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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Lei n. 10.261/1968 – Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado
de São Paulo

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 10.261/1968 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo

Sumário
Diogo Surdi

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Estatuto dos Servidores................................................................................................................. 4
1. Direito de Petição......................................................................................................................... 4
2. Regime Disciplinar. . ..................................................................................................................... 4
2.1. Deveres........................................................................................................................................ 5
2.2. Proibições. . ................................................................................................................................. 6
2.3. Responsabilidades................................................................................................................... 8
2.4. Penalidades............................................................................................................................... 9
3. Processo Administrativo Disciplinar......................................................................................12
3.1. Processo por Abandono do Cargo ou Função e por Inassiduidade.. ..............................16
3.2. Recurso e Revisão................................................................................................................... 17
4. Disposições Finais. . ................................................................................................................... 18
Questões de Concurso.................................................................................................................. 20
Gabarito............................................................................................................................................42

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Diogo Surdi

Apresentação
Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos as disposições exigidas no edital anterior com relação ao
Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo, que está expresso na Lei Estadual
n. 10.261/1968.
Para isso, faremos uso dos artigos 239 a 323 da norma objeto de estudo.
Grande abraço e boa aula!
Diogo.

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ESTATUTO DOS SERVIDORES


1. Direito de Petição
De acordo com o artigo 239, temos a previsão de que:

É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de pagamento, o direito de


petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de direitos.

Neste sentido, qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou conduta
incompatível no serviço público. Além disso, temos a garantia de que, em nenhuma hipótese,
a Administração Pública poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição,
sob pena de responsabilidade do agente.

 Obs.: Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, bem como de pedir


reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 dias, salvo previsão legal
específica.

Vejamos a literalidade dos artigos relacionados com o direito de petição:

Art. 239. É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de pagamento, o


direito de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de direitos.
§ 1º Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no ser-
viço público.
§ 2º Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar
a petição, sob pena de responsabilidade do agente.
Art. 240. Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, bem como, nos termos desta
lei complementar, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo
previsão legal específica.

2. Regime Disciplinar
Vamos compreender a origem do Regime Disciplinar relembrando alguns conceitos de
Direito Administrativo, mais precisamente dos poderes hierárquico e disciplinar.
De acordo com a doutrina, é por meio do Poder Disciplinar que a Administração Púbica
pode punir tanto os seus agentes internos quanto os particulares que estejam ligados a ela
por algum vínculo específico.
Dessa forma, existe Poder Disciplinar quando a Administração Pública aplica a penalida-
de de advertência a um determinado servidor que se encontra a ela subordinado.
Do mesmo modo, temos uma manifestação do Poder Disciplinar quando um órgão públi-
co, verificando que um licitante não cumpriu com as obrigações estipuladas em um Contrato
Administrativo, aplica a sanção de suspensão.

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Em ambos os casos, tivemos uma penalidade sendo aplicada. No entanto, em apenas um


desses casos a pessoa punida estava subordinada à Administração.
E é justamente tal característica (subordinação) a base de outro importante Poder: o Hie-
rárquico. Por meio dele, a Administração possui as prerrogativas de delegar, avocar, fiscalizar
e, o que interessa para nossa aula, aplicar sanções.

 Obs.: Assim, chegamos a uma importante constatação:


 - Quando a Administração pune internamente os seus servidores pelas infrações por
eles cometidas, estamos diante do Poder Disciplinar exclusivamente interno. Esse
Poder, justamente por ser apenas interno, deriva do Poder Hierárquico.
 - Quando a Administração pune algum particular que mantém um vínculo específico
com ela (como uma empresa privada que tenha celebrado um Contrato Administrati-
vo) também estamos diante do Poder Disciplinar, só que agora, ao contrário do exem-
plo anterior, o mesmo aplica-se a terceiros e, por isso mesmo, não deriva do Poder
Hierárquico.

Tudo isso nos permite afirmar que o Regime Disciplinar da Administração Pública é de-
corrência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.
O regime disciplinar compreende os deveres, as proibições, as responsabilidades e as
penalidades aplicáveis aos servidores.

2.1. Deveres
O Estatuto Estadual elenca uma série de deveres que devem ser observados pelos servi-
dores públicos do Estado de São Paulo.
Importante salientar que tal lista consta de um rol exemplificativo, de forma que outros
deveres previstos em outras normas funcionais (tais como os códigos de ética) devem igual-
mente ser observados pelos agentes públicos. Vejamos os deveres previstos na Lei n. 10.261:

Art. 241. São deveres do funcionário:


I – ser assíduo e pontual;
II – cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;
III – desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;
IV – guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, sobre despachos, decisões
ou providências;
V – representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver conhecimento no exer-
cício de suas funções;
VI – tratar com urbanidade as pessoas;
VII – residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado;

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VIII – providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, a sua declara-
ção de família;
IX – zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que for confiado à sua guar-
da ou utilização;
X – apresentar -se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme determinado, quando
for o caso;
XI – atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às requisições de papéis,
documentos, informações ou providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou
administrativas, para defesa do Estado, em Juízo;
XII – cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho;
XIII – estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que di-
gam respeito às suas funções;
XIV – proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública.

2.2. Proibições
Tal como ocorre com os deveres, as situações de proibições constam de uma lista exem-
plificativa e tratam-se de hipóteses de fácil compreensão.

Art. 242. Ao funcionário é proibido:


II – retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto exis-
tente na repartição;
III – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estranhas
ao serviço;
IV – deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada;
V – tratar de interesses particulares na repartição;
VI – promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se solidário
com elas;
VII – exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou subscrever listas de dona-
tivos dentro da repartição;
VIII – empregar material do serviço público em serviço particular.
Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:
I – fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como representante
de outrem;
II – participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de socieda-
des comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado,
sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da reparti-
ção ou serviço em que esteja lotado;
III – requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias de juros ou outros favores seme-
lhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto privilégio de invenção própria;
IV – exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabeleci-
mentos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com a
finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado;

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V – aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do Presidente da República;
VI – comerciar ou ter parte em sociedades comerciais nas condições mencionadas no item II deste
artigo, podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista ou comanditário;
VII – incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra o serviço público;
VIII – praticar a usura;
IX – constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição pú-
blica, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau;
X – receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas, no País, ou no es-
trangeiro, mesmo quando estiver em missão referente à compra de material ou fiscalização de
qualquer natureza;
XI – valer-se de sua qualidade de funcionário para desempenhar atividade estranha às funções ou
para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito;
XII – fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte.
Parágrafo único. — Não está compreendida na proibição dos itens II e VI deste artigo, a partici-
pação do funcionário em sociedades em que o Estado seja acionista, bem assim na direção ou
gerência de cooperativas e associações de classe, ou como seu sócio.
Art. 244. É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens imediatas de parentes, até segundo grau,
salvo quando se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo exceder a 2 (dois) o
número de auxiliares nessas condições.

001. (VUNESP/2011/TJM/OFICIAL DE JUSTIÇA) Nos termos do Estatuto dos Funcionários


Públicos Civis do Estado de São Paulo, é proibido ao funcionário público
I – participar na gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de so-
ciedades comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo
do Estado, sejam por este subvencionadas ou estejam relacionadas com a finalidade da re-
partição ou serviço em que esteja lotado;
II – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades es-
tranhas ao serviço;
III – referir-se depreciativamente, em informação, parecer ou despacho, ou pela imprensa, ou
qualquer meio de divulgação, às autoridades constituídas;
IV – exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabele-
cimentos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione
com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado.
Está correto o contido em
a) I, II e IV, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

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Como vimos, apenas o Item III não apresenta uma proibição aos servidores paulistas, uma
vez que não consta na lista de proibições da norma em análise.
É importante frisar, no entanto, que a vedação em questão constava, inicialmente, no texto da
Lei n. 10.261, mais precisamente no inciso I do artigo 242. No entanto, a conduta em questão
foi revogada em 2009, por intermédio da Lei Complementar n. 1.096.
Letra a.

