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Universidade Católica de Moçambique

Extensão de Gurúè

Tema:
Extradição

Luís Mutongue Farisse


Código:

Curso: Direito
Disciplina: Direito Criminal
Ano de Frequência: 2º Ano
Docente: Dr. Isac

Gurúè, Maio, 2022


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ÍNDICE
1. Introdução...............................................................................................................................1

1.1. Objectivos............................................................................................................................1

2. Extradição...............................................................................................................................2

3. Evolução histórica da extradição............................................................................................2

4. A extradição na actualidade.................................................................................................3

5. Condições para a Extradição...............................................................................................4

6. Tipos de extradição.................................................................................................................4

7. A importância da extradição e seu objecto.............................................................................5

8. O facto motivador da extradição.............................................................................................5

9. Fontes do direito extradicional................................................................................................5

9.1. As fontes materiais do direito objectivo..........................................................................6

9.2. As fontes formais do direito objectivo.............................................................................6

10. Os tratados internacionais de extradição..........................................................................6

11. Direitos de extradição dos estrangeiros em Moçambique...............................................7

12. Acordos de extradição com os países que integram a CPLP...........................................7

13. Motivos de recusa de extradição na CPLP......................................................................7

14. Casos em que é excluída a extradição...................................................................................8

15. Processo de extradição..........................................................................................................8

16. Conclusão.........................................................................................................................9

17. Referências Bibliográficas.............................................................................................10


1. Introdução

O presente trabalho tem como tema a extradição, Portanto, a extradição é o acto em que um
Estado entrega à Justiça de outro Estado uma pessoa acusada de cometer crime, para que a
mesma possa ser julgada ou para que cumpra pena. A extradição é utilizada quando um
indivíduo que praticou um crime em um Estado se desloca para outro Estado. Trata-se de
cooperação penal internacional amplamente utilizada pelos países para aplicação da lei penal.

Portanto, salienta-se também, que para a realização do trabalho foi preciso o uso da
metodologia de pesquisa bibliográfica de materiais relacionados com o tema, permitindo desta
feita o desenvolvimento do trabalho, que observou objetivos:

1.1. Objectivos

Objectivo Geral:
 Compreender o conceito da extradição

Objectivos específicos:
 Definir a extradição;
 Descrever o processo de extradição e tipos aplicáveis
 Destacar a sua relevância no âmbito de cooperação judiciária internacional.

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2. Extradição
A extradição é o nome que se dá ao processo de solicitação para entregar uma pessoa a outro
país para que essa pessoa possa ser processada e julgada por um crime que tenha cometido. O
processo de extradição está baseado em convenções internacionais que preveem que os países
entrem em acordo para extraditar pessoas em condições semelhantes.

Segundo MAZZUOLI, 2007, p. 603, A extradição é definida pelo acto em que um Estado
entrega à Justiça de outro Estado pessoa que foi neste último processada ou condenada na
safra criminal e que lá esteja refugiada, a fim de que possa ser julgada ou para que cumpra a
pena já imposta pelo Estado requerente. Ou seja, A extradição é um instrumento jurídico que
permite ao direito penal internacional assegurar a solidariedade dos Estados na luta contra a
criminalidade, impedindo que os transgressores da lei se beneficiem da impunidade ao
ultrapassarem a fronteira de um Estado.

Segundo o internacionalista Hildebrando Accioly (2010, p. 519), a extradição é o acto


mediante o qual um estado entrega a outro estado indivíduo acusado de haver cometido crime
de certa gravidade ou que já se ache condenado por aquele, após haver-se certificado de que
os direitos humanos do extraditando serão garantidos.

O pedido de extradição é geralmente feito diplomaticamente entre os governos envolvidos e o


Tribunal Supremo, dependendo do país para país é a autoridade competente que concederá ou
não o pedido.

