIMO through the production of
cereals, mainly corn.

Key word: Central Base, National Liberation Fight, in front of Cabo Delgado Muidumbe district.
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Introdução

O objectivo do ensino de História é compreender mudanças e permanências, continuidades e


descontinuidades, para que o aluno aprenda a captar e valorizar a diversidade e participe de
forma mais crítica da construção do conhecimento da História. Faz parte, então, do
procedimento histórico a preocupação com a construção, a historicidade dos conceitos e a
contextualização temporal.

Nesta perspectiva, durante o processo de luta armada foram fundadas Bases militares e
zonas Libertadas no Interior de Moçambique. O processo da Luta Armada de Libertação
Nacional foi antecedido pela formação do nacionalismo moçambicano.

O presente trabalho deseja estudar a Contribuição da Base Central na Luta de Libertação


Nacional, distrito de Muidumbe, 1964-1974.

O objectivo geral do trabalho consiste em analisar a contribuição da Base Central na Luta de


Libertação Nacional.

Igual modo do objectivo geral, apresentam-se os seguintes objectivos específicos:

 Descrever os aspectos sócio históricos da Base Central;


 Explicar a contribuição da base central na Luta Armada de Libertação Nacional; e
 Propor estratégias de conservação e preservação da Base Central.

A Base Central possui um conjunto de bens de natureza material e imaterial que guarda em
si referências, memórias da Luta Armada de Libertação Nacional. Apesar de esta Base ter
uma importância Histórica ao nível local, Nacional e Internacional ainda não existem
informações sistematizadas sobre a mesma.

A escolha do tema e do local associa-se pelo facto de base central ser a segunda Base
instalada no território moçambicano no processo da Luta Armada de Libertação Nacional e
pelo facto da mesma base, pelo visto desde a sua fundação não houve estudos feitos sobre a
mesma o que lhe permitiu autor obter alguma informação sobre o historial da Base Central.

A escolha do período (1964 – 1974) associa-se por ser o período que ocorreu o processo da
Luta Armada de Libertação Nacional de Moçambique. No entanto, durante de este período
foram fundadas as bases militares da FRELIMO, que tinham o papel de mobilizar soldados e
13

a população no geral na luta contra o colonialismo, combate a fome através da produção


agrícola e a solidariedade moçambicana.

Nesta perspectiva, o estudo é relevante, a partir do momento em que procura analisar a


contribuição da Base Central na Luta de Libertação Nacional de Moçambique, fornecendo
desta forma subsídios à base documental escrita relativos ao tema em estudo, visto que
existem poucos estudos feitos sobre o mesmo. Mas também pelo facto de abordar aspectos
ligados à História da Luta Armada de Libertação Nacional na Frente de Cabo Delgado. Isto
vai contribuir para valorização da História da Província de Cabo Delgado em particular e de
Moçambique no geral e consciencializar as futuras gerações sobre a necessidade de
valorização do local Histórico Base Central.

Os actos cometidos pelo regime colonial português conduziram aos moçambicanos a


lutarem pela sua libertação total e completa. Várias individualidades, instituições,
organizações e países contribuíram neste processo da Luta Armada de Libertação Nacional.

Neste contexto, na província de Cabo Delgado em particular no planalto dos Makondes,


assistiu-se à formação de várias organizações, entre 1957 à 1961, que pretendiam reivindicar
a independência. Os líderes de algumas dessas organizações, como o caso Faustino
Vanomba e Chibiriti Vaduvani, mobilizaram a população para negociar a autodeterminação
com as autoridades portuguesas.

Assim, a recusa do regime colonial em sucumbir a independência fez com que os


moçambicanos pegassem em armas para alcançarem a independência. O pretenso diálogo
resultou no massacre de Mueda em 1960. Este acontecimento viria a fortalecer a consciência
nacionalista, contribuindo assim para a formação da FRELIMO. Em Maio de 1964,
começaram a entrar armas e munições em Moçambique, destinadas à Luta Armada de
Libertação Nacional.

Deste modo, para organizar a mobilização, operações e a logística durante a Luta Armada de
Libertação de Moçambique foram fundadas várias bases militares e sectores, uma delas foi a
Base Central, localizada no distrito de Muidumbe. Actualmente esta base encontra-se
degradada, visto que os marcos que simbolizavam alguns factos e locais históricos estão a
desaparecer, existem poucos estudos feitos e a maior parte dos moçambicanos desconhecem
do papel da Base Central na Luta de Libertação Nacional.
14

É nesta perspectiva que nasce a seguinte questão: Qual foi a contribuição da Base Central
na Luta de Libertação Nacional de Moçambique?

Para responder as questões levantadas, formulou-se as seguintes hipóteses:

H1. A Base Central contribuiu na luta de libertação nacional através da mobilização de


soldados e a população no geral na luta contra o colonialismo;

H2. A Base Central foi um espaço de planificação e de organização das estratégias de luta de
libertação nacional na frente de Cabo Delgado e de apoio logístico a FRELIMO através da
produção de cereais principalmente o milho.

Quanto a organização o presente trabalho apresenta a seguinte estrutura: Introdução, onde


faz apresentação do tema de uma forma simples apresentando os objectivos, a justificativa, o
problema, as hipóteses. Em relação ao desenvolvimento a monografia apresenta três
capítulos: o primeiro capítulo, explicita a fundamentação teórica discutindo vários conceitos
como a Base, luta armada e local histórico e também fazendo a contextualização histórica da
Base Central e a fundação da FRELIMO com seus respectivos movimentos, o segundo
capítulo procedimentos metodológicos da monografia, e o último apresenta, analisa e
interpreta os dados da pesquisa, por fim apresenta a conclusão seguida da Referência
Bibliográfica.
15

CAPITULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo deseja-se apresentar alguns conceitos básicos relativos ao tema e examinar
certos conhecimentos especulativos que norteiam o estudo.

1.1. Definição de conceitos


1.1.1. Base

O dicionário AURÉLIO (2010) define base como sendo “a camada que recobre uma
superfície e sobre a qual se assenta outra destinada a embelezar ou a dar acabamento”.

De acordo com TEMBE (2014, p. 65) “a base é o conjunto de construções, instalações e


facilidades postas sob a autoridade de um comandante único, e destinadas a prestar apoio
logístico às unidades que estão sediadas ou que operam em determinada área ou espaço”.

Nesta perspectiva, a base pode ser entendida como um conjunto dos militantes de um partido
ou uma organização, em relação aos seus dirigentes ou representantes. Ou melhor é o local
de inserção por meio do qual uma coisa se liga a estrutura a que pertence.

1.1.2. Local histórico

Um local histórico é a designação que uma determinada área possui em razão do seu
significado histórico nacional. Ele pode conferir estatuto de área protegida no site, mas não
necessariamente. Esses sites podem variar em tamanho de pequenos a complexos, e poderão
incluir provas físicas do assunto relacionado com a história a ser comemorada (ARPAC,
2014).

As denominações são um aviso de que o que aconteceu em um determinado local é digno da


lembrança de pessoas de todo um povo e esses locais são muitas vezes conservados pelas
autoridades nacionais.
O local histórico é uma obra criada pela mão do homem com o intuito
preciso de conservar para sempre presente e viva na consciência das
gerações futuras a lembrança de uma acção ou destino. Nesse sentido, o
local histórico, em seu sentido original, relaciona-se com a manutenção da
memória colectiva de um povo, sociedade ou grupo, (DIONÍSIO, 2011,
p. 86).

Ainda para autor supra citado versa que, local histórico é uma estrutura construída por
motivos simbólicos e/ou comemorativos, mais do que para uma utilização de ordem
funcional. Os locais históricos são geralmente construídos com o duplo propósito de
comemorar um acontecimento importante, ou homenagear uma figura ilustre, e,
16

simultaneamente, criar um objecto artístico que aprimorará o aspecto de uma cidade ou


local.

