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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

2 Trabalho de Noções do direito Ambiental

Tema: Natureza jurídica da licença ambiental no ordenamento jurídico moçambicano

Nome do Estudante Código

Agness Luís Paulo Domingos 708216724

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental

Disciplina: Noções de Direito Ambiental

Tutor: Dr Leonardo Tomas Xavier

Ano de frequência: 2º ano

Tete, Setembro de 2022


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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1 Introdução.......................................................................................................................5

2 Objectivos.......................................................................................................................6

2.1 Geral............................................................................................................................6

2.2 Específicos...................................................................................................................6

3 Metodologia....................................................................................................................6

3.1 Materiais......................................................................................................................6

3.2 Métodos.......................................................................................................................6

4 Revisão Bibliográfica.....................................................................................................7

4.1 Legislação Ambiental..................................................................................................7

4.2 Licenciamento ambiental.............................................................................................8

4.2.1 Obtenção duma licença ambiental............................................................................8

4.2.2 Tipos de Licenças Ambientais..................................................................................8

4.2.2.1 Licenciamento ambiental de actividades de Categoria.........................................9

4.2.2.2 Licenciamento ambiental de actividades de Categoria B....................................10

4.2.2.3 Licenciamento ambiental de actividades de Categoria C....................................10

4.2.3 Actividades de Categoria A....................................................................................11

4.2.4 Actividades de Categoria B....................................................................................11

4.2.5 Actividades de Categoria C....................................................................................12

4.3 Procedimentos para a obtenção duma licença...........................................................13

4.4 Etapas do Licenciamento Ambiental.........................................................................13

4.4 Actores Envolvidos no Linceciamento Ambiental....................................................14

5 Conclusão.....................................................................................................................15

6 Referências Bibliográficas............................................................................................16
1 Introdução
Segundo MICOA (2001) um conjunto de textos legislativos e de políticas dão o
contexto legal e os antecedentes do sistema de licenciamento ambiental em
Moçambique. Estes textos incluem a Constituição da República de 2004 e a Política
Nacional do Ambiente. Outras áreas de legislação com impacto no licenciamento
ambiental incluem aquelas relacionadas com a terra e com o uso da água, e o património
nacional. Em sectores específicos como, por exemplo, a indústria mineira e as pescas,
deve tomar-se em conta a legislação sectorial. Na medida em que o desenvolvimento e o
investimento aumentam em Moçambique, a pressão sobre o ambiente também aumenta
e os investidores devem estar conscientes da possibilidade de se promulgar legislação
ambiental específica para o seu sector.

A Constituição de Moçambique estabelece o direito de viver num ambiente


equilibrado e o dever de o defender. O Estado e as autoridades locais são obrigados a
adoptar políticas de defesa do ambiente e a garantir a utilização responsável dos
recursos naturais (CRM, 2004).

O Estado é também obrigado pela Constituição a garantir a utilização


sustentável dos recursos naturais e a estabilidade ecológica das gerações vindouras e a
promover o ordenamento territorial com vista a uma correcta localização das
actividades e a sua contribuição para um desenvolvimento socioeconómico equilibrado.
A Constituição de 2004 também cria a obrigação das comunidades defenderem o
ambiente e admite a acção popular na defesa do ambiente (CRM, 2004).

O pressente tem como objetivo abordar sobre natureza jurídica da licença


ambiental no ordenamento jurídico moçambicano.

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2 Objectivos
2.1 Geral
 Compreender sobre natureza jurídica da licença ambiental no ordenamento
jurídico moçambicano.

2.2 Específicos
 Conceitualizar o termo licença ambiental;
 Mencionar os tipos de licença ambiental em Moçambique;
 Descrever as etapas do licenciamento ambiental;
 Identificar os actores envolvidos na licença ambiental em Moçambique.

3 Metodologia
3.1 Materiais
Para elaboração do presente trabalho de modo que os objectivos específicos descrito
acima sejam concretizados usou ̵ se os seguintes materiais:

 Folhas A4;
 Caneta;
 Computador;
 Caderno;
 Manuais em formato electrónico.
 Modem

3.2 Métodos
O trabalho foi realizado de forma individual com recurso a consultas
bibliográficas como forma de dar o suporte teórico dos assuntos discutidos, deste modo
a metodologia utilizada para a realização do trabalho foi qualitativa, ou seja, não vai
para além da colecta de dados de vários autores que abordam o tema cuja bibliografia se
encontra patente na página reservada para o efeito.

