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Universidade Save
Massinga
2023
France Celso Zitha
Universidade Save
Massinga
2023
Índice
2.6. Percepção dos Alunos sobre as possibilidades de uso do Monumento Samora Machel
como recurso didáctico no Ensino de História, 8ª Classe na ESCH......................................... 33
Lista de figuras
Figura 1: Descrição física do Monumento de Samora Machel……..………………...….27
Figura 2: Descrição física da Escola Secundária de Chilembene……………….…..…........30
vi
Lista de Mapas
Lista de apêndices
Apêndice A: Roteiro de entrevista dirigida aos professores…………..……..……...…...46
Apêndice B: Análise e Interpretação de Dados .............................................…..…..............48
DECLARAÇÃO
Eu, France Celso Zitha, declaro por minha honra que esta monografia é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas
as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.
____________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia à minha Mãe Elisa José Chongo, que me incentivou a prosseguir com
os estudos.
xi
AGRADECIMENTOS
A minha gratidão vai a minha supervisora MSc. Mércia Tembissa, pelos ensinamentos,
paciência, dedicação e incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho.
A todos os meus professores do curso de Licenciatura em Ensino de História da Universidade
Save, Extensão da Massinga, pela excelência de cada um deles.
Os meus agradecimentos também são extensivos à Escola Secundária de Chilembene bem
como ao Guia Gabriel Sibinde, pela paciência e por toda ajuda na realização do presente
trabalho.
Aos meus avós (José Betuel Chongo e Rosita Manuel Cossa) aos quais expresso a minha
imensa e infinita gratidão, pelo amor e carinho incondicional assim como pela sua entrega
abnegada para que eu atingisse esse patamar. Aos meus tios Betuel José Chongo, Felicidade
José Chongo e Paulo José Chongo, que sempre estiveram ao meu lado a me apoiar ao longo
de toda trajectória académica.
Aos meus amigos e companheiros das dificuldades e das vitórias académicas, Felisberto
Matsinhe, Carmen Castelo Matsinhe, Isac Chaúque, João António Gujamo obrigado pelos
momentos de amizade.
Muito obrigado!
xii
Resumo
A presente pesquisa tem como foco a abordagem sobre as possibilidades de uso do
monumento de Samora Machel como recurso didáctico no PEA de História 8ª Classe na
ESCH. Este estudo objectiva reflectir sobre as possibilidades de uso do monumento de
Samora Machel como recurso didáctico no PEA de história, 8ª classe na ESCH. Para a
efectivação desta pesquisa recorreu-se ao método etnográfico na sua vertente qualitativa com
recurso a técnica de entrevista semi-estruturada. Terminado o estudo, conclui-se que existem
inúmeras possibilidades de uso do monumento de Samora Machel como recurso didáctico no
PEA de história 8ª classe, fazendo referencia ao uso de imagens ilustrando o Monumento
Samora Machel onde os alunos com base na observação poderão fazer uma análise reflexiva e
suscitar debates, recurso a vídeo-aula que versa sobre o Monumento Samora Machel,
realização de excursões ao Monumento Samora Machel, palestras fazendo alusão ao
Monumento, debates em sala de aulas. Todavia os professores da ESCH não têm explorado
essas possibilidades alegando a exiguidade do tempo.
Palavras-chave: Monumento, Ensino, História.
xiii
Abstract
This research focuses on approaching the possibilities of using Samora Machel's monument as
a teaching resource in the 8th Class History PEA at ESCH. This study aims to reflect on the
possibilities of using Samora Machel's monument as a teaching resource in the history PEA,
8th grade at ESCH. To carry out this research, the ethnographic method was used in its
qualitative aspect using the semi-structured interview technique. After completing the study, it
is concluded that there are countless possibilities for using the Samora Machel monument as a
teaching resource in the 8th grade history PEA, making reference to the use of images
illustrating the Samora Machel Monument where students, based on observation, will be able
to carry out an analysis reflective and spark debates, using video lessons about the Samora
Machel Monument, taking excursions to the Samora Machel Monument, lectures alluding to
the Monument, debates in the classroom. However, ESCH teachers have not explored these
possibilities, citing limited time.
Keywords: Monument, Teaching, History.
14
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema os recursos didácticos no PEA de história e
objectivamente está focalizado no uso do monumento de Samora Machel como recurso
didáctico no ensino da disciplina de história, como aspecto, pretende debruçar sobre as
possibilidades de uso do monumento Samora Machel como recurso didáctico no PEA de
história na 8ª classe.
Relativamente aos objectivos norteadores da pesquisa, o trabalho tem como objectivo geral:
reflectir sobre as possibilidades de uso do monumento de Samora Machel como recurso
didáctico no PEA da disciplina de história. E tem como objectivos específicos: (I) descrever a
fundamentação teórica sobre monumento como recurso didáctico; (II) citar as possibilidades
de uso do monumento Samora Machel como recurso didáctico no PEA de história; e (III)
Sugerir estratégias de uso do monumento de Samora Machel como recurso didáctico no
ensino de história 8ª classe.
A opção pelo tema prende-se pelo facto de fazer parte do programa do ensino de história, e
particularmente pelo interesse do pesquisador. E ainda pelo facto de ter frequentado o Ensino
Secundário Geral na Escola Secundária de Chilembene, onde durante o processo de ensino e
aprendizagem de história não se explorava este recurso didáctico que pode tirar o aluno do
abstracto para o concreto, motivo pelo qual desenvolve-se a temática sobre as possibilidades
de uso do monumento de Samora Machel no processo de ensino e aprendizagem com vista a
compreensão dos conteúdos de História. Quanto ao recorte temporal, a escolha de 2011
justifica-se por ser o ano em que o Governo Moçambicano edificou em Chilembene o
Monumento Samora Machel aquando da comemoração do ano Samora Machel, relativamente
a 2023 deve-se o facto de ser neste ano em que o candidato efectuou uma visita de estudo à
Escola Secundária de Chilembene e terá notado durante os depoimentos dos Professores a não
aplicação didáctica do Monumento Samora Machel.