2.3. Responsabilidades
De acordo com as disposições da Lei n. 10.261, três são as esferas de responsabilidade a
que os servidores públicos do estado de São Paulo estão submetidos, sendo elas: Civil, Admi-
nistrativa e Penal.
A esfera civil pode ser entendida como todos os atos do servidor, seja por ação (comissi-
vo) ou omissão, que acarretem prejuízos ao erário.

Mas o que será que acontece quando os prejuízos causados pelo servidor são em relação
a terceiros?

Neste caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a Teoria da Impu-
tação (por meio do qual todas as ações do servidor são atribuídas ao órgão ou entidade no
qual ele desempenha suas atribuições), temos que, de início, é o órgão ou a entidade que irá
responder pelos danos causados.
Feito isso, a Administração impetra uma Ação Regressiva contra o servidor, que respon-
derá pela mesma no caso de dolo (intenção de cometer o dano) ou culpa (quando houve im-
prudência, negligência ou imperícia).
Importante dispositivo do Estatuto em estudo afirma que, em caso de dano à Fazenda
Estadual decorrente de desfalque, alcance, remissão ou omissão do servidor referente ao
recolhimento ou entrada nos prazos legais, acarretará a reposição em UMA SÓ VEZ aos co-
fres públicos.
Em todas as demais hipóteses de dano aos cofres públicos, poderá ocorrer o parcelamen-
to, de forma que o valor das parcelas mensais não poderá ser superior à 10% da remuneração.

Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma
só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão
em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a importância da indenização poderá ser des-
contada do vencimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor
destes.

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2.4. Penalidades
São as seguintes as penalidades disciplinares passíveis de aplicação aos servidores pú-
blicos estaduais:

I – repreensão;
II – suspensão;
III – multa;
IV – demissão;
V – demissão a bem do serviço público;
VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade

São apenas estas as penalidades que passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma lista
taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma nova modalidade de
penalidade para ser aplicada ao servidor.
Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade deve ser garantido o
contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cum-
primento dos deveres. Assemelha-se, em muitos aspectos, à penalidade de advertência de
diversos outros estatutos funcionais.
A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de
falta grave ou de reincidência das faltas anteriormente punidas com repreensão.
Importante sabermos que, à critério da autoridade competente, nas situações em que for
conveniente para o Serviço Público, a pena de suspensão pode ser substituída por multa de
50% por dia trabalhado.

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Para entendermos bem, imaginemos uma situação onde um servidor foi punido com suspen-
são. No entanto, como a repartição em questão possui poucos servidores, seria mais danoso
para o serviço público o fato do servidor penalizado permanecer sem trabalhar durante o prazo
de cumprimento da penalidade.
Ainda que a Administração tenha o dever de punir, desta punição não poderá resultar um pre-
juízo maior à sociedade, haja vista ser esta a titular do interesse público.
Assim, como meio de penalizar o servidor e não prejudicar a população, a Administração
poderá converter a pena de suspensão em uma multa, situação em que o servidor permane-
cerá trabalhando e receberá apenas 50% do que ganharia por dia normal de trabalho.

A pena de multa será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou
regulamento.
Já a demissão será utilizada nas situações que acarretem infrações mais graves, sendo,
por isso mesmo, de caráter vinculado, ou seja, sem margem de escolha entre a penalidade
que melhor se coaduna com o caso concreto.

A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta do investi-


gado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação de aposentadoria, não dispõe
de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado”
(MS 15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 18/02/2011).

Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:


I – abandono de cargo;
II – procedimento irregular, de natureza grave;
III – ineficiência no serviço;
IV – aplicação indevida de dinheiros públicos, e
V – ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 quarenta e cinco) dias, interpola-
damente, durante 1 (um) ano.

As hipóteses de demissão à bem do serviço público são situações previstas no artigo 257
do Estatuto dos Servidores:

Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:
I – for convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos proibidos;
II – praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé pública e a Fazenda Esta-
dual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à defesa nacional;
III – revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde que o faça dolosamen-
te e com prejuízo para o Estado ou particulares;
IV – praticar insubordinação grave;

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V – praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima
defesa;
VI – lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
VII – receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, direta-
mente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções mas em razão delas;
VIII – pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de interesses ou
o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização;
IX – exercer advocacia administrativa;
X – apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-família, sem prejuízo da respon-
sabilidade civil e de procedimento criminal, que no caso couber.
XI – praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins e terrorismo;
XII – praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de
bens, direitos ou valores;
XIII – praticar ato definido em lei como de improbidade.

Por fim, temos a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, hipóteses em que o agen-


te causador das infrações é o inativo:
Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado
que o inativo:
I – praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é cominada nesta lei a pena de
demissão ou de demissão a bem do serviço público;
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
III – aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização do Presidente
da República;
IV – praticou a usura em qualquer de suas formas.

002. (VUNESP/2011/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) São penas disciplinares:


a) advertência, suspensão e multa.
b) expulsão, multa e advertência.
c) suspensão, demissão e prisão administrativa.
d) demissão, repreensão e suspensão.
e) expulsão, multa e demissão.

A lista das penas disciplinares que podem ser aplicadas para os servidores do estado de São
Paulo encontra previsão no artigo 251 da Lei n. 10.261:

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Art. 251. São penas disciplinares:
I – repreensão;
II – suspensão;
III – multa;
IV – demissão;
V – demissão a bem do serviço público; e
VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade
Letra d.

Ainda no âmbito das disposições concernentes às Penalidades, precisamos saber quem


é competente para aplicar cada tipo de sanção:

Repreensão até Suspensão de 30 dias Diretores de Departamento e Divisão

Repreensão até Suspensão de 60 dias Coordenadores

Repreensão e Suspensão (qualquer


Chefes de Gabinete
prazo)

Governador, os Secretários de Estado,


Todas as penalidades o Procurador Geral do Estado e os
Superintendentes de Autarquia

Ainda no âmbito das penalidades, precisamos conhecer os prazos prescricionais para a


aplicação das mesmas, ou seja, o lapso de tempo a partir do qual o Poder Público não mais
poderá fazer uso da prerrogativa de punir internamente seus servidores.
Tais prazos estão previstos no artigo 261 da Lei n. 10.261, que assim dispõe:

Art. 261. Extingue-se a punibilidade pela prescrição:


I – da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou multa, em 2 (dois) anos
II – da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação da
aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos
III – da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição em abstrato da pena cri-
minal, se for superior a 5 (cinco) anos.

3. Processo Administrativo Disciplinar


Além das normas materiais, a Lei n. 10.261 estabelece uma série de procedimentos que
devem ser seguidos para a aplicação das penalidades nela estabelecidas.
O Processo Administrativo Disciplinar, dessa forma, pode ser conceituado, de acordo com
a definição de Ladisael Bernado e Sérgio Viana, como:

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Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do
Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infra-
ções de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria
da prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.

Neste mesmo sentido são as disposições iniciais acerca do Processo Administrativo Dis-
ciplinar, conforme previsão no Estatuto em questão:

A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou processo administrativo, assegurados
o contraditório e a ampla defesa.
Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as pe-
nas de repreensão, suspensão ou multa.
Será obrigatório o processo administrativo quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa de-
terminar as penas de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de aposen-
tadoria ou disponibilidade.

Assim, sempre que a Administração Pública tiver conhecimento de alguma irregularidade


cometida por servidor (seja de ofício ou por meio de denúncias feitas a ela), deverá obrigato-
riamente apurar tais infrações por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar.

