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AUDITORIA AMBIENTAL

I VCurso de Especialização em Gestão Hídrica e Ambiental


- José Francisco da Fonseca Ramos -

2019

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APRESENTAÇÃO

A presente disciplina de AUDITORIA AMBIENTAL integra o currículo do “I V Curso


de Especialização em Gestão Hídrica e Ambiental”, que tem como objetivo
especializar técnicos em gestão de recursos hídricos e em gestão ambiental, por
meio da modalidade da educação a distância, e aumentar, regionalmente, a
densidade de especialistas sobre essas temáticas.

A questão ambiental se destaca como preocupação de instituições de pesquisa, de


entidades internacionais e dos governos nacionais há, no mínimo, quatro décadas,
desde quando se realizam conferências internacionais sobre o meio ambiente,
sendo as de maior porte e ressonância as promovidas pela ONU, a ponto de nos
últimos anos os cuidados com o Planeta se tornarem tema da sociedade em geral.

As principais alterações ambientais estão associadas à exploração dos recursos


naturais, como os combustíveis fósseis, as florestas, as riquezas minerais e bióticas
dos mares, a transformação das matérias primas pelas indústrias, o comércio dos
produtos, os serviços e o destino dos resíduos materiais e energéticos, cada vez
mais volumosos na sociedade de consumo.

Para fazer frente ao evolutivo processo de degradação do meio ambiente foram


criadas estratégias para sua proteção, onde se incluem os Sistemas de Gestão
Ambiental (SGAs), que são assumidos pelas empresas conscientes, atendendo os
anseios da população mundial e os seus interesses comerciais.

SGAs para serem efetivos e gozarem de credibilidade precisam ser verificados e o


instrumento para isso são as AUDITORIAS AMBIENTAIS, razão da presente
disciplina.

Nos seus capítulos são apresentados elementos conceituais e bases práticas de


auditoria ambiental, sendo dado enfoque para auditorias de sistemas de gestão
ambiental nos moldes da série ISO 14000.

Bons Estudos!

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 04

2 O ASPECTO LEGAL DO MEIO AMBIENTE 09

2.1 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO 11

3 GESTÃO AMBIENTAL 13

3.1 CONCEITOS 14

3.2 A POLÍTICA AMBIENTAL DA EMPRESA 14

3.3 A FAMÍLIA DOS PADRÕES ISO 14000 18

3.4 PRINCIPAIS CLÁUSULAS E SUBCLÁUSULAS DA NORMA DE 19


GESTÃO ISO 14001

3.4.1 Requisitos de Documentação do SGA 20

3.5 A NORMA DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OHSAS 21


18001 : 1999

4 ROTEIRO DE AUDITORIA DE SGA 23

4.1 O PAPEL DOS AUDITORES 41

5 ALTERNATIVA DE METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE ISO 42


14000

6 COMO OBTER A CERTIFICAÇÃO SEGUNDO AS NORMAS ISO 43


9000 OU ISO 14000

BIBLIOGRAFIA

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1 INTRODUÇÃO

As auditorias ambientais ganharam forma na década de 70, quando grandes


acidentes em empresas multinacionais (Bhopal e Union Carbide) tornaram as
Auditorias Ambientais (AA) exigências contratuais, a serem cumpridas por empresas
seguradoras e bancos, nas transações comerciais. Em similaridade com as
auditorias contábeis, que foram introduzidas no Brasil pelas filiais ou subsidiárias de
empresas estrangeiras sediadas no Brasil, estas AA se difundiram também nas
empresas brasileiras devido à certificação de sistema de gestão ambiental segundo
a NBR ISO 14001 e, em alguns estados, devido a leis que exigem que empresas
realizem auditorias periódicas para verificação da conformidade legal. De forma
ampla e conceitual, a auditoria é a ferramenta usada pelas empresas para controlar,
medir e evitar a degradação ambiental mediante um processo que avalia a natureza
e extensão das questões ambientais em qualquer área de atividade, partindo da
premissa de que todos, cada cidadão, cada empresa, cada segmento da atividade
governamental, são contribuintes de uma parcela da poluição, em maior ou menor
intensidade.

A auditoria ambiental é um retrato momentâneo do desempenho ambiental de uma


organização. Assim sendo, a auditoria investiga, por exemplo, a possibilidade de
ocorrer um acidente ambiental ou de a organização não vir a atender aos requisitos
legais, mas não elimina estas não-conformidades, porém proporcionam ao auditado
uma oportunidade para melhorar esse sistema.

A auditoria ambiental é uma investigação documentada, independente e sistemática,


de fatos, procedimentos, documentos e registros relacionados com o meio ambiente.
Ela pode ser usada para atender objetivos próprios de clientes, governo, acionistas,
investidores, seguradoras, etc., o que definirá seu escopo, critérios de aplicação e
resultados.

A norma ISO 19011 define auditoria ambiental como um processo sistemático e


documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências
de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições
ambientais especificados, ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade
com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente.

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A Comissão Européia tem uma definição semelhante: uma ferramenta gerencial
compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva do
desempenho de organizações, gerências e equipamentos, com o objetivo de contribuir para
salvaguardar o meio ambiente, facilitando o controle gerencial de práticas ambientais, e
avaliando o cumprimento de diretrizes da empresa, o que incluiria o atendimento de
exigências de órgãos reguladores e normas aplicáveis.

Dentre várias definições, temos a conceituada pelo Prof. Emílio Lebre La Rovere:

a auditoria ambiental é um instrumento usado por empresas para auxiliá-las a


controlar o atendimento a políticas, práticas, procedimentso ou requisitos
estipulados com o objetivo de evitar a degradação ambiental, sendo considerada
ferramenta básica para obtenção de maior controle e segurança do desempenho
ambiental de uma empresa, bem como para evitar acidentes.

Portanto, quando realizamos uma auditoria ambiental, não estamos tentando auditar
o “ambiente” como tal, mas sim a eficácia de nossos sistemas de gestão ambiental
em obter melhorias do nosso desempenho ambiental, no sentido da proteção do
meio ambiente.

A auditoria não é a mesma coisa que avaliação ou análise. A maioria dos gerentes
ambientais faz uma distinção entre auditorias ambientais de empresas ou
organizações existentes e avaliações ambientais de novos projetos ou
empreendimentos. Já uma análise ambiental pode ser apropriada pra atividades
tanto novas quanto existentes.

Os objetivos específicos da auditoria ambiental são:


 assegurar conformidade com a legislação;
 assegurar conformidade às normas ambientais e códigos de prática;
 atender às preocupações dos grupos que têm interesses na empresa,
incluindo investidores, banqueiros e seguradoras;
 identificar oportunidades de aprimoramento da imagem ambiental da empresa
para melhor aceitação de seus produtos no mercado;
 superar oposição pública às atividades da empresa, fornecendo evidências da
adoção de práticas ambientais sadias;
 identificar oportunidades pra melhorias ambientais, em aspectos tais como
redução de resíduos e introdução de tecnologias mais limpas;
 reduzir a exposição da empresa a riscos e passivos ambientais.

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A classificação da auditoria ambiental, segundo seu objetivo ou finalidade pode ser:

Auditoria de conformidade legal: usada para identificar a conformidade


da unidade auditada com a legislação e regulamentação aplicáveis. As
auditorias de conformidade legal são ainda realizadas para verificar a
concordância dos procedimentos da empresa com os códigos
empresariais e compromissos voluntariamente assumidos pela empresa;

Auditoria de sistema de gestão ambiental: avalia a conformidade do


SGA da organização com os requisitos específicos, por exemplo, com
princípios da ISO 14001. As auditorias de sistema de gestão ambiental
são realizadas para verificação da concordância dos resultados reais da
empresa com os requisitos da norma de gestão ambiental adotada, da
política ambiental, de padrões internos e metas da Companhia, para
verificar o comprometimento e responsabilidades dos administradores,
para avaliar as práticas operacionais, com os objetivos e metas tais como
redução de riscos, limites de emissões, economias de custos, eficiência de
operação, etc., conforme definido em seu escopo (definição inicial sobre
os objetivos da auditoria).

Auditoria de certificação ambiental: É semelhante à auditoria de SGA,


entretanto deve ser conduzida por uma organização comercial e
contratualmente independente da empresa, de seus fornecedores e
clientes e que seja acreditada por organismo específico. No Brasil o
INMETRO é o órgão credenciador. E empresas como a American Bureau
of Shipping Quality Evaluation (ABS-QE), o Bureau Veritas Quality
International (BVQI), etc. são certificadoras de norma ISO 14001.

Auditoria de responsabilidade: destinada a avaliar o passivo ambiental


das empresas.

Estas diferentes modalidades de auditorias podem ser aplicadas a produtos, a


processos e a sistemas. São todos os aspectos, valores e situações que não se
encontram de acordo com as leis, normas, procedimentos e regulamentos

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estabelecidos pela empresa. As normas de gestão ambiental exigem que sejam
redigidos e implantados procedimentos para identificar as não-conformidades,
verificar as responsabilidades e definir as medidas corretivas necessárias.

As auditorias podem ainda ser classificadas quanto à origem (internas ou externas)


ou quanto à iniciativa (impostas ou voluntárias).