Neste sentido, me auxiliando com as ideias dos autores acima citados pude ver que, o local
histórico é tudo o que a história agregou valor associado ao conceito de documento
histórico. Não foi feito para ser monumento, mas adquiriu valor documental com o passar do
tempo, devendo ser resguardado como testemunho para as gerações futuras.

1.1.3. Luta armada

Segundo MUSSA (2015, p. 66), “a luta armada é um conjunto de acções organizadas,


lideradas por militantes com orientação política de esquerda, cujo significado político é
conquistar a independência do povo ao derrubar um governo repressor”.

Neste contexto, a luta de libertação nacional na África Austral assim como Moçambique foi
um fenómeno que permitiu a emancipação dos países pondo termo à colonização europeia.

No caso de Moçambique, a luta armada é conhecida como a guerra da independência na qual


foi um conflito armado entre as forças da guerrilha da FRELIMO e as forças armadas de
Portugal. Oficialmente, a guerra teve inicio a 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao
posto administrativo de Chai no distrito de Macomia província de Cabo Delgado, e terminou
com um Cessar-fogo a 7 de Setembro de 1974, resultando numa independência negociada
em 1975, (Idem, p. 76).

O processo da Luta Armada de Libertação Nacional foi antecedido pela formação do


nacionalismo moçambicano.

A emergência deste nacionalismo, foi influenciado por factores externos e


internos: No quadro interno, a administração colonial e todo o seu aparato
de exploração, discriminação e de repressão conduziram ao surgimento de
revolta, inicialmente, manifesto por via de imprensa e das artes e,
posteriormente, pela criação de associações e movimentos independentistas.
O contexto externo foi marcado pela eclosão e participação de alguns
africanos na II guerra Mundial, assim como pelas resoluções das Nações
Unidas, conjugadas com as declarações da União Soviética e dos Estados
Unidos da América sobre o direito à autodeterminação dos povos,
(ARPAC, 2014).

Ao nível externo também começam a surgir movimentos nacionalistas e progressistas na


Ásia, América Latina e África. Estes movimentos pretendiam libertar os seus povos e
territórios do colonialismo. Estes factores contribuíram para a formação da FRELIMO e o
início da luta Armada de Libertação Nacional.
17

As primeiras manifestações nacionalistas em Moçambique eclodiram-se na imprensa com a


publicação de artigos que denunciavam a opressão exercida pelo colonialismo português,
das greves e revoltas contra o Chibalo, o imposto de palhota, a descriminação social, o
serviço militar obrigatório, a palmatória, as deportações, (Idem, 2014).

Note-se que as manifestações deste período caracterizavam-se pela ausência de uma visão
unitária e abrangente, isto é uma visão que abrangia todo o território Nacional apesar de em
algumas regiões de Moçambique houvesse movimentos isolados ou localizados,
(PACHINUAPA, 2011, p. 43).

Portanto, as ideias nacionalistas estavam longe de ser alastradas por todo território Nacional.
Os colonialistas portugueses proibiam qualquer associação política. Ausência de uma
educação mais moderna nas zonas rurais e só uma minoria e predominantemente urbana,
composta de intelectuais e assalariados, indivíduos sem distinção étnica, na sua maioria
africanos assimilados e mulatos.

1.2. Contextualização histórica


1.2.1. Base central

De acordo com ARPAC (2014), “a Base Central é um local histórico, que foi fundada
durante o processo da luta da libertação Nacional, na província de Cabo Delgado em
particular no distrito de Muidumbe na aldeia de Nang’unde”.

A Base Central foi fundada em 1966, depois do inicio da Luta Armada de


Libertação Nacional, e foi a principal base de Cabo Delgado, onde eram
traçados todos os planos militares para a província em particular e para o
território nacional no geral. A base central tinha como tarefas, alastrar a
luta de libertação para outras províncias, assim como mobilizar soldados e
a população no geral na luta contra o colonialismo e também no combate a
fome através da produção agrícola, (DIONÍSIO, 2011).

Portanto, foi neste local histórico, onde os combatentes prestavam contas do seu trabalho.

1.2.2. Fundação da FRELIMO

A FRELIMO nasce através de três movimentos anticoloniais, que haviam emergido no


exterior de Moçambique, nomeadamente UDENAMO, (União Democrática Nacional de
Moçambique), que foi fundado no Zimbabwe no ano de 1960, pelo Adelino Guambe,
Marcelino dos Santos, Fuel Mahluza, Calvino Mahlayeye e outros, com UNAMI, (União
Nacional para Moçambique Independente) criado em Malawi em 1961 pelo Baltazar
Changonga e MANU, (União Africana Nacional de Moçambique) criado na Tanzânia em
18

1959, pelo Mateus Mhole, Samuli Diankala e Daúd Atupale formando assim um único
movimento FRELIMO, em 25 de Junho de 1962, em Dar-es-Salam, capital de Tanzânia pelo
Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, (PACHINUAPA, 2011, p. 62).

MANU havia sido fundada em 1960 no Tanganyika pelos emigrantes e refugiados políticos
moçambicanos naquele País, filiados anteriormente numa associação regionalista
denominada “Mozambique Makonde Union” como seu presidente Matthew Michinji Mmole
sediado no sul do Tanganyika; seu vice-presidente, Lawrence Malinga Millinga; um
secretário da sede de Dar-es-Salaam chamado Thomas G. Nyayaula e diversas pessoas
envolvidas ou interessadas em envolverem-se em seu movimento. Eduardo Mondlane deu
uma explicação diferente numa conferência ocorrida também em 1964, (MEDEIROS, 1997,
p. 39).

Sem citar datas, para Mondlane a MANU teria se formado em Mombaça,


no Quênia, com a ajuda de membros proeminentes do Kenya African
National Union e teria posteriormente se unido a outros movimentos
organizados no Tanganyika até estabelecer sua sede em Dar-es-Salaam. E
após a independência de Moçambique, o volume “História da FRELIMO”
editado pelo Departamento de Trabalho Ideológico do partido limitou-se a
informar que a MANU teria sido formada em 1961 “a partir de vários
outros pequenos grupos de trabalhadores moçambicanos no Tanganyika
(hoje Tanzânia) e no Kenya” (FRELIMO, 1977, p. 5).

Com a fundação da FRELIMO aos 25 de Junho de 1962 em Dar-es-Salam na Tanzânia e não


tendo uma capacidade total de combater contra o colonialismo português, de imediato surge
na véspera o território designado por Argélia tornando-se guia da vanguarda do movimento
de libertação do continente Africano e em particular do nosso país (Moçambique), apoiando
na formação e instrução militar dos primeiros guerrilheiros, sobre tudo para o movimento de
liberação nacional, em combate contra o colonialismo, onde a resistência de Portugal não
permitiu a sua transição por via pacífica para a independência, (MUIUANE, 2006, p. 21).

Com o efeito os primeiros guerrilheiros da FRELIMO, como é o caso de Samora Moisés


Machel, Alberto Joaquim Chipande, e outros, foram formados naquele país Africano. Com a
conclusão do treino militar, voltaram directamente à República Unida da Tanzânia, onde se
juntaram com os outros criando um centro de instrução no caso de Nachingueia, Bagamoyo
e outros. Assim, realizou o seu primeiro congresso no dia 23 a 28 de Setembro de 1962, em
Dar-es-Salam. Tendo sido eleito o Dr. Eduardo Chivambo Mondlane como o presidente do
movimento ora criado, (ARPAC, 2014).
19

Foi neste congresso onde se elaborou os primeiros estatutos, programas e os órgãos


fundamentais da FRELIMO. Foi declarado a sua firme determinação em promover uma
eficiente organização da luta do povo moçambicano para libertação nacional, promovendo a
unidade dos moçambicanos, cooperação com os nacionalistas de outras colónias e com uma
propaganda permanente para mobilizar a opinião pública mundial a favor da causa do povo
moçambicano, no sentido de obter apoio material, moral e diplomático. Neste sentido, a
fundação da FRELIMO tinha como objectivo de, lutar contra o colonialismo e consolidação
nacional, (MUIANE, p. 24).

