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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS DO PARANÁ -

FACET

Análise da Gestão Ambiental em Postos de Combustíveis do município


da Lapa-Pr

Elielton Matias da Silva1

Luciano J. Pires2

Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo identificar quais são as principais fontes poluidoras em postos
de combustíveis, além de verificar quais devem ser as medidas adotadas por eles para prevenir
contaminações ao meio ambiente. Para o estudo, foram escolhidos três postos de revenda de
combustíveis localizados no município da Lapa-Pr e identificado como cada um realiza os
procedimentos de gestão e prevenção ambiental. Além disto, foram sugeridas medidas de correção
para os itens que se apresentam inconformes de acordo com as normas técnicas e a legislação aplicável
ao assunto.
Palavras chave: Prevenção Ambiental; Postos de Combustíveis; Normas Regulamentadoras.

Abstract
This project aimed to identify the main sources of pollution at gas stations and to verify that the
measures taken to prevent contamination to the environment. In this study, three retail fuel stations
located in the city of Lapa-Pr were chosen in which was identified as each station performs the
procedures of environmental management and prevention. Moreover, it was proposed corrective
measures for the items that appear incorrect in accordance with the technical standards and legislation
applicable to the subject.
Keywords: Environmental Prevention; Fuel Stations; Regulatory Standards.

1. Introdução

O Brasil é hoje um país com estabilidade macroeconômica, de classe média crescente


e que deve se posicionar como o 5º maior mercado consumidor do mundo em 2020, segundo
dados do INVEPAR (2014). O transporte rodoviário é o modal com maior participação no
fluxo de mercadorias e serviços no Brasil, sendo este modal imprescindível ao
desenvolvimento econômico do país. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores - ANFAVEA, o licenciamento de veículos tem aumentado 7,6%
acada ano durante os últimos 7 anos. Neste cenário, aliado ao desenvolvimento do país
aumenta-se também o consumo de combustíveis e lubrificantes para atender toda essa frota,
estimulando ainda o aumento de revendedores de combustíveis e tornando este um setor
estratégico da nossa economia, inclusive que emprega milhares de trabalhadores. Entretanto,
tem-se um dilema: Como impedir que este setor estratégico cresça sem colocar em risco o
meio ambiente? A resposta está na adoção de medidas de controle ambiental adequadas, com
equipamentos e procedimentos eficientes, seguindo a legislação e normas aplicáveis.
Devido à grande importância que tem a questão do desenvolvimento com
Sustentabilidade ambiental deste setor e no intuito de investigar quais são as práticas corretas
e quais são as ações de prevenção realizadas em três postos localizados no município da Lapa-
PR, tomados como base, é que surgiu a oportunidade e o interesse de elaborar o presente
trabalho.

2. Fundamentação Teórica

2.1. Postos de Combustíveis

A Revenda de Combustíveis é uma atividade comercial de utilidade pública,


regulamentada pela lei nº 9.847/99. Somente pode ser exercida pelos estabelecimentos
constituídos sob pessoa jurídica, sob as leis brasileiras, que possuem licença expedida pela
Agência Nacional do Petróleo - ANP, conforme os termos da Portaria 41/2013 da ANP e
ainda que possuam licenciamento ambiental expedida pelo órgão competente referente a
atividade.
No Brasil, a atividade de revenda iniciou-se na segunda década do século passado
com a vinda da empresa Esso ao país. A atividades de prevenção e controle ambiental no
início era bem precárias. "O óleo era comercializado em latas e tambores, nos armazéns. Os
poucos veículos em circulação na época – cerca de 2.400, todos importados da Europa – eram
abastecidos por meio de funis”(FECOMBUSTÍVEIS, 2009). Próximo a 1920, foram
instaladas as primeiras bombas abastecedoras. Neste momento, com o crescimento do número
de veículos, começou a aumentar a quantidade de postos. Diversas leis começaram a surgir de
forma a regulamentar a atividade, separando o varejo (revenda) do atacado (distribuição).
Os postos de combustíveis passaram a fazer parte de um setor importante do país
durante a Ditadura Militar (1964-1985). "Era a época de governos militares e eles defendiam
tudo: o preço de venda, a quantidade de combustível que podia ser fornecida pela
distribuidora e até o horário de funcionamento de postos.". (SENAC, 2008, p.14). Era um
momento em que quase toda a atividade econômica era controlada pelo governo. Esse cenário
mudou a partir de 1990 quando houve abertura do mercado, que passou a se auto regular no
setor.
Em 1971 foi criada a Petrobrás Distribuidora, para atuar no comércio de derivados de
Petróleo em todo o Brasil, sendo que hoje possui a maior parte do mercado de combustíveis
no país. Anos depois, com a entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor, em 1991,
os consumidores se tornaram mais exigentes em suas relações de consumo e setor foi se
desenvolvendo.
A categoria de postos de combustíveis passa hoje por uma luta incessante, primeiro
devido a extensa regulamentação que existe no setor e, principalmente, devido a guerra de
preços ocasionada pela concorrência. Os estabelecimentos de revenda de combustíveis, hoje,
deixaram de ser simples postos de gasolina, local para abastecer, calibrar pneus e trocar óleo e
se tornaram postos de serviços, nos quais garantir a diversidade de serviços, o bom
atendimento, a responsabilidade ambiental passaram a ser itens de planejamento estratégico.
2.2. Legislação Ambiental no Segmento

