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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
 Elaborada pelos demógrafos Frank W. Notestein e Kingsley Davis,
anos de 1950, um modelo interpretativo da evolução
demográfica. De acordo com a teoria todos os países, em um
determinado momento da história, tendem a estabilizar o seu
crescimento populacional. Passando de um regime primitivo
para um regime demográfico moderno.
 A estabilização demográfica seria alcançada como consequência de
um contexto de desenvolvimento socioeconômico, e não pelo
controle de natalidade da população mais carente, isto é, pela
simples redução das taxas de natalidade entre os mais pobres.
 O desenvolvimento socioeconômico dos países, o acesso à
escolaridade e à informação, sobretudo por parte das
mulheres, e da participação efetiva da mulher no mercado
de trabalho levam a redução das taxas de natalidade.
 A experiência demográfica dos países Europeus – da Revolução
Industrial aos dias atuais – comprovaria essa teoria e apontaria um
padrão de evolução da população mundial que seria seguido pelos
demais países do mundo.
 A 1ª fase ou PRÉ-TRANSIÇÃO ou REGIME
TRADICIONAL: tem como referência inicial a
Revolução Industrial e a formação das sociedades
modernas, que marcaram a ruptura de um longo período
histórico em que as sociedades humanas conviviam com
elevadas taxas de natalidade e mortalidade.
 A 2ª FASE ou CRESCIMENTO RÁPIDO/
ACELERAÇÃO DEMOGRÁFICA: caracteriza-se pela
queda acentuada das taxas de mortalidade, devido às
conquistas da medicina e à implantação de infraestrutura
de saneamento e de higiene, advinda da Revolução
Industrial. Nessa fase, as taxas de natalidade continuam
altas, elevando o crescimento populacional.
 Outros países de industrialização tardia iniciaram a
transição demográfica para a segunda fase apenas após a
2ª Guerra Mundial.
 A 3ª FASE ou CRESCIMENTO MODERADO/
DESACELARAÇÃO DEMOGRÁFICA: a queda
da mortalidade é menos acentuada, enquanto a
natalidade apresenta declínio mais intenso,
acarretando recuo progressivo no crescimento
populacional.
 Na 4ª FASE ou ESTABILIZAÇÃO
DEMOGRÁFICA: o crescimento populacional
tende a estabilizar-se. A taxa de natalidade e a de
mortalidade atingem patamares muito baixos e
semelhantes. Essa fase, conquistada pela maioria dos
países europeus no fim do século XX.
ADULTO OU IDOSA OU
JOVEM
MADURA VELHA
IBGE 0 - 14 15 – 64 65 ou +
ONU 0 - 19 20 – 64 65 ou +

Gráfico que permite analisar as taxas de:


• Natalidade e Fecundidade
• Mortalidade
• Expectativa de vida
Com baixas taxas de fecundidade: INVERNO DEMOGRÁFICO
 aumenta a proporção de pessoas idosas na estrutura da população com
consequente aumento dos gastos previdenciários;
 ocorre a redução do numero de jovens no mercado de trabalho com
consequente necessidade de importação de mão-de-obra do exterior, o
que muitas vezes gera tensões internas, manifestadas por posições étnico-
raciais discriminatórias em relação aos imigrantes;
 o Estado perde simbolicamente o grupo etário que representa o futuro da
nação.
DINAMICA DEMOGRÁFICA DO BRASIL