Portanto a FRELIMO simbolizava, nesse momento, o culminar de um processo de


resistências seculares do povo moçambicano, conduzidas isolada e localmente contra o
colonialismo. Por outro lado, marcava o início de novos desafios, uma etapa de contradições
de outro tipo. Não se tratava, apenas, de conduzir militarmente a luta pela liquidação total e
completa do colonialismo, mas de iniciar, ao mesmo tempo, o processo de construção e
consolidação da unidade nacional, numa dimensão político-cultural mais abrangente para a
edificação de um Estado-Nação.
20

CAPITULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta-se a metodologia usada para a construção deste trabalho no que diz
respeito, o conjunto de métodos e técnicas aplicadas no âmbito do processo de colecta de
dados.

2.1. Método de pesquisa

Para LAKATOS & MARCONI (2000, p. 76) define “a metodologia, sendo como o foco
fundamental da pesquisa em que o pesquisador escolhera a classificação, a abordagem além
de especificar seu sujeito, local e toda trajectória que traçou para desenvolver a sua
pesquisa”.

Nesta perspectiva, o desenho metodológico diz respeito o conjunto de métodos e técnicas


aplicadas no âmbito do processo de colecta de dados.

Com efeitos para alcançar os objectivos traçados neste trabalho priorizou-se no método
histórico. Este método consistiu na investigação e descrição dos aspectos históricos ou a
evolução da Base Central.

O método histórico na perspectiva de FONSECA (2002, p. 38),

preocupa-se em estudar o passado das actuais formas de vida social, as


instituições e os costumes para compreender o passado, entender o presente
e predizer o futuro, verificando, não apenas a influência do fato e do
fenómeno, como também sua formação, modificação e transformação
durante determinado espaço de tempo.

Porém, o método histórico consiste em investigar os acontecimentos, processos e


instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje.

2.1.1. Tipo de Pesquisa/Estudo

Tipo de pesquisa ou estudo utilizado para a construção deste trabalho, foram quatros (4)
tipos designadamente: Quanto a Abordagem, quanto a Natureza, Quanto aos objectivos e
Quanto aos procedimentos.

2.1.2. Quanto a Abordagem

De acordo com objectivos a pesquisa quanto a abordagem foi qualitativa. Esta permitiu
manter contacto directo com a Base Central e proporcionou explicar a contribuição da Base
21

Central na luta de Libertação Nacional a partir das percepções e sentimentos dos sujeitos da
pesquisa.

Segundo PRODANOV & FREITAS (2013, p. 34), “a pesquisa qualitativa possui poucas
ideias preconcebidas, salienta a importância das interpretações dos eventos mais do que a
interpretação do pesquisador e tenta compreender a totalidade do fenómeno, mais do que
focalizar conceitos específicos”.

2.1.3. Quanto a Natureza

A pesquisa quanto a natureza foi básica. Esta pesquisa permitiu desenvolver ou gerar novos
conhecimentos, da Luta Armada da Libertação Nacional.

Com efeito, este tipo de pesquisa relacionou-se com o tema por fornecer subsídios à base
documental escrita relativos a Base Central, gerando novos conhecimentos da Luta Armada
da Libertação Nacional.

2.1.4. Quanto ao objectivo

A pesquisa quanto ao objectivo foi exploratória. Esta pesquisa permitiu proporcionar maior
familiaridade com a Base Central e a construção das hipóteses, através de: levantamentos
bibliográficos, entrevistas com antigos combatentes, líderes comunitários, residentes e
governo do distrito de Muidumbe.

2.1.5. Quanto aos procedimentos

Com efeito a pesquisa quanto aos procedimentos foi de campo. Uma vez que, o autor deste
trabalho deslocou-se ao distrito de Muidumbe concretamente aldeia de Nang’unde, para
poder perceber melhor do tema analisando as possíveis respostas ligadas a contribuição da
Base Central na luta de Libertação Nacional. Esta pesquisa permitiu acumular conhecimento
da Base Central e seus aspectos da realidade através da observação e entrevista semi-
estruturada dirigida aos antigos combatentes, líderes comunitários governo e a população
local do distrito de Muidumbe.

2.2. Técnicas de Colecta de Dados

Para a realização desta monografia foram usadas as seguintes técnicas: observação directa,
entrevista semi-estruturada, questionário e a consulta documental.
22

A técnica de observação directa, permitiu o autor recolher dados de forma presencial, na


qual ele teve que observar as infra-estruturas, placas de identificação e palhotas que
acolheram altos dirigentes no tempo da Luta Armada de Libertação Nacional, como Samora
Machel, Alberto Chipande e Francisco Papalo.

Entrevista semi-estruturada esta técnica ajudou o autor acolher informações através das
questões abertas e fechadas dirigidas aos antigos combatentes, lideres comunitários, governo
local e a população local do distrito de Muidumbe.

Com efeito esta técnica, permitiu recolher informação rica, em certos casos com bastante
profundidade, estabeleceu hipóteses iniciais para as motivações subjacentes a atitudes e
comportamentos e por ultimo apresentou grande flexibilidade e adaptabilidade, o que
permitiu explorar grande parte da informação.

Para alcançar objectivos traçados neste trabalho usou-se a técnica de consulta documental,
na qual permitiu colectar dados a partir dos documentos da Direcção Nacional do
Património Cultural, que abordaram a temática dos locais históricos (Base Central),
monumento da base central, documentos dos arquivos históricos que abordaram sobre a Luta
Armada de Libertação Nacional.

2.3. Universo ou População

O universo para o presente trabalho foi constituído 99, 363 os residentes ou habitantes do
distrito de Muidumbe em geral (INE, 2019).

2.4. Amostra

A amostra foi aleatória simples, envolvendo 30 indivíduos.

Tabela 1: Amostra

Antigos Combatentes Líderes Comunitários SDEJT População Total


15 5 5 5 30
Fonte: autor, 2019.

Este tipo de amostra segundo GONZALEZ (2009, p. 94), “consiste em todos os elementos
da população têm a mesma probabilidade de ser seleccionado e, é o processo mais elementar
e muito frequentemente utilizado”.
23

2.5. Aspectos éticos da pesquisa

Antes da submissão da entrevista foram explicados os objectivos da pesquisa e que o


fornecimento das informações é voluntário. Também foram explicados aos sujeitos da
pesquisa que as informações colhidas durante a entrevista foram apenas para esta pesquisa e
não para outras actividades que não tenham objectivos científicos e académicos.

Ainda respeitando os aspectos éticos o pesquisador foi se responsabilizar em manter o


anonimato e privacidade dos sujeitos da pesquisa.

2.6. Limitações

Durante a pesquisa, os entrevistados foram normais, apesar de outros não aceitarem sair
fotos e não querer aperfeiçoar tudo que eles têm, por medo e suspeito da minha pessoa uma
vez que a zona norte da província é alvo dos insurgentes vulgo all-shababb. Para o
funcionamento do seu trabalho que muito deles maiores de idade, mais foi um trabalho
gratificante até hoje obtido.

Ainda durante o trabalho deparei-me com outra dificuldade que não esperava: indisciplina
na parte dos habitantes, a falta de interesse dos entrevistados ou residentes do distrito na
colaboração com entrevistador, o não domínio da língua oficial portuguesa fui obrigado
entrevistar em língua local e suspeito da minha pessoa. De facto, estes não apresentavam
muita vontade em desenvolver as suas competências.

Indo ao desafio, durante a minha pesquisa foi de abranger coisas perigosas que a Base
Central, apresenta. A Base Central constitui um arquivo de informação sobre o nosso
passado e presente, um legado que deve ser protegido por um quadro legal, institucional,
contando também com a participação da comunidade, de forma a garantir a sustentabilidade
cultural. Assim, durante a pesquisa fui orientado para exercer funções de um pesquisador.