As auditorias internas, também chamadas de "auditorias de primeira parte", são


realizadas por pessoal da própria empresa. É selecionado um grupo de pessoas
com bom conhecimento da empresa e de seus processos que, no caso de auditoria
de SGA, iniciará pela análise detalhada da política ambiental, objetivos e metas, dos
passos do SGA e preparação de um questionário a ser respondido nas várias áreas.
É necessário que a auditoria seja realizada por um grupo pequeno de pessoas, pois
é muito difícil uma só pessoa reunir todos os conhecimentos requeridos para realizar
sozinha a auditoria (técnicas de auditoria, conhecimento do assunto ambiental,
conhecimentos dos processos e sistemas da empresa). Os auditores internos devem
ser independentes do departamento ou função da área auditada, para evitar as
influências indesejadas (vínculos de subordinação, amizades, etc.) que podem
influenciar na isenção de julgamento.

As auditorias externas, também chamadas de "auditorias de terceira parte" são


realizadas por pessoas ou empresas externas, o que permite às vezes a
participação de pessoal mais especializado e, sobretudo isento quanto aos
relacionamentos internos da empresa, que podem prejudicar a confiabilidade dos
resultados.

As "auditorias de segunda parte" são aquelas feitas por um cliente na empresa


fornecedora, como parte de um contrato, para inspeção de fabricação, análise do
sistema de qualidade, recebimento, etc.

As auditorias voluntárias são aquelas de iniciativa da própria organização, ou seja,


não há interferência externa quanto a necessidade de realização.
As auditorias impostas são aquelas exigidas pela legislação, por compradores,
seguradoras, clientes, etc.

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As auditorias são realizadas através do exame de documentos e registros,
entrevistas pessoais, inspeções da fábrica, reuniões, medições e ensaios, etc., em
um processo denominado obtenção de "evidências de auditoria", devendo ser
finalizado com relatórios escritos e exposição oral aos níveis elevados da empresa.

A comparação dos objetivos, metas e requisitos legais com os valores reais


alcançados permite concluir sobre o desempenho ambiental do setor que,
consolidado aos outros setores fornece um retrato da situação da empresa.

A freqüência com que a auditoria deva ser realizada depende da importância


ambiental da área envolvida (fatores de risco de desempenho ambiental) e dos
resultados de auditorias anteriores. As áreas de alto risco e que tenham processos
complexos, são auditadas com maior freqüência que as áreas administrativas. Para
a organização como um todo a média recomendada é de três anos, embora seja
comum algumas entidades certificadoras recomendarem uma auditoria a cada 6
meses.

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2 O ASPECTO LEGAL DO MEIO AMBIENTE

Meio ambiente, segundo a definição contida na Lei de Política Nacional do Meio


Ambiente, nº 6.938/81 ( inc. I do art. 3º), é o “conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas”. Esta interação se dá entre o meio ambiente natural, o
cultural, o construído e as relações natureza e homem, conforme normatizado na
Constituição Federal/88 e na legislação infraconstitucional.

Classificação do meio ambiente:

a) Meio ambiente natural ou físico

Composto do solo, água, ar atmosférico, flora e fauna. Tutelado pelos incisos I e VII
do § 1º do art. 225 da Constituição Federal.

b) Meio ambiente cultural

Composto dos bens materiais e imateriais – previstos no art. 216, CF – que


constituem o patrimônio cultural brasileiro artístico, histórico, paisagístico,
arqueológico, turístico. Tutelado pelo art. 215 da Constituição Federal.

c) Meio ambiente artificial

O meio ambiente artificial é constituído pelo conjunto de edificações (espaço urbano


fechado) e dos equipamentos públicos (espaço urbano aberto). Sua tutela
constitucional imediata está expressa no art. 182, no inciso XX do art. 21 e no inciso
XXIII do art. 5º da CF/88.

d) Meio ambiente do trabalho

O meio ambiente do trabalho é a concepção que ultrapassa o limite físico e


considera a saúde do trabalhador condicionada ao meio ambiente equilibrado,
essencial à sadia qualidade de vida, o que é direito constitucionalmente garantido.

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Sua tutela encontra-se inscrita em vários trechos da Constituição Federal/88, sendo
citados os arts. 7º, XXII, e 200,VIII.

Todo este arcabouço constitucional inerente ao meio ambiente deve ser incorporado
na gestão pública ou privada, e, também, por cada indivíduo, conforme capítulo VI
da Constituição Federal/88, que trata o meio ambiente como sendo bem de uso
comum do povo, difuso, pertencente, portanto, a toda comunidade. O artigo 225
dispõe in verbis:

art. 225 –Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.

Adiante, o §3º daquele artigo impõe que as condutas e atividades consideradas


lesivas ao meio ambiente são condenáveis, e, na sua ocorrência, sujeita os
infratores à obrigação de reparar o dano causado, somando-se a sujeição às
sanções administrativas e penais aplicáveis.

Neste sentido, o Manual de Auditoria Ambiental do Tribunal de Contas da União,


alerta que “a omissão por parte do Poder Público de praticar ação exeqüível que
previna o dano, dado o dever de defender e preservar o meio ambiente, pode ser
considerada conduta lesiva ao mesmo” .

Esta posição é sustentada por parte da doutrina, ao atribuir a responsabilidade


objetiva do Ente Estatal, por omissão específica relacionada à falta de serviço,
podendo gerar até o dever de indenizar.

Nota-se, assim, que a intenção do legislador constituinte foi a de incentivar a adoção


de posturas de prevenção dos danos ambientais, baseadas a partir do mapeamento
e monitoramento dos riscos que certas atividades impõem ao meio ambiente.

Esta abordagem constituiu a base do trabalho de França e Oliveira (2005), onde são
destacados dois princípios: o da prevenção que, atrelado ao da cautela (precaução),
evita o risco ambiental. As autoras destacam na Carta Magna seus incisos V e VII do

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§ 1º do artigo 225 que obrigam ação preventiva com vistas ao controle do risco
ambiental. A prevenção é um princípio, visto pela doutrina, inclusive, como um
megaprincípio do Direito Ambiental. Este princípio decorre de outro (precaução),
elencado na Declaração Rio/92 nos seguintes ermos:

De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve


ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas
capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis,
a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como
razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental ( SIRVINSKAS,2003, p. 35).

2.1 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO

A legislação ambiental, em nível global, teve como marco o seu caráter punitivo,
baseado em modelo impositivo de normas de controle, objetivando o
desenvolvimento de novas políticas econômicas com vista à proteção ambiental e
redução dos impactos. Inicialmente, o setor privado, especificamente as indústrias,
responderam a essa legislação com a instalação de equipamentos de controle de
poluição. Esses equipamentos ainda que de alto custo não se revelaram suficientes
para reduzir as agressões ambientais a níveis satisfatórios, o que motivou maiores
pressões nas legislações ambientais no que tange aos setores produtivos, com
normas cada vez mais restritivas, de caráter preventivo, executadas pelos órgãos de
controle ambiental, resultando, como respostas deste setor, a transformação de
seus processos a fim de demonstrar a preocupação com o meio ambiente ao que se
chamam de posições pró-ativas ou criativas, ao invés das posições passivas e
reativas antes utilizadas.

Os esforços, agora direcionados ao cumprimento da legislação e diminuição desses


impactos, ainda geravam altos custos, razão pela qual buscou-se uma terceira
geração de respostas calcadas no gerenciamento ambiental (gestão ambiental), cuja
origem se deu no próprio empresariado.

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Em 1991, foi elaborado um documento denominado “carta empresarial”, formulado
na II Conferência Mundial da Indústria sobre a gestão do meio ambiente (Paris), no
qual foram feitas várias recomendações em forma de princípios destinados ao
empresariado do mundo inteiro. Destaca-se o reconhecimento de que a gestão do
meio ambiente na empresa é importante para o desenvolvimento sustentável, e de
que as organizações deveriam, para tanto, aferir o desempenho das ações sobre o
ambiente, mediante a realização regular das auditorias ambientais.

Todo o arrazoado deste primeiro momento, que a seguir desenvolveremos, mostra a


vertente legal do meio ambiente, e destaca um dos axiomas do direito ambiental, o
princípio da prevenção, que incentivou os gestores a prevenir os danos ambientais,
o que se concretizou mediante a adoção de modelos de gestão ambiental baseados
no mapeamento e monitoramento dos riscos, subsidiados pela auditoria ambiental
que atua como ferramenta de avaliação deste sistema de gestão ambiental.

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3 GESTÃO AMBIENTAL

Podemos definir gestão ambiental como uma interação de um agente externo que
recebe a degradação ambiental por ele mesmo causada. Na visão organizacional,
esse agente externo pode ser um Departamento de Produção ou qualquer outro
responsável por causar um impacto ambiental poluidor.Com isso, dá-se início a um
conjunto de ações que possam trazer algum benefício para a entidade: é o processo
de gestão ambiental. Os benefícios esperados podem ser, por exemplo: a
diminuição ou total eliminação de tratamentos de saúde; o aumento da produção e
das vendas, por acesso a mercados específicos para produtos e empresas que
tenham uma preocupação com a preservação do meio ambiente; a ausência de
multas; a não incorrência de riscos de indenizações a terceiros, e todos diretamente
relacionados a problemas causados ao meio ambiente.

Conclui-se, portanto, que a gestão ambiental pode monitorar e mapear riscos


gerando, como efeito, a mitigação dos impactos negativos ao meio ambiente a partir
da incorporação de uma visão sistêmica, dando origem ao sistema de gestão
ambiental. Conseqüentemente, este sistema corresponde à estrutura,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para implementar
e manter a gestão ambiental, definida esta como sendo parte de toda a função
gerencial de uma organização que desenvolve, implementa, executa, revê e mantém
a sua política ambiental. A implantação de um sistema de gestão ambiental requer
os seguintes elementos:

 Comprometimento da alta gerência: difusão dos princípios ambientais, política


organizacional, pessoal especializado.
 Política ambiental: visão sistêmica, interação entre fatores internos e
externos. Deve considerar objetivos, posicionamento, partes interessadas e
aprimoramento contínuo.
 Planejamento: identificação dos aspectos ambientais mais importantes; dados
 confiáveis; situação ambiental da empresa; Programa de Gestão Ambiental:
cronograma, custo e pessoal.
 Implementação e operação: disponibilização de recursos; comunicação entre
os interessados; documentação.