 O Brasil se encontra na 2ª fase da TRANSIÇÃO


DEMOGRÁFICA, com redução das taxas de
fecundidade e crescimento moderado da população.
Curitiba, 2010
DADOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Taxa de Taxa de
Crescimento Taxa de
ANO Natalidade Mortalidade
(%o) Vegetativo (%) fecundidade
(%o)
1940 44 25,3 1,87 6,2
1950 43,5 19,7 2,38 6,2
1960 44 15 2,9 6,3
1970 37,8 9,4 2,84 5,8
1980 35,8 9,0 2,68 4,4
1991 24,7 7,1 1,89 2,9
2000 21,1 6,3 1,48 2,3
2007 19,6 6,2 1,34 2,1
2011 17,4 6,3 1,2 1,8
2015 16,0 6,1 1,0 1,77
 Causas das elevadas taxas de
BRASIL – CRESCIMENTO VEGETATIVO
mortalidade nas duas
primeiras décadas: precárias
condições médico-sanitárias,
escassez de remédios e
vacinas e a falta de
infraestrutura nos serviços de
água encanada e esgotos, os
quais serviam apenas a uma
pequena parcela das
residências.
 Medidas adotadas pelo Estado
nas décadas de 30/40, no
combate a essa mortalidade:  Consequência, entre outras, dessas
ampliação da infraestrutura medidas nas décadas seguintes, foi a
de saneamento básico (água grande diminuição das taxas de
encanada, esgoto, coleta de mortalidade e o aumento no índice de
lixo), além de melhorias nos crescimento natural da população
serviços de assistência médica brasileira, já que as taxas de natalidade
e hospitalar. permaneceram altas.
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E URBANIZAÇÃO
A crescente urbanização mundial acarretou uma grande queda dos índices de
natalidade e mortalidade. Os aspectos que mais contribuíram foram:
 Taxa de fecundidade mais baixa – no meio urbano, aumenta
o percentual de mulheres que trabalham fora de casa e que
desenvolvem uma carreira profissional. Essas mulheres podem
optar por priorizar suas carreiras e adiar a maternidade, ou, ainda
por não ter filhos.

BRASIL
 Entrada da mulher no mercado de trabalho – a partir dos
anos de 1960, com o processo de industrialização desencadeado
com a entrada do capital estrangeiro e a urbanização do país,
aumenta a demanda por produtos industrializados e tb a amplia a
demanda por mão de obra.
 Custo de vida mais alto – nas cidades o custo de vida é mais
alto, pois inclui gastos maiores com alimentação, moradia,
transporte, educação, etc.
 Elevada expectativa de vida ao nascer – com a urbanização,
principalmente nos países emergentes, as taxas de mortalidade
tendem a ser mais baixas, pois as pessoas têm mais acesso a
saneamento básico, hospitais, farmácias e postos de saúde.
 Métodos contraceptivos e Planejamento familiar – na
cidade, as pessoas passaram a ter mais informação e acesso a
pílulas anticoncepcionais e outros métodos contraceptivos, o que
permitiu a realização de um planejamento familiar.
BRASIL: crescimento vegetativo e tx de fecundidade

 Entre 1950 e 1980, a população brasileira cresceu em média


2,8% ao ano, índice que projetava sua duplicação a cada 25 anos.
 2017, o crescimento populacional caiu para 0,82% ao ano, e a
projeção para duplicar aumentou para 87 anos.
Crescimento vegetativo 2000-2060
2000/2010 2011/2020 2021/2030 2031/2040 2041/2050 2051/2060
1,20 0,81 0,51 0,22 - 0,08 - 0,37
 Paralela à acentuada
redução da natalidade,
a esperança de vida ao
nascer tem
aumentando: em razão
da melhoria das
condições de vida e
dos avanços na área da
medicina e saúde.
 O número de crianças
no total da população
tem diminuído; e o de
jovens, adultos e idosos
tem aumentado, em
consequência do
aumento da esperança
de vida.
Expectativa ou esperança de vida, 2010-2015
País Homens Mulheres País Homens Mulheres
Japão 80 86 Arábia Saudita 73 77
Itália 80 85 Brasil 70 78
Alemanha 78 83 Egito 69 73
EUA 76 81 Haiti 60 64
México 74 79 Moçambique 53 56
Argentina 72 80 Guiné-Bissau 53 57