Portanto, na minha perspectiva, gostaria da próxima vez que existisse uma colaboração entre
entrevistados assim como entrevistador. Para haver uma melhoria do trabalho, para não
haver discrepância de trabalho visto que, era normal passar três aldeias sem nenhum
atendimento, cada um trabalhava segundo o que lhe apetecia.
24

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Este capítulo tem como objectivo fazer a apresentação, análise e interpretação dos dados
obtidos a partir da observação e entrevista semi-estruturada. A apresentação foi feita em
forma de tabelas e gráficos.

3.1. Breve descrição do local de pesquisa


3.1. 1. Localização geográfica do distrito de Muidumbe

O distrito de Muidumbe está localizado na parte Norte da Província de Cabo Delgado,


confinando a Norte com os distritos de Mocímboa da Praia e Mueda, a Sul com os distritos
de Macomia e Meluco, a este com os distritos de Macomia e Mocímboa da Praia e a Oeste
com o distrito de Mueda (MAE, 2014).

O distrito de Muidumbe tem locais com potencial turístico, sobretudo no quadro de


preservação da história da luta de libertação Nacional. Dentre eles destacamos, a Base
Central, a Base Ngungunhane, Base Nampula, a Escola Secundária de Luanda, o Hospital
Zambézia, a Igreja de Muambula (missão Nangalolo) e o Lago Nguri (paisagens exóticas),
entre outros locais históricos, (Idem).

3.1.2. Aspectos económicos

A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares do


distrito. De um modo geral, a agricultura é base económica do distrito de Muidumbe.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a
produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives (MAE,
2014).

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de mexoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim (Idem).
25

O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em
regime de sequeiro. Mas além, da agricultura o povo do distrito de Muidumbe também faz a
prática da pesca, a caça, pecuária e comércio.

3.1.3. Aspectos culturais

O distrito de Muidumbe afirma como pólo cultural com intervenções marcantes, de nível
local, no campo de arte Makonde, escultura e a dança Mapiko. Na área do desporto se
destaca em futebol onze. Importante também e representativo do espírito artístico e criativo
do povo do distrito de Muidumbe é o artesanato e a dança Mapiko que se manifesta em
várias áreas, destacando-se as esculturas em pau-preto ou arte Macondes, (MAE, 2014).

Dança Mapiko é uma das principais danças tradicionais do distrito de Muidumbe, é


praticado nos ritos de iniciação e cumpri a função lúgubre, em caso de morte de um membro
do grupo ou da comunidade. Pratica-se também em algumas cerimónias de investidura de
chefes clânico-linhageiros, (ARPAC, 2014).

A religião dominante é cristã, praticada pela maioria da população do distrito Muidumbe.


Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os habitantes se envolvem, em
coordenação com as autoridades distritais, em várias actividades de índole social, (Idem).

3.1.4. Aspectos geográficos

O distrito de Muidumbe é a região dominada por climas do tipo semi-árido e sub-húmido


seco. A precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração
potencial de referência (ET) está entre os 1300 e 1500 mm. A precipitação média anual pode
contudo, mais perto do litoral, por vezes exceder os 1500 mm, tornando-se o clima do tipo
sub-húmido chuvoso1.

Em termos da temperatura média durante o período de crescimento das culturas, há regiões


cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a temperatura média anual varia entre
os 20 e 25ºC. Também, o distrito é muito rico em recursos florestais destacando-se as
espécies de Umbila, Chanfuta, Pau-preto, Metonha, Jambire e Pau-rosa, para a produção da
madeira (MAE, 2014).
26

Para além de madeiras, as comunidades aproveitam os recursos florestais para extracção de


carvão vegetal e combustível lenhoso como fonte de rendimento familiar.

Contudo, o distrito já apresenta alguns sinais de desflorestamento, devido à prática de


queimadas descontroladas para a abertura de machambas e caça de ratos, assim como o
abate indiscriminado de árvores para produção de madeira e combustível lenhoso.

3.1.5. Organização administrativa

O distrito tem três Postos Administrativos: Muidumbe-Sede, Chitunda e Miteda que, por sua
vez, estão subdivididos em 8 Localidades, (MAE, 2014).

 Muidumbe: composto por, Muidumbe-Sede, Mapate, Namacade e Nampanha.


 Chitunda: composto por, Chitunda – Sede e Mienguelewa.
 Miteda: composto por, Miteda – Sede e Muatide.

3.1.6. Descrição da Base Central

Quanto a localização geográfica da Base Central localiza-se em Moçambique na província


de Cabo Delgado, distrito de Muidumbe na aldeia de Nang’unde bairro Base Central,
fazendo fronteira:

 Norte – Rio Mwela


 Este – Aldeia Ntchinga,
 Sul – Aldeia de Nang’unde; e
 Oeste - Rio Muatide.

O povo moçambicano sempre resistiu contra a ocupação colonial portuguesa apesar das
perseguições e assassinatos protagonizados pelos mesmos portugueses.

Em 25 de Junho de 1962 funda se a Frelimo e logo inicia uma nova fase de resistência do
povo Moçambicano. A Frelimo desencadeia nessa fase a preparação da Luta Armada de
Libertação de Moçambique mobilizando forças internas e externas para aderirem a este
processo. Em repostas, a essa mobilização de massas, o colonialismo Português, utilizando
as suas máquinas repressivas, empreendeu perseguições com vista a impedir o avanço dos
combatentes da Frelimo, (TEMBE, 2014).

___________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
1
Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção. http://www.cenacarta.com consultada no dia 05/10/2019.
27

Nesta perspectiva, Frelimo não tendo uma capacidade total de combater contra o
colonialismo português, de imediato surge na véspera o território designado por Argélia
tornando-se guia da dianteira do movimento de libertação do continente Africano e em
particular do nosso país (Moçambique), apoiando na formação e instrução militar dos
primeiros guerrilheiros, sobre tudo para o movimento de Liberação Nacional, em combate
contra o colonialismo, onde a resistência de Portugal não permitiu a sua transição por via
pacífica para a independência, (FRELIMO, 1977, p. 25).

Com o efeito os primeiros guerrilheiros da FRELIMO, como é o caso de


Samora Moisés Machel, Alberto Joaquim Chipande, e outros, foram
formados naquele país Africano. Com a conclusão do treinamento,
voltaram directamente à República Unida da Tanzânia, onde se juntaram
com os outros criando um centro de instrução no caso de Nachingueia,
Bagamoyo e outros, (PACHINUAPA, 2011, p. 84).

Em 1964, um grupo de militares dirigidos por Alberto Joaquim Chipande retornaram a terra
natal (Moçambique) na actual província de Cabo Delgado, em particular, distrito de
Nangade, no posto administrativo de Sede-Ngãngolo nas zonas baixas por onde criam a
primeira base que foi designada por Base-Beira, com o intuito de enganar os Portugueses a
não perceber por onde-se localizava a tal base, uma vez que, a Beira é uma cidade que se
encontra na zona centro do País, (Comunicação verbal)2.

Com isso, em 1966 funda-se a Base Central no distrito de Muidumbe na qual, foi o resultado
dos militares formados na Base-Beira. No mesmo ano com o grande aumento militar da
FRELIMO começou a distribuir os destacamentos em várias regiões, tais como: Namoto-
Palma, Nacala-Mueda, Limpopo-Namatil, Ngungunhane-Miteda e Machude-Náchipungo-
Imbuo. Em cada respectiva zona com seu dirigente, John Pedro – Namoto, André em
Nacala, Matias em Limpopo, Jacinto Omar em Ngungunhane e André Namalongo – Imbuo
(Comunicação verbal)3.

Portanto, a Base Central, desempenhou e continua a desempenhar um papel muito


importante na História de Moçambique, uma das maiores bases da Luta de Libertação
Nacional existentes no território em particular na zona norte. Actualmente constituiu um
centro Turístico e Cultural da nossa História.

3.1.7. Estrutura das Bases

As bases da Frelimo estavam organizadas e hierarquizadas, segundo a sua importância e


função em: Bases centrais ou provinciais - uma por província (distrito na divisão
portuguesa), com direcção provincial e comando operacional; Bases subprovinciais -
28

serviam para instalar o comando militar das regiões militares; Bases gerais com efectivos
apreciáveis, geralmente um batalhão; Bases de segurança com pequenos efectivos, instaladas
junto de acampamentos de população controlada. Dependiam das bases gerais,
(MEDEIROS, 1997, p. 89).