Já o mais antigo tratado que admitiu a extradição para presos comuns surgiu em 1376, entre
Carlos V, da França, e o Conde de Savóia, tendo sido assinado, quase quatro séculos após, em
1736, o primeiro tratado moderno de extradição, entre a França e os Países Baixos, prevendo
a entrega de delinquentes comuns e apresentando uma lista dos crimes que ensejariam.

3. Evolução histórica da extradição


A extradição, se apresentava sob designação distinta, desde um passado bastante remoto. É
preciso observar que nos tempos antigos a entrega de um criminoso não se revestia de
formalidades legais.

A história da extradição tem se revelado como um sistema constituído de múltiplos processos.


Todos possuem em comum a característica de ser um acto pelo qual um soberano entrega a
outro um criminoso ou um desertor. Este costume originou-se nas mais primitivas civilizações
não ocidentais, com os egípcios, chineses, caldeus e assírio-babilônicos. Neste caso,
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primitivamente, a entrega da pessoa solicitada ao seu soberano era realizada com solenidades
e ostentações. Essa entrega dos indivíduos ao seu soberano baseava-se em acontecimentos e
em tratados, e ocorria, também, através da reciprocidade e da política de boa vizinhança.

O exercício do direito de extradição, tal como o concebemos actualmente, encontrava as mais


sérias dificuldades em razão da ausência de relações internacionais permanentes, pois tudo
constituía barreira entre os povos, que, preocupados em manter a ordem interna, não viviam
em paz com seus vizinhos. Na realidade, desde que o homem existe, os criminosos tentam
escapar à acção da justiça por meio da fuga para outros territórios, na esperança de serem
beneficiados com a impunidade.

Os compromissos envolvendo a restituição de fugitivos eram considerados como


característica essencial entre as relações amistosas dos soberanos, sendo importante realçar
que sua conscientização ocorria espontaneamente. Desta forma, a devolução não resultava de
um processo de extradição, mas de um gesto de amizade e cooperação entre soberanos.

Segundo Martens, a evolução histórica da extradição pode ser dividida em três períodos:

3.1. O período, da antiguidade ao século XVII


Uma fase esclarecedora caracterizada pela preocupação exclusiva com os delinquentes
políticos e religiosos.

3.2. O período, abrangendo todo o século XVIII e a primeira metade do século XIX:
Uma época de elaboração de tratados dispondo sobre transgressores militares, refletindo a
condição da Europa daquele momento.

3.3. O período, de 1833 até a 1ª Guerra Mundial


Um período de preocupação colectiva para suprimir a criminalidade, que culminou no
acentuado desenvolvimento deste ramo do direito penal internacional. Portanto, o
desenvolvimento histórico da extradição leva à conclusão que a entrega de fugitivos, cuja
origem resultou da necessidade de preservar a ordem interna dos respectivos Estados, não era
considerada antigamente um instrumento de cooperação internacional para preservar os
interesses dos povos.

4. A extradição na actualidade
A extradição, atualmente, é um processo formal pelo qual um Estado entrega uma pessoa a
outro, por meio de um tratado, reciprocidade ou cortesia. Os participantes em tal processo são,
portanto, o Estado requerente e o Estado requerido e, dependendo dos pontos de vista do
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indivíduo. O sistema e seus participantes não mudaram através dos tempos, apenas a análise
racional e os propósitos foram modificados, e, consequentemente, certos aspectos formais do
processo.

O surgimento do direito internacional humanitário proporcionou um novo status legal a um


dos participantes, criando, assim, limitações ao poder dos soberanos. A entrega de uma pessoa
a outro soberano pressupõe que ela esteja no Estado requerido, ou porque acredita que ali há
refúgio, ou por circunstâncias fortuitas. Em qualquer caso, a entrega da pessoa, à qual foi
concedido o privilégio de permanência ou refúgio no Estado requerido, tem sido sempre
considerada como uma medida excepcional, colidindo com as tradições de asilo e
hospitalidade.

