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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância


Centro de Recursos de Nampula
Licenciatura em Gestão Ambiental

Importância da saúde pública e ambiente nos dias de hoje

Nome do estudante: Tito José Calos


Código: 708237044

Nampula, Setembro de 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância

Centro de Recursos de Nampula


Licenciatura em Gestão Ambiental

Importância da saúde pública e ambiente nos dias de hoje

Nome do estudante: Tito José Calos


Código: 708237044

Curso: Lic. Gestão Ambiental


Disciplina: Saúde Pública e Ambiente
Ano de frequência: 1° Ano
Turma: F
Docente: Edgar Meque

Nampula, Setembro de 2023

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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Nota


Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 6

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 7

1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 7

2. Conceitos: Saúde Pública .................................................................................................... 8

2.1. Breve histórico da Saúde Ambiental ............................................................................... 9

2.2. Definição do objecto de estudo da Saúde Pública e Ambiente ..................................... 10

2.3. A Relação entre saúde e a degradação pública .............................................................. 10

2.4. Aspectos Éticos da Saúde pública ................................................................................. 10

2.5. Modelo dos Modos de Saúde Pública............................................................................ 11

2.5.1. Modelo de kleinamn-good-young .............................................................................. 11

2.5.2. Modelo de canguilhem ............................................................................................... 11

2.6. O campo da saúde pública ............................................................................................. 12

2.7. Princípios da saúde pública ........................................................................................... 12

2.8. O Campo da Promoção da Saúde .................................................................................. 13

2.9. As funções essenciais da Saúde Pública ........................................................................ 14

3. Conclusão .......................................................................................................................... 15

4. Bibliogafia ......................................................................................................................... 16

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1. Introdução
A Saúde Pública no mundo é um tema frequentemente abordado na sociedade. Nos últimos
20 anos, tem-se visto um misto de avanços e defasagens no sistema público de saúde. O que
faz repercutir os resultados na ponta do sistema, isto é, na prestação de serviço público,
muitas vezes ineficiente para o usuário. Diversas são as razões. Entretanto, o estado brasileiro
tem procurado reverter essa situação.

As funções essenciais de saúde pública (FESP) constituem o núcleo da agenda de


fortalecimento do setor da saúde na Região das Américas desde a década de 1980. Seu
desenvolvimento conceitual e mensuração regional ocorreram em resposta às reformas
setoriais que ameaçavam reduzir o papel do Estado e da saúde pública, especialmente o
exercício da função de reitoria das autoridades de saúde. Nesse contexto, no ano 2000, o
Estados Membros da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) se propuseram a
promover um marco conceitual e metodológico da saúde pública e suas funções essenciais,
surgindo assim a iniciativa regional denominada Saúde Pública nas Américas.

Como parte da iniciativa, as funções essenciais das autoridades de saúde pública foram
identificadas, sua relevância foi debatida e um amplo consenso regional foi alcançado (2-6),
conforme explicado na próxima seção. Mais de 15 anos depois, e em resposta às necessidades
atuais, este documento apresenta uma revisão e actualização do marco conceitual das FESP
para a Região das Américas. Esta renovação tem como base as experiências e lições
aprendidas com a implementação e mensuração regional das FESP, os desafios novos e
persistentes para a saúde da população e seus determinantes sociais e também as novas
condições institucionais, económicas, sociais e políticas que afectam a região.

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1.1. Objectivos
Objectivo Geral

 Conhecer o conceito de Saúde Publica

Objectivos Específicos

 Descrever Princípios da saúde pública


 Conhecer Modelo dos Modos de Saúde Pública

1.2. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho baseou-se nas seguintes linhas Metodológicas: Consultas
Bibliográficas; Leitura de páginas de internet; Análise dos conteúdos e a sua respectiva
selecção; Compilação dos dados; e o trabalho esta estruturado da seguinte maneira:
Introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia

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2. Conceitos: Saúde Pública
A OMS define saúde como o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não
apenas a ausência de doenças. No Brasil, o conceito de saúde é a resultante das condições de
alimentação; habitação; educação; renda; meio ambiente; trabalho, transporte; segurança;
lazer; acesso aos serviços de saúde e outros essenciais.