A Base Central era constituída pelas casas dos chefes, onde por vezes se guardava o
armamento, com uma a três casernas, armazém de alimentos, depósito de material, cozinha,
posto de socorros, hospital, escola e prisão (Comunicação verbal)4.

Para além disso existia um comando e estado-maior, dispondo de um grupo de comando,


que assegurava as comunicações, vigilância, defesa antiaérea, acções de sapadores,
reconhecimento e administração, e por um número variável de unidades ou grupos de
guerrilheiros, (TEMBE, 2014).

3.2. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida aos


antigos combatentes do distrito em estudo

Secção (A): nesta parte são apresentadas, analisadas e interpretadas as respostas dadas aos
antigos combatentes do distrito em estudo diante de pesquisa.

Pergunta 1: Quando é que foi fundada a Base Central?

Esta pergunta pretendia saber o ano da fundação da Base Central. Dos quinze (15)
entrevistados da amostra 20% responderam que a Base Central foi fundada em 1965, 70%
responderam que foi fundada em 1966 e por fim, 10% responderam que a Base Central foi
fundada em 1968.

Gráfico 1: Ano da fundação de Base Central.

80%

60%

40% Legenda
70%
1965
20% 1966
20% 1968
0% 10%
1965 1966 1968
Fonte: autor, 2019.
29

Com base nos dados do gráfico acima exposto, podemos dizer que, a Base Central foi
fundada em 1966, uma vez que a maioria dos entrevistados discursaram o mesmo ano.

Nesta perspectiva, os dados obtidos entram em harmonia com DIONÍSIO (2011) no qual
sustenta que, “a Base Central foi fundada em 1966, depois do inicio da Luta Armada de
Libertação Nacional, e foi a principal base de Cabo Delgado, onde eram traçados todos os
planos militares para a província em particular e para o território nacional no geral”.

Pergunta 2: Porque foi designada a Base Central?

Esta pergunta pretendia compreender a designação da Base Central. Os antigos combatentes


da Luta de Libertação Nacional do distrito de Muidumbe, responderam de forma unânime
que, a Base Central no princípio era designada a Base Moçambique. A designação foi
mudada em 1968 devido a organização ou estrutura das Bases da luta de Libertação
Nacional na frente de Cabo Delgado.

As bases de luta de Libertação nacional em cabo Delgado eram estruturadas em quatro (4)
sectores, designados: primeiro sector designado a Base Beira no distrito de Nangade que
comandava do rio Rovuma até a estrada de Mueda, segundo sector Base Central distrito de
Muidumbe que comandavam da estrada de Mueda até o rio Messalo, o terceiro sector Sub
Base provincial Moçambique distrito de Macomia que comandava do rio Messalo até o rio
Montepuez e último sector Base Chaimite distrito de Ancuabe que comandava do rio
Montepuez a rio Lúrio até uma parte da província de Nampula.

Por essa razão, a Base Central recebeu esta designação por ser a principal Base de Cabo
Delgado, onde eram traçados todos planos do combate para a província em particular e para
o território nacional no geral e por estar no centro ou no meio de outras Bases, da luta de
Libertação Nacional na província.

Pergunta 3: Porque foi escolhido esse local para instalação da Base Central?

Com esta pergunta pretendia alcançar com inteligência a escolha do local para instalação da
Base Central.

De acordo com as informações obtidas pelos antigos combatentes, 100% responderam de


uma forma geral que a Base Central não começou nas actuais instalações, segundo eles
salientam que, a Base Central iniciou na baixa do rio Mwela designado Naneve actual Saba-
Saba. A Base Central passou por vários sítios, nas actuais instalações é último lugar das suas
30

instalações. As instalações actuais da Base Central não foi escolhido, mas por ser o último
lugar onde conseguiram alcançar seus objectivos (independência), é nesta vertente que o
local continua em peso. Estes dados entram em concordância com (ARPAC, 2014).

Pergunta 4: Que grupos étnicos existiam na Base Central?

Para esta questão todos entrevistados da amostra responderam de uma forma unânime 100%
que, os grupos étnicos que existiam na Base Central, eram Macondes, Macuas, Mwanis,
Ngoni, Yao, Machangana, Nyungue, Macenas, e Machuabos.

Pergunta 5: Que actividades eram realizadas na Base Central?

Com esta pergunta pretendia saber as actividades realizadas na Base Central. Dos 15
entrevistados 40% responderam que não sabiam das funções, mas os restantes
correspondente a 60% responderam que, as actividades realizadas na Base Central, eram a
planificação e de organização das estratégias de luta de libertação nacional na frente de Cabo
Delgado e a mobilização dos soldados e a população no geral na luta contra o colonialismo e
também a produção agrícola para o combate da fome.

Pergunta 6: Quem foi o primeiro comandante da Base Central?

Para a questão em destaque todos entrevistados responderam de uma forma unânime 100%
que o primeiro comandante da Base Central foi o Gabriel Maurício Nantimbo.

Pergunta 7: Quais eram pessoas importantes que viveram na Base Central?

Dos 15 entrevistados 30% responderam quem não se lembravam dos nomes e os restantes
70% responderam de uma forma aleatória que pessoas importantes que viveram na Base
Central eram: Hilário Makumbi, Simão Virgílio Minga, Manuel Ambone, Alberto Joaquim
Chipande, Anastácio Bento Ananjambala, Francisco Papalo, Cassiano Alato, Samora Moisés
Machel, Eduardo Mbatia, Agostinho Lago Lidimo, Armando Abel Ashikala, Bartolomeu
Lauka, Manuel Bernardo Mumba, Filomena Nachake, Henriqueta João, Focas Zacarias
Assikulava, Raimundo Domingos Pachinuapa, Saibo Amisse Lipua, António de Almeida
Nhapulo, Paulo Samuel Kankompa, Salésio Teodoro Nalyambipano, David Sitoe, Jacinto
Lyakule, Vicente Mussa, João Elias Chivanuano e Simão Tobias Lindolondolo.

Dos nomes apresentados pelo proponente do trabalho, entram em harmonia com historial da
Base Central.
31

Em segundo lugar as informações obtidas pelo combatente de Base Central


LINDOLONDOLO (comunicação verbal)5, versa que, o Samora Moisés Machel terá vivido
na Base Central não constitui verdade. Segundo ele salienta que, o primeiro presidente de
Moçambique apenas efectuo algumas visitas a esta base e não durou mas de um mês. Para
além disso as tarefas que as Presidente Samora Moisés Machel desempenhavam não lhe
permitiam viver na Base Central.

Pergunta 8: Que funções desempenharam essas pessoas?

Esta pergunta pretendia saber as funções que desempenharam pessoas que viveram na Base
Central. De uma forma geral, de todos entrevistados 30% continuaram a não lembrar de
nada, mas os restantes correspondente a 70% responderam de forma aleatória, entre eles:

 Hilário Makumbi, Simão Virgílio Minga, Manuel Ambone, Manuel Bernardo


Mumba e Anastácio Bento Ananjambala comandantes da Base Central.
 Hilário Makumbi e Simão Virgílio Minga desempenharam também a função de
comando do segundo sector.
 Alberto Joaquim Chipande, Francisco Papalo e Paulo Samuel Kankomba, eram
chefes das Operações da Base Central.
 Cassiano Alato, chefe de produção e comércio da Base Central, Eduardo Mbatia
adjunto chefe.
 João Elias Chivanuano chefe da educação e cultura da Base Central.
 David Sitoe, Jacinto Lyakule e Vicente Mussa desempenharam a função de chefe de
saúde da Base Central.
 Focas Zacarias Assikulava, chefe das comunicações desempenhou também a função
de Secretário da Administração da Base Central.
 Filomena Nachake era chefe e Henriqueta João adjunto chefe de destacamento
feminino da Base Central.
 Salésio Teodoro Nalyambipano e Agostinho Lago Lidimo eram chefes de segurança
da Base Central.
 Paulo Samuel Kankomba era comissário político da Base Central.
 Armando Abel Ashikala era chefe da ligação provincial da Base Central.
 Raimundo Domingos Pachinuapa, Saibo Amisse Lipua e António de Almeida
Nhapulo eram chefes do comando provincial da Base Central.
________________________________________________________________________________________________
2
Entrevista com o Sr. Mauricio G. Maulo, antigo combatente da Base Central, realizado no dia 16 de Setembro de 2019.
3
Idem, 2019.
4
Entrevista com o Sr. José C. Lindolondolo e Mauricio G. Maulo, antigos combatente da Base Central, realizado no dia 16 de Setembro de 2019.
5
Entrevista com o Sr. José C. Lindolondolo, líder comunitário da Base Central, realizado no dia 16 de Setembro de 2019.
32

 Bartolomeu Lauka e Simão Tobias Lindolondolo tinham como funções de efectivo e


material.