“O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente, com objetivo preventivo e desde que preenchidos pelo
empreendedor os requisitos normativos exigidos, licencia a construção, a instalação,
a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como
capazes, sob qualquer forma de causar degradação ambiental ( VIANA, 2005, p.3)

A Legislação ambiental específica de postos de combustíveis no Brasil é recente.


Desde os anos 80, várias leis vêm tratando sobre o responsabilidade com o meio ambiente. Na
Constituição de 1988, já foi previsto que incumbe ao Poder Público exigir, para atividades
potencialmente poluidoras, estudo de impacto ambiental na atividade a ser exercida. No
Âmbito Federal, tratam do assunto as Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA nº 273/2000, 314/2002, 319/2002, 357/2005, sendo a Resolução 273 a principal
delas. Já no âmbito estadual, tratam do assunto diversas Resoluções, de acordo com o estado.
No Paraná, região de estudo deste artigo, tratam do assunto a Lei Estadual 14.984 de 2005,
que dispõe, entre outros assuntos, que a localização, construção e modificações de
revendedores dependerão de prévia anuência Municipal, e, por fim, a Resolução nº 21/2011
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, sendo a principal resolução
para fins de licenciamentos ambientais.
Na Resolução 273/2000 do CONAMA, é enfatizado os riscos que a atividade de
armazenamento de combustíveis, tanto subterrâneo quanto aéreo, traz para o meio ambiente,
sendo ainda classificado essa atividade como potencialmente poluidora.
Nesta Resolução, é determinado que construção e ampliação de postos de
combustíveis somente podem ser feitos mediante licenciamento ambiental, e devem respeitar
as devidas normas técnicas da ABNT. É determinado a exigência de obtenção das licenças
ambientais pelo posto, no momento adequado, tais como:
a) Licença Prévia – concedida na fase inicial de planejamento da obra, a qual aprova a
localização e a concepção, verifica se a localização possui viabilidade ambiental e
estabelece condicionantes e exigências a serem cumpridas nas próximas etapas da
construção;
b) Licença de Instalação – autoriza a instalação do empreendimento com as especificações
constantes, na qual é analisada os tipos de equipamentos a serem instalados, é verificado
se todos os equipamentos atendem às normas técnicas da ABNT, além das medidas de
controle ambiental.
c) Licença de Operação – esta licença autoriza a operação do empreendimento, após verificar
se todas as condicionantes anteriormente definidas nas licenças anteriores foram
cumpridas.

Cada uma dessas licenças possui uma série de documentos que precisam ser entregues
ao órgão ambiental no momento do protocolo de solicitação da respectiva licença.
Além de especificar sobre o licenciamento ambiental, a Resolução 273 versa sobre
acidentes ambientais. Estabelece que, nestas ocasiões, o revendedor, o detentor dos
equipamentos e o distribuidor responderão solidariamente pela adoção de medidas
emergenciais para controle da situação e remediação da área, com plano de remedição
previamente apresentado e aprovado pelo órgão competente.
Depois da Resolução 273, veio em 2005 a Resolução nº 357 que dispôs sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
as condições e padrões de lançamento de efluentes. No mesmo ano, a Resolução 362 dispôs
sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
Com esta Resoluções, o controle ambiental no setor passou a ser regulamentado e
desde então os postos de combustíveis passaram a ser melhorados.

