Este documento fornece orientações sobre boas práticas ambientais para a indústria gráfica, abordando tópicos como licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos, gestão de águas e efluentes, controle de emissões e relacionamento com partes interessadas. O objetivo é auxiliar empresas do setor, principalmente pequenas e médias, a operarem de forma sustentável e de acordo com a legislação.
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Boas Praticas Ambientais para a Industria Gráfica - ABTG.pdf
Este documento fornece orientações sobre boas práticas ambientais para a indústria gráfica, abordando tópicos como licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos, gestão de águas e efluentes, controle de emissões e relacionamento com partes interessadas. O objetivo é auxiliar empresas do setor, principalmente pequenas e médias, a operarem de forma sustentável e de acordo com a legislação.
Este documento fornece orientações sobre boas práticas ambientais para a indústria gráfica, abordando tópicos como licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos, gestão de águas e efluentes, controle de emissões e relacionamento com partes interessadas. O objetivo é auxiliar empresas do setor, principalmente pequenas e médias, a operarem de forma sustentável e de acordo com a legislação.
Email: ons27@abtg.org.br Fone: (11) 2797-6704 Transmi ti ndo conheci mento, f azendo o f uturo. ABTG ANOS Realizao Patrocnio Apoio CARTILHA A B T G B O A S P R T I C A S AMBI ENTAI S PARA A I N D S T R I A GRFI CA 2 3 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA 1 NDICE 1 INTRODUO 04 1 Licenciamento ambiental 05 2 Gerenciamento de resduos 06 2.1 Resduos 06 2.2 Segregao de resduos 06 2.3 Armazenamento de resduos 07 2.4 Transporte de resduos 08 2.5 Destnao 09 3 Gesto de guas e efuentes 11 4 Controle de emisses atmosfricos 12 4.1 Compostos orgnicos volteis (COVs) 12 4.2 Efeito estufa 13 5 Gerenciamento de reas contaminadas 13 6 Relaes com partes interessadas 14 ABREVIAES, ACRNIMOS E DEFINIES 16 REFERNCIAS 16 4 1 INTRODUO Esta cartlha apresenta um conjunto de informaes prtcas sobre os principais as- suntos relacionados gesto ambiental na indstria grfca, tanto do ponto de vista legal como sob a tca da Produo Mais Limpa (P+L): Licenciamento ambiental Gerenciamento de resduos Gesto de guas e efuentes Controle de emisses atmosfricas Gerenciamento de reas contaminadas Relaes com as partes interessadas
Visando especialmente as pequenas e mdias empresas, esta cartlha tem como prin- cipal objetvo expor os benefcios provenientes da adoo de boas prtcas ambientais, como: reduo de riscos e custos, aumento da satsfao dos funcionrios e melhoria da imagem da grfca junto s partes interessadas. 5 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA 1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL Qualquer indstria grfca precisa de licenas ambientais para se instalar e para poder operar. Precisa tambm renovar periodicamente sua licena de operao. Qualquer indstria grfca sem licena ambiental vlida precisa se regularizar. Os prazos de validade das licenas variam de Estado para Estado e de acordo com o nvel de complexidade da grfca. Por exemplo, as licenas em So Paulo tm prazos de validade conforme resumido na tabela abaixo. Licena Validade mnima Validade mxima Licena prvia LP Estabelecido pelo cronograma do projeto 2 anos Licena de instalao LI Estabelecido pelo cronograma do projeto 3 anos Licena de operao LO 2 anos 5 anos Para as indstrias grfcas, as licenas ambientais so geralmente concedidas pela agncia ambiental estadual, como a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) no Estado de So Paulo. Em alguns municpios, como Curitba, so tambm ne- cessrias licenas municipais, emitdas pela secretaria de meio ambiente local. O licenciamento ambiental um procedimento administratvo pelo qual o rgo am- biental analisa todos os aspectos de uma atvidade potencialmente poluidora. Garante assim o funcionamento da atvidade dentro dos padres de qualidade ambiental exig- veis. Os controles esto principalmente ligados aos aspectos relacionados ao ar, o solo, as guas e o