O conceito de saúde pública, segundo George Rosen (1994), diz respeito à consciência
desenvolvida, por parte da comunidade, da importância de seu papel na promoção da saúde,
prevenção e tratamento da doença. Essa aquisição de consciência tem início a partir da
necessidade de enfrentar pro-blemas de saúde oriundos da condição humana. A partir da
natureza da vida em comunidade (Berridge, 2000) são derivados os problemas de saúde, e sua
inter-relação originou a saúde pública, tal como conhecida na actualidade. Mas a saúde
pública está sob ameaça e necessita ser fortalecida de forma que esteja no centro do empenho
humano em nível local, nacional e mundial.

Já a saúde pública é definida por Philippi Jr (2005) como a ciência e a arte de promover,
proteger e recuperar a saúde, por meio de medidas de alcance colectivo e de motivação da
população. Para tanto é necessária a participação de diferentes profissionais – engenheiros,
sanitaristas, médicos, enfermeiros, biólogos, sociólogos, assistentes sociais, entre outros –
pois consideram-se simultaneamente os sistemas sócio-culturais.

Saúde Pública é o conjunto de medidas executadas pelo Estado para garantir o bem-estar
físico, mental e social da população.

Em nível internacional, a saúde pública é coordenada pela Organização Mundial de Saúde –


OMS, composta actualmente por 194 países. O órgão consiste em uma agência especializada
da ONU (Organização das Nações Unidas) que trabalha lado a lado com o governo dos países
para aprimorar a prevenção e o tratamento de doenças, além de melhorar a qualidade do ar, da
água e da comida.

Além do contexto político-administrativo, a saúde pública também é o ramo da ciência que


busca prevenir e tratar doenças através da análise de indicadores de saúde e sua aplicação nos
campos da biologia, epidemiologia e outros campos relacionados.

Para Luis David Castiel (1994), “(...) a conotação veiculada pela instância da Saúde Pública
refere-se a formas de agenciamento político/governamental (programas, serviços, instituições)

8
no sentido de dirigir intervenções voltadas às denominadas „necessidades sociais‟ de saúde”.
Essas acções de saúde, de alcance colectivo, expressam uma tensão entre Estado e sociedade,
entre liberdades individuais e responsabilidades colectivas, entre interesses privados e
públicos (Paim, 1992). A extensão e a profundidade delas dependem da dinâmica de cada
sociedade, sobretudo diante das articulações que estabelecem concretamente com as
instâncias económicas, políticas e ideológicas. A saúde pública é, portanto, uma prática social,
uma construção histórica (Paim & Almeida-Filho, 1998).

Saúde ambiental: são todos aqueles aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida,
que estão determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no
meio ambiente. Também se refere à teoria e prática de valorar, corrigir, controlar e evitar
aqueles factores do meio ambiente que, potencialmente, possam prejudicar a saúde
degerações actuais e futuras” (OMS, 1993).

2.1. Breve histórico da Saúde Ambiental


No início do século V a.C., na Grécia, escritos da escola Hipocrática, sobretudo Sobre os
Ares, as Águas e os Lugares, destacam a relação entre as doenças, principalmente as
endêmicas, e a localização de seus focos.

O reconhecimento da influência do lugar no desencadeamento de doenças permitiu o


desenvolvimento de uma nova visão intelectual da medicina que estudava, refletia e criava
hipóteses sobre o papel do meio ambiente nas condições de saúde das populações (Barret,
2000).

Reconhecia-se que diferenças geográficas resultavam em diferentes padrões de doenças, mas


alguns elementos geográficos eram mais valorizados, tais como o clima, a vegetação e a
hidrografia. Rosen (1958) afirma que essa obra constituiu o primeiro trabalho sistemático a
apresentar uma relação causal entre fatores ambientais e doenças e que por 2000 anos foi a
base da epidemiologia, fornecendo os fundamentos do entendimento de doenças endêmicas e
epidêmicas. Além disso, a Cidade-Estado grega provia serviços de saúde para os pobres e os
escravos e funcionários das cidades eram designados para verificar a drenagem pública e o
fornecimento de água. Tulchinsky e Varavikova (2000) afirmam que Hipócrates deu à
medicina um sentido científico e ético que perdura até o presente.