O monumento constitui uma fonte material viva que além de ter um valor histórico-cultural
também é usado como recurso didáctico em história na medida em que vai permitir ao
professor tirar o aluno do abstracto para o concreto, ou seja, permite a confrontação do dito
com o visto (a fonte oral com a observação), ele não constitui somente um mero material de
conservação dos factos do passado tem também a função didáctica que vai ser contemplada a
partir de visitas de estudo e demais possibilidades. Todavia pese embora existam diversas
maneiras de se explorar didacticamente o monumento de Samora Machel no ensino de
história, não se tem notado a sua aplicabilidade no processo de ensino e aprendizagem da
disciplina de história. Perante a situação acima descrita levanta-se a seguinte pergunta de
15
partida: até que ponto o monumento de Samora Machel pode ser usado como recurso
didáctico no PEA da disciplina de História, 8a Classe na Escola Secundária de Chilembene?
Como hipótese presume-se que o monumento de Samora Machel pode ser aproveitado
como recurso didáctico no PEA de história por diversas maneiras, dentre elas as visitas de
estudos ou jornadas de estudos, recurso a fontes imagéticas, através de exploração de vídeos
que possam fazer ligação nas actividades de leccionação possibilitando aos alunos a
construírem um conhecimento mais sólido, em detrimento de uma simples aula ministrada na
base da teorização, ou possa retirar o aluno do abstracto ao concreto.
Esta pesquisa tem como referencial teórico a obra intitulada “Concepção monumental”, de
Schmidt e Cainelli (2009), referem que os monumentos podem constituir elos entre presente e
passado, afirmam que a aprendizagem está relacionada ao quotidiano dos estudantes e,
portanto, tudo o que faz parte deste quotidiano e representa algo relaciona-se ao passado e
presente, numa organização que compõe a leitura de uma determinada sociedade em um dado
momento histórico: no quotidiano das cidades que se apresenta a possibilidade de ensinar a
leitura do mundo a partir das representações construídas como patrimónios e monumentos.
No que concerne à revisão bibliográfica da presente pesquisa foram consultadas várias
obras, entre as quais, a obra de Antas (2012) com o titulo “A Didáctica da Histórica e o
Ensino da História”, refere que o professor deve procurar, sempre que possível, possibilitar
ao aluno o contacto com fontes primárias e ou secundárias. A título de exemplo se o professor
levar seus alunos para um monumento histórico, fazer excursões a cidades ou locais históricos
causaria um impacto, atracção desenvolvendo uma imaginação mais concreta e simples,
possibilitando o aluno a construir um conhecimento mais sólido, em detrimento de uma
simples aula ministrada na base de métodos tradicionais.
Como se pode ver a pesquisa que se pretende realizar apresenta um anglo diferente da citada,
na medida em que esta busca apresentar as possibilidades de uso do monumento de Samora
Machel como recurso didáctico no PEA de história para compreensão dos conteúdos da
disciplina de História, enquanto, o autor limita-se em abordar sobre as metodologias do
ensino de História em que o professor adoptaria para dinamizar os conteúdos propostos nos
programas.
Vale (2010) na sua obra intitulada “A utilização de fontes no ensino de história”, na
globalidade da sua obra refere que as fontes constituem, enquanto registos e testemunhos dos
factos, a principal ferramenta na construção do conhecimento histórico.
Como se pode contemplar nesta obra não se estuda o assunto do ponto de vista desta pesquisa
porque esta estuda sobre o aproveitamento Didáctico do monumento de Samora Machel no
16
PEA de História, enquanto a obra defende que o uso de fontes históricas na sala de aula é uma
possibilidade que deve ser apreciada e valorizada.
Rusen (2014), na sua obra intitulada “contacto com os monumentos” os monumentos são,
lugares de memória e meios de memória que visam manter desperta a memorização de
indivíduos ou eventos, porque estes são tidos como dignos de identificação e passíveis de
consenso. Por conseguinte, a história da recepção de monumentos se presta para reconstruir
de modo especialmente instrutivo a mudança histórica dos paradigmas e das identidades
culturais; basta pensar na história da recepção dos monumentos nacionais de cunho heróico do
século XIX, que foram sobrecarregados com o teor simbólico monumental e com a função de
promover a identidade nacional.
Como se pode notar essa obra difere deste estudo visto que o presente estudo aborda sobre as
possibilidades de uso do monumento de Samora Machel como recurso didáctico no PEA de
História na Escola Secundária de Chilembene 2011-2023 ao passo que o estudo desse autor
limita-se em versar sobre os monumentos na educação dos jovens e adultos.
Ashby (2006) na sua obra intitulada “Desenvolvendo um conceito de evidência
histórica” postula que o trabalho com fontes históricas revelam evidências do passado, sendo
que “as fontes tem valor reconhecido com evidência para tipos específicos de afirmações.
Quando se trata de um monumento também devem ser inquiridas questões que desvelem
evidências. Portanto, faz-se necessário questionar aos monumentos, para que estes revelem
evidências sobre o passado.
O estudo do autor supracitado difere deste na medida em que o autor fala sobre monumento
como evidência do passado e que contribui para que os sujeitos produzam conhecimentos
práticos mediados pelos objectos, saberes e fazeres. Este estudo apresenta um ângulo teórico
diferente do estudo em causa porque nesse estudo pretende-se falar das possibilidades de uso
do monumento de Samora Machel como recurso didáctico no Processo de Ensino e
Aprendizagem de História na Escola Secundária de Chilembene 2011-2023.