Entretanto, isto provoca uma especulação em torno desse processo de entrega, isto é, "extra
tradição", que, ultimamente, desenvolveu-se em "extradição". A explicação mais aceitável
para o termo "extradição" é sua origem latina extra· dere, que significa retorno forçado de
uma pessoa ao seu soberano.

Portanto, actualmente, a extradição desperta um interesse considerável, numa época em que


os meios modernos de comunicação tornam o deslocamento dos indivíduos extremamente
fácil e as distâncias deixam de ser um óbice à circulação rápida e em massa dos seres
humanos. Essa internacionalização crescente das relações humanas transformou as estruturas
clássicas e produziu mudanças sensíveis no direito criminal. Por outro lado, o direito penal
internacional assumiu dimensões novas e especificamente o direito da extradição conheceu
alterações substanciais, mormente nos últimos anos. Teoria geral de Direito Civil

5. Condições para a Extradição


De acordo com o Artigo 67 da Constituição da República de Moçambique, os países só
permitem o andamento do processo de extradição quando algumas condições são observadas,
as quais são consideradas necessárias para justificar a acção, que podem ser:

 É necessário haver uma ordem de prisão emitida pela autoridade competente do país
requerente;
 É preciso que o motivo da extradição seja tipificado como crime tanto pelo país
requerente e pelo país requerido;
 Haver a expectativa de um julgamento justo e da gravidade da pena.

6. Tipos de extradição

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Segundo MAZZUOLI, 2007, p. 605), extradição pode ser activa ou passiva:

6.1. A extradição activa: ocorre quando um criminoso foge da Justiça e tenta se refugiar em
outro país, sendo que o governo deverá requerer a extradição do indivíduo àquele Estado.

6.2. A extradição passiva: ocorre quando um país estrangeiro solicita à Justiça do outro país
indivíduo que esteja foragido no território.

7. A importância da extradição e seu objecto


A extradição visa a repelir o crime, sendo aceite pela maioria dos Estados, como manifestação
da solidariedade e da paz social entre os povos.

Como um instrumento que permite aos Estados assegurar que pessoas responsáveis por
crimes graves prestem contas, a extradição constitui uma importante ferramenta na luta contra
a impunidade, inclusive nos casos que envolvem, por exemplo, violações do Direito
Internacional Humanitário e do direito internacional dos Direitos Humanos, que se convertem
em uma forma de perseguição e em causa de deslocamento. Como tal, a extradição é também
um instrumento chave para a consecução dos esforços dos Estados orientados a combater o
terrorismo e outras formas de delitos transnacionais.

8. O facto motivador da extradição


O facto motivador da extradição será necessariamente um crime de direito comum, de certa
gravidade, sujeito à jurisdição do Estado requerente, cuja punibilidade não esteja extinta por
força do decurso do tempo. A extradição interessa tanto ao Estado requerente quanto ao
Estado requerido.

Ela permite àquele o exercício normal de sua jurisdição penal e evita a este o incômodo de
conservar em seu território um indivíduo cujo passado pode ser contrário à ordem pública do
lugar de seu domicílio.

Atende também ao interesse geral ao privar o criminoso de uma esperada impunidade,


propiciando seu julgamento ou a execução de uma pena a que foi condenado nas condições
que melhor respondem às finalidades da justiça repressiva.

9. Fontes do direito extradicional


A fonte é a forma ou a maneira pela qual o direito se manifesta. Assim, as fontes são, em
realidade, os modos de revelação do direito objectivo na sociedade a que se destinam.

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Todavia, distinguem as fontes do direito, dividindo-as em fontes formais e fontes materiais,
seguidamente mencionadas.

9.1. As fontes materiais do direito objectivo


Segundo Delbez, são consideradas de ordem filosófica ou sociológica consistente em estudar
o mecanismo da formação do direito e em investigar como as regras jurídicas do direito
positivo se constituem, pela introdução constante das idéias sociais do plano moral no plano
jurídico.