Com base nos dados apresentados das funções que desempenharam as pessoas importantes
que viveram na Base Central entram em concordância com, (ARPAC, 2014).

Pergunta 9: Que instalações existiam dentro da Base Central?

Para questão em análise, de todos entrevistados da mostra de uma forma unânime 100%
responderam que as instalações que existiam dentro da Base Central, eram palhotas e
trincheiras. Palhotas serviam para descansos ou melhor serviam como casa e trincheiras era
para se esconder no tempo dos ataques.

Pergunta 10: Qual foi o papel desempenhado pela Base Central durante a Operação No
Górdio?

Com esta pergunta pretendia compreender o papel desempenhado pela Base Central durante
a Operação No Górdio.

De todos entrevistados antigos combatentes do distrito de Muidumbe, 35% responderam que


não se lembravam nada da pergunta e os restantes 65% responderam que, o papel
desempenhado pela Base Central durante a Operação No Górdio, foi de estratégias,
planificação e de organização dos soldados para combater contra o colonialismo.

Gráfico 2: Papel desempenhado pela Base Central durante a Operação No Górdio

70%
60%
50%
40%
30% 65%
Legenda
20%
35%
10% Sem Ideia
0% Estrategias
Sem Ideia Estrategias

Fonte: autor, 2019.

De acordo com os dados apresentados no gráfico, pude ver que o papel desempenhado pela
Base Central durante a Operação No Górdio, foi de estratégias, planificação e de
organização dos soldados para combater contra colonialismo, uma vez que a maioria
comungam a mesma resposta.
33

Pergunta 11: Quais eram as tácticas da Guerra utilizadas pelos combatentes de Base
Central?

Esta pergunta pretendia compreender as tácticas da Guerra utilizadas pelos combatentes de


Base Central. De forma geral, para esta questão de todos pesquisados responderam 100%
que as tácticas da Guerra utilizadas pelos combatentes de Base Central, eram arco e flecha,
armas, minas ou armadilhas e suas manifestações do povo não usaram nenhuma magia.

Pergunta 12: Qual era o papel dos jovens mulheres, homens, crianças e velhos?

Objectiva compreender o papel dos jovens mulheres, homens, crianças e velhos na Base
Central. Dos 15 entrevistados de acordo com amostra correspondente a 45% responderam
que não se lembravam nada de pergunta, e os restantes correspondente a 55% debruçaram
que, crianças iam na escola, jovens mulheres assim como homens tinham o papel de carregar
material, eram professores e ao mesmo tempo eram milicianos ou força local. Os velhos
desempenhavam o papel de conselheiros.

Estes dados entram em harmonia com o conteúdo do historial da Base Central e o conteúdo
do ARPAC.

Na mesma perspectiva, ARPAC (2014) afirma que, durante a Luta de Libertação Nacional
jovens eram milicianos eram professores também carregavam material e os idosos eram
conselheiros a manutenção da família entre outras actividades.

Pergunta 13: Qual foi a contribuição da Base Central na luta de libertação nacional?

Com efeitos a esta questão aspirava compreender a contribuição da Base Central na luta de
Libertação Nacional.

Dos entrevistados 15% responderam que a contribuição da Base Central na luta de


Libertação Nacional, foi através da produção de cereais principalmente o milho, arroz e
mapira e alimentação para os soldados. Do outro lado 58% responderam que a Base Central
contribuiu na luta de Libertação Nacional, por ser o centro de planificações e de
organizações de todas estratégias da luta Armada de Libertação Nacional na frente de Cabo
Delgado e outras províncias como Nampula e Niassa. Também por facto de ser o centro das
atenções onde as bases prestavam conta dos seus trabalhos e por acolher grandes cabeças da
FRELIMO acomodação das pessoas que lutaram pela solidariedade moçambicana.
34

Por fim, 27% afirmaram que por ser uma base que comandava toda província de Cabo
Delgado e por comandar outras bases e sectores existente no tempo da luta Armada de
Libertação Nacional.

Gráfico 3: A contribuição da Base Central na luta de Libertação Nacional.

70%
60%
50%
40%
Legenda
30% 58%
20% Produção de cereais
10% 27% O centro de planificações
15%
0% Comandar outras bases
Produção de O centro de Comandar outras
cereais planificações bases

Fonte: autor, 2019.

Nesta perspectiva, de acordo com os dados do gráfico podemos dizer que a Base Central
contribuiu na luta de Libertação Nacional, por ser o centro de planificações e de
organizações de todas estratégias da luta Armada de Libertação Nacional na frente de Cabo
Delgado e outras províncias como Nampula e Niassa e Moçambique em geral.

Também por facto de ser o centro das atenções onde as bases e sectores prestavam conta dos
seus trabalhos e por acolher dirigentes da FRELIMO acomodação das pessoas que lutaram
pela solidariedade moçambicana, visto que, a maioria debruçaram das mesmas razões.

3.3. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida


aos líderes comunitários

Secção (B): neste ponto são apresentadas, analisadas e interpretadas as respostas dadas aos
líderes comunitários do distrito de Muidumbe perante a pesquisa.

Pergunta 1: Existe iniciativas de divulgação do papel da Base Central? Se sim, de que


forma e em que momento?

Com esta pergunta pretendia ouvir dos líderes comunitários se existe iniciativas para a
divulgação do papel da Base Central. Dos 5 entrevistados responderam 100% de forma geral
35

que existe sim só para o governo local. Isto é, fazem limpeza e palestra com os alunos das
escolas do distrito em estudo, o no que tange momento depende do evento.

Pergunta 2: Que acções o governo local ou do distrito realiza para a valorizar a Base
Central? Essas acções são suficientes para valorizar a Base Central?

Esta questão pretendia saber as acções que o governo local ou distrito realiza para a
valorização da Base Central. De forma geral correspondente a 100% responderam que, o
governo local ou do distrito não realiza nenhuma das acções para a valorização da Base
Central.

Pergunta 3: O governo do distrito de Muidumbe tem disponibilizado fundos para a


preservação da Base Central?

Pretendia esta pergunta ouvir do líder se o governo do distrito de Muidumbe tem


disponibilizado fundos para a preservação da Base Central. Mas de forma unânime
responderam não.

Segundo NDEGUE (2009), salienta que, “as principais bases do movimento de luta de
libertação nacional estão a ser restauradas com vista à sua melhor preservação, no âmbito de
um programa lançado pelo Ministério dos Combatentes.

As observações feitas no local de estudo pelo investigador mostram que não existem acções
concretas de preservação da Base Central.

3.4. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida


aos técnicos do SDEJT

Secção (C): nesta parte são apresentadas, analisadas e interpretadas repostas dadas aos
técnicos do SDEJT do distrito em destaque perante a pesquisa.

Pergunta 1: A Base Central possui o plano de conservação e preservação?

Objectiva esta pergunta compreender se a Base Central possui o plano de conservação e


preservação.