Le Goff (2003), na sua obra intitulada “História e memória” explica que tanto o monumento
quanto o documento possibilitam a escrita científica da história, pois participam da memória
colectiva. Segundo o historiador, os monumentos transformam-se em documentos, no
momento em que “seja constatada de que maneira foi produzido e de que forma ele torna-se
um instrumento de poder.
Cada vez mais os monumentos vêm sendo explorados pelos professores em sua função
didáctica, onde a turma é levada com o objectivo de vivenciar uma experiência de confronto
entre sujeito (aluno) e objecto (exposição). O actual conceito de monumentos já estabelece a
17
dimensão educativa da instituição e mesmo nas formatações mais antigas, sempre foram
espaços dedicados ao acto de aprender e de ensinar.
Como se pode observar essa obra difere do estudo em abordagem visto que este estudo aborda
sobre as possibilidades de uso do monumento de Samora Machel como recurso didáctico no
PEA de História na Escola Secundária de Chilembene 2011-2023 ao passo que o estudo desse
autor limita-se em versar a necessidade de se argumentar a finalidade de sua construção, sua
função e como ele pode se tornar uma forma de representação de poder.
Menezes (2012) na sua obra intitulada “Em direcção a um conceito de literacia histórica”
postula que actualmente, os debates sobre o papel educativo do monumento afirmam que o
objectivo não é mais a celebração e sim a reflexão crítica. Se antes os objectos são
contemplados, agora devem ser analisados. O monumento coloca-se, então, como o lugar
onde os objectos são expostos para compor um discurso crítico. Mas só isso não basta. Torna-
se necessário desenvolver programas de "alfabetização monumental", com o intuito de
sensibilizar os visitantes diante do que é mostrado.
A abordagem do autor difere do estudo em causa visto que nesse estudo o foco é o estudo do
monumento de Samora Machel como recurso didáctico no processo de ensino e aprendizagem
de história.
Choay (2001), na sua obra intitulada “Conceitualização do monumento” refere que o sentido
original do termo “monumento” é do latim monumentum. Este, por sua vez, deriva de monere,
que significa advertir ou lembrar. Para a autora, o monumento tem como propósito essencial
não apenas o de apresentar ou dar uma informação neutra.
Conforme se evidencia a abordagem do autor difere do estudo em causa, visto que o autor
cinge-se apenas na apresentação da origem etimológica do termo monumento.
1
De referir que não se usou a etnografia como método da antropologia, mas fez-se uma adaptação deste método
18
vista a colher dados na base de entrevista em forma de inquérito, conversar, tirar imagens, e
entender o problema a partir dos sujeitos entrevistados.
Em termos metodológicos, a pesquisa procedeu-se em três estágios distintos: onde no
primeiro estágio fez-se o levantamento e leitura bibliográfica que constitui base fundamental e
recolha de informações nos livros, artigos, monografias científicas, dissertações, teses, entre
outros que versam sobre aproveitamento didáctico dos museus no processo de ensino e
aprendizagem de história para a compressão dos conteúdos que retratam sobre as fontes
históricas, que abordam ainda sobre os locais de interesse histórico. O segundo envolveu o
trabalho de campo conduzido pelas entrevistas semi-estruturadas, dirigidas aos professores e
alunos através de um guião elaborado em língua portuguesa e que não precisou-se da
interpretação numa outra língua (local). Ainda na mesma fase, como meio de auxílio à
entrevistas usou-se o gravador de voz (celular), máquina fotográfica para obter imagens, uso
de bloco de anotações. Na entrevista elaborou-se um questionário de natureza aberta para
criar condições aos entrevistados de narrar os factos de uma forma mais aprofundada, numa
amostra de treze (13) indivíduos dos quais três (3) professores de História do nível de
licenciatura e (10) alunos de história. No terceiro e último estágio fez-se o cruzamento dos
dados bibliográficos, sistematização e compilação dos resultados colhidos.
O presente estudo é composto por três capítulos: sendo o primeiro capítulo referente a
fundamentação teórica sobre o monumento como recurso didáctico; no segundo capítulo,
aborda-se sobre as possibilidades de uso do monumento Samora Machel como recurso
didáctico no PEA da disciplina de História. No terceiro e último capítulo trata-se das
estratégias de uso do monumento Samora Machel como recurso didáctico no PEA de história.
19
CAPÍTULO I
1.1.1. Monumento
Quando se fala em monumento2 e remete-se a documento, poderíamos recorrer ao
autor Le Goff (2003), para uma compreensão mais exacta acerca destes termos. Segundo este
autor, os monumentos podem ser vistos como documentos. Os monumentos se reportam à
memória, devendo ser realizadas as perguntas a ele, a fim de que sejam evidenciadas como
este monumento, pode se tornar um instrumento de poder e quais as formas de sua
perpetuação. Neste sentido, os monumentos podem ser importantes fontes históricas3 que
contribuem com os aspectos cognitivos do ensino de história, para o aprendizado histórico e a
formação da consciência histórica dos jovens e podem ser utilizados de forma clara e
prazerosa nas aulas de história.
2
De referir que monumento é parte integrante das fontes históricas, tratando-se de uma fonte material.
3
Fontes históricas podem ser definidas como sendo todo vestígio ou marca que permite o historiador reconstruir
o passado da humanidade, podendo agrupar-se em fontes orais, que são todas aquelas que resultam da
transmissão oral, como contos, lendas entre outros; Escritas que resumem-se em documentos escritos como
documentos governamentais, arquivos históricos, e demais; Fontes materiais e arqueológicas são fontes de
carácter material como edifícios antigos, monumentos, museus (materiais), bem como as ruínas (arqueológicas).
