Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Turma 200
Turma 200
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
3. OBJETIVO ESPECÍFICO.................................................................................................. 6
4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 7
6. HIPÓTESE ......................................................................................................................... 8
7. METODOLOGIA ............................................................................................................... 9
8.2. Contexto social e político do final do século XIX e início do século XX ................. 14
O cinema substituiu as imagens criadas por meio da interação de luz e sombra, onde
engenhosidade e imaginação se fundiram para criar uma forma de arte que mudaria a forma
como percebemos e compreendemos o mundo. Durante as guerras mundiais, por exemplo, o
cinema serviu tanto como um reflexo da realidade quanto como uma fuga dela, uma tela na qual
as esperanças e ansiedades eram representadas. Agora, existem elencos gigantes e IAs que nos
possibilitam a produção de obras cinematográficas que não seriam possíveis na época –
veremos essa trajetória no seguinte trabalho.
2. OBJETIVO GERAL
Estudar o contexto do surgimento do cinema, por meio de análise crítica de materiais
bibliográficos.
3. OBJETIVO ESPECÍFICO
Realizar uma análise cinematográfica;
Apresentar a respeito da fundação do cinema;
Entender o contexto social e político da época em que surgiu;
Dar exemplos de filmes estadunidenses e alemães do início do século XX;
Dividir e apresentar os 20 primeiros anos do cinema estadunidense;
Analisar os instrumentos e temas abordados até a primeira metade do século XX;
Correlacionar o cinema com o terceiro reich (Alemanha);
4. JUSTIFICATIVA
Esse trabalho se torna importante por apresentar um método de entretenimento e gerador
de economias muito presente na sociedade atual. O estudo das origens do cinema se faz válido
por causa da combinação de cultura, tecnologia e arte que mudou a história da humanidade.
Encontramos transformações sociais, desenvolvimentos técnicos e experimentação criativa que
serviram de base para a fundação do cinema atual, investigando suas raízes. Esta investigação
não apenas fornece contexto cultural, mas também destaca o progresso criativo que transformou
uma invenção em um novo modo de enxergar o mundo.
5. PROBLEMA DE PESQUISA
De onde o cinema surgiu e de onde ele tirou as bases para a sua fundação? Qual foi o
contexto em que estava atrelado? Que temas abordava?
6. HIPÓTESE
Acredito que o cinema tenha surgido com base em outros métodos de expressão artística
que já existiam, como o teatro, fotografia e pintura, provindo de outros instrumentos, estes mais
rústicos, que geraram uma ideia nos Irmãos Lumière e em todos os outros participantes do
processo de fundação do cinema tradicional.
Visto que sua criação data do início do século XX, é normal pensarmos que sua criação
envolveu um contexto de muita transformação social e cultural: países se unificavam, guerras
estavam a caminho (como a Segunda Guerra Mundial, em 1915, por exemplo), insatisfações
populares ocorriam em todo o mundo, predominantemente em países emergentes, a
industrialização batia com força à porta da Europa Continental, a dominação de países africanos
e centro/sul americanos, entre diversos outros. Portanto, creio que tinha como um de seus
principais temas as críticas (em forma de comédia/sarcasmo ou não) feitas em torno de todos
os processos de transformação social e econômica, sobretudo da Europa, que afetavam
diretamente a ordem mundial regente. Foi utilizada como ferramenta potente contra a Alemanha
Nazista, anos depois, na apresentação de seus métodos medonhos.
7. METODOLOGIA
O trabalho em questão é baseado em uma pesquisa com caráter qualitativo, tendo como
objetivo explorar um tema ou problema de pesquisa através da revisão e leitura de materiais
bibliográficos, como livros e artigos acadêmicos, onde foram avaliadas pesquisas de
profissionais ou estudantes de cinematografia que tinham interesse em estudar e repassar o
conhecimento dos primórdios do cinema mundial. Visa-se obter uma visão mais ampla do
assunto em questão, a fim de gerar ideias e hipóteses para estudos posteriores mais
aprofundados.