2.3. Cuidados Obrigatórios Postos

Segundo o que estabelece a norma 13786 da ABNT, “o posto de serviço deve possuir
equipamentos ou sistemas que evitem a contaminação do subsolo devido a vazamentos,
derramamentos e transbordamentos dos produtos comercializados”. Seguem alguns dos itens
que mais precisam de atenção do operador do posto de combustível de forma a operar com
responsabilidade ambiental e atender a legislação aplicável. As proteções que a norma prevê
são proteção contra vazamento, proteção contra derrame, proteção contra transbordamento e
proteção contra corrosão.

2.3.1. Proteção contra vazamento:

Segundo a norma 13.786 da ABNT, “A proteção contra vazamento deve ser feita por
meio de sistemas associados ou não a equipamentos que evitem a contaminação do subsolo
com produto ou que detectem imediatamente um vazamento”. Para atender essa exigência, a
norma recomenda vários métodos conforme descritos abaixo:
a) Detecção de Vazamento: O posto precisa possuir sistema de controle de estoque, seja
automatizado ou manual, conforme estabelecido na NBR 13.784 e NBR 13.787 ambas da
ABNT. Segundo a ABNT (2005, p.2), “As medições físicas dos combustíveis
armazenados nos tanques podem ser realizadas por sistemas manuais (por exemplo, régua)
ou automáticos (por exemplo, sistemas hidráulicos ou eletrônicos de medição)”.;
b) Ensaio de Estanqueidade: São testes feitos nos tanques periodicamente para verificar a
estanqueidade dos sistemas de armazenamento (tanques e linhas de sucção). “Os ensaios
de estanqueidade podem ser volumétricos ou não volumétricos. Para sua execução o
tanque pode estar vazio, parcial ou completamente cheio, de acordo com o método
adotado” (ABNT, 2005, p.2);
c) Válvula de Retenção: Consiste numa válvula a ser instalada na tubulação, junto a sucção
de bombas ou filtros. Serve para manter a tubulação cheia o tempo todo e evitar que, num
furo na tubulação, o combustível volte para o tanque;
d) Tanques e Monitoramento intersticial: Cada tanque deve ter um sistema de
monitoramento intersticial, que é feito “entre o tanque primário e tanque secundário, para
detecção de vazamentos” (ABNT, 2005, p.2). Para realização deste monitoramento, são
instalados sensores fixos neste espaço intersticial e outros em cada reservatório de
contenção de bombas e tanques, que acionam o escritório do posto em caso de qualquer
vazamento.

2.3.2. Proteção Contra Derrame:

A possibilidade de ocorrer derrames de produtos em postos de combustíveis está


ligada à operação de descarga de combustíveis nos tanques e abastecimento de veículos. Para
evitar que estes derrames contaminem o meio ambiente, devem ser instalados equipamentos
que realizem a contenção desses derramamentos.
A pista de abastecimento deve ser, segundo BONAGURO (2004, p. 72),” piso em
concreto armado, com caimento para o sistema de drenagem que deverá estar localizado
internamente à projeção de cobertura e direcionado para o SAO – Sistema Separador de Água
e Óleo”, ou seja, dotadas de canaletas em seu entorno, para drenagem do resíduo que cai na
pista, sendo essas canaletas ligadas à Caixa Separadora de Água e Óleo.
Segundo o que prevê a SINDIPOSTO (2009, p. 14), é responsabilidade do posto
“inspecionar/limpar semanalmente as caixas de passagem entre a pista de abastecimento e a
CSAO, removendo o barro e colocando-o junto à bacia de contenção específica”, ou seja, as
canaletas da pista precisam estar perfeitamente limpas de forma que escoem todo o resíduo da
pista para a Caixa Separadora sem qualquer obstrução.
As bombas abastecedoras devem ser instaladas sobre câmaras de contenção, que,
conforme o que diz a ABNT (2005, p. 2) são “recipientes estanques usado sob a unidade
abastecedora, para contenção de possíveis derrames e/ou vazamentos”.
A Caixa Separadora de Água e Óleo, segundo a ABNT (2005, p. 3) é um
“equipamento que separa fisicamente produtos imiscíveis com a água”. De acordo com a
NBR 14605-2000, todo efluente oleoso, que são “resíduos oriundos de abastecimento de
veículos, descarga de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo e serviços gerais que
possam contribuir com resíduos oleosos”, devem ser direcionados a um sistema de Drenagem
Oleosa, que tem por função reter os resíduos sólidos sedimentáveis, coletar e conduzir o
efluente oleoso ao SAO – Sistema Separador de Água e Óleo, que tem por função “coletar a
água e óleo, separando a primeira do segundo” (ABNT, 2000). Após o tratamento, os
efluentes, se atenderem os parâmetros exigidos pela Resolução CONAMA 20/1986, podem
ser lançados no corpo receptor, que pode ser rede de coleta de esgoto sanitário, com anuência
do órgão de tratamento de esgoto, ou na rede de águas pluviais, com anuência do órgão
ambiental competente.
Esse parâmetros, estabelecidos pela legislação federal - Resolução CONAMA 20 de
1986 e Resolução CONAMA 357 de 2005, e pela Resolução SEMA 21/2011, devem respeitar
os padrões abaixo:
- óleos e graxas: ≤ 20 mg/L;
- sólidos em suspensão: ≤ 20 mg/L;
- DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) inferior a 100(cem) mg/L;
- DQO (Demanda Química de Oxigênio) inferior a 300 (trezentos) mg/L;
- materiais sedimentáveis: ≤ 1 mL/L.