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 Monitoramento e ações corretivas: identificar pontos de não-conformidade –
auditorias ambientais; sistema integrado com metas ambientais da empresa.
 Revisões no gerenciamento: análise do desempenho ambiental, financeiro e
comercial; aprimoramento contínuo.

3.1 CONCEITOS

A seguir são apresentados conceitos adotados nos modelos de gestão ambiental


praticados pelas organizações, em suas ações, políticas e estratégicas.

Política ambiental: são as intenções e os princípios em relação ao desempenho


ambiental global, que provê uma estrutura para ação e definição de seus objetivos e
metas ambientais (deve ser declarada) – NR ISO 14001. Na visão pública, há de se
ter visão holística desta política ambiental que atua entre os diversos setores, saúde,
educação, saneamento, obras, pulverizados nos muitos órgãos da administração
direta e indireta.

Processo participativo da sociedade: Guarda correlação a um dos princípios


básicos do direito ambiental que é o Princípio Democrático, onde cada cidadão deve
ter direito assegurado a participar das políticas públicas ambientais.

Avaliação de desempenho: o monitoramento de metas ambientais da empresa.

Aprimoramento contínuo: significa conscientizar seus empregados ou membros da


política ambiental da empresa, dos impactos ambientais significativos.

Planejamento: é uma regra básica para o meio ambiente porque somente ações
planejadas podem conservar os recursos naturais para as gerações futuras. De
forma conceitual, através do planejamento alcançamos a eficiência.

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3.2 A POLÍTICA AMBIENTAL DA EMPRESA

a)Propósito da Política Ambiental


A preocupação com a conservação do meio ambiente está se tornando uma
constante nos últimos tempos. Vários movimentos estão pressionando as
organizações e os governantes para tornarem as regulamentações cada vez mais
rígidas, exigindo das empresas uma postura ambiental correta. Com isso o produto
que possui o ISO 14000 (ou qualquer outro de sua família) é visto de uma outra
maneira, pois ele possui um diferencial competitivo, e isso mostra à sociedade que a
empresa é comprometida com a preservação ambiental. A ISO 14000 já se tornou
um passaporte para a exportação de produtos para a Europa.

A política ambiental de uma empresa descreve como a organização pretende


diminuir os impactos de suas atividades sobre o ambiente. Para empresas que já
têm a certificação da ISO 14001, a política ambiental é definida como:

“uma declaração escrita feita pela organização sobre as suas intenções e princípios
com relação a seu desempenho ambiental, provendo um referencial para a ação e
para o estabelecimento de seus objetivos e metas ambientais”.

Não é usual incluir-se os próprios objetivos e metas em uma Declaração de Política


Ambiental. Nós simplesmente declaramos que tais objetivos e metas foram de fato
estabelecidos e que existe uma organização e um programa gerencial adequados
pra alcançá-los.

b) Elaboração da Declaração de Política Ambiental

A Declaração de Política Ambiental deve conter, de acordo com a ISO 14001, no


mínimo os seguintes compromissos:

 aprimoramento do desempenho ambiental, incluindo a redução na poluição e


na geração de resíduos;
 estabelecimento de objetivos e metas de melhoria ambiental;

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 conformidade com toda a legislação ambiental aplicável, regulamentações,
protocolos internacionais e códigos de prática da indústria;
 tornar a política disponível ao público.

c)Avaliação Preparatória

A maioria das empresas que busca a certificação ISO 14001 irá precisar conduzir
algum tipo de avaliação ambiental preparatória antes que sua Declaração de Política
Ambiental possa ser formulada. Isto não requer muito tempo, necessariamente –
uma semana ou duas são normalmente suficientes para analisar e descrever o
status atual da empresa no que diz respeito a seu desempenho ambiental, e para
esboçar em seguida uma política ambiental.

A Avaliação Preparatória deve atender quatro áreas principais:

 exigências legais e de órgãos reguladores;


 avaliação e registro de impactos ambientais significativos;
 práticas e procedimentos de gestão ambiental existentes;
 análise de incidentes, acidentes e emergências anteriores.

O produto resultante de tal análise é normalmente um Relatório de Análise Técnica


que identifica possíveis deficiências com relação aos requisitos da norma (“Gap
analyses”) e fornece um plano de ação para saná-las. A declaração de Política
Ambiental elaborada neste estágio inicial é na verdade apenas um esboço: a
declaração final somente surge mais tarde na seqüência de implementação, e
mesmo assim sujeita a ser emendada de tempos em tempos.

d) Exemplo de uma Declaração de Política Ambiental

De acordo com a política ambiental da empresa Amazon Alimentos S.A., inalterada


desde 1996, ela continuará a reconhecer e exercer suas responsabilidades para:

 resolver seus próprios problemas de poluição e conservação ambiental;

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 prevenir a poluição na fonte onde e sempre que possível;
 desenvolver produtos que tenham um efeito mínimo sobre o meio ambiente;
 conservar os recursos naturais através da utilização de métodos de
recuperação e outros apropriados;
 assegurar que suas instalações e produtos atendem e apóiem os
regulamentos de todos os órgãos federais, estaduais e locais;
 prover treinamento ambiental apropriado a todos os empregados e
ativamente promoverá e estimulará a busca da excelência ambiental não
apenas na própria empresa, mas também junto a todos os seus fornecedores
e clientes;
 desenvolver meios eficazes para responder a acidentes ou emergências,
contribuindo assim para evitar ou minimizar danos ambientais;
 auxiliar, sempre que possível, órgãos governamentais e outras organizações
oficiais dedicadas a atividades ambientais.

e) Motivos para implantação de um sistema de gestão ambiental (ISO 14000)

Motivos Externos: pressão do cliente; alta concorrência do mercado e Restrição de


comércio através de regulamentações de mercado (ex.: CEE).

Motivos Internos: convicção, acreditar nos benefícios que o sistema proporciona;


política corporativa e estratégia de competitividade.

f) Benefícios para a empresa

 Proporciona uma ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez mais
a eficiência e eficácia dos serviços;
 Proporciona a definição clara de Organização, com responsabilidades e
autoridades de cada função bem estabelecidas;
 Promove a capacidade dos colaboradores para o exercício de suas funções,
estruturadas a partir de seleções, treinamentos sistemáticos e avaliação de
desempenho;
 Reduz custos através de uma maior eficiência e redução do desperdício, o
que aumenta a competitividade e participação no mercado;

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 Aumenta a probabilidade de identificar os problemas antes que eles causem
maiores conseqüências.

3.3 A FAMÍLIA DOS PADRÕES ISO 14000

ISO 14001:1996 Sistemas de Gestão Ambiental – Especificação com guia para


utilização
ISO 14004:1996 Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios,
sistemas e técnicas de apoio.
ISO 14010:1996 Diretrizes para Auditorias Ambientais – Princípios gerais da
auditoria ambiental.
ISO 14011:1996 Diretrizes para Auditorias Ambientais – Procedimentos de autitoria,
, Auditorias de Sistemas de Gestão Ambiental.
ISO 14012:1996 Diretrizes para Auditorias Ambientais – Critérios de qualificação
para auditores ambientais.
ISO 14015:2001 Aspectos Ambientais de Instalações e Organizações.
ISO 14020:2000 Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Gerais.
ISO 14021:1999 Rótulos e Declarações Ambientais – Rotulagem Ambiental.
ISO 14024:1999 Rótulos e Declarações Ambientais – Rotulagem Ambiental: Tipo I –
Princípios e procedimentos.
ISO/TR 14025:2000 Rótulos e Declarações Ambientais – Rotulagem Ambiental: Tipo
III – Declarações Ambientais.
ISO 14031:1999 Avaliação de Desempenho Ambiental.
ISO/TR 14032:1999 Avaliação de Desempenho Ambiental – Estudos de caso.
ISO 14040:1997 Avaliação de Ciclo de Vida – Princípios e Diretrizes.
ISO 14041:1998 Avaliação de Ciclo de Vida – Análise de Inventário do Ciclo de
Vida.
ISO 14042:2000 Avaliação de Ciclo de Vida – Avaliação de Impacto.
ISO 14043:2000 Avaliação de Ciclo de Vida – Interpretação.
ISO/TR 14047 Avaliação de Ciclo de Vida – Exemplos de Aplicação da 14042.
ISO/TS 14048:2002 Avaliação de Ciclo de Vida – Formato da documentação dos
dados.
ISO/TR 14049:2000 Avaliação de Ciclo de Vida – Exemplos de Aplicação da 14042.