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4 Revisão Bibliográfica
4.1 Legislação Ambiental
O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICO) é a instituição
governamental responsável por garantir a conservação e utilização sustentável dos
recursos naturais, a coordenação das actividades ambientais e o licenciamento
ambiental. As Direcções Provinciais para a Coordenação da Acção Ambiental (DPCA)
e em alguns casos as Direcções Distritais para a Coordenação da Acção Ambiental
(DDCA) são os representantes locais do MICOA.

Em 1995, a Política Nacional do Ambiente (Resolução No 5/95, de 3 de Agosto)


foi aprovada como instrumento de base para o desenvolvimento sustentável em
Moçambique, tendo como metas básicas a erradicação da pobreza, melhoria da
qualidade de vida e a redução dos danos ambientais. A Política requer que o Governo
inclua uma componente ambiental em todos os planos de desenvolvimento e dê uma
indicação clara ao legislador da importância de questões ambientais (Junior, 2006).

A Política admite a possibilidade de o Governo estabelecer incentivos para estimular o


sector privado a participar na gestão ambiental. A Política considera a criação de
condições legais e capacidade institucional para permitir a descentralização da gestão
comunitária dos recursos naturais, com o fim de erradicar a pobreza (Junior, 2006).

Em 1997 aprovou-se a Lei do Ambiente (Lei 20/97, de 1 de Outubro). Esta Lei regula o
uso e a gestão do ambiente com a intenção de promover o desenvolvimento sustentável.
A Lei contém uma série de definições e estabelece princípios baseados no direito
Constitucional a um ambiente favorável (Junior, 2006). Estes princípios incluem:

 o princípio do uso e gestão racionais dos recursos naturais;


 o princípio do reconhecimento e valorização dos conhecimentos e tradições
comunitárias;
 o princípio da gestão ambiental baseada em sistemas preventivos;
 o princípio da gestão integrada;
 o princípio da participação dos cidadãos; e
 o princípio de responsabilidade.

Todos estes princípios inspiram o processo do licenciamento ambiental. A Lei do


Ambiente proíbe a poluição. As actividades que aceleram a erosão, a desertificação,

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desflorestamento ou qualquer outra forma de degradação do ambiente são também
proibidas.

A Lei também proíbe a importação de resíduos ou lixos perigosos, salvo o que vier
estabelecido em legislação específica. A Lei do Ambiente prevê a criação de áreas de
protecção ambiental, que são submetidas a medidas específicas de conservação e
fiscalização incluindo a definição das actividades permitidas ou proibidas no interior da
área e nos seus arredores, e a definição do papel das comunidades na gestão destas áreas
(Junior, 2006).

A Lei de Florestas e Fauna Bravia que prevê, também, zonas de protecção destinadas à
conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de espécies animais ou
vegetais, admite a possibilidade de, por razões de necessidade, utilidade ou interesses
públicos ser autorizado o exercício de certas actividades nas zonas de proteção (Junior,
2006).

4.2 Licenciamento ambiental


Segundo Junior (2006) licenciamento ambiental é o procedimento pelo qual o
órgão competente licencia a localização, instalação, ampliação ou a operação de
actividades que possam, de qualquer forma, causar danos ambientais.

O objetivo do licenciamento ambiental é expedir um acto administrativo


chamado licença ambiental, através da qual o órgão competente estabelece as
condições, restrições e medidas de controle que deverão ser obedecidas pelo realizador
da atividade (Junior, 2006).

4.2.1 Obtenção duma licença ambiental


Qualquer actividade que poderá afectar o ambiente carece duma autorização. A
autorização baseia-se na avaliação do potencial impacto da actividade planeada para
determinar a sua viabilidade ambiental, e termina com a emissão duma licença
ambiental pelo MICOA (MICOA, 2001).

Ao abrigo de mudanças recentes no regulamento ambiental todas as licenças


ambientais já concedidas para actividades actualmente em curso são válidos por um
período máximo de cinco anos. Depois devem ser reavaliadas através de um novo
processo de licenciamento (MICOA, 2001).

4.2.2 Tipos de Licenças Ambientais

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A Política e a Lei do Ambiente exigem que a gestão do ambiente se baseie em sistemas
preventivos, e a Lei do Ambiente e os seus regulamentos estabelecem um conjunto de
requisitos preventivos que devem ser satisfeitos antes da emissão duma licença
ambiental.