Art. 264. A autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de irregularidade praticada por
servidor é obrigada a adotar providências visando à sua imediata apuração, sem prejuízo das medi-
das urgentes que o caso exigir.
Art. 265 .A autoridade realizará apuração preliminar, de natureza simplesmente investigativa, quan-
do a infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida autoria.
§ 1º A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 2º Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao Chefe
de Gabinete relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o término dos
trabalhos.
§ 3º Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar fundamentadamente pelo arqui-
vamento ou pela instauração de sindicância ou de processo administrativo.
Art. 266. Determinada a instauração de sindicância ou processo administrativo, ou no seu curso,
havendo conveniência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe de Gabinete, por despacho
fundamentado, ordenar as seguintes providências:
I – afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade administrativa ou a
apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e oitenta) dias, pror-
rogáveis uma única vez por igual período;
II – designação do servidor acusado para o exercício de atividades exclusivamente burocráticas
até decisão final do procedimento;
III – recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas;
IV – proibição do porte de armas;
V – comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência dos atos
do procedimento.

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§ 1º A autoridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou processo administrativo
poderá representar ao Chefe de Gabinete para propor a aplicação das medidas previstas neste arti-
go, bem como sua cessação ou alteração.
§ 2º O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, por despacho fundamentado, fazer cessar
ou alterar as medidas previstas neste artigo.
Art. 267. O período de afastamento preventivo computa-se como de efetivo exercício, não sendo
descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada.

Dessa forma, ainda que estejamos estudando o PAD, temos que conhecer, da mesma for-
ma, as disposições acerca da Sindicância, que pode ser entendida como uma investigação
preliminar e mais célere com o objetivo de averiguar a ocorrência dos fatos.
A doutrina divide a Sindicância em duas espécies: Preparatória (quando apenas serve de
base para o PAD) e Punitiva (quando com base nela é possível a aplicação de penalidade).
E o fato que distingue as duas modalidades é um só: a punição que será aplicada.

 Obs.: Explicando melhor, a Sindicância é o início das investigações. Por meio dela, a autori-
dade administrativa cumpre uma série de diligências com o objetivo de coletar provas
que comprovem que realmente houve uma infração funcional disciplinar.

DICA:
O prazo para encerramento da Sindicância é de 60 dias, ao pas-
sa que o prazo para conclusão do PAD é de 90 dias.

Professor, e como saber quando deve ser instaurada uma sindicância ou um processo
administrativo disciplinar?

A resposta para esta questão está na penalidade que pode vir a ser aplicada, conforme
previsão dos artigos 268 a 271:

Art. 268. A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou processo administrativo, as-
segurados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 269. Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar
as penas de repreensão, suspensão ou multa.
Art. 270. Será obrigatório o processo administrativo quando a falta disciplinar, por sua natureza,
possa determinar as penas de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de
aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 271. Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados pela Procuradoria Geral do Es-
tado e presididos por Procurador do Estado confirmado na carreira.

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Instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a presidir comunicará o fato ao ór-


gão setorial de pessoal.

Aplicam-se à sindicância as regras previstas para o processo administrativo, com as seguin-


tes modificações:
a) a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 testemunhas;
b) a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 dias;
c) com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para a decisão;

No âmbito do PAD, temos as seguintes fases:


• Inicialmente, o processo administrativo deverá ser instaurado por portaria, no prazo im-
prorrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação;
• Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o presidente dia e hora para
audiência de interrogatório, determinando a citação do acusado e a notificação do de-
nunciante, se houver;
• A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias antes do interro-
gatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico, ou diretamente, onde possa
ser encontrado;
• Não sendo encontrado em seu local de trabalho ou no endereço constante de seu as-
sentamento individual, furtando-se o acusado à citação ou ignorando-se seu paradeiro, a
citação far-se-á por edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo 10
(dez) dias antes do interrogatório;
• A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do acusado, próprio ou
dativo;
• O acusado não assistirá à inquirição do denunciante. Antes porém de ser interrogado,
poderá ter ciência das declarações que aquele houver prestado. Não comparecendo o
acusado, será, por despacho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e
termos do processo;

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• Ao acusado revel será nomeado advogado dativo;


• Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para
requerer a produção de provas, ou apresentá-las;
• O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 (cinco) testemunhas;
• Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa, que poderá apresentar
alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias;
• O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias, contados da apresentação
das alegações finais.

DICA:
O relatório da Comissão, obrigatoriamente, será conclusivo
quanto à inocência ou responsabilidade do servidor.

• Recebendo o processo relatado, a autoridade que houver determinado sua instauração


deverá, no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o julgamento ou determinar a realização de
diligência, sempre que necessária ao esclarecimento de fatos;

3.1. Processo por Abandono do Cargo ou Função e por Inassiduidade


De acordo com o estatuto, considerar-se-á abandono de cargo o não comparecimento do
funcionário por mais de 30 dias consecutivos à repartição. Já a inassiduidade fica caracteri-
zada pela ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 dias, interpoladamente,
durante 1 ano.
Em ambas as situações, o processo destinado a apurar tais irregularidades seguirá as
regras expressas nos artigos 308 a 311, que apresentam a seguinte redação:

Art. 308. Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem abandono de cargo ou fun-
ção, bem como inassiduidade, o superior imediato comunicará o fato à autoridade competente para
determinar a instauração de processo disciplinar, instruindo a representação com cópia da ficha
funcional do servidor e atestados de frequência.
Art. 309. Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo ou função, bem como inas-
siduidade, se o servidor tiver pedido exoneração.
Art. 310. Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar abandono de cargo ou
função, bem como inassiduidade, se o indiciado pedir exoneração até a data designada para o inter-
rogatório, ou por ocasião deste.
Art. 311. A defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou motivo legalmente justifi-
cável.

Obs.: Aqui, dois pontos merecem ser destacados, a saber:


 a) Não será instaurado processo se o servidor tiver pedido exoneração;

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 b) O processo instaurado será extinto caso o indiciado peça exoneração até a data
designada para o interrogatório, ou por ocasião deste;

3.2. Recurso e Revisão


Assim como ocorre com praticamente todos os processos administrativos, o PAD poderá
ser objeto de recurso e de revisão.
No que se refere ao recurso, este poderá ser interposto, uma única vez, no prazo de 30
dias. Este prazo será contado da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do Esta-
do ou da intimação pessoal do servidor, quando for o caso.

Art. 312. Caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar penalidade.
§ 1º O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados da publicação da decisão impugnada no
Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do servidor, quando for o caso.

 Obs.: Do recurso deverá constar, além do nome e qualificação do recorrente, a exposição das
razões de inconformismo.

O recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o prazo de 10 dias
para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-la. Mantida a decisão, ou reformada
parcialmente, será imediatamente encaminhada a reexame pelo superior hierárquico. Des-
taca-se que o recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que incorretamente
denominado ou endereçado.

DICA:
Os recursos não têm efeito suspensivo, sendo que os que fo-
rem providos darão lugar às retificações necessárias, retroa-
gindo seus efeitos à data do ato punitivo.

É importante destacar também que caberá pedido de reconsideração, que não poderá
ser renovado, de decisão tomada pelo Governador do Estado em única instância, no prazo
de 30 dias.
Além do recurso, o processo administrativo poderá ser objeto de revisão. Contudo, os fun-
damentos que justificam cada uma das medidas são bastante distintos. Diferente do recurso,
a revisão será cabível a qualquer tempo, desde que, para isso, surjam fatos ou circunstâncias
ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento que possam justificar a redução
ou anulação da pena aplicada. Por isso mesmo, devemos memorizar que a simples alegação
da injustiça da decisão não constitui fundamento do pedido de revisão.

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Art. 315. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição disciplinar de que não caiba mais
recurso, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedi-
mento, que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada.
§ 1º A simples alegação da injustiça da decisão não constitui fundamento do pedido.
§ 2º Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento.
§ 3º Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão indeferidos.
§ 4º O ônus da prova cabe ao requerente.

Agora, a informação mais importante no que se refere à revisão: A impossibilidade da re-


formatio in pejus, que é estabelecida no artigo 316 da norma estadual:

Art. 316. A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão.