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Segundo Lemkow (2002), o higienismo e os movimentos sanitaristas posteriores foram
fortemente influenciados pela obra de Hipócrates, e seus seguidores têm no meio ambiente a
base para a identificação da origem e da solução dos problemas de saúde.

Quando Roma conquistou o mundo Mediterrâneo e herdou o legado da cultura grega, ela
também aceitou as concepções de saúde dos gregos, mas enriqueceu-as com trabalhos de
“engenheiros e administradores”, na construção de sistemas de coleta de esgotos, banheiros
públicos e rede de abastecimento de água, para uma cidade que chegou a ter um milhão de
habitantes no século II d.C. (Carcopino, 1975).

2.2. Definição do objecto de estudo da Saúde Pública e Ambiente


O objecto de estudo da Saúde publica e Ambiente é a melhoria da qualidade da saúde das
pessoas baseada na melhoria das condições ambientais.

2.3. A Relação entre saúde e a degradação pública


As práticas sanitárias surgiram quando se estabeleceram as primeiras relações entre meio
ambiente e saúde humana. Os escritos da escola Hipocrática, na Grécia, início do século V aC
formularam questões referentes ao ar, às águas e aos lugares, e que relacionam esses
elementos com as enfermidades, principalmente as doenças endémicas, e a localização de
seus focos (RIBEIRO, 2004).

Na Inglaterra, no século XVII, se iniciou a aplicação de métodos estatísticos à Saúde Pública,


possibilitando a compreensão da dinâmica da acção preventiva de saúde. A avaliação de
indicadores de saúde demonstrou a relação da condição da saúde com o meio ambiente e da
importância da saúde e de sua força de trabalho como factor de produção (RIBEIRO, 2004,
p.73).

2.4. Aspectos Éticos da Saúde pública


Numa vertente mais preocupada com os aspectos sociais, os princípios éticos baseiam-se no
conceito de justiça ambiental, explicitado por Martinez-Alier (1999), que descreve alguns
movimentos ambientais dos pobres. Martinez-Alier e Jusmet (2001) desmistificam a relação
que se faz entre pobreza e degradação ambiental, mostrando que é a riqueza e não a pobreza
que causa o esgotamento dos recursos naturais.

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No entanto, a riqueza permite escapar da degradação, exportando-a para outros locais. Já os
pobres dependem mais dos recursos locais porque não têm poder de compra para participar do
comércio internacional, nem para habitar em condições de menor risco à sua saúde por conta
de contaminação e degradação ambientais.

2.5. Modelo dos Modos de Saúde Pública

2.5.1. Modelo de kleinamn-good-young


Kleinman, Eisenberg e Good (1978), da Harvard Medical School, com a pretensão de
aprofundar e enriquecer a análise dos componentes não biológicos dos fenômenos da saúde-
doença, sistematizaram um modelo que concedia especial importância teórica à noção de
doença-sickness, com ênfase nos aspectos sociais e culturais que paradoxalmente haviam sido
desprezados pelas abordagens sociológicas anteriores. Essa proposição baseava-se na
distinção entre as dimensões biológica e cultural da doença, correspondendo a duas
categorias: patologia e enfermidade (Good & Good, 1980; Kleinman, 1986). Young (1982)
apresentou uma crítica pertinente a este modelo, em dois aspectos.

Por um lado, porque considera apenas o indivíduo como objecto e arena dos eventos
significativos da enfermidade, não relatando os modos pelos quais as relações sociais à
formam e a distribuem. Por outro lado, reconhecendo o seu avanço em relação ao modelo
biomédico, este autor considerou que a distinção entre patologia e enfermidade mostra-se
insuficiente para dar conta da dimensão social do processo de adoecimento.

Para superar estas limitações, Young (1980) defendeu a substituição do esquema [doença =
patologia + enfermidade] por uma série tripla de categorias de nível hierárquico equivalente
[doença, enfermidade e patologia], mesmo concedendo maior relevância teórica ao
componente „doença‟. No presente texto, proponho designar o modelo de Kleinman-Good
Young como Complexo DEP [Doença-Enfermidade-Patologia], conforme esquematizado na
Figura 1, onde se destaca a definição (implícita) negativa de saúde como ausência de doença.