Os Anexos I, II e III do Regulamento da Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto


45/2004 de 29 de Setembro) dividem as actividades potenciais em três categorias
baseadas no seu provável impacto no ambiente:

 Categoria A: Está sujeita a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) completo;


 Categoria B: Está sujeita a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS);
 Categoria C: Está sujeita à observância das normas de boa gestão ambiental.

Quaisquer outras actividades, não constantes destes Anexos, mas susceptíveis de causar
um impacto negativo significativo sobre o ambiente estão sujeitas a uma pré-avaliação
pelo MICOA. Esta pré-avaliação consiste numa análise ambiental preliminar que
determina a categoria da actividade proposta e determina o tipo de avaliação ambiental
a efectuar.

Como resultado da pré-avaliação o MICOA pode: rejeitar a implementação da


actividade proposta; categorizar a actividade e consequentemente determinar o tipo de
avaliação ambiental a ser efectuada, nomeadamente um EIA ou um EAS; ou isentar a
actividade da necessidade de se efectuar um EIA ou um EAS.

4.2.2.1 Licenciamento ambiental de actividades de Categoria


A Os requerentes de actividades classificadas como da Categoria A devem agora
avançar com o seguinte:

 Contratar um consultor ambiental certificado pelo Governo (se isto ainda não
tiver sido feito).
 Trabalhar com o consultor ambiental para elaborar um EPDA (na base dos
Artigos 10 e 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental);
 Trabalhar com o consultor ambiental para elaborar os TdR (na base dos Artigos
10 e 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental)
para a realização do EIA completo pelos consultores;

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 Submeter o número de cópias do EPDA e dos TdR definido na resposta escrita
da Direcção competente à pré-avaliação;

Depois da recepção destes documentos a entidade governamental competente tem 15


dias úteis para responder ao requerente, ou aprovando os TdR ou pedindo alterações e
uma re-apresentação. Se o pedido tiver sucesso, o requerente deve contratar consultores
ambientais certificados pelo Governo (se ainda o não tiver feito) na base dos TdR
aprovados e realizar o EAS (MICOA, 2006).

Depois da recepção do relatório do EAS a entidade governamental competente tem 30


dias úteis para responder, ou aprovando o EAS ou pedindo alterações e uma
reapresentação. Se o pedido tiver sucesso, o requerente deve depois pagar a taxa de
licenciamento na base do valor total de investimento da actividade. O valor total de
investimento deve ser confirmado pelo Ministério das Finanças ou pelo contabilista
nomeado pelo requerente, que deve ser um técnico de contas acreditado pelo Governo.
A taxa devida pelas actividades de Categoria B é de 0,2% do valor total de investimento
(MICOA, 2001).

4.2.2.2 Licenciamento ambiental de actividades de Categoria B


Os requerentes de actividades classificadas como de Categoria B devem agora proceder
da seguinte maneira:

 Contratar um consultor ambiental certificado pelo Governo (se isto ainda


não tiver sido feito).
 Trabalhar com o consultor ambiental para elaborar os TdR (na base dos
Artigos 10 e do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental) para a realização do EIA completo pelos consultores;
 Submeter o número de cópias dos TdR como definido na resposta escrita da
 Direcção competente à pré-avaliação.

4.2.2.3 Licenciamento ambiental de actividades de Categoria C


O proponente de actividades classificadas como de Categoria C deve agora pagar uma
taxa de licenciamento na base do valor total de investimento da actividade. O valor total
de investimento deve ser confirmado pelo Ministério das Finanças ou pelo contabilista
nomeado pelo requerente, que deve ser um técnico de contas acreditado pelo Governo.

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A taxa devida pelas actividades de Categoria C é de 0,02% do valor total de
investimento (MICOA, 2001).

4.2.3 Actividades de Categoria A


As actividades relacionadas com e/ou situadas em zonas com características
descritas a seguir são actividades classificadas como pertencendo à categoria A (anexo
II dos regulamentos de AIA) (MICOA, 2001):

a) Aéreas e ecossistemas reconhecidos como possuindo estatuto de protecção


especial ao abrigo da legislação nacional e internacional.
b) Áreas densamente povoadas que implicam a necessidade de reassentamento.
c) Regiões sujeitas a níveis elevados de desenvolvimento ou onde existam conflitos
na distribuição e utilização dos recursos naturais.
d) Áreas ao longo de cursos de água ou áreas usadas como fonte de abastecimento
de água para o consumo das comunidades
e) Zonas contendo recursos de valor como, por exemplo, aquáticos, minerais e
plantas. Incluem-se nesta categoria as seguintes atividades: Infra-estruturas,
Exploração florestal, Agricultura, Pesca, Industria, Química, Produção e
processamento de peixes, Alimentar, Têxteis, curtumes, madeira e papel,
Energia, Tratamento e eliminação de resíduos sólidos e efluentes, Áreas de
Conservação e Indústria extraciva e complementar.