rudo. Normalmente, as licenas ambientais contm condicionantes. So obrigaes tcni- cas a serem atendidas pela empresa, muitas vezes em um determinado prazo. Caso con- trrio, o rgo ambiental pode cancelar ou no aceitar a renovao da licena. Instalar ou operar uma indstria grfca sem licena ambiental, alm de advertncia e multa, pode levar a sua paralisao temporria ou at ao seu fechamento. Para mais informaes e detalhes quanto ao licenciamento, reco- menda-se entrar em contato com o rgo ambiental competente. No Estado de So Paulo, podem tambm ser consultadas as cartlhas Li- cenciamento ambiental e as micro e pequenas empresas, elaboradas em parceria pela Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp) e a Cetesb, disponveis no site da Fiesp (www.fesp.com.br), na seo Meio Ambiente > Produtos e Servios > Publicaes (Fiesp, 2008b). 6 2 GERENCIAMENTO DE RESDUOS 2.1 Resduos Qualquer processo produtvo gera resduos. Nos processos de transformao em pro- dutos fnais, as matrias-primas geram sobras que podem ser chamadas de resduos. Es- tes resduos podem ser slidos, lquidos ou pastosos. Nesta cartlha so considerados resduos todas as sobras dos processos industriais, exceto os efuentes lquidos e as emisses atmosfricas. Os resduos so geralmente denominados resduos slidos, mesmo que sejam lqui- dos como, por exemplo, o solvente sujo, isso por oposio aos efuentes lquidos, como o esgoto sanitrio. A Norma ABNT NBR 10004:2004 estabelece critrios para classifcar os resduos como perigosos ou no-perigosos. Os no-perigosos so subdivididos em inertes e no-inertes. A classifcao baseada em caracterstcas fsico-qumicas, o que pode requerer anlises laboratoriais. So tambm estabelecidas nesta norma listas de resduos j classifcados como perigosos, de acordo com a sua fonte de gerao ou a sua composio, neste caso, dispensando-se anlises. A indstria grfca gera tanto resduos perigosos como no-perigosos. 2.2 Segregao A segregao uma das primeiras e mais importantes etapas do gerenciamento de re- sduos, pois garante a organizao e a segurana durante o manuseio e o armazenamento dos resduos, bem como sua destnao de forma correta e otmizada. A segregao con- siste em separar os resduos essencialmente de acordo com a sua destnao. Geralmente, a separao tem que ser feita, ao menos, entre resduos: domstcos e industriais; perigosos e no-perigosos; slidos (como papis, plstcos ou panos sujos), lquidos (como solventes sujos, leos queimados ou solues de fonte usadas) e semi-slidos (como tntas de impresso ofset vencidas). Recomenda-se que a separao seja feita na fonte, ou seja, no local onde o resduo gerado. 7 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA Segregao de resduos no estado slido Latas de tntas vazias PR-IMPRESSO IMPRESSO SOBRAS PROCESSO IMPRESSO MANUTENO E LIMPEZA EMBALAGENS DE PRODUTOS UTILIZADOS NO PROCESSO Blanquetas e frmas usadas Panos sujos Resduos Plstcos Aparas de papis Revelador + Fixador Saturados gua tamponada Soluo Fonte + lcool + gua Solvente sujo com restos de tnta Solvente misturado com gua e restos de tnta leo lubricante usado PR-IMPRESSO IMPRESSO LAVAGEM/ LIMPEZA MANUTENO Segregao de resduos no estado lquido Fonte: ABTG. Em caso de dvidas quanto classifcao de um determinado resduo gerado e/ou sua destnao, deve-se procurar o fabricante/fornecedor. Ele obrigado a disponibilizar as informaes sobre a composio e a disposio fnal correta de seus produtos. Geral- mente, essas informaes constam tambm na Ficha de Informao de Segurana do Produto Qumico (FISPQ). 2.3 Armazenamento At que sejam adequadamente destnados, os resduos devem ser armazenados de forma temporria dentro da indstria, sempre em condies e local adequados. Em funo dos riscos envolvidos, os resduos perigosos requerem uma ateno espe- cial. o caso do solvente sujo, resduo infamvel bastante comum nas grfcas. A Norma ABNT NBR 12235:1992 defne os critrios para armazenamento de resduos perigosos. importante verifcar se o local de armazenamento adequadamente ventlado, se possui piso impermevel e sistema para conteno de vazamentos e se est protegido contra intempries. 