20
Acerca dos monumentos, estes podem funcionar como vestígios4 do passado deixado pela
humanidade revelando-se em fontes históricas.
Segundo Ashby (2006), o trabalho com fontes históricas revelam evidências do passado,
sendo que “as fontes têm valor reconhecido com evidência para tipos específicos de
afirmações” (p.155).
Com a citação acima conclui-se que monumento é tido como um artefacto arquitectado pelo
homem podendo assumir a forma de estátua, lápide, busto, com o intuito de buscar uma
lembrança sobre os acontecimentos do passado humano.
4
Silva (2009), assevera que vestígio é a palavra actualmente preferida pelos historiadores que defendem que a
fonte histórica é mais do que o documento oficial: os mitos, a fala, o cinema, a literatura, tudo isso, como
produtos humanos, torna-se fonte para o conhecimento da história.
21
mais ricos e poderosos de uma sociedade são frequentemente a fonte de grande parte de
nossas informações e arte dessas culturas.
Com base na citação supracitada dá-se a conclusão de que a origem do monumento remonta
desde as civilizações antigas onde eram edificados os monumentos como lembrança e
imortalização dos feitos de certas individualidades vinculadas ao poder político local, por
exemplo as pirâmides de Gizé no Egipto.
1.2.2.Tipos de Monumentos
Segundo Silva (1989), existem três tipos de monumento nomeadamente:
1.3.Categorias do monumento
Chamas eternas que são mantidas acesas continuamente, geralmente acesas para
homenagear soldados;
O educador pode utilizar os monumentos nas pesquisas escolares de forma a instruir, ensinar,
educar e, por conseguinte, estimular o processo reflexivo dos alunos, motivando pesquisas de
cunho histórico, político, sociológico, psicológico em diante. (Le goff, 2012).
Grunberg (2007) postula que Lembrar que tudo o que o homem produz e faz é cultura, é um
conceito que vai ajudar a compreender o mundo que nos rodeia de uma forma mais ampla e
com menos preconceito.
Cada monumento contém uma história, herança do passado e para que conheçamos melhor
essas histórias e valorizarmos o espólio é necessário ter mecanismo facilitador do processo,
portanto:
23
CAPÍTULO II
AS POSSIBILIDADES DE USO DO MONUMENTO SAMORA MACHEL COMO
RECURSO DIDÁCTICO NO PEA NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA, 8ª Classe.
No presente capítulo apresenta-se as possibilidades de uso do monumento Samora Machel
como recurso didáctico no PEA de história, primeiramente faz-se a localização geográfica do
monumento Samora Machel, sua descrição física bem como a do local histórico de
Chilembene, posteriormente é feita a abordagem inerente a vida e obra de Samora Machel
assim como do contexto histórico da edificação do monumento Samora Machel e por fim a
análise e interpretação dos dados recolhidos no campo.
2.1.Localização Geográfica de Monumento Samora Machel
Chilembene sita na região Sul de Moçambique5, Província de Gaza, Distrito de
Chókwe, Posto administrativo de Chilembene, a cerca de 51km da vila de Macia e 111km da
cidade de Xai-Xai. Quanto à localização do monumento Samora Machel está localizado no 4o
bairro de Chilembene, Posto Administrativo de Chilembene, (Simone, 2002).
5
No âmbito da colonização imposta pela potência portuguêsa, Moçambique era designado de Província
ultramarina ou seja Província portuguesa mas além-mar em 1951. Actitude adoptada para desvirtuar as três
ordens mundiais que defendiam a descolonização (EUA, URSS, ONU), (Jordão, 1998).
25
6
No meu entender o Monumento Samora Machel constitui uma lembrança viva do legado histórico inspirando a
compreensão e o respeito pela luta e conquistas do povo moçambicano.
7
Essa designação deve-se à adopção do Sistema ideológico político Socialista com um plendor Marxista-
Leninista em Fevereiro de 1977. (Mazula, 2016).
8
Àrvore onde Maguiguane, Comandante das tropas de Ngungunhane (o Leão de Gaza) juntamente com os seus
guerrilheiros descansavam após as batalhas. (G.Sibinde, Cp, 2023, 18 Julho).
9
Estes edifícios prisionais funcionavam como verdadeiros centros de punição onde se dava a palmatória de
modo a sancionar pessoas com comportamentos desajustados. (Constantino, 2005).
10
Designação que reflectia ao Moçambique Socialista, pois em Fevereiro de 1977, o movimento de libertação de
Moçambique (FRELIMO) foi transformado em Partido com um sistema político ideológico socialista com um
plendor marxista-leninista. (Frazão, 1996).
11
De referir que Samora Machel perdeu a vida no dia 19 de Outubro de 1986 quando regressava de mais uma
missão de paz na Zâmbia o top lev 134 cedido pela união soviética se despenhou em Mbuzini, território sul
africano, as causas da sua morte foram atribuídas ao regime de segregação racial (Apartheid) que vigorava na
República Sul africana. (G.Sibinde, Cp, 2023, 18 Julho).
26
De referir que a educação formal de Samora Machel finda com a 4ª Classe, entretanto,
prosseguiu com os estudos enquanto exercia actividades como enfermeiro no Hospital Miguel
Bombarda, actual Hospital Central de Maputo. Foi destacado para trabalhar na ilha de Inhaca,
onde conheceu Sorita Tchaiakomo tendo surgido uma relação afectiva entre os dois e
nasceram quatro filhos, designadamente: Josceline, Edelson, Olívia e Ntewane. (Idem).
