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CONHECIMENTOS

ESPECÍFICOS
História Antiga e Medieval

Livro Eletrônico
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CÓDIGO:
230605169331

DANIEL VASCONCELLOS

Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade


Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas
- UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de
História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no Ensino Médio,
Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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Conhecimentos Específicos
História Antiga e Medieval
Daniel Vasconcellos

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
História Antiga e Medieval. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Elementos Introdutórios dos Estudos Históricos: ciências e disciplinas
auxiliares da História; cronologia; periodização da História; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Ciências e Disciplinas Auxiliares da História . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2. Cronologia; Periodização da História. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2. A Pré-História – Antiga idade da Pedra ou Paleolítico; Nova Idade da Pedra ou
Neolítico; idade dos Metais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1. Antiga Idade da Pedra ou Paleolítico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2. Nova Idade da Pedra ou Neolítico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3. Idade dos Metais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3. Economia, Sociedade e Cultura na Antiguidade: as civilizações do Oriente. . . . . 20
3.1. Mesopotâmia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2. Egito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3. Fenícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.4. Hebreus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.5. Persas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4. Antiguidade Clássica: Grécia: a polis, Atenas, Esparta, civilização helenística;
Roma: Realeza, República e Império. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1. Grécia: a polis, Atenas, Esparta, civilização helenística. . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2. Roma: Realeza, República e Império. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5. Idade Média: povos bárbaros, invasões, reinos bárbaros, o Império Carolíngio;
Império e civilização árabe; Império Bizantino ou Romano do Oriente; o
feudalismo; as Cruzadas (apenas causas e consequências); a Igreja Medieval e
as principais heresias; a cultura medieval. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.1. Povos Bárbaros, Invasões, Reinos Bárbaros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.2. O Império Carolíngio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.3. O Feudalismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

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5.4. A Igreja Medieval e as Principais Heresias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67


5.5. Império Bizantino ou Romano do Oriente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.6. Império e Civilização Árabe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
5.7. As Cruzadas (apenas causas e consequências). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.8. A Cultura Medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Mapas Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Questões Comentadas em Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

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APRESENTAÇÃO
Olá, concurseiro(a)! Seja muito bem-vindo(a)!
Para que você tenha sucesso no seu concurso, por mais que já tenha familiaridade com
o conteúdo que revisará comigo, é importante que você compreenda os tópicos elencados
no edital de acordo com as características avaliativas da banca organizadora.
Sou professor de História, concursado, seguindo carreira na Secretaria de Educação
do Distrito Federal. Sou mineiro, de Patos de Minas, e já trabalhei no sistema de ensino
mineiro, um dos melhores do país. Além disso, desde os idos de 2003, trabalho em cursos
preparatórios para concursos públicos.
Por isso mesmo, tenho certeza de que vou contribuir para sua aprovação. Não é que eu
saiba mais ou menos sobre os conteúdos que revisitará. Você ou outro(a) candidato(a) que
se preparar com este material poderá ter mestrado ou doutorado em algum dos temas do
curso, mas a questão é que, para o concurso público, o que você precisa é estar familiarizado
com o “jeito” da banca, com a forma com que os examinadores lhe cobrarão o conhecimento.
Por mais extenso que seja o conteúdo do edital, não se preocupe: ao final deste curso
você estará muito bem preparado para a realização de sua prova. Se precisar, não se acanhe
em me chamar no Fórum de Dúvidas. Prometo responder o mais rápido possível.
Ah, antes de seguirmos, peço que avalie esta aula ao final de seus estudos. Seu retorno
é muito importante pra que, aqui no Gran, continuemos elaborando matérias que atendam
às suas expectativas e necessidades.
Sem mais, vamos aula!
Bons estudos,
Professor Daniel

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HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL


Professor(a), sinta-se à vontade para saltar os conteúdos que entender estar familiarizado.
Mas não deixe de resolver as questões de concurso da banca nas caixas “Direto do Concurso”
que listei ao final da maioria dos tópicos do edital. Insisto nisso porque, quanto mais
questões da banca você resolver, mais se preparará para a prova. Ah, todas as questões
estão gabaritadas e comentadas!

1. ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS DOS ESTUDOS


HISTÓRICOS: CIÊNCIAS E DISCIPLINAS AUXILIARES DA
HISTÓRIA; CRONOLOGIA; PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA;
Estimado(a), se a história é a ciência que estuda os homens no tempo, tempo, espaço
e sujeito histórico são conceitos fundamentais sem os quais não existe a história.
Os sujeitos históricos podem ser entendidos como sendo os agentes da ação social,
que se tornam significativos para o estudo da História, sendo eles indivíduos, grupos ou
classes sociais, que atuam em grupo ou isoladamente e produzem para si ou para uma
coletividade. A análise dos agentes históricos permite compreender como as decisões e
ações desses atores influenciaram a evolução da sociedade ao longo do tempo.
Outro conceito fundamental da história é a ruptura. A história é a disciplina que estuda
as mudanças que ocorreram ao longo do tempo nas sociedades humanas, sejam elas políticas,
sociais, culturais ou econômicas. A mudança é uma constante na história, e a sua análise
é fundamental para compreender como as sociedades se transformaram e se adaptaram
às novas condições impostas pelo mundo.
A continuidade é outro conceito importante na história. Apesar das mudanças, as
sociedades humanas possuem uma série de elementos que se mantêm ao longo do tempo,
como valores, crenças, instituições e tradições. A análise da continuidade permite entender
como esses elementos se mantêm e se transformam ao longo do tempo, e como eles
contribuem para a identidade de uma sociedade.
Já conceito de causalidade permite entender como os eventos históricos estão
interligados e como um acontecimento pode influenciar outro. A causalidade é um conceito
complexo, que envolve uma série de fatores, como o contexto histórico, as motivações dos
atores envolvidos, as condições sociais, políticas e econômicas, entre outros.
A noção de período histórico é outro conceito fundamental da história. Um período
histórico é um intervalo de tempo que apresenta características distintas, que permitem
separá-lo dos demais. A análise dos períodos históricos permite compreender como as
sociedades se transformaram ao longo do tempo, e como as mudanças em um período
podem influenciar os períodos seguintes.
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Para que se realize a pesquisa em história é necessário utilizar-se das fontes históricas. As
fontes históricas são os itens materiais e imateriais (ou seus vestígios) que são produzidos
pela ação humana. As fontes históricas são fundamentais para que o historiador possa realizar
o seu trabalho de investigação do passado humano. Exemplos: vestígios arqueológicos,
como objetos, construções, roupas, pinturas, fotos, gravações em vídeo, filmes, músicas,
testemunhos orais etc., são utilizados pelos historiadores. Durante esse processo de
diversificação das fontes, os historiadores também começaram uma interlocução maior
com outras áreas do conhecimento. Assim, o que era produzido por áreas como a psicologia,
a antropologia e a arqueologia, por exemplo, começaram a ser utilizado no trabalho de
análise das fontes históricas.
Os historiadores classificam fontes históricas como voluntárias e involuntárias. Nesse
sentido, existem fontes e documentos históricos pensados e construídos de maneira
proposital para registrarem determinados acontecimentos para a posteridade, enquanto
outras fontes não foram necessariamente pensadas como registros para os homens do futuro.

A vida cotidiana é o conjunto de atividades que caracterizam a reprodução dos homens singulares,
os quais, por sua vez, criam a possibilidade de reprodução social. (Agnes Heller, 1991)

Na contemporaneidade, os instrumentos metodológicos e a problematização em relação


à memória como objeto de estudo mudaram muito e são os mais variados. Os estudos
sobre a memória, no âmbito da historiografia, em geral são de forma interdisciplinar
(antropologia, sociologia, psicanalise) auxiliando na compreensão de temporalidades e
experiências, de como o cotidiano configura-se com uma construção social, por meio de
formas simbólicas e representações. Sendo assim, visualiza-se que o estudo da memória
de um grupo, liga-se diretamente ao que Stuart Hall (2012) chama de centralidade cultural,
que gera significações, representações e identidade entre um grupo social.
Quando se trabalha com materiais de linguagem oral, a tendência inicialmente é considerar
a oralidade simplesmente como um material de linguagem empiricamente diferente do da
escrita, e se a consideramos apenas na dimensão empírica, trabalhamos com os mesmos
pressupostos teóricos com que se lidam com a linguagem dos documentos/textos escritos.
Mas se estudamos a oralidade como uma prática discursiva, considerando as suas condições
de produção, os seus sujeitos e a natureza discursiva da memória que nela se produz e
circula, então podemos compreender a oralidade em uma dimensão que vai bem além da
diferença empírica, como lugar do outro (De Certeau, 1975).

A oralidade apresenta-se como instrumento metodológico de primaz importância, na medida


em que possibilita recuperar aspectos individuais de cada sujeito, ao mesmo tempo em que ativa
uma memória coletiva, pois, à medida que cada indivíduo conta a sua história, esta se mostra
envolta em um contexto sócio-histórico que deve ser considerado. Portanto, apesar de a escolha

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do método se justificar pelo enfoque no sujeito, a análise dos relatos leva em consideração as
questões sociais nelas presentes.1

Ainda sobre memória, importante considerar Le Goff, em sua “História e memória”, que
preconiza a existência de duas histórias: a história da memória coletiva e a dos historiadores.
A primeira é essencialmente mística, mas é resultado da vivência da relação entre passado
e presente. Já a dos historiadores carrega do fardo da objetividade. Ainda defende que a
memória é um dos objetos de estudo da história e não a história em si:

Tal como o passado não é a história, mas o seu objeto, também a memória não é a história, mas
um dos seus objetos e simultaneamente um nível elementar de elaboração histórica. (Le Goff,
pg.40)

001. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2014) O autor do fragmento a seguir


relata uma experiência de sala de aula que envolveu o manuseio, pelos alunos, do material
utilizado na produção do papiro.
“Os escritos dos papiros são hoje conhecidos como ‘hieróglifos’, palavra de origem grega que
define qualquer texto considerado sagrado pelas civilizações antigas. Mas os próprios egípcios
chamavam sua escrita de Medu Neter, ‘palavras dos deuses’. Uma dica para os professores
interessados é levar para a sala de aula a planta que gerou os papiros – facilmente encontrável
no Brasil, usada como adorno em muitas casas. (...) O toque nas fibras unidas e entrelaçadas
provoca o questionamento de como é possível termos herdado esse conhecimento de era
tão remota. (...) Colocar a chamada História Antiga em contato com o cotidiano dos alunos
é uma das melhores maneiras de torná-los mais receptivos ao tema e às possibilidades de
analogias em relação ao papiro – o ancestral de nossos livros, revistas e jornais.”
(FERREIRA, Lucas dos Santos. “Milênios na palma da mão” in Revista de História da Biblioteca
Nacional, ano 9, n. 99, p. 80-83, dez. 2013.)
Nessa aula, o professor apresentou, além do papiro, alguns textos religiosos, tratados
cirúrgicos, problemas matemáticos e histórias populares, como documentos da história
egípcia, produzidos há alguns milhares de anos.
As opções a seguir apresentam possíveis objetivos desse trabalho com diferentes linguagens
no ensino de História, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Despertar o interesse dos alunos pela história da civilização egípcia, na Antiguidade.

1
BARROS, Carlos Henrique Farias de, ENSINO DE HISTÓRIA, MEMÓRIA E HISTÓRIA LOCAL. Disponível em: http://www.edu-
cadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/junho2013/historia_artigos/barros.pdf

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b) Apresentar o passado egípcio em linguagem mais acessível aos alunos.


c) Identificar influências de textos egípcios em documentos posteriores.
d) Ressaltar diferenças e semelhanças entre sociedades de épocas distintas.
e) Indicar o processo evolucionista ocorrido desde o primitivo papiro egípcio até a atualidade.

Note que a alternativa “e” é preconceituosa, pois não é objetivo observar uma sociedade
no passado como “atrasada”, como sugere a expressão evolucionista. Todas as outras
alternativas apresentam objetivos educacionais que podem ser alcançados pela metodologia
de análise de fontes referentes aos egípcios na antiguidade.
Letra e.

1.1. CIÊNCIAS E DISCIPLINAS AUXILIARES DA HISTÓRIA


As ciências sociais foram fundamentais para o desenvolvimento da historiografia.
O programa dos fundadores dos Annales buscava praticar uma interdisciplinaridade,
alianças com disciplinas vizinhas para, desta forma, diminuir o isolamento disciplinar das
ciências humanas.
Ao praticarem a interdisciplinaridade com as Ciências Sociais, os Annales se apropriaram
das ideias/conceitos de “estrutura social” e “estrutura temporal”, adequando-as à História,
ao trabalho, aos objetivos e objetos dos historiadores, promovendo uma então inovadora
compreensão do Tempo Histórico: não linear, não matizada na compreensão de processos
sucessivos, enfim, não teleológica. Compreensão essa do Tempo Histórico que já então
conhecida dos sociólogos e geógrafos, pois, comparável “aos movimentos naturais e
incorporam as qualidades desses: homogeneidade, regularidade, medida.” (BRAUDEL, 1969;
VOUVELLE, 1982; POMIAN, 1988 apud REIS, 2000, p. 18).
A própria interdisciplinaridade que caracteriza os Annales pressupõe uma constante troca
metodológica de experiências científicas, formas de análise e explicação. Esta preocupação
teórico-metodológica por parte dos Annales foi bem exposta como forma de questionamento
por Ulisses T. Guariba Neto:

O programa dos “Annales” de intercâmbio de experiências teóricas, que se propõem a objetivar


a ação do homem na história, não responde à necessidade de renovação da prática científica?
Não é todo um programa de epistemologia das ciências do homem que é posto em ação?2

2
GUARIBA NETO, Ulysses T. Leitura da obra de Lucien Febvre e Marc Bloch nos Annales: Introdução a análise do conheci-
mento histórico. 299 p. Tese (Doutorado em História). Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista,
Assis, s.d. p. 201.

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Para efetuar esta renovação metodológica da história, os Annales se aliaram a disciplinas


vizinhas, das quais vale citar as três principais: a escola sociológica durkheimiana, a
geografia humana, principalmente de Vidal de La Blache e, finalmente, da revista lançada
por Henri Berr Revue de Synthèse Histórique.
Além da aproximação das ciências sociais, o contato com a geografia exerce um papel
muito importante posto que se cria uma geo-história, uma busca da relação entre os homens
e o ambiente. Deste contato também temos como resultado, além de uma aproximação
interdisciplinar, mais uma forma de expandir ainda mais a temporalidade, já que o tempo da
geografia, da transformação e adaptação do homem à natureza é também de muita longa
duração. As introduções geográficas incluídas nas monografias regionais que caracterizam
esta primeira fase dos Annales, assim como a história rural assume, desta forma, um papel
decisivo na renovação da compreensão do tempo histórico.
Como disse, a geografia humana da qual os Annales se aproximam estava principalmente
representada pela revista Annales de Géographie e em torno da figura de Vidal de La Blache.
Esta geografia humana produz um tipo de conhecimento muito próximo do que vai ser
produzido pelos Annales: alia-se às ciências sociais, dá ênfase à economia e às sociedades e
recortam seu objeto segundo um espaço. O foco de suas pesquisas são os grupos humanos,
as coletividades em sua relação com o meio, desta forma privilegiando durações mais longas.
Da união da história com as ciências sociais temos o “espírito” dos Annales. Essa relação
de trocas metodológicas, sempre tensas, ainda não pressupõe, contudo, um método comum
das ciências do homem: trata-se de uma troca de conceitos, técnicas e métodos entre as
disciplinas, cada qual mantendo sua especificidade, e tendo em comum o objeto “homem
social”, que na história é considerado na perspectiva das durações. Este ponto foi muito
evidenciado nos escritos metodológicos de Lucien Febvre que buscava constantemente
descaracterizar as compartimentações das ciências humanas.
Da união da história com outras ciências do homem surgiram colaborações como: história
econômica, geo-história, história antropológica etc.

002. (FGV/SME/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - ÁREA HISTÓRIA/2023)

“Talvez Jean de Mandeville, autor medieval cuja identidade é um mistério, não tenha
sido uma figura de carne e osso, mas alguém que conferiu unidade a uma compilação de
relatos de viagem e de textos antecedentes, convencendo seus contemporâneos de que ele
também havia sido um viajante piedoso e um andarilho de Deus. Para contar sua suposta
viagem, Mandeville recolheu relatos, roteiros, crônicas e tratados que circulavam pela Europa

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no século XIV, apresentando um conjunto de viagens, combinadas com referências bíblicas,


lembranças supostamente pessoais, informações sobre percursos de rios, montanhas,
fauna, flora, costumes de terras conhecidas ou imaginadas”.
Adaptado de FRANÇA, Susani S. L. “Introdução”. In: Viagens de Jean de Mandeville, p. 13-18.

Com base no trecho, assinale a afirmativa que caracteriza corretamente o uso de relatos
de viajantes como fonte histórica em situação didática.
a) O recurso a relatos de viajantes justifica-se pela escassez de fontes oficiais sobre uma
determinada sociedade, uma vez que sua veracidade é frágil.
b) A literatura de viagem é um testemunho que informa a respeito do universo cultural da
sociedade que a produziu e por onde circulou.
c) Este tipo de fonte, por sua natureza de testemunho ocular em primeira pessoa, possui
maior credibilidade histórica, desde que submetida a crítica interna e externa.
d) A comparação entre os relatos de viajantes de diversas culturas no mesmo período
permite estabelecer hierarquias entre os saberes.
e) Os registros de viagem são um gênero literário medieval fantasioso, em que se encontram
locais fantásticos e animais monstruosos, não sendo apto à investigação histórica.

A Literatura dá contribuições significativas para o trabalho do historiador.


Letra b.

1.2. CRONOLOGIA; PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA


O tempo não é um assunto apenas abordado pela história. É objeto também de reflexões
no campo da física, geografia, psicologia, dentre outras áreas do conhecimento.
Em história, que é o que nos interessa, pode-se dizer que tempo é a perspectiva de
temporalidade que caracteriza o que denominamos de conhecimento histórico.
A temporalidade, como produção humana, é uma ferramenta da história, mais visível
como referência expressa em calendários e cronologias, demarcando os anos e séculos,
situando acontecimentos, ajudando a organizar as narrativas históricas para facilitar o
entendimento da passagem do homem pelo tempo. Desse modo, dependendo da escola
ou corrente teórica, a percepção das temporalidades interfere diretamente na concepção
de história.
O tempo, portanto, é a categoria principal com a qual o historiador trabalha porque este
só pode construir conhecimentos sobre o passado, a História, descolando-se do presente.
Faz-se necessário formular indagações no presente e embrenhar-se no passado em busca
de respostas. No entanto, o historiador, para não se perder na imensidão do passado, define
um recorte temporal para analisar.

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O recorte sempre será necessário porque nenhum historiador consegue abarcar e


assim recuperar a totalidade dos acontecimentos passados. Ademais, o ‘conteúdo’ desses
acontecimentos é praticamente ilimitado”.
Numa concepção cíclica, não existe apenas um início para a história, mas vários, com
fatos que se sucedem e se repetem ou que impõe rupturas. Desse modo, o conceito de ciclo
foi, pelo menos parcialmente, utilizado para o tratamento das temporalidades pela história
econômica no início do século XX. Assim, a temporalidade linear e a cíclica constituíram um
antagonismo que demonstrou a dificuldade teórica em definir as fronteiras da história, já
que o próprio conceito de tempo, seja físico, social ou histórico, forma um conjunto único,
inseparável, que exige uma visão do conhecimento totalizante.
Isto posto, a temporalidade é mais que uma produção humana, é uma ferramenta
da história. O tempo, contextualizado pelos historiadores, torna-se temporalidade em
narrativas lineares ou cíclicas, com dinâmicas determinadas pela corrente teórica adotada
no processo.
Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, “presentificado”
ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão
do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto
de partida para a compreensão da relação Homem – Natureza e Homem – Sociedade na
perspectiva ocidental.
Avaliar a noção de tempo histórico que se adota em uma pesquisa é fundamental para
o bom exercício da pesquisa histórica, seja ela na academia ou em sala de aula. É necessário
definir previamente, em razão do método adotado, qual é a noção de tempo que se utilizará
na pesquisa histórica. Nesse sentido, é importante tratarmos de dois conceitos, quais
sejam: sincronia e diacronia. Por sincronia, em história, entende-se o conjunto dos fatos
considerados como formando um sistema, num momento dado de uma evolução, sendo a
diacronia, por seu turno, considerada como a sucessão de sincronias. Por sincronia entende-
se ainda, em termos temporais, uma simultaneidade de acontecimentos e de fatos, que
aconteceram ao mesmo tempo.
Quando trabalhamos com a sucessão dos acontecimentos, entramos no universo das
cronologias e dos processos que definem a forma diacrônica. Nesse caso, a palavra é a
linearidade e a sucessão dos acontecimentos. Isso pode ser observado na organização
dos índices dos livros didáticos de História, em que os séculos ou as décadas e os anos são
apresentados numa sucessão linear(diacrônica).
Entretanto, quando precisamos sincronizar os acontecimentos, quando comparamos
épocas ou avaliamos as práticas culturais, sem colocar em primeiro plano os aspectos
da cronologia ou da evolução delas, tendemos a adotar a noção sincrônica do tempo
histórico. Nesse caso, o que importa é a sincronia das diferentes épocas ou práticas sociais,

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sem levar em conta a evolução ou a sucessão. Estuda-se a vida privada, por exemplo, em
diferentes épocas sem preocupação com a linearidade do tempo. A comparação é, portanto,
o fundamento da sincronia.
Todas estas transformações marcaram as relações dos homens com o passado, e atuam
em seu presente tanto em seus atos como nas formas de percepção do passado: do mito
à História, do tempo cíclico ao linear progressivo, do tempo teleológico (relaciona um
acontecimento com seu efeito final) ao devir, da causalidade primária sequencial cronológica
às temporalidades braudelianas (longa duração); da passagem do tempo da natureza ao
tempo social, do tempo do trabalho natural ao tempo do trabalho industrial.
Exercitar-se nessas escolhas de pensar sobre a noção de tempo histórico que se está
operando é importante para a prática profissional e para os bons resultados da pesquisa. Ao
trabalhar com o tempo passado, o historiador precisar enfrentar essa reflexão. Sobretudo,
porque o tempo histórico é uma construção social, uma abstração indispensável, mas de
difícil entendimento.
Qualquer que seja a temporalidade escolhida pelo historiador, ela passa a integrar o
objeto de estudo desde a seleção do tema, na escolha das fontes (escritas, iconográficas,
objetos tridimensionais), no viés analítico do campo e no conceitual teórico selecionado.
A temporalidade escolhida fica interiorizada no objeto e os marcos de periodização, datas
iniciais e finais do estudo, são apenas recortes temporais, que devem guardar coerência
interna, e não elementos de explicação causal. Assim, o século XX pode ser longo ou curto,
dependendo dos critérios do autor e dos elementos selecionados para dar significação e
conteúdo ao que pretende estudar.
A divisão da História é um processo complexo, posto que periodizar significa demarcar
o tempo histórico com marcos significativos e apontar os elementos que caracterizam
o recorte demarcado. A historiografia utiliza de seus critérios para dividir os períodos.
Geralmente, esses critérios estão relacionados aos aspectos de cada época como as mudanças
significativas da humanidade no âmbito cultural, político e social.
A divisão da História atende às convenções sociais, bem como serve para fins didáticos.
Ela é feita levando em conta a indicação de períodos, a definição do tempo histórico e seus
marcos, e o apontamento de elementos característicos do período definido. Os períodos
históricos apresentam características peculiares que os diferenciam entre si. Porém, não
é raro que algumas épocas tenham aspectos em comum com outras.
A divisão da História é feita considerando-se a história do ocidente, incluindo períodos
da pré-história e da história. A divisão da Pré-História compreende os períodos Paleolítico,
Neolítico e Mesolítico. Já a divisão da História abarca a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade
Moderna e a Idade Contemporânea.

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O que importa, na divisão da História, é que suas diferenças características sejam mais
relevantes e significativas do que os elementos de semelhança com outras épocas.
Essas diferenças não devem ser buscadas ao nível dos acontecimentos episódicos (que
estão em permanente mudança), mas ao nível das estruturas, dos processos de longa
duração. Nas civilizações cristãs, convencionou-se que o marco inicial para a contagem do
tempo histórico é o nascimento de Cristo.
Assim, elaborou-se um calendário cristão, em que o ano 1 é aquele que começa com o
nascimento de Cristo. Por isso, as datas anteriores a esse nascimento levam a abreviatura a.C.
(antes de Cristo). Nem todos os povos adotam o calendário cristão: é o caso, por exemplo,
dos muçulmanos e dos judeus.
A origem da linha do tempo nasce com os iluministas do século 18, que dividiram a
história da humanidade em quatro: Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. A partir
daí, construiu-se a ideia de tempo histórico muito ligada a sucessão de grandes fatos. Faz
sentido, afinal o que diferencia a ciência histórica das outras é justamente os marcadores
de espaço e tempo.
A rigor, nenhuma periodização é plenamente adequada para satisfazer tema tão amplo.
A periodização de uma “História geral” será sempre pouco rigorosa, além de imprecisa e
discutível. O problema é que o conceito de tempo histórico vai além da baliza cronológica.
Ele tem a ver com a forma como os sujeitos se relacionam entre si e com sua época. É
fundamental saber que determinados processos provocam mudanças, mas há estruturas
que permanecem.
A seguir, veja a linha do tempo de História Geral. Se necessário, dê um “zoom”:

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003. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR/ÁREA: HISTÓRIA/2014) O trecho a seguir caracteriza, de


maneira sucinta, o calendário gregoriano.
“O calendário gregoriano pode ser representado por uma linha contínua e infinita. Envolve
a compreensão de que cada um dos pontos dessa linha é distinto dos outros e que cada
ponto corresponde a uma datação. As datações são, assim, distintas umas das outras,
especificando um dia, um mês e um ano.”
(BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: História. Brasília: MEC/SEF, 1998, p.99.
Diferentes sociedades criaram concepções de tempo para representar suas temporalidades.
No exemplo do texto acima está presente a concepção de tempo
a) mítica.
b) cíclica.
c) cronológica.
d) salvacionista.
e) escatológica.

Essa é pra gabaritar. Os trechos: “linha contínua e infinita” da primeira frase já mata a
questão.
Letra c.

2. A PRÉ-HISTÓRIA – ANTIGA IDADE DA PEDRA OU


PALEOLÍTICO; NOVA IDADE DA PEDRA OU NEOLÍTICO;
IDADE DOS METAIS
A Pré-História é como conhecemos o período que acompanha a evolução humana a
partir do momento que os hominídeos começaram a usar ferramentas de pedra. Abrange,
aproximadamente, um período que se estende de 3 milhões de anos atrás a 3.500 a.C.,
quando ocorreu o surgimento da escrita.
A Pré-História é, basicamente, dividida entre Paleolítico, Mesolítico (período intermediário)
e Neolítico. Nesses períodos, acompanhamos o desenvolvimento dos hominídeos com a
elaboração de novas ferramentas, além do surgimento do homo sapiens sapiens, há cerca
de 300 mil anos.
A Pré-História é um período da história humana particularmente grande. A sua
nomenclatura e larga duração remetem ao século XIX, quando os primeiros vestígios da

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vida humana pré-histórica começaram a ser encontrados. Isso porque no século XIX existia
a noção de que a História só poderia ser feita por meio de documentos escritos e, assim,
todos os acontecimentos anteriores ao surgimento da escrita ficaram conhecidos como
“Pré-História”.

004. (CESPE/SAEB-BA/PROFESSOR – HISTÓRIA/2011) O período pré-histórico é o mais


longo da vida dos seres humanos na Terra. Na realidade, sabe-se muito pouco sobre os
nossos antepassados, e as descobertas recentes põem diariamente em xeque as teorias
que explicam sua existência e modo de vida. Entretanto, a expressão pré-história continua
vigente, tendo como referência as sociedades humanas que
a) desconheciam a escrita.
b) viviam em cavernas.
c) eram socialmente desorganizadas.
d) desprezavam a vida civilizada.

Fácil, não é mesmo?! O que marca o fim da Pré-história e o início da antiguidade é o


surgimento da escrita.
Letra a.

2.1. ANTIGA IDADE DA PEDRA OU PALEOLÍTICO


O período Paleolítico é conhecido também como Idade da Pedra Lascada e esse nome
faz referência aos objetos que eram utilizados pelo homem para sua sobrevivência, que
eram produzidos exatamente de pedra lascada. Esse período estendeu-se de 3 milhões de
anos atrás a 10.000 a.C. e foi subdividido em três fases que são Paleolítico Inferior, Médio
e Superior.
Cada um desses períodos possui as suas particularidades. O Paleolítico Inferior começa
a ser contado exatamente quando os hominídeos começaram a ter a habilidade de produzir
as primeiras ferramentas para sua sobrevivência. Essas ferramentas foram obra do homo
habilis e do homo erectus (o primeiro hominídeo a ficar numa posição totalmente ereta).
Essa fase estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 250 mil anos atrás.
O Paleolítico Médio compreendeu o período de 250 mil anos atrás a 40.000 a.C. e é
caracterizado, principalmente, pela presença do homem de Neandertal. O homo sapiens já
existia nessa época, uma vez que seu surgimento aconteceu há 300 mil anos. Os estudos

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arqueológicos mostram que nesse tempo o estilo de vida do homem tornou-se um pouco
mais sofisticado com novas ferramentas sendo elaboradas e com o uso do fogo sendo mais
difundido.
Por fim, há também o Paleolítico Superior, que foi de 50.000 a.C. a 10.000 a.C. Nesse
período, as ferramentas utilizadas pelo homem passaram a ser elaboradas em grande
diversidade. Eram produzidos pequenos anzóis, machados, agulhas e até mesmo a arte
começou a ser concebida pelo homem. No caso da arte, o destaque vai para a pintura
rupestre, realizada nas paredes das cavernas.
Abrangendo os três períodos, resumidamente, o Paleolítico é um período em que o
homem sobrevivia da coleta e da caça, sendo fundamental, no caso da caça, a elaboração
de ferramentas para auxiliá-lo na obtenção do alimento. Por depender da caça e coleta, o
homem era nômade e mudava de lugar quando os recursos do local que estava instalado
ficava escasso.
Como a temperatura geral da Terra era mais amena, sobretudo nos períodos de glaciação,
o homem vivia nas cavernas para proteger-se do frio. As ferramentas utilizadas poderiam
ser feitas de ossos, pedras e marfim. No fim do Paleolítico, o ser humano começou a
experimentar as primeiras experiências religiosas. O desenvolvimento do estilo de vida dos
homens fez com que eles desenvolvessem rituais funerários, por exemplo.

005. (AMEOSC/PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE – SC/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022)


Quais acontecimentos estão associados ao período do Paleolítico?
I – Domesticação de animais e agricultura.
II – O homo erectus aprendeu a manusear e produzir fogo.
III – A consolidação da autoridade eclesiástica.
Após análise, marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas, III está correta.
b) Apenas, II.
c) I, II e III.
d) Apenas, I e II estão corretas.

Afirmativa I: Errada. A domesticação de animais ocorreu no neolítico.


Afirmativa III: Errada. Não havia instituições religiosas no Paleolítico que exercessem o poder.
Letra b.

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2.2. NOVA IDADE DA PEDRA OU NEOLÍTICO


O Mesolítico é uma fase intermediária entre o Paleolítico e o Neolítico que aconteceu
em determinadas partes do mundo. Os especialistas em Pré-História destacam que o
Mesolítico aconteceu, sobretudo, em locais onde houve glaciações intensas, na Europa e
em partes da Ásia, e estendeu-se entre 13.000 a.C. e 9.000 a.C.
Esse período marcou a decadência dos agrupamentos humanos que viviam exclusivamente
da caça em detrimento daqueles que eram caçadores e coletores. Ficou marcado também
pelo desenvolvimento da olaria (produção de cerâmica) e da técnica para produção de
tecidos. Considera-se o fim desse período o momento em que a agricultura foi desenvolvida.
O Neolítico é a última fase do período pré-histórico e estendeu-se de 10.000 a.C. até
3.000 a.C. Essas datas (que são aproximativas) assinalam dois marcos importantes para
a história do desenvolvimento humano. Primeiro, houve o surgimento da agricultura, um
importante marco para a sobrevivência do homem e, por fim, houve o desenvolvimento
da escrita.
Com o desenvolvimento da agricultura, o homem conseguiu mudar radicalmente o
seu estilo de vida, uma vez que a agricultura permitia o homem fixar-se em um só local
(sedentarização do homem), sobrevivendo de tudo o que ele produzia. O domínio da
agricultura também levou o homem a desmatar a floresta e desenvolver campos de plantio.
Junto do desenvolvimento da agricultura veio também a domesticação dos animais, que
auxiliava o homem no transporte de carga, na agricultura, como animal de tração, servia de
alimento e até mesmo como meio de transporte. Todas essas novidades, que possibilitaram
a sedentarização humana, resultaram na formação de enormes agrupamentos humanos
que, com o tempo e conforme cresciam, tornaram-se as primeiras cidades do mundo.
O Neolítico também ficou marcado pelo desenvolvimento da arquitetura, o que permitia
o homem construir casas de pedra e construções megalíticas. Essas últimas, até hoje, não
tiveram sua finalidade muito bem esclarecidas pela arqueologia. A olaria surgiu em muitos
lugares e foi aprimorada em outros.
Ao passo que os agrupamentos humanos cresciam, as sociedades que se formavam
tornavam-se mais complexas e mais desiguais, uma vez que as pessoas que estavam
diretamente envolvidas com o gerenciamento dos recursos tornavam-se mais importantes
e mais influentes.
O fim do período Neolítico ficou marcado pelo desenvolvimento da metalurgia, isto é, a
capacidade de produzir ferramentas a partir da fundição de metal e pelo desenvolvimento
da primeira forma de escrita da humanidade, a escrita cuneiforme.