8 Condies inadequadas de armazenamento dos resduos, especialmente os perigosos, apresentam riscos de contaminao para o meio ambiente e para a segurana dos colaboradores e da empresa. Para reduzir riscos de contaminao, bem como o espao a ser disponibilizado para o armazenamento de resduos dentro da grfca, recomenda-se aumentar a freqncia das retradas. A correta identfcao de cada container ou recipiente de resduos, tanto no setor produtvo como no local de armazenamento, fundamental para uma gesto adequada. Para facilitar a gesto e evitar transferncias desnecessrias, recomenda-se que os re- sduos sejam acondicionados em recipientes apropriados para seu transporte. Por exem- plo, para o acondicionamento de solvente sujo, recomendvel utlizar tambores de ao de 200 L, com tampa fxa, homologados, em bom estado e devidamente identfcados. 2.4 Transporte
Legalmente, todo resduo de responsabilidade ou corresponsabilidade de seu gera- dor. Portanto, todas as etapas, desde a gerao at a destnao dos resduos, devem ser cuidadosamente administradas pelo gerador. Geralmente, as grfcas no possuem frota prpria para o transporte de seus resduos. Sendo assim, importante que a grfca exija das empresas que os transportam, especial- mente no caso de resduos perigosos, a documentao e as evidncias de atendimento s legislaes aplicveis. As obrigaes legais e orientaes tcnicas que se aplicam ao transporte de produtos perigosos se aplicam tambm ao de resduos perigosos. Estas obrigaes legais so relat- vamente complexas. As principais so defnidas, em mbito federal, pela Resoluo ANTT n. 420 de 2004 (ANTT, 2008). Esta resoluo cita vrias normas tcnicas que passam a ter valor legal, como a ABNT NBR 7500:2005 (ABNT, 2008). Alm desta, cada Estado tm autonomia para criar legislaes especfcas para o transporte rodovirio. Entre as exigncias tcnicas da legislao so- bre o transporte de resduos perigosos, pode-se citar a necessidade de o motorista ter um regis- tro vlido do curso de Movimento e Operao de Produtos Perigosos (MOPP) e de o veculo estar em condies adequadas para a atvidade, alm de possuir as placas corretas de sinalizao, com as simbologias de segurana, rtulos e painis de segurana.
Para verifcar as condies de transporte dos resduos e dos produtos perigosos em geral, 9 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA fscalizaes so realizadas nas estradas, pelas polcias rodovirias, em todo o terri- trio nacional. As regras mencionadas acima se aplicam tambm aos produtos perigosos rece- bidos pelas grfcas, como o solvente virgem para limpeza, por exemplo. Portanto, importante que a grfca se certfque tambm do cumprimento das exigncias legais no transporte de matrias-primas classifcadas como perigosas. 2.5 Destnao Apenas empresas licenciadas pelo rgo ambiental podem receber resduos, perigosos ou no. So as empresas destnatrias, tambm chamadas de receptoras. As grfcas devem destnar os seus resduos apenas s empresas devidamente licenciadas para receb-los. Existem muitas formas de destnar resduos de maneira adequada. Dentre as mais vanta- josas, pode-se citar a reutlizao dentro da prpria empresa ou sua utlizao como produto no processo produtvo de outra empresa. As principais opes para a destnao de resduos so listadas abaixo, por ordem alfabtca. Por motvos econmicos e ambientais, deve-se sempre privilegiar a reutlizao interna, o reaproveitamento e a reciclagem em relao a outras opes de destnao de resduos. Aterro sanitrio classe I. Destna-se a resduos industriais perigosos (classe I), no estado slido, no-reatvos e no infamveis, com baixo teor de solventes, leos, graxas ou gua. Aterro sanitrio classe II. Destna-se a resduos industriais no-perigosos (classe II), no es- tado slido. Armazenamento temporrio. Apesar de no ser uma forma de destnao em si, esta opo pode ajudar grfcas que geram pequenos volumes de resduos. O armazenamento temporrio , em geral, feito em um galpo com condies adequadas para receber grandes volumes de resduos de vrias empresas, inclusive resduos classe I. Co-processamento. a queima de resduos em forno de cimento, geralmente resduos classe I, cujo poder calorfco mnimo garante energia na queima e cujas cinzas partcipam formao do produto.