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ISO 14050:2002 Gestão Ambiental – Termos e definições.
ISO/TR 14061:1998 Informações para auxiliar as Organizações Florestais na
utilização das normas de Gestão Ambiental ISO 14001 e ISO 14004.
ISO/TR 14062:2002 Gestão Ambiental – Integração de aspectos ambientais no
desenvolvimento e design de produtos.
ISO/WD 14063 Gestão Ambiental – Determinadas Comunicações Ambientais –
Orientações e exemplos.
ISO/AWI 14064 Orientações sobre medidas, divulgação e verificação de emissões
de gases estufa, de entidades e projetos.
ISO 19011:2002 Orientações para Auditorias de Sistemas de Gestão de Qualidade
e/ou Gestão Ambiental (esse padrão substitui a ISO 14010, 14011 e 14012).
ISO Guide 64:1997 Guia para inclusão de Aspectos Ambientais em Normas de
Produtos.
ISO/IEC Guide 66 Requerimentos Gerais para corporações que operam avaliações
e certificações/registros de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).

3.4 PRINCIPAIS CLÁUSULAS E SUBCLÁUSULAS DA NORMA DE GESTÃO ISO


14001 (Observação: as numerações de itens abaixo são as da ISO 14.001).

4.1 Generalidades
4.2 Política ambiental
4.3 Planejamento
4.3.1 Aspectos ambientais
4.3.2. Requisitos legais e outros requisitos
4.3.3 Objetivos e metas
4.3.4 Programa(s) de gestão ambiental
4.4 Implementação e operação
4.4.1 Estrutura e responsabilidade
4.42 Treinamento, conscientização e competência
4.4.3 Comunicação
4.4.4 Documentação do sistema de gestão ambiental
4.4.5 Controle de documentos
4.4.6 Controle operacional
4.4.7 Preparação e atendimento a emergências
4.5 Verificação e ação corretiva
4.5.1 Monitoramento e medição
4.5.2 Não-conformidade e ações corretiva e preventiva
4.5.3 Registros
4.5.4 Auditoria do sistema de gestão ambiental
4.6 Análise crítica pela administração 4.6 4.1.3 Análise crítica pela administração

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3.4.1 Requisitos de Documentação do SGA

Dos vários aspectos de um SGA, é de muita importância a documentação. Da


mesma forma que em um Sistema de Gestão Integrado, o SGA tem três níveis de
documentação: o nível A, do Manual de Sistema; o nível B, de Manuais de
Procedimentos e o nível C de Instruções.

Manual de Gestão Ambiental


Esse Manual reúne a política ambiental, os objetivos, metas e programas, e
documenta funções e responsabilidades importantes sob o SGA, além de explicar
como a empresa trata das cláusulas da norma ISO 14001. É o documento mais
importante para o controle do impacto ambiental da empresa. Deve ser visto como o
documento sinalizador que orienta o exame de toda a documentação do SGA.

Manual de Procedimentos
Esse Manual estabelece procedimentos, verificações, e controles para todas as
funções, atividades e processos que de outro modo teriam um impacto sobre o meio
ambiente. Ele descreve os sistemas para monitorar o progresso alcançado em
relação as metas, e as ações corretivas a serem adotadas na hipótese de não-
conformidades, além de formar a base para a maioria das atividades de auditoria
ambiental.

Cadastros e Instruções Ambientais


Este nível de documentação inclui os vários métodos de amostragem,
monitoramento, e os próprios valores de metas ambientais. Pode também incluir
instruções sobre atividades ligadas a Saúde e Segurança, tais como emergências e
controles de incidentes.

Aqui também são acomodados cadastros ambientais como:

 Cadastro (ou Resumo) de Regulamentações Ambientais;


 Cadastro de Aspectos Ambientais

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Nenhum dos dois constitui uma exigência absoluta da ISO 14001, mas a maioria dos
gerentes ambientais consideram-nos indispensáveis para discutir qualquer aspecto
do SGA.

Outros Documentos e Registros


São aqueles que podem ser requeridos para os propósitos do SGA:
 cronogramas de auditorias, planos de auditoria e checklists, relatórios de não-
conformidades. ações corretivas e relatórios de incidentes, reclamações;
 relatórios de progressos obtidos pelo programa de melhoria de desempenho
ambiental;
 autorização de processo (alvará de funcionamento da planta industrial) e
outros dados e relatórios de controle operacional;
 documentação relativa à gestão de resíduos, registros dos transportadores,
detalhes sobre notas de transferências e de consignação;
 atas das reuniões e análises pela administração que tenham como foco o
SGA;
 planta das instalações e todos os documentos relativos a ampliações e
planejamento;
 comunicações com os órgãos reguladores.

3.5 A NORMA DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OHSAS 18001 : 1999

Reúne um conjunto de especificação para certificação com a intenção de ajudar as


organizações a formularem políticas e objetivos de saúde e segurança de acordo
com os requisitos legais e os perigos de OH&S (Saúde Ocupacional e Segurança) e
as avaliações de risco associadas. A OHSAS 18001 especifica os requisitos para um
Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança. Esses requisitos devem ser
implementados pela organização e certificados por um corpo de certificação para se
qualificar para a certificação.

O Sistema de certificação OHSAS foi desenvolvido por uma associação de


corporações ou grupos de padronizações nacionais, entidades de certificação e

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consultorias especialistas em resposta a uma demanda urgente dos clientes por
uma norma para sistema de gestão de saúde ocupacional e segurança.

A Norma OHSAS foi lançada em Abril de 1999. Ela se compromete com os


princípios colocados pela BS 8800 (Guia para Sistema de Gestão de Saúde
Ocupacional e Segurança), que é uma instrução emanada da Instituição Britânica de
Padrões em 1966. Além disso, uma instrução correspondente a OHSAS 18001 foi
lançada em Janeiro de 2000. Esse documento é o OHSAS 18001: Sistema de
Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança – Instruções para a implementação da
18001”.

A norma OHSAS 18001 foi desenvolvida para ser compatível com os padrões de
Sistema de Gestão ISO 9001 (Qualidade) e a ISO 14001 (Ambiental), para facilitar a
integração dos sistemas de gestão dos três aspectos. A OHSAS 18001 por não ser
uma norma ISO não pode ser certificada isoladamente, mas as suas especificações
são certificadas juntamente com as normas que regem os sistemas de gestão de
qualidade e ambiental.

Benefícios da OHSAS
Os benefícios da implementação de um Sistema de Gestão OH&S sistemático e
efetivo incluem o seguinte:

 Redução do número de ferimentos no pessoal através de prevenção e


controle dos acidentes no local de trabalho.
 Redução do risco de acidentes maiores.
 A garantia de mão de obra bem qualificada e entusiástica pela satisfação das
crescentes expectativas de seus empregados
 Redução de perdas materiais causadas por acidentes e na interrupção da
produção.
 Atendimento da possibilidade de um sistema de gestão integrado incluindo
qualidade, meio ambiente e saúde e segurança.
 Garantia de que a legislação apropriada é considerada ativamente.
 A realização da crescente importância de OH&S para a imagem pública.

22
4 ROTEIRO DE AUDITORIA DE SGA

As normas de referência para auditoria de SGA são as seguintes:

Norma NBR ISO 19011 – diretrizes para auditoria de sistemas de gestão de


qualidade e/ou gestão ambiental.

Recomenda-se seguir o roteiro abaixo apresentado para a realização de uma


auditoria (nesta seqüência está sendo imaginada uma auditoria externa, se for
interna devendo ser consideradas as necessárias adaptações). Acredita-se que seja
importante que a equipe responsável pela implantação de um sistema de gestão
ambiental conheça o processo de realização da auditoria, para que exista uma
melhor compreensão do papel de cada um dos participantes e seja entendido o
modo de trabalho dos auditores, facilitando-se o relacionamento auditor-auditado.
Um clima de entendimento da importância da auditoria e do seu modo de realização
colabora para o sucesso final. Existem diferenças no modo de trabalho entre as
empresas certificadoras ou consultorias independentes, porém de um modo geral,
pode-se dizer que os passos principais são :

a) Atividades preliminares

1) Definição da realização da auditoria


2) Seleção do auditor líder
3) Informações preliminares sobre a empresa auditada
4) Seleção da equipe de auditoria
5) Planejamento da auditoria pela equipe
6) Obtenção de informações na empresa
7) Reunião preparatória

b) Auditoria propriamente dita

8) Levantamento do sistema de gerenciamento ambiental


9) Análise dos pontos fortes e pontos fracos da empresa
10) Análise de indícios de conformidades e não conformidades
11) Avaliação global dos dados levantados

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12) Preparação do relatório preliminar

c) Atividades finais da auditoria

13) Reunião de encerramento


14) Entrega do relatório final e demais providências

Definição da realização da auditoria

Essa definição é feita pela direção da empresa, mostrando o interesse em realizar a


auditoria. No caso mais amplo, o interesse pela auditoria é definido pelo denominado
"Cliente", que pode ser a Diretoria da empresa, o Presidente, o Conselho de
Administração, ou outros com poderes para definir a realização desse trabalho. Por
exemplo o Conselho de Administração pode ser o cliente que contrata a auditoria
para uma das fábricas do grupo. Devem ser definidos pelo Cliente os objetivos da
auditoria (devendo ser documentado).

Seleção do auditor líder

O cliente (ou um representante designado, comumente chamado de "representante


da administração") deverá escolher o auditor líder, ou confiar que a empresa
contratada selecione e lhe indique um auditor-líder, a quem caberá uma grande
parcela de autoridade e responsabilidade em todas as ações decorrentes. O auditor-
líder, em concordância com o Cliente deverá determinar a abrangência e escopo da
auditoria (extensão e limites, se total ou cobrindo apenas algumas unidades ou
áreas específicas da empresa). Os objetivos e escopo devem ser comunicados ao
auditado antes da realização da auditoria, que somente poderá ser iniciada se o
auditor-líder estiver convencido de que :

 existem informações suficientes e apropriadas a respeito do objeto da


auditoria;
 existe cooperação adequada por parte do auditado; e
 há recursos adequados para apoiar o processo.