O trabalho foi regido de forma não flexível e com uma estrutura pré-determinada, de
modo que permita a descoberta e a exploração apenas da visão e acontecimentos centrais que
girem em torno do tema.
8. DESENVOLVIMENTO – ANÁLISE CINEMATOGRÁFICA
Como resultado, a história do cinema antigo serve como uma ilustração de como uma
nova tecnologia pode emergir como um componente de algo maior, expandir-se por meio de
múltiplas interações e transformações, incluindo influências de várias.
A invenção de um dispositivo que faz com que uma sequência de milhares de imagens
se torne um filme que permita movimento só poderia ser possível com base em projetos
anteriores a este, que serviriam como base. Portanto, por mais que o crédito da criação do
cinema se deve aos irmãos Lumière, por construirem o primeiro cinematógrafo e serem
responsáveis pelo primeiro filme, não podemos apagar seus antecedentes.
Vale ressaltar que, ainda antes de todas essas criações, o primeiro método de capturar
imagens tinha de ser inventado, sendo nomeado de câmara escura, identificado pela primeira
vez no século VI, em experimentos de Antêmio de Trales, um arquiteto bizantino. A partir de
então, simplificações e inovações foram sendo realizadas, de modo a reduzir o tamanho do
dispositivo e manterem as suas capacidades óticas e fotográficas.
No entanto, foi apenas em 1826/1827 que a primeira fotografia permanente foi retirada,
através da Heliografia – um processo de baixa qualidade, que utilizava uma placa de metal
coberta por um derivado do petróleo, exposta a luz solar, para fixar a imagem –, por Joseph
Nicéphore Niépce, um inventor francês. Conhecida como “View from the Window at Le Gras”,
é parte da história da fundação do cinema, indiretamente.
Esta afirmação evidencia a união dos diversos cientistas e suas respectivas criações para
a criação de um bem em comum – no caso, o que hoje conhecemos por cinema. Portanto, não
devemos atribuir a “descoberta” dessa ferramenta unicamente aos Irmão Lumière; por mais que
o desfecho e a realização dos procedimentos se devem a eles, foi apenas um produto de diversas
outras invenções que revolucionaram o mundo, no que se diz respeito a esfera cinematográfica
e ótica, séculos e décadas antes.
Vale ressaltar também que os famosos irmãos não foram os primeiros a realizar uma
exibição – pública e paga – de um aparelho que reproduzia pequenos filmes para pequenas
audiências; por exemplo, os irmãos Max e Emil Skladanowsky (1895, dois meses antes dos
Lumière, em Berlim).
Mas, então, por que a criação do cinematógrafo dos irmãos Lumière foi o responsável
por ganhar o título de “fundador” do que hoje conhecemos como cinema? Qual o motivo que
levou o vitáscópio (1896) de Thomas Edison e o Teatrógrafo de Robert William Paul, no mesmo
ano, projetores que surgiram como cópia da invenção do cinematógrafo, que não era
comercializado, a não seguir adiante? MASCARELLO (2006, p. 20) diz o seguinte:
Antes disso, é válido ressaltar que essas duas fases, que constituem os primeiros 20 anos
do cinema mundial, por muito tempo foram consideradas de pouca importância para a história
desta instituição. Não era considerado uma linguagem, visto que estava misturada com outros
tipos de cultura de entretenimento da época.
Entre alguns filmes produzimos nesta época, nos Estados Unidos da América (5
primeiros) e na Alemanha (5 últimos), temos:
"The Great Train Robbery" (1903): do gênero western (faroeste), o filme mudo
dirigido por Edwin S. Porter e filmado nos EUA aborda a história de perseguição a um
trem roubado por criminosos pela polícia, possuindo apenas 12 minutos.
"The Birth of a Nation" (1915): um filme mudo estadunidense dirigido por D.W.
Griffith, baseado em um romance adaptado para o teatro anos atrás, controverso devido
à sua representação racista e glorificação da Ku Klux Klan, O gênero do filme é
um drama histórico e guerra, abordando temas de guerra civil e racismo.