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2.3. IDADE DOS METAIS


Já na antiguidade, o desenvolvimento de técnicas de fundição de metais possibilitou
o abandono progressivo dos instrumentos de pedra. O primeiro metal a ser fundido foi o
cobre, posteriormente o estanho. Da fusão desses dois metais, surgiu o bronze, mais duro
e resistente, com o qual fabricavam espadas, lanças etc. Por volta de 3000 a.C. produzia-se
bronze no Egito e na Mesopotâmia.
A metalúrgica do ferro é posterior. Tem início por volta de 1500 a.C., na Ásia Menor. Por
ser um minério mais difícil de ser trabalhado difundiu-se lentamente. Em razão da sua
superioridade para a fabricação de armamentos, o ferro contribuiu para a supremacia dos
povos que souberam utilizá-lo com essa finalidade.

006. (IF-SC/IF-SC/PROFESSOR - HISTÓRIA/2015)


“No fim do paleolítico — idade da pedra lascada — há 12.000 anos, após centenas de milhares
de anos de evolução biológica e cultural, as sociedades humanas haviam chegado a fabricar
utensílios cada vez mais variados, aperfeiçoados e especializados, graças aos quais tinham
desenvolvido modos de predação (caça, pesca, coleta) diferenciados, adaptados aos meios
mais diversos. Essa especialização foi acentuada no neolítico — idade da pedra polida — e
foi ao longo desse último período da Pré-história, menos de 10.000 anos depois, que várias
dessas sociedades, entre as mais avançadas do momento, iniciaram a transição da predação
à agricultura.” (MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo:
do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora UNESP; Brasília: NEAD, 2010. p.97)
Nesse contexto de transição entre o paleolítico e o neolítico ocorreu a Revolução Neolítica,
considerada resultado de inovações tecnológicas que permitiram novas formas de organização
das sociedades humanas. A respeito desse assunto, leia com atenção as afirmações abaixo
e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) Apesar das diferenças existentes entre as regiões caçadoras-coletoras para as áreas


de irradiação da atividade agrícola, os sistemas de linguagem das sociedades pré-
históricas não se alteraram.
( ) A existência de grupos humanos agrícolas e grupos pastoris é resultado de uma
fragmentação da sociedade pré-histórica, acarretando no desenvolvimento de um
sistema técnico especializado em cada um desses grupos e a natural dissociação
dos mesmos.

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( ) Os cultivos agrícolas neolíticos utilizaram-se das técnicas de derrubada e queimada


dos terrenos arborizados, o que resultou em um desmatamento da região que
também foi aproveitado para o desenvolvimento da pecuária.
( ) O aumento populacional propiciou mudanças no modo de vida, como, por exemplo, o
estabelecimento de novas formas de moradia. Os grupos humanos saíram das cavernas
e se agruparam em pequenos vilarejos a partir de um processo de sedentarização
condicionado a uma série de inovações técnicas e tecnológicas.
( ) Um dos centros originários da revolução agrícola neolítica foi o Oriente Próximo.
Essa região passou por mudanças climáticas devido ao aquecimento do clima que
fez com que as savanas substituíssem a estepe fria, favorecendo a exploração do
solo. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo.

a) F, V, V, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, V, V
d) V, F, V, V, V
e) V, V, V, F, V

A primeira afirmativa é falsa porque houve uma variedade de sistemas de linguagem, só


não compartilhavam da escrita.
A segunda afirmativa também é falsa pois foi a agricultura que promoveu o surgimento de
grupos pastoris. A divisão social do trabalho especializado ocorre somente nas primeiras
cidades, já na antiguidade.
Letra c.

3. ECONOMIA, SOCIEDADE E CULTURA NA ANTIGUIDADE:


AS CIVILIZAÇÕES DO ORIENTE
A Antiguidade compreende 4.000 a.C., com o surgimento da escrita, até a Queda do
Império Romano do Ocidente, em 476 d.C.
São considerados povos do Oriente Próximo as civilizações Egípcia, Mesopotâmica,
Hebraica, Fenícia. Vamos a elas:

3.1. MESOPOTÂMIA
Querido(a), Egito e Mesopotâmia são considerados pela historiografia o berço das
primeiras civilizações. Foram as primeiras a se organizarem politicamente em estruturas
hierárquicas e a instituírem uma organização jurídica. São chamadas de civilizações
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hidráulicas ou de regadio, em função de surgirem graças à necessidade de aproveitamento


dos recursos hídricos.
Localizada no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia (do grego
“terra entre rios”) foi a área onde hoje está localizado o Iraque, ou seja, entre a Ásia,
África e Europa.
É considerada uma das mais antigas civilizações da história e vários povos habitaram
essa região entre os séculos V e I a.C., destacando os sumérios, assírios, caldeus, amoritas,
acádios e babilônicos. Os povos da Mesopotâmia que criavam gado, eram agricultores,
artesãos, mineiros, desenvolveram a escrita cuneiforme e os veículos de rodas.

Localização da Mesopotâmia

Escrita Cuneiforme

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A sociedade mesopotâmica era dividida em duas partes que formavam uma pirâmide,
sendo o topo o local onde os membros da família real, nobres, sacerdotes e militares
ficavam. Já a parte inferior ficava com as camadas menos favorecidas, como os artesões,
camponeses e escravos.

Pirâmide social da Mesopotâmia

A mesopotâmia teve sua formação ligada à vários povos que ocuparam a região entre
o rio Tigre e Eufrates. Vamos a eles:
Sumérios: Povo que se destacou na história pela produção de um complexo sistema de
controle da água dos rios, com canais de irrigação, barragens e diques. Também contribuíram
desenvolvendo a escrita cuneiforme, por volta de 4.000 a.C. Vale lembrar que os sumérios
eram excelentes arquitetos e construtores, tanto que chegaram a desenvolver os zigurates,
construções em formato de pirâmide que armazenavam os produtos agrícolas e também
serviam como templos religiosos.

Zigurate da cidade de Ur. Figura e desenho de um Zigurate

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Babilônios: Com as suas cidades construídas às margens do rio Eufrates, os babilônios


foram responsáveis pelo primeiro código de leis conhecidos até então. Baseado nas Leis de
Talião (olho por olho, dente por dente) o Imperador Hamurabi desenvolveu um conjunto
de leis para organizar e controlar a sociedade. Conhecido como Código de Hamurabi, a lei
determinava que todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao crime
cometido. O Imperador Nabucodonosor II foi o responsável pela construção dos famosos
jardins suspensos da Babilônia e a Torre de Babel.
Assírios: Ficaram conhecidos na história pela organização e desenvolvimento militar,
pois encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver
a sociedade. Utilizavam carros de Guerra e Arqueiros. Eram povos muito brutos e cruéis
com os inimigos conquistados, sofrendo como consequência desses atos uma série de
revoltas populares. Tamanho poderio militar levou à expansão dominado a Palestina e o
norte do Egito.
Caldeus: Os caldeus, de origem semita, habitaram a região conhecida como Baixa
Mesopotâmia no primeiro milênio antes de Cristo. Entre 612 a.C. e 539 a.C., formaram um
império na Mesopotâmia (Segundo Império Babilônico). O auge do Império Caldeu ocorreu
em 587 a.C., quando Nabucodonosor conquistou os judeus de Jerusalém e ampliou o
território do império. Portanto, Nabucodonosor II foi o mais importante imperador caldeu.
Após a morte deste imperador, o império babilônico foi conquistado pelos persas, em
539 a.C., sob o comando do rei Ciro.

007. (FGV/ADMINISTRAÇÃO/2015) A notícia a seguir foi publicada em 26/02/2015: O Estado


Islâmico destruiu uma coleção de estátuas e esculturas inestimáveis no norte do Iraque
que remontam à antiga era assíria, de acordo com um vídeo publicado na Internet. O vídeo
dos militantes islâmicos radicais mostrou homens atacando os artefatos, alguns deles
identificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo
se tratar de símbolos de idolatria. [...] Os artigos destruídos parecem ser de um museu
de antiguidades na cidade de Mosul, no norte iraquiano, tomada pelo Estado Islâmico em
junho passado, afirmou um ex-funcionário do museu à Reuters. Os militantes derrubaram
as estátuas de suas colunas, despedaçando-as no chão, e um homem usou uma furadeira
elétrica em um touro alado. Isabel Coles e Saif Eldin Hamdan. Combatentes do Estado
Islâmico destroem antiguidades no norte do Iraque. Reuters Brasil. 26/02/2015. Disponível
em: http://br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRKBN0LU1PO20150226.

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Sobre as antigas civilizações que se desenvolveram na região do atual Iraque, é correto


afirmar:
a) As primeiras sociedades da Mesopotâmia desenvolveram-se a partir da expansão islâmica,
cujos integrantes combateram intensamente as crenças politeístas.
b) Em torno do século VII a.C., o Império Assírio, conhecido pela utilização de carros de
guerra, incluiu em seus domínios a Palestina e o norte do Egito.
c) As principais atividades econômicas desenvolvidas na Mesopotâmia entre os séculos IX
e VII a.C. eram a pecuária e a comercialização de tecidos e pedras preciosas.
d) Do ponto de vista político, o Império Assírio estava organizado em Cidades-Estado que
implementaram a participação democrática de seus cidadãos.
e) O surgimento do monoteísmo judaico na Mesopotâmia deixou marcas culturais profundas
que contribuíram para a difusão da religião muçulmana com o Império Assírio.

Entre os séculos IX e VII a.C., a Mesopotâmia viveu o domínio do Império Assírio, que teria
sua derrocada em 612 a.C., na Revolta de Nínive, eclodida poucos anos após a morte do
rei Assurbanípal. Contudo, nesse período de domínio do Império Assírio, houve a última
expansão territorial, com seu exército típico, repleto de arqueiros e carros de guerra, em
que os limites do Império ampliaram-se até as regiões da Palestina e norte do Egito.
Letra b.

De forma geral, tinham crença em vários deuses ligados à natureza, portanto eram
politeístas.
A política tinha uma forma de organização com base na centralização do poder para
uma única pessoa (Rei ou Imperador) governar em todos os âmbitos.
Já a economia desses povos era baseada na agricultura e comércio nômade de caravanas.
Com a região muito bem localizada, a Mesopotâmia podia garantir a sua população água
boa para consumo, rios para pesca e transporte pelos rios Tigre e Eufrates, que cercavam
a civilização.
Um outro ponto positivo dos rios era as cheias que davam em certas épocas do ano,
pois elas fertilizavam as margens e garantiam um excelente local para praticar as técnicas
agrícolas.
A escrita foi se desenvolvendo para controlar a produtividade agrícola. As primeiras
plaquetas de argila que continham a escrita cuneiforme, típica dos sumérios, demonstraram
que eram importantes justamente para esse controle.
Por ser uma sociedade muito desenvolvida, a rivalidade e cobiça dos povos vizinhos
geraram várias lutas, que eram constantes. Apesar da vantagem geológica, os povos da
Mesopotâmia acabaram vencidos e conquistados pelos persas em 331 a.C.

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A principal arte da antiga Mesopotâmia foi, sem dúvida, a arquitetura, principalmente


voltada para a construção de templos e palácios. Como vimos, os templos, chamados
zigurates, possuíam na parte superior uma torre piramidal de base retangular, composta de
vários pisos superiores. Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto
podia ser um santuário como um local de observação de astros.
A pintura e a escultura eram artes decorativas. Retratavam principalmente temas
religiosos e guerreiros e embelezavam o interior dos templos e palácios, com destaque para
baixos-relevos para assírios.
Os mesopotâmicos utilizavam a escrita cuneiforme criada pelos sumérios. Essa escrita,
como as demais, é uma extraordinária fonte histórica, pois, através da leitura das plaquetas
que chegaram até nós, podemos conhecer parte das leis, da literatura, das criações científicas,
das práticas comerciais e religiosas e do comportamento social dos povos que viveram
entre os rios Tigre e Eufrades.
Os babilônicos acreditavam na existência de uma relação entre os astros e o destino dos
homens, e, por isso mesmo, a astronomia era sua ciência predileta. Eles foram os primeiros
a fazer a distinção entre planetas e estrelas, a observar várias fases da Lua, os eclipses e
etc. Criaram os signos do zodíaco, dividiram o ano em 12 meses, a semana em 7 dias e o
dia em 12 horas duplas. Foram também os principais responsáveis pelo desenvolvimento
da matemática.

3.2. EGITO
Prezado(a) aluno(a), a civilização egípcia surgiu, como já dito, da necessidade de
aproveitamento dos recursos hídricos. Várias comunidades surgiram às margens do rio
Nilo (nomos: núcleos familiares organizados em pequenas cidades-estado) e enfrentavam
problemas como enchentes e secas. Para superar essas questões, foi necessário a organização
de um grande contingente de mão de obra para construção de represas e diques.
Como a agricultura era difícil - tanto por causa do deserto, quanto por causa da
sazonalidade do rio Nilo -, esses nomos acabaram se unindo com o passar do tempo (não
se conhece a data precisa), dando origem a dois reinos: o do Norte (Baixo Egito) e o do Sul
(Alto Egito). De acordo com a tradição, o rei Menés teria unificado ambos os reinos por
volta do ano 3.000 a.C., tornando-se o primeiro faraó (título do rei egípcio), ou como se
dizia na época “o senhor das duas terras”, inaugurando assim a primeira dinastia do Egito.
A unificação garantiu a centralização política e administrativa dos vários nomos egípcios,
o que facilitou a organização eficaz do trabalho da sociedade nas obras públicas, para
manter o controle das águas e a construção de sistemas de irrigação do solo, garantindo
a ampliação da agricultura e da pecuária, levando ao crescimento das cidades.

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A partir de então, os nomos passaram a ser unidades administrativas dentro do Egito,


englobando várias cidades, e os nomarcas passaram a se subordinar diretamente ao faraó.
A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do rio Nilo, ocupando uma faixa de terra
cuja largura média entre 10 e 20 quilômetros e que se estendia por cerca de mil quilômetros.
Era extremamente dependente do rio, tanto para a manutenção das atividades agrícolas e a
pecuária, como para o transporte de mercadorias e comunicação entre as diversas cidades.
Tão apropriada era a navegação entre as várias regiões banhadas pelo Nilo, que os egípcios
não precisaram construir estradas.
A história do Egito divide-se em três fases: o Antigo Império; Médio Império e o Novo
Império. Ao longo desses três períodos, o Egito atingiu o apogeu. Porém, a partir do século
VII a.C. o Egito foi invadido por vários povos e perdeu o seu antigo esplendor. A seguir, uma
rápida explanação sobre cada período.
Antigo Império (3200 a.C. – 2100 a. C.)
Durante o Antigo Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que
permitiram a expansão da agricultura; são desse período ainda as grandes pirâmides dos
faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital
do Egito na época.

Pirâmide de Quéops

As pirâmides eram túmulos dos faraós. Para o seu interior era levada grande quantidade
de objetos que pertenciam ao soberano, como móveis, joias e outros objetos preciosos.
Durante o Antigo Império, o faraó conquistou amplos poderes. Isso acabou gerando
alguns conflitos: os grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos nomos não
aceitaram a situação e procuraram diminuir o poder do faraó. Essas disputas acabaram
por enfraquecer o poder político do Estado.

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Médio Império (2100 a.C. – 1580 a.C.)


Durante o Médio Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A capital
passou a ser Tebas. Nesse período, conquistas territoriais trouxeram prosperidade econômica.
Mas algumas agitações internas voltariam a enfraquecer o império, o que possibilitou,
por volta de 1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo nômade de origem asiática. Os hicsos
permaneceram no Egito cerca de 170 anos.
Novo Império (1580 a.C. – 715 A.C.)
O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas
territoriais. Em seu final ocorreram agitações internas e outra onda de invasões. Devido ao
enfraquecimento do Estado, o Egito foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670
a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos (30 a.C.)
Inicialmente, os egípcios se organizaram por meio de um conjunto de comunidades
patriarcais chamadas de nomos. Os nomos eram controlados por um chefe chamado
nomarca. Os nomos se agrupavam em duas regiões distintas, que formavam dois reinos
rivais: o reino do Alto Egito e o reino do Baixo Egito.
Por volta de 3.200 a.C. o reino do Norte dominou o reino do Sul, unificando assim, o
Egito. O responsável por essa união foi Menés, que passou, então, a ser chamado de faraó,
cujo significado é “casa grande”, “rei das duas terras”. O poder dos reis passava de pai para
filho, isto é, era hereditário. Como os egípcios acreditavam que os faraós eram deuses ou,
pelo menos, representantes diretos dos deuses na Terra, a forma de governo que se instalou
foi chamada de monarquia teocrática.
A ilustração a seguir representa como era dividida a sociedade no Antigo Egito:

Pirâmide social do Egito Antigo

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Como podemos perceber, a sociedade egípcia era organizada em torno do faraó, senhor
de todas as terras e de todas as pessoas. Ele era responsável pela justiça, pelas funções
religiosas, pela fiscalização das obras públicas e pelo comando do exército. O faraó era
considerado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre eles e a população. Em
sua honra, realizavam-se inúmeros cultos.
Abaixo do faraó, e em ordem de importância, estavam o Vizir do Alto Egito, o do Baixo
Egito e o Sumo-Sacerdote de Amon-Rá, um dos principais deuses do Egito Antigo. Os
vizires contavam com a ajuda dos supervisores e dos nomarcas, isto é, os governadores dos
nomos, os distritos do Egito. Os nomarcas por sua vez, eram auxiliados pelos funcionários
do governo, os escribas, que sabiam ler e escrever.
A centralização política do Egito não foi de fato uma constante em sua história. Vários
episódios de dissolução do Estado podem ser observados durante sua trajetória. Por volta
de 2.300 a.C., uma série de contendas internas e invasões deram fim à supremacia do faraó.
Nos três séculos subsequentes os nomos voltaram a ser a principal unidade de organização
sócio-política. Esse primeiro período que vai da unificação ao restabelecimento dos nomos
corresponde ao Antigo Império.
Ao fim do século XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graças aos esforços do
faraó Mentuhotep II. A servidão coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a construção
de vários canais de irrigação e a transferência da capital para a cidade de Tebas. Mesmo
sendo um período de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura egípcia, o Médio
Império chegou ao seu fim em 1580, com a dominação exercida pelos hicsos.
A presença estrangeira serviu para que os egípcios se unissem contra a presença dos
hicsos. Com a expulsão definitiva dos invasores, temos o início do Novo Império.
Nessa época, presenciamos a dominação egípcia sob outros povos. Entre as civilizações
dominadas pelos egípcios, destacamos os hebreus, fenícios e assírios. Tal expansão das
fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comercias durante o Novo Império.
O Novo Império, considerado o mais estável período da civilização egípcia, teve seu fim
com a deflagração de uma série de invasões. Os assírios, persas, macedônios e romanos
invadiram e controlaram o Egito ao longo da Antiguidade. Ao longo de mais de 2500 anos,
os egípcios ainda foram alvo do controle árabe, turco e britânico.
Querido(a) aluno(a), trataremos dos Hebreus e Fenícios no tópico “1.4” da nossa aula.
É um recurso didático para não ficarmos indo e voltando no conteúdo ok.

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008. (FGV/SME/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/2016)


“O Egito já não são apenas os faraós, mas também as muitas e muitas aldeias, não há
apenas continuidade, mas mudança, mostra-se que ali conviviam povos e culturas variadas:
egípcios, núbios, hícsos, hebreus, gregos, romanos. A Mesopotâmia já não é apenas o mundo
dos déspotas precursores de Saddam Hussein, mas um local onde a variedade cultural
produziu uma infinidade de reflexões, muitas delas profundamente enraizadas em nossa
própria cultura. Os hebreus já não são apenas precursores do cristianismo, mas fazem parte
de nossa própria maneira de conceber o mundo. A Antiguidade tampouco inicia-se com a
escrita, mas, cada vez mais, busca-se mostrar como o homem possui uma História Antiga
multimilenar, anterior à escrita em milhares de anos.”
FUNARI, Pedro Paulo “A renovação da História Antiga” in KARNAL, Leandro (Org.) História
na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. Contexto, 2015, p. 97.)
Nesse trecho, o autor se refere à renovação da História Antiga nos livros didáticos brasileiros
ocorrida nas últimas três décadas. A respeito das inovações interpretativas que permitiram
sua renovação, analise as afirmativas a seguir.
I – A revisão da concepção oitocentista da dualidade entre Oriente e Ocidente desconstruiu a
visão eurocêntrica da História Antiga, até então considerada a etapa fundadora da História
Universal.
II – A incorporação de novos temas, como, por exemplo, o das relações de gênero, ressignificou
o estudo da História Antiga em função da relação entre o mundo contemporâneo em que
vivemos e a experiência social da Antiguidade.
III – A crítica à hegemonia dos documentos escritos e a incorporação da cultura material,
pelo estudo de edifícios, estátuas, cerâmica e pinturas, possibilitaram o fortalecimento de
uma história política da Antiguidade. Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

A afirmativa III é errada porque o texto exalta a renovação do estudo sobre a história egípcia
com aspectos mais amplos. No entanto, não faz uma crítica específica sobre a história dos
faraós. A primeira oração do texto “O Egito já não são apenas os faraós” não descarta a
história política dos faraós, mas diz que existe mais história do que essa. Portanto, não à
critica, mas a entende como uma parte.
Letra d.
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A religião no Egito Antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A prática
religiosa era muito valorizada na sociedade egípcia, sendo que os rituais e cerimônias ocorriam
em diversas cidades. A religião egípcia teve grande influência em várias áreas da sociedade.
Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este povo,
os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas. Havia também
deuses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de animal sagrado
(antropozoomorfia). Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça
de chacal num corpo de ser humano. Os egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos
deuses. Era uma forma de conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas
vidas. Existiam diversos templos, que eram construídos em homenagem aos deuses. Cada
cidade possuía um deus protetor.
Outra característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a morte. De
acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado
e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia
uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração.
Nas esculturas era observada a lei do frontalidade, ou seja, o corpo humano era
representado de frente e dividido em duas partes iguais, e o hieratismo, ou seja, a rigidez.
Nas pinturas era utilizada a pintura afresco, e as pinturas eram representadas com o
rosto, pés e pernas de perfil, enquanto que os olhos e o tórax eram vistos de frente. Eram
representadas cenas do cotidiano nas pinturas, e tinham também a função decorativa. A
pintura era realizada principalmente na folha de papiro.
Os egípcios sabiam lidar bem com cálculos e faziam previsões das cheias do Nilo.
A literatura era basicamente em cima da ideologia religiosa e moral. Um dos livros mais
importantes da literatura egípcia é o Livro dos Mortos ou Livro Sagrado, que seria para
eles como uma bíblia.
Para eles havia 360 dias divido em 12 meses, mais 5 dias de festas religiosas. O calendário
baseava-se no movimento do Sol. As estações eram ditas conforme a agropecuária: verão,
estação das cheias e inverno.
Por possuírem a crença na imortalidade, a morte seria passageira e a vida retornaria
para o corpo. Porém, o retorno à vida aconteceria somente se o corpo do moribundo fosse
conservado.
Se a alma (Rá) não voltasse para o corpo (Ká), significava que o corpo não tinha sido
conservado. Parte daí a importância da mumificação dos corpos, do embalsamento e
da conservação, para evitar a decomposição. Para isso, existiam técnicas avançadas de
mumificação para os nobres e técnicas mais simples para os pobres.
As avançadas técnicas de mumificação desenvolvidas no Egito Antigo contribuíram
para o desenvolvimento da medicina. Os médicos egípcios faziam cirurgias, cuidavam de

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fraturas, conheciam a anatomia humana. Além da técnica de preservar os corpos através


da mumificação, os egípcios precisavam desenvolver um método de proteger os corpos
contra saqueadores, daí a construção de enormes túmulos.
Os túmulos garantiriam a conservação dos corpos. Geralmente quando uma pessoa
rica (faraó), que ostentava poder, morria, seu corpo era mumificado e posteriormente
colocado nos túmulos que eram considerados uma verdadeira habitação. Neles, o faraó
e suas riquezas eram enterrados em uma câmara real e os seus criados (empregados),
escribas, sacerdotes e animais em outras câmaras mais simples.

No Egito Antigo a escrita mais usada era conhecida como escrita hieroglífica, pois era
baseada em hieróglifos. Estes eram desenhos e símbolos que representavam ideias, conceitos
e objetos. Os hieróglifos eram juntados, formando textos. Esta escrita era dominada,
principalmente, pelos escribas. Os egípcios escreviam, usando os hieróglifos, no papiro
(espécie de papel feito de uma planta de mesmo nome) e também nas paredes de pirâmides,
palácios e templos. Estes hieróglifos são a principal fonte histórica para entendermos a
história desta importante civilização antiga. Poucos egiptólogos (estudiosos do Egito Antigo)
conseguem decifrar a escrita hieroglífica. Jean-François Champollion, egiptólogo e linguista
de nacionalidade francesa, fez a decifração dos hieróglifos egípcios. Isso aconteceu entre
os anos de 1822 e 1824, usando a Pedra de Roseta como fonte.

3.3. FENÍCIOS
A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. Os fenícios
eram povos de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita
faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o
mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual
Líbano e uma pequena parte da Síria.
Por habitarem uma região montanhosa e com poucas terras férteis, os fenícios dedicaram-
se à pesca e ao comércio marítimo. As cidades fenícias que mais de desenvolveram na
antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.
O solo montanhoso da Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola e pastoril.
Vivendo como que espremido em seu território, o povo fenício percebeu a necessidade de
se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.

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Entre os fatores que favoreceram o sucesso comercial e marítimo da Fenícia, podemos


destacar que a região:
• Era muito encruzilhada de rotas comerciais, escoadouro natural das caravanas de
comercio que vinham da Ásia em direção ao Mediterrâneo;
• Era rica em cedros, que forneciam a valiosa madeira para a construção de navios;
• Possuía bons portos naturais em suas principais cidades (Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro);
• Tinha praias repletas de um molusco (múrice), do qual se extraía a púrpura, corante
de cor vermelha utilizando para o tingimento de tecidos, muito procurados entre as
elites de diversas regiões da Antiguidade.
A Fenícia era, na verdade, um conjunto de Cidades-Estado, independentes entre si.
Algumas adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho
de Anciãos. As cidades fenícias disputavam entre si e com outros povos, o controle das
principais rotas do comércio marítimo.
Comercializavam com grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo,
guardando em segredo as rotas marítimas que descobriam.
Considerável parte dos produtos comercializados pelos fenícios provinha de suas oficinas
artesanais, que dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, joias de ouro e de
prata, estátuas religiosas); à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura de
tecidos (merecem destaque os tecidos de púrpura).
Por sua vez, importavam de várias regiões produtos como metais, essências aromáticas,
pedras preciosas, cavalos e cereais. Tiro era a principal cidade que se dedicava ao comércio de
escravos, adquirindo prisioneiros de guerra e vendendo-os aos soberanos do Oriente próximo.

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Expandindo suas atividades comerciais, os fenícios fundaram diversas colônias que, a


princípio, serviam de bases mercantis. Encontramos colônias fenícias em lugares como
Chipre, Sicília, Sardenha e sul da Espanha. No norte da África, os fenícios fundaram a
importante colônia de Cartago.
Devido a necessidade de controlar e facilitar o comércio, os fenícios desenvolveram
um alfabeto. O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes, e era, portanto,
muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. O alfabeto fenício serviu
de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou
o alfabeto atualmente utilizado no Brasil.

Alfabeto fenício

A religião dos fenícios era politeísta e antropomórfica. Os fenícios conservaram os


antigos deuses tradicionais dos povos semitas: as divindades terrestres e celestes, comuns a
todos os povos da Ásia antiga. Entretanto, como fato estranho, não deram maior importância
às divindades do mar.
Cada cidade tinha seu deus, Baal (senhor), associado muitas vezes a uma entidade
feminina - Baalit. O Baal de Sidon era Eshmun (deus da saúde). Biblos adorava Adônis (deus
da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldeia Ihstar; a grega Astarteia),
deusa dos bens terrestres, do amor e da primavera, da fecundidade e da alegria. Em Tiro
rendia-se culto a Melcart e Tanit.
Para aplacar a ira dos deuses sacrificavam-se animais e, às vezes, realizavam-se terríveis
sacrifícios humanos. Queimavam-se, inclusive, os próprios filhos. Em uma ocasião, 200
recém-nascidos foram lançados, ao mesmo tempo, ao fogo - enquanto as mães assistiam,
impassíveis, ao sacrifício.

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009. (FGV-SP/VESTIBULAR/2001) Das alternativas abaixo, a que melhor caracteriza a


sociedade fenícia é:
a) a existência de um Estado centralizado e o monoteísmo;
b) o monoteísmo e a agricultura;
c) o comércio e o politeísmo;
d) as cidades-Estados e o monoteísmo;
e) a agricultura e a forma de Estado centralizado.

Os fenícios se destacaram pelo comércio marítimo, principalmente no Mar Mediterrâneo,


além de adorarem diversos deuses e realizarem cultos considerados violentos.
Letra c.

3.4. HEBREUS
O povo hebreu, ou hebraico, também conhecidos como israelitas ou judeus, faz parte de
uma das mais importantes civilizações da Antiguidade – a civilização hebraica. Esse povo,
que inicialmente vivia na Mesopotâmia, era nômade e vivia em busca de solo favorável para
a criação do seu gado.
A maior documentação da história dos hebreus está registrada na Torá, livro sagrado
dos judeus e nos livros escritos por Moisés, na Bíblia. Por volta de 2000 a.C. foram para a
Palestina, atual Israel, por orientação de Abraão, em busca da Terra prometida – Canaã.
Anos depois, em decorrência da seca que atingiu a Palestina, os hebreus foram para
o Egito, onde, passado algum tempo, começaram a ser escravizados, sendo libertados da
escravidão por Moisés no conhecido episódio bíblico da travessia do Mar Vermelho em
que se Moisés abre uma passagem e divide o mar para que os hebreus fujam de regresso
à Palestina.
No Antigo Testamento da Bíblia, há muitos relatos sobre esse povo da Antiguidade, de
origem semita. Veja o trecho do Livro de Êxodo sobre a travessia:

Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento
oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de
Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à
sua esquerda. E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os
seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. (Êxodo 14:21-23)

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Enquanto dedicavam-se à pecuária, o povo hebreu era um povo nômade, mas de regresso
à Palestina passou a se dedicar à agricultura, ao artesanato e ao comércio, se tornando,
assim, um povo sedentário.
O judaísmo é o nome da religião desse povo. Os hebreus eram monoteístas e cultuavam
a Javé. A sua religião estava baseada nos Dez Mandamentos, escritos por Deus nas Tábuas
da Lei e entregues a Moisés, no Monte Sinai.
A governação do povo hebreu passou por três períodos: patriarcas, seguidamente, juízes
e, finalmente, reis.
• Patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó
• Juízes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel
• Reis: Saul, Davi e Salomão
Após a morte do rei Salomão, e na sequência da revolta do povo contra a desigualdade
social oriunda do pagamento de altos impostos, a Palestina foi dividida em dois reinos,
formadas por 10 tribos de Israel e por 2 tribos de Judá.
Anos mais tarde, os reinos foram conquistados pelos assírios e pelos babilônios,
respetivamente. Data dessa altura o Cativeiro da Babilônia. Séculos depois Jerusalém é
destruída e os judeus foram obrigados a dispersar-se. É a conhecida Diáspora Judaica.
Visto que o cristianismo tem origem na religião judaica, a civilização hebraica influenciou
largamente a civilização contemporânea.
Os hebreus construíram grandes palácios e templos, o maior deles foi o Templo de
Jerusalém, que foi destruído pelos romanos, dele sobrando apenas um muro, o qual
atualmente é conhecido como o Muro das Lamentações que compõe o Patrimônio Mundial
da Humanidade.