Incinerao. o processo de destruio por combusto em alta temperatura, geral- mente de 900C a 1250C, com tempo de residncia controlado, utlizado para o trata- mento de resduos de alta periculosidade ou que necessitem de destruio segura. Reuso ou reutlizao. a utlizao do resduo como produto no processo em que foi 10 gerado ou em outro processo.
Reciclagem. geralmente defnida como o reaproveitamento de resduos em proces- sos que permitem sua reutlizao como matrias-primas. Tratamento em ETE. Os resduos no estado lquido podem ser tratados em uma Es- tao de Tratamento de Efuentes (ETE), localizada na prpria planta geradora ou em empresas especializadas. Na ETE, os resduos so tratados por sistemas fsicos, qumicos e/ou biolgicos, e lanados na rede de esgoto ou em corpo dgua dentro dos padres legais de lanamento. Em geral, os resduos no estado lquido que no so tratados na empre- sa no devem ser descartados na rede de esgoto, uma vez que podem alterar a qualidade dos efuentes acima dos pa- dres aceitveis. Devem ser segregados e destnados adequadamente. Um Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos (PGRS) pode ser ela- borado a partr de um diagnstco de todos os resduos gerados na empresa. Procedimentos podem, ento, ser estabelecidos para que todos os trabalhadores envolvidos sejam treinados sobre as formas corretas de manuseio, segregao, acondicionamento, identfcao, transporte e destnao dos resduos. Vale observar que negociar com os fornecedores o retorno dos resduos de emba- lagens uma forma de gesto comum no mercado grfco, devida, principalmente, aos custos de destnao de certos tpos de resduos. Sugestes de boas prtcas no gerenciamento de resduos: - Desenvolver projetos para reduzir a gerao de resduos na fonte. - Estabelecer procedimento(s) para a gesto dos resduos gerados na produo um Plano de Gerenciamento dos Resduos Slidos (PGRS) , e treinar os funcionrios. - Controlar e arquivar os registros de destnao dos resduos. - Armazenar os resduos apenas em locais adequados e sempre devidamente identfcados, durante o menor tempo possvel. - Verifcar se as transportadoras atendem a todas as obrigaes legais. - Destnar resduos apenas s empresas licenciadas. - Desenvolver projetos para aproveitar cada tpo de resduo da forma mais nobre possvel. 11 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA 3 GESTO DE GUAS E EFLUENTES
A gua importante para qualquer indstria grfca. Enquanto o desperdcio de gua representa prejuzos fnanceiros e ambientais, uma boa gesto deste recurso limitado gera economias. Empresas que adotam uma abordagem integrada e sis- temtca, freqentemente atngem uma reduo de consumo que varia de 20% a 50% (Fiesp, 2006). A gesto de guas em uma empresa pode ser divida em trs etapas: abas- tecimento, uso e descarte. A utlizao de qualquer recurso hdrico su- jeita a outorga: as grfcas que utlizam gua su- perfcial ou subterrnea devem consultar o rgo estadual responsvel (DAEE, em SP), ou a Agncia Nacional de guas (ANA) no caso de recurso sob domnio do Estado. Os requisitos para obteno de uma outorga de captao podem incluir, por exemplo, a verifcao da qualidade da gua com uma anlise qumica e a instalao de um medi- dor de vazo. O uso de gua nas grfcas normalmente baixo, devido ao uso restrito no processo produtvo. O principal uso sanitrio e costuma ser proporcional ao nmero de funcio- nrios. Redues drstcas no consumo sanitrio podem ser obtdas com a instalao de equipamentos de baixo consumo nos banheiros, vestrios e cozinhas. A abordagem preventva da Produo mais Limpa (P+L) permite reduzir o consumo industrial, por meio da aquisio de equipamentos ou da adoo de tecnologias mais limpas. Para consttuir um programa