"Intolerance" (1916): do mesmo diretor, o filme mudo (com duração de 3 horas e
meia) de drama e ficção histórica, que abrangia quatro histórias de diferentes períodos
históricos e sociedades (histórias bíblico-galileias, renascentista francesas e
babilónicas). O filme questiona a capacidade da humanidade de aprender com os erros
do passado.
"Duck Soup" (1933): Comédia dirigida por Leo McCarey que conta a história de uma
crise em um pequeno país chamado Freedonia, cujo presidente, Rufus T. Firefly, é
peculiar e insano.
"Modern Times" (1936): Filme de comédia, drama e romance dirigido por Charles
Chaplin em que o diretor (também protagonista), Little Tramp, luta para viver em uma
sociedade industrializada.
"Der Student von Prag" (1913): filme mudo de terror, drama e fantasia alemão
dirigido por Stellan Rye, aborda temas de dualidade e pactos com o diabo. Nos traz a
reflexão se vale obter sucesso mesmo que se haja um alto custo – no caso, um pacto
demoníaco;
"Das Mirakel" (1912): Dirigido por Mime Misu, é filme de drama e mudo alemão em
preto e branco, de 30 minutos, que conta o resgate de uma garota da morte por um padre,
abordando, consequentemente, temas de fé e milagre.
"Metropolis" (1927): Filme alemão de ficção científica dirigido por Fritz Lang,
considerado um dos grandes nomes do expressionismo alemão, que conta a história de
uma sociedade futura dividida entre classes altas e baixas, e um jovem se apaixona com
o líder do movimento revolucionário.
“Nosferatu” (1922): Dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau, é um filme alemão em
cinco atos baseado no filme “Drácula”; portanto, pertence aos gêneros drama, terror e
cinema mudo. Porém, segue um enredo próprio, contando a narrativa de um vampiro
corretor de imóveis.
"M - Eine Stadt sucht einen Mörder" (1931): o primeiro filme sonoro de Fritz Lang,
nos gêneros suspense psicológico e drama policial, é outra obra-prima do
expressionismo alemão. Segue a polícia em busca de um serial killer que ataca crianças.
Figura 9: Poster "The Birth of a Figura 10: Poster "Der Student von
Nation" (1915) Prag" (1913)
Vemos, então, que os filmes dos Estados Unidos da América aborda majoritariamente
filmes que retratam algum acontecimento histórico e social, enquanto a Alemanha focava em
temas mais “macabros”, com ligação com o extraordinário. Eles oferecem uma visão
interessante das preocupações e interesses culturais daquela época e como eles foram refletidos
nas telas.
Vale a ressalva de que o Código Hays, fundado em 1930 por Will H. Hays, afetou a
censura no cinema americano ao impor rigorosos requisitos morais e de conteúdo aos filmes,
como forma de defender a moral pública.
Entretanto, após o ano de 1903, a segunda fase (com fim em 1907) se inicia e, de acordo
com MASCARELLO (2006, p. 24):
Essa fase é importante no que se diz a respeito do cinema como um método de contar
histórias. Por mais que os personagens não possuíssem motivações psicológicas profundas,
visto que as “fitas” se baseavam principalmente em histórias de perseguição e comédia, foi
essencial para aglomerar uma maior quantidade de pessoas nas exposições destes filmes. Os
múltiplos panos começam a ser utilizados, garantindo uma maior ambientação do cenário.
A tarefa de operar os equipamentos do cinema e fazer os filmes passou por uma divisão
de trabalho entre dois cineastas. As empresas começaram a se dividir em divisões de produção
distintas à medida que o negócio do cinema se expandia. Com essa divisão, cada setor pôde
focar em suas tarefas específicas, resultando em maior eficiência e qualidade em cada nível do
processo. Essa especialização resultou em uma mudança na dinâmica de colaboração, trazendo
benefícios óbvios em termos de coordenação e controle.