3.5. PERSAS
Os persas foram povos de uma antiga civilização que habitaram a região mesopotâmica,
no planalto do Irã, próximo às margens do Golfo Pérsico. Descenderam de uma tribo nômade
chamada parse, que migrou da Ásia Central para uma região no sul iraniano aproximadamente
em 1000 a.C.

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Durante milênios, os povos persas viviam em clãs e eram dominados pelos povos
medos, assírios e babilônicos. Posteriormente, conquistaram territórios e formaram uma
das mais imponentes civilizações antigas. Os persas povoaram o local que atualmente é
conhecido como uma província do Irã, chamada de Fars, por isso, a população iraniana tem
ancestralidade persa.
O Irã ou República Islâmica do Irã, inclusive, só começou a ser conhecido assim em
meados do século XX, em 1935. Até então o território era conhecido como Pérsia.
O aquemênida “Ciro II, o Grande” destituiu do trono o rei do império da Média, Astíages.
Depois dessa vitória, os persas, que até então eram dominados pelos povos medos, passaram
a subjugá-los sob a liderança de Ciro II. Esse episódio ocorreu por volta de 560-530 a.C. e
marcou o início do surgimento do Império Persa.
Ciro realizou diversas reformas administrativas, e iniciou um processo de expansão
territorial. A força militar do exército persa conseguiu dominar toda região da Mesopotâmia
e da Península Arábica.
Os principais territórios que fizeram parte do domínio persa no governo de Ciro II
foram: a Babilônia, em 539 a.C.; o território da Ecbátana, capital do império medo, em
549 a.C.; Helesponto, nome antigo do noroeste da Túrquia e a fronteira indiana. Este foi
o responsável por grandes construções, principalmente a Estrada Real, cujo objetivo era
manter a hegemonia dos povos conquistados. Seguiu-se Dario, Xerxes, Artaxexes I até o
último imperador, Dario III, derrotado por Alexandre, o Grande.
Era preciso organizar a população que havia sido conquistada. Assim, a reforma
administrativa, realizada no governo de Dario deu origem às satrapias - províncias governadas
pelos sátrapas. Estes eram considerados os “olhos e ouvidos do rei”, pessoas de confiança
encarregadas de vigiar os sátrapas. Todos os povos conquistados pelo Império Persa tinham
de pagar imposto, mas não eram obrigados a deixar de lado os seus costumes ou a sua língua.
Desse modo, o sistema político e administrativo da civilização persa possuía um nível
de complexidade maior em relação a outras sociedades do período

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Os persas viviam da agropecuária, da mineração, do artesanato e dos impostos cobrados


aos povos subjugados. A construção da Estrada Real propiciou o desenvolvimento do
comércio, pois tornou as viagens mais rápidas e seguras. A fim de poder negociar com
todos as regiões do seu vasto império, os persas instituíram uma moeda, o dárico.
Os persas construíram grandes obras arquitetônicas e seus palácios, além de grandes,
eram bastante luxuosos. Os mosaicos e as pinturas retratam os feitos dos imperadores
assim como os deuses.
Ainda hoje, a cultura persa é famosa pelos belos tapetes persas reconhecidos em todo
o mundo. Seus desenhos elaborados formam um labirinto geográfico ou com elementos
da natureza.

Zoroastrismo ou Masdeísmo é o nome da antiga religião do povo persa, que teve origem na
fusão das crenças populares dos povos persas, feita pelo seu fundador, o profeta Zoroastro
ou Zaratustra – daí a origem do nome. Trata-se de uma religião dualista, ou seja, que acredita
no princípio do Bem versus Mal (Mazda, o deus do Bem, e Arimã, o deus do Mal).

010. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO LUÍS – MA/PROFESSOR NÍVEL SUPERIOR/


PNS-A – HISTÓRIA/2017) A respeito das civilizações do antigo Oriente Próximo e de suas
respectivas interações, assinale a opção correta.
a) O mais antigo registro de uso da linguagem escrita até hoje conhecido é uma versão da
Torá hebraica gravada em argila.
b) Na Antiguidade, o Império Persa foi um dos raros exemplos de organização política pacífica
cujas riquezas não provinham da conquista e espoliação de outros povos.
c) O judaísmo emergiu como uma religião de orientação politeísta, uma vez que recebeu
influência da religião da cidade mesopotâmica de Ur, de onde provinha o patriarca Abraão.
d) O isolamento econômico e cultural em relação a outros povos foi uma das especificidades
dos antigos fenícios.
e) A influência do Código de Hamurabi não se limitou à sociedade babilônica da época em
que foi produzido; alguns dos seus princípios ainda estruturam diversos sistemas jurídicos
atuais.

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a) Errada. A escrita cuneiforme, criada pelos mesopotâmios, foi a primeira forma de escrita.
b) Errada. Os persas foram violentos na conquista de territórios.
c) Errada. O judaísmo foi a primeira religião monoteísta.
d) Errada. Os fenícios eram comerciantes, não ficaram isolados.
e) Certa. Principalmente em regiões do Oriente Médio, a visão de que justiça se relaciona a
punição/compensação ainda é vigente.
Letra e.

4. ANTIGUIDADE CLÁSSICA: GRÉCIA: A POLIS, ATENAS,


ESPARTA, CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA; ROMA: REALEZA,
REPÚBLICA E IMPÉRIO

4.1. GRÉCIA: A POLIS, ATENAS, ESPARTA, CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA


Querido(a), Grécia e Roma se inserem, didaticamente, no que se convencionou chamar de
Antiguidade Clássica. O termo refere-se a um longo período da História da Europa que se
estende aproximadamente do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero,
à queda do Império Romano do Ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476.
A Grécia antiga compreendia uma região chamada Hélade e ocupava o sul dos Bálcãs
(Grécia continental), a Península do Peloponeso (Grécia peninsular), as ilhas do Mar Egeu
(Grécia Insular), além das colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica
(Magna Grécia).

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A história da Grécia é dividida, pelos historiadores, em quatro períodos principais:


• Pré-Homérico
• Homérico
• Arcaico
• Clássico
No entanto, respeitando o edital, vamos nos ocupar apenas da formação das cidades-
estado. É no período Arcaico que se inicia a reunião dos genos em unidades políticas maiores,
chamadas pólis ou cidades-Estados.
Nesse tipo de organização não existia um governo único, cada cidade-estado tinha
suas leis, seu governo, sua economia e sua sociedade própria e independente. O palácio
do governo e os templos eram construídos em uma colina fortificada, a acrópoles.

Cidade-Estado é o termo que define um local independente, uma cidade que possui
seu próprio governo. Uma Cidade-Estado pode ser uma cidade dentro de outra cidade
ou um local autônomo, independente, que tem seu governo próprio mesmo estando no
território de qualquer outro país, sendo gerenciada por suas próprias leis, por seus próprios
governantes. Eram comuns na antiguidade, principalmente na Grécia, quando os gregos
ainda não formavam um país. Atenas, Esparta e Tróia eram Cidades-Estado, formadas
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por uma população que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes, veneravam os
mesmos deuses, mas eram independentes entre si, cada uma governada por um rei, com
um regime político próprio.

“Polis” era o termo que designava um território e um sistema político, uma região onde
a cidade exercia o poder e se tornava um centro cultural, político e econômico.
As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça,
a ágora, onde aconteciam as assembleias dos cidadãos e as transações comerciais. Era
também onde os juízes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais
de poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes
foram Esparta e Atenas.

4.1.1. ESPARTA: MILITARISMO


Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma região
chamada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito áridas:
o solo montanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas condições adversas
levaram os espartanos a conquistar terras férteis por meio de guerras.
O poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades militares.
Apenas uma minoria participava das decisões políticas e administrativas – os esparciatas
- que se dedicavam única e exclusivamente à política e à guerra.
A vida em Esparta girava em torno da guerra. Os espartanos temiam que os povos que
haviam conquistado se rebelassem; temiam também que os escravos se revoltassem. A
necessidade de garantir o poder dos esparciatas e o medo de que ideias vindas de fora
colocassem em xeque esse poder faziam com que as viagens fossem proibidas e os contatos
comerciais fossem quase inexistentes. Esparta fechava-se em torno de si mesma, impondo
aos seus habitantes um modo de vida autoritário e de subordinação aos interesses do Estado.
A agricultura, o artesanato e o comércio eram praticados pelos periecos, uma camada
de homens livres, mas sem direito de participar da política em Esparta. Os escravos eram
chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas. Os jovens
eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam as casas de suas famílias e se
dirigiam para locais de treinamento militar.
Na cidade de Esparta o governo era exercido simultaneamente por dois reis e dele
participavam duas assembleias: a Apela, formada por representantes do povo, e a Gerúsia,
um conselho de anciãos. O poder dos reis espartanos era limitado; magistrados conhecidos
como éforos vigiavam suas atividades.
As leis em Esparta foram elaboradas por Licurgo, o legislador que transformou a cidade
em um Estado militarista.

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Outro sistema conhecido pelos gregos foi a oligarquia, em que o poder ficava dividido
entre pessoas que pertenciam às famílias mais importantes de uma cidade. O termo
oligarquia significa “governo de poucos”.
Em algumas cidades, os governos oligárquicos foram derrubados pela força. Aqueles
que assumiam o poder em seguida eram conhecidos como tiranos.
A tirania – governo dos tiranos – se estabelecia e se mantinha no poder por meio da força.

4.1.2. ATENAS: DEMOCRACIA


Atenas, hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens do
Mar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às novidades. A atividade
comercial foi a base de sua economia e os atenienses praticaram intenso comércio com
diversos povos.
A sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que eram grandes proprietários
de terras. Contudo, o poder dos eupátridas era constantemente desafiado pelas camadas
menos favorecidas e pelos comerciantes, que exigiam maior igualdade de direitos.
Esses segmentos desafiavam o poder dos eupátridas. Os pequenos proprietários, muitas
vezes sem recursos, viviam constantemente ameaçados pela escravidão por dívidas. Já os
comerciantes, artesãos e assalariados urbanos, que eram chamados demiurgos, estavam
excluídos das decisões políticas da pólis e também queriam participar delas.
O resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon, um
juiz ateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi ampliado o direito
de voto, de acordo com a riqueza que cada um possuía.
Porém, as reformas de Sólon só beneficiaram os comerciantes ricos. O resto da população
continuou excluída das decisões políticas da pólis. A situação em Atenas não era nada calma
com a pressão constante dos excluídos. Além disso, a cidade foi dominada pelo tirano (link
dicionário) Pisistrato por mais de 30 anos.
Com o fim da tirania, foi Clistenes, um aristocrata preocupado com os problemas das
camadas populares, o responsável por uma nova reforma. Ampliou a participação e o direito
de decisão política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos os homens livres e
nascidos em Atenas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida em demos, um tipo de
distrito que elegia seus representantes para a assembleia. Esta, por sua vez, escolhia as
pessoas que iriam integrar o conselho, responsável pelo governo da cidade.
Continuavam excluídos da pólis os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Como você
pode observar, os benefícios da democracia ateniense estavam reservados somente aos
cidadãos, o que é diferente da democracia dos nossos dias.
A educação em Atenas era bastante diferente da adotada em Esparta. Os atenienses
acreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desenvolvesse

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integralmente suas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem obrigatório, ficando
a cargo da iniciativa particular.
Os garotos entravam para a escola aos 6 anos e ficavam sob a supervisão de um pedagogo,
com quem estudavam aritmética, literatura, música, escrita e educação física. Interrompiam
os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando completavam 18 anos, eram
recrutados pelo governo para treinamento militar, que durava cerca de dois anos.
As mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os pais
tratavam de casar logo as filhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam sob o domínio
total dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silencio era o maior exemplo
de virtude para representantes do sexo feminino.

Ostracismo: O reformador Clistenes implantou uma lei em Atenas determinando que


qualquer cidadão que ameaçasse a segurança da cidade poderia ser condenado ao exílio
por dez anos – isso era chamado de ostracismo. Ela lei procurava evitar que se repetisse
um governo tirano em Atenas.

A democracia ateniense atingiu seu apogeu durante o governo de Péricles, no século V


a.C. que marcou o início do chamado Período Clássico. O princípio da isonomia (igualdade) era
a base da democracia. Contudo, em seu sentido real, era pouco praticado. Como vimos, em
Atenas, apenas podiam exercer a cidadania, os cidadãos livres, acima de 18 anos. Portanto,
o princípio não era válido para estrangeiros, escravos e mulheres.
Contudo, as desavenças internas, a escassez de terras e a necessidade de expansão do
comércio levaram as cidades gregas, entre elas Atenas, a conquistar várias áreas coloniais,
próximas ou distantes. Os espartanos não gostaram dessa expansão territorial de Atenas
e a disputa por melhores terras determinou a criação de dois grupos rivais: a Liga do
Peloponeso, liderada por Esparta, e a Liga de Delos, sob a liderança de Atenas.
No início do século V a.C., iniciou-se a chamada Guerra do Peloponeso, na qual Atenas saiu
derrotada. Esse acontecimento foi o começo do declínio das antigas cidades-Estados gregas.

011. (FGV/CBM RJ/CADETE/2022) A democracia é uma construção coletiva com raízes


históricas que remontam à Antiguidade Clássica.
Para a civilização greco-romana, a democracia

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a) contrapunha-se à oligarquia, sistema em que os proprietários de terra contratavam


guerreiros e mercenários para restringir o direito de fala em praça pública, como em Esparta.
b) realizava-se pelo autogoverno dos cidadãos livres que, independente de riqueza e status,
eram credenciados para participar diretamente das decisões coletivas, como em Atenas,
no tempo de Péricles.
c) baseava-se em voto individual, e com o mesmo peso, na deliberação coletiva, o que
favorecia a ascensão política de uma maioria de governantes proveniente da plebe, em
Roma, e de cidadãos não proprietários, em Atenas.
d) fundamentava-se na ideia de liberdade política, em contraposição ao modelo imperial
persa, que permitia certo grau de participação popular, mas vinculada a critérios econômicos
e censitários.
e) designava uma forma de governo popular e representativa, em que a classe política
escolhida defende os interesses do povo, diferentemente de monarquias, como a romana
e a espartana, por exemplo.

A chave da solução desta questão está nas características dos modelos de governo de cada
uma das civilizações enunciadas.
a) Errada. Os espartanos tinham uma educação militar e por isso não contratavam mercenários.
b) Certa. A democracia ateniense está descrita. Entretanto, gera dúvida a expressão “status”,
pois, como era excludente, era necessário o status de cidadão para poder participar das
decisões.
c) Errada. A plebe, como veremos mais adiante, nunca foi a maioria dos governantes em
Roma.
d) Errada. O modelo persa era centralizado, sem participação política ainda que de uma
minoria.
e) Errada. A democracia em Atenas não era representativa, mas, direta.
Letra b.

4.1.3. GUERRA CONTRA OS PERSAS


Entre os séculos VI e V a.C., a expansão do Império Persa passou a ameaçar a autonomia
das cidades-estados gregas. Por volta de 500 a.C., os persas dominavam várias colônias
gregas na Ásia Menor e seu objetivo era conquistar também a Grécia. Na luta contra o
inimigo comum, as cidades-estados se uniram e conseguiram derrotar os persas em
várias batalhas. Esse conflito, que durou vários anos, ficou conhecido como Guerras Greco-
pérsicas ou Guerras Médicas, assim denominadas porque os gregos chamavam os persas de
medos. Sobre esse tema, indico que assista ao filme “300”: além de tratar da guerra contra
os persas, também discorre sobre a formação militar do espartano.
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4.1.4. GUERRAS ENTRE AS CIDADES-ESTADO


A decadência da civilização grega iniciou-se a partir das Guerras do Peloponeso, quando
os gregos lutaram contra os gregos. As origens do conflito estão no descontentamento
geral, sobretudo de Esparta, em relação à supremacia ateniense.
Esparta era aristocrática e estava determinada a manter sua organização sem
interferências ou influências atenienses. Atenas, democrática e também poderosa guerreira,
estava disposta a impor suas ideias e princípios.
Na primeira fase da guerra, entre 431 e 421 a.C., houve um certo equilíbrio entre as
partes, com espartanos e atenienses conseguindo algumas vitórias. Após esse período, as
duas cidades fizeram um acordo de paz que deveria durar 50 anos.
Entre 415 e 413 a.C., a trégua foi quebrada pelos atenienses, que desejavam conquistar
regiões dominadas pelos espartanos. Atenas foi derrotada e perdeu parte de sua frota e
contingente militar. Os anos seguintes, de 413 a 404 a.C., podem ser considerados de ofensiva
dos espartanos. Esparta aniquilou definitivamente Atenas, já bastante enfraquecida pelas
perdas anteriores, iniciando sua hegemonia (domínio) sobre o mundo grego.

4.1.5. A CONQUISTA DA GRÉCIA PELA MACEDÔNIA


Atenas, o centro glorioso do século de ouro da Grécia, chegava ao fim. Esparta também.
Todas as cidades-estados ficaram enfraquecidas com as Guerras do Peloponeso e tornaram-
se alvos fáceis para a dominação de outros povos.
Os macedônios, povo que habitava o norte da Grécia, conseguiram progredir e fortalecer-
se econômica e militarmente. Aproveitando-se da fraqueza e da desunião dos gregos, Filipe
II, o rei da Macedônia, preparou um poderoso exército e conquistou o território grego.
A política expansionista iniciada por Filipe II teve continuidade com seu filho e sucessor
Alexandre Magno, conhecido também como Alexandre O Grande, que consolidou a dominação
da Grécia e iniciou a conquista do império Persa. A Macedônia tornou-se o centro do maior
império formado até então, que só seria superado anos depois pelo Império Romano.
As conquistas de Alexandre Magno, promovendo a fusão das culturas das várias regiões
conquistadas no Oriente com os valores gregos deu origem a cultura helenística, que teve
como centro de difusão cultural Alexandria, no Egito, e Pérgamo, na Ásia Menor.

012. (FGV-RJ/VESTIBULAR/1998) Sobre a Grécia antiga, observe as afirmações abaixo e


assinale quais são as afirmações corretas:
I – O primeiro povoamento, nesta região, por volta de 2000 a C foi resultado da invasão
dos dórios;
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II – Os cidadãos de Atenas eram todos iguais perante a Lei;


III – Na Guerra do Peloponeso, Atenas conseguiu ter a hegemonia sobre toda a Hélade.
IV – Foram denominadas Guerras Médicas os conflitos entre o mundo grego e o mundo persa.
A vitória grega, liderada por Atenas, deu a esta cidade-estado o domínio sobre as demais.
a) I e IV
b) II e IV
c) II e III
d) I e II
e) III e IV

I: Incorreta. A região já era povoada desde o século VIII a.C.


II: Correta. Cuidado com a pegadinha da banca. Em Atenas, apenas os cidadãos (homens,
maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe ateniense) tinham direitos políticos e eram iguais
perante a lei. A afirmativa não disse que todos eram iguais perante a lei.
III: Incorreta. Foi Esparta que conseguiu hegemonia na Hélade após derrotar Atenas na
Guerra do Peloponeso.
IV: Correta. As Guerras Médicas uniram as cidades-estado gregas na luta contra a invasão
dos Persas.
Letra b.

4.1.6. LEGADO CULTURAL GREGO


Os gregos foram os responsáveis pelo nascimento da Filosofia, termo grego que significava
amor à sabedoria, por volta do século IV a.C., na cidade de Mileto.
Um dos mais importantes pensadores gregos foi Pitágoras, matemático e filósofo.
Pitágoras desenvolveu a ideia de que o princípio comum do homem, dos animais, vegetais
e minerais era o átomo, considerado a menor parte da matéria. Segundo Pitágoras, o que
diferenciava os seres animados e inanimados eram as diferentes estruturas que os átomos
formavam em cada um deles. Além disso, ele formulou teorias sobre números e os classificou
em várias categorias: os pares, os impares e os números primos. Defendia, também, a ideia
de que a Terra era redonda.
Os responsáveis pelo apogeu da filosofia grega no século IV a.C. foram Sócrates, Platão
e Aristóteles.
Sócrates não deixou nenhuma obra escrita. Ensinava nas ruas e nas praças. Seu principal
discípulo foi Platão, cujas obras, em forma de diálogos, conservam-se até nossos dias.
Aristóteles, por sua vez, foi o mais importante discípulo de Platão. Foi responsável pelo
estabelecimento das bases da Lógica, ciência que estuda os métodos e processos que

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possibilitam diferenciar os argumentos verdadeiros dos falsos nos estudos filosóficos. A


Lógica é, até hoje, um instrumento fundamental para todas as outras ciências.
Entre os matemáticos gregos, além de Pitágoras, conhecido como o “pai da matemática”,
estão Euclides, que estabeleceu os fundamentos da Geometria, e Arquimedes, conhecido
pelo famoso “Princípio de Arquimedes” segundo o qual um corpo mergulhado na água
sofre, de baixo para cima, um impulso equivalente ao líquido que deslocou.
Os médicos também eram profissionais muito respeitados. O mais importante deles foi
Hipócrates de Cós anexo, que é considerado o “Pai da Medicina”. Ainda hoje, os médicos,
ao se formarem, prestam o chamado “juramento de Hipócrates”. Hipócrates, naquela
época, já utilizava procedimentos muito parecidos aos que utilizam nossos médicos para
fazer diagnóstico de doenças como examinar o globo ocular, verificar a temperatura do
corpo, aspecto da urina e das fezes, entre outros.
Ao lado da Medicina praticada pelos médicos, havia também, tratamentos populares
baseados na superstição e na magia. Uma das práticas mais comuns era pendurar amuletos
no pescoço, atitude essa, tida como infalível para a prevenção e cura de várias doenças.
Os mesmos avanços se verificaram na Astronomia e no campo da Geografia. Por volta
do século II a.C., os gregos mapearam o mundo conhecido, dividindo-o em meridianos e
paralelos e em três zonas: a frígida, a temperada e a tórrida. Usando cálculos matemáticos,
mediram a circunferência da terra, as distâncias dela do Sol e da Lua.
A preocupação dos gregos com a ciência era muito grande. Suas bibliotecas eram
repletas de obras importantes e todas elas possuíam cópias, para não se perderem em
caso de incêndio ou de outro tipo de desastre.
E como os gregos trataram a História? Alguns historiadores gregos tiveram uma grande
importância para o desenvolvimento dessa área de conhecimento, ao substituírem os mitos
poéticos pela explicação histórica. Os principais historiadores gregos foram Heródoto,
considerado “o pai da história”, que escreveu uma obra sobre a guerra dos gregos contra
os persas, e Tucídides, que narrou a história da Guerra do Peloponeso, da qual participou.
Os gregos alcançaram notável desenvolvimento cultural e artístico. Sua produção
tornou-se tão rica e fecunda que ultrapassou os limites do tempo e do espaço geográfico
e influenciou toda a cultura ocidental e algumas sociedades orientais. Inclusive, na nossa
terceira aula, veremos a importância da estética grega no Renascimento Cultural.
O teatro que surgiu na Grécia Antiga era diferente do atual. Os gregos assistiam a
peças de graça, mas não frequentavam o teatro quando queriam. Ir ao teatro era um dos
compromissos sociais das pessoas. Assim como havia rituais religiosos e assembleias para
decidir os rumos das cidades, existiam festivais de teatros. Dedicados às tragédias ou às
comédias, eles eram financiados pelos cidadãos ricos e o governo pagava aos mais pobres
para comparecer às apresentações.

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Os festivais dedicados à tragédia ocorriam em teatros de pedra, ao ar livre, onde se


escolhia o melhor autor. Embora alguns atores fizessem sucesso, os grandes ídolos do teatro
eram os autores. As apresentações duravam vários dias e começavam com uma procissão
em homenagem ao deus Dionísio, considerado o protetor do teatro. A plateia acompanhava
as peças o dia todo e reagia intensamente às encenações.
Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses, assim como a maioria
dos povos da Antiguidade. Mas, ao contrário dos outros povos, tinham uma grande intimidade
com seus deuses, pois acreditavam que eles estavam a serviço das pessoas. Os deuses
gregos possuíam características humanas, defeitos e qualidades, fraquezas e paixões. A
diferença existente entre eles e os humanos é que os deuses eram imortais.
Os gregos acreditavam na existência de 12 grandes divindades, que se reunião em seus
tronos no alto do Monte Olimpo, onde moravam. O pai de todos os deuses era Zeus, casado
com Hera. Apolo era o deus do Sol e protetor das artes, Ares era o deus guerra, Posêidon,
do mar. Afrodite era a deusa do amor, e Palas Atena, da sabedoria, entre outros.
Geralmente, esses deuses e deusas eram associados a fenômenos naturais. A arma de
Zeus, por exemplo, era o raio – as tempestades seriam efeito de sua cólera. Por sua vez, os
terremotos, que eram comuns na Grécia, eram explicados pelo mau-humor de Posêidon,
que batia com seu tridente no fundo do mar.
Também foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os
gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados
gregas se reuniam na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas:
atletismo, luta, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de
dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam
uma coroa de louros. Os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia
entre as cidades que compunham a civilização grega.

013. (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2021) Em um período


muito breve, o “meio século” entre a conclusão vitoriosa da guerra contra a Pérsia e o início
da Guerra do Peloponeso (478-432a.C.), as cidades-estados gregas conheceram o ápice
de sua fortuna econômica e criativa. Sobretudo em Atenas, que liderou a vitória sobre o
Império Persa, esse é um período de alargamento dos horizontes mentais, em que o regime
democrático e o enriquecimento econômico permitiram a emancipação do indivíduo dos
vínculos de parentesco e promoveram o desenvolvimento político e cultural da polis.

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Neste contexto, o teatro assumiu um papel específico, corretamente descrito nas afirmativas
a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) O teatro era o lugar privilegiado da exaltação dos valores da cidade e do debate político
e moral.
b) Os grupos dirigentes atenienses consideravam o teatro como um instrumento decisivo
para a educação do cidadão.
c) A palavra falada era o instrumento mais eficaz de comunicação de massa e produção de
consenso.
d) Os cidadãos da polis frequentavam o teatro para se divertir e esquecer os horrores das
guerras.
e) Os cidadãos mais pobres podiam assistir aos festivais teatrais, uma vez que o Estado
custeava as apresentações.

Mesmo no Teatro, muitas guerras eram representadas em tragédias e comédias gregas e,


posteriormente, romanas.
Letra d.

4.2. ROMA: REALEZA, REPÚBLICA E IMPÉRIO


Querido(a), a história de Roma remonta a 753 a.C., com a fundação de um pequeno
povoado na península Itálica. Embora a fundação tenha ocorrido no século VIII a.C., o mais
antigo registro escrito é o estabelecido pelo historiador Marco Terêncio Varrão (116 a.C. -
27 a.C.) durante o reino de Augusto, cerca de 500 anos após o fato.
Com o tempo, Roma tornou-se o centro de uma vasta civilização que dominou a região
mediterrânica durante séculos, e que seria derrubada por algumas tribos germânicas,
dando início à era historiográfica da Idade Média. Tornou-se a sede da Igreja Católica e,
por pressão das circunstâncias políticas, seria obrigada a ceder parte de si, no seu interior,
para formar um Estado independente, a Cidade do Vaticano. Continuou, no entanto, a
desempenhar um papel importante na política global, tal como o fez na história e cultura
dos povos europeus durante milênios.

4.2.1. ORIGEM DE ROMA


A etimologia do nome da cidade é incerta, e são várias as teorias que nos chegam desde
a Antiguidade. A menos provável indica-nos que derivaria da palavra grega Ρώμη (Róme),
que significa “bravura”, “coragem”. A mais provável é a ligação com a raiz “rum”, “seios”, com
possível referência a uma loba (em latim, lupa) que teria adotado os gémeos Rómulo e

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Remo que, segundo se pensa, seriam descendentes dos povos de Lavínio. Rómulo mataria
o seu irmão e fundaria Roma.
As tribos itálicas entraram no Lácio a partir de uma região montanhosa no centro da
península Itálica, vindos da costa oriental. Apesar das circunstâncias da fundação de Roma,
a sua população original era, por certo, uma combinação da civilização etrusca e povos
itálicos, com uma provável predominância de etruscos. Gradualmente, a infiltração itálica
aumentaria, ao ponto de predominar sobre os Etruscos; i.e., as populações etruscas seriam
assimiladas pelas itálicas, dentro e fora de Roma.
Roma cresceu com a sedentarização dos povos no monte Palatino até outras colinas
a oito milhas do mar Tirreno, na margem Sul do rio Tibre. Outra destas colinas, o Quirinal,
terá sido, provavelmente, um entreposto para outro povo itálico, os Sabinos. Nesta zona,
o Tibre esboça uma curva em forma de “Z” contendo uma ilha que permite a sua travessia.
Assim, Roma estava no cruzamento entre o vale do rio e os comerciantes que viajavam de
Norte a Sul pelo lado ocidental da península.

4.2.2. MONARQUIA ROMANA


A tradição romana informa que a cidade foi governada por sete reis de 753 a.C. a 509
a.C., iniciando-se com o mítico Rómulo que, juntamente com o seu irmão, Remo, teriam
fundado Roma. Sobre os últimos três reis, especialmente Tarquínio Prisco e Tarquínio, o
Soberbo, informa-nos ainda que estes seriam de origem etrusca — segundo fontes literárias
antigas. Prisco seria filho de um refugiado grego e de uma mãe etrusca — e cujos nomes
se referem a Tarquinia.
O valor historiográfico da lista de reis é, contudo, dúbio, embora os últimos reis pareçam
ter sido figuras históricas. Crê-se, também — embora contestado em controvérsia — que
Roma teria estado sob influência etrusca durante quase um século, durante este período.
Sabe-se, porém, que nestes anos foi construída uma ponte designada Ponte Sublício, que
viria a substituir um baixio do rio Tibre utilizado para a sua travessia, e a Cloaca Máxima,
o sistema romano de esgotos, obras de engenharia com um traçado típico da civilização
etrusca. Do ponto de vista técnico e cultural, os Etruscos são considerados como o segundo
maior impacto no desenvolvimento romano, apenas suplantados pelos Gregos.
Continuando a expansão, para Sul, os Etruscos estabeleceram contato direto com os
Gregos. Após o sucesso inicial nos conflitos com os Gregos colonizadores, a Etrúria entraria
em declínio. Aproveitando-se da situação, a cerca de 500 a.C., dá-se uma rebelião em Roma
que lhe iria dar a independência dos etruscos.
Na Roma monárquica, a sociedade era formada basicamente por três classes sociais:
• os patrícios, a classe dominante, formada por nobres e proprietários de terra;

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• os plebeus, que eram constituídos por comerciantes, artesãos, camponeses e pequenos


proprietários;
• os clientes, que viviam da dependência dos patrícios e os plebeus, e eram prestadores
de serviços.
Na monarquia romana, o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa. O Senado,
composto pelos patrícios, assessorava o rei e tinha o poder de vetar as leis apresentadas
pelo monarca.
As lendas narram os acontecimentos dos sete reinados da época. Durante o governo dos
três últimos, que eram etruscos, o poder político dos patrícios declinou. A aproximação dos
reis com a plebe descontentava os patrícios. Em 509 a.C., o último rei etrusco foi deposto
e um golpe político marcou o fim da monarquia.
O legado etrusco mostrou-se duradouro: os Romanos aprenderam a construir templos,
e pensa-se que os primeiros tenham sido os responsáveis pela introdução da adoração a
uma tríade divina — Juno, Minerva, e Júpiter — possivelmente correspondentes aos deuses
etruscos. Em suma, os etruscos transformaram Roma, uma comunidade pastoral, numa
verdadeira cidade, imprimindo-lhe alguns aspectos culturais da cultura grega, que teriam
adotado, como a versão ocidental do alfabeto grego.

4.2.3. REPÚBLICA ROMANA


A monarquia foi também abolida em detrimento de um sistema republicano baseado
num senado, composto pelos nobres da cidade, alguns populares representantes, que iriam
garantir a participação política aos cidadãos de Roma, e magistrados eleitos anualmente.
No virar para o século V a.C., Roma uniu-se às cidades latinas como medida defensiva das
incursões dos Sabinos. Vencedora da Batalha do Lago Regilo, em 493 a.C., Roma estabeleceu
novamente a supremacia sobre as regiões latinas que perdera com a queda da monarquia.
Após séries de lutas, a supremacia veio a consolidar-se em 393 a.C., com a subjugação
dos Volscos (volsci) e dos Équos (aequi). No ano anterior, já teriam resolvido a ameaça dos
vizinhos Veios, conquistando-os. A potência etrusca estava agora confinada exclusivamente
à sua própria região, e Roma tornara-se na cidade dominante do Lácio.
A implantação da república significou a afirmação do Senado, o órgão de maior poder
político entre os romanos. O poder executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas
pelos patrícios.
A república romana foi marcada pela luta de classes entre patrícios e plebeus. Os patrícios
lutavam para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos,
mantendo os plebeus sob sua dominação.