Trata-se de característica bastante importante, uma vez que apenas a revisão (e não os
recursos) é que gozam da prerrogativa de não serem reformados para pior.
As demais regras relacionadas com a revisão podem ser visualizadas com base nas dis-
posições dos artigos 317 a 321:

Art. 317. A instauração de processo revisional poderá ser requerida fundamentadamente pelo inte-
ressado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descenden-
te ou irmão, sempre por intermédio de advogado.
Parágrafo único. O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou com indicação
daquelas que pretenda produzir.
Art. 318. A autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver confirmado em grau de recurso, será
competente para o exame da admissibilidade do pedido de revisão, bem como, caso deferido o pro-
cessamento, para a sua decisão final.
Art. 319. Deferido o processamento da revisão, será este realizado por Procurador de Estado que
não tenha funcionado no procedimento disciplinar de que resultou a punição do requerente.
Art. 320. Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento dos autos originais e noti-
ficará o requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras
provas que pretenda produzir.
Parágrafo único. No processamento da revisão serão observadas as normas previstas nesta lei
complementar para o processo administrativo.
Art. 321. A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a classificação da infração, ab-
solver o punido, modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os direitos atingidos pela
decisão reformada.

4. Disposições Finais
Nas disposições finais, encontramos regras específicas relacionadas com o estatuto dos
servidores. Neste ponto da matéria, devemos memorizar as seguintes informações:
a) O dia 28 de outubro será consagrado ao “Funcionário Público Estadual”.

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b) Os prazos previstos no estatuto serão todos contados por dias corridos. Logo, não se
computará no prazo o dia inicial, prorrogando-se o vencimento, que incidir em sábado, do-
mingo, feriado ou facultativo, para o primeiro dia útil seguinte.

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QUESTÕES DE CONCURSO
003. (VUNESP/CONTJ/TJ SP/2019) Conforme disciplinado na Lei n. 10.261/1968, o funcio-
nário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual,
por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Com relação ao tema, assinale a alternativa correta.
a) Será responsabilizado o funcionário que delegar a pessoas estranhas às repartições o de-
sempenho de encargos que lhe competirem, sem exceções.
b) A responsabilidade administrativa exime o funcionário da responsabilidade civil ou crimi-
nal, pois estas são dependentes.
c) Caracteriza-se especialmente a responsabilidade pela falta ou inexatidão das necessárias
averbações nas notas de despacho, guias e outros documentos da receita, ou que tenham
com eles relação.
d) A importância da indenização deverá ser descontada da remuneração do funcionário, não
excedendo o desconto de 20% (vinte por cento) do valor bruto.
e) Nos casos em que o funcionário é obrigado a repor a importância do prejuízo causado para
indenizar a Fazenda Estadual, ser-lhe-á facultado optar pela forma de reposição com o devido
desconto em seus vencimentos.

a) Errada. A responsabilização do servidor ocorre quando a delegação ocorrer fora das hipó-
teses legalmente previstas. Logo, há, ao contrário do que informado, exceções.

Art. 249. Será igualmente responsabilizado o funcionário que, fora dos casos expressamente pre-
vistos nas leis, regulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições, o desem-
penho de encargos que lhe competirem ou aos seus subordinados.
b) Errada. As esferas de responsabilização são independentes. Logo, a responsabilidade admi-
nistrativa não exime o servidor da responsabilidade civil ou criminal.

Art. 250. A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou


criminal que no caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma dos
arts. 247 e 248, o exame da pena disciplinar em que incorrer.
c) Certa. A alternativa exige o conhecimento de uma das situações que, de acordo com o arti-
go 245, caracteriza especialmente a responsabilidade do servidor:

Art. 245. O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a responsabilidade:
III – pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias e outros
documentos da receita, ou que tenham com eles relação; e

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d) Errada. O valor máximo que pode ser descontado é de 10% do provento ou da remuneração,
e não, conforme afirmado, 20%.

Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a importância da indenização poderá ser des-
contada do vencimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor
destes.
e) Errada. O servidor não pode escolher a melhor forma de realizar a reposição ao Poder Públi-
co. Neste sentido, estabelece o artigo 247 que

Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma só vez,
a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efe-
tuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
Fora destas situações, a importância da indenização poderá ser descontada do vencimento ou
remuneração não excedendo o desconto à 10ª parte do valor destes.
Letra c.

004. (VUNESP/CONTJ/TJ SP/2019) Nos termos da Lei n. 10.261/1968, constitui um dos de-
veres do funcionário, dentre vários outros,
a) residir no local onde exerce o cargo ou onde for autorizado.
b) abandonar o local de trabalho quando sofrer ofensas físicas ou morais.
c) participar de todas as reuniões convocadas pelo sindicato de classe.
d) omitir-se diante das irregularidades cometidas pelo seu chefe imediato.
e) retirar, ainda que com a anuência do seu superior imediato, qualquer objeto existente na
repartição.

Os deves funcionais constituem ações afirmativas do servidor público. Nas letras B, D e E, em


sentido diverso, temos condutas negativas, que são, na verdade, vedações aos agentes estatais.
Na letra C, não pode o servidor participar das reuniões do sindicato do classe, haja vista que a
fundação e a participação em sindicato é uma das proibições expressas no estatuto estadual.

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:


XII – fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte.
Assim, a alternativa que apresenta um dos deveres do servidor público paulista é a Letra A:

Art. 241. São deveres do funcionário:


VII – residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado;
Letra a.

005. (VUNESP/MJ/TJ SP/2019) O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nes-
sa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. Conforme

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disciplinado na Lei n. 10.261/1968, caracteriza-se especialmente a responsabilidade quando


o funcionário
a) valer-se de sua qualidade para desempenhar atividade estranha às suas funções para lo-
grar qualquer proveito.
b) retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
existente na repartição.
c) fundar sindicatos de funcionários ou dele fazer parte.
d) cometer faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os ma-
teriais sob a sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização.
e) incitar greves ou a elas aderir.

Para responder a questão, façamos uso das disposições do parágrafo único do artigo 245 da
norma em análise, de seguinte redação:

Art. 245, Parágrafo único - Caracteriza-se especialmente a responsabilidade:


I – pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade, ou por não
prestar contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos nas leis, regulamentos,
regimentos, instruções e ordens de serviço;
II – pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os materiais
sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
III – pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias e outros
documentos da receita, ou que tenham com eles relação; e
IV – por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.
Assim sendo, apenas a Letra D elenca uma situação ensejadora de responsabilidade do agen-
tes estatal.
Letra d.

006. (VUNESP/ESC/TJ SP/”INTERIOR”/2018) Arceus Cipriano foi processado criminalmente


sob a acusação de cometimento de crime contra a administração pública e pelos mesmos
fatos também foi demitido do cargo público que ocupava. Contudo, na seara criminal, logrou
êxito em comprovar que não foi o autor dos fatos, tendo sido absolvido por esse fundamento,
na instância criminal. Diante disso, assinale a alternativa correta, nos termos do Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.
a) Arceus terá direito à reintegração ao serviço público, no cargo que ocupava e com todos os
direitos e vantagens devidas, mediante simples comprovação do trânsito em julgado da deci-
são absolutória no juízo criminal.
b) Como a responsabilidade administrativa é independente da civil e da criminal, a absolvição de
Arceus Cipriano na justiça criminal em nada altera decisão proferida na esfera administrativa.

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c) A demissão é nula porque a Administração Pública não deveria ter processado administra-
tivamente Arceus e proferido decisão demissória antes do trânsito em julgado da sentença no
processo criminal.
d) Arceus poderá pedir o desarquivamento e a revisão da decisão administrativa que o demi-
tiu, utilizando como documento novo a sentença absolutória proferida no processo criminal.
e) Se a absolvição criminal ocorreu depois do prazo de interposição do recurso da decisão de-
missória proferida no processo administrativo, não será possível Arceus valer-se da sentença
criminal para buscar a anulação da demissão.

