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FACET
Luciano J. Pires2
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo identificar quais são as principais fontes poluidoras em postos
de combustíveis, além de verificar quais devem ser as medidas adotadas por eles para prevenir
contaminações ao meio ambiente. Para o estudo, foram escolhidos três postos de revenda de
combustíveis localizados no município da Lapa-Pr e identificado como cada um realiza os
procedimentos de gestão e prevenção ambiental. Além disto, foram sugeridas medidas de correção
para os itens que se apresentam inconformes de acordo com as normas técnicas e a legislação aplicável
ao assunto.
Palavras chave: Prevenção Ambiental; Postos de Combustíveis; Normas Regulamentadoras.
Abstract
This project aimed to identify the main sources of pollution at gas stations and to verify that the
measures taken to prevent contamination to the environment. In this study, three retail fuel stations
located in the city of Lapa-Pr were chosen in which was identified as each station performs the
procedures of environmental management and prevention. Moreover, it was proposed corrective
measures for the items that appear incorrect in accordance with the technical standards and legislation
applicable to the subject.
Keywords: Environmental Prevention; Fuel Stations; Regulatory Standards.
1. Introdução
2. Fundamentação Teórica
Cada uma dessas licenças possui uma série de documentos que precisam ser entregues
ao órgão ambiental no momento do protocolo de solicitação da respectiva licença.
Além de especificar sobre o licenciamento ambiental, a Resolução 273 versa sobre
acidentes ambientais. Estabelece que, nestas ocasiões, o revendedor, o detentor dos
equipamentos e o distribuidor responderão solidariamente pela adoção de medidas
emergenciais para controle da situação e remediação da área, com plano de remedição
previamente apresentado e aprovado pelo órgão competente.
Depois da Resolução 273, veio em 2005 a Resolução nº 357 que dispôs sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
as condições e padrões de lançamento de efluentes. No mesmo ano, a Resolução 362 dispôs
sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
Com esta Resoluções, o controle ambiental no setor passou a ser regulamentado e
desde então os postos de combustíveis passaram a ser melhorados.
Segundo o que estabelece a norma 13786 da ABNT, “o posto de serviço deve possuir
equipamentos ou sistemas que evitem a contaminação do subsolo devido a vazamentos,
derramamentos e transbordamentos dos produtos comercializados”. Seguem alguns dos itens
que mais precisam de atenção do operador do posto de combustível de forma a operar com
responsabilidade ambiental e atender a legislação aplicável. As proteções que a norma prevê
são proteção contra vazamento, proteção contra derrame, proteção contra transbordamento e
proteção contra corrosão.
Segundo a norma 13.786 da ABNT, “A proteção contra vazamento deve ser feita por
meio de sistemas associados ou não a equipamentos que evitem a contaminação do subsolo
com produto ou que detectem imediatamente um vazamento”. Para atender essa exigência, a
norma recomenda vários métodos conforme descritos abaixo:
a) Detecção de Vazamento: O posto precisa possuir sistema de controle de estoque, seja
automatizado ou manual, conforme estabelecido na NBR 13.784 e NBR 13.787 ambas da
ABNT. Segundo a ABNT (2005, p.2), “As medições físicas dos combustíveis
armazenados nos tanques podem ser realizadas por sistemas manuais (por exemplo, régua)
ou automáticos (por exemplo, sistemas hidráulicos ou eletrônicos de medição)”.;
b) Ensaio de Estanqueidade: São testes feitos nos tanques periodicamente para verificar a
estanqueidade dos sistemas de armazenamento (tanques e linhas de sucção). “Os ensaios
de estanqueidade podem ser volumétricos ou não volumétricos. Para sua execução o
tanque pode estar vazio, parcial ou completamente cheio, de acordo com o método
adotado” (ABNT, 2005, p.2);
c) Válvula de Retenção: Consiste numa válvula a ser instalada na tubulação, junto a sucção
de bombas ou filtros. Serve para manter a tubulação cheia o tempo todo e evitar que, num
furo na tubulação, o combustível volte para o tanque;
d) Tanques e Monitoramento intersticial: Cada tanque deve ter um sistema de
monitoramento intersticial, que é feito “entre o tanque primário e tanque secundário, para
detecção de vazamentos” (ABNT, 2005, p.2). Para realização deste monitoramento, são
instalados sensores fixos neste espaço intersticial e outros em cada reservatório de
contenção de bombas e tanques, que acionam o escritório do posto em caso de qualquer
vazamento.
3. Metodologia de Pesquisa
Para atingir ao objetivo proposto de identificar os riscos ambientais será realizada uma
análise da legislação ambiental aplicável ao setor, junto aos órgãos ambientais, além de
pesquisa bibliográfica sobre o assunto.
Para analisar o perfil dos estabelecimentos será feita uma pesquisa mediante
amostragem com 03 estabelecimentos que comercializam derivados de petróleo na cidade da
Lapa-PR e que possuam licença de Operação junto ao IAP (Instituto Ambiental do Paraná),
visando identificar o perfil destes estabelecimentos (ramo de atividade, porte, localização);
Para concluir, serão analisados os dados e, juntamente com uma pesquisa na legislação
e na bibliografia sobre o assunto, serão identificadas e propostas práticas de prevenção
ambiental.