Ainda segundo a Norma 14.605 da ABNT, o projeto de drenagem deve contemplar a


captação e o destino das águas pluviais, separados do sistema de Separação de Óleo, que deve
receber somente o efluente contaminado.
Existem Caixas Separadoras fabricadas em Alvenaria e caixas industriais, pré-
fabricadas. Os órgãos ambientais, atualmente, exigem o segundo modelo, pois tem placas
coalescentes que filtram óleos e graxas com mais eficiência.
2.3.3. Proteção Contra Transbordamento

A proteção contra transbordamento deve ser exercida mediante mecanismos que


impeçam que os tanques ultrapassem seu nível máximo de capacidade. Para isto, são
necessários dispositivo de descarga selada, câmara de contenção de descarga de combustível,
válvula anti-transbordamento, válvula de retenção de esfera flutuante ou alarme de
transbordamento.
A Pista de descarga de Combustível, que fica sobre os tanques de armazenamento,
deve seguir a mesma especificação da pista de abastecimento. Porém, em cada bocal de
descarga do tanque, deve estar instalado um dispositivo para descarga selada, que é um
“conjunto de equipamentos que permite a operação estanque de descarregamento de
combustível e fechamento do bocal de descarga do tanque” (ABNT, 2005, p. 2). Ainda
segundo a ABNT, essas bocas de descarga devem estar amparados por uma câmara de
contenção, para contenção de possíveis derrames, sendo necessário sua drenagem
frequentemente.
Segundo a ABNT(2005, p.3), “os respiros dos tanques só deve permitir a saída de
vapores”, ou seja, devem ser dotados de um sistema que impeça de sair combustível, seja em
forma de vapor ou por transbordamento. Para resolver este problema, utiliza-se a válvula de
recuperação de vapores, instalada na ponta do respiro e, no tanque, a válvula de retenção
esfera flutuante ou alarme de transbordamento.
A válvula anti-transbordamento é um “equipamento que evita o extravasamento de
combustível durante a operação de descarregamento”, que deve ser instalado dentro do
tanque. Já o alarme de transbordamento deve ser instalado para indicar que o produto
ultrapassou seu nível máximo, que aciona um sinal sonoro quando atingido o limite de 90%
da capacidade do tanque.

2.3.4. Proteção Contra Corrosão

Os tanques de armazenamento de combustíveis, quadro , devem ser construídos


conforme a NBR 13785, sendo de parede dupla e jaquetado. Segundo a ABNT (2005, p.3),
os tanques devem ser construídos “com duas paredes e espaço intersticial, sendo a parede
interna construída em aço-carbono e a externa em material não metálico”. O espaço entre as
paredes dos tanques é chamado interstício, que permite o monitoramento caso ocorra
vazamento. Esses tanques devem passar por uma série de ensaios antes da instalação,
conforme diz a norma. A parede interna assim fica protegida da corrosão ocasionada pelo
solo.
Quadro 1 – Processos de proteção e controle conforme o tipo de contaminação

Fonte: ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 13786/2005.

3. Metodologia de Pesquisa

Para atingir ao objetivo proposto de identificar os riscos ambientais será realizada uma
análise da legislação ambiental aplicável ao setor, junto aos órgãos ambientais, além de
pesquisa bibliográfica sobre o assunto.
Para analisar o perfil dos estabelecimentos será feita uma pesquisa mediante
amostragem com 03 estabelecimentos que comercializam derivados de petróleo na cidade da
Lapa-PR e que possuam licença de Operação junto ao IAP (Instituto Ambiental do Paraná),
visando identificar o perfil destes estabelecimentos (ramo de atividade, porte, localização);
Para concluir, serão analisados os dados e, juntamente com uma pesquisa na legislação
e na bibliografia sobre o assunto, serão identificadas e propostas práticas de prevenção
ambiental.