De acordo com o § 2º do artigo 250:

Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com todos os direitos e vantagens
devidas, o servidor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação do trânsito em julgado
de decisão que negue a existência de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão.
Sendo assim, Arceus terá direito de ser reintegrado no cargo que ocupava, uma vez que hou-
ve a absolvição pela justiça com o trânsito em julgado da decisão que negou a existência de
sua autoria.
Letra a.

007. (VUNESP/SOLD/PM SP/2ª CLASSE/2018) Se um agente público do Estado de São Paulo


adquire materiais em desacordo com as disposições legais e regulamentares, o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado prevê que esse agente será responsabilizado
a) pelo respectivo custo gerado, sem prejuízo das penalidades disciplinares cabíveis, poden-
do-se proceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração.
b) administrativamente, cabendo-lhe a pena disciplinar cabível, mas não lhe será imputado o
respectivo custo gerado.
c) pelo respectivo custo gerado, mas não será objeto de penalidades disciplinares, nem pode-
rá o valor correspondente ser descontado de seu vencimento ou remuneração.
d) administrativamente, sendo comunicado o fato às autoridades policiais, mas não lhe será
imposta pena disciplinar nem o pagamento do respectivo custo gerado.
e) pelo respectivo custo gerado, sem prejuízo das penalidades disciplinares cabíveis, mas não
poderá ser efetuado desconto no seu vencimento ou remuneração.

A questão exige o conhecimento das disposições do artigo 246, de seguinte redação:

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Art. 246. O funcionário que adquirir materiais em desacordo com disposições legais e regulamen-
tares, será responsabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares cabí-
veis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração.
Letra a.

008. (VUNESP/ALUN OF/PM SP/2018) Segundo o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
do Estado de São Paulo (Lei n. 10.261/1968), o funcionário que adquirir materiais em desacor-
do com as disposições legais e regulamentares
a) deverá indenizar o erário até o limite de seus vencimentos anuais, e será responsabilizado
civil e criminalmente pelos seus atos.
b) restituirá em dobro o valor dos prejuízos causados ao poder público, e responderá proces-
so administrativo disciplinar, podendo sofrer a pena de demissão do serviço público.
c) responderá pelos seus atos somente se houve efetivo prejuízo aos cofres públicos, deven-
do sua eventual responsabilidade ser apurada em processo criminal.
d) terá que justificar a compra perante seu superior hierárquico, que poderá isentá-lo de pena
se entender que o funcionário não agiu com dolo ou culpa.
e) será responsabilizado pelo respectivo gasto, sem prejuízo das penalidades disciplinares
cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração

Temos aqui uma questão que exige o conhecimento do artigo 246 da norma estadual, que, por
sua vez, apresenta a seguinte redação:

Art. 246. O funcionário que adquirir materiais em desacordo com disposições legais e regulamen-
tares, será responsabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares cabí-
veis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração.
Letra e.

009. (VUNESP/CUP/SEPOG SP/CONTROLE E AUDITORIA/2017) O servidor que, fora do ho-


rário de trabalho, consome bebida alcoólica em excesso e envolve-se em situação vexatória
que se torne pública por meio das redes sociais:
a) poderá ser administrativamente responsabilizado por violação ao dever funcional de “estar
em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que digam res-
peito às suas funções”.
b) poderá ser administrativamente responsabilizado por violação ao dever funcional de “pro-
ceder na vida privada na forma que dignifique a função pública”.
c) não poderá ser responsabilizado administrativamente pela prática de infração disciplinar
por encontrar-se fora do horário de trabalho.
d) só poderá ser administrativamente responsabilizado pela violação a dever funcional se
tiver previamente se identificado como servidor público.

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e) só poderia ser administrativamente responsabilizado pela violação a dever funcional se a


situação vexatória pudesse ser tipificada como infração penal.

Ainda que, na situação narrada, o servidor não estivesse no exercício da função pública, in-
fringiu ele um dever estabelecido para os servidores estaduais:

Artigo 241 - São deveres do funcionário:


XIV – proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública.

Logo, poderá o agente público, em razão da conduta, ser administrativamente respon-


sabilizado.
Letra b.

010. (VUNESP/CUP/SEPOG SP/ORÇAMENTO E CONTABILIDADE PÚBLICA/2017) De acordo


com os arts. 242 e 243 da Lei n. 10.261/1968 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de São Paulo – é permitido ao funcionário
a) celebrar contrato administrativo com o governo estadual para o fornecimento de material
de escritório.
b) entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estra-
nhas ao serviço.
c) ser quotista majoritário e gerente de uma empresa de consultoria que presta serviços dire-
tamente relacionados com a finalidade da repartição em que esteja lotado.
d) exercer emprego ou função em empresas públicas integrantes da estrutura do gover-
no estadual.
e) retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
existente na repartição.

Com exceção da letra D, todas as demais alternativas elencas vedações conferidas aos servi-
dores públicos de São Paulo.

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:


I – fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como representante
de outrem; (Letra A)
II – participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de socieda-
des comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado,
sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da reparti-
ção ou serviço em que esteja lotado; (Letra C)
Art. 242. Ao funcionário é proibido:

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II – retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existen-
te na repartição; (Letrae)
III – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estranhas
ao serviço; (Letra B)
Na Letra D, a vedação existente é com relação a emprego ou função em empresas, estabeleci-
mentos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com
a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado.

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:


IV – exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabeleci-
mentos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com a
finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado;
Logo, pode ele, além destas situações, exercer emprego ou função em empresas públicas inte-
grantes da estrutura do governo estadual.
Letra d.

011. (VUNESP/2017/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO) Escrevente Técnico Judiciário apresenta


recurso de multa de trânsito, recebida por seu esposo, perante o Departamento de Trânsito do
Estado de São Paulo – DETRAN.
De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, a conduta
descrita é
a) permitida, pois o funcionário pode, excepcionalmente, ser procurador ou servir de inter-
mediário perante qualquer repartição pública, quando se tratar de interesse de cônjuge ou
parente até segundo grau.
b) proibida, pois ao funcionário público é vedado peticionar perante qualquer repartição pú-
blica, não podendo requerer, representar, pedir reconsideração ou recorrer de decisões, ainda
que em nome próprio.
c) proibida, pois o funcionário público pode exercer o direito de petição perante quaisquer re-
partições públicas, mas somente em nome próprio, não podendo representar terceiros.
d) indiferente ao Estatuto, que nada prevê em relação à possibilidade do funcionário público
peticionar, em nome próprio ou de terceiros, perante repartições públicas.
e) permitida, pois o Estatuto expressamente permite que o funcionário público exerça o direito
de petição em nome próprio ou de qualquer terceiro.

Como regra geral, o servidor não pode constituir-se em procurador de partes. A exceção fica
por conta dos interesses relacionados com o cônjuge ou parentes até o segundo grau.

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Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:
IX – constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição pú-
blica, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau;
Letra a.

012. (VUNESP/2017/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO) Considere a seguinte situação hipotética:


Funcionário público comete erro de cálculo, o que leva ao recolhimento de valor menor do que
o devido para a Fazenda Pública Estadual. A responsabilização prescrita pelo Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, nesse caso, determina que
a) o funcionário seja obrigado a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado, sem
prejuízo das sanções penais cabíveis.
b) haja instauração de processo administrativo disciplinar e, comprovado o prejuízo, seja apli-
cada a pena de demissão, independentemente de ter agido o funcionário com má-fé ou não.
c) seja o caso remetido aos juízos civil e criminal, aguardando a resolução de ambos para
decidir acerca da conduta administrativa cabível.
d) o valor do prejuízo seja apurado e descontado do vencimento ou remuneração mensal, não
excedendo o desconto a 30% (trinta por cento) do valor desses.
e) não tendo havido má-fé, seja aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de
suspensão.