Os estúdios começam a adotar processos com base em um padrão fixo, o que permitia
maior eficiência e produção na criação de filmes, o que marca esse período de transição, pela
busca de narrativas mais complexas e eficiência, não ocorrendo de maneira uniforme e muito
menos instantânea, mas sim por junções em etapas entre estilos e abordagens cinematográficas.
Entretanto, vale ressaltar que esse avanço não resultou na marginalização das pessoas
de baixa renda, visto que frequentavam as salas de cinema mais acessíveis e populares, com um
entretenimento mais acessível, ao mesmo tempo em que serviam como fonte de diversidade
para uma ampla clientela.
Anos depois, em 1909, o controle da indústria iniciou a ser retomado pelos produtores
estadunidenses, com a criação da MPPC (Motion Picture Patents Company), que regulamentava
a circulação de filmes. Devido a produtores independentes e de baixa escala, que se opõem a
instituição, ela perde seu poder em 1913. De acordo com MASCARELLO (2006, p. 27 APUD
Gunning 1984, p. 76): “a MPPC propagandeava seus filmes como "divertimentos morais,
educativos e sãos".
Portanto, o Motion Picture Patents Company foi formado como tentativa de redefinir a
imagem do cinema e a visão da sociedade sobre ele. A indústria cinematográfica visava
aumentar sua base de audiência expandindo seu apelo, adicionando espectadores de classe
média como regulares. Isso envolvia retratar o cinema como uma atividade cultural sofisticada,
com gostos e interesses alinhados com os grupos socioeconômicos mais desfavorecidos.
A ideia de que o cinema deveria se tornar um "divertimento para todas as classes sociais"
exigia um repensar total de sua finalidade e importância. O objetivo era acabar com o mito de
que ir ao cinema era apenas para operadores e outros grupos socialmente desfavorecidos. A
indústria pensou que, ao atrair a classe média, não apenas aumentaria sua renda, mas também
aumentaria o significado cultural do cinema.
Com a MPPC, a indústria do cinema queria assentar sua atividade sobre sólidas bases
econômicas, precisando para isso aumentar o preço dos ingressos e,
conseqüentemente, o dos aluguéis de filmes. Para tal, tinha de atrair as classes médias,
transformando o cinema no divertimento de "todas as classes sociais", e não mais no
chamado "teatro de operários"
Temos como resultados desse período a saída de moda dos filmes de rolo único, visto
que os longas se tornavam mais interessantes e lucrativos, novas companhias independentes
agora existem, os espaços destinados para a exibição de filmes são propriedade das próprias
empresas que produziam os filmes, provendo alto grau de luxo e, como principal ponto temos,
segundo MASCARELLO (2006, p. 27), “O melodrama, com sua moralidade polarizada e
defesa da ordem social, passa a ser o gênero dominante”.
O estabelecimento de Hollywood como centro da indústria cinematográfica não pode
estar ligado a um único ano ou época, mas sim a uma evolução constante que ocorreu no final
do século XIX e início do século XX.
O cinema nazista foi empregado tanto para diversão quanto para propaganda, com a
criação de filmes de aventura e dramas históricos que, embora frequentemente contivessem
declarações ideológicas, também tentavam agradar o público, assim como BÄR, Gerald (2016,
p.48), evidencia:
No entanto, com a queda do Terceiro Reich em 1945, vários filmes nazistas foram
declarados propaganda de guerra e foram proibidos. O governo nazista deixou um legado
terrível na história do cinema, lembrando-nos do poder da mídia como ferramenta de
propaganda política e controle ideológico.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MASCARELLO, Fernando. HISTÓRIA DO CINEMA MUNDIAL. São Paulo, 2006. Disponível
em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/cfernandes/linguagem-visual-2/textos/historia-do-
cinema-mundial.pdf>. Acesso em: 07 de ago. de 2022
SIMÕES, Cibele Forjaz. A eletricidade entra em cena. São Paulo, Urdimento, v.1, n.31, p.63-
77, 2018. Disponível em: <
https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/1414573101312018063/8083>.
Acesso em 20 de ago. de 2023