4. Apresentação dos Resultados

4.1. Relato dos postos Estudados

Foi realizado a visita nos postos da Rede X, conforme quadro 2, situados na BR 476,
na Lapa-PR com objetivo de análise dos cuidados e prevenção ambiental realizados. O posto
A comercializa Gasolina Comum, Etanol, Gasolina Aditivada, Diesel S500, Diesel S10, o
posto B e C, os mesmos produtos, exceto Gasolina Aditivada. Os três possuem licença de
operação vigente, expedida pelo Instituto Ambiental do Paraná.
O Posto A possui licença de Operação vencendo em 2020, quando deverá, além das
demais exigências para renovação da licença, cumprir as condicionantes:
a) Relatório de automonitoramento TRIMESTRAL dos efluentes líquidos após tratamento,
considerando-se pH, DBO, DQO, óleos e graxas e material sedimentado;
b) Relatório de auto monitoramento ANUAL da qualidade da água do lençol freático,
considerando-se BTXE (benzeno, tolueno, xileno e etilbenzeno) e HPA (hidrocarbonetos
poliaromáticos);
c) O efluente líquido final gerado somente poderá ser lançado, direto ou indiretamente em
galeria de águas pluviais após tratamento, com a anuência da Prefeitura Municipal;
d) Apresentação do Certificado ou Lado do Ensaio de Estanqueidade completo do SASC
(linhas, tanques, conexões e tubulações), acompanhado por croqui do estabelecimento e ART;
e) Relatório e/ou Manifesto da destinação dos resíduos sólidos, devidamente comprovado
contendo no mínimo quantidade, descrição, classe e destino dado.
O Posto B possui licença de Operação vencendo em 2016, e deverá, na renovação da
licença, cumprir as mesmas condicionantes propostas ao posto A.
O Posto C está em processo de renovação da Licença Ambiental neste ano. Suas
condiciontes a serem cumpridas, além dos requisitos para renovação impostas na Resolução
SEMA 021/2011, são as mesmas do posto A.
Os três postos praticam diversas ações voltadas ao controle ambiental, porém, na
análise feita, foram identificadas necessidades de melhorias, de forma a tornar a prevenção
ambiental mais efetiva e segura.
Com relação às medidas de proteção contra vazamento e corrosão, os postos A, B e C
possuem todos tanques ecológicos já no modelo de parede dupla, porém, não possuem
sistema de monitoramento intersticial e nem controle automatizado de estoque. Entretanto,
estão em fase de implementação da etapa do monitoramento intersticial e futuramente do
controle automático de estoque.
- Para o posto A, consta um teste de estanqueidade realizado em 2014, para o posto B
consta um teste realizado em 2013 e para o posto C, realizado em 2013. Sendo assim, para os
três postos os testes são válidos até 2018.
Em cada bomba dos postos possuem válvula de retenção na tubulação. Esta
informação foi confirmada junto a empresa que presta serviço de manutenção das bombas.
As medidas tomadas contra derrame também foram analisadas: A pista de
abastecimento do posto A, se encontra com muitas rachaduras e imperfeições, e as canaletas
com sujeiras, estando inadequada para a contenção de combustíveis. No posto B, a pista se
encontra em bom estado, apenas precisando de um reparo nas canaletas. Já do terceiro posto,
a pista foi recentemente reformada e está em bom estado. Com relação às caixas separadoras,
os três postos possuem o sistema de Separação de Água e Óleo, sendo os dois primeiros já
com caixas com placas coalescentes e a última com Caixa Separadora em alvenaria, mas com
planejamento de substituição por Caixa modelo industrial. No Posto A e B foram encontradas
algumas análises da água, em laboratório credenciado ao INMETRO, utilizadas como
monitoramento do efluente tratado. No posto C, no entanto, só foi encontrada uma análise.
As bombas abastecedoras dos três postos são instaladas sobre reservatórios de
contenção de acordo com o que exige a norma.
Com relação às ações de prevenção contra transbordamento, os tanques dos três postos
são dotados de bocal de descarga com adaptador para descarga selada, sendo instalados dentro
de reservatórios de contenção. No entanto, no posto C foi percebido que os reservatórios estão
cheios de água misturada com combustível, ou seja, não são drenados com frequência. Não
foi possível analisar se os postos possuem válvula de transbordamento.
Os respiros dos tanques dos três postos não possuem válvula de recuperação de
vapores. Só há a válvula em um respiro no posto B.

