Você está na página 1de 43

POPULAÇÃO:

INDICADORES E TEORIAS Prof. Leandro Maciel

DEMOGRÁFICAS
POPULAÇÃO MUNDIAL
A população mundial apresentou um
intenso ritmo de crescimento ao longo do
último século, saindo de 1,5 bilhões de
pessoas em 1900 para 6,1 bi em 2000.
Atualmente é estimado em 8 bi os
habitantes do planeta;
As condições de vida oferecidas às
pessoas são radicalmente diferentes de
acordo com o país em que se nasce e de
recortes sociais de classe, gênero, etnia
e raça;
CONCEITOS E PRINCIPAIS
INDICADORES
POPULAÇÃO, POVO, ETNIA E NAÇÃO

População
• É o conjunto de pessoas que reside
em determinada área. Um país
populoso é um país povoado?
Etnia
• definindo um grupo de pessoas
que apresenta uma história comum
e vivencia um padrão cultural que
lhe assegura uma identidade
coletiva
POPULAÇÃO ABSOLUTA
População residente em um
determinado espaço.
Ex.: China: 1,4 bi; Índia: 1,3
bi; EUA: 326 mi; Brasil≈
216 mi; Uruguai: 3,4 mi;
Vaticano: 990.
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
𝑁° 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑘𝑚2 )
Ex.: Brasil: 23,8 hab./km²; Holanda: 385
hab./km²; China: 136 hab./km², Noruega:
16,8 hab./km²;
TAXA DE NATALIDADE

𝑁° 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠


× 1000
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒
Ex.: Brasil: 13,6 ‰; França 11,2‰; Níger: 46,13‰;
Angola 38,97‰; Japão 8,7‰;
TAXA DE FECUNDIDADE

A taxa de fecundidade é o número médio


de filhos por mulher em idade reprodutiva;
Ex.: Angola 5,4 ; Brasil: 1,72; Japão: 1,3;
Canadá: 1,47; Índia: 2,2 China 1,7; Niger
7,2
TAXA DE MORTALIDADE
𝑁° 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
× 1000
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒
Ex.: Brasil: 6,6 ‰, França- 9,1 ‰;
Afeganistão- 12,7 ‰;
MORTALIDADE INFANTIL
𝑁° 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
× 1000
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒
Ex.: Mundo: 39; Brasil: 14 ‰; Paquistão 42 ‰; República Centro-Africana 41‰ e
Sudão do Sul 40 ‰; Japão 2 ‰; Finlândia 1 ‰
EXPECTATIVA DE VIDA
Também chamada de esperança de
vida, é o número médio de anos que
a população espera viver;
No Brasil a expectativa de vida
atualmente é de 77 anos (dados
2021/2022), sendo 73,6 anos para
homens, e 80,5 anos para mulheres.
CRESCIMENTO VEGETATIVO
É um indicador usado para calcular o crescimento populacional. Ele também pode ser
chamado de crescimento natural e é calculado da diferença entre nascimentos e
mortes em um determinado período;
De 1970 até 2012 o crescimento populacional caiu de 2,1% para 1% ao ano,
mesmo assim, a população saltou de 2,5 bilhões para 8 bilhões, e deve chegar a 9,7
bilhões em 2050;
A medida que os países se desenvolvem seus ritmos de crescimento diminuem. Os
maiores níveis de crescimento demográfico do mundo estão em países mais pobres.
Nas próximas décadas o crescimento deve se concentrar em países da América
Latina, África subsaariana e em partes da Ásia;
TEORIA MALTHUSIANA
Em 1798 Thomas Malthus publicou sua obra Ensaio sobre a população, na qual ele
desenvolveu uma teoria demográfica na seguinte ideia:
 A população, caso não acontecessem guerras, desastres ou epidemias, ou outros desastres, tenderia a
duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria em progressão geométrica- PG (2, 4, 8, 16, 32...);
 No entanto, o crescimento da produção de alimentos aconteceria em progressão aritmética- PA (2, 4,
6, 8, 10...);