efcaz, os projetos tcnicos de otmizao do uso de gua devem ser acompanhados de uma campanha contnua de conscientzao, a fm de incentvar todos os funcionrios ao uso racional. Efuentes estritamente sanitrios podem ser lanados na rede de esgoto sem trata- mento prvio. Nas empresas desprovidas de acesso rede pblica, algum tpo de tra- tamento pode ser necessrio para o descarte em uma fossa sptca ou em um corpo superfcial dgua, sendo que o lanamento de efuentes em corpo superfcial dgua , igualmente, sujeito a outorga. Algumas grfcas geram efuentes industriais que devem ser segregados dos efuentes sanitrios. Nestes casos, as alternatvas de tratamento devem ser avaliadas tcnica e eco- nomicamente, sempre lembrando que possvel reduzir ou at eliminar a necessidade de tratamento com medidas de P+L. Alguns sistemas de tratamento permitem a reutlizao da gua tratada na prpria grfca. Com o aumento do valor da gua e da conscincia ecolgica, esta prtca do reu- so est se tornando cada vez mais comum. Estes sistemas de reso no so restritos ao 12 tratamento total dos efuentes sanitrios. Por exemplo, podem ser sistemas simples ins- talados para tratar e permitr o reuso parcial dos efuentes de determinada mquina de impresso ofset ou de preparao de cilindros de rotogravura. Melhorias na gesto da gua, que sejam no abastecimento, no uso ou no descarte, so geralmente acompanhadas de ganhos indiretos, que vo desde redues no consumo de energia eltrica at diminuio na compra de produtos qumicos. Como a reduo do consumo de gua, estes ganhos indiretos apresentam vantagens econmicas e ambien- tais. Aplicados gesto de guas nas grfcas, os conceitos de P+L consttuem um exemplo tpico da relao ganha-ganha, entre economizar e preservar o meio ambiente.
4 CONTROLE DE EMISSES ATMOSFRICAS 4.1 Compostos orgnicos volteis (COVs) Os compostos orgnicos volteis - COVs, freqentemente denominados de VOCs (do ingls Volatle Organic Compounds), so quaisquer compostos que contenham carbono e evaporem na atmosfera em condies normais de temperatura e presso, exceto os compostos inorgnicos, como o monxido ou o dixido de carbono. Na indstria grfca, as principais fontes de COVs so as tntas, os vernizes, os adesivos e os produtos utlizados para limpeza, que quase sempre contm solventes orgnicos em sua composio. Estes COVs so emitdos em atvidades como a preparao ou a mistura de tntas, a secagem da impresso ou a limpeza das frmas de impresso. Dentro do ambiente de trabalho, os vapores gerados podem apresentar riscos para a sade do trabalhador: trata-se de uma problemtca de sade ocupacional. Fora do ambiente de trabalho, os COVs apresentam problemtcas ambientais. De fato, ao reagir luz na atmosfera, os COVs geram oznio (O3), um gs prejudicial sade, quando acima de determinadas concentraes. Tambm, quando liberados na atmosfera, os COVs oriundos de fontes no- renovveis, podem contribuir indiretamente para o aquecimento global, principalmente em funo de sua oxidao em CO2 na atmosfera. Recuperar ou limitar as emisses de COVs pode representar ganhos econmicos signifcatvos para a grfca, alm de ganhos ambientais.
Medidas simples podem ser tomadas para reduzir as emisses de COVs, como nunca deixar recipientes de tntas ou solventes abertos. Medidas mais complexas envolvem a re- 13 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA cuperao das emisses. Apesar de poder apresentar retornos econmicos bastante signifcatvos, os sistemas de recuperao so ainda pouco difundidos no Brasil. 4.2 Gases de efeito estufa Em funo da importncia de sua problemtca, o aque- cimento global no pode deixar de ser mencionado. No entanto, o impacto das grfcas nesta questo ainda relatvamente pouco conhecido.