Para responder a questão, temos que fazer uso de dois importantes artigos da Lei Estadual
n. 10.261.

Art. 245. O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a responsabilidade:
IV – por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.
Art. 248, Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do artigo 245, não tendo havido
má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão.
Letra e.

013. (VUNESP/2017/TJ-SP/PSICÓLOGO JUDICIÁRIO) Em relação aos deveres, proibições e


responsabilidades do servidor público, é correto afirmar que
a) é seu dever guardar sigilo sobre assuntos da repartição, o que o impede de representar aos
superiores sobre as irregularidades de que tiver conhecimento no exercício de suas funções.
b) ele é proibido de participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou indus-
triais, ou de sociedades comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas
com o Governo do Estado.

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c) em caso de desfalque aos cofres públicos, o servidor poderá repor a importância do prejuízo
causado em parcelas que não excedam à 10ª (décima) parte do vencimento ou remuneração.
d) para ser responsabilizado administrativamente, o servidor deverá ser condenado criminal-
mente, por decisão transitada em julgado.
e) ele pode exercer emprego ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições que
tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição
ou serviço em que esteja lotado, desde que fora do horário de trabalho.

a) Errada. Ainda que seja um dever, para os servidores regidos pela Lei n. 10.261, guardar sigilo
sobre assuntos da repartição, devem eles, sempre que tiverem conhecimento, representar con-
tra as irregularidades para as autoridades competentes.
b
 ) Correta. A alternativa versa sobre uma das proibições estabelecidas no estatuto em análise.

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:


II – participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de socieda-
des comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado,
sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da reparti-
ção ou serviço em que esteja lotado;
c) Errada. Quando a reposição for oriunda de prejuízo causado por desfalque, alcance, remis-
são ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais, o pagamento deverá
ser feito de uma só vez, não havendo possibilidade de desconto da 10ª parte da remuneração
ou vencimento do agente estatal.

Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma
só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão
em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a importância da indenização poderá ser des-
contada do vencimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor
destes.
d) Errada. As esferas de responsabilização administrativa, civil e penal são independentes, não
havendo necessidade de condenação em uma delas para que ocorra a responsabilização nas
demais.
e) Errada. A alternativa elenca uma proibição dos servidores regidos pela Lei n. 10.261, confor-
me previsão do artigo 243, IV. Tal proibição, ressalta-se, alcança até mesmo o exercício fora do
horário de trabalho.

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:

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IV – exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabelecimen-
tos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com a finalida-
de da repartição ou serviço em que esteja lotado;
Letra b.

014. (VUNESP/2016/MPE-SP/OFICIAL DE PROMOTORIA) O Estatuto dos Funcionários Públi-


cos Civis do Estado de São Paulo prevê, entre outras, como penas disciplinares:
a) readmissão e transferência.
b) reversão ao serviço ativo e transferência.
c) multa e reversão ao serviço ativo.
d) repreensão e multa.
e) reintegração e demissão.

Vejamos, de acordo com o estatuto paulista, quais são as penas disciplinares previstas:

Art. 251. São penas disciplinares:


I – repreensão;
II – suspensão;
III – multa;
IV – demissão;
V – demissão a bem do serviço público; e
VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade
Letra d.

015. (VUNESP/2015/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO) Escrivão ­Diretor da 1 a Vara Cível da Co-


marca X determina que Escrevente Técnico Judiciário, a ele subordinado, destrua um docu-
mento, colocando­-o em uma fragmentadora de papel. O Escrevente Técnico Judiciário per-
cebe que o documento é uma petição assinada e devidamente protocolada, que deveria ser
encartada em um processo que tramitava naquela Vara e que ainda não havia sido sentencia-
do. O Escrevente Técnico Judiciário deverá, nos termos do Estatuto dos Funcionários Públi-
cos Civis do Estado de São Paulo,
a) cumprir a ordem, pois é dever do servidor público cooperar e manter espírito de solidarie-
dade com os companheiros de trabalho.
b) utilizar-se do documento como papel de rascu­nho para seu trabalho, considerando que é
dever do servidor público zelar pela economia do material do Estado
c) representar ao Juiz da Vara, já que é dever do servidor público representar contra ordens
manifestamente ilegais.
d) desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido, destruindo o
documento.

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e) proceder conforme ordenado pelo Escrivão ­Diretor, nada dizendo sobre o assunto, pois é
dever do servidor público guardar sigilo sobre os assun­tos da repartição.

O servidor deve cumprir todas as ordens superiores, exceto, como no caso apresentado, as
ordens ilegais, que devem ser representadas à autoridade superior.

Art. 241. São deveres do funcionário:


II – cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;
Letra c.

016. (VUNESP/2015/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO) Acerca das penalidades previstas pelo


Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, é correto afirmar que
a) a pena de repreensão será aplicada verbalmente, nos casos de indisciplina ou falta de cum-
primento dos deveres
b) praticar ato definido como crime contra a administração pública enseja a aplicação da de-
missão a bem do serviço público.
c) a pena de suspensão, que não excederá 30 (trinta) dias, será aplicada em caso de falta
grave ou de reincidência
d) a autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em multa,
na base de 75% (setenta e cinco por cento) por dia de remuneração.
e) em restando configurado o abandono de cargo, caberá a aplicação da pena de suspensão.

a) Errada. A pena de repreensão deverá, sempre, ser aplicada por escrito.

Art. 253. A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cum-
primento dos deveres.
b) Certa. Ao praticar crime contra a Administração Pública, deve o servidor ser sancionado
com a penalidade de demissão a bem do serviço público.

Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:
II – praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé pública e a Fazenda
Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à defesa nacional;
c) Errada. A suspensão não poderá exceder ao prazo de 90 dias, e não 30, conforme informado
pela alternativa.

Art. 254. A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de
falta grave ou de reincidência.

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d) Errada. A pena de suspensão poderá ser convertida em multa à base de 50% da remunera-
ção ou vencimento por dia de exercício, e não 75%.

Art. 254, § 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em
multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo o fun-
cionário, nesse caso, obrigado a permanecer em serviço.
e) Errada. Em caso de abandono de cargo, a penalidade a ser aplicada é a de demissão.

Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:


I – abandono de cargo;
Letra b.

017. (VUNESP/2015/TJ-SP/ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO) Nos termos do que expressamente


estabelece a Lei n. 10.261/1968, é dever do funcionário público
a) cumprir as ordens superiores, mesmo quando forem manifestamente ilegais.
b) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado.
c) guardar sigilo sobre os assuntos da repartição, exceto sobre despachos, decisões ou
providências.
d) manter sigilo sobre as irregularidades de que tiver conhecimento no exercício de suas fun-
ções, deixando eventual investigação para as autoridades competentes.
e) providenciar para que estejam sempre em ordem todas as mesas de trabalho da repartição
onde exerce suas funções.

Dentre as alternativas propostas, apenas a letra B trata-se de um dever dos servidores regidos
pela Lei n. 10.261:

Art. 241. São deveres do funcionário:


VII – residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado;
Letra b.

018. (VUNESP/2015/TJ-SP/ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO) A Lei n. 10.261/1968 dispõe que ao


funcionário público é proibido
a) fazer parte dos quadros sociais de qualquer tipo de sociedade comercial.
b) deixar de comparecer ao serviço, mesmo que por causa justificada.
c) participar da gerência de sociedades comerciais, mesmo daquelas que não mantenham
relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado.
d) exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em qualquer tipo de empresa.
e) empregar material do serviço público em serviço particular.

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Dentre as alternativas de resposta, a Letra E é a única que elenca, de forma correta, uma proi-
bição aos servidores regidos pela Lei n. 10.261.

Art. 242. Ao funcionário é proibido:


VIII – empregar material do serviço público em serviço particular.
Letra e.