 De acordo com o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas),


nos países desenvolvidos a esperança de vida era de 76 para os
homens e 82 para as mulheres; na América Latina e Caribe, 71 e 78; e,
na África subsaariana, 56 e 58 anos.
 Explicação para tais diferenças: deficiência ou completa falta de
acesso à água potável; à coleta e ao tratamento de esgoto; à
alimentação, educação e condições de habitação adequadas e bons
programas de saúde, incluindo campanhas de vacinação, hospitais e
maternidades de boa qualidade.
Esperança de vida e mortalidade infantil
 A esperança de vida ao nascer e a
taxa de mortalidade infantil são Brasil: esperança de vida
importantes indicadores da ao nascer (anos) - 2014
qualidade de vida da população de
REGIÕES Total
um país.
Norte 71,8
 Essas taxas podem revelar como Nordeste 72,5
está a qualidade do ensino, do Sudeste 76,9
saneamento básico, dos serviços Sul 77,2
de saúde, como campanhas de Centro-Oeste 74,7
vacinação, atenção pré-natal, Brasil 75,1
aleitamento materno e nutrição.
 É importante observar que, no
Brasil, os contrastes regionais são
muito acentuados.
 Embora tenha caído de 100%o para 16%o entre 1970 e 2015, a
mortalidade infantil ainda é alta se comparada com a de outros
países de nível de desenvolvimento semelhante.
 Segundo o Banco Mundial, em 2015, na Argentina essa taxa era
de 11%o e no Chile, 7%o. Com relação aos países desenvolvidos,
a distância é ainda maior: Luxemburgo e Japão, 2%o.
 No Brasil, o percentual de mortes associadas à carência de
serviços públicos essenciais ainda é elevado.
Janela demográfica/bônus demográfico
 O IBGE revela que, entre 2010 e 2020,
a nação concentrará entre 67% e
70% de sua população em idades de 15
a 64 anos.
 O fenômeno é chamado de “janela ou
bônus demográfico” ocorre quando há
predomínio de adultos no total da
população em relação a crianças (0 a
14) e idosos (65 anos ou +)
 Aumenta o número de pessoas
em idade ativa e diminui a
quantidade de dependentes.
 O aumento da população nessa faixa
etária começou no início da década de
2010 - 2034
2010 e terá seu auge em 2020.
 O bônus demográfico é resultado da redução da taxa de
fecundidade (as famílias têm menos filhos) e da diminuição da
mortalidade em uma população – quando as pessoas passam a viver
mais. Isso aumenta a proporção de pessoas em idade de trabalhar
(entre 15 e 64 anos) em relação à população dependente, crianças e
idosos.
 Segundo o IBGE, a fecundidade das mulheres brasileiras vem caindo
rapidamente. Em 1960, a taxa era de 6,3 filhos por mulher, esses
números caíram para 5,6 (1970), 2,9 (1991), 2,4 (2000) e 1,9 em
2010. Enquanto isso, a expectativa de vida do brasileiro passou de
62,5 anos em 1980 para 75, 2 anos em 2015.
 A ONU indica que o bônus demográfico está ocorrendo atualmente
em 59 países - entre eles o Brasil. Para a organização, a proporção
de jovens na população mundial atingiu seu auge. Existem 1,8 bilhão
de jovens no mundo, sendo que 87% deles vivem nos países em
desenvolvimento. Uma força trabalhadora que poderia fazer a
diferença.
 Bônus demográfico: Maior população jovem é chance para
desenvolvimento
 Um estudo recente da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o fenômeno do
deslocamento da riqueza aponta 2030 como o ano em que o fluxo
econômico terá sido completamente reorientado e os países em
desenvolvimento serão donos de 57% do PIB mundial.
ÁPICE do bônus demográfico
Vermont é uma cidade
universitária, o que explica a
presença significativa na faixa
etária de 20 a 24 anos.
A pirâmide etária evidencia
forte participação masculina
na faixa etária de 25 a 44
anos que está condicionada
a imigração para o país,
estimulada pela busca de
oportunidade de trabalho na
construção civil.

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