ITEM ANALISADO POSTO A POSTO B POSTO C


Gasolina comum
Gasolina comum Gasolina comum
Etanol
Etanol Etanol
PRODUTOS COMERCIALIZADOS Gasolina Aditivada
Diesel S500 Diesel S500
Diesel S500
Diesel S10 Diesel S10
Diesel S10
PROTEÇÃO CONTRA VAZAMENTO Adequado Adequado Adequado
CONTROLE DE ESTOQUE Manual - em automatização Manual Manual
ENSAIO DE ESTANQUEIDADE 2014 2013 2013
VÁLVULA DE RETENÇÃO –
TUBULAÇÃO Adequado Adequado Adequado
TANQUES PAREDE DUPLAS Adequado Adequado Adequado
SISTEMA DE MONITORAMENTO
INTERSTICIAL Em adequação Em adequação Em adequação
PISTA DE ABASTECIMENTO Inadequado Adequado Adequado
CANALETAS SOBRE A PISTA Inadequado Inadequado Inadequado
CÂMARAS DE CONTENÇÃO NAS
BOMBAS Adequado Adequado Adequado
CAIXA SEPARADORA DE ÁGUA E
ÓLEO Adequado Adequado Inadequado
ANÁLISES TRIMESTRAIS DO
EFLUENTE TRATADO Adequado Adequado Inadequado
CÂMARA DE CONTENÇÃO BOCAIS
DE DESCARGA Adequado Adequado Inadequado
DISPOSITIVO DE DESCARGA SELADA Adequado Adequado Adequado
VALVULA DE RECUPERAÇÃO DE
VAPORES RESPIROS Inadequado Inadequado Inadequado
VALVULA ANTI
TRANSBORDAMENTO Não identificado Não identificado Não identificado

Quadro 2 – Relação de Conformidade de Itens de prevenção ambiental analisados nos postos.

Fonte: Pesquisa (2014)

5. Considerações Finais

Pela pesquisa realizada e casos analisados, concluiu-se que o gerenciamento ambiental


em postos de combustíveis, de fato, é uma atividade a ser tratada estrategicamente, e,
percebeu-se isso nos postos nos quais foi feito visita para análise. Entretanto, algumas
melhorias precisam ser inclusas na infraestrutura dos postos, de forma a tornar a prevenção
contra danos ambientais mais efetiva, tais como:
a) Limpeza frequente de canaletas de drenagem de efluentes líquidos da pista de
abastecimento dos postos, permitindo que o resíduo contaminado escoe, sem qualquer
obstrução, para a Caixa Separadora, local onde será feito o tratamento;
b) Programa de monitoramento trimestral do efluente tratado na Caixa Separadora, de forma
que se identificar parâmetros fora do estabelecido pela legislação, deve ser providenciado o
conserto do Sistema de tratamento;
c) Adequação, no posto C, do sistema de Tratamento de Efluentes, substituindo a Caixa
Separadora de Alvenaria pela Caixa Separadora Industrial com placas coalescentes, e
drenagem dos reservatórios de Contenção sobre os tanques;
d) Adequação da Pista de Abastecimento do Posto A, corrigindo as rachaduras e imperfeições
da pista, tornando-a impermeável sem que apresente qualquer risco de infiltração no solo, do
resíduo que sobre ela cai;
e) Instalação de Válvula de Recuperação de Vapores, nos respiros dos três postos, de forma
que, pelos respiros só saia vapor, sem combustível.
Além disto, continuar as medidas atuais de gerenciamento ambiental é o mais
importante a ser considerado, visto que ações de gerenciamento ambiental devem ser, não
somente em épocas de renovação de licenças ambientais, mas sim, contínuas.

Referências
SENAC. Serviço de Aprendizagem Comercial. Muito Mais que Combustível. Senac Nacional: Rio de
Janeiro, 2008.

ANP. Agência Nacional do Petróleo. Cartilha do Posto Revendedor de Combustíveis. 5 ed.. Rio de Janeiro,
2011.

AYRES, R.U; AYRES, E.H. Cruzando a fronteira da Energia. São Paulo: Brookman, 2012.

VIANA, M, B. Legislação sobre Licenciamento Ambiental: Histórico, Controvérsias e Perspectivas.


Distrito Federal, 2005.

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BONAGURO, Roberto Giaconi. A Atual Situação dos Postos de Gasolina. São Paulo, 2004. Disponível em
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