9.2. As fontes formais do direito objectivo


Segundo Truyol Serra, são as considera como sendo os modos típicos de manifestação, as
formas peculiares de expressão das normas jurídicas através de uma instância humana
competente". Ao direito positivo apenas interessam as fontes formais, enquanto as materiais
não pertencem à sua esfera de atuação. Estas contribuem, somente, para o estudo da origem
das fontes formais, contribuindo para sua interpretação. Tais fontes formais são os
instrumentos que criam as obrigações jurídicas entre os membros da sociedade internacional.

10. Os tratados internacionais de extradição


Os tratados internacionais de extradição consiste na assistência mútua que é o principal entre
os deveres morais dos Estados e que a concessão da extradição, quando essa preenche os
requisitos legais e é regularmente solicitada, é uma das formas mais importantes de
cooperação entre Estados, como meio de garantir uma boa administração da justiça penal. Os
tratados de extradição podem ser bilaterais ou multilaterais, ou seja, entre dois ou vários
Estados.

Segundo Hildebrando Accioly (2010), o Estado como membro da comunidade internacional


não poderá ou não deverá recusar arbitrariamente a extradição que lhe seja requerida, posto
tenha o direito de examinar o pedido e de o recusar, se, após o devido exame, o considera
injusto ou irregular.

Os tratados de extradição deriva do facto de que eles criam uma obrigação recíproca para os
Estados ratificastes de extraditar os autores de uma determinada infracção. Os tratados, em
geral, constituem a fonte e a manifestação mais importante das relações entre Estados. Eles
resultam de acordos de vontade, sob a forma escrita, celebrados entre pessoas de direito
internacional, destinados a produzir efeitos jurídicos entre as partes.

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Um dos principais efeitos dos tratados de extradição é tornar obrigatória para os contratantes
as regras enunciadas no seu texto. Eles estabelecem entre as partes que os ratificaram um
vínculo jurídico, gerando uma verdadeira obrigação que, no caso específico dos tratados
extradicionais, os obrigam a entregar os malfeitores refugiados no território do Estado
requerido, baseando na obrigação todos os Estados de auxiliar na adequada administração da
justiça penal.

11. Direitos de extradição dos estrangeiros em Moçambique


O artigo 67 CRM dispõe sobre o direito de ser extraditado por força de uma decisão judicial.
A disposição constitucional declara que a extradição não pode ser autorizada por razões
políticas e não será permitida:

11.1. Para crimes puníveis com a morte ou com prisão perpétua no estado que está solicitando
à pessoa;

11.2. Quando houver razões para crer que a pessoa extraditada pode ser submetida a tortura
ou tratamento desumano, degradante ou cruel.

Esta disposição não se aplica aos cidadãos moçambicanos. Não há disposições constitucionais
que preveem a recusa da extradição.

12. Acordos de extradição com os países que integram a CPLP.


As convenções com os países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP). A Convenção de Extradição da CPLP contém disposições relativas à assistência em
matéria judicial entre esses países.

O artigo 13 da convenção de extradição da CPLP, prevê a transferência de detidos e/ou


reclusos que os estados solicitem, com exceção de casos em que a presença da pessoa a
transferir é necessária no país em que a pessoa se encontra; a transferência irá atrasar o prazo
de prisão preventiva; e o país onde a pessoa é encontrada acredita que a transferência seja
inconveniente.