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Entre 449 e 287 a.C. os plebeus organizaram cinco revoltas que resultaram em várias
conquistas: Tribunos da plebe, Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuleia. Com essas
medidas, as duas classes praticamente se igualaram.
Durante a República, além de Patrícios, Plebeus e Clientes, é adicionada mais uma classe
social que será a base da expansão dos Romanos: os escravos.
Para assegurar a segurança do seu território, Roma empenhou-se na reconstrução dos
edifícios e tornou-se ela própria a invasora, ao conquistar a Etrúria e alguns territórios aos
gauleses, mais a norte. Em 345 a.C., Roma voltou-se para Sul, a combater outros latinos, na
tentativa de assegurar o seu território contra posteriores invasões. Neste quadrante, o seu
principal inimigo eram os temidos samnitas que já haviam derrotado as legiões em 321 a.C.
Apesar desses e outros contratempos temporais, os Romanos prosseguiram a sua
expansão casual de forma equilibrada. Em 290 a.C., Roma já controlava mais de metade
da península Itálica e, durante esse século ainda, os Romanos apoderaram-se também das
poleis da Magna Grécia mais a sul.
Segundo a lenda, Roma tornou-se numa República em 509 a.C., quando um grupo de
aristocratas expulsou Tarquínio, o Soberbo. No entanto, foram necessários vários séculos
até Roma assumir a forma monumental com que é popularmente concebida. Durante as
Guerras Púnicas, entre Roma e o grande império mediterrânico de Cartago, o estatuto de
Roma aumentou mais ainda, já que assumia cada vez mais o papel de uma capital de um
império ultramarino pela primeira vez.
Iniciada no século II a.C., Roma viveu uma significativa explosão populacional, com os
agricultores ancestrais a trocarem as suas terras pela grande cidade, com o advento das
quintas operadas por escravos obtidos durante as conquistas, os latifúndios.
Em 146 a.C., os Romanos arrasaram as cidades de Cartago e Corinto, anexando o Norte
de África e a Grécia ao seu império e transformando Roma na cidade mais importante da
parte ocidental do Mediterrâneo. A partir daqui, até ao final da república, os cidadãos iriam
empenhar-se numa corrida de prestígio, suportando a construção de monumentos e grandes
estruturas públicas. Talvez a mais notável tenha sido o Teatro de Pompeu, erigido pelo
general Pompeu, que era o primeiro teatro de carácter permanente alguma vez construído
na cidade. Depois de Júlio César regressar vitorioso das conquistas gálicas e subsequente
guerra civil com Pompeu, embarcou num programa de reconstrução sem precedentes na
história romana. Seria, no entanto, assassinado em 44 a.C. com a maioria dos seus projetos
ainda em construção, como a Basílica Júlia e a nova casa do senado romano (Cúria Hostília).
Na República romana, a escravidão era a base de toda produção e o número de escravos
ultrapassava os de homens livres. A violência contra os escravos causou dezenas de revoltas.
Uma das principais revoltas escravos foi liderada por Espártaco entre 73 a 71 a.C. À frente
das forças rebeldes, Espártaco ameaçou o poder de Roma.

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Para equilibrar as forças políticas, em 60 a.C., o Senado indicou três líderes políticos ao
consulado, Pompeu, Crasso e Júlio César, que formaram o primeiro Triunvirato.
Após a morte de Júlio César, foi instituído o segundo Triunvirato constituído por Marco
Aurélio, Otávio Augusto e Lépido. As disputas de poder eram frequentes. Otávio recebeu
do senado o título de Prínceps (primeiro cidadão) foi a primeira fase do império disfarçado
de República.

4.2.4. IMPÉRIO ROMANO


O imperador Otávio Augusto (27 a.C. a 14) reorganizou a sociedade romana. Ampliou a
distribuição de pão e trigo e de divertimentos públicos - a política do “pão e circo”.
Depois de Augusto, várias dinastias se sucederam. Entre os principais imperadores estão:
• Tibério (14 a 37): Propôs uma reforma agraria que desagradou os patrícios, grandes
proprietários de terras;
• Calígula (37 a 41): Conhecido por prostituir as esposas dos senadores;
• Nero (54 a 68): Incendiou Roma;
• Tito (79 a 81): Derrotou a rebelião dos judeus;
• Trajano (98 a 117): Construção de estradas;
• Adriano (117-138): Construção da Muralha de Adriano no norte da Grã-Bretanha,
para proteger o império das invasões bárbaras;
• Marco Aurélio (161 a 180): Considerado culto, dedicou-se a guerras no oriente e no
norte.

4.2.5. DECADÊNCIA DE ROMA


A partir de 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados,
cujo principal objetivo era combater as invasões. Do ponto de vista político, o século III
caracterizou-se pela volta da anarquia militar. Num período de apenas meio século (235 a
284) Roma teve 26 imperadores, dos quais 24 foram assassinados.
O cristianismo passou por três fases durante o Império Romano. Num primeiro momento
foi combatido, num segundo, tolerado e, num terceiro, assimilado. Acontece que, percebendo
o poder aglutinador dessa religião monoteísta, o Imperador Constantino criou o Edito de
Milão (313 d.C.), segundo o qual o cristianismo se tornou religião oficial do Império e
declarou Constantino protetor da Igreja.
Com a morte do imperador Teodósio, em 395, o Império Romano foi dividido entre seus
filhos Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, capital Roma,
e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, capital Constantinopla.

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Em 476, o Império Romano do Ocidente desintegrou-se e o imperador Rômulo Augusto


foi deposto. O ano de 476 é considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade
para a Idade Média.
Da poderosa Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria até 1453.

Escravidão Romana: A escravidão é a razão do crescimento territorial do Império Romano


e, também, de sua decadência. Conquistavam territórios para escravizar sua população
e levavam essa população para vários locais do Império. Ocorre que, o novo território
conquistado, exigia mais mão de obra para viabilizar nele as atividades econômicas. Como
o tempo de vida útil de um escravo era curta, cerca de 15 anos, em função das péssimas
condições de vida, criava-se novamente a necessidade de mais mão de obra. Daí o círculo
vicioso da expansão. Como o passar dos anos, com a mão de obra escrava cada vez mais
escassa, a economia entrou em crise faltando dinheiro mesmo para pagar os soldos dos
centuriões, que abandonaram seus postos fronteiriços. Resumindo: A escravidão foi o
motivo do apogeu e da decadência de Roma.

014. (FGV/VESTIBULAR/1995) O Edito de Milão (313), no processo de desenvolvimento


histórico de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que
a) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos bispados de Alexandria e
Antioquia.
b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo Império Romano, terminando com a
concepção de rei-deus.
c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam a vida religiosa.
d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate à expansão do
cristianismo.
e) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser o protetor da Igreja.

O Edito de Milão foi um documento assinado pelos imperadores romanos Constantino e


Licínio em 313. Ele proibiu a perseguição aos cristãos, pois permitiu que os membros do
império pudessem fazer parte de qualquer religião.
Letra e.

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4.2.6. LEGADO CULTURAL ROMANO


Estimado(a) aluno(a), vários aspectos culturais que surgiram com os romanos foram
absorvidos pelos reinos germânicos que foram formados na Idade Média, após as invasões
bárbaras dos séculos IV e V. Muitos aspectos culturais romanos foram preservados na Europa
Medieval e, a partir do século XVI (época das Grandes Navegações e Descobrimentos),
difundidos pela América, África e algumas regiões da Ásia. O legado romano é uma marca
fortemente presente nas culturas ocidentais da atualidade, principalmente nas áreas
jurídica e linguística.
A importante contribuição da Roma Antiga começa pelo básico: o alfabeto. Até hoje,
civilizações ocidentais têm o alfabeto romano como base, mesmo em países cuja língua
não tem matriz latina, a exemplo do alemão.
O sistema numérico romano, ou os algarismos, também foram criados na Roma Antiga.
Mesmo que seu uso atual seja restrito às referências seculares ou documentos oficiais,
os algarismos romanos são ensinados na escola. Para efeitos de conhecimento, o sistema
de numeração romana é composto por sete letras maiúsculas do alfabeto latino: I, V, X,
L, C, D e M.
Os romanos foram responsáveis pela criação de leis que, mais tarde, originaram os
Códigos Jurídicos. A ação foi necessária para a administração e ordenamento das cidades
componentes do Império. Os Códigos, então, constituíram o Direito Romano que, por sua
vez, era dividido em três categorias:
• Direito Público: leis aplicadas aos cidadãos romanos
• Direito Estrangeiro: leis aplicadas aos estrangeiros
• Direito Privado: leis aplicadas às famílias
O Direito Público, inclusive, deu origem ao Código Civil, largamente utilizado pelas
sociedades ocidentais contemporâneas. As contribuições não param por aí. Expressões
adotadas na legislação têm origem no Direito Romano. Já viu que, a maioria delas, são
escritas em latim? Está aí, a razão! Por isso, saiba que palavras como habeas corpus, stricto
sensu habeas data, juris tantum e vacatio legis são parte do legado romano para o Direito.
A habilidade em construir palácios, templos, anfiteatros, prédios públicos, estádios,
estradas e, até mesmo, aquedutos era tão grande que muitas dessas construções seguem
de pé até hoje. Exemplo maior disso é o Coliseu que, como vimos, abrigava espetáculos de
gladiadores.
O tamanho do Império Romano justificou a construção de estradas. Era preciso um
sistema de comunicação terrestre eficiente que ligasse todas as cidades que compunham
o território ocupado.

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Mesmo que aprimoradas, as técnicas de engenharia e arquitetura usadas naquela época


ainda influenciam os construtores contemporâneos. Basta dar uma olhada em quantos
prédios são inspirados nas obras da Roma Antiga. Basta observar a Casa Branca, sede do
governo dos Estados Unidos. Para além da bela arquitetura, a intenção dos norte-americanos
foi a de se firmarem como um Império inspirado nos romanos.
O idioma oficial da Roma Antiga era o latim, tanto para escrita quanto para a fala.
Com a queda do Império Romano e a invasão dos povos germânicos, outras línguas foram
originadas a partir do latim. São exemplos o francês, português, espanhol, italiano e
romeno, chamadas de línguas neolatinas ou românicas. Ah, sabe onde mais o latim está
presente? Em nomes científicos? Já reparou em expressões como homo sapiens ou Apis
mellifera scutellata? Pois bem, o seu uso para denominar espécies de plantas e animais
foi escolhido como forma de regulação de nomenclaturas.
Mesmo quem nunca pisou o pé na Itália conhece quantas esculturas representando
o corpo humano estão espalhadas por praças, museus e monumentos. Essas obras são
influência de outra era muito importante para a contemporaneidade, a Grécia Antiga.
A reprodução do corpo humano, buscando retratar elementos naturais de forma realística
está presente em pinturas e esculturas. Durante a Idade Média, as artes plásticas foram,
levemente, esquecidas, mas, voltaram à tona com o Renascimento para ser preservado por
escolas artísticas posteriores.
O calendário, tal como conhecemos hoje, com 365 dias distribuídos entre 12 meses
é uma herança da Roma Antiga. A invenção é de autoria do Imperador Julio Cesar.

015. (FGV/SME/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - ÁREA HISTÓRIA/2023)


I – Panteão de Adriano, reformado no séc. II. Roma (Itália).

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II – Capitólio - Congresso dos Estados Unidos, construído em 1793. Washington (EUA)

III – Palácio do Congresso da Nação Argentina, construído entre 1897 e 1906. Buenos Aires
(Argentina).

A arquitetura clássica retomada nos prédios públicos retratados nas fotografias II e III
permite analisar os sentidos históricos da reapropriação de certos padrões visuais.
Com base nas imagens, é correto afirmar que o gosto neoclássico:
a) está associado a valores aristocráticos e imperiais romanos, por isso foi escolhido pela
elite norte-americana, no contexto da independência.
b) foi adotado para a construção do legislativo argentino em uma época em que o país
queria implantar uma república federativa presidencialista como a dos Estados Unidos.
c) marcou a reorganização do espaço das novas capitais republicanas e a visualidade de
seus edifícios parlamentares, modificando a estrutura política e urbana herdada do período
colonial.
d) inspira-se na arquitetura e civilização imperial romana, como o demonstra a adoção de
sistemas legislativos bicamerais na Argentina e nos Estados Unidos independentes.
e) possibilitou a reapropriação de valores estéticos europeus, indicando a manutenção de
uma dependência político-cultural em relação às metrópoles europeias.

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A arquitetura das duas últimas imagens tem inspiração na antiguidade clássica, em que
se inserem a democracia e o sistema republicano, em contrapartida ao sistema colonial e
monarquista anterior às suas construções.
Letra c.

5. IDADE MÉDIA: POVOS BÁRBAROS, INVASÕES,


REINOS BÁRBAROS, O IMPÉRIO CAROLÍNGIO; IMPÉRIO E
CIVILIZAÇÃO ÁRABE; IMPÉRIO BIZANTINO OU ROMANO DO
ORIENTE; O FEUDALISMO; AS CRUZADAS (APENAS CAUSAS
E CONSEQUÊNCIAS); A IGREJA MEDIEVAL E AS PRINCIPAIS
HERESIAS; A CULTURA MEDIEVAL
A Idade Média inicia-se em 476 d.C., após a queda do Império Romano do Ocidente, e
encerra-se com a queda do Império Romano do Oriente (Império Bizantino), em 1453.
Com a queda do Império Romano do Ocidente, devido à crise do escravismo e às
consequentes invasões bárbaras, ocorreu um processo de ruralização europeia. Dela,
decorreu a formação do feudalismo, e a formação de reinos cristãos. Além disso, a Igreja
Católica tornou-se a grande instituição medieval, determinando o modo de vida de toda a
população e com grande influência no poder político. Vejamos então essas transformações,
de modo que consiga assimilar o conteúdo para conquistar sua aprovação.

5.1. POVOS BÁRBAROS, INVASÕES, REINOS BÁRBAROS


A decadência do Império Romano do Ocidente foi acelerada pela invasão de povos
bárbaros. Bárbaros era a denominação que os romanos davam àqueles que viviam fora das
fronteiras do Império e não falavam o latim.
Esses povos invadiram o Império Romano do Ocidente entre o final do século IV e meados
do século VI. Ao penetrarem na Europa, se estabeleceram em várias regiões, formando
reinos. Nestes reinos, ocorreu a fusão com a cultura romana. Estes reinos bárbaros podem
ser considerados como sendo os germes da formação territorial dos países atuais da Europa.
Os reinos bárbaros eram governados pelos chefes das tribos e por seus descendentes.
Foram estes líderes que ficaram com as melhores terras, sendo os antecessores dos senhores
feudais durante o Feudalismo. Possuíam certa estrutura administrativa e funcionavam
como reinos independentes.

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Se por um lado o cristianismo foi sendo, aos poucos, incorporado como religião pelos povos
germânicos, o sistema de estrutura administrativa fragmentada, de origem germânica, foi
mantida durante grande parte da Idade Média. Aliás, entre os povos bárbaros, os germanos
foram os mais significativos para a formação da Europa Feudal.
Devido à expansão do Império, a partir do século I, os romanos mantinham contato
pacífico com povos bárbaros, principalmente os germanos. Muitos desses povos migraram
para o Império Romano e chegaram a ser utilizados no exército como mercenários. Porém,
no século V, os germanos foram pressionados pelos belicosos hunos.
Os hunos, de origem asiática, deslocaram-se em direção à Europa e atacaram os germanos,
levando-os a fugir. Estes, acabaram por invadir o Império Romano, que enfraquecido pelas
crises e guerras internas, não resistiu às invasões e decaiu. No antigo mundo romano
nasceram vários reinos bárbaros.
No processo de invasão e formação dos reinos bárbaros, deu-se ao mesmo tempo, a
“barbarização” das populações romanas e a “romanização” dos bárbaros. Na economia,
a Europa adotou as práticas econômicas germânicas, voltada para a agricultura, ode o
comércio era de pequena importância.
Apesar de dominadores, os bárbaros não tentaram destruir os resquícios da cultura
romana; ao contrário, em vários aspectos assimilaram-na e revigoraram-na. Isso se deu,
por exemplo, na organização política. Eles que tinham uma primitiva organização tribal,
adotaram parcialmente a instituição monárquica, além de alguns mecanismos e normas
de administração romana. Muitos povos bárbaros adotaram o latim com língua oficial. Os
novos reinos converteram-se progressivamente ao catolicismo e aceitaram a autoridade
da Igreja Católica, à cabeça da qual se encontrava o bispo de Roma.
Os reinos bárbaros na Europa Medieval:
• Reino dos Suevos (409-585) – região noroeste da Península Ibérica.
• Reino dos Anglo-Saxões (450-1035) – faixa leste da Grã-Bretanha.
• Reino dos Bretões (500-1532) - região oeste da Grã-Bretanha e Noroeste da França).
• Reino dos Vândalos (429-534) – ilhas da Córsega, ilha da Sardenha e costa norte da
África.
• Reino dos Ostrogodos (493-553) – territórios da atual Itália, Áustria, Sérvia, Eslovênia,
Montenegro e Albânia.
• Reino dos Visigodos (472-711) – região central e norte da Península Ibérica.
• Reino dos Burgúndios (443-534) – região central da Europa (região sul da atual
Alemanha e Suíça).
• Reino dos Alamanos (213-512) – território da atual República Tcheca.
• Reino dos Bávaros (século III ao século III) - principalmente o território do sul da
Alemanha).

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• Reino Turíngio (280-531) - região norte da Alemanha.


• Reino dos Francos (481-814) – foi um dos principais reinos germânicos durante a Alta
Idade Média, principalmente durante o reinado de Carlos Magno. Estava localizado nos
territórios das atuais França e Bélgica. Foi o reino que teve, entre todos eles, maior
tempo de duração, tornando-se um império, conhecido como o Império Carolíngio.
Com a ruptura da antiga unidade romana, a Igreja Católica tornou-se a única
instituição universal europeia. Essa situação lhe deu uma posição invejável durante todo
o medievalismo europeu.

016. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2019) Flavius Stilicho,


general do exército romano com ascendência vândala, foi casado com a sobrinha do imperador
Teodósio I.

Sobre o contato entre “bárbaros” e romanos, assinale a opção correta.


a) O caráter pacífico da união de Stilicho é uma exceção conseguida por meio do matrimônio.
b) O exemplo trata do período final das relações entre vândalos e romanos.
c) O caso de Stilicho era representativo de uma progressiva absorção de “bárbaros” nos
quadros do exército romano.

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d) A união matrimonial foi negociada como forma de selar a paz entre vândalos e romanos.
e) A ascensão de Stilicho demonstra a particular tolerância dos romanos em relação aos
vândalos.

Stilicho, em português Estilicão, foi um exemplo de como líderes militares de povos “bárbaros”,
a partir do enfraquecimento Romano, passam a ocupar cargos importantes, se integrando
assim ao Império em decadência.
Letra c.

5.2. O IMPÉRIO CAROLÍNGIO


O Império Carolíngio, também conhecido como o Império de Carlos Magno (768-814),
foi o momento de maior esplendor do Reino Franco, que ocupava toda a região central da
Europa. Com uma política voltada para o expansionismo militar, Carlos Magno expandiu o
império para além dos limites conquistados por seu pai, Pepino, o Breve. Ele conquistou a
Saxônia, a Lombardia, a Baviera e uma faixa do território da atual Espanha.

Embora suas conquistas militares tenham sido significativas, foi nas áreas cultural,
educacional e administrativa que o Império Carolíngio demonstrou grande avanço. Carlos
Magno preocupou-se em preservar a cultura greco-romana, investiu na construção de
escolas, criou um novo sistema monetário e estimulou o desenvolvimento das artes. Graças
a isso, o período ficou conhecido como o Renascimento Carolíngio.

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Na área educacional, o monge inglês Alcuíno foi o responsável pelo desenvolvimento


do projeto escolar de Carlos Magno. A manutenção dos conhecimentos clássicos (gregos
e romanos) tornou-se o objetivo principal dessa reforma. As escolas funcionavam junto
aos mosteiros (escolas monacais), aos bispados (escolas catedrais) ou às cortes (escolas
palatinas). Nessas escolas eram ensinadas as sete artes liberais, quais sejam, aritmética,
geometria, astronomia, música, gramática, retórica e dialética.
Para facilitar a administração se seu vasto território, Carlos Magno criou um sistema
bem eficiente. As regiões foram divididas em condados (administradas pelos condes).
Para fiscalizar a atuação dos condes, foi criado o cargo de missi dominici, ocupado por
funcionários enviados pelo imperador. Eles deveriam, portanto, verificar e avisar o imperador
sobre a cobrança dos impostos, a aplicação das leis etc.
O centro administrativo do Império era a corte palaciana, que por sua vez era formada
por pessoas de confiança do imperador. Entre os principais funcionários da corte, podemos
destacar: camareiro, camerlengo, senescal, copeiro, marechal e conde palatino.
O império não possuía uma capital fixa, mas sim itinerante, pois ela se fixava na cidade
onde a corte estava.
A arte carolíngia sofreu uma grande influência das culturas grega, romana e bizantina.
Destacam-se a construção de palácios e igrejas, as iluminuras (livros com muitas ilustrações,
com detalhes em dourado) e os relicários (recipientes decorados para guardar relíquias
sagradas).
No ano de 800, Carlos Magno aproximou-se da Igreja Católica e foi coroado imperador
do Sacro Império Romano Germânico pelo papa Leão III. Dessa forma, colocou-se como
defensor e disseminador da fé cristã através das terras dominadas.
• Principais regiões conquistadas por Carlos Magno:
• Conquista da Germânia em 772.
• Conquista da Pavia em 774.
• Anexação do Ducado de Friuli (Itália).
• Conquista das Ilhas Baleares em 779.
• Conquista do Ducado de Spoleto na Itália em 780.
• Tomada da cidade de Barcelona em 801.

Após a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio perdeu força. Passou a ser
governado por Luís, o Piedoso (tinha esse nome em função de sua submissão e dedicação
à Igreja Católica). As terras do império foram divididas entre os netos de Carlos Magno, em
843, por meio do Tratado de Verdun.

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017. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2014) Com relação à organização e


consolidação do Império Carolíngio, analise as afirmativas a seguir.
I – No bojo do chamado “renascimento carolíngio”, foi estimulado o uso da escrita em
textos administrativos e legislativos, em apoio ao trabalho de fiscalização realizado por
funcionários reais leigos e eclesiásticos.
II – Unificado sob o universalismo da tradição romana e cristã, o Império foi administrado
pela tradição de vínculos pessoais, característica da cultura franca, o que levou à constituição
dos laços de vassalagem.
III – A coroação de Carlos Magno no ano de 800 pelo Papa Leão III contribuiu para a cristianização
pacífica das populações húngaras e normandas recém-chegadas às bordas do Império.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

A cristianização das populações citadas na afirmativa III não foi pacífica.


Letra d.

5.3. O FEUDALISMO
O feudalismo foi uma organização econômica, social e política baseado nas relações
servo-contratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou
na Europa durante a Idade Média.
Segundo o teórico escocês do Iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente
precedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas regiões da Europa Ocidental.
O feudalismo começou a se formar na Europa a partir do século V com a invasão dos
povos germânicos no Império Romano. Sua formação do feudalismo foi favorecida por
várias condições presentes no continente europeu:
• Desagregação política, econômica e social do Império Romano do Ocidente com a
invasão dos povos germânicos;
• Criação de vários reinos germânicos (francos, visigodos, burgúndios, anglo-saxões);
• Êxodo urbano: com as invasões e a insegurança, muitas pessoas saíram das cidades
e foram morar no interior;

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• Enfraquecimento do comércio;
• Diminuição das atividades econômicas, sociais e culturais realizadas nas cidades.
As instituições feudais, como disse, têm em sua gênese e processo de formação na
queda do Império Romano no século III, nos reinos germânicos V e VI, e no Império Carolíngio
no século IX.
Abaixo, uma lista do legado marcante do Império Romano para o feudalismo:
• Colonato: Segundo Hilário Franco Junior o colonato é o aviltamento da condição do
trabalhador livre e por uma melhoria da do escravo. Era vinculados a terra que não
podia ser vendida sem ele, nem o mesmo sem a terra. O colono era juridicamente
um homem livre mas escravo da terra. O senhor lhe oferecia terra e proteção, porém
recebia um rendimento do seu trabalho.
• Fragmentação do poder Político: Ao final do Império a administração romana não
impunha mais a sua autoridade em todas as regiões, desta forma, com o poder central
enfraquecido, os servos ampliaram seus poderes locais..
A herança germânica foi marcante quanto a privatização da defesa através do:
• Comitatus: ou o companheirismo, tratava-se da ligação dos guerreiros por juramento
ao chefe, em servi-lo até a morte, em troca de uma parte do saque e de seu comando.
• Beneficium: Era a recompensa dada pelos chefes militares germânicos aos guerreiros.
Davam-lhe posse de terras que, mais tarde, denominada de feudos, o guerreiro
oferecia fidelidade ao senhor.
• Bucellari: Presente desde o século IV, fortaleciam o Império contra as incursões
Bárbaras,
• Economia Agropastoril: servia para a subsistência. A base da economia germânica
era a agricultura, criavam animais.
O estabelecimento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras, ocorridas
em diversas regiões da Europa, favoreceram sensivelmente as mudanças econômicas e
sociais que foram introduzidas e que alteraram completamente o sistema de propriedade
e de produção característicos da Antiguidade, principalmente na Europa Ocidental. Essas
mudanças acabam revelando um novo sistema econômico, político e social que veio a se
chamar Feudalismo. O Feudalismo não coincide com o início da Idade Média (século V d.C.),
porque este sistema começa a ser delineado alguns séculos antes do início dessa etapa
histórica (mais precisamente, durante o início do século IV), consolidando-se definitivamente
ao término do Império Carolíngio, no século IX d.C.
Em resumo, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os nobres
romanos começaram a se afastar das cidades levando consigo camponeses (com medo de
serem saqueados ou escravizados). Já na Idade Média, com vários povos bárbaros dominando a

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Europa Medieval, foi impossível unirem-se entre si e entre os descendentes de nobres romanos,
que eram donos de pequenos agrupamentos de terra. E com as reformas culturais ocorridas
nesse período, começou a surgir uma nova organização econômica e política: o feudalismo.
As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia baseada
na agricultura de subsistência, trabalho servil e economia amonetária e sem comércio,
onde predomina a troca (escambo). Tudo isso só seria modificado com os primeiros indícios
das Revoluções Burguesas, que veremos na nossa terceira aula.
A sociedade feudal era composta por três estamentos (o mesmo que grupos sociais
com status praticamente fixo): os Nobres (guerreiros, bellatores), o Clero (religiosos,
oratores), e os servos (mão de obra, laboratores). O que determinava o status social era
o nascimento, porém, não se pode dizer que a mudança de classe social não existia, pois,
alguns camponeses tornavam-se padres e passavam a integrar o baixo clero, por exemplo,
mas essa mudança era rara e um servo dificilmente ascenderia à outra posição.
Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei lhes dava. Os camponeses
cuidavam da agropecuária dos feudos e, em troca, recebiam o direito a uma gleba de terra
para morar, além da proteção contra os ataques bárbaros. Quando os servos iam para o
manso senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um pedágio, exceto quando para
lá se dirigiam a fim de cuidar das terras do Senhor Feudal.
Havia também a relação de suserania entre os Nobres, onde um nobre (suserano) doava
um feudo para um outro nobre (vassalo). Apresentava pouca ascensão social e quase não
existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de promoção de mobilidade).
O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre
uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política
era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e
criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas.
A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de
guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes
cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos
à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a
pagar-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar.
Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra
“escravo” seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores,
juravam-lhe fidelidade e trabalho. Por sua vez, os nobres, para obterem a posse do feudo
faziam o mesmo juramento aos reis.
Os Vassalos oferecem ao senhor ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção
e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias regiões,
sendo o rei o suserano mais poderoso.

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Os homens livres formavam uma classe especial distinta do clero, dos servos e da
nobreza. Não estavam sujeitos à servidão, eram geralmente donos de alódios e detinham
diversos privilégios, como a isenção de alguns tributos, direito à Justiça do rei, capacidade de
participar de tribunais e ser alistados entre os homens de armas, podendo eventualmente
chegar a ser ordenados cavaleiros, e podiam ter servos e atuar como agentes administrativos
de feudos, ou arrendá-los privadamente.
A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de
escassa circulação monetária, autossuficiente. A propriedade feudal pertencia a uma
camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero)
e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per
capita da Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao mínimo de subsistência.
A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes
distintas: a propriedade individual do senhor, chamada manso senhorial ou domínio, em
cujo interior se erigia um castelo fortificado; o manso servil, que correspondia à porção de
terras arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes denominados tenências; e ainda
o manso comunal, constituído por terras coletivas - pastos e bosques -, usadas tanto pelo
senhor quanto pelos servos.

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Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado


a aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de
excedente era tomado pelo senhor. Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno,
limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adaptada foi a de rotação trienal
de culturas, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.
Veja a lista das principais obrigações dos servos:
• Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns
dias da semana;
• Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre, geralmente um
terço da produção;
• Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o
moinho, o forno, o celeiro, as pontes e estradas
• Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
• Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado
para a manutenção da capela local;
• Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, para a nobreza;
• Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal
do nobre;
• Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma
taxa para ajudar no casamento, regra também válida para quando um parente do
nobre iria casar. Todo casamento que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo
suserano.
• Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família
servil, em caso do falecimento do pai ou da família;
• Albergagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário.
Muitas cidades europeias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do
predomínio dos nobres. Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os
“burgueses” (habitantes dos burgos) recebiam frequentemente o apoio dos reis que, muitas
vezes, estavam em conflito com os nobres.
O feudalismo europeu apresenta fases bem diversas entre o século IX, quando os
pequenos agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos, e o
século XIII, quando o mundo feudal conhece seu apogeu, para declinar a seguir.
No século X, o sistema ainda está em formação e os laços feudais unem apenas os
proprietários rurais e os antigos altos funcionários ou Ministeriais - administradores da
propriedade feudal em nome de um senhor -, dos quais destacamos os Bailios (tomavam
conta de uma propriedade menor) e os Senescais (supervisionavam os vários domínios de
um mesmo senhor).

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Entre os camponeses existiam homens livres - os Vilões - com propriedades menores


independentes. A monarquia feudal não apresenta a rigidez que caracterizaria o regime
monárquico posteriormente e a ética feudal não está plenamente estabelecida
Entretanto, a partir do ano 1000 até cerca de 1150, o Feudalismo entra em transformação:
a exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas,
deixando áreas extensas de espaços vazios; surgem novas técnicas de cultivo, novas formas de
utilização dos animais e das carroças, o que permitiu a produção agrícola garantir um aumento
significativo, surgindo, assim, a necessidade de comercialização dos produtos excedentes.

018. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2014) O período de apogeu e crise do


feudalismo, na Baixa Idade Média, foi marcado por um conjunto de transformações
As opções a seguir descrevem corretamente algumas destas transformações, à exceção
de uma. Assinale-a.
a) O crescimento da produção artesanal associada ao setor têxtil lanífero, em centros
dinâmicos ao redor do mar Mediterrâneo.
b) A prática de atividades bancárias se apoiou nas trocas monetárias, na concessão de
créditos, e em depósitos remunerados com juros.
c) A expansão das feiras comerciais atraíam negociantes de várias partes da Europa, os
quais utilizavam salvo-condutos concedidos por senhores locais.
d) O desenvolvimento da atividade comercial no eixo mar do Norte e mar Báltico, era
dominado por mercadores alemães.
e) O aumento da produtividade agrícola foi possível pelo desbravamento de florestas, pelo
uso sistemático da rotação trienal, da charrua e de moinhos de água e de vento.

A produção artesanal não era suficiente para atender internamente a Europa. A maioria
destes produtos eram trazidas do oriente pelos comerciantes muçulmanos.
Letra a.

5.4. A IGREJA MEDIEVAL E AS PRINCIPAIS HERESIAS


A Igreja Católica Apostólica Romana tem origem logo após a morte de Jesus. Pedro,
considerado o primeiro Papa, organizou uma comunidade que realizava ações assistencialistas,
acolhendo portadores de hanseníase, doenças mentais ou outros problemas. A chamada
“Casa do Caminho”, como ficou conhecida, dá origem ao cristianismo primitivo.