Como qualquer empresa, as grfcas emitem indiretamente CO2, por meio do consumo de energia eltrica ou por conta do transporte e da movimentao de matrias-primas, produtos e fun- cionrios. Ainda que em valores menos expressivos, os vazamentos de gases refrigerantes representam outra contribuio. De fato, gases como os HCFCs (hidroclorofuorcarbona- dos) apresentam um potencial de aquecimento global, em geral, bem superior ao CO2. A reduo das emisses de gases do efeito estufa traz, geralmente, economia para as empresas. Por exemplo, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ambientais, a otmizao da logstca pode refetr em ganhos econmicos importantes para a grfca. 5 GERENCIAMENTO DE REAS CONTAMINADAS
Uma atvidade industrial sem gesto ambiental adequada pode provocar contamina- o do solo e das guas subterrneas, situao comumente denominada de passivo am- biental. Legalmente, este passivo de responsabilidade de quem o gerou, mas tambm do proprietrio do terreno contaminado. Os projetos de descontaminao costumam ser muito caros. Antes de alugar ou com- prar um imvel para instalao de suas atvidades, a grfca deve verifcar se existe um passivo ambiental e, da mesma forma, se existem passivos trabalhistas ou contbeis.
Informaes bsicas a serem levantadas quanto possibilida- de de um passivo ambiental em um determinado imvel so listadas no Guia para Avaliao do Potencial de Contaminao em Imveis (CETESB, 2008). Para determinar se, de fato, uma rea suspeita est contamina- da ou no, faz-se necessria uma avaliao do solo e das guas subterrneas. Este diagnstco deve ser realizado por uma equi- pe tcnica especializada, seguindo as recomendaes do Manu- al de Gerenciamento de reas Contaminadas da Cetesb (2008), referncia nacional. 14 Planejar de frma detalhada os servios da avaliao de passivo, como, por exemplo, determinar os potenciais contaminantes em cada rea, permite reduzir bastante os custos das anlises qumicas e os de servios de campo, que costumam ser elevados. Aps ter garantdo sua instalao em um terreno livre de contaminao, a indstria grfca deve agir preventvamente para evitar a gerao de passivos ambientais. Para isso, manter um sistema de gesto ambiental a soluo mais efcaz. Quando a grfca deixar o imvel onde operou por um determinado perodo, reco- menda-se, tambm, que comprove que o local est livre de contaminao, mesmo que isso no seja uma obrigao legal ou uma exigncia especfca do rgo ambiental como parte do plano de encerramento das atvidades. Isso evitar questonamentos no caso de uma futura contaminao deste imvel por outra empresa. 6 RELAES COM PARTES INTERESSADAS
Com a crescente valorizao das questes ambientais na sociedade, manter boas relaes com todas as partes interessadas na empresa, os chamados stakeholders, pode se tornar um di- ferencial importante para uma grfca. As partes interessadas vo desde os fornecedores at os consumidores fnais, passando pelos rgos ambientais. Primeiramente, cabe destacar a importncia da capacitao de todos os funcionrios. Estes devem entender os processos de mudanas e estar aptos a partcipar atvamente dos projetos de minimizao de impactos ambientais. Na escolha ou na homologao dos seus fornecedores, uma grfca pode adotar critrios ambientais para garantr que cumprem com determinadas exigncias mnimas. Isso no signifca privilegiar fornecedores mais caros, ao contrrio. Uma vez que a reduo dos impactos ambien- tais geralmente acompanhada da reduo dos custos, incentvar os fornecedores a adotar boas prtcas ambientais pode trazer ganhos econmicos indiretos. A grfca deve estar atenta aos pedidos de seus clientes ou mesmo antecipar-se a eles em re- lao s questes ambientais. Deve tambm manter uma comunicao transparente, mostrando aos clientes as melhorias realizadas ou pretendidas e os respectvos ganhos para o meio ambiente. importante, ainda, estar sempre atento circunvizinhana e manter com esta uma boa rela- o, a partr da adoo