4.2.4 Actividades de Categoria B


As actividades desta categoria diferem da categoria A principalmente na escala dos
impactos. Em geral, não afectam significativamente as populações humanas nem as
zonas ambientalmente sensíveis. Os impactos negativos são de menor duração,
intensidade, grau, magnitude e/ou importância quando comparados com os dos
projectos de Categoria A, e poucos são irreversíveis. Os impactos resultantes destas
actividades permitem a aplicação de medidas de mitigação com relativa facilidade, e
estes projectos requerem apenas um EAS. Incluem-se nesta categoria:

a) Fábrica de processamento de madeira


b) Fábrica de processamento de tintas e vernizes
c) Fábrica de processamento de alimentos e bebidas com produção superior a 10
t/dia
d) Áreas de armazenagem de sucata superior a 5 ha

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e) Linhas de transmissão e distribuição de energia inferiores a 66 kV
f) Recauchutagem de pneus g) Infra-estruturas de abastecimento de combustíveis
g) Fábrica de produção de ração com produção igual ou inferior a 1 000 t/mês
h) Sistemas de abastecimento de água e saneamento, condutas, estações de
tratamento e sistemas de eliminação de efluentes
i) Fábrica de processamento de castanha de caju
j) Armazenamento, tratamento, transporte e eliminação de resíduos hospitalares de
hospitais rurais, centros e postos de saúde e clínicas privadas com serviços de
pequena cirurgia
k) Blocos de apartamentos com mais de 15 apartamentos em zonas não urbanizadas
l) Serviços de lavagem de automóveis
m) Criação em pavilhão de animais com capacidade entre 1.000 e 1.500
animais/ano
n) Transformação ou remoção de vegetação indígena em áreas entre 100 e 200
hectares para agricultura sem regadio

4.2.5 Actividades de Categoria C

São actividades para as quais a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental ou EAS


não é normalmente necessária, uma vez que os impactos negativos são negligenciáveis,
insignificantes, mínimos ou mesmo inexistentes (Anexo IV do Regulamento de AIA).
Não existem impactos irreversíveis nesta categoria, sendo os positivos claramente
superiores e mais significativos que os negativos. Incluem-se nesta categoria (MICOA,
2001):

a) Sistemas de irrigação com área individual ou cumulativa entre 50 e 100 ha


b) Hotéis, hotel-residencial, motéis, pensões e lodges em cidades e vilas
c) Torres de telecomunicações
d) Produção de sacos de plástico com espessura superior a 30 micrómetros
e) Exploração e utilização de recursos hídricos subterrâneos, incluindo a produção
de energia geotérmica que implique a extracção de menos de 200 m3/ano
f) Instalação de equipamentos dentro de áreas siderúrgicas já existentes
g) Consolidação de linhas férreas
h) Reabilitação de equipamentos ferro-portuários fixos diversos
i) Construção de parques de estacionamento em terrenos planos
j) Carpintaria doméstica e marcenaria
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k) Fábricas de bolachas, massas e doces;
l) Indústria panificadora
m) Indústria de conservas de frutas e legumes - produção igual ou inferior a 300
t/dia ou menos
n) Fabrico de painéis de fibra, partículas e contraplacados
o) Instalação de frigoríficos
p) Linhas de transmissão de energia de 33 kV
q) Actividades de pecuária intensiva (animais de capoeira).

4.3 Procedimentos para a obtenção duma licença


Faz-se um requerimento para uma licença ambiental durante a fase de
preparação e planeamento dum projecto. Deve-se observar que a emissão de certas
outras licenças (tal como uma licença de operações industriais, licença de concessões
florestais, licença de turismo e aprovação final pelo CPI) depende da emissão anterior
duma licença ambiental. Quando a legislação é omissa em relação a aspectos
específicos relacionados com actividades licenciadas pelo MICOA, os termos da própria
licença ambiental darão os pormenores das obrigações impostas na base da Avaliação
do Impacto Ambiental (De Quadros, 2006).