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Durante o Império Romano o cristianismo passou por três fases: foi combatido, tolerado
e, posteriormente, transformado em religião oficial. A hierarquização passou a criar uma
estrutura de poder que atraiu membros da burocracia estatal romana que, ante a decadência
do Império, viram na Igreja Católica uma forma de sobrevivência e manutenção de certo status.
No início, a organização clerical era simples. Cada comunidade cristã possuía um bispo,
eleito pelos fiéis, os padres, responsáveis pelo ensino da religião e pelas cerimônias, e os
diáconos, responsáveis pela administração e assistência à população. Na Idade Média os
padres dirigiam as paróquias, que eram pequenos distritos. As várias paróquias formavam
uma diocese, dirigida por um bispo.
Várias dioceses formavam uma arquidiocese, dirigida por um arcebispo. No topo da
hierarquia estava o papa, chefe da Igreja, sucessor de São Pedro, fundador da Igreja católica.
A vida monástica (vida dos mosteiros) e as ordens religiosas começaram a surgir na
Europa a partir de 529 (século VI), quando São Bento de Núrsia fundou um mosteiro no
Monte Cassino, na Itália, e criou a Ordem dos Beneditinos, dando origem ao clero regular,
ou seja, ao clero dos mosteiros, onde os monges levavam uma vida disciplinada pelo trabalho
e obrigados a obedecer às regras (regula, em latim) da ordem a que pertenciam.
De acordo com as regras de São Bento, os monges beneditinos faziam voto de pobreza,
obediência e castidade. Deviam trabalhar e orar algumas horas por dia e se ocupar com
os pobres, os doentes e com o ensino.
Essas regras serviram de modelo para outras ordens religiosas surgidas na Idade Média,
como a Ordem dos Franciscanos, criadas por São Francisco de Assis e a Ordem dos
Dominicanos, criada por São Domingos de Gusmão.
A Igreja medieval tinha praticamente o controle do saber. O domínio da leitura e da escrita
era exclusivo dos padres, bispos, abades e monges. Nos mosteiros e abadias encontravam-se
as únicas escolas e bibliotecas da época. Foram os principais responsáveis pela preservação
da cultura greco-romana, com a restauração e conservação de textos antigos e se dedicavam
a escrever livros religiosos em latim, a língua oficial da Igreja.
Em 756 (século VIII) a Igreja constituiu seu próprio Estado, no centro da península Itálica,
quando Pepino, o Breve, rei dos francos, doou ao papado uma grande extensão de terra,
passando para a administração direta da Igreja, sob o nome de Patrimônio de São Pedro,
território que constituiu o embrião do atual Vaticano.
As heresias eram as seitas, facções ou orientações contrárias aos dogmas da Igreja. Em
vários momentos da Idade Média, grupos de fiéis contestavam os dogmas, sendo taxados
de hereges pelo clero.
Entre as diferentes heresias estavam a dos valdenses e a dos albigenses, ambas surgidas
no século XII. Os valdenses pregavam que, para salvar a alma, o fiel não precisava de padres.
Os albigenses acreditavam em um Deus do bem, criador das almas, e um Deus do mal, que

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havia encerrado as almas no corpo humano para fazê-lo sofrer. Com base nesses princípios
eles estimulavam o suicídio e eram contra o casamento, para evitar a procriação.
A Igreja empreendeu verdadeira guerra contra os hereges. Ainda no século XIII ela criou
a Inquisição, também chamada Tribunal do Santo Ofício, para investigar, julgar e condenar
os hereges. A Inquisição foi responsável pela morte de milhares de judeus, árabes e cristãos
considerados hereges.

A Santa Inquisição era dirigida pela Igreja Católica Romana e foi criada no século XIII, durante
a Idade Média. Era uma espécie de tribunal religioso que condenava todos aqueles que eram
contra os dogmas pregados pela Igreja Católica ou que eram considerados uma ameaça às
doutrinas. Eles eram denunciados, perseguidos, julgados e condenados (às vezes até eram
queimados vivos em praça pública, a pena mais “leve” era a prisão temporária ou perpétua).

5.5. IMPÉRIO BIZANTINO OU ROMANO DO ORIENTE


O Império Bizantino tem origem na divisão do Império Romano. Como vimos, as invasões
bárbaras, saques e a má gestão levaram o Império ao colapso. Por outro lado, é neste período
também que, na tentativa de minimizar os efeitos da crise e manter o Império, propõe-se
a separação do Império em dois: o do Oriente e o do Ocidente.
No entanto, o Império Romano do Oriente sobreviveu (atualmente chamado de
Império Bizantino), até o ano de 1453, ano de sua queda. O período situado entre a
queda do Império Romano do Ocidente e a queda do Império Romano do Oriente é o que
conhecemos por Idade Média.
Ainda que a queda do Império Romano do Ocidente tenha sido fatal para eles, a
sobrevivência do Império Romano do Oriente foi expressiva. Isso se deu porque havia outra
configuração e outros jogos políticos no oriente, diferentes das despesas e necessidades
do Império Romano do Ocidente. Ademais, com uma monarquia despótica e teocrática, os
imperadores bizantinos conseguiram impor a ordem social.
O povo do oriente enfrentou poucas ameaças de bárbaros, passando a viver um período
de estabilidade e prosperidade. Formado na tentativa de salvar o Império Romano do
Ocidente, em plena divisão do Império Romano no século IV, o Império Romano do Oriente
manteve a continuidade da cultura romana cristã e boa parte da cultura grega. Tendo a
capital localizada em Bizâncio, que mais tarde teria sido batizada de Constantinopla,
a cidade de Constantino, esta cidade protagonizou inúmeros encontros entre povos e

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culturas. Entre os povos que ali se encontravam estavam os gregos, os egípcios, os sírios,
os semitas e os eslavos.
Um dos pontos principais eram as rotas comerciais que por ali passavam trazendo
produtos dos mais variados tipos, tais como ouro, marfim, trigo, mel, pimenta, porcelanas,
canela entre outros. Por volta do ano 1000 a cidade chegou a ter uma população de quase
1 milhão de habitantes e chegou a ser a cidade mais rica de toda a Europa. Hoje ocupa o
território de Constantinopla a cidade de Istambul, na Turquia.

Império Bizantino em 1025.

A cidade, repleta de edificações majestosas, como a Basílica de Santa Sofia, era cercada
por uma muralha dupla que desempenhava muito bem o papel de proteção para aqueles
que ali viviam. O cristianismo ali teve grande aceitação e a cidade foi palco de atrações
religiosas, como as relíquias que os cristãos da época acreditavam ter pertencido aos
protagonistas da religião, tais como o sangue sagrado, os cravos da coroa de cristo e até
mesmo as suas sandálias estavam na cidade para a apreciação dos devotos.
Representados como santos, os imperadores bizantinos tinham o poder sobre o
Estado, o exército e a Igreja, e eram tratados com os próprios representantes de Deus na
Terra. Essa p´ratica ficou conhecida como Cesaropapismo (Cesar = Imperador + Papismo
= Papa). Como haviam várias culturas que compunham o Estado, havia necessidade de se
respeitar as várias nacionalidades e, para isso, era necessário um modelo administrativo
bem estabelecido. Desta forma, escolheram a religião para dar unidade, pois acreditavam
ser Deus aquele que dava unidade divina, e ao imperador caberia dar a unidade terrestre.

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Um dos imperadores de maior sucesso foi Justiniano, que governou o Império Bizantino
ao longo do século VI ao lado de Teodora, sua esposa, que era muito atuante na política.
Como medidas de Teodora, ocorreram as recuperações de territórios antes ocupados pelos
povos bárbaros, a construção de estradas e a retomada do comércio no mar Mediterrâneo.
O território bizantino neste período retomou boa parte do Império Romano do Ocidente,
dominando a península Itálica, o norte da África, o sul da península Ibérica, além do seu
território no oriente. A expansão territorial foi um dos principais objetivos do governo de
Justiniano. O marco desse período foi a construção da basílica de Santa Sofia e o Código
Justiniano, que ampliou novas leis baseadas no antigo direito romano substituindo o
latim pelo grego como língua oficial.
Os bizantinos eram divididos socialmente em grandes proprietários de terras, altos
funcionários públicos, comerciantes, artesãos e um pequeno grupo de escravizados.
Havia ainda camponeses que cultivavam plantações no interior e pagavam tributos ao
Estado em forma de produtos.
No século IX, era comum ver em Constantinopla a sua população tendo como
entretenimento os teatros, hipódromos, onde ocorriam os espetáculos mais populares
entre os bizantinos, as corridas de cavalos. Os mais ricos e as camadas médias valorizavam a
educação e boa parte dessa parcela da população eram alfabetizados, inclusive as mulheres.
As mulheres se dedicavam a cosmetologia e a tecelagem.

5.5.1. ARTE BIZANTINA


Os mosaicos, obras de arte que já eram conhecidos pelos gregos e pelos romanos,
fizeram parte do cotidiano das igrejas bizantinas. As obras geralmente retratavam para os
fiéis as histórias da bíblia e tinham funções de ensinar a religião. Vale ressaltar que a maior
parte da população não era alfabetizada, como vimos anteriormente, e os aprendizados
deveriam ser feitos por meio de imagens, passando de forma facilitada a doutrina cristã.
Nos mosaicos os ensinamentos eram contados de forma objetiva e o mais simples possível.

Cristo com são Vital e santo Eclésio. Mosaico na igreja de São Vital, em Ravena, Itália.

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Os imperadores também foram retratados nos mosaicos. Muitas vezes, eram colocados
lado a lado com a Virgem Maria e o Menino Jesus. Isso demonstrava o poder que tinham
e sua relação com a Igreja.
Geralmente as figuras eram representadas de frente e na vertical para evidenciar sua
grandiosidade espiritual. A perspectiva e o volume eram ignorados e usavam diversas
cores, mas a dourada era predominante, pois simbolizava o ouro, para eles o maior bem
existente na Terra.
A representação mais relevante na arquitetura bizantina foram as igrejas. A confirmação
do cristianismo acontece no mesmo período do esplendor de Constantinopla, capital do
Império Bizantino.
A arquitetura era marcada pelo luxo dos adornos (herança oriental) e pela complexidade
dos edifícios. As igrejas e os palácios ilustravam a riqueza arquitetônica dos bizantinos.
Na construção das igrejas, os arquitetos usavam a cúpula sobre pilares, a planta em cruz
grega e o capitel (extremidade superior de uma coluna) cúbico.
Sua principal obra foi a Igreja de Santa Sofia, erguida em Constantinopla, embora na
península Itálica também tenham sido erguidos edifícios belíssimos, como a basílica de
São Marcos, construída em Veneza no século XI. As construções bizantinas tinham uma
fachada sóbria, mas um interior ricamente decorado com mosaicos e ícones.
As igrejas bizantinas, ainda que também orientadas pelo leste, têm diversas particularidades
em seus rituais. A cabeceira possui três absides, às quais os fiéis não tinham acesso: uma
em que o oficiante concedia bênçãos, a central para o altar com os assentos do clero, e a
terceira para os ornamentos litúrgicos. Tal zona era separada do resto por uma barreira ou
cancela com ícones, chamada iconostásio, que se converteu em uma parede que isolava
a classe clerical.

5.5.2. CISMA DO ORIENTE: DIVISÃO DA IGREJA CATÓLICA


A religião cristã em Constantinopla seguia os moldes do Império Romano do Ocidente.
Ao longo do tempo, tendo os imperadores o controle da religião, passaram se efetivar várias
mudanças. Os patriarcas da Igreja, líderes religiosos, eram nomeados diretamente pelo
Imperador. Na hierarquia clerical, abaixo dos patriarcas se encontravam aproximadamente
seiscentos bispos e arcebispos que controlavam milhares de padres e párocos. As missas
antes rezadas em latim, passaram a ser celebradas em grego, os padres começam a adotar
barbas e tiveram autorização para contraírem o matrimônio.
Essas diferenças geraram desentendimentos entre os chefes de cada Igreja, o Patriarca
e o Papa, levando a uma ruptura em definitivo no ano de 1054, fato que ficou conhecido
como A cisma do Oriente. A separação entre as igrejas fez com que os bizantinos adotassem
uma liturgia própria, não tendo mais relações com a Igreja Católica. Assim, passaram a se

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chamar de Igreja Ortodoxa. Uma das principais diferenças entre as religiões católicas e
bizantinas é a adoração de imagens, que na Igreja Ortodoxa passou a ser proibida, pois
eram acusados de idolatria.
Segundo a interpretação bíblica dos ortodoxos, o culto às imagens era condenado
pelas escrituras sagradas. Essa discussão dividia a sociedade bizantina desde o século VIII,
quando o imperador proibiu esta prática. Porém, ocorreram diversas revoltas da população,
muitas delas tinham como incitadores os próprios monges que eram contrários a ordem
do imperador. A questão iconoclasta, como ficou conhecida, durou até meados do século
IX, quando o culto as imagens foram liberadas, exceto as estátuas e esculturas.

5.5.3. QUEDA DE CONSTANTINOPLA E O FIM DO IMPÉRIO BIZANTINO


A localização de Constantinopla, próximo à Ásia Menor, fez com que a cidade fosse
alvo de tentativas de conquistas e de ameaças frequentes. Diversos foram os povos que
tentaram invadir Constantinopla, assim como fizeram com Roma no século V e os expedições
europeias durante as cruzadas. Esses constantes ataques e ameaças foram responsáveis
pelo enfraquecimento da defesa de Constantinopla e pela diminuição gradativa de seu
território.
Disputando o poder, Mehmed II, do império otomano, avançou sobre Constantinopla,
que, já fragilizada, não conseguiu se sustentar. Os símbolos aqui são importantes para
marcar o fim do Império Romano do Oriente: no dia em que Constantinopla foi tomada
pelos otomanos, a principal referência do cristianismo na região, a Basílica de Santa Sofia,
sofreu duros ataques, sendo transformada em uma mesquita imediatamente. Em 1453 o
Império Romano do Oriente chegava ao fim, dando início a novos tempos.

019. (FGV/2001) Entre as múltiplas razões que explicam a sobrevivência do Império Romano
no Oriente, até meados do século XV, está a:
a) capacidade política dos bizantinos em manter o controle sobre seu território, subordinado
a uma Monarquia Despótica e Teocrática.
b) autonomia comercial das Cidades-estados otomanas, subordinadas ao Império Romano
do Ocidente.
c) essencial ruralização da sociedade para proteger-se de migrações desagregadoras.
d) capacidade do Sultão Maomé II e manter, ao longo de seu governo, a unidade otomana
do Império Bizantino.
e) política descentralizada, consequência das migrações gregas e romanas.

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O poder centralizador dos Imperadores, embasado num controle político e religioso


(cesaropapismo), possibilitou uma administração e controle de toda a população bizantina.
Letra a.

5.6. IMPÉRIO E CIVILIZAÇÃO ÁRABE


A civilização árabe ou islâmica surgiu no Oriente Médio, numa península desértica
situada entre a Ásia e a África. É uma área de aproximadamente um milhão de quilômetros
quadrados, com centenas de milhares recobertos por um enorme deserto, pontilhados por
alguns oásis e por uma cadeia montanhosa, a oeste. Somente uma estreita faixa no litoral
sul da península possui terras aproveitáveis para a agricultura.
Até o século VI, os árabes viviam em tribos, sem que houvesse um Estado centralizado.
No interior da península havia tribos nômades de beduínos, que viviam basicamente
do pastoreio e do comercio. Às vezes, entravam em luta pela posse de um oásis ou pela
liderança de uma rota comercial. Também era comum o ataque a caravanas que levavam
artigos do Oriente para serem comercializados no Mar mediterrâneo ou no Mar Vermelho.
Apesar de dispersos num grande território os árabes edificaram algumas cidades, entre
as quais as mais importantes localizavam-se a oeste, na parte montanhosa da Península
Arábica. Eram elas: latribe, Taife e Meca, todas na confluência das rotas das caravanas que
atingiram o Mar Vermelho. A cidade de Meca era, sem dúvida, a mais destacada, pois, como
centro religioso de todos os árabes, ali se reuniam milhares de crentes, o que tornava seu
comércio ainda mais intenso.
Embora fossem politeístas e adorassem diversas divindades, os ídolos de todas as tribos
estavam reunidos num templo, chamado Caaba, situado no centro de Meca. A construção,
que existe até hoje, assemelha-se a um cubo e, assim como a administração da cidade,
ficava sob os cuidados da tribo dos coraixitas.

5.6.1. PROFETA MAOMÉ


Maomé, que iria causar enormes transformações em seu povo e no mundo, nasceu por
volta de 570, na poderosa tribo dos coraixitas.
Tendo sido por muito tempo guia de caravanas, Maomé percorreu o Egito, a Palestina e a
Pérsia, conhecendo novas religiões, como o judaísmo e o cristianismo. A grande transformação
de sua vida teve lugar quando, já bem estabelecido economicamente, divulgou que tivera
uma visão do anjo Gabriel - entidade da religião cristã - em que este lhe revelara a existência
de um deus único. A palavra deus, em árabe, se diz Alá.

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Começou então a pregar o islamismo, a submissão total a Alá, com a consequente


eliminação de todos os outros ídolos. Os crentes na nova religião eram chamados muçulmanos
ou maometanos.
Com os ensinamentos de Maomé se instalaram regras de comportamento individual
e social, como a proibição de consumir carne de porco, de praticar jogos de azar e de
reproduzir a figura humana, além da defesa da autoridade do pai na família e da permissão
da poligamia masculina.
Os habitantes de Meca, temerosos de perder o comércio as caravanas de fiéis que se
dirigiam à Caaba, passaram a perseguir Maomé, e a maioria da população árabe da cidade
não aderiu ao seu monoteísmo. Maomé foi obrigado, então, a fugir para latribe, que passou
a chamar-se Medina, nome que significa a “cidade do profeta”. Essa fuga, que ocorreu
em 622, é chamada de Hégira e indica o início do calendário muçulmano, tendo, para esse
povo, o mesmo significado que o nascimento de Cristo tem para os cristãos.
Gradualmente, o número de crentes em Alá foi aumentando e, apoiado nessa força,
Maomé começou a pregar a Guerra Santa, ou seja, a expansão do islamismo, através da
força, a todos os povos “infiéis”. O grande estímulo era dado pela crença de que os guerreiros
de Alá seriam recompensados com o paraíso, caso perecessem em luta, ou com a partilha do
saque das cidades conquistadas, caso sobrevivessem. A Guerra Santa serviu para unificar
as tribos árabes e tornou-se um dos principais fatores e permitir a expansão posterior
do islamismo.

5.6.2. ALCORÃO
Os ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) estão contidos no Alcorão
(Qur’an, “recitação”). Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu esses ensinamentos
de Deus por intermédio do anjo Gabriel (Jibrīl), através de revelações que ocorreram entre
610 e 632 d.C. Maomé recitou essas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais
se diz terem memorizado e escrito no material que tinham à disposição (omoplatas de
camelo, folhas de palmeira, pedras…).
As revelações a Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro. Considera-se que a
estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e 656, durante o califado de Otomão.
O Alcorão está estruturado em 114 capítulos, chamados suras. Cada sura está por sua
vez subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos possuem tamanho desigual (o
menor possui apenas três versículos e os mais longos 286 versículos) e a sua disposição
não reflete a ordem da revelação (estão ordenados por tamanho). Considera-se que 92
capítulos foram revelados em Meca e 22 em Medina. As suras são identificadas por um
nome, que é em geral uma palavra distintiva surgida no começo do capítulo (“A Vaca”, “A
Abelha”, “O Figo”).

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Uma vez que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma longa linha de
profetas, eles tomam a sua mensagem como um depósito sagrado e tomam muito cuidado
com ela, assegurando que a mensagem tenha sido recolhida e transmitida de uma maneira
a não trair esse legado.
Essa é a principal razão pela qual as traduções do Alcorão para as línguas vernáculas
são desencorajadas, preferindo-se ler e recitar o Alcorão em árabe. Muitos muçulmanos
memorizam uma porção do Alcorão na sua língua original e, aqueles que memorizaram o
Alcorão por inteiro, são conhecidos como hafiz (literalmente “guardião”).
A mensagem principal do Alcorão é a da existência de um único Deus, que deve ser
adorado. Contém também exortações éticas e morais, histórias relacionadas com os
profetas anteriores a Muhammad (que foram rejeitados pelos povos aos quais foram
enviados), avisos sobre a chegada do dia do Juízo Final, bem como regras relacionadas com
aspectos da vida diária, como o casamento e o divórcio.
Além da submissão total a Alá, o Corão registra as seguintes regras fundamentais para os
muçulmanos: orar cinco vezes por dia com o rosto voltado para Meca; jejuar regularmente;
dar esmolas; peregrinar ao menos uma vez na vida para Meca
Além do Alcorão, as crenças e práticas do islão baseiam-se na literatura hádice que,
para os muçulmanos, clarifica e explica os ensinamentos do profeta.

5.6.3. A EXPANSÃO MUÇULMANA

Após sua morte, Maomé foi substituído pelos califas - os “sucessores do profeta” -
que eram chefes religiosos e políticos. Com os califas, iniciou-se a expansão da civilização
muçulmana, motivada principalmente pela necessidade de terra férteis que o aumento
populacional da Península Arábica após a unificação das tribos exigia.

Xiitas x Sunitas: Os muçulmanos sunitas e xiitas compartilham as crenças e os artigos de fé


islâmicos mais fundamentais e são os dois principais grupos dentro do islamismo. Contudo,
eles possuem algumas distinções espirituais e políticas.

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Os guerreiros islâmicos, impulsionados pela crença no paraíso após a morte e pelas


recompensas terrenas, avançaram rapidamente, aproveitando-se da fraqueza de seus
vizinhos persas e bizantinos. Caracterizando-se, em geral, pelo respeito aos costumes dos
povos vencidos, os muçulmanos dominaram toda a Península Arábica. Expandindo-se para
leste, alcançaram a Índia e, estendendo-se em direção ao Mar Mediterrâneo, conquistaram
o norte da África e parte da Península Ibérica.
Apesar do avanço muçulmano na Europa ter sido freado na Batalha de Poitiers, em 732,
pelo franco Carlos Martel, os árabes ainda conseguiram conquistar as ilhas Baleares, a
Sicília, a Córsega e a Sardenha. A extensão dos domínios muçulmanos pelo Mediterrâneo

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prejudicou o comércio da Europa Ocidental com o Oriente. Este foi um dos fatores que
contribuíram para o isolamento dos reinos bárbaros cristãos que voltaram mais ainda para
uma economia agrícola e rural, o que contribuiu para a formação do feudalismo.
A tolerância dos muçulmanos para com os povos conquistados permitiu-lhes atingir
grande progresso econômico e cultural, pois, utilizando elementos próprios e de outras
culturas, desenvolveram conhecimentos e técnicas valiosas até hoje. Foi o caso do uso da
bússola e da fabricação do papel e da pólvora, aprendidos com os chineses e introduzidos
no Ocidente.
Em virtude da enorme extensão de seu império, os árabes difundiram o cultivo de
produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar, o algodão, o arroz, a laranja e o limão. No
campo das ciências, desenvolveram a Matemática, com muitas contribuições à Álgebra,
Geometria, Trigonometria e Astronomia. Os algarismos que usamos atualmente são
uma herança indiana transformada e transmitida aos ocidentais pelos árabes, daí serem
chamados arábicos. Até mesmo a palavra algarismo deriva da língua árabe. A Medicina que
desenvolveram baseou-se nos conhecimentos dos gregos.
Séculos mais tarde, os turcos, originários da Ásia Central e seguidores do islamismo,
conquistaram grande parte dos domínios muçulmanos. Eles formaram, no século XIV.
o Império Turco, que englobou esses domínios e acabou, depois de várias tentativas,
conquistando o Império Bizantino, com a tomada de Constantinopla em 1454.

020. (FGV/VESTIBULAR/2014) Para explicar a rápida expansão muçulmana, ou do islão, há


vários fatores. Qual dos tópicos a seguir não é explicativo disso:
a) o crescimento demográfico da população árabe, que pressionava o povo a procurar terras
favoráveis à agricultura;
b) à fraqueza defensiva do Ocidente, devida à política de paz e tolerância da Igreja Católica;
c) o império Bizantino e o Império Persa guerrearam durante séculos, enfraquecendo-se
mutuamente;
d) no Ocidente a expansão árabe soube aproveitar as fraquezas dos Estados bárbaros
descentralizados, que sucederam o Império Romano;
e) o estímulo muçulmano à Guerra Santa (Jihad), coordenado pelos califas, em nome da
expansão da fé islâmica.

Não havia, propriamente, uma fraqueza defensiva na Europa Medieval à época da expansão
islâmica. Acontece que, nos séculos VII e VIII d.C., os reinos medievais estavam também

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em processo de formação, como os reinos dos Francos, e começando a articular-se com a


Igreja Católica. Os outros fatores apontados pelas demais alternativas dão um panorama
do conjunto de fatos que contribuíram para essa expansão.
Letra b.

5.7. AS CRUZADAS (APENAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS)


As cruzadas eram expedições de caráter religioso, econômico e militar que se formaram
na Europa, entre os séculos XI e XIII, contra os heréticos e os muçulmanos. Embora não tenha
sido um movimento exclusivamente religioso, as cruzadas tiveram o espírito de religiosidade
da cristandade europeia como fator importante de sua formação.
Isso se explica porque, diante de uma sociedade onde a fé superava a razão, a cultura
era manipulada pela igreja e vivia-se preso à ideia do pecado e da condenação eterna. Era
natural que o homem buscasse a salvação da alma através de atos de fé e penitência. Uma
das penitências desejadas era fazer ao menos uma peregrinação à Palestina - a Terra Santa,
o lugar onde Cristo nascera, sofrera e fora enterrado.
Veja a lista de objetivos das cruzadas:
• Libertar a Terra Santa conquistada pelos turcos seldjúcidas (dinastia do fundador
Seldjuk), que proibiu a peregrinação ao Santo Sepulcro, em Jerusalém;
• A tentativa do papado de unir a Igreja Ocidental e a Igreja Oriental, separadas desde
1054 pelo Cisma do Oriente.
• A tentativa dos nobres europeus de se apropriarem de terras no oriente;
• A necessidade de algumas cidades comerciais europeias, principalmente italianos,
interessados por entrepostos e vantagens em busca de produtos orientais e pela
possibilidade de abertura do mar Mediterrâneo ao comércio;
• A explosão demográfica europeia, que gerou uma população marginal, sem emprego
e sem terras, que uniu seu fervor religioso ao desejo de riqueza.
Do final do século XI à segunda metade do século XIII, houve oito cruzadas, que dirigiram
sua luta contra os turcos no Oriente. Em 1095, o papa Urbano II pronunciou um inflado
discurso no Concílio de Clermont, conclamando os cristãos a ingressarem na expedição
cruzadista rumo ao Oriente. Agora, veja uma lista resumo das principais cruzadas:
• Primeira Cruzada (1096-1099): Chamada de Cruzada dos Nobres chegou a conquistar
Jerusalém, onde promoveram uma matança da população muçulmana. Organizaram
na região vários reinos nos moldes feudais. No século XII, os turcos reconquistaram
os reinos, inclusive Jerusalém.
• Segunda cruzada (1147-1149): Foi organizada por reis e imperadores, com o objetivo
de retomar Jerusalém dos turcos, mas fracassaram no seu objetivo.
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• Terceira cruzada (1189-1192): Foi chamada Cruzada dos Reis, devido à participação
do monarca da Inglaterra (Ricardo Coração de Leão), da França (Filipe Augusto)
e do Sacro Império Romano-Germânico (Frederico Barba Roxa). Não atingiu seus
objetivos militares, mas foram estabelecidos acordos diplomáticos com os turcos
que permitiram as peregrinações.
• Quarta cruzada (1202-1204): Foi chamada de Cruzada Comercial por ter sido liderada
por comerciantes de Veneza. Desviada de Jerusalém, alvo religioso da investida, para
Constantinopla, que acabou sendo saqueada.
• Quinta, sexta, sétima e oitava cruzadas (1218-1270): Secundárias sob todos os
aspectos, não tiveram sucesso.
Do ponto de vista religioso as cruzadas fracassaram, do ponto de vista econômico elas
tiveram um papel importante no desenvolvimento comercial, com o fim da dominação
árabe no Mar Mediterrâneo. Diversas razões contribuíram para o fracasso das Cruzadas,
entre elas: os europeus eram minoria, em meio a uma população geralmente hostil; a
opressão à população nativa fez com que o domínio fosse cada vez mais difícil; as diversas
lutas entre os próprios cristãos contribuíram para enfraquecê-los enormemente. Todas,
exceto a pacífica sexta Cruzada (1228-1229), foram prejudicadas pela cobiça e brutalidade;
judeus e cristãos na Europa foram massacrados por turbas armadas em seu caminho para
a Terra Santa. O papado era incapaz de controlar as imensas forças à sua disposição.
As cruzadas conseguiram restabelecer as relações europeias com o norte da África e
a Ásia. Foram responsáveis pela reabertura do Mediterrâneo ao comércio internacional e
pelo desenvolvimento do comércio ocidental. Deve-se também às cruzadas a divulgação
na Europa ocidental de parte dos conhecimentos das civilizações bizantina e muçulmana,
do cultivo de novos produtos agrícolas e novas técnicas, na fabricação de vidro e tapete.

021. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2019)

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As afirmativas a seguir sobre as cruzadas ocorridas entre os séculos XI e XIII, estão corretas,
à exceção de uma. Assinale-a.
a) Foram o campo de ação dos cavaleiros templários que defendiam os lugares sagrados e
as vias de peregrinação.
b) Tinham como objetivo libertar a Terra Santa da heresia cátara, principal ameaça à difusão
do cristianismo.
c) Representaram a oportunidade de enriquecimento para o comércio das jovens repúblicas
marítimas italianas.
d) Possibilitaram a conquista de novos territórios no Levante para nobres senhores feudais
e cavaleiros.
e) Fortaleceram o prestígio do papado, então em disputa com o Sacro Império na Europa
Ocidental.

a) Certa. Os cavaleiros templários foram os exércitos atuantes nas Cruzadas.


b) Errada. Os cátaros foram uma seita cristã de puristas dualistas que destoavam
completamente dos ensinamentos católicos, pois acreditavam na existência de dois deuses,
ao invés da crença monoteísta, e com isso justificavam uma total e radical crença na
dualidade metafísica em que tudo o que há no mundo material corresponde ao mau, sendo
que o bem reservar-se-ia ao mundo espiritual. Os cátaros também eram designados como
albigenses porque a seita prosperou em Albi, no sul da França, portanto, não era na Terra
Santa (Jerusalém).
c) Certa. Por imporem hegemonia religiosa e política sobre muitos lugares do norte da África
e da Ásia Menor, os cruzados abriam o comércio mediterrâneo.
d) Certa. Os primeiros estados cruzados foram criados no Levante. São eles: Condado de
Edessa (1098 a 1144), Principado de Antioquia (1098 a 1268), Reino Latino de Jerusalém
(1099 a 1291).
e) Certa. O Sacro Império Romano-Germânico durou do século IX ao começo do século XIX.
De fato, havia uma consolidada união entre Estado e Igreja, cujas disputas internas eram
mediadas pelo papado.
Letra b.