12
De referir que Samora Mucavel amicíssimo de Moisés Machel teve o previlégio de atribuir o nome pela
segunda vez, pois os Pais de Samora tinham nascido um filho anterior a Samora Machel que tinha sido atribuído
o mesmo nome todavia por circunstâncias não clarificadas acabou perdendo a vida, quando Moisés Mandande
Machel e Guguye Thema Dzimba nasceram novamente um outro filho, Samora Mucavel foi convidado a
reatribuir o mesmo nome a esse filho, que é Samora Moisés Machel. (G.Sibinde, 2023, Comunicação Pessoal,
24 Agosto).
27
Em 1969 após a morte de Eduardo Mondlane por meio de uma bomba, Samora
Machel assumiu a presidência da Frelimo e Marcelino dos Santos o seu vice-presidente.
Machel continuou dirigindo a luta de libertação Nacional até a proclamação da Independência
Nacional no dia 25 de Junho de 1975 no estádio da Machava e Samora Machel tornou-se o
Primeiro Presidente de Moçambique Independente. (Macuacua, 2005).
13
Mondlane visitou Moçambique enquanto funcionário superior das nações unidas, desempenhando as funções
de Sub-secretário, onde lhe era incumbida a missão de elaborar relatórios sobre a situação dos países sob tutela
da ONU. (Nijande, 2002, p.23).
14
Ao abrigo do Decreto 46/2008, o Conselho de Ministros classificou como Património Cultural o local histórico
de Chilembene, visto que, é o local onde nasceu, a 29 de Setembro de 1933, o primeiro Presidente de
Moçambique Independente, Samora Moisés Machel, e o simbolismo de que se reveste o lugar para a educação
patriótica dos moçambicanos, urge assegurar a sua preservação e gestão sustentável.
28
Em 1999 as classes 5ª e 6ª passaram a ser subdividida onde a 5 classe passou a estar na escola
primária de Chilembene e 6ª e 7ª sendo do Ep2, de 2000 a 2005 a escola ainda era chamado
de EP2,porém a Escola Secundária de Chilembene em 2006 a 2008 ficou como anexo de
Escola Secundária de Hókwe a partir da 8ª a 10ªclasse. (Idem).
2.4.Caracterização da Escola Secundária de Chilembene
A Escola está na zona rural, em bom estado de conservação, a secretaria bem como os
gabinetes (do Director e do adjunto pedagógico) encontram-se equipados de mobiliário como
armário e secretárias e dois computadores para o gabinete do Director e do sector
Administrativo, material adquirido pelo fundo dos parceiros, fundo que se destina a compra
de material específico. A Escola tem uma área estimada em 3600 m. Dispõe de solos arenosos
franco acastanhados. Não está vedada completamente, por isso a comunidade usa o recinto
como uma via de acesso. (DESCH, 2023).
Ainda no mesmo diapasão a DESCH (2023), assevera que a Escola dispõe das seguintes infra-
estruturas:
15
A implantação dessa cadeia foi feita em prejuízo da família Machel devido ao seu envolvimento na luta de
libertação nacional, pois esse facto foi possível com a implantação da casa do chefe do posto colonial nesse local
onde estava instalada a família Machel que se viu obrigada a retirar-se e instalar-se por defronte da casa para que
todos os movimentos por estes efectuados fossem observados pelas autoridades coloniais. (G.Sibinde, 2023,
Comunicação Pessoal, 18 Julho).
29
A Escola tem 4 blocos: Com 14 salas de aulas melhoradas das quais 1 funciona como sala de
organização de Activista Dreams as restantes como salas de aulas; possui ainda um bloco
administrativo incluindo o Gabinete do Director e o Gabinete dos Directores Adjunto
Pedagógico, o Sector Administrativo e a Sala de atendimento público; noves blocos de
latrinas: quatro para os funcionários e seis para alunos, separadas consoante o sexo. A Escola
dispõe ainda uma sala de professores e Biblioteca ainda em construção, duas cantinas e
internet grátis WI-FI, que ajuda alunos e a comunidade mais próximos nas realizações de
trabalhos.
2.5. Percepção dos Professores e alunos sobre o monumento Samora Machel como
2.5.1. Percepção dos Professores sobre o monumento como recurso didáctico no PEA
de História 8ª Classe.
2.5.2. Sobre o conceito de Monumento
Com o objectivo de querer perceber sobre o conceito de monumento, questionados os
Professores, disseram que o monumento é uma estrutura edificada com o propósito de
homenagear uma pessoa ou um certo evento que decorreu a anos e de um interesse nacional.
(P1, Cp. 2023.15 Agosto).
P2 (2023) acrescenta que o monumento pode assumir formato de estátua, lápide, bustos e
demais designações. Referiram ainda que um monumento pode ser tido como uma construção
que serve como símbolo duradouro de importância histórica, podendo ser uma obra escultural
ou memorial. (Cp, 2023, 15 Agosto).
30
Com os depoimentos acima, conclui-se que monumento é uma estrutura física ou cunhada
para comemorar, homenagear ou preservar a memória de uma pessoa, evento, ideia ou
período histórico importante.
2.5.3.Uso do Monumento na Sala de Aulas
Na tentativa de buscar entender nos Professores de história 8ª classe sobre o uso do
monumento na sala de aulas, deram a opinião de que o uso do monumento na sala de aulas
pode servir como estímulo ao processo de ensino e aprendizagem, porem referiram que
embora o uso de monumento na sala de aulas seja importante os mesmos ainda não fizeram
uso do monumento na sala de aulas por razões de vária ordem tais como a falta de
programação, insuficiência de tempo para se efectuar uma visita de estudo ao monumento.
(P3, Cp, 2023, 15 Agosto).
Contudo Le goff (1998) distancia-se desse posicionamento ao dizer que existem várias formas
de se explorar o monumento na sala de aulas sem recorrer a visita de estudos. Para o autor o
professor pode fazer o uso do monumento ilustrando fotos que envolvem o monumento bem
como o uso de vídeos retratando o monumento, que servem de actividades de discussão na
sala de aulas.