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O auditor-líder será o responsável final por todas as fases da auditoria, devendo ter
uma boa experiência e capacidade gerencial, liderança e autoridade para tomar
decisões finais com relação é condução da auditoria.

Ele representará a equipe de auditoria perante a gerência do auditado, e caberá a


ele todo o trabalho de condução da auditoria e elaboração e apresentação do
relatório final.

Informações preliminares sobre a empresa auditada

O auditor-líder, com o auxílio do gerente ambiental, deverá realizar uma análise


preliminar da unidade a ser auditada (definida pelo item 1), coletarão informações
iniciais sobre a empresa, os processes existentes, os aspectos ambientais
relacionados aos produtos e serviços, o sistema de gerenciamento ambiental
implantado, a importância ambiental da área a ser auditada e resultado de auditorias
anteriores e outras informações relevantes, de modo a identificar as especialidades
requeridas dos auditores e preparar um material informativo inicial para a futura
equipe. Também como preparação, ele deverá listar os critérios e padrões a serem
empregados na auditoria.

O auditor líder deverá também informar é fábrica ou unidade auditada os objetivos e


metas da auditoria (identificação de conformidades).

Com o contratante, o auditor líder deverá definir por escrito o escopo da auditoria, as
responsabilidades das partes envolvidas e as necessidades e exigências para a
realização do trabalho. Deverá ficar bem claro o apoio que a empresa deve prestar d
equipe de auditores, facilitando-lhes o acesso às instalações e documentos,
fornecendo guias e outros recursos necessários e informações aos funcionários os
objetivos da auditoria.

Como foi mencionado, a norma ISO 19011 recomenda que a auditoria somente seja
realizada se o auditor líder estiver convencido de que existem informações
suficientes e apropriadas sobre o objeto da auditoria, recursos adequados para
apoiar o processo de auditoria, e a cooperação necessária por parte do auditado.

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Seleção da equipe de auditoria

O auditor Líder deverá selecionar os componentes da equipe de auditoria,


participando essa escolha à empresa. Deve ser verificada a independência dos
auditores em relação à área auditada, ausência de preconceitos de qualquer tipo,
não poderão ocorrer conflitos de interesse nem idéias ou fatos do passado que
prejudiquem uma completa isenção. É imprescindível que os auditores selecionados
possuam os conhecimentos, habilidades e experiência requeridos àquele tipo de
auditoria a ser realizado, dentro da área coberta por cada um.

Planejamento da auditora pela equipe

A equipe de auditoria, nesta fase, deverá se preparar para a auditoria propriamente


dita. A primeira etapa consistirá em receber as orientações do auditor-líder, ouvir sua
explanação sobre o material por ele levantado no item 3, sobretudo a respeito do
sistema de gerenciamento ambiental da empresa e dos objetivos a serem atingidos,
identificação das unidades organizacionais a serem auditadas, cronograma das
reuniões e requisitos de confidencialidade. Deverá ser feita também uma clara
atribuição de responsabilidades entre os auditores. Deverá, a seguir, ser feito o
planejamento detalhado da auditoria, com gráficos de Gantt (tempos esperados para
as atividades de maior duração, datas de início e fim) e outras ferramentas
gerenciais de planejamento (atividades, tempos, responsabilidades, redes de
precedência, etc.), e definidos os métodos de trabalho e os critérios da auditoria.
Segundo a norma ISO 14011, critérios de auditoria são as “políticas, práticas,
procedimentos ou requisitos, tais como os definidos na NBR ISO 14001, e se
aplicável, quaisquer requisitos adicionais do SGA, em relação aos quais o auditor
compara as evidências da auditoria, coletadas sobre o sistema de gestão ambiental
da organização”.

Deverão ser preparados pela equipe os formulários para relatar as observações de


auditoria e documentar evidências (que darão suporte às conclusões dos auditores)
e listas de verificação (ckeck lists) com os questionários de auditoria, a serem
respondidos nas primeiras reuniões na fábrica, bem como os procedimentos de

26
auditoria, caso necessário. Os critérios devem ser objeto de acordo entre o auditor-
Líder e o cliente, e comunicados ao auditado, tendo o grau de detalhamento
adequado. O plano de auditora deverá ser suficientemente flexível, para permitir
eventuais mudanças na ênfase com que alguns assuntos serão tratados,
dependendo das informações que serão coletadas durante o desenrolar da auditoria
(as listas de erificação devem ser vistas como um guia e não como um trilho).

Deverão ser preparadas as listas de dúvidas e pontos a serem esclarecidos nas


primeiras reuniões. Todos os documentos de referência deverão ser identificados,
tais como a norma que “contra a qual” a auditoria se referencia, o manual de
qualidade ambiental, etc.. Também deverá ser definida a linguagem da auditoria
(caso particular de sua realização fora do Brasil). A equipe deverá preparar a
agenda da auditora, realizar os preparativos de viagens se necessário (passagens,
hotéis, etc.). O auditor-líder deverá encontrar-se com o gerente da fábrica ou
unidade, combinar a agenda de reuniões das várias áreas e transmitir a lista de
questões iniciais, bem como solicitar uma lista de problemas ambientais
anteriormente ocorridos, Os auditores deverão ter conhecimento dos procedimentos
de emergência e de segurança das instalações em que irão trabalhar, para evitar
riscos pessoais. Obtenção de informações da empresa Recebendo as respostas
iniciais da empresa, a equipe de auditores deverá estudar esse material e, se for o
caso, reavaliar os questionários a serem aplicados na auditoria. Após o
levantamento do material, deverão der confirmadas com a empresa as datas da
auditoria, reserva e prontificação de salas de reuniões, recebendo-se da empresa a
lista de pessoas (com funções) que ficarão com a responsabilidade de recepcionar e
assessorar os auditores. Esse pessoal deverá ser informado sobre os documentos
que deverão ter sob mãos para o início dos trabalhos.

Reunião preparatória

Deverá ser realizada, se julgado conveniente, uma reunião preparatória alguns dias
antes do início da auditoria, ou no primeiro dia da própria auditoria entre a equipe de
auditores e a equipe da fábrica. Em alguns casos, é recomendável que exista até
mesmo uma pré-auditoria (com cerca de dois dias de duração), como ferramenta de
preparação.

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O auditor-líder, depois de apresentar a equipe de auditores, deverá explicar todos os
passos que serão cumpridos nos trabalhos de auditoria, apresentar (e rever, se for o
caso) o escopo, a abrangência e os planejamentos, os métodos que serão
empregados, os critérios de auditoria, o prazo para finalização dos trabalhos, definir
os canais de comunicação oficiais entre as equipes de auditores e auditados,
confirmar a disponibilidade de recursos e facilidades solicitados, confirmar a hora e a
data de reuniões entre as equipes, horários das visitas e auditorias a cada local da
empresa, esclarecer quaisquer dúvidas a respeito do plano de auditoria e discutir os
pontos principais dos documentos e material anteriormente recebidos. O processo
de auditoria deve ser concebido para proporcionar um nível desejado de
confiabilidade das constatações e conclusões, tanto para os auditores como para o
cliente.

A equipe da fábrica deverá assegurar a disponibilidade dos documentos solicitados.


Estudo do sistema de gerenciamento ambiental (trabalho de campo) O sistema de
gerenciamento ambiental é composto pela estrutura organizacional,
responsabilidades, práticas, procedimentos, procedimentos, processes e recursos
para implementara-o do gerenciamento ambiental (definição da BS 7750).

A equipe de auditoria deverá verificar de que forma a administração da fábrica ou


unidade realiza o gerenciamento de todas as atividades relacionadas ao controle
ambiental, se ela compara os resultados obtidos (desempenho) com os valores
especificados como requisitos, e quais são e como atuam os mecanismos de
controle para garantir esse cumprimento em um processo contínuo.

Os auditores deverão procurar indicativos e evidências que demonstrem o


cumprimento (conformidades) ou descumprimento (não-conformidades) dos
compromissos assumidos e requisitos da norma. As atividades da auditoria estão
sujeitas a incertezas, já que o processo é baseado em amostragens. Estas
constatações podem ser dos seguintes tipos:

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 físicas: constatações e observações visuais do auditor, na observação dos
instrumentos e equipamentos da fábrica. A calibração dos instrumentos
deverá ser verificada, antes de confiar plenamente nos seus resultados;
 documentais: observações dos registros e medidas feitas anteriormente, bem
como das atividades previstas e efetivamente realizadas quanto ao sistema
de gerenciamento ambiental;
 declamatórias: observações colhidas a partir de depoimentos do pessoal da
fábrica durante as entrevistas; de preferência, esses indícios deverão ser
confirmados por um dos dois métodos anteriores, com fatos e dados.

Uma das partes importantes da auditoria é a realização de entrevistas (termo


“auditoria” = ouvir), visitas aos vários locais da fábrica relacionados a emissões,
processos, etc., que se complementam com a análise dos documentos da empresa
e realização de alguns ensaios e testes de amostras, para confirmar medições.
Nessa fase deverão ser confirmadas (através de um dos métodos acima) as
informações prestadas pela empresa na fase de Atividades Preliminares. Todas as
informações obtidas deverão ser documentadas e interpretadas, para serem
utilizadas como evidências de auditoria. As informações obtidas de entrevistas e que
pareçam indicar não conformidades, deverão ser confirmadas por outras fontes
(registros, medidas, observações físicas, documentos, etc.).