5.8. A CULTURA MEDIEVAL


A Cultura Medieval é caracterizada pela influência da Igreja Católica sobre as culturas
greco-romanas e germânicas durante a Idade Média. Nesse contexto, entende-se como
cultura todas as atividades relacionadas à educação, à ciência, à filosofia, à arquitetura e
à música, entre outros elementos.
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Querido(a), a Idade Média (476-1453) foi chamada de Idade das Trevas. Por muito tempo
foi vista como uma época de atraso cultural devido, principalmente, a interferência da
igreja na produção científica. A visão negativa também advém das várias guerras, doenças
e desigualdades sociais que ocorreram.
Contudo, atualmente essa conotação negativa não é tão utilizada. A ideia de escuridão
tem sido desmitificada aos poucos por alguns historiadores do século XX, que reconheceram
que houve sim produção de conhecimentos que contribuíram para a Cultura Medieval. Não só
o poder financeiro da igreja cresceu, mas também o social por meio da doutrinação religiosa.
Como forma de combater a heresia (críticas aos dogmas e ensinamentos religiosos),
tribunais inquisitórios foram realizados e várias pessoas foram presas, torturadas e até
mortas. Como vimos, a Igreja Católica estava presente em todos os âmbitos sociais, exercendo
um poder maior até que o próprio Estado.
Como a escrita era um privilégio do clero, a maioria dos estudiosos que contribuíram com
a Cultura Medieval eram religiosos. Assim, como grande parte da população medieval era
analfabeta e não tinha acesso aos livros, a educação dentro da Cultura Medieval desenvolveu-
se com base nos ensinamentos religiosos. Desse modo, as escolas medievais tinham como
função instruir as pessoas. A escola fazia com que essas pessoas conhecessem a língua
latina e alguns aspectos da lógica e da astronomia.
Os religiosos eram responsáveis pela educação e era necessária autorização destes para
que o jovem pudesse adentrar em alguma escola. Existiam quatro tipos de escolas:
• Escolas paroquiais: voltada para a formação de padres, o ensino das escolas paroquiais
restringia-se aos salmos e às lições das escrituras sagradas.
• Escolas monásticas: as escolas monásticas inicialmente formavam apenas monges,
funcionando em regime de internato. Mais tarde foram abertas escolas externas, que
abrigavam filhos dos reis e dos servidores, que aprendiam sobre latim, gramática,
retórica e dialética.
• Escolas palatinas: o ensino dado aos filhos de reis e servidores, nas escolas monásticas,
virou quase uma obrigatoriedade para esse público. Nas escolas palatinas havia uma
espécie de programa de ensino para as sete artes liberais, subdivididas em trivium
(gramática, retórica, dialética) e quadrivium (geometria, astronomia, música e
aritmética). Para cada disciplina existia uma obra literária ou teoria, que servia
como bibliografia obrigatória. Por exemplo, para o estudo da gramática as obras de
referência eram os manuais de Donato e Prisciano.
Universidades medievais: as universidades de Bolonha (Itália), Paris (França), Oxford
(Inglaterra) e a de Montpellier (França) são consideradas as mais antigas. Todas derivaram de
escolas já existentes, chamadas de studium generale, mas somente no século XIII passaram
a ser controladas pela Igreja. Duas teorias justificam a criação das universidades: a primeira
está relacionada à renovação do saber, influenciada pela filosofia de Aristóteles, a segunda
seria a pressão social exercida pela necessidade de melhores carreiras. Mestres e estudantes

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viam a universidade como locais de discussão e crítica à sociedade, deste modo a Igreja
começou a perder sua influência sobre a educação universitária, modificando o alicerce da
Cultura Medieval – o poder da Igreja.
Já a filosofia medieval poder ser representada por duas principais correntes: a Patrística
e a Escolástica.
A Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos três primeiros séculos, elaborada pelos
Pais ou Padres da Igreja, os primeiros teóricos – daí “Patrística” – e consiste na elaboração
doutrinal das verdades de fé do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos
e contra todos que eram contra os hereges. O principal expoente dessa fase filosófica
medieval foi Santo Agostinho, que tentou adaptar a filosofia de Platão ao cristianismo.
Foi na universidade que surgiu o método filosófico da escolástica (questiones et
responsiones), inicialmente utilizado como um método que buscava conciliar o pensamento
eclesiástico e o pensamento filosófico. Thomaz de Aquino foi o principal propagador dessa
filosofia. Baseada nos ideais do filósofo grego Aristóteles, a Escolástica marcou a Cultura
Medieval, principalmente pelo contato com novas leituras, em especial as obras Arquimedes
traduzidas do árabe para o latim. O método escolástico consistia na leitura de textos
produzidos por filósofos sobre deteraminados temas. Com isso, a proposta era provocar
debates sobre os problemas filosóficos: a relação fé x razão e o problema dos universais.

022. (FGV/SME/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - ÁREA HISTÓRIA/2023) A


imagem a seguir retrata um dos vitrais da catedral de Berna (Suíça) restaurado em 1918,
com base nos projetos originais dos vitrais instalados entre 1516 e 1519.

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A imagem é utilizada em sala de aula para apresentar o tema da peste negra e da Dança
Macabra em uma atividade interdisciplinar sobre pandemias e epidemias ao longo da História.
Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente o uso desse documento histórico para
compreender o imaginário medieval a respeito da morte.
a) A imagem caracteriza a sensibilidade medieval sobre o pecado carnal, pois o esqueleto
representa a punição a quem dança e se diverte.
b) O documento é uma apologia à Igreja, que desafia a morte trazida por peste, fome e
guerras, ao oferecer proteção espiritual para os habitantes de Berna.
c) O vitral materializa uma crítica social, ao caracterizar metaforicamente a fome como um
esquálido esqueleto que ameaça um rico representante do alto clero.
d) A figura expressa o desenvolvimento de uma estética macabra na cristandade medieval,
em sintonia com a afirmação de uma arte neogótica.
e) A fonte iconográfica retrata a consciência do caráter inexorável e universal da morte e
a importância de se estar sempre preparado para sua imprevisível chegada.

Como os vitrais estão numa catedral católica, é de se esperar que representem os valores
cristãos, no caso, em relação à morte. O estar preparado significa viver evitando o pecado.
Nietzsche, grosso modo, critica o cristianismo católico medieval por fazer com que os
homens sacrifiquem seus sentidos por conceberem o pecado como obstáculo para se
alcançar uma vida após a morte.
Letra e.

Estimado(a), chegamos ao final da parte de apresentação do conteúdo. Mas a aula não


acabou. Na sequência, estude o resumo e os mapas mentais. Também faça todos os exercícios
e leia os comentários dos gabaritos. É a resolução das questões que lhe proporcionará
treinamento para memorização do conteúdo e compreensão da maneira como o examinador
lhe cobrará o conhecimento.
Ah, não se esqueça de avaliar esta aula. Desejo-lhe sucesso!
Abraços,
Professor Daniel

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RESUMO
Mesopotâmia:
• Civilização hidráulica: Entre os rios Tigre e Eufrates.
• Sumérios: escrita cuneiforme, veículo de rodas
• Babilônios: Código de Hamurabi, Jardins Suspensos, Torre de Babel
• Assírios: Militares
• Caldeus: Nabucodonosor
• Religião: Politeístas
Egito:
• Civilização hidráulica: “Egito é uma dádiva do Nilo”
• Sociedade Estamental: Servidão Coletiva.
• Classes sociais: Faraó, Sacerdotes, Escribas, Exército, Artesãos, Servos, Escravos.
• Religião: Politeísta, Antropozoomorfia.
• Escrita Hieróglifica
• Herança: Medicina, escrita, mitologia.
Fenícios:
• Atual Líbano
• Navegadores e Comerciantes
• Metalurgia
• Alfabeto fonético
Hebreus:
• Origem: Mesopotâmia.
• Monoteísmo
• Nomadismo até se fixarem em Canaã.
• Criação de gado, agricultura.
• Patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó
• Juízes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel
• Reis: Saul, Davi e Salomão
• Escravidão no Egito
• Busca da terra prometida
• Diáspora Judaica.
Grécia:
• Períodos: Pré-Homérico, Homérico, Arcaico e Clássico.
• Cidades-Estado: Pólis: Autonomia político administrativa.

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• Esparta: Militarismo, Oligarquia


• Atenas: Cultura, artes e filosofia. Democracia direta. Cidadãos.
• Guerras contra os Persas
• Crise: conflitos entre as cidades-estado. Domínio macedônio.
• Herança: Filosofia, matemática, artes, mitologia.

Roma:
• Monarquia 753 a.C. a 509 a. C.: domínio etrusco. Patrícios, plebeus, clientes, escravos.
• República: 509 a.C. a 27 a. C.: Apogeu da expansão romana. Revoltas plebeias e escravas.
• Império: 27 a.C. a 476 d.C.: Centralização Política.
• Leis favoráveis à plebe.
• Decadência: crise da escravidão.
• Herança: Latim, Direito, Arquitetura, Calendário,

Império Carolíngio:
• Carlos Magno
• Educação: escolas monaicais, catedrais e palatinas.

Feudalismo:
• Sistema econômico: subsistência, amonetária, rural, sem comércio.
• Servidão por contrato.
• Nobreza, Clero, Camponeses.
• Tributos Feudais.
• Vassalagem.

Igreja:
• Maior proprietária de terras da Europa.
• Poder político
• Perseguição contra heresias: Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), Indéx.
• Controle ideológico da população.
• Unidade cultural europeia

Reinos Cristãos da Península Ibérica:


• Navarra, Leão, Castela e Aragão. Portugal e Espanha surgiram da unificação dos reinos
da Península Ibérica contra a invasão dos muçulmanos.

Cruzadas:
• Expedições para retomar Jerusalém dos infiéis (muçulmanos)
• Pressão demográfica europeia.
• Necessidade de novas terras.

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Islã:
• Maomé: tribos beduínas
• Revelação do Anjo Gabriel: Alcorão.
• Hégira: Fuga de Maomé para Medina.
• Califado Omíada
• Xiitas x Sunitas
• Califado Abássida
• Império Muçulmano: domínio do Mar Mediterrâneo (Comércio)
• Domínio de Jerusalém
Herança Cultural Medieval
• Filosofia: Patrística e Escolástica
• Igreja Católica: preservou livros antigos, arquitetura românica e gótica.
• Literatura: Trovadorismo e Humanismo
• Educação: Escolas paroquiais, Escolas monásticas, Escolas palatinas, Universidades.
Império Bizantino: Império Romano do Oriente
• Justiniano: Codex Justiniano
• Cesaropapismo
• Arte: mosaicos, catedrais
• Cisma do Oriente (1054)
• Queda do Império Bizantino (1453): invasão Otomana.
Cruzadas:
• Expedições para retomar Jerusalém dos infiéis (muçulmanos)
• Pressão demográfica europeia.
• Necessidade de novas terras.

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MAPAS MENTAIS

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Tributos Feudais
Dias de trabalho do camponês no manso senhorial
Corveia
(terras do senhor)

Tostão de Pedro 10% da produção camponesa para a Igreja.

Taxa pela utilização das instalações do feudo


Banalidade
(moinho, ferramentas)
Cerca de metade da produção para o Senhor
Talha
Feudal.

Taxa relativa ao número de pessoas no manso


Captação
servil.

Núpcias. Primeira noite, após o casamento, da


Formariage
camponesa com o Senhor Feudal.

Pagamento de taxa para permanecer no feudo da


Mão-Morta família servil, em caso do falecimento do pai ou
da família.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

001. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2014) O autor do fragmento a seguir


relata uma experiência de sala de aula que envolveu o manuseio, pelos alunos, do material
utilizado na produção do papiro.
“Os escritos dos papiros são hoje conhecidos como ‘hieróglifos’, palavra de origem grega que
define qualquer texto considerado sagrado pelas civilizações antigas. Mas os próprios egípcios
chamavam sua escrita de Medu Neter, ‘palavras dos deuses’. Uma dica para os professores
interessados é levar para a sala de aula a planta que gerou os papiros – facilmente encontrável
no Brasil, usada como adorno em muitas casas. (...) O toque nas fibras unidas e entrelaçadas
provoca o questionamento de como é possível termos herdado esse conhecimento de era
tão remota. (...) Colocar a chamada História Antiga em contato com o cotidiano dos alunos
é uma das melhores maneiras de torná-los mais receptivos ao tema e às possibilidades de
analogias em relação ao papiro – o ancestral de nossos livros, revistas e jornais.”
(FERREIRA, Lucas dos Santos. “Milênios na palma da mão” in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano
9, n. 99, p. 80-83, dez. 2013.)

Nessa aula, o professor apresentou, além do papiro, alguns textos religiosos, tratados
cirúrgicos, problemas matemáticos e histórias populares, como documentos da história
egípcia, produzidos há alguns milhares de anos.
As opções a seguir apresentam possíveis objetivos desse trabalho com diferentes linguagens
no ensino de História, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Despertar o interesse dos alunos pela história da civilização egípcia, na Antiguidade.
b) Apresentar o passado egípcio em linguagem mais acessível aos alunos.
c) Identificar influências de textos egípcios em documentos posteriores.
d) Ressaltar diferenças e semelhanças entre sociedades de épocas distintas.
e) Indicar o processo evolucionista ocorrido desde o primitivo papiro egípcio até a atualidade.

002. (FGV/SME/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - ÁREA HISTÓRIA/2023)


“Talvez Jean de Mandeville, autor medieval cuja identidade é um mistério, não tenha sido
uma figura de carne e osso, mas alguém que conferiu unidade a uma compilação de relatos
de viagem e de textos antecedentes, convencendo seus contemporâneos de que ele também
havia sido um viajante piedoso e um andarilho de Deus. Para contar sua suposta viagem,
Mandeville recolheu relatos, roteiros, crônicas e tratados que circulavam pela Europa no
século XIV, apresentando um conjunto de viagens, combinadas com referências bíblicas,
lembranças supostamente pessoais, informações sobre percursos de rios, montanhas,
fauna, flora, costumes de terras conhecidas ou imaginadas”.
Adaptado de FRANÇA, Susani S. L. “Introdução”. In: Viagens de Jean de Mandeville, p. 13-18.

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Com base no trecho, assinale a afirmativa que caracteriza corretamente o uso de relatos
de viajantes como fonte histórica em situação didática.
a) O recurso a relatos de viajantes justifica-se pela escassez de fontes oficiais sobre uma
determinada sociedade, uma vez que sua veracidade é frágil.
b) A literatura de viagem é um testemunho que informa a respeito do universo cultural da
sociedade que a produziu e por onde circulou.
c) Este tipo de fonte, por sua natureza de testemunho ocular em primeira pessoa, possui
maior credibilidade histórica, desde que submetida a crítica interna e externa.
d) A comparação entre os relatos de viajantes de diversas culturas no mesmo período
permite estabelecer hierarquias entre os saberes.
e) Os registros de viagem são um gênero literário medieval fantasioso, em que se encontram
locais fantásticos e animais monstruosos, não sendo apto à investigação histórica.

003. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR/ÁREA: HISTÓRIA/2014) O trecho a seguir caracteriza, de


maneira sucinta, o calendário gregoriano.
“O calendário gregoriano pode ser representado por uma linha contínua e infinita. Envolve
a compreensão de que cada um dos pontos dessa linha é distinto dos outros e que cada
ponto corresponde a uma datação. As datações são, assim, distintas umas das outras,
especificando um dia, um mês e um ano.”
(BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto
ciclos do Ensino Fundamental: História. Brasília: MEC/SEF, 1998, p.99.

Diferentes sociedades criaram concepções de tempo para representar suas temporalidades.


No exemplo do texto acima está presente a concepção de tempo
a) mítica.
b) cíclica.
c) cronológica.
d) salvacionista.
e) escatológica.

004. (CESPE/SAEB-BA/PROFESSOR – HISTÓRIA/2011) O período pré-histórico é o mais


longo da vida dos seres humanos na Terra. Na realidade, sabe-se muito pouco sobre os
nossos antepassados, e as descobertas recentes põem diariamente em xeque as teorias
que explicam sua existência e modo de vida. Entretanto, a expressão pré-história continua
vigente, tendo como referência as sociedades humanas que
a) desconheciam a escrita.
b) viviam em cavernas.
c) eram socialmente desorganizadas.
d) desprezavam a vida civilizada.

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005. (AMEOSC/PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE – SC/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022)


Quais acontecimentos estão associados ao período do Paleolítico?
I – Domesticação de animais e agricultura.
II – O homo erectus aprendeu a manusear e produzir fogo.
III – A consolidação da autoridade eclesiástica.
Após análise, marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas, III está correta.
b) Apenas, II.
c) I, II e III.
d) Apenas, I e II estão corretas.

006. (IF-SC/IF-SC/PROFESSOR - HISTÓRIA/2015)


“No fim do paleolítico — idade da pedra lascada — há 12.000 anos, após centenas de milhares
de anos de evolução biológica e cultural, as sociedades humanas haviam chegado a fabricar
utensílios cada vez mais variados, aperfeiçoados e especializados, graças aos quais tinham
desenvolvido modos de predação (caça, pesca, coleta) diferenciados, adaptados aos meios
mais diversos. Essa especialização foi acentuada no neolítico — idade da pedra polida — e
foi ao longo desse último período da Pré-história, menos de 10.000 anos depois, que várias
dessas sociedades, entre as mais avançadas do momento, iniciaram a transição da predação
à agricultura.” (MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo:
do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora UNESP; Brasília: NEAD, 2010. p.97)
Nesse contexto de transição entre o paleolítico e o neolítico ocorreu a Revolução Neolítica,
considerada resultado de inovações tecnológicas que permitiram novas formas de organização
das sociedades humanas. A respeito desse assunto, leia com atenção as afirmações abaixo
e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) Apesar das diferenças existentes entre as regiões caçadoras-coletoras para as áreas


de irradiação da atividade agrícola, os sistemas de linguagem das sociedades pré-
históricas não se alteraram.
( ) A existência de grupos humanos agrícolas e grupos pastoris é resultado de uma
fragmentação da sociedade pré-histórica, acarretando no desenvolvimento de um
sistema técnico especializado em cada um desses grupos e a natural dissociação
dos mesmos.
( ) Os cultivos agrícolas neolíticos utilizaram-se das técnicas de derrubada e queimada
dos terrenos arborizados, o que resultou em um desmatamento da região que
também foi aproveitado para o desenvolvimento da pecuária.
( ) O aumento populacional propiciou mudanças no modo de vida, como, por exemplo, o
estabelecimento de novas formas de moradia. Os grupos humanos saíram das cavernas

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e se agruparam em pequenos vilarejos a partir de um processo de sedentarização


condicionado a uma série de inovações técnicas e tecnológicas.
( ) Um dos centros originários da revolução agrícola neolítica foi o Oriente Próximo.
Essa região passou por mudanças climáticas devido ao aquecimento do clima que
fez com que as savanas substituíssem a estepe fria, favorecendo a exploração do
solo. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo.

a) F, V, V, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, V, V
d) V, F, V, V, V
e) V, V, V, F, V

007. (FGV/ADMINISTRAÇÃO/2015) A notícia a seguir foi publicada em 26/02/2015: O Estado


Islâmico destruiu uma coleção de estátuas e esculturas inestimáveis no norte do Iraque
que remontam à antiga era assíria, de acordo com um vídeo publicado na Internet. O vídeo
dos militantes islâmicos radicais mostrou homens atacando os artefatos, alguns deles
identificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo
se tratar de símbolos de idolatria. [...] Os artigos destruídos parecem ser de um museu
de antiguidades na cidade de Mosul, no norte iraquiano, tomada pelo Estado Islâmico em
junho passado, afirmou um ex-funcionário do museu à Reuters. Os militantes derrubaram
as estátuas de suas colunas, despedaçando-as no chão, e um homem usou uma furadeira
elétrica em um touro alado. Isabel Coles e Saif Eldin Hamdan. Combatentes do Estado
Islâmico destroem antiguidades no norte do Iraque. Reuters Brasil. 26/02/2015. Disponível
em: http://br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRKBN0LU1PO20150226.
Sobre as antigas civilizações que se desenvolveram na região do atual Iraque, é correto
afirmar:
a) As primeiras sociedades da Mesopotâmia desenvolveram-se a partir da expansão islâmica,
cujos integrantes combateram intensamente as crenças politeístas.
b) Em torno do século VII a.C., o Império Assírio, conhecido pela utilização de carros de
guerra, incluiu em seus domínios a Palestina e o norte do Egito.
c) As principais atividades econômicas desenvolvidas na Mesopotâmia entre os séculos IX
e VII a.C. eram a pecuária e a comercialização de tecidos e pedras preciosas.
d) Do ponto de vista político, o Império Assírio estava organizado em Cidades-Estado que
implementaram a participação democrática de seus cidadãos.
e) O surgimento do monoteísmo judaico na Mesopotâmia deixou marcas culturais profundas
que contribuíram para a difusão da religião muçulmana com o Império Assírio.

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008. (FGV/SME/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/2016)


“O Egito já não são apenas os faraós, mas também as muitas e muitas aldeias, não há
apenas continuidade, mas mudança, mostra-se que ali conviviam povos e culturas variadas:
egípcios, núbios, hícsos, hebreus, gregos, romanos. A Mesopotâmia já não é apenas o mundo
dos déspotas precursores de Saddam Hussein, mas um local onde a variedade cultural
produziu uma infinidade de reflexões, muitas delas profundamente enraizadas em nossa
própria cultura. Os hebreus já não são apenas precursores do cristianismo, mas fazem parte
de nossa própria maneira de conceber o mundo. A Antiguidade tampouco inicia-se com a
escrita, mas, cada vez mais, busca-se mostrar como o homem possui uma História Antiga
multimilenar, anterior à escrita em milhares de anos.”
FUNARI, Pedro Paulo “A renovação da História Antiga” in KARNAL, Leandro (Org.) História
na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. Contexto, 2015, p. 97.)
Nesse trecho, o autor se refere à renovação da História Antiga nos livros didáticos brasileiros
ocorrida nas últimas três décadas. A respeito das inovações interpretativas que permitiram
sua renovação, analise as afirmativas a seguir.
I – A revisão da concepção oitocentista da dualidade entre Oriente e Ocidente desconstruiu a
visão eurocêntrica da História Antiga, até então considerada a etapa fundadora da História
Universal.
II – A incorporação de novos temas, como, por exemplo, o das relações de gênero, ressignificou
o estudo da História Antiga em função da relação entre o mundo contemporâneo em que
vivemos e a experiência social da Antiguidade.
III – A crítica à hegemonia dos documentos escritos e a incorporação da cultura material,
pelo estudo de edifícios, estátuas, cerâmica e pinturas, possibilitaram o fortalecimento de
uma história política da Antiguidade. Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

009. (FGV-SP/VESTIBULAR/2001) Das alternativas abaixo, a que melhor caracteriza a


sociedade fenícia é:
a) a existência de um Estado centralizado e o monoteísmo;
b) o monoteísmo e a agricultura;
c) o comércio e o politeísmo;
d) as cidades-Estados e o monoteísmo;
e) a agricultura e a forma de Estado centralizado.

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010. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO LUÍS – MA/PROFESSOR NÍVEL SUPERIOR/


PNS-A – HISTÓRIA/2017) A respeito das civilizações do antigo Oriente Próximo e de suas
respectivas interações, assinale a opção correta.
a) O mais antigo registro de uso da linguagem escrita até hoje conhecido é uma versão da
Torá hebraica gravada em argila.
b) Na Antiguidade, o Império Persa foi um dos raros exemplos de organização política pacífica
cujas riquezas não provinham da conquista e espoliação de outros povos.
c) O judaísmo emergiu como uma religião de orientação politeísta, uma vez que recebeu
influência da religião da cidade mesopotâmica de Ur, de onde provinha o patriarca Abraão.
d) O isolamento econômico e cultural em relação a outros povos foi uma das especificidades
dos antigos fenícios.
e) A influência do Código de Hamurabi não se limitou à sociedade babilônica da época em
que foi produzido; alguns dos seus princípios ainda estruturam diversos sistemas jurídicos
atuais.

011. (FGV/CBM RJ/CADETE/2022) A democracia é uma construção coletiva com raízes


históricas que remontam à Antiguidade Clássica.
Para a civilização greco-romana, a democracia
a) contrapunha-se à oligarquia, sistema em que os proprietários de terra contratavam
guerreiros e mercenários para restringir o direito de fala em praça pública, como em Esparta.
b) realizava-se pelo autogoverno dos cidadãos livres que, independente de riqueza e status,
eram credenciados para participar diretamente das decisões coletivas, como em Atenas,
no tempo de Péricles.
c) baseava-se em voto individual, e com o mesmo peso, na deliberação coletiva, o que
favorecia a ascensão política de uma maioria de governantes proveniente da plebe, em
Roma, e de cidadãos não proprietários, em Atenas.
d) fundamentava-se na ideia de liberdade política, em contraposição ao modelo imperial
persa, que permitia certo grau de participação popular, mas vinculada a critérios econômicos
e censitários.
e) designava uma forma de governo popular e representativa, em que a classe política
escolhida defende os interesses do povo, diferentemente de monarquias, como a romana
e a espartana, por exemplo.

012. (FGV-RJ/VESTIBULAR/1998) Sobre a Grécia antiga, observe as afirmações abaixo e


assinale quais são as afirmações corretas:
I – O primeiro povoamento, nesta região, por volta de 2000 a C foi resultado da invasão
dos dórios;

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II – Os cidadãos de Atenas eram todos iguais perante a Lei;


III – Na Guerra do Peloponeso, Atenas conseguiu ter a hegemonia sobre toda a Hélade.
IV – Foram denominadas Guerras Médicas os conflitos entre o mundo grego e o mundo persa.
A vitória grega, liderada por Atenas, deu a esta cidade-estado o domínio sobre as demais.
a) I e IV
b) II e IV
c) II e III
d) I e II
e) III e IV

013. (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2021) Em um período


muito breve, o “meio século” entre a conclusão vitoriosa da guerra contra a Pérsia e o início
da Guerra do Peloponeso (478-432a.C.), as cidades-estados gregas conheceram o ápice
de sua fortuna econômica e criativa. Sobretudo em Atenas, que liderou a vitória sobre o
Império Persa, esse é um período de alargamento dos horizontes mentais, em que o regime
democrático e o enriquecimento econômico permitiram a emancipação do indivíduo dos
vínculos de parentesco e promoveram o desenvolvimento político e cultural da polis.
Neste contexto, o teatro assumiu um papel específico, corretamente descrito nas afirmativas
a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) O teatro era o lugar privilegiado da exaltação dos valores da cidade e do debate político
e moral.
b) Os grupos dirigentes atenienses consideravam o teatro como um instrumento decisivo
para a educação do cidadão.
c) A palavra falada era o instrumento mais eficaz de comunicação de massa e produção de
consenso.
d) Os cidadãos da polis frequentavam o teatro para se divertir e esquecer os horrores das
guerras.
e) Os cidadãos mais pobres podiam assistir aos festivais teatrais, uma vez que o Estado
custeava as apresentações.

014. (FGV/VESTIBULAR/1995) O Edito de Milão (313), no processo de desenvolvimento


histórico de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que
a) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos bispados de Alexandria e
Antioquia.
b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo Império Romano, terminando com a
concepção de rei-deus.
c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam a vida religiosa.

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d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate à expansão do


cristianismo.
e) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser o protetor da Igreja.

015. (FGV/SME/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - ÁREA HISTÓRIA/2023)


I – Panteão de Adriano, reformado no séc. II. Roma (Itália).

II – Capitólio - Congresso dos Estados Unidos, construído em 1793. Washington (EUA)

III – Palácio do Congresso da Nação Argentina, construído entre 1897 e 1906. Buenos Aires
(Argentina).

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A arquitetura clássica retomada nos prédios públicos retratados nas fotografias II e III
permite analisar os sentidos históricos da reapropriação de certos padrões visuais.
Com base nas imagens, é correto afirmar que o gosto neoclássico:
a) está associado a valores aristocráticos e imperiais romanos, por isso foi escolhido pela
elite norte-americana, no contexto da independência.
b) foi adotado para a construção do legislativo argentino em uma época em que o país
queria implantar uma república federativa presidencialista como a dos Estados Unidos.
c) marcou a reorganização do espaço das novas capitais republicanas e a visualidade de
seus edifícios parlamentares, modificando a estrutura política e urbana herdada do período
colonial.
d) inspira-se na arquitetura e civilização imperial romana, como o demonstra a adoção de
sistemas legislativos bicamerais na Argentina e nos Estados Unidos independentes.
e) possibilitou a reapropriação de valores estéticos europeus, indicando a manutenção de
uma dependência político-cultural em relação às metrópoles europeias.

016. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2019) Flavius Stilicho,


general do exército romano com ascendência vândala, foi casado com a sobrinha do imperador
Teodósio I.

Sobre o contato entre “bárbaros” e romanos, assinale a opção correta.


a) O caráter pacífico da união de Stilicho é uma exceção conseguida por meio do matrimônio.
b) O exemplo trata do período final das relações entre vândalos e romanos.
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c) O caso de Stilicho era representativo de uma progressiva absorção de “bárbaros” nos


quadros do exército romano.
d) A união matrimonial foi negociada como forma de selar a paz entre vândalos e romanos.
e) A ascensão de Stilicho demonstra a particular tolerância dos romanos em relação aos
vândalos.

017. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2014) Com relação à organização e


consolidação do Império Carolíngio, analise as afirmativas a seguir.
I – No bojo do chamado “renascimento carolíngio”, foi estimulado o uso da escrita em
textos administrativos e legislativos, em apoio ao trabalho de fiscalização realizado por
funcionários reais leigos e eclesiásticos.
II – Unificado sob o universalismo da tradição romana e cristã, o Império foi administrado
pela tradição de vínculos pessoais, característica da cultura franca, o que levou à constituição
dos laços de vassalagem.
III – A coroação de Carlos Magno no ano de 800 pelo Papa Leão III contribuiu para a cristianização
pacífica das populações húngaras e normandas recém-chegadas às bordas do Império.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

018. (FGV/SEDUC AM/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2014) O período de apogeu e crise do


feudalismo, na Baixa Idade Média, foi marcado por um conjunto de transformações
As opções a seguir descrevem corretamente algumas destas transformações, à exceção
de uma. Assinale-a.
a) O crescimento da produção artesanal associada ao setor têxtil lanífero, em centros
dinâmicos ao redor do mar Mediterrâneo.
b) A prática de atividades bancárias se apoiou nas trocas monetárias, na concessão de
créditos, e em depósitos remunerados com juros.
c) A expansão das feiras comerciais atraíam negociantes de várias partes da Europa, os
quais utilizavam salvo-condutos concedidos por senhores locais.
d) O desenvolvimento da atividade comercial no eixo mar do Norte e mar Báltico, era
dominado por mercadores alemães.
e) O aumento da produtividade agrícola foi possível pelo desbravamento de florestas, pelo
uso sistemático da rotação trienal, da charrua e de moinhos de água e de vento.

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019. (FGV/2001) Entre as múltiplas razões que explicam a sobrevivência do Império Romano
no Oriente, até meados do século XV, está a:
a) capacidade política dos bizantinos em manter o controle sobre seu território, subordinado
a uma Monarquia Despótica e Teocrática.
b) autonomia comercial das Cidades-estados otomanas, subordinadas ao Império Romano
do Ocidente.
c) essencial ruralização da sociedade para proteger-se de migrações desagregadoras.
d) capacidade do Sultão Maomé II e manter, ao longo de seu governo, a unidade otomana
do Império Bizantino.
e) política descentralizada, consequência das migrações gregas e romanas.

020. (FGV/VESTIBULAR/2014) Para explicar a rápida expansão muçulmana, ou do islão, há


vários fatores. Qual dos tópicos a seguir não é explicativo disso:
a) o crescimento demográfico da população árabe, que pressionava o povo a procurar terras
favoráveis à agricultura;
b) à fraqueza defensiva do Ocidente, devida à política de paz e tolerância da Igreja Católica;
c) o império Bizantino e o Império Persa guerrearam durante séculos, enfraquecendo-se
mutuamente;
d) no Ocidente a expansão árabe soube aproveitar as fraquezas dos Estados bárbaros
descentralizados, que sucederam o Império Romano;
e) o estímulo muçulmano à Guerra Santa (Jihad), coordenado pelos califas, em nome da
expansão da fé islâmica.

021. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2019)

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As afirmativas a seguir sobre as cruzadas ocorridas entre os séculos XI e XIII, estão corretas,
à exceção de uma. Assinale-a.
a) Foram o campo de ação dos cavaleiros templários que defendiam os lugares sagrados e
as vias de peregrinação.
b) Tinham como objetivo libertar a Terra Santa da heresia cátara, principal ameaça à difusão
do cristianismo.
c) Representaram a oportunidade de enriquecimento para o comércio das jovens repúblicas
marítimas italianas.
d) Possibilitaram a conquista de novos territórios no Levante para nobres senhores feudais
e cavaleiros.
e) Fortaleceram o prestígio do papado, então em disputa com o Sacro Império na Europa
Ocidental.

022. (FGV/SME/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO - ÁREA HISTÓRIA/2023) A


imagem a seguir retrata um dos vitrais da catedral de Berna (Suíça) restaurado em 1918,
com base nos projetos originais dos vitrais instalados entre 1516 e 1519.

A imagem é utilizada em sala de aula para apresentar o tema da peste negra e da Dança
Macabra em uma atividade interdisciplinar sobre pandemias e epidemias ao longo da História.
Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente o uso desse documento histórico para
compreender o imaginário medieval a respeito da morte.

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a) A imagem caracteriza a sensibilidade medieval sobre o pecado carnal, pois o esqueleto


representa a punição a quem dança e se diverte.
b) O documento é uma apologia à Igreja, que desafia a morte trazida por peste, fome e
guerras, ao oferecer proteção espiritual para os habitantes de Berna.
c) O vitral materializa uma crítica social, ao caracterizar metaforicamente a fome como um
esquálido esqueleto que ameaça um rico representante do alto clero.
d) A figura expressa o desenvolvimento de uma estética macabra na cristandade medieval,
em sintonia com a afirmação de uma arte neogótica.
e) A fonte iconográfica retrata a consciência do caráter inexorável e universal da morte e
a importância de se estar sempre preparado para sua imprevisível chegada.