Dos 5 entrevistados da amostra correspondente a 100% responderam que a Base Central não
possui o plano de conservação e preservação.
36

Pergunta 2: Qual é o estado actual das instalações da Base Central?

Para esta questão 100% dos entrevistados da amostra responderam de forma geral que, o
estado actual das instalações da Base Central, esta péssimo, não está em condições apenas
existem identificações ou placas que simbolizam o local, em suma disseram que a base esta
degradada.

Nesta vertente, no que diz respeito o artigo 41 do Regulamento de Gestão de Bens Culturais
Imóveis aprovado pelo Decreto n°55/2016 de 28 Novembro a gestão sustentável de bens
culturais imóveis comporta os seguintes princípios:

a) Manutenção do bom estado de preservação dos bens culturais imóveis, incluindo a


salvaguarda dos seus valores intangíveis;
b) Gestão participativa com a participação da comunidade local e dos principais actores
interessados pelo património, ou partes interessadas dos bens culturais imóveis;
c) Enquadramento dos bens culturais imóveis nas acções de animação cultural com vista a
permitir aos depositários e ao público em geral usufruir do património cultural;
d) Auto - suficiência financeira dos bens culturais imóveis com vista a custear as despesas
inerentes à sua gestão;
e) Permitir o desenvolvimento, mas respeitando a natureza dos bens culturais imóveis, a sua
classe e os níveis de intervenção permitidos;
f) A comparticipação aos níveis central, provincial, distrital e autárquico nos processos de
protecção, conservação e gestão do património cultural.

Pergunta 3: No distrito de Muidumbe existem recursos humanos especializados na área de


preservação dos locais históricos?

Pretendia esta pergunta compreender do governo se no distrito de Muidumbe existem


recursos humanos especializados na área de preservação dos locais históricos. Nesta
perspectiva, dos 5 entrevistados 100% responderam de uma forma unânime que no distrito
não existem recursos humanos especializados na área de preservação dos locais históricos.

3.5. Apresentação, análise e interpretação de dados referentes a entrevista dirigida


aos residentes do distrito em destaque

Secção (D): nesta parte são apresentadas, analisadas e interpretadas as respostas dadas aos
residentes do distrito em estudo diante da pesquisa ou estudo.
37

Pergunta 1: De que forma a população apoiava Base Central?

Esta pergunta tinha como objectivo compreender o apoio da população a Base Central.

De forma generalizada, para esta questão a maioria correspondente 65% da amostra


responderam que a população apoiava a Base Central através de produção agrícola,
mobilização dos materiais, carregamento de material de Tanzânia à Moçambique e através
de alimentação. A minoria correspondente, a 20% responderam que a população apoiava
através de fornecimento de alimentação aos soldados.

E por fim, 5% responderam que a população apoiava através de carregamento de material.

Gráfico 4: Apoio da população a Base Central.

80%
70% Legenda
60% 70%
50%
40% Produção,mobilização,
30% carregamento de material e
20%
10% 20% 10% fornecimento de alimentação
0% Alimentação

Carregamento de material

Fonte: autor, 2019.

Com base nos dados obtidos pelos antigos combatentes do distrito de Muidumbe, podemos
dizer que a população apoiava Base Central através de produção agrícola, mobilização dos
materiais, carregamento de material de Tanzânia à Moçambique e fornecimento de
alimentação aos soldados, uma vez que a maioria responderam a mesma coisa.

Pergunta 2: Na sua opinião o que deve ser feito para valorizar a Base Central?

Esta pergunta pretendia ouvir do povo do distrito de Muidumbe, o que eles querem que seja
feito para valorizar a Base Central.

Dos entrevistados 70% responderam que o governo deve criar condições para a existência de
infra-estrutura que possa simbolizar o local. E dos restantes correspondentes a 30%
responderam que deve criar condições para a existência do Recurso Humano qualificado na
área de preservação e conservação do Património Cultural.
38

Tabela 2: Sugestões do povo do distrito de Muidumbe sobre a valorização da Base Central.

Respostas Frequência Percentagem


Construção do Museu, Escola, Pensão, Hospital, 3 75.0
Instalação de energia e canalização de água, uma vez que
é um local histórico, turístico e cultural.
Criar condições para a existência do pessoal qualificado 2 25.0
para preservação e conservação da Base Central, e para
manter o Estado vivo.
Total 5 100.0
Fonte: autor, 2019.

De acordo com os dados apresentados na tabela explica que, o povo do distrito de


Muidumbe, queres que o governo criasse meios ou condições para a existência de um
edifício para valorizar a Base Central ou que possa simbolizar o local uma vez que a maioria
corroboram a mesma resposta.

3.6.Verificação das hipóteses

De acordo com os dados obtidos permitiram confirmar as duas hipóteses do trabalho.

H1. A Base Central contribuiu na luta de libertação nacional através da mobilização de


soldados e a população no geral na luta contra o colonialismo;

H2. A Base Central foi um espaço de planificação e de organização das estratégias de luta de
libertação nacional na frente de Cabo Delgado e de apoio logístico a FRELIMO através da
produção de cereais principalmente o milho.
39

Conclusão

A Base Central possui um conjunto de bens de natureza material e imaterial que guarda em
si referências, memórias da Luta Armada de Libertação Nacional. Apesar de esta Base ter
uma importância Histórica a nível local, Nacional e Internacional ainda não existem
informações sistematizadas sobre a mesma. Actualmente esta Base encontra-se degradada e
esquecida visto que os marcos que simbolizavam alguns factos e locais históricos estão a
desaparecer, existem poucos estudos feitos e a maior parte dos moçambicanos desconhecem
do papel da Base Central na Luta de Libertação Nacional. Neste contexto, compreende-se a
importância do tema não só para as comunidades locais, mas também para o governo local
que por lei tem a missão de promover práticas de preservação dos locais históricos.

Tendo em conta o objectivo geral do trabalho analisar a contribuição da Base Central na


Luta de Libertação Nacional, constatou-se que, a Base Central contribuiu na Luta de
Libertação Nacional por ser o centro de planificações e de organizações de todas estratégias
da luta Armada de Libertação Nacional na frente de Cabo Delgado e outras províncias como
Nampula e Niassa e Moçambique em geral.

Também a Base Central forneceu apoio logístico a FRELIMO através da produção de


cereais principalmente o milho.

Sugestões

Assim, para melhorar as formas de preservação e a valorização da Base Central sugere-se o


seguinte:

 O governo local promova programas de educação, para incentivar o respeito pelos


locais históricos.
 O governo construa Museu, para sua valorização uma vez que é um local histórico,
turístico e cultural.
 O governo local elabore plano de conservação e preservação.
 A comunidade local promova programas de limpeza a Base Central.
 Sugere-se ainda a participação activa da comunidade local na preservação e
valorização do local histórico.
40

Referência Bibliográfica

ARPAC. Chai - 50 anos do desencadeamento da luta armada de libertação nacional-1964-


2014. Pemba, 2014.

DICIONÁRIO AURÉLIO. Língua Portuguesa. Brasil, 2010.

DIONÍSIO, Emanuel. Direcção Nacional do Património Cultural. Maputo, 2011.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

FRELIMO. História da FRELIMO. Edição do Departamento de Trabalho Ideológico.


Maputo: Coleção Conhecer 4, 1977.

GONZALEZ, Luís Alberto Segóvia. Métodos de pesquisas. 1ª edição. Brasil: UFRGS, 2009.

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho


científico. São Paulo: Atlas, 2000.

MEDEIROS, Eduardo da Conceição. História de Cabo Delgado e do Niassa (1836 – 1929).


Maputo: Central Impressora, 1997.
MUIUANE, Armando Pedro. Datas e Documentos da Historia da Frelimo: de 1960 ao 1975
Ano da Independência de Moçambique. 3ed. Maputo, 2006.
MUSSA, Carlos. Desafios da Investigação da História da Luta de Libertação Nacional na
Actualidade. Maputo, 2015.
NDEGUE, David Francisco Xadreque. A Luta de Libertação na Frente do Niassa. Vol. I.
Maputo: Sográfica, 2009.