Com base nas declarações acima, pode se depreender que o uso do monumento na sala de
aulas é bastante crucial e para além de se efectuar uma visita de estudo ao monumento
Samora Machel, o Professor pode leccionar com base no monumento sem que seja imperioso
explorar o monumento por intermédio de uma visita de estudo, o professor pode trazer
imagens do monumento Samora Machel para servirem como instrumento de debate assim
como pode projectar um vídeo aula que aborda sobre o monumento Samora Machel.
carrega consigo imensos saberes16 pois representa a história da luta pela independência de
Moçambique e o papel crucial desempenhado por Samora Machel nesse processo. (P1, Cp,
2023, 15 Agosto).
16
Vide o Apêndice B, Resposta do P1.
32
Este posicionamento leva à conclusão de que o uso do monumento Samora Machel no ensino
de história oferece uma oportunidade única para os alunos se conectarem com o passado,
explorarem contextos históricos relacionados ao monumento Samora Machel, torna-se
evidente que são muitas possibilidades de uso do Monumento Samora Machel como recurso
didáctico no ensino de história, além das supracitadas pode se usar o monumento no ensino de
história com o recurso a fontes imagéticas bem como ao uso da exemplificação onde o
professor aquando da leccionação ligada as fontes históricas ao dar exemplo do monumento
Samora Machel estaria a fazer o uso do mesmo no processo de ensino e aprendizagem de
história. Com os depoimentos acima ficam por terra as alegações dadas pelos Professores
sobre a não exploração do Monumento Samora Machel no Ensino de História.
Ainda na óptica dos professores o monumento pode servir como uma forma tangível de
conectar os alunos com o passado, permitindo que eles visualizem e compreendam melhor os
eventos históricos. (Idem).
Menezes (2012) comunga da mesma opinião ao referir que o uso do monumento na sala de
aulas assume um elevado valor pois fornece uma conexão directa com a história, tornando o
aprendizado mais significativo e mais envolvente para os alunos além disso os monumentos
podem despertar a curiosidade e estimular a imaginação nos alunos.
Com os depoimentos acima, percebe-se que o monumento assume um papel preponderante no
processo de Ensino e Aprendizagem, visto que o uso deste recurso didáctico permite com que
o aluno tenha uma forte ligação com o real, bem como possibilita a construção de um
conhecimento mais sólido relativamente ao ensino de história.
33
Conciliando com a visão de Mongal (2006), um monumento é visto como um produto criado
pelo ser humano. Ele é resultado do trabalho, da criatividade e da habilidade de arquitectos e
escultores e artistas que o conceberam e construíram. Os monumentos são uma expressão da
capacidade humana de deixar uma marca duradoura e de transmitir mensagens culturais e
históricas paras as gerações futuras.
Com as declarações supracitadas, conclui-se que monumento na perspectiva dos alunos é tido
como um objecto que tem a função de dar uma recordação dos factos do passado, conclui-se
ainda que monumento serve para imortalizar o passado humano. Ainda no mesmo diapasão dá
para entender que para os alunos o monumento é tido como ponto de referência e como fonte
de aprendizado sobre o passado assim como pode ser visto como símbolo de identidade e
orgulho de uma comunidade ou país.
aluno, não apenas no presente, mas para a vida, recorrendo à herança espalhada pela cidade e
estimulando a preservação.
Desta feita, dá-se a conclusão de que os professores de História da Escola Secundária
de Chilembene, embora conheçam as possibilidades de uso de monumento na leccionação
prendem-se no método tradicional limitando-se apenas nos livros e não tem feito o uso do
monumento Samora Machel para aproximar o aluno da realidade, tirando este do abstracto ao
concreto.
2.8.Sobre como utilizar o Monumento no PEA de história
Tendo sido questionados os alunos sobre as suas opiniões em relação às formas de se usar o
monumento Samora Machel no PEA de história, nas suas elocuções os alunos avançaram que
é possível usar-se o monumento Samora Machel no Ensino de História através de uso de
imagens sobre o Monumento, os alunos também apontam o esboço de cartazes envolvendo o
monumento Samora Machel assim como a realização de teatros em que os mesmos poderão
fazer declamações inerentes ao monumento, questionados como isso poderia se
operacionalizar, os alunos disseram que o professor pode orientar debates na sala de aulas
enquanto está exposta a imagem envolvendo o Monumento Samora Machel e isso tornará a
aula mais criativa e os alunos participariam melhor na aula. (A4, Cp, 2023, 15 Agosto).
Zotto (2015) defende que o uso do monumento na sala de aulas é uma das ferramentas chaves
para chamar a atenção do aluno, e quanto mais cria-se campo para debates ligados ao
monumento os alunos participam de forma eficaz na aula.
Em relação as declarações acima, é possível concluir que quanto os alunos assim como o
autor em alusão o uso do monumento na sala de aulas a aula fica cada vez mais atraente e
permite que a aula seja mais envolvente e menos expositiva permitindo cada vez mais a
aplicação do método de elaboração conjunta.
2.8.1. Sobre o aprendizado associado ao Monumento Samora Machel
Sobre os saberes associados ao monumento Samora Machel, à luz da entrevista, na sua
maioria, os alunos disseram que o monumento Samora Machel, permite compreender que o
monumento está relacionado à história de Moçambique e à luta pela independência.
Avançaram ainda que o monumento representa a memória, a liderança e os ideais de Samora
Machel e através do monumento Samora Machel o aluno pode sentir-se motivado pela
coragem, determinação e contribuições de Samora Machel para o país. (A3, Cp, 2023, 15
Agosto).