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QUESTÕES DE CONCURSO

023. (FGV/SMESP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – HISTÓRIA/2016) Na


coletânea organizada por Leandro Karnal sobre a História na sala de aula, o medievalista
José Rivair Macedo destaca a importância de repensar a Idade Média que é ensinada na
escola, na medida em que os temas mais enfocados continuariam sendo os da Idade Média
Ocidental e ainda serviriam para legitimar uma visão predominantemente ocidental sobre
a experiência histórica passada. José Rivair Macedo propõe, então, uma “descolonização”
do ensino da Idade Média, com o intuito de “repensar alguns pontos sobre o que ensinar
de História Medieval no Brasil”.
Com base nas propostas de J. Rivair Macedo, podemos afirmar que esta descolonização
consiste em
a) apresentar os mitos e lendas medievais sobre fadas, elfos e dragões, como patrimônio
cultural da sociedade europeia da cristandade ocidental, entre os séculos V e XV.
b) caracterizar o feudalismo como sistema social estruturante do período medieval, com
ênfase nas relações de classe baseadas na tenência das terras.
c) enfatizar o estudo de aspectos históricos próprios da Península Ibérica no período
medieval, como o da coexistência étnico-religiosa de diferentes grupos sociais.
d) descrever as perseguições às bruxas e aos hereges, para denunciar as raízes medievais
de conflitos e processos de exclusão contemporâneos.
e) mostrar a Idade Média por imagens, sobretudo por meio da filmografia, de modo a
estabelecer um contato empático com uma civilização de gestos e imagens.

024. (AOCP/IBC/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL/2013) Sobre o ensino e a aprendizagem


de História, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Envolvem uma distinção básica entre o saber histórico, como um campo de pesquisa e
produção de conhecimento do domínio de especialistas, e o saber histórico escolar, como
conhecimento produzido no espaço escolar.
b) Os diferentes conceitos — de fato histórico, sujeito histórico e tempo histórico —
independem das distintas concepções de História e de como ela é estruturada e constituída.
c) Na sala de aula, os materiais didáticos e as diversas formas de comunicação escolar
apresentadas no processo pedagógico constituem o que se denomina saber histórico escolar.
d) O saber histórico escolar, na sua relação com o saber histórico, compreende, de modo
amplo, a delimitação de três conceitos fundamentais: o de fato histórico, de sujeito histórico
e de tempo histórico.
e) Didaticamente, as relações e as comparações entre o presente e o passado permitem
uma compreensão da realidade numa dimensão histórica, que extrapola as explicações
sustentadas apenas no passado ou só no presente imediato.

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025. (FGV/PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ/AGENTE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO


GOVERNAMENTAL/2022) Todos nós aprendemos que a ideia moderna de cidadania nasceu
na Atenas clássica. Ao mesmo tempo, todos nós descobrimos que a política ou, em outras
palavras, o fato de compartilhar, participar e decidir – de forma mais ou menos coletiva,
enquanto cidadãos – um destino comum, nascera nas práticas que os Gregos designavam
com a expressão ta politica, “os assuntos da pólis”. Estas afirmações não são fruto do acaso. A
existência de um léxico antigo e diretamente traduzível em termos contemporâneos – politika/
política; politai/cidadão; demokratia/democracia – cria uma ilusão de correspondência entre
o fato político tal como existia na Antiguidade clássica e o fato político que se conhece no
mundo contemporâneo, ou entre a cidadania antiga e a cidadania contemporânea.
(Adaptado de CUCHET, Violaine Sebillotte. “Cidadãos e cidadãs na cidade grega clássica.
Onde atua o gênero?” in Revista Tempo, vol. 21, n. 38, 2015.)
Com base no trecho citado, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira
e (F) para a falsa.

( ) Para a autora, a Antiguidade fornece um terreno adequado para a aplicação de


definições contemporâneas da experiência política.
( ) Para a autora, a democracia contemporânea foi inventada pelos gregos, continuando
a se basear na tomada de decisão de indivíduos socialmente iguais.
( ) Para a autora, a continuidade dos vocábulos usados para designar a vida política
dificulta perceber os novos sentidos atribuídos a termos antigos, como cidadania
e democracia.

As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,


a) V – V – F.
b) V – F – V.
c) F – F – V.
d) F – V – F.
e) V – V – V.

026. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA – GO/PROFESSOR- HISTÓRIA/2018)


Independentemente das opções teórico‐metodológicas, há consenso em torno de elementos
fundamentais para que a história ocorra, condição essencial para que o conhecimento
histórico seja produzido. Esses elementos indispensáveis à história são
a) a divindade, o acaso e a intencionalidade.
b) a vontade, a coragem e a consciência.
c) o homem, o tempo e o espaço.
d) o tempo, a natureza e o divino.
e) o espaço geográfico e a reflexão.

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027. (FUNDATEC/PREFEITURA DE CACHOEIRA DO SUL – RS/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022)


A delimitação do processo temporal revela a substancialidade histórica do contexto.
Portanto, há na historiografia um período histórico designado conceitualmente como uma
época específica, iniciando-se com a queda do Império Romano do Ocidente e terminando
na transição para a Idade Moderna. Em outras palavras, trata-se de um processo histórico
entre os séculos V e XV, ou seja, entre a Antiguidade e a Idade Moderna, acatado por muitos
historiadores como um período intermediário entre duas épocas brilhantes da história.
Considerando a construção argumentativa mencionada acima, a qual período histórico
refere-se o contexto?
a) Ao período Paleolítico.
b) À Idade Antiga.
c) Ao período Medieval.
d) Ao Renascimento Cultural.
e) Ao conceito de Idade Moderna ou Contemporânea.

028. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE LINHARES/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2022)


As fontes históricas, entendidas como os vestígios deixados pelos seres humanos ao longo
do tempo e que trazem resquícios de suas práticas particulares e de seu grupo, podem ser
trazidas para a sala de aula a partir das tecnologias. Há uma série de arquivos virtuais com
seus acervos digitalizados parcialmente e que permitem o contato com fontes oficiais,
fotografias ou mesmo dados imigratórios, registros estatísticos, dentre outros. Um exemplo
é o arquivo da Biblioteca Nacional, em sua hemeroteca digital [https://bndigital.bn.gov.br/
hemeroteca-digital], que disponibiliza diversos periódicos brasileiros gratuitamente para
consulta. [...]
(Disponível em: http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/ensino_e_historia_o_uso_das_fontes_
historicas_como_ferramentas_na_p roducao_de_conhecimento_historico.pdf.)

O uso de fontes históricas não é prática totalmente nova na pedagogia das aulas de história.
Nos dias atuais, com a tecnologia como elemento facilitador do acesso a essas fontes:
a) Percebe-se a ruptura com a ordenação temporal e espacial dos conteúdos, perdendo-se
a necessidade de analisar as múltiplas temporalidades de que estão imbuídas tais fontes.
b) Urge que se tenha a compreensão da relatividade do conhecimento histórico, fruto não
de verdades definitivas, mas do olhar do historiador – sempre seletivo –, do método e das
fontes.
c) Incorpora-se o uso de diversas linguagens de ensino, com especial atenção para o cinema,
a música, a imagem e os documentos históricos, desde que isentos de qualquer ideologia.
d) Constrói-se um consenso em torno da possibilidade de estudar toda a história da
humanidade, de épocas e lugares, sem a necessidade de fazer recortes de temáticas e
problemáticas específicas.

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029. (FGV/VESTIBULAR/1997) Um império teocrático, baseado na agricultura, na


arregimentação de camponeses para grandes obras e profundamente dependentes das
águas de um grande rio.
Esta frase se refere aos:
a) fenícios e a importância do Tigre;
b) hititas e a importância do Eufrates;
c) sumérios e a importância do Jordão;
d) cretenses e a importância do Egeu;
e) egípcios e a importância do Nilo.

030. (FGV/VESTIBULAR/2004) Acerca das estruturas governamentais egípcias no reino


Antigo, é possível afirmar que:
a) A burguesia incipiente criada pelo comércio com o Oriente Médio, principalmente com a
Pérsia, tinha no faraó a garantia de seu domínio absoluto.
b) A pequena burguesia das cidades competia com o campesinato na tentativa de controlar
o faraó e a burocracia que o cercava, incluindo os escribas e os guerreiros.
c) O faraó era o mais absoluto dos monarcas, adorado como um deus e visto como suprema
autoridade religiosa, militar e civil.
d) O faraó e totalmente controlado pelos sacerdotes e funcionários, cuja base de poder
estava na propriedade privada dos meios de produção e na força das armas.
e) A burocracia era controlada pela sociedade, que tinha como guardiã suprema de seus
direitos a figura do faraó.

031. (FGV/VESTIBULAR/2003) Após a conquista da Península ltálica, Roma ampliou seus


domínios em torno do Mediterrâneo, que passou a ser designado como mare nostrum,
um verdadeiro lago interno que permitia a comunicação, as transações comerciais e o
deslocamento de tropas para as diversas regiões romanas.
A respeito dessa expansão, é correto afirmar:
a) A conquista de novos territórios desacelerou o processo de concentração fundiária nas mãos
da aristocracia patrícia, uma vez que o Estado romano estabeleceu um conjunto de medidas
que visava, distribuir terras aos pequenos e médios proprietários e à plebe urbana empobrecida.
b) Apesar da conquista do Mediterrâneo, os romanos não conseguiram estabelecer a
integração das diversas formações sociais ao sistema escravista nem tampouco se dispuseram
a criar mecanismos de cooptação social e política dos seus respectivos grupos dominantes.
c) As conquistas propiciaram, pela primeira vez na Antiguidade, a combinação entre o
trabalho escravo em larga escala e o latifúndio, associação que constituiu uma alavanca
de acumulação econômica graças às campanhas militares romanas.

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d) As conquistas militares acabaram por solucionar o problema agrário em Roma, colocando


em xeque as medidas defendidas por líderes como os irmãos Graco, que postulavam a
expropriação das terras particulares dos patrícios e sua repartição entre as camadas sociais
empobrecidas.
e) A expansão militar levou os romanos a empreender um duro processo de latinização
dos territórios situados a leste, o que se tornou um elemento de constante instabilidade
político-social durante a República e também à época do Império.

032. (FGV/VESTIBULAR/2019) Aqueles que compõem a cidade, tão diferentes entre si por
suas origens, condições e funções, de certa forma parecem “semelhantes” uns aos outros.
Essa similitude funda a unidade da pólis, porque para os gregos somente os semelhantes
podem permanecer mutuamente unidos pela Philia, associados a uma mesma comunidade.
Todos aqueles que participam do Estado definem-se como Homoioi, semelhantes, depois
de maneira mais abstrata, como Isoi, iguais. Essa imagem das relações humanas encontrará
no século VI a.C. a sua expressão rigorosa no conceito de isonomia: igual participação de
todos os cidadãos no exercício do poder. (Jean-Pierre Vernant. Les origines de la pensée
grecque, 1995. Adaptado.)
O autor argumenta que a organização da pólis grega
a) desconhecia as desigualdades reais entre os cidadãos na esfera das decisões políticas
coletivas.
b) fundava-se no sentimento recíproco de amizade entre os cidadãos dos mesmos grupos
econômicos.
c) abria-se à participação nas decisões públicas dos aliados incondicionais da cidade nos
períodos de guerra.
d) enaltecia o exercício da racionalidade política em prejuízo dos cultos das divindades do
mundo grego.
e) distribuía o conjunto das tarefas públicas de acordo com as aptidões políticas de cada
um dos cidadãos. Comentários
O autor da passagem do enunciado faz um comentário geral sobre as cidades-estados gregas.
Se lembrarmos da estrutura geral que nos remete à organização das sociedades espartana
e da ateniense (duas pólis diferentes), podemos construir uma saída para o gabarito.

033. (FGV/VESTIBULAR/2018) Leia o texto.


Aos 7 anos: deixava sua família para iniciar a educação militar. Aos 20: era admitido num
grupo de outros guerreiros; a participação era obrigatória. Aos 30: ganhava poder de voto
na Apela, assembleia militar que indicava o conselho dos anciãos. A partir dos 60: se fosse
um membro da aristocracia, podia ser indicado para o conselho de anciãos, a Gerúsia. (Flavio
Campos e Regina Claro, Oficina de História).

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As informações fazem referência a um


a) meteco ateniense.
b) nobre troiano.
c) cidadão espartano.
d) escriba egípcio.
e) tribuno romano

034. (FGV/VESTIBULAR/2017) A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um


espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria;
por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu:
fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote pelos fiéis de
alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por
um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo, é possível que as
coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos
para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do
circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças
das escolas e... os burros de carga. (Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.).
História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado)
A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar:
a) a característica fundante do escravismo romano era a origem étnica, o que fazia com que
a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império proporcionassem
a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os
próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da República.
b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na medida
em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o dever moral
de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade, características necessariamente
humanas; no entanto, esses seres humanos eram igualmente um bem cuja propriedade
seu amo detinha.
c) a escravidão caracterizava as relações de produção em Roma e os escravos, em sua
inferioridade jurídica, desempenhavam uma função produtiva, marcados por um lugar social
de pobreza, privação e precariedade, estando associados às formas braçais de trabalho e
à produção de bens materiais em uma sociedade altamente hierarquizada.
d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa transformação ao longo dos
séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la, tornando
mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do cristianismo em religião
oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo.

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e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da República romana, muito associadas


ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas entraram
em decadência na passagem para o Império, pois os generais que centralizaram o poder
reconheciam na escravidão um mecanismo de enfraquecimento do exército.

035. (FGV/VESTIBULAR/2017) (...) a partir do século V a.C., a guerra tornou-se endêmica


no Mediterrâneo. Foram séculos de guerra contínua, com maior ou menor intensidade, ao
redor de toda a bacia. O trabalho acumulado nos séculos anteriores tornara possível um
adensamento dos contatos, um compartilhamento de informações e estruturas sociais,
uma organização dos territórios rurais que propiciava a extensão de redes de poder. Foram
os pontos centrais dessas redes de poder que animaram o conflito nos séculos seguintes.
Norberto Luiz Guarinello. História Antiga, 2013.
Sobre esses “séculos de guerra contínua”, é correto afirmar que
a) as Guerras Púnicas, entre Atenas e Cartago, foram uma disputa pelo controle comercial
sobre o mar Mediterrâneo, terminando após três grandes enfrentamentos, com a vitória
de Cartago e a hegemonia cartaginesa em todo o Mundo Antigo ocidental.
b) as Guerras Macedônicas foram um longo conflito entre o Reino da Macedônia, em aliança
com os persas, e o Império Romano, que venceu com muitas dificuldades porque ainda
estava em guerra com outros povos.
c) as Guerras Médicas, entre persas e gregos, resultaram na vitória dos últimos e, em meio
a esses confrontos, permitiram que Atenas liderasse a Liga de Delos, aliança de cidades-
Estados gregas com o intuito de combater a presença persa no Mediterrâneo.
d) as Campanhas de Alexandre, o Grande, aliado a Esparta e Corinto, combateram e venceram
as poderosas forças persas e ampliaram os domínios gregos até a Ásia Menor, propagando
os princípios da democracia ateniense pelo Mediterrâneo.
e) a Guerra do Peloponeso, o mais importante conflito bélico da Antiguidade, envolveu
as principais cidades-Estados gregas que, aliadas a Roma, enfrentaram e derrotaram as
forças militares cartaginesas.

036. (FGV/VESTIBULAR/2016) “Não descreverei catástrofes pessoais de alguns dias infelizes,


mas a destruição de toda a humanidade, pois é com horror que meu espírito segue o quadro
das ruínas da nossa época. Há vinte e poucos anos que, entre Constantinopla e os Alpes
Julianos, o sangue romano vem sendo diariamente vertido. A Cítia, Trácia, Macedônia, Tessália,
Dardânia, Dácia, Épiro, Dalmácia, Panônia são devastadas pelos godos, sármatas, quedos,
alanos (...); deportam e pilham tudo. Quantas senhoras, quantas virgens consagradas a Deus,
quantos homens livres e nobres ficaram na mão dessas bestas! Os bispos são capturados,
os padres assassinados, todo tipo de religioso perseguido; as igrejas são demolidas, os

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cavalos pastam junto aos antigos altares de Cristo (…).” (São Jerônimo, Cartas apud Pedro
Paulo Abreu Funari, Roma: vida pública e vida privada. 2000)
O excerto, de 396, remete a um contexto da história romana marcado pela
a) combinação da cultura romana com o cristianismo, além da desorganização do Estado
Romano, em meio às invasões germânicas e de outros povos.
b) reorientação radical da economia, porque houve o abandono da relação com os mercados
mediterrâneos e o início de contato com o norte da Europa.
c) expulsão dos povos invasores de origem não germânica, seguida da reintrodução dos
organismos representativos da República Romana.
d) crescente restrição à atuação da Igreja nas regiões fronteiriças do Império, porque o
governo romano acusava os cristãos de aliança com os invasores.
e) retomada do paganismo e o consequente retorno da perseguição aos cristãos,
responsabilizados pela grave crise política do Império Romano.

037. (FGV/VESTIBULAR/2015) É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever, em


diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo surgimento das cidades-Estados ou pólis.
Elas formaram a organização social e política dominante das comunidades organizadas ao
longo do Mediterrâneo nos séculos seguintes. (Norberto Luiz Guarinello, História Antiga,
2013, p. 77. Adaptado)
Nas pólis, é correto
a) assinalar a crescente importância da mulher e da família nos espaços públicos.
b) reconhecer a presença de espaços públicos, caso da ágora.
c) destacar uma característica: a inexistência de espaços rurais.
d) identificar a acumulação de capital pela ação do Estado.
e) apontar para a sua essência: a organização urbana estruturada para a guerra.

038. (FGV/VESTIBULAR/2014) São características do período arcaico (séculos VIII-VI a.C.),


na Grécia Antiga:
a) desenvolvimento dos oikos e expansão creto-micênica.
b) desenvolvimento das póleis e expansão pelo Mediterrâneo.
c) rivalidades entre Esparta e Atenas e Guerra do Peloponeso.
d) enfraquecimento das póleis e expansão macedônica.
e) guerras entre gregos e persas e o fim da democracia ateniense.

039. (FGV/VESTIBULAR/2008) Leia as afirmativas sobre a República Romana (509-27 a.C.).


I – Nos primeiros tempos da República, a sociedade era composta por apenas dois setores:
os patrícios e os escravos.

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II – Os escravos, pouco numerosos no início da República, cresceram numericamente com


as guerras de conquista.
III – Entre as funções públicas em Roma, havia os cônsules, os pretores e os tribunos da plebe.
IV – Em 494 a.C., plebeus rebelados se retiram para o Monte Sagrado, ameaçando fundar
outra cidade se não tivessem, entre outras reivindicações, o direito de eleger seus próprios
magistrados.
V – Com o expansionismo romano e as suas conquistas territoriais, houve um grupo
especialmente beneficiado: os plebeus, que passaram a vender trigo para os povos dominados.
São corretas as afirmativas
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) II, III, IV e V, apenas.
d) III, IV e V, apenas.
e) I, II, III, IV, V.

040. (FGV/VESTIBULAR/2014) [A crise] do feudalismo deriva não propriamente do


renascimento do comércio em si mesmo, mas da maneira pela qual a estrutura feudal reage
ao impacto da economia de mercado. O revivescimento do comércio (isto é, a instauração de
um setor mercantil na economia e o desenvolvimento de um setor urbano na sociedade) pode
promover, de um lado, a lenta dissolução dos laços servis, e de outro lado, o enrijecimento
da servidão. (...) Nos dois setores, abre-se pois a crise social.
Segundo o autor,
a) a crise foi provocada pelo impacto do desenvolvimento comercial e urbano na sociedade,
pois, na medida em que reforça a servidão, origina as insurreições camponesas e, quando
fragiliza os vínculos servis, provoca as insurreições urbanas.
b) a crise do feudalismo nada mais é do que o marasmo econômico provocado pela queda
da produção, uma vez que há um número menor de camponeses livres, o que leva à crise
social do campo, prejudicando também a nobreza.
c) a crise foi motivada por fatores externos ao feudalismo, isto é, o alargamento do mercado
pressiona o aumento da produção no campo e na cidade, o que leva à queda dos preços e
às insurreições camponesas e urbanas.
d) o desenvolvimento comercial e urbano em si não leva à crise, pois o que deve ser levado
em consideração é a crise social provocada pelo enfraquecimento dos laços servis, tanto
no campo como na cidade.
e) as insurreições camponesas e urbanas são as respostas para a crise feudal, pois a servidão
foi reforçada tanto no campo como na cidade, garantindo a sobrevivência da nobreza por
meio do pagamento de impostos.

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041. (FGV/VESTIBULAR/2018) As principais características do feudalismo eram:


a) Sociedade de ordens, economia levemente industrial, unificação política e mentalidade
impregnada pela religiosidade.
b) Sociedade estamental, economia tipicamente artesanal, organização política descentralizada
e mentalidade marcada pela ausência do cristianismo.
c) Sociedade de ordens, economia terciária e competitiva, centralização política e mentalidade
hedonista.
d) Sociedade de ordens, economia agrária e auto-suficiente, fragmentação política e
mentalidade fortemente influenciada pela religiosidade.
e) Sociedade estamental, economia voltada para o mercado externo, fragmentação política
e ausência de mentalidade religiosa.

042. (FGV/VESTIBULAR/2017)) Na Idade Média, desenvolveram-se dentro da Igreja,


instituições que tinham corporações de mestres e aprendizes, com privilégios e autonomia
administrativa, e significaram importante avanço intelectual.
O texto anterior refere-se:
a) às Irmandades;
b) aos Museus;
c) às Bibliotecas;
d) aos Conventos;
e) às Universidades.

043. (FGV/VESTIBULAR/2018) (...) apesar de flutuações no tempo e desigualdades regionais,


a população da Europa Ocidental passou de 18 milhões de pessoas por volta do ano 800,
para 22 (em torno do ano 1000), quase 26 (ano 1100), mais de 34 (ano 1200) e mais de 50
(cerca do ano 1300). Apesar de paralelamente ter havido o desbravamento, a conquista e
a ocupação de vastos territórios, a densidade populacional quase dobrou de fins do século
VIII a fins do século XIII. (Hilário Franco Jr., “O feudalismo”)
Sobre o crescimento demográfico, apresentado no texto, é correto afirmar que
a) foi consequência direta da manutenção de um clima sempre muito úmido e quente,
além dos fortes fluxos migratórios oriundos do norte da África, desde o século VII, trazendo
mão-de-obra abundante e qualificada.
b) devido à passagem da servidão para a escravidão - por meio de um processo longo e
progressivo -, melhoraram de maneira considerável as condições de vida dos trabalhadores
rurais e urbanos a partir do século X.
c) apesar da diminuição da produtividade e da quantidade das terras agriculturáveis, houve
o aumento da resistência da população europeia a várias doenças contagiosas, além de um
importante avanço nas práticas médicas.

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d) tem uma forte ligação com o incentivo para o aumento da natalidade patrocinado pela
Igreja Católica, desde o século IX, como mecanismo de defesa contra o avanço da presença
árabe no sul da Europa e norte da África.
e) entre outros fatores, há a ausência de epidemias no Ocidente entre os séculos X e XIII, os
limites da guerra medieval - recorrente, mas pouco destruidora - e as inovações técnicas
que favoreceram o aumento da produção agrícola.

044. (FGV/VESTIBULAR/2016) “(...) as cruzadas não foram as responsáveis pelas grandes


transformações econômicas, mas produtos delas. Contudo, elas não deixaram de contribuir
para os avanços daquelas transformações. (...) O intenso comércio praticado pelas cidades
italianas, Gênova e Veneza, cresceu bastante com a abertura dos mercados orientais, para
o que as cruzadas desempenharam papel decisivo (...) (Hilário Franco Júnior, “As cruzadas”)
Além da decorrência apresentada, pode-se atribuir a essas expedições
a) o desaparecimento das ordens mendicantes - especialmente franciscanos e dominicanos
-, assim como a superação das heresias católicas.
b) o fortalecimento nas relações de vassalagem em toda a Europa Ocidental e um forte
retraimento do poder econômico da burguesia comercial.
c) a estagnação das atividades comerciais entre algumas cidades comerciais do mar do
Norte - como Bruges e Gand - e as cidades do litoral oeste da África.
d) a radicalização no processo de fragmentação político-territorial da Europa, com a
importante ampliação do poder econômico da nobreza togada.
e) a relação entre os cruzados com bizantinos e muçulmanos, permitindo que a Europa
voltasse a ter contato com algumas obras de filosofia greco-romana.

045. (FGV/SP/VESTIBULAR/2014) Estudos sobre a história do clima apontam para a existência


de um “pequeno ótimo medieval”. Em torno do ano mil, o clima europeu suavizou-se,
facilitando a navegação nas áreas setentrionais da Europa. Ondas de calor estenderam-se
também sobre regiões centrais e meridionais até o século XII. Na primeira metade desse
século, houve um resfriamento seguido de um novo período de elevação térmica que se
estendeu até o início do século XIII.
No Ocidente Medieval, esse período (séculos XI-XIII) caracterizou-se:
a) Pela retração das atividades agrícolas e por uma acentuada queda demográfica.
b) Pela expansão das atividades mercantis e pelo florescimento urbano.
c) Pela ampliação da produção agrícola e pela regressão das atividades mercantis.
d) Pelo início das invasões germânicas e do processo de ruralização da Europa feudal.
e) Pela estagnação econômica e pela proliferação de doenças epidêmicas.

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046. (FGV/VESTIBULAR/2008) “A palavra ‘servo’ vem de ‘servus’ (latim), que significa ‘escravo’.
No período medieval, esse termo adquiriu um novo sentido, passando a designar a categoria
social dos homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) A condição servil
era marcada por um conjunto de direitos senhoriais ou, do ponto de vista dos servos, de
obrigações servis”. (Luiz Koshiba, “História: origens, estruturas e processos”)
Assinale a alternativa que caracterize corretamente uma dessas obrigações servis:
a) Dízimo era um imposto pago por todos os servos para o senhor feudal custear as despesas
de proteção do feudo.
b) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos equipamentos do feudo e não podia ser
paga com mercadorias e sim com moeda.
c) Mão morta era um tributo anual e per capita, que recaía apenas sobre o baixo clero, os
vilões e os cavaleiros.
d) Corveia foi um tributo aplicado apenas no período decadente do feudalismo e que recaía
sobre os servos mais velhos.
e) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso das instalações pertencentes ao senhor
feudal, como o moinho e o forno.

047. (COTEC/FADENOR/PREFEITURA/HISTORIADOR/2019) Marc Bloch, a respeito do ofício do


historiador, pensa a noção de história como problema, além de defender a interdisciplinaridade.
Das alternativas a seguir, assinale a que NÃO está de acordo com as ideias desse autor:
a) Presente e passado se relacionam na medida em que os temas do presente condicionam
e delimitam o retorno possível ao passado.
b) O autor combate a história narrativa tipicamente positivista e defende o diálogo com
outras áreas de conhecimento, bem como a longa duração.
c) O objeto da história é o passado, e o homem é apenas um expectador diante do desenrolar
dos acontecimentos.
d) Documentos são vestígios do passado, e o historiador tem de ter habilidade para saber
interrogá-los.
e) Os documentos oficiais não dão conta de explicar toda a realidade, sendo necessário,
portanto, consultar novas fontes na busca de informações.

048. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO – HISTÓRIA/2021) A Antiguidade Clássica


(greco-romana) lançou as bases do que se entende por Civilização Contemporânea. Nos mil
anos do que se convencionou chamar de Idade Média (séculos V- XV), formou-se a Europa
moderna. Considerando essas informações como referência inicial, julgue o item.
O feudalismo foi o sistema predominante na Europa medieval, caracterizado pela produção
agrícola em larga escala, pela mão de obra escrava e pela economia monetária.

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049. (AMEOSC/PREFEITURA DE ITAPIRANGA – SC/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2021) A


_______________ é uma metodologia de pesquisa focada na coleta de documentos obtidos
a partir de entrevistas com pessoas que podem testemunhar sobre um dado momento
histórico. Tal metodologia pode ser empregada facilmente como metodologia de trabalho
do professor no Ensino Fundamental e Médio.
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna:
a) História Material.
b) História Oral.
c) História Identitária.
d) História Política.

050. (OMNI/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – SP/PEB II – HISTÓRIA/2021) No Natal de 800,


Carlos Magno foi coroado imperador na basílica de São Pedro. Já senhor de um extenso
território, tal ato consolidou sua relação com a Igreja Católica, com o intuito de dar unidade
à Europa Cristã, fragmentada desde a desagregação do Império do ocidente, em 476.
A política de vassalagem foi essencial para o sucesso do Império carolíngio, embora tenha
sido, em certa medida, responsável pelo seu fim. Isso se explica pelo seguinte fato:
a) embora Carlos Magno tenha mantido uma política de conquistas territoriais que
contribuíssem para a manutenção desse sistema, seu filho, Luís, o Pio, apostou na expansão
cristã por meio de missões religiosas, sendo necessário remunerar os vassalos com suas
próprias terras, esgotando a fortuna fundiária carolíngia.
b) os vassalos do imperador, contrários à sua religiosidade cristã, que contrastava com a
tradição germânica, promoveram uma série de rebeliões que tornaram insustentável a
unidade do Império.
c) o Império não conseguira expressar politicamente sua unidade religiosa, o que desagradou
os líderes da Igreja, fazendo com que retirassem seu apoio ao imperador.
d) a principal característica da vassalagem foi a total autonomia que condes, duques e
marqueses possuíam, o que fez, com o passar dos anos, aumentar o seu poder regional,
diminuindo proporcionalmente o do poder central.

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GABARITO

1. e 35. c
2. b 36. a
3. c 37. b
4. a 38. b
5. b 39. b
6. c 40. a
7. b 41. d
8. d 42. e
9. c 43. e
10. e 44. e
11. b 45. b
12. b 46. e
13. d 47. c
14. e 48. E
15. c 49. b
16. c 50. a
17. d
18. a
19. a
20. b
21. b
22. e
23. c
24. b
25. c
26. c
27. c
28. b
29. e
30. c
31. c
32. b
33. c
34. b

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GABARITO COMENTADO

023. (FGV/SMESP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – HISTÓRIA/2016) Na


coletânea organizada por Leandro Karnal sobre a História na sala de aula, o medievalista
José Rivair Macedo destaca a importância de repensar a Idade Média que é ensinada na
escola, na medida em que os temas mais enfocados continuariam sendo os da Idade Média
Ocidental e ainda serviriam para legitimar uma visão predominantemente ocidental sobre
a experiência histórica passada. José Rivair Macedo propõe, então, uma “descolonização”
do ensino da Idade Média, com o intuito de “repensar alguns pontos sobre o que ensinar
de História Medieval no Brasil”.
Com base nas propostas de J. Rivair Macedo, podemos afirmar que esta descolonização
consiste em
a) apresentar os mitos e lendas medievais sobre fadas, elfos e dragões, como patrimônio
cultural da sociedade europeia da cristandade ocidental, entre os séculos V e XV.
b) caracterizar o feudalismo como sistema social estruturante do período medieval, com
ênfase nas relações de classe baseadas na tenência das terras.
c) enfatizar o estudo de aspectos históricos próprios da Península Ibérica no período
medieval, como o da coexistência étnico-religiosa de diferentes grupos sociais.
d) descrever as perseguições às bruxas e aos hereges, para denunciar as raízes medievais
de conflitos e processos de exclusão contemporâneos.
e) mostrar a Idade Média por imagens, sobretudo por meio da filmografia, de modo a
estabelecer um contato empático com uma civilização de gestos e imagens.

Se a ideia é descolonizar o ensino sobre a Idade Média, estudar os aspectos históricos da


Península Ibérica aproxima-se mais da história brasileira. Ademais, tratar da coexistência
étnico-religiosa no recorte de estudo permite a formação cidadã no respeito à diversidade.
Letra c.

024. (AOCP/IBC/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL/2013) Sobre o ensino e a aprendizagem


de História, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Envolvem uma distinção básica entre o saber histórico, como um campo de pesquisa e
produção de conhecimento do domínio de especialistas, e o saber histórico escolar, como
conhecimento produzido no espaço escolar.
b) Os diferentes conceitos — de fato histórico, sujeito histórico e tempo histórico —
independem das distintas concepções de História e de como ela é estruturada e constituída.

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História Antiga e Medieval
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c) Na sala de aula, os materiais didáticos e as diversas formas de comunicação escolar


apresentadas no processo pedagógico constituem o que se denomina saber histórico escolar.
d) O saber histórico escolar, na sua relação com o saber histórico, compreende, de modo
amplo, a delimitação de três conceitos fundamentais: o de fato histórico, de sujeito histórico
e de tempo histórico.
e) Didaticamente, as relações e as comparações entre o presente e o passado permitem
uma compreensão da realidade numa dimensão histórica, que extrapola as explicações
sustentadas apenas no passado ou só no presente imediato.

A única alternativa errada é a “b”, pois o conceito de tempo histórico, depende necessariamente
da concepção de história aplicada, da metodologia de análise da história.
Letra b.