019. (VUNESP/2015/TJ-SP/ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO) A ineficiência no serviço sujeita o


funcionário público, nos moldes da Lei n. 10.261/1968, à pena de
a) demissão.
b) repreensão por escrito.
c) advertência.
d) suspensão.
e) demissão a bem do serviço público.

Em caso de ineficiência no serviço, será aplicada a pena de demissão, nos termos do estatuto
dos servidores do estado de São Paulo.

Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:


III – ineficiência no serviço;
Letra a.

020. (VUNESP/TJ-SP/2014/ESCREVENTE) A respeito das penas disciplinares e de sua apli-


cação, é correto afirmar, à luz do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São
Paulo, que:
a) a pena de suspensão, que não excederá 120 (cento e vinte) dias, será aplicada em caso de
falta grave ou de reincidência.
b) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legíti-
ma defesa, sujeita o funcionário público à pena de suspensão ou de demissão.
c) a autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em multa,
na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo o funcio-
nário, nesse caso, obrigado a permanecer em serviço.
d) a pena de demissão por ineficiência no serviço será aplicada independentemente de verifi-
cação sobre a impossibilidade de readaptação do funcionário público.

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e) a pena de repreensão poderá ser aplicada verbalmente ou por escrito, a critério da autorida-
de competente, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres.

A Lei n. 10.261, de 1968, estabelece o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de
São Paulo.
De acordo com o artigo 251 da norma em questão, temos seguintes penalidades passíveis de
aplicação aos Servidores Públicos Estaduais:

Art. 251. São penas disciplinares:


I – repreensão;
II – suspensão;
III – multa;
IV – demissão;
V – demissão a bem do serviço público;
VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade
a
 ) Errada. De acordo com o artigo 254, o prazo máximo para a pena de Suspensão é de 90 dias:

A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave
ou de reincidência.
b) Errada. Nesta hipótese, a pena aplicável será a de Demissão, conforme teor do artigo 257:

Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:


V – praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima
defesa;
c) Certa. Trata-se de uma possibilidade para as situações em que couber a pena de Suspen-
são, ou seja, a conversão em multa pecuniária de 50% da remuneração do período, conforme
disposição do artigo 254, § 2º:

A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em multa, na base
de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo o funcionário, nesse
caso, obrigado a permanecer em serviço.
d) Errada. De acordo com o § 2º do artigo 256, a pena de demissão por ineficiência apenas
será aplicada quando verificada a impossibilidade de readaptação:

A pena de demissão por ineficiência no serviço, só será aplicada quando verificada a impossibili-
dade de readaptação.
e) Errada. A pena de repreensão apenas poderá ser aplicada por escrito, conforme previsão do
artigo 253:

A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento
dos deveres.
Letra c.

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021. (VUNESP/TJ-SP/2014/ESCREVENTE) Maria é servidora pública estadual, ocupante do


cargo de escrevente técnico judiciário, lotada na 5a Vara da Fazenda Pública da Capital do
Estado de São Paulo. Maria é sócia minoritária (2%) de sua irmã, Joana, em uma empresa
que vende equipamentos de informática, na qual trabalha algumas horas por semana, sem
prejuízo do cumprimento de sua jornada de trabalho e de suas atividades no cargo público,
que são devidamente observadas. Joana decide participar de licitação promovida pelo Tribu-
nal de Justiça do Estado de São Paulo, que pretende adquirir computadores e impressoras.
Considerando as disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São
Paulo, Maria
a) pode permitir que a empresa participe do certame, pois não consta no Estatuto qualquer
vedação aos funcionários públicos em relação à participação em sociedades comerciais e/ou
empresariais, que contratem ou não com o Poder Público.
b) não deve permitir que a empresa participe do certame, se a aquisição for destinada para
uso na unidade em que está lotada; caso seja o equipamento destinado a outras unidades,
não há vedação estatutária.
c) pode permitir que a empresa participe do certame, pois ao funcionário público somente é
vedado receber subvenções ou outros valores de forma não onerosa, podendo, portanto, es-
tabelecer relação comercial com o Tribunal de Justiça.
d) pode permitir que a empresa participe do certame, pois o Estatuto somente vedaria a relação
comercial se a empresa de Maria fosse de natureza industrial ou bancária, o que não é o caso.
e) não deve permitir que a empresa participe do certame, pois é proibido ao funcionário públi-
co participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de so-
ciedades comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Tribunal

No caso narrado pela questão, estamos diante de uma servidora do TJ-SP que também é
sócia minoritária de uma empresa privada. Tal empresa, no entanto, resolve participar de uma
licitação promovida pelo tribunal.
A conduta é possível ou recairia em uma das proibições do Estatuto?
De acordo com o artigo 243 da norma em questão, temos a seguinte redação:

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:


II – participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de sociedades
comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, se-
jam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da repartição
ou serviço em que esteja lotado;

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Logo, Maria não poderá permitir que a empresa da qual é sócia (ainda que minoritária) parti-
cipe da licitação, independente das aquisições serem ou não destinadas para a unidade onde
ela está lotada.
Letra e.

022. (VUNESP/SEFAZ-SP/2013/APOF) Minerva, funcionária pública estadual, comovida com


a situação de uma amiga que está passando por sérios problemas financeiros e de saúde,
resolve ajudá-la promovendo uma lista de donativos dentro da sua repartição, pedindo um
pequena contribuição de cada colega de trabalho em benefício da referida amiga. Segundo o
disposto no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, essa conduta
de Minerva
a) não é disciplinada por lei e, portanto, nada impede Minerva de assim agir.
b) é legalmente permitida.
c) pode ser adotada, desde que devidamente autorizada pelo chefe da repartição e que não
atrapalhe o bom andamento do serviço público.
d) se constitui em uma das exceções permitidas por lei que autoriza Minerva a adotá-la, tendo
em vista o pequeno valor por ela solicitado e o nobre objetivo de seu ato.
e) é proibida por lei.

De acordo com o artigo 242 da Lei n. 10.261 (Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de
São Paulo), temos as seguintes proibições aos servidores regidos pela norma:

Art. 242. Ao funcionário é proibido:


I – referir-se depreciativamente, em informação, parecer ou despacho ou pela imprensa, ou qualquer
meio de divulgação, às autoridades constituídas e aos atos da Administração, podendo, porém, em
trabalho devidamente assinado, apreciá-los sob o aspecto doutrinário e da organização e eficiência
do serviço;
II – retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existen-
te na repartição;
III – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estranhas
ao serviço;
IV – deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada;
V – tratar de interesses particulares na repartição;
VI – promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se solidário
com elas;
VII – exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou subscrever listas de donati-
vos dentro da repartição; e
VIII – empregar material do serviço público em serviço particular.
Logo, a situação proporcionada pela servidora Minerva é proibida.
Letra e.

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023. (VUNESP/2017/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO) Dentre os deveres estabelecidos pelo


Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, encontra-se previsto expres-
samente o dever de
a) levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da primei-
ra autoridade com a qual tiver contato.
b) prestar, ao público em geral, as informações requeridas no prazo máximo de 48 (quarenta
e oito) horas.
c) estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que
digam respeito às suas funções.
d) atender com urgência e preferência à expedição de certidões requeridas para defesa de
direito ou para esclarecimento de situações de interesse pessoal.
e) cumprir as ordens superiores, mesmo quando manifestamente ilegais, cabendo, nesse
caso, todavia, representar contra elas.

A alternativa que apresenta um dever do servidor é a letra C, de forma que estes devem estar
em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que digam res-
peito às suas funções.

Art. 241. São deveres do funcionário:


XIII – estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que di-
gam respeito às suas funções;
Letra c.

024. (VUNESP/2012/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Nos termos do que dispõe a Lei n.