Deverão ser obtidas, entre outras, as seguintes informações (também denominadas


indícios):

 existência real do sistema de gerenciamento ambiental (não somente no


papel);
 confrontação completa dos requisitos da norma ambiental adotada com o
material apresentado pela empresa (política, procedimentos, etc,);
 verificação da conformidade das instalações com as legislações federais,
estaduais e municipais, atualidade das licenças de órgãos ambientais
governamentais;
 responsabilidades reais das pessoas alocadas ao sistema de gerenciamento
ambiental e comprovação de treinamentos desse pessoal;

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 verificação da possibilidade de existência de conflito de interesses, com a
mesma pessoa trabalhando em uma atividade produtiva e no equipe de
qualidade ambiental da empresa (facilitador, por exemplo);
 aspectos ambientais dos produtos e atividades e modo como a empresa
controla esses aspectos;
 desempenho real do fábrica (emissões e descargas, quantidades recebidas
de matéria prima, uso de água e de energia, armazenagem de produtos
químicos e outros materiais perigosos, etc.);
 identificação e classificação dos resíduos perigosos;
 identificação do destino final dos resíduos, bem com das condições de sua
armazenagem e transporte
 visita e inspeção das vizinhanças do fábrica, observação emissões, ruído,
etc.;
 verificação da existência de queixas de vizinhos e da comunidade;
 levantamento do histórico de problemas ambientais da empresa;
 levantamento de resultados de auditorias anteriores para, comparação com a
situação atual, verificar as ações de melhoramento contínuo:
 levantamento de resultados de inspeções de órgãos governamentais;
 identificar os passivos ambientais da empresa (depósitos de resíduos
perigosos, condições do aqüífero sob o terreno da empresa e vizinhanças,
ações trabalhistas relacionadas a problemas ambientais, etc.);
 identificar os gastos incorridos com a correção de problemas ambientais;
 análise dos procedimentos elaborados para uso em situações de emergência
(planos de contingência);
 verificação da existência e desempenho de controles e alarmes para prevenir
de situações de risco (visando desligamento seguro);
 análise do sistema empregado para identificar e corrigir as deficiências
observadas (através de inspeções e auditorias internas);
 verificação da efetividade do treinamento de pessoal para as funções ligadas
à qualidade ambiental.

A qualidade e quantidade das evidências devem permitir a auditores competentes,


trabalhando independentemente e sob as mesmas condições, obter constatações
similares na avaliação das mesmas evidências.

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Os auditores, bem como os futuros usuários dos resultados da auditoria devem estar
conscientes de que as evidências coletadas são apenas uma amostra das
informações disponíveis (o período de tempo e os recursos são limitados), portanto
existindo sempre elementos de incerteza no processo. Por isso, o auditor ambiental
deve se empenhar em obter evidências suficientes (constatações isoladas
significativas e conjunto de constatações menos significativas). O auditor deve se
sentir "confortável" com as evidências, ou seja, deve ter persistência na busca de
evidências até que ele considere que elas são suficientes para permitir um bom
julgamento da questão.

Tendo em vista a importância da entrevista no processo de auditoria (lembrando ser


essencial ao auditor saber ouvir), são indicadas a seguir algumas recomendações
sobre como se comportar e agir na realização da entrevista:

 O auditor deve apresentar-se (se a fase anterior ocorreu por telefone ou


correspondência) ao responsável pela auditoria na empresa, ter pontualidade
e cumprir a agenda combinado em todas as atividades, iniciando os trabalhos
com alguma conversa amigável (para quebrar o gelo). Recomenda-se que o
auditor chegue na unidade a ser auditada um pouco depois do horário de
chegada do auditado (cerca de 20 min, para dar tempo que o auditado
resolva algum problema urgente) e se retire um pouco antes do horário de
saída do auditado (pelo mesmo motivo);
 O auditor deverá informar sobre o tipo de informações de interesse, para a
obtenção de evidências de conformidades e não conformidades;
 O auditor deve permanecer dentro dos objetivos da auditoria, com
persistência e evitando desvios (falar de jogo de futebol, etc.) e ações de
contra-auditoria (boicotes, falta de cooperação, etc.);
 O auditor deve permanecer atento a quaisquer indicações que possam alterar
os resultados da auditoria e possivelmente indicam a necessidade de uma
nova auditoria (nota: o normal é realizar uma auditoria de 3 - 4 dias, das 08 às
17 horas);

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 O auditor deverá fazer o possível para que a entrevista seja com uma única
pessoa de cada vez; da mesma forma, dois auditores não devem auditar ao
mesmo tempo itens diferentes em um mesmo local;
 O auditor deverá tratar o entrevistado com cordialidade, sem arrogância ou
superioridade, devendo agir de maneira ética;
 O auditor deverá falar com calma, com cortesia, voz relativamente baixa, ser
objetivo e amigável, evitar discussões, evitar o uso de palavras complicadas
ou gíria, manter a atenção e comunicação não verbal (distância correta,
aperto de mãos no início e final, etc.);
 O auditor deverá evitar que a situação de auditoria conduza a uma inibição
excessiva do auditado (situação, por exemplo, de realizar uma entrevista com
um operário na presença do Presidente da Empresa, com quem o operário
provavelmente nunca teve contato anterior);
 O auditor deverá manter o senso de proporção, mantendo uma visão
verdadeira e justa (nota: o auditado tem todo o direito de implantar um SGA
como ele queira, desde que ele siga os tópicos da norma, não
necessariamente da forma que o auditor prefira. Isto não pode constituir
motivo para uma não-conformidade);
 O auditor não poderá, de forma alguma, envolver-se em problemas internos
da empresa ou de relações problemáticas entre pessoas e não criticar
qualquer aspecto da administração (manter-se isento e limitado ao escopo da
auditoria);
 O auditor deverá perguntar sobre o tipo de trabalho do entrevistado;
 O auditor deverá fazer anotações resumidas durante a entrevista;
 O auditor deverá fazer uma pergunta de cada vez, e aguardar com calma a
resposta, evitando comentários;
 O auditor deverá evitar influenciar o entrevistado com seus comentários, e
sobretudo evitar induzi-lo a conclusões (é importante não confundir auditoria
com consultoria);
 Ao final, o auditor deverá registrar o nome completo e função do entrevistado,
agradecendo a cooperação.

Conforme recomenda a norma ISO 14011, as informações obtidas através de


entrevistas devem ser verificadas pela obtenção de informações de suporte de

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fontes independentes, tais como observações, registros e resultados de medições.
As declarações não verificáveis devem ser assim identificadas.

Análise dos pontos fortes e fracos da empresa.


(Nota: esta etapa pode ser cumprida em uma auditoria interna se for constante do escopo e propósito
pretendidos. Ela não é usualmente realizada em uma auditoria externa de certificação).

Nesta fase dos trabalhos os auditores deverão analisar os sistemas de controle das
empresas, para identificar seus pontos fortes e fracos. Os itens analisados serão:

 Pessoal: avaliação de sua formação, treinamento e experiência, relacionados


às funções desempenhadas que tenham vínculos com os sistemas com
repercussão no meio ambiente. Motivação do pessoal e sua conscientização
quanto ao desempenho ambiental da empresa. Conhecimento da legislação
traduzida em procedimentos internos, além de normas e regulamentos.
Atribuição clara de responsabilidades.

 Controle de configuração do projeto: existência de mecanismos de verificação


das aprovações de um projeto relacionado ao controle ambiental, em
particular prevendo as ações não rotineiras durante a operação.

 Controles internos: existência de listas de verificação que permitam uma


verificação periódica do desempenho ambiental da empresa, de modo a
possibilitar uma ação rápida para corrigir desvios nos padrões ambientais
estabelecidos.

 Controle de avarias, folhas, incidentes e acidentes: existência de alarmes que


permitam identificar avarias e falhas que possam vir a causar incidentes e
acidentes. Verificação do treinamento do pessoal para cobrir esses eventos,
conduzindo em casos extremos ao desligamento seguro da planta, e
procedimentos para alertar autoridades, direção da empresa e população
vizinha.

 Sistema de registro de informações e dados: verificação dos registros de


atividades relacionadas ao desempenho ambiental, leis, regulamentos,

33
normas, etc., comparando os valores especificados com aqueles efetivamente
atingidos.

 Avaliação dos riscos para a empresa, relacionados aos acidentes potenciais e


da facilidade de remediar.

Esses riscos podem ser associados a efeitos classificados em quatro tipos :

a) Críticos: envolvem a perda de vidas humanas, grandes prejuízos materiais e


grandes danos ao meio ambiente (externo é empresa),

b) Significativos: envolvem prejuízos materiais e danos ao meio ambiente


significativos;

c) Reduzidos: envolvem prejuízos materiais de média intensidade, danos ao meio


ambiente restritos à área da empresa;

d) Marginais: envolvem pequenos prejuízos materiais e danos desprezíveis ao meio


ambiente.

Análise de indícios de conformidades e não conformidades

Após a auditoria de todas as atividades previstas no planejamento, a equipe de


auditores deve reunir todas as suas observações para determinar quais devem ser
relatadas como não-conformidades, as quais devem ser identificadas em termos de
requisitos específicos da norma ISO 14001 ou outros documentos com base nos
quais a auditoria foi realizada. A equipe auditora deve garantir que as não-
conformidades sejam expostas de maneira clara, concisa e apoiadas por evidências
objetivas. Quando várias não-conformidades se referirem a um mesmo assunto, elas
devem ser agrupadas e registradas somente uma vez (por exemplo, se for
constatado uso de documentos obsoletos em 5 áreas diferentes da empresa, não
serão 5 não-conformidades e sim 1 não-conformidade, ocorrendo em 5 locais).