de medidas ou projetos socioambientais, por exemplo. Finalmente, a grfca deve enxergar os seus consumidores fnais atravs da lente ambiental. Legalmente, uma grfca pode ser res- ponsabilizada pelos bens que produziu at o fnal de sua vida tl. Portanto, importante pensar nas formas de limitar os impactos ambientais dos produtos j em sua concepo. Esta abordagem pre- ventva geralmente conhecida como ecodesign. A utlizao de in- sumos qumicos livres de substncias txicas ou o desenvolvimento de matrias-primas renovveis so bons exemplos de prtcas cada vez mais cobradas pelos consumidores. 15 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA
16 ABREVIAES, ACRNIMOS E DEFINIES ABIGRAF: Associao Brasileira da Indstria Grfca. ABTG: Associao Brasileira de Tecnologia Grfca. ANTT: Agncia Nacional de Transporte Terrestre. Aspectos ambientais: elementos das atvidades, produtos ou servios de uma organiza- o que podem interagir com o meio ambiente. CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, agncia ambiental estadu- al de So Paulo. ETE: Estao de Tratamento de Efuentes. FISPQ: Ficha de Informao de Segurana do Produto Qumico. IBAMA: Insttuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renovveis. Impactos ambientais: qualquer modifcao do meio ambiente, adversa ou benfca. MOPP: Movimentao e Operao de Produtos Perigosos. Resduo domstco: resduo que no classifcado como industrial. Resduo industrial: resduo que gerado durante ou relacionado a uma atvidade indus- trial. SGA: Sistema de Gesto Ambiental SGI: Sistema de Gesto Integrado
REFERNCIAS ABNT. Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 7500:2005. Identfcao para o transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro, 2005. ANTT. Agncia Nacional de Transporte Terrestre. Resoluo n. 420, de 12 de fevereiro de 2004. Aprova as instrues complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos. Dirio Ofcial da Unio, Braslia. Disponvel em: htp://www.ant.gov. br/legislacao/PPerigosos/Nacional/index.asp>. Acesso em: 30 mar. 2008. CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Manual de gerenciamento de reas contaminadas. Disponvel em: <htp://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/areas_con- 17 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA taminadas/manual.asp >. Acesso em: 30 mar. 2008. _____. Guia para avaliao do potencial de contaminao em imveis. Disponvel em: <htp://www.cetesb.sp.gov.br/. Acesso em: 30 mar. 2008. FIESP. Federao Industrial do Estado de So Paulo. Departamento de Meio Ambien- te e Desenvolvimento Sustentvel. gua: quanto ela realmente custa para sua empresa? Disponvel em <htp://www.fesp.com.br/publicacoes/pdf/ambiente/agua_quanto_cus- ta.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2008a. ______. Licenciamento ambiental e as micro e pequenas empresas. Disponvel em <htp://www.fesp.com.br/ambiente/produtos_servicos/downloads/cartlha_licencia- mento_mpes_2ed.pdf >. Acesso em: 30 mar. 2008b. MEMBROS DA COMISSO DE ESTUDO DE QUESTES AMBIENTAIS ELABORADORES DA CARTILHA Coordenador: Teddy Lalande Dixie Toga - teddy.lalande@dixietoga.com.br Secretaria: Mara da Costa Pedro ABTG - ons27@abtg.org.br Daniele de O. Barbosa Inapel - daniele.barbosa@inapel.com.br Giselen Cristna Pascoto Witmann SENAI - gestaoambiental114@sp.senai.br Marcela Ribeiro da Silva Consultora Marcos Botellho Posigraf - botelho.marcos43@hotmail.com Marcos Ueda Papis Primos - marcos.ueda@papeisprimos.com.br Sergio Roberto da Silva Grfcos Burt - ssilva@burt.com.br Silvia Linberger Maqtnpel - silvia@maqtnpel.com.br 19 CARTILHA ABTG - BOAS PRTICAS AMBIENTAIS PARA A INDSTRIA GRFICA Associao Brasileira de Tecnologia Grfica - ABTG Rua Bresser 2315, Mooca So Paulo - SP Email: ons27@abtg.org.br Fone: (11) 2797-6704 Transmi ti ndo conheci mento, f azendo o f uturo. ABTG ANOS Realizao Patrocnio Apoio CARTILHA A B T G B O A S P R T I C A S AMBI ENTAI S PARA A I N D S T R I A GRFI CA