10.261/1968, ao funcionário público é proibido
a) constituir-se procurador de partes perante qualquer repartição pública, exceto quando se
tratar de interes­se de cônjuge ou parente até segundo grau.
b) referir-se de forma depreciativa, em informações, pareceres, despachos ou pela imprensa,
a respeito das autoridades constituídas.
c) ter outro trabalho remunerado, na iniciativa privada, fora do horário do serviço público.
d) participar dos quadros sociais de qualquer tipo de so­ciedade comercial
e) retirar, mesmo que autorizado pela autoridade com­petente, qualquer documento ou objeto
existente na repartição.

Dentre as alternativas propostas, é a letra A que apresenta, de forma correta, uma das proibi-
ções aos servidores públicos do estado de São Paulo.

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Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:
IX – constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição pú-
blica, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau;
Letra a.

025. (VUNESP/2012/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Hércules Remo, funcionário público


estadual, cometeu falta administrativa grave punível com pena de suspensão. Considerando-
-se o disposto no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, assinale
a alternativa correta.
a) A autoridade que aplicar a pena poderá convertê-la em multa, na base de 100% por dia de
vencimento ou remuneração de Hércules.
b) A pena de Hércules não poderá exceder de 90 dias.
c) Caso não ocorram situações de suspensão ou interrupção, se Hércules não for punido pela
falta cometida dentro do prazo de 1 ano, sua pena estará prescrita.
d) Se Hércules for suspenso, ele não perderá as vantagens e direitos decorrentes do exercí-
cio do cargo.
e) Se, ao invés da suspensão, Hércules for multado, ele não poderá ser obrigado a permanecer
em serviço.

a) Errada. A autoridade poderá converter a penalidade de suspensão em multa. No entanto, a


conversão será de 50% por dia normal de serviço, devendo o servidor, neste caso, permanecer
em exercício.
b) Certa. O prazo de 90 dias trata-se do tempo máximo de duração para a penalidade de sus-
pensão.
c) Errada. A pena de suspensão prescreve em 2 anos, e não em 1 ano, conforme informado.
d) Errada. A suspensão acarretará a perda de todos os direitos e vantagens decorrentes do
exercício do cargo.
e
 ) Errada. Em caso de conversão em multa, Hércules ficará obrigado a permanecer em serviço.
Letra b.

026. (VUNESP/2011/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) De acordo com o que dispõe a Lei n.


10.261/1968, é proibido ao funcionário público
a) fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como repre-
sentante de outrem.
b) requerer ou promover a concessão de privilégios de invenção própria.
c) constituir-se procurador ou servir de intermediário perante qualquer repartição pública,
quando se tratar de interesse de cônjuge.

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d) trabalhar sob as ordens imediatas de parentes, até segundo grau, nas funções de confiança
e livre escolha.
e) cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais.

De acordo com a Lei n. 10.261, apenas a letra A apresenta uma proibição aos servidores do
estado de São Paulo:

Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário:


I – fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como representante
de outrem;
Letra a.

027. (VUNESP/2010/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Nos casos de indenização à Fazenda


Estadual, o funcionário será obrigado a repor a importância do prejuízo causado em virtude
de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos
legais. Nessas hipóteses, o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo
dispõe que a reposição do valor devido
a) deve ser feita de uma só vez.
b) pode ser feita em até cinco vezes.
c) poderá ser descontada do vencimento ou remuneração, não excedendo o desconto à dé-
cima parte do valor destes.
d) poderá ser parcelada em até dez vezes.
e) deve ser recolhida no prazo de até trinta dias, contados da decisão final do processo admi-
nistrativo que apurou o valor da dívida.

Para responder à questão, façamos uso da literalidade do artigo 247 da Lei n. 10.261:

Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma
só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão
em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
Letra a.

028. (VUNESP/2010/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) A responsabilidade administrativa


do funcionário público
a) exime a sua responsabilidade civil.
b) exime a sua responsabilidade criminal.
c) exime o pagamento de indenização por parte do funcionário.
d) depende da responsabilidade criminal.

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e) é independente da civil e da criminal.

Todas as esferas de responsabilização são independentes, o que resulta na possibilidade do


servidor ser responsabilizado em todas as esferas ou, em sentido diverso, em apenas uma
delas (sem que, com isso, a medida implique em responsabilização nas demais).
Letra e.

029. (VUNESP/2010/TJ-SP/ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Sobre a pena de suspensão prevista


na Lei n. 10.261/1968, é correto afirmar que
a) não excederá noventa dias.
b) não acarretará a perda dos direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo do fun-
cionário suspenso.
c) não admite a sua conversão em multa.
d) será aplicada no caso de ineficiência no serviço.
e) será aplicada ao funcionário que revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do
cargo, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o Estado ou particulares.

a) Certa. A penalidade de suspensão não poderá ser aplicada por prazo superior e 90 dias.
b) Errada. A suspensão, quando aplicada, enseja a perda dos direitos e vantagens decorrentes
do exercício do cargo.
c) Errada. A suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento)
por dia de vencimento ou remuneração, sendo o funcionário, nesse caso, obrigado a perma-
necer em serviço.
d) Errada. Pela ineficiência no serviço, a penalidade aplicada será a de demissão, e não de
suspensão.
e) Errada. Se o servidor revelar segredo de que tenha conhecimento em razão do cargo, deve-
rá ser penalizado com a sanção de demissão a bem do serviço público.
Letra a.

030. (VUNESP/2010/TJ-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) É um dever do funcionário público


previsto, expressamente, na Lei n. 10.261/1968:
a) pedir reconsideração e recorrer de decisões no prazo de 30 dias.
b) cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais.
c) desempenhar com alegria e simpatia os trabalhos de que for incumbido.
d) promover manifestações de apreço dentro da repartição e, se for o caso, tornar-se solidário
com elas em benefício de todos os colegas da repartição.

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e) comportar-se de maneira digna e voluntariosa no local de trabalho, auxiliando os demais


colegas no desempenho de suas tarefas quando estes não lograrem êxito em fazê-lo.

Apenas a letra B elenca um dos deveres dos servidores públicos regidos pelas disposições da
Lei n. 10.261.

Art. 241. São deveres do funcionário:


II – cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;
Letra b.

031. (VUNESP/2010/TJ-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Conforme o disposto na Lei n.


10.261/1968, o funcionário público que, comprovadamente, causou prejuízo em razão de erro
de cálculo contra a Fazenda Estadual, mas não agiu de má-fé e não é reincidente,
a) ficará sujeito à pena de repreensão.
b) não deverá ser responsabilizado administrativamente.
c) estará sujeito à pena de exoneração do serviço público.
d) deverá ser demitido a bem do serviço público.
e) deverá ser suspenso das suas funções pelo prazo de 30 dias.

Na situação narrada, e tendo em vista que não houve má-fé, deverá o servidor sofrer a pena-
lidade de repreensão. Em caso de reincidência, a suspensão é que deverá ser aplicada.

Art. 245. O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a responsabilidade:
IV – por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.
Art. 248, Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do art. 245, não tendo havido
má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão.
Letra a.

032. (VUNESP/2009/TJ-SP/OFICIAL DE PROMOTORIA) Considerando-se o disposto na Lei


n. 10.261/1968, se um funcionário público solicitar presentes a alguém, ainda que fora de suas
funções, mas em razão delas, ficará sujeito à pena de
a) suspensão simples.
b) demissão simples.
c) exoneração.
d) demissão a bem do serviço público.
e) suspensão, com perda dos direitos e vantagens do cargo.

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Lei n. 10.261/1968 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo
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Para a conduta apresentada pela questão, a penalidade aplicável é a de demissão a bem do


serviço público.

Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:
VII – receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, direta-
mente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções mas em razão delas;
Letra d.

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GABARITO
3. c 13. b 23. c
4. a 14. d 24. a
5. d 15. c 25. b
6. a 16. b 26. a
7. a 17. b 27. a
8. e 18. e 28. e
9. b 19. a 29. a
10. d 20. c 30. b
11. a 21. e 31. a
12. e 22. e 32. d

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Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e
MPU.

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