34
Devem também ser identificadas as não-conformidades potenciais para aspectos
ambientais importantes, como parte de um processo preventivo. Esse
reconhecimento poderá ser feito com base em um estudo de FMEA (Análise de
Modos de Falha e seus Efeitos), estudos aprofundados de confiabilidade
(probabilidades de falhas), análise de tensões em partes criticas do sistema por
melo de elementos finitos, etc., apresentados ou solicitados pelo auditor. Dessa
forma, a gerência do fábrica poderá a priori tomar ações preventivas para essas
falhas potenciais (introdução de redundâncias, reforços estruturais, melhoria de
controles, etc.).

Lembre-se que a não-conformidade somente deverá ser aberta se o auditor


tiver os três elementos designados como "RVC": Requisito da norma, Violação
e Caso (evidência objetiva). Todas as observações de não conformidades
devem ser conhecidas pela gerência do auditado.

Avaliação global de dados levantados

Os resultados da auditoria deverão ser baseados em fatos comprovados por


evidências documentadas e possíveis de serem reconstituídas.

Esta fase poderá ser realizada cumprindo os seguintes passos:

 Participação à equipe da fábrica das não-conformidades principais;

 Interação entre os membros da equipe de auditores para rever as


observações sobre áreas comuns, e assegurar a totalidade das informações
(atuação como um time);

 Revisão de resultados de amostras;

 Preparação de um resumo de resultados e conclusões parciais;

 Análise crítica dos resultados, evitando generalidades;

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 Preparação da reunião de encerramento.

Preparação do relatório preliminar

O relatório deverá ser preparado em linguagem clara, precisa e concisa. Ele deverá
estar fortemente apoiado em fatos e dados, citando os eventos e os itens de
regulamentos, leis ou normas que não estão senão cumpridos, se for o caso. Ao
final deste capítulo estão colocadas, como sugestões, duas folhas padronizadas
para acompanhamento de auditorias, sobretudo as internas. O conjunto dessas
folhas, para todas as áreas analisadas, fornece subsídios para os relatórios
preliminar e final.

As seguintes recomendações são aplicáveis:

 Evitar colocar generalidades.

 Ser conciso, com preferência ao uso de frases curtas, com precisão.

 Mencionar as referências de leis, regulamentos, diretrizes internas, etc., ao


registrar uma não-conformidade (qual a fonte).

 Evitar conclusões que não possam ser provadas. Por exemplo, evitar colocar
“não foram feitas inspeções mensais nos extintores de incêndio”, e sim “não
foram obtidos registros das inspeções mensais nos extintores de incêndio,
exigência constante do item... do Procedimento Operacional...”.

 Evitar inserir conclusões vagas, como por exemplo “a equipe da brigada de


incêndio não está suficientemente treinada e equipada" e sim colocar, por
exemplo: "a equipe 3 de combate a incêndio não demonstrou rapidez nas
ações de combate a incêndio do tipo B (em tanque de combustível) durante
exercício realizado em 14/04/96. O estado do material não foi considerado
satisfatório, com as mangueiras apresentando vazamentos e perda de
pressão”.

36
 Evitar críticas citando nomes de pessoas. Por exemplo: "Manuel Soares não
vem entregando os relatórios de emissão de poluentes na descarga...", e sim
"O setor de registro de poluentes na descarga não está senão mantido
atualizado".

O relatório preliminar deverá ser apresentado formalmente na reunião de


encerramento. Para que não surjam dúvidas e controvérsias importantes,
recomenda-se que o auditor Líder realize antes uma reunião com o responsável
geral pela auditoria na fábrica para relatar as não-conformidades, convocando-se
outros participantes de cada um dos lados (auditores ou fábrica) caso necessário.
Caso o escopo da auditoria tenha previsto esta atividade, a auditor-líder deverá
incluir sugestões de melhoria no Sistema de Gestão Ambiental da empresa, a partir
dos fatos levantados e de suo experiência e da equipe de auditores.

Reunião de encerramento

A reunião de encerramento deverá ser realizada com os objetivos de apresentar as


constatações da auditoria aos auditados, com a presença de toda a equipe de
auditores e o gerente da fábrica e sua equipe, sendo interessante que os gerentes
conheçam todos os resultados da auditoria antes dos escalões mais altos da
empresa, dentro da filosofia de gerenciamento responsável. É importante que o
pessoal da empresa perceba que a auditoria foi fortemente baseada em fatos e
dados comprováveis, sendo esta a ocasião apropriada para a solução de
divergências ou dívidas de ambas as partes. O auditor Líder deverá conduzir a
apresentação, devendo ser redigida uma nota de reunião. É importante que a alta
administração do auditado (o "Cliente", ou o "Representante da Administração")
participe da reunião e entenda claramente os resultados da auditoria.

As seguintes recomendações podem ser seguidas para um bom desenvolvimento


dos trabalhos:

 Apresentar os objetivos da reunido e um panorama geral da auditoria antes


de entrar em detalhes específicos;

37
 Indicar as metas da auditoria, o modo de sua realização, os participantes na
empresa;

 Apresentar em detalhes cada não-conformidade registrada no relatório


preliminar;

 Verificar se os participantes estão bem compreendendo todos os pontos


apresentados. Responder às dúvidas e solicitar esclarecimentos às suas
dúvidas, se existirem;

 Registrar todos os comentários feitos pelo pessoal da fábrica, em ata de


reunião;

 Encerrar a reunido agradecendo a cooperação.

Atividades finais da auditoria

As atividades finais consistem na elaboração do Relatório da Auditoria (relatório


final) e sua distribuição à alta direção da empresa (contratante da auditoria). É
recomendável enviar uma cópia ao gerente do fábrica auditada, a menos que o
cliente explicitamente proíba essa iniciativa. O relatório final deverá ser preparado
sob a responsabilidade do auditor-líder, que deverá datá-lo e assiná-lo.

Deverão ser registrados o local, organização ou unidade auditada, época da


realização da auditoria (data de início e duração), objetivos e escopo inicial
acordado, critérios acordados em relação aos quais a auditoria foi realizada,
documentos de referência contra os quais a auditoria foi conduzida, funções
auditadas, equipe de auditores, equipe da empresa representantes do auditado,
padrões de referência, declaração explícita de confidencialidade dos resultados,
descrição sumária do processo de auditoria e principais resultados, observações de
não-conformidades, conclusões da auditores e outras informações relevantes como
por exemplo um julgamento da equipe auditora quanto à extensão do atendimento à
norma ISO 14001. Deverá ser indicada a lista de distribuição de exemplares desse

38
relatório. Deverão ser indicados tanto os pontos positivos quanto os negativos
observados, levando em conta os comentários havidos na reunião de encerramento,
bem como um sumário do processo de auditoria, incluindo quaisquer obstáculos
encontrados.

Ele deverá registrar comentários sobre o cumprimento de leis e regulamentos,


indicar os pontos observados nos quais há riscos de responsabilização legal dos
gerentes e dirigentes da empresa, apresentar sugestões de ações corretivas e
melhorias dos processos se definido com o cliente previamente a realização desse
trabalho (principalmente das causas fundamentais, ou causas raiz das não-
conformidades ou das causas potenciais é ocorrência de não-conformidades, em
uma abordagem preventiva) indicando idéias de custos para implementação dessas
melhorias (se isso fizer parte do escopo contratado), fazer comparações entre o
desempenho de unidades do mesmo grupo (caso já tenham sido feitas auditorias
ambientais nessas unidades). A linguagem deverá ser clara, precisa e concisa,
devendo-se procurar adotar um enfoque pró-ativo, ou seja, é melhor apresentar
sugestões de melhorias do que apontar erros.

O relatório deverá, em sua conclusão estabelecer claramente se o Sistema de


Gestão Ambiental do auditado está em conformidade com a Norma ISO 14001 e
com os critérios de auditores da norma ISO 14011, ou outras normas e, em se
tratando de uma auditoria de certificação ele deverá recomendar ou não é direção
da entidade certificadora a concessão de certificação. É muito importante que exista
uma completa observância da confidencialidade dos resultados, dados obtidos e
informações de documentos, processos, pontos fortes e pontos fracos da empresa
auditada, por questões éticas. Os relatórios emitidos constituem-se em propriedade
do cliente, e somente poderão ser distribuídos e divulgados com a sua permissão
expressa e formal.

Após a análise do relatório e decisões gerenciais da empresa no sentido de


implementar as correções e melhorias necessárias, (corretivas ou preventivas,
priorização das não conformidades quanto aos riscos ambientais, com designação
de pessoal e liberação de recursos materiais e financeiros), é possível que a equipe
de auditoria seja solicitada para realizar uma inspeção rápida para verificação das

39
ações, emitindo-se um relatório sucinto. Ou, por outro lado, se houver acordo prévio
com o cliente, o auditor poderá apresentar recomendações para a realização de
ações corretivas das não-conformidades.

As auditorias ambientais, como qualquer tipo de auditoria, recolhem apenas


amostras daquilo que é a situação real das empresas, devido ao tempo limitado e às
dificuldades de bservação. É muito importante que a equipe de auditoria, e
principalmente os usuários das informações e resultados, estejam conscientes das
limitações e incertezas decorrentes desse processo. Estes elementos devem ser
considerados na tomada de decisões que possam afetar os trabalhos da empresa,
recomendando-se uma análise mais aprofundada do problema quando houver
dúvidas sobre assuntos muito importantes.