4.4 Etapas do Licenciamento Ambiental


De acordo com De Quadros (2006) qualquer tipo de actividade ou projecto de
investimento que pode ter um impacto ambiental deve primeiro requerer uma Avaliação
de Impacto Ambiental (AIA). O processo da AIA começa com uma pré-avaliação. Esta
avaliação determina, ou confirma (na base da categoria à qual a actividade pertence) o
tipo de avaliação que será exigida antes da emissão duma licença. Para desencadear o
processo de AIA o requerente deve apresentar o seguinte:

 Memória descritiva da actividade;


 Descrição da actividade;
 Justificativa da actividade;
 Enquadramento legal da actividade (isto inclui, por exemplo, a prova
documental do registo duma empresa, como a certidão comercial, um título de
terra provisório ou DUAT ou uma outra autorização mostrando que a actividade
foi aprovada a nível sectorial, por exemplo, um alvará);

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 Informação socioeconómica e ambiental da área na qual a actividade será
realizada;
 Uso actual da terra na área;
 Informação sobre as etapas a serem seguidas durante a AIA, como os Termos de
Referência (TdR) para o consultor ambiental, actividades do Estudo de Pré-
Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA), Avaliação de Impacto
Ambiental (EIA) ou um EIA simplificado (EAS);
 Ficha de informação ambiental preliminar preenchida (a ficha está disponível ao
preço de 20Mt no MICOA e nas DPCA's;

Esta informação deve ser submetida à autoridade ambiental responsável pela área na
qual a actividade terá lugar.Isto pode significar ou a nível provincial ou a nível distrital,
quando existem autoridades ambientais distritais. Os requerentes de actividades da
Categoria A devem obter um parecer emitido pela autoridade ambiental local.

4.4 Actores Envolvidos no Linceciamento Ambiental


 Governo, Ministério das Finanças.

 O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA)

 As Direcções Provinciais para a Coordenação da Acção Ambiental (DPCA)

 Direcções Distritais para a Coordenação da Acção Ambiental (DDCA)

 Consultor ambiental, Socioeconomista, Consultoria publica, Especialista em


hidrologia, Especialista em solos, Especialista em ecologia terrestre, Especialista
em engenharia florestal, contabilista (De Quadros, 2006).

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5 Conclusão
Terminado trabalho percebe-se que qualquer actividade que poderá afectar o ambiente
carece duma autorização. A autorização baseia-se na avaliação do potencial impacto da
actividade planejada para determinar a sua viabilidade ambiental, e termina com a
emissão duma licença ambiental pelo MICOA.

Devem ser inclusas todas as entidades ou diferentes sectores pertinentes em cada pedido
de licença, visto que todos desempenham papel fundamental para a segurança do
ambiente.

Devem-se fazer licenciamentos com vista a colmatar/minimizar os danos ambientais,


humanos ou materiais que possivelmente possam advir no futuro caso não se sigam os
procedimentos do licenciamento ambiental de Moçambique.

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6 Referências Bibliográficas
1. Junior, C. S. (2006). Colectânea de Legislação do Ambiente. CFJJ. Maputo.
2. Directiva Geral para a Elaboração de Estudos de Impacto Ambiental –
MICOA, Maputo 2006
3. Directiva Geral para o Processo de Participação Pública – MICOA, Maputo
2006
4. Lei de Terras Anotada e Comentada – André Jaime Calengo, CFJJ, Maputo
2005
5. Manual de Auditoria Ambiental – MICOA, Maputo 2001
6. De Quadros. M. C. (2004). Manual de Direito da Terra –, CFJJ, Maputo.
7. Manual de Legislação de Florestas e Fauna Bravia, volumes I e II –
Ministério de Agricultura, Maputo 2005
8. Manual de Metodologia da Pré-avaliação e Revisão de relatório de Estudo de
Impacto Ambiental – MICOA, Maputo 2001
9. Manual de Procedimentos para o Licenciamento Ambiental - MICOA,
Maputo 2006
10. Recursos Naturais – Guião de Direitos das Comunidades Locais – CFJJ,
Maputo.

Legislação

 Constituição da República de Moçambique, 2004 (aprovada em 16 de


Novembro de 2004)
 Resolução 5/95, de 3 de Agosto, Política Nacional do Ambiente
 Lei 20/97, de 1 de Outubro, Lei do Ambiente;
 Lei 19/97, de 1 de Outubro, Lei de Terras
 Decreto 66/98, de 8 de Dezembro, Regulamento da Lei de Terras

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