13. Motivos de recusa de extradição na CPLP


Não haverá lugar a extradição nos casos seguintes:

 Quando se tratar de crime punível com pena de morte ou oura de que resulte lesão
irreversível da integridade;

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 Quando se trata de crime que o Estado considere ser político ou com ele conexo. A
mera alegação de um fim ou motivo político não implicara que o crime deva
necessariamente ser qualificado como tal;
 Quando se tratar de crime militar que ano constitua simultaneamente uma infracção de
direito comum;
 Quando a pessoa reclamada tiver sido definitivamente julgada, indultada, beneficiada
por amnistia ou objeto de perdão no Estado requerido com respeito ao facto ou aos
factos que fundamentam o pedido de extradição;
 Quando a pessoa reclamada tiver sido condenada a ou dever ser julgada no Estado
requerente por um tribunal de excepção;
 Quando se encontrem prescritos o procedimento criminal ou a pena em conformidade
com a legislação do Estado requerente ou do Estado requerido.

14. Casos em que é excluída a extradição


De acordo com Artigo 33 da Lei n.º 21/2019 de 11 de Novembro, a extradição é excluída, se:

 O crime tiver sido cometido em território moçambicano;


 A pessoa reclamada tiver nacionalidade moçambicana.

Quando for negada a extradição com fundamento nas alíneas acima, é instaurado
procedimento penal pelos factos que fundamentam o pedido, sendo solicitados ao Estado
requerente os elementos necessários.

15. Processo de extradição


De acordo com Artigo 41 da Lei n.º 21/2019 de 11 de Novembro, o processo de extradição
tem carácter urgente e compreende a fase administrativa e a fase judicial.

15.1. A fase administrativa: é destinada a apreciação do pedido de extradição pelo Ministro


que superintende a área de Justiça para o efeito de decisão.

15.2. A fase judicial: é da exclusiva competência do Tribunal Supremo e destina-se a decidir,


com audiência do interessado, sobre a concessão da extradição por procedência das suas
condições de forma e de fundo, não sendo admitida prova alguma sobre factos imputados ao
extraditando.

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16. Conclusão
A extradição é um instituto do direito internacional que possibilita a cooperação penal entre
os Estados, impedindo que criminosos se esquivem da aplicação da lei e da Justiça.
Entretanto, na legislação de vários países encontram-se regras que impedem a extradição que
possa representar desrespeito aos direitos fundamentais.

Da mesma forma, caso o extraditando esteja sujeito à pena de morte ou prisão perpétua no
país que pede a sua extradição, o Estado requerido somente concederá a extradição se houver
a comutação da penas ou recusa a extradição. Ainda existem outras situações previstas no
Estatuto do estrangeiro que protegem o extraditando. Essas regras que criam obstáculos à
concessão da extradição baseiam-se em diretrizes de proteção aos direitos humanos, que estão
previstos na ordem jurídica dos Estados, e também na ordem jurídica internacional, sendo de
fundamental importância para a configuração do Estado Democrático de Direito. Assim
sendo, a Constituição e a legislação infra-constitucional delineiam os limites e as regras para o
exercício do poder do Estado, inclusive para sua actuação externa, que no caso da extradição
deve considerar a proteção dos direitos humanos.

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17. Referências Bibliográficas

ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva,


2010.

ACORDÃO de Convenção de extradição: Estados membros da CPLP de 23 de Novembro.


Cidade da Praia, 2002.

ASSEMBLEIA da República: Lei n.º 1/2018 de 12 de Junho. Boletim da República,


Maputo, 2018.

ASSEMBLEIA da República: Lei n.º 21/2019 de 11 de Novembro. Boletim da República,


Maputo, 2019.

DARDEAU DE CARVALHO, A. Situação Jurídica do Estrangeiro no Brasil. 1. ed. São


Paulo: Sugestões Literárias, 1976.

JIMENEZ DE ARECHAGA, Eduardo, VIGNALI, Heber Arbuet e RIPOLL, Roberto


Puceiro. Derecho Internacional Público. V. I - IV. 2. ed. Montevidéu: Fundação de Cultura
Universitária, 1996.

MAZZUOLI, Valério O. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: Editora


Revista dos Tribunais, 2007.

TINA, Lorizzo: Constitucionalidade da Legislação Penal e Penitenciária em África:


Moçambique, 2017.

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