35
Na óptica dos alunos os monumentos transmitem alguma mensagem não só aos alunos mas
também à comunidade, assim sendo é necessário os alunos tenham um contacto directo com o
monumento pois no momento não só existe estátua mas jaze alí um conhecimento que as
estátuas transmitem para quem visita. (Idem).
No que tange aos conteúdos que podem ser aproveitados no uso do monumento de Samora
Machel, entende-se que a o monumento Samora Machel pode ser utilizado como recurso
didáctico quando se trata do tema relacionado com as fontes históricas.
III CAPÍTULO
ESTRATÉGIAS DE USO DO MONUMENTO SAMORA MACHEL COMO
RECURSO DIDÁCTICO NO PEA DE HISTÓRIA
Neste capítulo, propusemo-nos debruçar sobre as estratégias de uso do monumento de Samora
Machel como recurso de didáctico no processo de ensino e aprendizagem de história.
3.1.Proposta de Novas Estratégias de uso do Monumento
3.1.1.Pesquisas online
Essa estratégia pode se efectivar com a execução de pesquisas detalhadas onde o professor
poderá orientar os alunos a efectuarem pesquisas sobre a vida e o legado de Samora Machel.
O professor pode orientar um trabalho independente aos alunos que consiste em orientar-lhes
para fazerem pesquisas sobre o monumento Samora Machel para posterior debate na sala de
aulas, feito isso terão sido criadas as condições para o debate alargado na turma em torno das
informações obtidas nas pesquisas sobre o Monumento Samora Machel.
No tocante a esta estratégia, um dos alunos (A6), assevera que:
Eu acredito que para entendermos bem sobre o Monumento Samora Machel nas
aulas de história, para além de irmos ao monumento Samora Machel, podemos
usar o Monumento, o Professor pode nos mandar investigar sobre o Monumento
Samora Machel, e depois noutro dia das aulas vamos já debater sobre os
resultados das nossas pesquisas. (Cp, 2023, 15 Agosto).
3.1.2.Análise de fotografias e vídeos
O professor pode juntamente com os alunos fazer a exploração das imagens e vídeos
envolvendo o monumento, bem como eventos relacionados a Samora Machel para entender a
sua importância histórica e simbolismo. O professor pode o usar o vídeo e fotos ligados ao
monumento Samora Machel como matéria de debate na sala de aulas onde após ter se
assistido o vídeo o Professor poderá colocar questões aos alunos sobre o que terão entendido
após terem observado o vídeo, assim sendo o Professor poderá explorar o pensamento dos
alunos em relação ao monumento Samora Machel.
de contas o que terão visto, tornando a aula mais envolvente, e não sendo
imperioso levar os alunos até ao Monumento. (Cp, 2023, 15 Agosto).
“Podemos usar o monumento Samora Machel orientando os alunos a criar projectos artísticos
tais como esboço de cartazes, construção de quadros retratando o monumento Samora Machel
para uma melhor interacção pois o aluno interagirá com o mundo real”. (Cp,2023, 15 Agosto).
3.1.6. Entrevistas
O professor pode explorar didacticamente o monumento Samora Machel convidando as
designadas bibliotecas vivas, guias especializados ou até mesmo historiadores, onde irão dar
seu testemunho ou parecer sobre o Monumento Samora Machel, após as entrevistas, o
professor juntamente com os alunos podem analisar e comparar os diferentes pontos de vista e
informações obtidas para obterem uma compreensão mais completa sobre o Monumento
Samora Machel.
Na perspectiva de um dos Professores (P3) sobre a realização das entrevistas como estratégia
de exploração do Monumento Samora Machel no Ensino de história, deu a entender que:
Nós podemos muito bem usar o Monumento Samora Machel nas aulas de história,
podemos convidar as pessoas que estão abalizadas no assunto para nos brindar
sobre a imagem de Samora Machel, sua maneira de ver as coisas, sua visão sobre
Moçambique, mas é claro que não vamos convidar uma pessoa qualquer mas sim
os nossos avos que vivenciaram o tempo de Samora Machel, então são esses que
virão nos falar do Monumento Samora Machel aqui na Escola. (Cp, 2023, 15
Agosto).
Introdução e motivação
De acordo com Libâneo (2008), esta função didáctica visa a preparação e introdução da
matéria correspondendo especificamente ao momento inicial de preparação para o estudo da
matéria nova e compreende actividades interligadas tais como: preparação prévia do professor
assim como dos alunos; introdução de nova matéria e colocação didáctica dos objectivos.
Assim sendo nesta função didáctica o professor deve buscar a atenção do aluno, e para tal
efectivação o professor deve criar mecanismos de deixar o aluno mais motivado para
acompanhar a aula, tratando-se de uma temática que lida com as fontes históricas, deve antes
de tudo projectar slides com imagens que ilustram o monumento de Samora Machel,
39
questionando aos alunos sobre o que estão observando na imagem e a equiparação da mesma
com a aula a ser dada, assim como pode recorrer a uma visita de estudo, onde o aluno ira
observar in loco o dito na sala de aulas, após isso o professor deve orientar os alunos para
fazer um resumo sobre aquilo que terão visto no local. Fazendo uso desta estratégia, o
professor tornará as suas aulas mais criativas assim como atrairá cada vez mais a atenção dos
alunos.
Mediação e assimilação
Depois de suscitada a atenção e actividade mental dos alunos na etapa anterior (Introdução e
Motivação), este é o momento dos alunos familiarizarem-se com o conhecimento que irão
desenvolver e um dos procedimentos práticos é a apresentação do conteúdo como um
problema a ser resolvido. (Soves, 2001).
A Mediação e Assimilação é o segundo momento da aula, após o professor ter introduzido ou
apresentado o tema a ser leccionado neste caso sobre as fontes históricas, segue-se o momento
em que deve explicar os contornos envolventes do tema, deve explicar tudo sobre o conteúdo
para que os alunos percebam na medida em que a imagem exposta no âmbito da introdução e
motivação e uma das formas elucidativas sobre as fontes materiais por intermédio do
monumento Samora Machel.