025. (FGV/PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ/AGENTE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO


GOVERNAMENTAL/2022) Todos nós aprendemos que a ideia moderna de cidadania nasceu
na Atenas clássica. Ao mesmo tempo, todos nós descobrimos que a política ou, em outras
palavras, o fato de compartilhar, participar e decidir – de forma mais ou menos coletiva,
enquanto cidadãos – um destino comum, nascera nas práticas que os Gregos designavam
com a expressão ta politica, “os assuntos da pólis”. Estas afirmações não são fruto do acaso. A
existência de um léxico antigo e diretamente traduzível em termos contemporâneos – politika/
política; politai/cidadão; demokratia/democracia – cria uma ilusão de correspondência entre
o fato político tal como existia na Antiguidade clássica e o fato político que se conhece no
mundo contemporâneo, ou entre a cidadania antiga e a cidadania contemporânea.
(Adaptado de CUCHET, Violaine Sebillotte. “Cidadãos e cidadãs na cidade grega clássica.
Onde atua o gênero?” in Revista Tempo, vol. 21, n. 38, 2015.)
Com base no trecho citado, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira
e (F) para a falsa.

( ) Para a autora, a Antiguidade fornece um terreno adequado para a aplicação de


definições contemporâneas da experiência política.
( ) Para a autora, a democracia contemporânea foi inventada pelos gregos, continuando
a se basear na tomada de decisão de indivíduos socialmente iguais.
( ) Para a autora, a continuidade dos vocábulos usados para designar a vida política
dificulta perceber os novos sentidos atribuídos a termos antigos, como cidadania
e democracia.

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As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,


a) V – V – F.
b) V – F – V.
c) F – F – V.
d) F – V – F.
e) V – V – V.

A primeira afirmativa é falsa pois Atenas é uma referência do seu tempo. A experiência
política contemporânea é diferente, apesar de inspirar-se em valores como a democracia
ateniense.
A segunda alternativa também é falsa porque a democracia ateniense era excludente.
Letra c.

026. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA – GO/PROFESSOR- HISTÓRIA/2018)


Independentemente das opções teórico‐metodológicas, há consenso em torno de elementos
fundamentais para que a história ocorra, condição essencial para que o conhecimento
histórico seja produzido. Esses elementos indispensáveis à história são
a) a divindade, o acaso e a intencionalidade.
b) a vontade, a coragem e a consciência.
c) o homem, o tempo e o espaço.
d) o tempo, a natureza e o divino.
e) o espaço geográfico e a reflexão.

Não há como realizar uma investigação histórica sem que haja esses três elementos.
Letra c.

027. (FUNDATEC/PREFEITURA DE CACHOEIRA DO SUL – RS/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2022)


A delimitação do processo temporal revela a substancialidade histórica do contexto.
Portanto, há na historiografia um período histórico designado conceitualmente como uma
época específica, iniciando-se com a queda do Império Romano do Ocidente e terminando
na transição para a Idade Moderna. Em outras palavras, trata-se de um processo histórico
entre os séculos V e XV, ou seja, entre a Antiguidade e a Idade Moderna, acatado por muitos
historiadores como um período intermediário entre duas épocas brilhantes da história.
Considerando a construção argumentativa mencionada acima, a qual período histórico
refere-se o contexto?

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a) Ao período Paleolítico.
b) À Idade Antiga.
c) Ao período Medieval.
d) Ao Renascimento Cultural.
e) Ao conceito de Idade Moderna ou Contemporânea.

A Idade Média tem como marco a Queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C) e como
marco final a Queda do Império Bizantino (1453). Contudo, querido(a) colega(a), atente-
se para a existência de continuidades, a despeito da ruptura que marca a divisão entre os
períodos da história.
Letra c.

028. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE LINHARES/PROFESSOR - ÁREA: HISTÓRIA/2022)


As fontes históricas, entendidas como os vestígios deixados pelos seres humanos ao longo
do tempo e que trazem resquícios de suas práticas particulares e de seu grupo, podem ser
trazidas para a sala de aula a partir das tecnologias. Há uma série de arquivos virtuais com
seus acervos digitalizados parcialmente e que permitem o contato com fontes oficiais,
fotografias ou mesmo dados imigratórios, registros estatísticos, dentre outros. Um exemplo
é o arquivo da Biblioteca Nacional, em sua hemeroteca digital [https://bndigital.bn.gov.br/
hemeroteca-digital], que disponibiliza diversos periódicos brasileiros gratuitamente para
consulta. [...]
(Disponível em: http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/ensino_e_historia_o_uso_das_fontes_
historicas_como_ferramentas_na_p roducao_de_conhecimento_historico.pdf.)

O uso de fontes históricas não é prática totalmente nova na pedagogia das aulas de história.
Nos dias atuais, com a tecnologia como elemento facilitador do acesso a essas fontes:
a) Percebe-se a ruptura com a ordenação temporal e espacial dos conteúdos, perdendo-se
a necessidade de analisar as múltiplas temporalidades de que estão imbuídas tais fontes.
b) Urge que se tenha a compreensão da relatividade do conhecimento histórico, fruto não
de verdades definitivas, mas do olhar do historiador – sempre seletivo –, do método e das
fontes.
c) Incorpora-se o uso de diversas linguagens de ensino, com especial atenção para o cinema,
a música, a imagem e os documentos históricos, desde que isentos de qualquer ideologia.
d) Constrói-se um consenso em torno da possibilidade de estudar toda a história da
humanidade, de épocas e lugares, sem a necessidade de fazer recortes de temáticas e
problemáticas específicas.

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A alternativa “b” aponta para a necessidade de selecionar as fontes pois é o historiador


que, ao fazer um recorte metodológico das fontes determina o olhar sobre elas.
Letra b.

029. (FGV/VESTIBULAR/1997) Um império teocrático, baseado na agricultura, na


arregimentação de camponeses para grandes obras e profundamente dependentes das
águas de um grande rio.
Esta frase se refere aos:
a) fenícios e a importância do Tigre;
b) hititas e a importância do Eufrates;
c) sumérios e a importância do Jordão;
d) cretenses e a importância do Egeu;
e) egípcios e a importância do Nilo.

Muito fácil! O Egito é uma dádiva do Nilo. Guarde isso! Foi um estado teocrático (de poder
religioso) que prosperou graças à organização da população como mão de obra para
aproveitamento dos recursos hídricos do Rio Nilo.
Letra e.

030. (FGV/VESTIBULAR/2004) Acerca das estruturas governamentais egípcias no reino


Antigo, é possível afirmar que:
a) A burguesia incipiente criada pelo comércio com o Oriente Médio, principalmente com a
Pérsia, tinha no faraó a garantia de seu domínio absoluto.
b) A pequena burguesia das cidades competia com o campesinato na tentativa de controlar
o faraó e a burocracia que o cercava, incluindo os escribas e os guerreiros.
c) O faraó era o mais absoluto dos monarcas, adorado como um deus e visto como suprema
autoridade religiosa, militar e civil.
d) O faraó e totalmente controlado pelos sacerdotes e funcionários, cuja base de poder
estava na propriedade privada dos meios de produção e na força das armas.
e) A burocracia era controlada pela sociedade, que tinha como guardiã suprema de seus
direitos a figura do faraó.

Como vimos, o faraó era considerado um Deus e tinha poderes ilimitados. Os escribas e
sacerdotes o serviam, assim como o restante da população.
Letra c.

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031. (FGV/VESTIBULAR/2003) Após a conquista da Península ltálica, Roma ampliou seus


domínios em torno do Mediterrâneo, que passou a ser designado como mare nostrum,
um verdadeiro lago interno que permitia a comunicação, as transações comerciais e o
deslocamento de tropas para as diversas regiões romanas.
A respeito dessa expansão, é correto afirmar:
a) A conquista de novos territórios desacelerou o processo de concentração fundiária nas
mãos da aristocracia patrícia, uma vez que o Estado romano estabeleceu um conjunto de
medidas que visava, distribuir terras aos pequenos e médios proprietários e à plebe urbana
empobrecida.
b) Apesar da conquista do Mediterrâneo, os romanos não conseguiram estabelecer a
integração das diversas formações sociais ao sistema escravista nem tampouco se dispuseram
a criar mecanismos de cooptação social e política dos seus respectivos grupos dominantes.
c) As conquistas propiciaram, pela primeira vez na Antiguidade, a combinação entre o
trabalho escravo em larga escala e o latifúndio, associação que constituiu uma alavanca
de acumulação econômica graças às campanhas militares romanas.
d) As conquistas militares acabaram por solucionar o problema agrário em Roma, colocando
em xeque as medidas defendidas por líderes como os irmãos Graco, que postulavam a
expropriação das terras particulares dos patrícios e sua repartição entre as camadas sociais
empobrecidas.
e) A expansão militar levou os romanos a empreender um duro processo de latinização
dos territórios situados a leste, o que se tornou um elemento de constante instabilidade
político-social durante a República e também à época do Império.

Lembre-se do papel da escravidão para o processo de expansão do território romano.


Letra c.

032. (FGV/VESTIBULAR/2019) Aqueles que compõem a cidade, tão diferentes entre si por
suas origens, condições e funções, de certa forma parecem “semelhantes” uns aos outros.
Essa similitude funda a unidade da pólis, porque para os gregos somente os semelhantes
podem permanecer mutuamente unidos pela Philia, associados a uma mesma comunidade.
Todos aqueles que participam do Estado definem-se como Homoioi, semelhantes, depois
de maneira mais abstrata, como Isoi, iguais. Essa imagem das relações humanas encontrará
no século VI a.C. a sua expressão rigorosa no conceito de isonomia: igual participação de
todos os cidadãos no exercício do poder. (Jean-Pierre Vernant. Les origines de la pensée
grecque, 1995. Adaptado.)
O autor argumenta que a organização da pólis grega

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a) desconhecia as desigualdades reais entre os cidadãos na esfera das decisões políticas


coletivas.
b) fundava-se no sentimento recíproco de amizade entre os cidadãos dos mesmos grupos
econômicos.
c) abria-se à participação nas decisões públicas dos aliados incondicionais da cidade nos
períodos de guerra.
d) enaltecia o exercício da racionalidade política em prejuízo dos cultos das divindades do
mundo grego.
e) distribuía o conjunto das tarefas públicas de acordo com as aptidões políticas de cada
um dos cidadãos. Comentários
O autor da passagem do enunciado faz um comentário geral sobre as cidades-estados gregas.
Se lembrarmos da estrutura geral que nos remete à organização das sociedades espartana
e da ateniense (duas pólis diferentes), podemos construir uma saída para o gabarito.

O texto trata da identificação de semelhança entre os membros da cidade-estado, apesar


das desigualdades entre os cidadãos e o restante da população.
Letra b.

033. (FGV/VESTIBULAR/2018) Leia o texto.


Aos 7 anos: deixava sua família para iniciar a educação militar. Aos 20: era admitido num
grupo de outros guerreiros; a participação era obrigatória. Aos 30: ganhava poder de voto
na Apela, assembleia militar que indicava o conselho dos anciãos. A partir dos 60: se fosse
um membro da aristocracia, podia ser indicado para o conselho de anciãos, a Gerúsia. (Flavio
Campos e Regina Claro, Oficina de História).
As informações fazem referência a um
a) meteco ateniense.
b) nobre troiano.
c) cidadão espartano.
d) escriba egípcio.
e) tribuno romano

Querido(a), lembre-se do que discutimos a respeito da educação do espartano, sendo preparado


para a guerra desde sua infância. Essa questão é de fácil grau de dificuldade. Questões desse
tipo você não pode errar, pois seu concorrente fatalmente também não errará. Se não acertou,
menos mal porque agora é o momento em que pode se dar a esse luxo.
Letra c.

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034. (FGV/VESTIBULAR/2017) A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um


espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria;
por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu:
fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote pelos fiéis de
alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por
um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo, é possível que as
coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos
para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do
circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças
das escolas e... os burros de carga. (Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.).
História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado)
A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar:
a) a característica fundante do escravismo romano era a origem étnica, o que fazia com que
a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império proporcionassem
a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os
próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da República.
b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na medida
em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o dever moral
de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade, características necessariamente
humanas; no entanto, esses seres humanos eram igualmente um bem cuja propriedade
seu amo detinha.
c) a escravidão caracterizava as relações de produção em Roma e os escravos, em sua
inferioridade jurídica, desempenhavam uma função produtiva, marcados por um lugar social
de pobreza, privação e precariedade, estando associados às formas braçais de trabalho e
à produção de bens materiais em uma sociedade altamente hierarquizada.
d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa transformação ao longo dos
séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la, tornando
mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do cristianismo em religião
oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo.
e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da República romana, muito associadas
ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas entraram
em decadência na passagem para o Império, pois os generais que centralizaram o poder
reconheciam na escravidão um mecanismo de enfraquecimento do exército.

Questão de interpretação de texto. Note que o autor narra como os escravos tinham sua
vida privada, com liberdade de cultos religiosos e participação em festejos. No entanto, o
autor também destaca que, apesar de serem humanos, eram propriedades.
Letra b.

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035. (FGV/VESTIBULAR/2017) (...) a partir do século V a.C., a guerra tornou-se endêmica


no Mediterrâneo. Foram séculos de guerra contínua, com maior ou menor intensidade, ao
redor de toda a bacia. O trabalho acumulado nos séculos anteriores tornara possível um
adensamento dos contatos, um compartilhamento de informações e estruturas sociais,
uma organização dos territórios rurais que propiciava a extensão de redes de poder. Foram
os pontos centrais dessas redes de poder que animaram o conflito nos séculos seguintes.
Norberto Luiz Guarinello. História Antiga, 2013.
Sobre esses “séculos de guerra contínua”, é correto afirmar que
a) as Guerras Púnicas, entre Atenas e Cartago, foram uma disputa pelo controle comercial
sobre o mar Mediterrâneo, terminando após três grandes enfrentamentos, com a vitória
de Cartago e a hegemonia cartaginesa em todo o Mundo Antigo ocidental.
b) as Guerras Macedônicas foram um longo conflito entre o Reino da Macedônia, em aliança
com os persas, e o Império Romano, que venceu com muitas dificuldades porque ainda
estava em guerra com outros povos.
c) as Guerras Médicas, entre persas e gregos, resultaram na vitória dos últimos e, em meio
a esses confrontos, permitiram que Atenas liderasse a Liga de Delos, aliança de cidades-
Estados gregas com o intuito de combater a presença persa no Mediterrâneo.
d) as Campanhas de Alexandre, o Grande, aliado a Esparta e Corinto, combateram e venceram
as poderosas forças persas e ampliaram os domínios gregos até a Ásia Menor, propagando
os princípios da democracia ateniense pelo Mediterrâneo.
e) a Guerra do Peloponeso, o mais importante conflito bélico da Antiguidade, envolveu
as principais cidades-Estados gregas que, aliadas a Roma, enfrentaram e derrotaram as
forças militares cartaginesas.

Lembre-se de que Esparta liderava a Liga do Peloponeso e, Atenas, a liga de Delos. Também
se recorde que resolvemos uma questão sobre as Guerras Médicas no decorrer da aula. As
Guerras Médicas foram travadas entre os gregos e os invasores persas.
Letra c.

036. (FGV/VESTIBULAR/2016) “Não descreverei catástrofes pessoais de alguns dias infelizes,


mas a destruição de toda a humanidade, pois é com horror que meu espírito segue o quadro
das ruínas da nossa época. Há vinte e poucos anos que, entre Constantinopla e os Alpes
Julianos, o sangue romano vem sendo diariamente vertido. A Cítia, Trácia, Macedônia, Tessália,
Dardânia, Dácia, Épiro, Dalmácia, Panônia são devastadas pelos godos, sármatas, quedos,
alanos (...); deportam e pilham tudo. Quantas senhoras, quantas virgens consagradas a Deus,
quantos homens livres e nobres ficaram na mão dessas bestas! Os bispos são capturados,

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os padres assassinados, todo tipo de religioso perseguido; as igrejas são demolidas, os


cavalos pastam junto aos antigos altares de Cristo (…).” (São Jerônimo, Cartas apud Pedro
Paulo Abreu Funari, Roma: vida pública e vida privada. 2000)
O excerto, de 396, remete a um contexto da história romana marcado pela
a) combinação da cultura romana com o cristianismo, além da desorganização do Estado
Romano, em meio às invasões germânicas e de outros povos.
b) reorientação radical da economia, porque houve o abandono da relação com os mercados
mediterrâneos e o início de contato com o norte da Europa.
c) expulsão dos povos invasores de origem não germânica, seguida da reintrodução dos
organismos representativos da República Romana.
d) crescente restrição à atuação da Igreja nas regiões fronteiriças do Império, porque o
governo romano acusava os cristãos de aliança com os invasores.
e) retomada do paganismo e o consequente retorno da perseguição aos cristãos,
responsabilizados pela grave crise política do Império Romano.

O texto faz referência à crise e desintegração do Império Romano a partir das invasões
bárbaras, decorrentes da crise do escravismo. Note, também, que a narrativa traz a
combinação de valores romanos e cristãos. Nesse momento, o cristianismo já é religião
oficializada do Império.
Letra a.

037. (FGV/VESTIBULAR/2015) É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever, em


diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo surgimento das cidades-Estados ou pólis.
Elas formaram a organização social e política dominante das comunidades organizadas ao
longo do Mediterrâneo nos séculos seguintes. (Norberto Luiz Guarinello, História Antiga,
2013, p. 77. Adaptado)
Nas pólis, é correto
a) assinalar a crescente importância da mulher e da família nos espaços públicos.
b) reconhecer a presença de espaços públicos, caso da ágora.
c) destacar uma característica: a inexistência de espaços rurais.
d) identificar a acumulação de capital pela ação do Estado.
e) apontar para a sua essência: a organização urbana estruturada para a guerra.

A Ágora, praça central da cidade-estado, era onde ocorriam as decisões políticas da pólis.
Era um local público, apesar de apenas os cidadãos poderem participar das decisões políticas
nela realizadas.
Letra b.

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038. (FGV/VESTIBULAR/2014) São características do período arcaico (séculos VIII-VI a.C.),


na Grécia Antiga:
a) desenvolvimento dos oikos e expansão creto-micênica.
b) desenvolvimento das póleis e expansão pelo Mediterrâneo.
c) rivalidades entre Esparta e Atenas e Guerra do Peloponeso.
d) enfraquecimento das póleis e expansão macedônica.
e) guerras entre gregos e persas e o fim da democracia ateniense.

Lembre-se de que é no período Arcáico que surgem as cidades-estado, as póleis gregas.


Letra b.

039. (FGV/VESTIBULAR/2008) Leia as afirmativas sobre a República Romana (509-27 a.C.).


I – Nos primeiros tempos da República, a sociedade era composta por apenas dois setores:
os patrícios e os escravos.
II – Os escravos, pouco numerosos no início da República, cresceram numericamente com
as guerras de conquista.
III – Entre as funções públicas em Roma, havia os cônsules, os pretores e os tribunos da plebe.
IV – Em 494 a.C., plebeus rebelados se retiram para o Monte Sagrado, ameaçando fundar
outra cidade se não tivessem, entre outras reivindicações, o direito de eleger seus próprios
magistrados.
V – Com o expansionismo romano e as suas conquistas territoriais, houve um grupo
especialmente beneficiado: os plebeus, que passaram a vender trigo para os povos dominados.
São corretas as afirmativas
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) II, III, IV e V, apenas.
d) III, IV e V, apenas.
e) I, II, III, IV, V.

Afirmativa I: Errada. A sociedade romana, durante a República, era composta por Patrícios,
Plebeus, Clientes e Escravos.
Afirmativa V: Errada. Os povos dominados eram transformados em escravos e, portanto,
não compravam trigo dos plebeus.
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040. (FGV/VESTIBULAR/2014) [A crise] do feudalismo deriva não propriamente do


renascimento do comércio em si mesmo, mas da maneira pela qual a estrutura feudal reage
ao impacto da economia de mercado. O revivescimento do comércio (isto é, a instauração de
um setor mercantil na economia e o desenvolvimento de um setor urbano na sociedade) pode
promover, de um lado, a lenta dissolução dos laços servis, e de outro lado, o enrijecimento
da servidão. (...) Nos dois setores, abre-se pois a crise social.
Segundo o autor,
a) a crise foi provocada pelo impacto do desenvolvimento comercial e urbano na sociedade,
pois, na medida em que reforça a servidão, origina as insurreições camponesas e, quando
fragiliza os vínculos servis, provoca as insurreições urbanas.
b) a crise do feudalismo nada mais é do que o marasmo econômico provocado pela queda
da produção, uma vez que há um número menor de camponeses livres, o que leva à crise
social do campo, prejudicando também a nobreza.
c) a crise foi motivada por fatores externos ao feudalismo, isto é, o alargamento do mercado
pressiona o aumento da produção no campo e na cidade, o que leva à queda dos preços e
às insurreições camponesas e urbanas.
d) o desenvolvimento comercial e urbano em si não leva à crise, pois o que deve ser levado
em consideração é a crise social provocada pelo enfraquecimento dos laços servis, tanto
no campo como na cidade.
e) as insurreições camponesas e urbanas são as respostas para a crise feudal, pois a servidão
foi reforçada tanto no campo como na cidade, garantindo a sobrevivência da nobreza por
meio do pagamento de impostos.

O texto deixa claro que o renascimento do comércio promoveu uma série de profundas
mudanças na Baixa Idade Média, dentre as quais o enfraquecimento das relações servis
nos locais próximos aos novos mercados e o enrijecimento das mesmas relações nos locais
afastados dos novos mercados. Esses fenômenos, que provocaram uma série de revoltas,
servis ou urbanas, contribuíram para a crise do sistema servil.
Letra a.

041. (FGV/VESTIBULAR/2018) As principais características do feudalismo eram:


a) Sociedade de ordens, economia levemente industrial, unificação política e mentalidade
impregnada pela religiosidade.
b) Sociedade estamental, economia tipicamente artesanal, organização política descentralizada
e mentalidade marcada pela ausência do cristianismo.

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c) Sociedade de ordens, economia terciária e competitiva, centralização política e mentalidade


hedonista.
d) Sociedade de ordens, economia agrária e auto-suficiente, fragmentação política e
mentalidade fortemente influenciada pela religiosidade.
e) Sociedade estamental, economia voltada para o mercado externo, fragmentação política
e ausência de mentalidade religiosa.

O feudalismo possuía uma sociedade estamental, dividia entre Clero, Nobreza e Camponeses.
Sua economia era agrária de subsistência e a mentalidade era influenciada pelo cristianismo
da Igreja Católica.
Letra d.

042. (FGV/VESTIBULAR/2017)) Na Idade Média, desenvolveram-se dentro da Igreja,


instituições que tinham corporações de mestres e aprendizes, com privilégios e autonomia
administrativa, e significaram importante avanço intelectual.
O texto anterior refere-se:
a) às Irmandades;
b) aos Museus;
c) às Bibliotecas;
d) aos Conventos;
e) às Universidades.

As universidades surgiram por volta dos séculos XI e XII, transformando-se em centro de


produção intelectual na Europa ocidental. Obras de pensadores clássicos eram ensinadas,
mas também os princípios religiosos cristãos, propagando, assim, entre uma elite intelectual,
a cultura cristã.
Letra e.

043. (FGV/VESTIBULAR/2018) (...) apesar de flutuações no tempo e desigualdades regionais,


a população da Europa Ocidental passou de 18 milhões de pessoas por volta do ano 800,
para 22 (em torno do ano 1000), quase 26 (ano 1100), mais de 34 (ano 1200) e mais de 50
(cerca do ano 1300). Apesar de paralelamente ter havido o desbravamento, a conquista e
a ocupação de vastos territórios, a densidade populacional quase dobrou de fins do século
VIII a fins do século XIII. (Hilário Franco Jr., “O feudalismo”)
Sobre o crescimento demográfico, apresentado no texto, é correto afirmar que

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a) foi consequência direta da manutenção de um clima sempre muito úmido e quente,


além dos fortes fluxos migratórios oriundos do norte da África, desde o século VII, trazendo
mão-de-obra abundante e qualificada.
b) devido à passagem da servidão para a escravidão - por meio de um processo longo e
progressivo -, melhoraram de maneira considerável as condições de vida dos trabalhadores
rurais e urbanos a partir do século X.
c) apesar da diminuição da produtividade e da quantidade das terras agriculturáveis, houve
o aumento da resistência da população europeia a várias doenças contagiosas, além de um
importante avanço nas práticas médicas.
d) tem uma forte ligação com o incentivo para o aumento da natalidade patrocinado pela
Igreja Católica, desde o século IX, como mecanismo de defesa contra o avanço da presença
árabe no sul da Europa e norte da África.
e) entre outros fatores, há a ausência de epidemias no Ocidente entre os séculos X e XIII, os
limites da guerra medieval - recorrente, mas pouco destruidora - e as inovações técnicas
que favoreceram o aumento da produção agrícola.

Prezado(a), o aumento populacional se deveu a alguns fatores como os descritos na alternativa


“e”. Ressalto que o aumento da produção agrícola, devido ao uso de novas tecnologias,
contribuiu para diminuir a fome.
Letra e.

044. (FGV/VESTIBULAR/2016) “(...) as cruzadas não foram as responsáveis pelas grandes


transformações econômicas, mas produtos delas. Contudo, elas não deixaram de contribuir
para os avanços daquelas transformações. (...) O intenso comércio praticado pelas cidades
italianas, Gênova e Veneza, cresceu bastante com a abertura dos mercados orientais, para
o que as cruzadas desempenharam papel decisivo (...) (Hilário Franco Júnior, “As cruzadas”)
Além da decorrência apresentada, pode-se atribuir a essas expedições
a) o desaparecimento das ordens mendicantes - especialmente franciscanos e dominicanos
-, assim como a superação das heresias católicas.
b) o fortalecimento nas relações de vassalagem em toda a Europa Ocidental e um forte
retraimento do poder econômico da burguesia comercial.
c) a estagnação das atividades comerciais entre algumas cidades comerciais do mar do
Norte - como Bruges e Gand - e as cidades do litoral oeste da África.
d) a radicalização no processo de fragmentação político-territorial da Europa, com a
importante ampliação do poder econômico da nobreza togada.
e) a relação entre os cruzados com bizantinos e muçulmanos, permitindo que a Europa
voltasse a ter contato com algumas obras de filosofia greco-romana.

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Com a campanha das cruzadas aumentou sobremaneira o contato dos europeus com os
muçulmanos e bizantinos, favorecendo intercâmbio comercial e cultural.
Letra e.

045. (FGV/SP/VESTIBULAR/2014) Estudos sobre a história do clima apontam para a existência


de um “pequeno ótimo medieval”. Em torno do ano mil, o clima europeu suavizou-se,
facilitando a navegação nas áreas setentrionais da Europa. Ondas de calor estenderam-se
também sobre regiões centrais e meridionais até o século XII. Na primeira metade desse
século, houve um resfriamento seguido de um novo período de elevação térmica que se
estendeu até o início do século XIII.
No Ocidente Medieval, esse período (séculos XI-XIII) caracterizou-se:
a) Pela retração das atividades agrícolas e por uma acentuada queda demográfica.
b) Pela expansão das atividades mercantis e pelo florescimento urbano.
c) Pela ampliação da produção agrícola e pela regressão das atividades mercantis.
d) Pelo início das invasões germânicas e do processo de ruralização da Europa feudal.
e) Pela estagnação econômica e pela proliferação de doenças epidêmicas.

As alterações climáticas descritas no texto favoreceram as atividades agrícolas, elevando a


produção e aumentando a disponibilidade de alimentos. Isso provocou também um aumento
populacional. O movimento das Cruzadas, ao reabrir a navegação no Mediterrâneo, auxiliou
nas atividades mercantis no estabelecimento de rotas comerciais e no renascimento urbano,
uma vez que as muitas cidades se transformaram em importantes centros comerciais.
Letra b.

046. (FGV/VESTIBULAR/2008) “A palavra ‘servo’ vem de ‘servus’ (latim), que significa ‘escravo’.
No período medieval, esse termo adquiriu um novo sentido, passando a designar a categoria
social dos homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) A condição servil
era marcada por um conjunto de direitos senhoriais ou, do ponto de vista dos servos, de
obrigações servis”. (Luiz Koshiba, “História: origens, estruturas e processos”)
Assinale a alternativa que caracterize corretamente uma dessas obrigações servis:
a) Dízimo era um imposto pago por todos os servos para o senhor feudal custear as despesas
de proteção do feudo.
b) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos equipamentos do feudo e não podia ser
paga com mercadorias e sim com moeda.

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c) Mão morta era um tributo anual e per capita, que recaía apenas sobre o baixo clero, os
vilões e os cavaleiros.
d) Corveia foi um tributo aplicado apenas no período decadente do feudalismo e que recaía
sobre os servos mais velhos.
e) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso das instalações pertencentes ao senhor
feudal, como o moinho e o forno.

Querido(a), consulte o mapa mental acerca dos tributos feudais. É muito importante que
o memorize para que não seja levado à confusão.
Letra e.

047. (COTEC/FADENOR/PREFEITURA/HISTORIADOR/2019) Marc Bloch, a respeito do ofício do


historiador, pensa a noção de história como problema, além de defender a interdisciplinaridade.
Das alternativas a seguir, assinale a que NÃO está de acordo com as ideias desse autor:
a) Presente e passado se relacionam na medida em que os temas do presente condicionam
e delimitam o retorno possível ao passado.
b) O autor combate a história narrativa tipicamente positivista e defende o diálogo com
outras áreas de conhecimento, bem como a longa duração.
c) O objeto da história é o passado, e o homem é apenas um expectador diante do desenrolar
dos acontecimentos.
d) Documentos são vestígios do passado, e o historiador tem de ter habilidade para saber
interrogá-los.
e) Os documentos oficiais não dão conta de explicar toda a realidade, sendo necessário,
portanto, consultar novas fontes na busca de informações.

Querido(a), a alternativa “b” é a que se relaciona com esse tópico. Como é para marcar a
alternativa que NÃO está de acordo com Marc Bloch, assinalamos a leta “c”, pois o autor
defendia que o homem é agente histórico, é quem a constrói história.
Letra c.

048. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO – HISTÓRIA/2021) A Antiguidade Clássica


(greco-romana) lançou as bases do que se entende por Civilização Contemporânea. Nos mil
anos do que se convencionou chamar de Idade Média (séculos V- XV), formou-se a Europa
moderna. Considerando essas informações como referência inicial, julgue o item.
O feudalismo foi o sistema predominante na Europa medieval, caracterizado pela produção
agrícola em larga escala, pela mão de obra escrava e pela economia monetária.

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O feudalismo foi caracterizado pela produção agrícola de subsistência, pela mão de obra
servil e pela economia amonetária.
Errado.

049. (AMEOSC/PREFEITURA DE ITAPIRANGA – SC/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2021) A


_______________ é uma metodologia de pesquisa focada na coleta de documentos obtidos
a partir de entrevistas com pessoas que podem testemunhar sobre um dado momento
histórico. Tal metodologia pode ser empregada facilmente como metodologia de trabalho
do professor no Ensino Fundamental e Médio.
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna:
a) História Material.
b) História Oral.
c) História Identitária.
d) História Política.

Por meio de entrevistas só pode ser História Oral.


Letra b.

050. (OMNI/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – SP/PEB II – HISTÓRIA/2021) No Natal de 800,


Carlos Magno foi coroado imperador na basílica de São Pedro. Já senhor de um extenso
território, tal ato consolidou sua relação com a Igreja Católica, com o intuito de dar unidade
à Europa Cristã, fragmentada desde a desagregação do Império do ocidente, em 476.
A política de vassalagem foi essencial para o sucesso do Império carolíngio, embora tenha
sido, em certa medida, responsável pelo seu fim. Isso se explica pelo seguinte fato:
a) embora Carlos Magno tenha mantido uma política de conquistas territoriais que
contribuíssem para a manutenção desse sistema, seu filho, Luís, o Pio, apostou na expansão
cristã por meio de missões religiosas, sendo necessário remunerar os vassalos com suas
próprias terras, esgotando a fortuna fundiária carolíngia.
b) os vassalos do imperador, contrários à sua religiosidade cristã, que contrastava com a
tradição germânica, promoveram uma série de rebeliões que tornaram insustentável a
unidade do Império.
c) o Império não conseguira expressar politicamente sua unidade religiosa, o que desagradou
os líderes da Igreja, fazendo com que retirassem seu apoio ao imperador.

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d) a principal característica da vassalagem foi a total autonomia que condes, duques e


marqueses possuíam, o que fez, com o passar dos anos, aumentar o seu poder regional,
diminuindo proporcionalmente o do poder central.

Aqui a banca trata do conceito de vassalagem e de sua utilização por Carlos Magno e seu
filho.
Letra a.

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