PACHINUAPA, Raimundo. Memória das Revolução 1962 -1974. Maputo: Nachingwea


Editores. 2011.

PRODANOV, Cleber Cristiano e FREITAS, Ernani César. Metodologia do trabalho


científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico. 2ª ed. São Paulo:
FEEVALE, 2013.
TEMBE, Joel das Neves (Coord.). História da Luta de Libertação Nacional. Vol. I. Maputo:
Ministério dos Combatentes, 2014.
41

Legislação

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA (INE). Censo 2017: IV Recenseamento


Geral da População e Habitação. Maputo, 2019.

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE). Perfil do distrito de Muidumbe


Província de Cabo Delgado. 1ª ed. Maputo – Moçambique, 2014.

Fontes Electrónicas

Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção. http://www.cenacarta.com consultada no


dia 05/10/2019.

Fontes Orais
Tabela 3: Fontes Orais
Nᵒ Nome Completo Função Local e Data da Entrevista
SDEJT
01 Vicente João Atanasio SDEJT Muidumbe-Sede - 18/09/2019
02 Tome Simão Agostinho SDEJT Muidumbe-Sede - 18/09/2019
03 Lúcia M. Nankalamba Tiago SDEJT Muidumbe-Sede - 18/09/2019
04 Cândido Domingos Simão SDEJT Muidumbe-Sede - 18/09/2019
05 Elias Agostinho Jaime SDEJT Muidumbe-Sede - 18/09/2019
Líder comunitário
06 Likunda Nchegua Líder comunitário Aldeia Nang’unde - 16/09/2019
07 José C. Lindolondolo Líder comunitário Base Central - 16/09/2019
08 Jonas Paulo Alame Líder comunitário Aldeia Miteda - 20/09/2019
09 Cosme Bonga Líder comunitário Aldeia Matambalale - 19/09/2019
10 Cristóvão Luís Wechi Líder comunitário Muidumbe-Sede - 17/09/2019
Residente
11 Abel Sebastião Mário Residente Nang’unde - 16/09/2019
11 Jovito Jerónimo Residente Base Central - 16/09/2019
12 Tomas Selemane Residente Miteda- 20/09/2019
13 Narciso Marcus Residente Muidumbe-Sede - 17/09/2019
14 Ramos Paulino Álvaro Residente Base Central - 16/09/2019
Antigo combatente
15 Pedro Seguro Antigo combatente Muambula - 19/09/2019
16 Joaquim Amisse Antigo combatente Nang’unde - 16/09/2019
17 Josefina Carlos Nkuvale Antigo combatente Miteda - 20/09/2019
18 Cristóvão Passa Bakiri Antigo combatente Nang’unde - 16/09/2019
19 Cristóvão V. Mbambanda Antigo combatente Miteda - 20/09/2019
20 Geraldo Clemente Pedro Antigo combatente Miteda - 20/09/2019
21 Mauricio Gaspar Maulo Antigo combatente Nang’unde - 16/09/2019
22 Aidis Jackson Nkatunga Antigo combatente Muidumbe-Sede - 17/09/2019
23 Modesta John Ngonha Antigo combatente Base Central - 16/09/2019
42

24 Judas Makabeu Manamba Antigo combatente Base Central - 16/09/2019


25 Estêvão Ding’ano Antigo combatente Base Central - 16/09/2019
26 Alberto Kunninga Antigo combatente Muidumbe-Sede - 17/09/2019
27 Ernestina Tadeu Lyelo Antigo combatente Matambalale - 19/09/2019
28 António Maurício Manda Antigo combatente Nang’unde - 16/09/2019
29 Branco Tauzen Sakala Antigo combatente Nang’unde - 16/09/2019
30 Lúcia Martins Assamo Antigo combatente Ntchinga - 16/09/2019

Fonte: autor, 2019.


43

Apêndices
44

Apêndice 1: Guião de entrevista dirigida aos antigos combatentes de Base Central

Caro combatente, do distrito de Muidumbe, com esta entrevista pretende-se saber a


Contribuição da Base Central na Luta de Libertação Nacional no distrito de Muidumbe.
Lembrar que não existem respostas erradas, pois o que me interessa é sua opinião pessoal e
sincera sobre o tema.
Agradeço a sua disponibilidade e colaboração

1. Quando é que foi fundada a Base Central?


2. Porque foi designada a Base Central?
3. Porque foi escolhido esse local para instalação da Base Central?
4. Que grupos étnicos existiam na Base Central?
5. Que actividades eram realizadas na Base Central?
6. Quem foi o primeiro comandante da Base Central?
7. Quais eram pessoas importantes que viveram na Base Central?
8. Que funções desempenharam essas pessoas?
9. Que instalações existiam dentro da Base Central?
10. Qual foi o papel desempenhado pela Base Central durante a Operação No Górdio?
11. Quais eram as tácticas da Guerra utilizadas pelos combatentes de Base Central?
12. Qual era o papel dos jovens mulheres, homens, crianças e velhos?
13. Qual foi a contribuição da Base Central na luta de libertação nacional?
45

Apêndice 2: Guião de entrevista dirigida aos líderes comunitários

Caro líder, do distrito de Muidumbe, com esta entrevista pretende-se saber a Contribuição da
Base Central na Luta de Libertação Nacional no distrito de Muidumbe. Lembrar que não
existem respostas erradas, pois o que me interessa é sua opinião pessoal e sincera sobre o
tema.
Agradeço a sua disponibilidade e colaboração

1. Existe iniciativas de divulgação do papel da Base Central? Se sim, de que forma e em


que momento?
2. Que acções o governo local ou do distrito realiza para a valorizar a Base Central? Essas
acções são suficientes para valorizar a Base Central?
3. O governo do distrito de Muidumbe tem disponibilizado fundos para a preservação da
Base Central?
46

Apêndice 3: Guião de entrevista dirigida aos técnicos do SDEJT

Caro técnico da cultura do SDEJT do distrito de Muidumbe, Com esta entrevista pretende-se
saber a Contribuição da Base Central na Luta de Libertação Nacional no distrito de
Muidumbe. Lembrar que não existem respostas erradas, pois o que me interessa é sua
opinião pessoal e sincera sobre o tema.
Agradeço a sua disponibilidade e colaboração

1. A Base Central possui o plano de conservação e preservação?


2. Qual é o estado actual das instalações da Base Central?
3. No distrito de Muidumbe existem recursos humanos especializados na área de
preservação dos locais históricos?
47

Apêndice 4: Guião de entrevista dirigida aos residentes

Caro residente, do distrito de Muidumbe, com esta entrevista pretende-se saber a


Contribuição da Base Central na Luta de Libertação Nacional no distrito de Muidumbe.
Lembrar que não existem respostas erradas, pois o que me interessa é sua opinião pessoal e
sincera sobre o tema.
Agradeço a sua disponibilidade e colaboração

1. De que forma a população apoiava Base Central?


2. Na sua opinião o que deve ser feito para valorizar a Base Central?
48

Apêndice 5: Guião de observação

Aspectos observados Objectivos Discrição


A Base Central Ver, descrever e analisar o O estado actual da Base
estado da Base Central. Central esta degradada.
Recursos Financeiros Saber se existe fundo Na Base Central não há
alocado para preservação da nenhum fundo alocado para
Base Central. sua preservação.
Recursos Humanos Saber se existe recursos No distrito de Muidumbe
humanos especializados na não existe recursos humanos
área de preservação dos especializados na área de
locais históricos no distrito preservação dos locais
de Muidumbe. históricos.
Fonte: autor, 2019.
49

Imagem 1 a 6: Antigos combatentes da Base Central

Fonte: autor, 2019.


50

Imagem 1 a 4: Placas de identificação da Base Central

Fonte: autor, 2019.


51

Imagem 1 a 2: Líder comunitário

Fonte: autor, 2019.


52

Imagem 1 a 2: Técnicos do SDEJT

Fonte: autor, 2019.


53

Anexo

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