2.5.2. Modelo de canguilhem


A doença não é apenas o desaparecimento de uma ordem fisiológica, mas o aparecimento de
uma nova ordem vital (...). O patológico implica pathos, um sentimento directo e concrecto de
sofrimento e de impotência, sentimento de vida contrariada (...). (Canguilhem, 2006).
11
A saúde, por sua vez, envolve muito mais que a possibilidade de viver em conformidade com
o meio externo, implica a capacidade de instituir novas normas. Canguilhem critica o
reducionismo da concepção biomédica mecanicista:“é compreensível que a medicina
necessite de uma patologia objectiva, mas uma pesquisa que faz desaparecer seu objecto não é
objetiva. (...) A clínica coloca o médico em contacto com indivíduos completos e concrectos,
e não com seus órgãos ou funções” (Canguilhem, 2006).

2.6. O campo da saúde pública


Inicialmente, a (Saúde publica), foi postulada como essencialmente um campo científico
(Paim, 1982; Donnangelo, 1983; Teixeira, 1985; Ribeiro, 1991), onde se produzem
conhecimentos e saberes disciplinares acerca do objecto „saúde‟. Nesse sentido, o carácter
interdisciplinar do objecto sugere uma integração dominante no plano académico e não no
plano das estratégias de intervenção-transformação da realidade de saúde.

2.7. Princípios da saúde pública


A saúde pública no Brasil gira em torno dos seguintes princípios previstos na Lei Organização
da Saúde:

 Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência


 Integralidade de assistência
 Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral
 Igualdade da assistência à saúde
 Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde
 Divulgação de informações
 Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades
 Participação da comunidade
 Descentralização político-administrativa, principalmente nos municípios
 Integração entre saúde, meio ambiente e saneamento básico
 Conjugação dos recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
 Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência
 Organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e
vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras

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Com a excepção do último princípio (que foi inserido na lei apenas em 2017), essas são as
bases da saúde pública no país desde 1990, quando a Lei Orgânica da Saúde entrou em vigor.

2.8. O Campo da Promoção da Saúde


O campo da promoção da saúde (Carvalho, 2004), em nome da erradicação dos riscos, sob o
paradigma flexeneriano, permite que o ambiente seja esquadrinhado nas suas dimensões
físicas, psíquicas e sociais e que se proponham muitas intervenções e prescrições, em bases
probabilísticas, enquadrando as pessoas nestas classificações, estejam ou não com sintomas de
perigo ou anormalidade. Segundo Petersen43 e Lupton44 (apud Carvalho, 2004: 674), essas
práticas produzem também identidades, e “o saber médico, científico, epidemiológico e social
passa a ser considerado como a „verdade‟ para construir „problemas‟ públicos de saúde” e
propor intervenções.

Os profissionais da área passariam a mapear a vida social e a partir de „relatórios, estatísticas


e gráficos‟ apoiariam as acções sociais de governo. Haveria uma mudança de um modelo
anterior de coerção directa sobre os indivíduos para a adopção de controle com base em
cálculos abstractos de riscos, no intuito de prevenir doenças e comportamentos de risco.

Como visto, a subjectividade que a promoção da saúde induz está calcada num “indivíduo de
classe média, racional, civilizado, disciplinado e consciente de sua saúde”. Uma
subjectividade que se acredita poder ser construída, no entanto, para o autor, teria sua ênfase
na escolha individual e na autodeterminação, mas através da manipulação de “informações
preconcebidas de profissionais ou pelas directrizes das mencionadas políticas públicas
saudáveis” (Lupton45 apud Carvalho, 2004: 674).

O movimento de promoção da saúde, se tomado positivamente, poderia possibilitar a


construção de uma consciência crítica sobre a saúde por parte das pessoas, seja de quaisquer
classes sociais, pois não é privilégio de pessoas pobres a não incorporação dos problemas de
saúde como preocupação importante de vida. O uso manipulado das informações por parte
dos governos é sempre possível, e os governos, sob a égide do neoliberalismo, com seu
interesse prioritário de baixar custos, não investem necessariamente em desenvolver a
consciência crítica da cidadania, em melhorar as condições de vida das populações.