Foi realizado a visita nos postos da Rede X, conforme quadro 2, situados na BR 476,
na Lapa-PR com objetivo de análise dos cuidados e prevenção ambiental realizados. O posto
A comercializa Gasolina Comum, Etanol, Gasolina Aditivada, Diesel S500, Diesel S10, o
posto B e C, os mesmos produtos, exceto Gasolina Aditivada. Os três possuem licença de
operação vigente, expedida pelo Instituto Ambiental do Paraná.
O Posto A possui licença de Operação vencendo em 2020, quando deverá, além das
demais exigências para renovação da licença, cumprir as condicionantes:
a) Relatório de automonitoramento TRIMESTRAL dos efluentes líquidos após tratamento,
considerando-se pH, DBO, DQO, óleos e graxas e material sedimentado;
b) Relatório de auto monitoramento ANUAL da qualidade da água do lençol freático,
considerando-se BTXE (benzeno, tolueno, xileno e etilbenzeno) e HPA (hidrocarbonetos
poliaromáticos);
c) O efluente líquido final gerado somente poderá ser lançado, direto ou indiretamente em
galeria de águas pluviais após tratamento, com a anuência da Prefeitura Municipal;
d) Apresentação do Certificado ou Lado do Ensaio de Estanqueidade completo do SASC
(linhas, tanques, conexões e tubulações), acompanhado por croqui do estabelecimento e ART;
e) Relatório e/ou Manifesto da destinação dos resíduos sólidos, devidamente comprovado
contendo no mínimo quantidade, descrição, classe e destino dado.
O Posto B possui licença de Operação vencendo em 2016, e deverá, na renovação da
licença, cumprir as mesmas condicionantes propostas ao posto A.
O Posto C está em processo de renovação da Licença Ambiental neste ano. Suas
condiciontes a serem cumpridas, além dos requisitos para renovação impostas na Resolução
SEMA 021/2011, são as mesmas do posto A.
Os três postos praticam diversas ações voltadas ao controle ambiental, porém, na
análise feita, foram identificadas necessidades de melhorias, de forma a tornar a prevenção
ambiental mais efetiva e segura.
Com relação às medidas de proteção contra vazamento e corrosão, os postos A, B e C
possuem todos tanques ecológicos já no modelo de parede dupla, porém, não possuem
sistema de monitoramento intersticial e nem controle automatizado de estoque. Entretanto,
estão em fase de implementação da etapa do monitoramento intersticial e futuramente do
controle automático de estoque.
- Para o posto A, consta um teste de estanqueidade realizado em 2014, para o posto B
consta um teste realizado em 2013 e para o posto C, realizado em 2013. Sendo assim, para os
três postos os testes são válidos até 2018.
Em cada bomba dos postos possuem válvula de retenção na tubulação. Esta
informação foi confirmada junto a empresa que presta serviço de manutenção das bombas.
As medidas tomadas contra derrame também foram analisadas: A pista de
abastecimento do posto A, se encontra com muitas rachaduras e imperfeições, e as canaletas
com sujeiras, estando inadequada para a contenção de combustíveis. No posto B, a pista se
encontra em bom estado, apenas precisando de um reparo nas canaletas. Já do terceiro posto,
a pista foi recentemente reformada e está em bom estado. Com relação às caixas separadoras,
os três postos possuem o sistema de Separação de Água e Óleo, sendo os dois primeiros já
com caixas com placas coalescentes e a última com Caixa Separadora em alvenaria, mas com
planejamento de substituição por Caixa modelo industrial. No Posto A e B foram encontradas
algumas análises da água, em laboratório credenciado ao INMETRO, utilizadas como
monitoramento do efluente tratado. No posto C, no entanto, só foi encontrada uma análise.
As bombas abastecedoras dos três postos são instaladas sobre reservatórios de
contenção de acordo com o que exige a norma.
Com relação às ações de prevenção contra transbordamento, os tanques dos três postos
são dotados de bocal de descarga com adaptador para descarga selada, sendo instalados dentro
de reservatórios de contenção. No entanto, no posto C foi percebido que os reservatórios estão
cheios de água misturada com combustível, ou seja, não são drenados com frequência. Não
foi possível analisar se os postos possuem válvula de transbordamento.
Os respiros dos tanques dos três postos não possuem válvula de recuperação de
vapores. Só há a válvula em um respiro no posto B.
5. Considerações Finais
Referências
SENAC. Serviço de Aprendizagem Comercial. Muito Mais que Combustível. Senac Nacional: Rio de
Janeiro, 2008.
ANP. Agência Nacional do Petróleo. Cartilha do Posto Revendedor de Combustíveis. 5 ed.. Rio de Janeiro,
2011.
AYRES, R.U; AYRES, E.H. Cruzando a fronteira da Energia. São Paulo: Brookman, 2012.
BONAGURO, Roberto Giaconi. A Atual Situação dos Postos de Gasolina. São Paulo, 2004. Disponível em
<http://engenharia.anhembi.br/tcc-04/civil-33.pdf> Acesso em 12/07/2014.