4.1 O PAPEL DOS AUDITORES

Não deve confundir auditoria com fiscalização. O auditor apenas verifica o


cumprimento dos critérios que são objeto da auditoria e informa o resultado ao
cliente. Na fiscalização, as falhas observadas resultam em sanções. O trabalho do
auditor é preventivo, por isso ele deve ser visto como um colaborador, um parceiro.
Não é objeto da auditoria o fornecimento de soluções para as não-conformidades
detectadas. É essencial que o auditor de SGA entenda o processo de gestão da
organização, conhecendo as atribuições, as responsabilidades, os procedimentos e
a forma de comunicação dos funcionários, não restringindo a uma avaliação dos
documentos, dos procedimentos e das operações da empresa.

A auditoria externa deve ser feita por profissionais qualificados e idôneos, sem
qualquer vínculo com a empresa. O auditor expressará opinião a respeito do
segmento auditado, apresentando parecer sobre o escopo e a confiabilidade dos
trabalhos dos auditores internos, quando houver, e identificando as possíveis falhas.
Na auditoria interna, os auditores são funcionários da própria empresa, previamente
treinados. O objetivo é o aperfeiçoamento dos critérios internos de desempenho da
empresa, além da prevenção de acidentes. Sua função é prevenir e identificar
eventuais não-conformidades.

40
Quanto maior a organização e maior o seu potencial de degradação ambiental, mais
complexo é o seu SGA e, conseqüentemente, os objetivos da auditoria. Em algumas
corporações o SGA está incorporado às áreas de saúde, segurança e/ou qualidade.
Nesse caso, a auditoria de SGA será conduzida em conjunto com auditorias das
demais áreas.

41
5 ALTERNATIVA DE METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE ISO 14000

A tabela a seguir mostra de forma com algumas variações de enfoque a


Metodologia de Implantação de um Sistema de Gerenciamento Ambiental de acordo
com a ISO 14000, com cronograma e carga horária estimados.
Meses
Etapas 1 2 3 4 5 6 7
Conscientização da Alta Administração X
Organização para a Gestão Ambiental e Política X
Ambiental
Diagnóstico detalhado dos impactos, Aspectos e X
Legislação Ambiental.
Treinamento ISO 14000 para Comitê X
Definição do Programa de Gestão Ambiental X
Definição de Procedimento de Controle Operacional X X X
na Unidade
Definição de Procedimento de Controle Operacional X X
nas Áreas Administrativas
Definição dos Objetivos e Metas Ambientais X X X
Sensibilização ISO 14000 e Política Ambiental para X X X
o Sistema Ambiental
Manual de Gestão Ambiental ou Manual de Gestão X
Integrado
Formação de Auditores Internos para o Sistema X
Ambiental
Realização de Auditoria Interna / Diagnóstico X
Independente
Análise Documental pela Entidade Certificadora X
Correção das não Conformidades decorrentes da X
Auditoria Interna / Diagnóstico Independente
Pré-Auditoria pela Entidade Certificadora (opcional) X
Auditoria de Certificação pela Entidade Certificadora X
Carga Horária Estimada (h) 80 56 48 40 48 48 32

42
6 COMO OBTER A CERTIFICAÇÃO SEGUNDO AS NORMAS ISO 9000 OU ISO
14000

Após implantação do Sistema de Garantia da Qualidade (ISO 9000) ou do Sistema


de Gestão (ISO 14000), a empresa deve solicitas a certificação de seu Sistema. A
certificação á efetuada por um Organismo Certificador que, no âmbito do Sistema
Brasileiro de Certificação – SBC, determinado através de resolução do CONMETRO,
deve estar credenciado junto a INMETRO para exercer tal atividade.

1. Pré-Avaliação
 Empresa contata Certificadora;
 Certificadora encaminha questionário de avaliação preliminar à
Empresa;
 Certificadora recebe questionário respondido, analisa documentação e
realiza pré-auditoria;
 Empresa promove correção das não conformidades.

2. Avaliação
 Auditoria do Sistema nas instalações da Empresa;
 Certificadora analisa o relatório de auditoria;
 Caso aprovada emiti-se o certificado, senão dado um prazo para
correção das não conformidades e realizada nova auditoria.

3. Pós-Avaliação
A certificação tem acompanhamento constante (auditorias a cada seis meses), para
verificar a continuidade da conformidade do Sistema da Empresa aos requisitos da
Norma. A Certificadora tem o poder de suspender, cancelar ou revogar o certificado
obtido pela Empresa.

43
ATIVIDADE 1

a) Uma empresa do setor químico pretende aumentar seu capital e coloca


ações novas na bolsa de valores. O seu departamento de Marketing fez um
programa de divulgação da empresa e precisa publicar informações sobre
seu desempenho ambiental. Que tipos de auditorias devem existir na
empresa para que o seu marketing seja mais convincente. Desenvolva a
resposta com explanações, argumentações e justificativas.
b) Um fundo de pensões muito forte pretende comprar grande parte das
ações postas à venda. A indústria química tem cinco unidades de produção
e uma delas será fechada no prazo de seis meses, quando todas suas
atividades serão transferidas para outra unidade mais moderna situada no
litoral, não muito distante das praias. Que auditorias o fundo de pensão
solicitará que sejam aplicadas no grupo industrial, para ter mais elementos
fundamentais ao negócio a ser feito. Desenvolva a resposta com
explanações, argumentações e justificativas.

ATIVIDADE 2

Faça uma declaração de política ambiental detalhada para uma das seguintes
empresas, com no mínimo 15 itens.

a) Uma empresa de transporte de combustíveis que trabalha com uma frota


de caminhões tanque e outra de balsas. Ela tem um programa de gestão
ambiental.
b) Uma empresa madeireira que planta, corta, beneficia e exporta a madeira.
c) Uma loja de departamentos grande, pertencente a uma rede nacional.

44
ATIVIDADE 3

Faça, para uma das empresas exemplificadas no segundo exercício (ou outra de
sua escolha):

a) Um Manual de Gestão Ambiental, ou


b) Um Manual de Procedimentos.

Esse exercício, como os anteriores, implica em imaginação ou observação sobre


o funcionamento da empresa escolhida e na aplicação do conteúdo exposto na
apostila.

45
BIBLIOGRAFIA

Curso de Gestão e Planejamento Ambiental (ENS 5125), tema 07 – Auditoria


Ambiental, de autoria do Prof. Dr. Sebastião Roberto Soares, UFSC.
http://www.ens.ufsc.br/~soares/ens_5125.htm, acessado em 07/01/2007.
Auditoria Ambiental como Instrumento de Gestão, apostila da (COPPE-UFRJ) de
autoria de Celeste França e Rita de Cássia Correia Guedes de Oliveira.
www.tce.pe.gov.br/xsinaop/adm_arquivo/acesso.asp?co_arquivo=51&arquivo=OFICI
NA09_02.PDF, acessado em 07/01/2007.
Auditoria Ambiental: apostila do curso de AA apresentado pelo Prof. Dr. David G.
Jones (JPD training Ltd., London) em conjunto com a PROENCO BRASIL, R.J.
Material de diversos “sites” da Internet: de empresas de consultoria, de cursos, da
ISO, etc... A seguir, alguns exemplos:
http://www.qualidade.eng.br/
http://www.ibps.com.br/index.asp?idmenu=&Idnoticia=2566
file:///D:/Auditoria%20Ambiental/Mundo%20do%20Qu%C3%ADmico%20ISO%2014
000.htm
http://www.preservaambiental.com.br/treinamentos/index2.htm
http://www.scielo.br/pdf/rem/v59n1/a007.pdf
http://www.uneptie.org/outreach/wssd/home.htm
http://www.google.com/search?as_q=+apostila&hl=pt-
BR&rls=GGLR%2CGGLR%3A2006-
07%2CGGLR%3Aen&num=10&btnG=Pesquisa+Google&as_epq=Auditoria+Ambient
al+&as_oq=&as_eq=&lr=&as_ft=i&as_filetype=&as_qdr=all&as_occt=any&as_dt=i&a
s_sitesearch=&as_rights=&safe=images

Bibliografia sugerida em Curso de Gestão e Planejamento Ambiental (ENS 5125), de


R. S. Soares:
Abdalla de Moura, L. A. Qualidade e gestão ambiental : sugestões para implantação
das normas ISO 14000 nas empresas. São Paulo : Editora Oliveira Mendes, 1998
ABNT. NBR ISO 14001, 14004, 19011 e demais da série ISO 14000.
Chehebe, J. R. Análise do ciclo de vida de produtos : ferramenta gerencial da ISO
14000. Rio de Janeiro: Qualitymark editora Ldta, 1998.

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Donaire, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo : editora atlas, 1995.
Edwards, A. J. ISO 14001 : Environmental Certification. Step by Step. Burlington, MA
(USA) : Elsevier, 2004.
Ferrão, P. C. Introdução à gestão ambiental ; a avaliação do ciclo de vida de
produtos. Lisboa (Portugal) : IST press, 1998.
Philippi Jr et all, editores. Curso de gestão ambiental. Barueri, Sp : Manole, 2004
Instituto Herbert Levy/Gazeta Mercantil/Sebrae/Ibama. Gestão Ambiental.
Compromisso da empresa. 1996.

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Oliveira, (COPPE-UFRJ).
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2000.
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patrimônio público. In: Prêmio Serzedello Corrêa 1996. Brasília: TCU, 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO nº 14001.
Disponível em:
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de
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______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em: <www.silex.com.br>.
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