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Para Seedhouse (2000), há cinco formas para o exercício da promoção da saúde, sendo
somente três particularmente significativas:

1) Promoção médica da saúde, que deveria trabalhar contra doença, enfermidade e danos;
2) Promoção social da saúde, que deveria mudar o mundo socialmente, desafiaria as
injustiças sociais que causam saúde-doença;
3) Promoção da boa vida, que buscaria trazer o „estado positivo da saúde‟ ou estado de
bem-estar, criar „boas vidas;
4) Ir para a promoção da saúde, que é uma questão de fazer o que obviamente se
necessita fazer, pois muito pensar toma o lugar da acção;
5) Um misto de promoção da saúde com pensar e fazer, que é uma questão de ser
teoricamente flexível no sentido de proporcionar a maioria das possibilidades práticas.

2.9. As funções essenciais da Saúde Pública


 Saúde Pública: prática social de natureza interdisciplinar, enquanto acção colectiva
tanto do Estado como da sociedade civil, destinada a proteger e melhorar a saúde das
pessoas.
 Inclui a responsabilidade de assegurar o acesso à atenção de saúde e sua qualidade.

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3. Conclusão
Saúde Pública é o conjunto de medidas executadas pelo Estado para garantir o bem-estar
físico, mental e social da população. O objecto de estudo da Saúde publica e Ambiente é a
melhoria da qualidade da saúde das pessoas baseada na melhoria das condições ambientais.

As práticas sanitárias surgiram quando se estabeleceram as primeiras relações entre meio


ambiente e saúde humana. Os escritos da escola Hipocrática, na Grécia, início do século V aC
formularam questões referentes ao ar, às águas e aos lugares, e que relacionam esses
elementos com as enfermidades, principalmente as doenças endémicas, e a localização de
seus focos.

Inicialmente, a (Saúde publica), foi postulada como essencialmente um campo científico


(Paim, 1982; Donnangelo, 1983; Teixeira, 1985; Ribeiro, 1991), onde se produzem
conhecimentos e saberes disciplinares acerca do objecto „saúde‟. Nesse sentido, o carácter
interdisciplinar do objecto sugere uma integração dominante no plano académico e não no
plano das estratégias de intervenção-transformação da realidade de saúde.

O movimento de promoção da saúde, se tomado positivamente, poderia possibilitar a


construção de uma consciência crítica sobre a saúde por parte das pessoas, seja de quaisquer
classes sociais, pois não é privilégio de pessoas pobres a não incorporação dos problemas de
saúde como preocupação importante de vida. O uso manipulado das informações por parte
dos governos é sempre possível, e os governos, sob a égide do neoliberalismo, com seu
interesse prioritário de baixar custos, não investem necessariamente em desenvolver a
consciência crítica da cidadania, em melhorar as condições de vida das populações.

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4. Bibliogafia
ARNILDO KORB (2009), Saúde ambiental: concepções e interpretações sobre meio
ambiente e sua relação com a saúde humana, Brasil.

CARVALHO, A. I. (1995). Conselhos de Saúde no Brasil: participação cidadã e controle


social. Rio de Janeiro: FASE / IBAM.

MISAU (2008), Directrizes sobre segurança e saúde no Ambiente de trabalho, Maputo

PAIM, J. & ALMEIDA FILHO, N. (2000). A crise da saúde pública e a utopia da saúde
colectiva. Salvador, Casa de Qualidade Editora.

PHILIPPI Jr, A., (2005). Saneamento, Saúde e Ambiente: Fundamentos para um


Desenvolvimento Sustentável. – Barueri, SP: Manole.

RIBEIRO, P.T. (1991). A instituição do campo científico da Saúde Colectiva no Brasil. Rio
de Janeiro.

Teixeira, S.F. (1993). As Ciencias Sociais em Saúde no Brasil. In: Nunes, E.D. (org.) As
ciências sociais em saúde na América Latina. WORLD HEALTH ORGANIZATION.
Definition of Environmental Health developed at WHO consultation in Sofia, Bulgaria.

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