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Diálogo Diário de Segurança – DDS

Dia do Controle da Poluição Industrial


No dia 14 de agosto, é comemorado o Dia do Controle da Poluição Industrial, motivado pela assinatura
do Decreto-Lei Nº 1.413/1975, que dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por
atividades industriais. Foi o primeiro instrumento regulatório voltado especificamente ao controle deste setor.

A data tem como objetivo refletir sobre os impactos ambientais causados pelos resíduos poluentes liberados
por atividades industriais. Pensando nisso, queremos propor uma reflexão: o que temos feito para promover
o controle da poluição industrial?

Evolução da Regulamentação de Controle a Poluição Industrial


A legislação ambiental brasileira é considerada, por muitos, uma das mais completas a nível mundial. Apesar
disto, apresenta uma complexidade significativa aos empreendedores, dado o grande volume de atos
normativos a nível nacional, estadual e municipal.

Apesar da existência de legislação ambiental anterior à 1975, o Decreto-Lei Nº 1.413/1975 foi o primeiro ato
normativo que trouxe a obrigação das indústrias a promover medidas para prevenir ou corrigir os
inconvenientes e prejuízos da poluição e da contaminação do meio ambiente. Definiu também, a necessidade
de implementação de zoneamento urbano nas áreas críticas de poluição, para evitar o agravamento da
poluição.

As áreas críticas de poluição foram definidas e regulamentadas em outubro do mesmo ano, pelo Decreto Nº
76.389/1975, compreendendo as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, região de Cubatão e Volta Redonda, além das bacias hidrográficas
do Médio e Baixo Tietê, Paraíba do Sul, Pernambuco, Rio Jacuí e Estuário do Guaíba.

Além disso, o Decreto Nº 76.389/1975 conceituou, de forma inédita, a poluição industrial como qualquer
alteração das propriedades do meio ambiente, causadas por qualquer elemento despejado pelas indústrias,
podendo prejudicar a população, as atividades sociais e econômicas e causar danos à fauna, flora ou outros
recursos naturais.

As diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição foi regulamentada apenas
em 1980, com a Lei Federal Nº 6.803/1980. Buscando compatibilizar as atividades industriais com a proteção
ambiental, definiu os critérios básicos para classificação das zonas de uso industrial. Dessa forma, passou a
ser necessário que as zonas se localizassem em áreas com alta capacidade de assimilação de efluentes e
proteção ambiental, respeitando qualquer restrição legal sobre o uso do solo, que favorecessem a instalação
das estruturas necessárias ao funcionamento e segurança e manter anéis verdes de isolamento para proteger
as proximidades de possíveis efeitos residuais e acidentes.

A Lei 6.803/1980 também definiu a necessidade de licenciamento ambiental para implantação, operação e
ampliação de estabelecimentos industriais, atribuindo aos órgãos estaduais a competência para o
licenciamento ambiental.

Já em 1981, foi publicada a Lei Nº 6.938 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, mantendo-
se como a principal legislação sobre meio ambiente no Brasil. Quando se trata de controle da poluição
industrial, a Política Nacional do Meio Ambiente define uma série de instrumentos, como padrões de
qualidade, zoneamento e avaliação de impactos ambientais, licenciamento e revisão de atividades poluidoras,
incentivos à produção, instalação de equipamentos e criação ou absorção de tecnologia visando a melhoria
da qualidade ambiental, e o Cadastro Técnico Federal para atividades potencialmente poluidoras e/ou que
utilizam recursos naturais.

A partir da Política Nacional do Meio Ambiente, uma série de regulamentações foram lançadas para proteção
do meio ambiente. Especificamente para o controle da poluição industrial, podemos destacar as resoluções
do Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar (PRONAR), as resoluções CONAMA Nº 375/2005 e Nº
430/2011 sobre corpos de água e padrões de lançamento de afluentes, a Lei Nº 12.305/2010 da Política
Nacional de Resíduos Sólidos e a Lei Complementar Nº 140/2011, que regula as diretrizes para o
licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras, a nível nacional, estadual e municipal.

Além das legislações citadas até o momento, uma série de outros atos normativos devem ser avaliados
quanto a aplicabilidade para empreendimentos industriais. A versão mais atualizada do Painel de Legislação
do Ministério do Meio Ambiente, apresenta 2.770 atos normativos relacionados ao tema de meio ambiente.
Isso concretiza o que mencionamos no início, sobre a complexidade de atendimento da legislação ambiental
brasileira.

Mas de fato, as indústrias que se encontram com a Licença Ambiental de Operação (LAO) regular e com os
sistemas de controles ambientais em pleno funcionamento, além do atendimento ao conjunto de normas
direcionados ao controle e proteção ambiental do setor, certamente já desempenha um excelente papel para
a redução do impacto da atividade industrial sobre o meio ambiente.

No entanto, dependendo do setor de atuação da indústria, o mercado consumidor exige controles ainda mais
rigorosos àqueles impostos pela legislação ambiental. A boa notícia é que há tecnologias de controles
ambientais e métodos de melhoria contínua de processos industriais, que permitem alcançar elevados
padrões de qualidade e desempenho ambiental.

Declaro que li e estou ciente das condições acima.


Nome da Unidade: Data: 15/08/2022
Nome Completo RG Assinatura
Gerente
Encarregado

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