Alunas: Ana Beatriz Figueiredo Barbosa, Caroline M. Oliveira
A auditoria ambiental compulsória (AAC) é um instrumento obrigatório que tem como
objetivo verificar se uma organização está em conformidade com os requisitos ambientais estabelecidos por leis, resoluções e normas técnicas. Ela é realizada em algumas situações, como no processo licenciatório de cunho ambiental, e tem como finalidade avaliar objetivamente a extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos. Durante a AAC, são avaliados diversos aspectos ambientais, como a gestão de resíduos, o consumo de água e energia, a emissão de poluentes e a preservação da biodiversidade. A partir dessa avaliação, são identificadas as não conformidades e são propostas ações corretivas para que a organização possa se adequar aos requisitos ambientais. Além disso, a AAC pode proporcionar diversos benefícios para a organização, como a minimização de impactos e passivos ambientais, o aumento da competitividade no mercado e a agregação de valor à marca e ao produto. A realização de auditorias ambientais não é obrigatória em todo o cenário nacional. No âmbito federal, a AAC é instituída por resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Além disso, existem legislações estaduais que estabelecem a obrigatoriedade da AAC em determinadas situações. No entanto, é importante destacar que a realização de auditorias ambientais pode ser uma prática voluntária adotada pelas organizações, independentemente da obrigatoriedade legal. A AAC é exigida em atividades ou empreendimentos licenciáveis mediante Estudo de Impacto Ambiental (EIA), entretanto existem empreendimentos que necessitam de licença ambiental, mas estão isentos da apresentação do EIA, e que podem ser objeto de auditorias ambientais, mesmo não estando especificados na legislação. Cabe ao Conselho Estadual do Meio Ambiente aprovar a listagem das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. Sobre os estados analisados, a legislação do Paraná sobre AAC é definida pelo Decreto Estadual nº 2.076/2003. Esse decreto estabelece os critérios e requisitos para a realização da AAC no estado, com o objetivo de verificar se as organizações estão em conformidade com as normas ambientais estabelecidas. O Decreto Estadual nº 2.076/2003 define que a AAC deve ser realizada por profissionais habilitados e independentes, que não possuam vínculo com a organização auditada. Além disso, o decreto estabelece que a AAC deve ser realizada em conformidade com as normas técnicas e procedimentos estabelecidos pelo CONAMA e pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O decreto também define o que deve constar nos documentos da AAC, como o plano de auditoria, itens a serem verificados, relatório final e plano de correção das não conformidades, entre outros. A legislação do Rio Grande do Sul sobre a AAC, por sua vez, é definida pela Lei Estadual nº 10.330/1994, que dispõe sobre a organização do Sistema Estadual de Proteção Ambiental (SISEPRA) e a elaboração, implementação e controle da política ambiental, regulamentando o Art. 252 da Constituição Estadual. Em seu Art. 9º, a lei menciona as auditorias ambientais como parte das atribuições dos órgãos executivos ambientais e entidades a eles vinculadas. Posteriormente, foi instituído o Código Estadual do Meio Ambiente, por meio da Lei Estadual nº 11.520/2000. O código estabelece as normas e os procedimentos para a proteção, conservação e recuperação do meio ambiente no estado do Rio Grande do Sul. Em relação à AAC, o código estabelece que a auditoria ambiental pode ser exigida em atividades ou empreendimentos licenciáveis mediante EIA, mesmo que não estejam especificados na legislação. Em 2014, a Portaria FEPAM nº 127/2014 representou um grande avanço para a temática no estado, apresentando detalhamentos para diversos pontos que estavam em linhas gerais no Código Ambiental Estadual. A portaria estabelece os critérios e requisitos para a realização da AAC em empreendimentos sujeitos à licença ambiental, com base em duas tabelas: uma para os empreendimentos sujeitos à AAC e outra para os empreendimentos também sujeitos ao EIA/RIMA. A legislação de Santa Catarina sobre AAC, por fim, é definida pelo Código Estadual do Meio Ambiente, instituído pela Lei Estadual nº 14.675/2009 e atualizado pela Lei Estadual nº 16.342/2014. O código estabelece as normas e os procedimentos para a proteção, conservação e recuperação do meio ambiente no estado. Em relação à AAC, o código dedica um de seus capítulos ao assunto, estabelecendo que a auditoria ambiental pode ser exigida em atividades ou empreendimentos licenciáveis mediante EIA, mesmo que não estejam especificados na legislação. Além disso, o código estabelece que a Fundação do Meio Ambiente (FATMA) é o órgão responsável pela realização da AAC no estado. No Art. 14 do código, é abordada a competência da FATMA quanto à elaboração de manuais e instruções normativas relativas às atividades de licenciamento, autorização e fiscalização ambientais, visando a padronização dos procedimentos administrativos e técnicos. Vale ressaltar que, apesar de o conteúdo referente à AAC não ter sido alterado pela Lei Estadual nº 16.342/2014, a regulamentação federal e estadual é aplicável no estado.