Dessa forma, em dado momento a produção de alimentos estagnaria, uma vez que
dependia de áreas para cultivo, que são limitadas, enquanto isso, a população
continuaria crescendo, a consequência disso seria a falta de alimentos;
A solução proposta por Malthus é que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem
terras cultiváveis para poder alimentá-los;
Malthus não poderia prever naquele
momento dois acontecimentos que
deixaram a sua teoria obsoleta, a
primeira foi a desaceleração do
crescimento populacional; a segunda foi
o aumento da produção de alimentos por
meio do desenvolvimento tecnológico;
Outro ponto que fez com que as
previsões se mostrassem equivocadas, foi
o fato dele ter chegado à conclusões
partindo da observação do
comportamento demográfico em uma
determinada região, e
predominantemente rural,
desconsiderando os efeitos da
urbanização e diferenças culturais;
TEORIA NEOMALTHUSIANA
Após a Seg. Guerra, chegou-se à conclusão de que para evitar novos conflitos era
necessário diminuir as desigualdades econômicas entre países;
Vários estudiosos passaram a propor amplas reformas nas relações econômicas, em
escala planetária;
Nesse contexto, a teoria neomalthusiana foi uma tentativa de explicar a ocorrência
da fome e do atraso no desenvolvimento de muitos países, e era defendida por
setores das sociedades e dos governos dos países desenvolvidos e alguns setores dos
países em desenvolvimento;
Essa teoria pregava que uma numerosa população jovem, resultante das elevadas
taxas de natalidade que eram constatadas em quase todos os países pobres,
necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde, sobrando menos
recursos para ser investidos em infraestrutura e nos setores agrícola e industrial;
Segundo essa teoria, quando maior fosse o número de habitantes de um país, menor seria a
renda per capita e a disponibilidade de capital a ser utilizado pelos agentes econômicos;
Essa teoria, embora que por meios diferentes, chega a uma conclusão semelhante à
malthusiana: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da pobreza;
Os defensores dessa teoria propunham programas de controle de natalidade e programas
de planejamento familiar, nos países em desenvolvimento, mediante a disseminação de
métodos anticoncepcionais;
A crítica a essa teoria é o fato de que ela propunha tratar de problemas econômicos com
controle de natalidade, acobertando os efeitos danosos dos reais problemas, como os
baixos salários e as péssimas condições de vida;
Além disso, era muito simplista afirmar que os países mais pobres desperdiçavam em
investimentos um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo;
Cada filho representa gastos extras para as
famílias, além disso, nas grandes cidades as
residências tendem a ser menores;
Um dos países que adotou políticas de
controle de natalidade foi a China, que até
2014 tinha a política do filho único, na
maioria das províncias chinesas;
Além da disparidade do nascimento entre
sexos, havia uma preferência por filhos em
detrimento de filhas, estima-se que 200
milhões de nascimentos não foram
declarados;
TEORIA REFORMISTA
Essa teoria chegou a uma conclusão diferente das duas anteriores, uma população jovem e
numerosa não seria a causa, mas a consequência do subdesenvolvimento;
À medida que ocorre o desenvolvimento econômico, há a tendência de diminuição das taxas
de fecundidade e natalidade;
Além disso, o planejamento familiar foi transmitido espontaneamente de uma geração à
outra com as mudanças nos modos de vida e dos projetos sociais dos membros da família;
O problema, segundo esta teoria, está na distribuição das riquezas;
A falta de investimentos em educação gera uma mão de obra de baixa qualificação, que tem
dificuldades de entrar no mercado do trabalho, passando a sobreviver do subemprego;
Essa realidade tende a baixar a produtividade por trabalhador, assim como os salários,
empobrecendo grande parte da população;
Thomas R. Malthus (1766-1834) defendia a tese de que a população
crescia em patamares superiores aos da produção de alimentos, o que
causaria graves convulsões sociais em razão do excesso de pessoas no
mundo. Como solução para esse problema, Malthus propôs:
a) a difusão de métodos de controle da natalidade, como medicamentos
e acessórios que inibissem a natalidade.
b) o controle moral da população de baixa renda, que só deveria ter
filhos caso pudesse sustentá-los.
c) a revolução na forma de produzir alimentos, que deveriam aumentar
em termos quantitativos e qualitativos.
d) a distribuição de renda, de forma que as populações mais ricas, em
minoria, deveriam ceder mais recursos para a maioria pobre.
e) a expansão de infraestruturas sociais, com melhorias também nos
campos da saúde, educação e segurança.
O conteúdo da charge acima se alinha a que tipo de
teoria demográfica?
a) Neomalthusianismo, pois considera a pobreza
como fruto da ausência de políticas de distribuição
de remédios e de democratização da saúde.
b) Reformista, pois critica as desigualdades sociais
em razão do preconceito das classes mais abastadas
da sociedade.
c) Malthusianismo, por afirmar que as populações de
elevada renda crescem em proporções menores do
que as populações de baixa renda.
d) Reformista, por apregoar o direito das camadas
mais pobres das estratificações sociais de terem
acesso aos medicamentos anticoncepcionais.
e) Neomalthusianismo, por defender que as
melhorias sociais manifestam-se a partir do controle
do crescimento populacional por meio de métodos
contraceptivos.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
O ciclo de evolução demográfica foi um modelo
elaborado na década de 1930 e é utilizado para
compreender a dinâmica do crescimento
populacional;
O crescimento populacional tende a se equilibrar
com a queda nas taxas de natalidade e
mortalidade, a fase de transição demográfica
apresenta três fases:
 Na primeira ocorre a redução da mortalidade, mas a
natalidade continua alta;
 Na segunda, a natalidade e a mortalidade estão em queda,
mas ainda existe uma grande diferença;
 Na terceira, a queda da natalidade é maior que a da
mortalidade;
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NA EUROPA
A Europa deve ao longo do séc. XIX um grande crescimento populacional,
relacionado principalmente aos novos hábitos de higiene individual e pública,
diminuição da fome e os avanços na área da medicina, passando de 140 milhões
para 270 milhões de habitantes ente 1750 e 1840;
A segunda fase da transição demográfica acontece nas últimas décadas do séc. XIX,
quando as taxas de natalidade começaram a cair;
A transição demográfica se completa na segunda metade do séc. XX;
Há uma mudança no comportamento das famílias, os custos para se criar um filho e
uma série de outras mudanças na sociedade, como a adoção de métodos
contraceptivos reduzem as taxas de natalidade;
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO BRASIL
No final do séc. XIX até a primeira parte do séc. XX as tacas de crescimento no país
eram inferiores a 2% ao ano, com elevadas taxas de natalidade e de mortalidade;
A partir dos anos 1940, o avanço da medicina ajudam a conter a propagação de
diversas doenças;
Durante as décadas de 1950 e 1960 as taxas de crescimento populacional bateram
recordes, projetando a duplicação da população a cada 25 anos;
Em 1940 a população era de 41,2 milhões e saltou para 93,1 milhões em 1970, um
crescimento de 130%;
Atualmente, a população brasileira é de aproximadamente 216 milhões de habitantes,
porém, o ritmo de crescimento é cada vez menor, a tendência é que a população cresça até
2025 e depois passe a cair em termos absolutos;
A fecundidade, que nos anos 1960 era de 6 filhos por mulher, caiu para 3,4 em 1984, 1,8
em 2010 e atualmente é de 1,73, de acordo com o Banco Mundial;
Desde os anos 1960 as taxas de mortalidade começaram a cair, com a as campanhas de
combate à doenças como malária, doença de Chagas e a esquistossomose. Desde a déc. de
1970 ocorrem programas nacionais de imunização, que atendem a maior parte das
crianças brasileiros, às protegendo de doenças comuns nessa fase, chegando a erradicar
algumas doenças;
O processo registrado no gráfico gerou a
seguinte consequência demográfica:

a) Decréscimo da população absoluta.

b) Redução do crescimento vegetativo.

c) Diminuição da proporção de adultos.

d) Expansão de políticas de controle da


natalidade.

e) Aumento da renovação da população


economicamente ativa.
O século XX foi marcado pelo intenso crescimento da
população mundial. Esse incremento de indivíduos no
planeta foi influenciado, entre outros, pela
A) atenuação do processo de industrialização dos países
emergentes.
B) concretização de melhorias das condições de saúde da
população.
C) expansão do número de pessoas que habitam as zonas
rurais.
D) acentuação da movimentação de imigrantes para os
países ricos.
E) diminuição da participação das mulheres no mercado de
trabalho.
ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO
A estrutura etária da população é retratada por gráficos cuja forma se assemelha a
uma pirâmide; A pirâmide apresenta a quantidade de pessoas de acordo com o sexo
e com o grupo de idade;
Se observa que existem uma grande diferença entre as pirâmides etárias entre os
países em desenvolvimento -que costumam apresentar a base mais larga e o topo
estreito- e os países desenvolvidos- que costumam ter as bases mais estreitas devido
às menores taxas de natalidade;
A estrutura etária da população tem impactos econômicos para os países:
 Base mais larga significa um maior número de crianças e jovens, demandando do Estado maiores investimentos
em educação;
 A população, principalmente entre 18 e 59 anos é a PEA (população economicamente ativa), é aquela que
produz riquezas, portanto, uma maior população nessa faixa representa vantagens econômicas para os
países;
 A elevada porcentagem de idosos representa ônus para o Estado, que terá mais gastos com previdência
social e com saúde;
A estrutura etária da população está
mudando rápido. Em 1980, 38% da
população brasileira tinha entre 0 e 14 anos,
já em 2010, esse percentual era de 24%;
estima-se que em 2016 os menores de 14
anos serão 13%;
A participação da população com mais de 60
anos vem aumentando, em 1980 era 6%,
subiu para 13% em 2013 e estima-se que
chegue a 33,7% em 2060;
A interpretação e a correlação das figuras sobre a dinâmica
demográfica brasileira demonstram um(a)

a) menor proporção de fecundidade na área urbana.

b) menor proporção de homens na área rural.

c) aumento da proporção de fecundidade na área rural.

d) queda da longevidade na área rural.

e) queda do número de idosos na área urbana.


A vida na rua como ela é
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS) realizou, em parceria com a ONU, uma As informações apresentadas no texto são
pesquisa nacional sobre a população que vive na rua, tendo suficientes para se concluir que
sido ouvidas 31.922 pessoas em 71 cidades brasileiras. a) as pessoas que vivem na rua e sobrevivem
Nesse levantamento, constatou-se que a maioria dessa de esmolas são aquelas que nunca estudaram.
população sabe ler e escrever (74%), que apenas 15,1% b) as pessoas que vivem na rua e cursaram o
vivem de esmolas e que, entre os moradores de rua que ensino fundamental, completo ou incompleto,
ingressaram no ensino superior, 0,7% se diplomou. Outros
são aquelas que sabem ler e escrever.
dados da pesquisa são apresentados nos quadros abaixo:
c) existem pessoas que declararam mais de
um motivo para estarem vivendo na rua.
d) mais da metade das pessoas que vivem na
rua e que ingressaram no ensino superior se
diplomou.
e) as pessoas que declararam o desemprego
como motivo para viver na rua também
declararam a decepção amorosa.

Você também pode gostar