Para tal, o professor deverá apoiar-se em várias técnicas e estratégias, conversar com os
alunos em volta do assunto (Monumento Samora Machel), após a observação das imagens do
Monumento Samora Machel o professor poderá colocar as seguintes questões: o que
conseguem ver na imagem e os alunos vão respondendo, que ligação tem o tema em decurso
com a imagem que estão observando. Nesta fase a concepção do professor como transmissor
do conhecimento desaparece.
Domínio e consolidação
Segundo Pilleti (1991) o domínio e consolidação é o momento da aula em que se realizam
acções com a finalidade de sistematizar, reflectir e aplicar.
Finda a etapa de mediação e assimilação, nesta função didáctica o professor deve conseguir o
aprimoramento do novo saber nos alunos, para isso o professor deve criar condições de
retenção e compreensão das matérias através de exercícios e actividades praticas para
solidificar a compreensão e nesta fase em que o professor irá orientar os exercícios sobre as
fontes materiais concretamente o monumento Samora Machel para consolidar a matéria assim
e havendo possibilidade o professor poderá levar os alunos até o monumento de Samora
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Machel e poderá dirigir questões sobre o monumento Samora Machel e o postulado na sala de
aulas.
Controle e Avaliação
Grumberg (2007), assevera que esta etapa permite o acompanhamento de todo o processo
ensino-aprendizagem ao mesmo tempo a conclusão das unidades do ensino. O professor pode
dirigir efectivamente o processo de ensino e aprendizagem e conhecer permanentemente o
grau das dificuldades dos alunos na compreensão da matéria.
Em unanimidade com postulado supracitado, nesta última função didáctica, é o momento em
que o professor ira examinar o grau de compreensão dos alunos em relação a matéria sobre o
Monumento Samora Machel assim como poderá observar as dificuldades que os alunos
apresentavam em torno do tema em debate e para tal, tratando-se das fontes históricas
sobretudo as materiais fazendo alusão a realidade local, o professor deve orientar os alunos
algumas tarefas de casa tais como: mandar esboçar numa cartolina o monumento Samora
Machel, como também pode orientar pequenos grupos de estudos para efectuar uma excursão
ao monumento Samora Machel e posteriormente debater-se na turma sobre o que terão
observado.
IV Conclusão
Finda a pesquisa dá-se a seguinte conclusão, relativamente ao primeiro capítulo cuja
abordagem centra-se na fundamentação teórica sobre o monumento como recurso didáctico
conclui-se que um monumento é tido como uma estrutura física como um edifício, uma
estátua ou memorial cunhado para homenagear uma pessoa ou evento histórico, quanto à sua
origem etimológica, a palavra monumento deriva do latim “monumentum” que significa
lembrança ou memória. Quanto à função didáctica do monumento é de transmitir
conhecimento histórico, cultural e educativo, ajudando os alunos a aprenderem sobre os
eventos passados, personagens importantes e valores culturais, e no que concerne á sua
tipologia, podemos encontrar monumentos históricos, culturais e artísticos.
No segundo capítulo que versa sobre as possibilidades de uso do monumento de Samora
Machel como recurso didáctico, dá-se a conclusão de que existem inúmeras possibilidades de
uso do monumento Samora Machel como recurso didáctico no processo de ensino e
aprendizagem de História, tais como o recurso a exemplificação, também pode se fazer uso do
mesmo através das fontes imagéticas, entrevistas, assim como por intermédio das visitas de
estudos efectuadas no local, contudo diante dessas vastas possibilidades, os professores
apontaram algumas limitações tais como a falta de programação, a insuficiência de tempo e
recursos financeiros para a realização de uma visita de estudo.
V Bibliografia
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Fontes Orais
P1. Natural de Chiguidela. Nascido no dia 18 de Janeiro de 1987, professor na Escola
Secundária de Chilembene. Entrevista realizada no dia 16 de Junho de 2023.
APÊNDICES
46
EXTENSÃO DE MASSINGA
DEPARTAMENTO DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA COM HABILITAÇÕES EM GEOGRAFIA
…………………………………………………………………………………………….
ROTEIRO DE ENTREVISTA DIRIGIDO AOS PROFESSORES
Questionário.
Muito Obrigado!
48
P3 R3 Ainda. Negativo
Caso seja Possível usar-se o
Pergunta
Monumento Samora Machel no
6
Ensino de História como pode se
materializar?
EXTENSÃO DE MASSINGA
DEPARTAMENTO DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA COM HABILITAÇÕES EM GEOGRAFIA
…………………………………………………………………………………………….
ROTEIRO DE ENTREVISTA DIRIGIDO AOS ALUNOS
Questionário
5. Será que é possível usar-se o Monumento nas aulas de História? De que Maneira?
7. Como achas que o Professor deve aplicar o uso do Monumento nas aulas de História?
Muito Obrigado!
55
8 humanidade, seus
9
A10 R Não Negativo
10 Subiste a ideia de que
5 Machel no PEA de
A6 R Monumento é uma estátua. Negativo história.
6 A conclusão resulta do
A7 R Monumento é tudo aquilo que Negativo maior número dos
7 podemos ver e tocar. alunos que afirmaram
A8 R É uma estátua Negativo não ter sido
8 mencionado em
A9 R É uma fonte material. Afirmativo nehuma aula de
9 história o Monumento
A10 R Monumento é uma estátua. Negativo Samora Machel.
10 Quanto a realização de
Pergunta 3 Já falaram de Monumento Samora uma visita de estudo
4 festividades, ou seja
5 carácter avaliativo já