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Jurisprudência – Direitos Fundamentais

1. art. 16 (princípio da anterioridade eleitoral), que, segundo o STF, é uma


garantia individual do eleitor; e do art. 150, III, “b” (princípio da
anterioridade tributária), que, de acordo com o STF, é uma
garantia individual do contribuinte.
A Corte declarou a constitucionalidade dos preceitos da Lei de
Biossegurança que permitem, para fins de pesquisa e terapia, a utilização
de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos
por fertilização in vitro e não usados no respectivo procedimento.

o âmbito de proteção constitucional não alcança embriões e fetos, mas, tão


somente, aqueles que nasceram vivos. Para o STF “o embrião é o embrião,
o feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Donde não existir
pessoa humana embrionária, mas embrião de pessoa humana”.

STF, em 2012, no julgamento da ADPF n° 54, identificou uma terceira


hipótese ao declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a
qual a interrupção da gravidez de feto anencefálico seria conduta
tipificada no Código Penal.
“aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida potencial. No caso do
anencéfalo, repito, não existe vida possível”.

1ª Turma do STF, por maioria, entendeu que a interrupção voluntária da


gestação realizada nos três primeiros meses não representa crime.
Existe a relatividade dos direitos fundamentais, inclusive do direito à vida.
(Não são ABSOLUTOS, podendo sofrer limitações)

política de cotas étnico-raciais para a seleção e ingresso nos concursos


públicos (será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no
concurso público for igual ou superior a 3 (três).)
E justifica-se por três fundamentos:
1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação promovida pela política de ação
afirmativa em questão está em consonância com o princípio da isonomia.
Ela se funda na necessidade de superar o racismo estrutural e institucional
ainda existente na sociedade brasileira, e garantir a igualdade material entre
os cidadãos, por meio da distribuição mais equitativa de bens sociais e da
promoção do reconhecimento da população afrodescendente.
1.2. Em segundo lugar, não há violação aos princípios do concurso público
e da eficiência. A reserva de vagas para negros não os isenta da aprovação
no concurso público. Como qualquer outro candidato, o beneficiário da
política deve alcançar a nota necessária para que seja considerado apto a
exercer, de forma adequada e eficiente, o cargo em questão. Além disso, a
incorporação do fator “raça” como critério de seleção, ao invés de afetar o
princípio da eficiência, contribui para sua realização em maior extensão,
criando uma “burocracia representativa”, capaz de garantir que os pontos
de vista e interesses de toda a população sejam considerados na tomada de
decisões estatais.
1.3. Em terceiro lugar, a medida observa o princípio da proporcionalidade
em sua tríplice dimensão. A existência de uma política de cotas para o
acesso de negros à educação superior não torna a reserva de vagas nos
quadros da administração pública desnecessária ou desproporcional em
sentido estrito. Isso porque:
(i) nem todos os cargos e empregos públicos exigem curso superior;
(ii) ainda quando haja essa exigência, os beneficiários da ação afirmativa
no serviço público podem não ter sido beneficiários das cotas nas
universidades públicas; e
(iii) mesmo que o concorrente tenha ingressado em curso de ensino
superior por meio de cotas, há outros fatores que impedem os negros de
competir em pé de igualdade nos concursos públicos, justificando a política
de ação afirmativa instituída pela Lei n° 12.990/2014 (...).

“Programa Universidade para Todos – PROUNI”


O Supremo Tribunal Federal, acionado na ADI 333015, declarou a
constitucionalidade do programa nos seguintes termos:
Programa Universidade para Todos (PROUNI). Ações afirmativas do
Estado. Cumprimento do princípio constitucional da isonomia. (...) A
desigualação em favor dos estudantes que cursaram o ensino médio em
escolas públicas e os egressos de escolas privadas que hajam sido
contemplados com bolsa integral não ofende a Constituição pátria,
porquanto se trata de um descrímen que acompanha a toada da
compensação de uma anterior e factual inferioridade (“ciclos cumulativos
de desvantagens competitivas”). Com o que se homenageia a insuperável
máxima aristotélica de que a verdadeira igualdade consiste em tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, máxima que Ruy
Barbosa interpretou como o ideal de tratar igualmente os iguais, porém na
medida em que se igualem; e tratar desigualmente os desiguais, também na
medida em que se desigualem.

a Corte concluiu que era inconstitucional a lei distrital que estabeleceu que
40% das vagas das universidades e faculdades públicas do Distrito Federal
deveriam ser reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do
Distrito Federal. Note, estimado aluno, que a inconstitucionalidade não
deriva, por óbvio, do fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos
de escolas públicas, mas sim em razão de a lei ter restringindo as vagas
para alunos do Distrito Federal, em detrimento dos estudantes de outros
Estados da Federação.

STF pacificou o entendimento no sentido de que a destinação de vagas em


concursos públicos para às pessoas portadoras de deficiência física obedece
ao disposto no art. 37, VIII da CF/88.

O STF já decidiu, por exemplo, que a adoção de critérios diferenciados


para o licenciamento dos militares temporários, em razão do sexo, não
viola o princípio da isonomia
(ii) No mesmo sentido, entendeu que não afronta o princípio da isonomia a
adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo
feminino e masculino da Aeronáutica
(iii) Por outro lado, o Supremo Tribunal entendeu que violou o princípio da
isonomia o edital de concurso público que vedou a participação de
mulheres em curso de formação de oficiais da polícia militar do Estado do
Mato Grosso do Sul – já que nem o edital, tampouco a legislação regente
da matéria, especificavam e justificavam o impedimento para a participação
das mulheres, entendeu-se haver discriminação inaceitável sob a ótica
constitucional

reconheceu direitos previdenciários a casais homoafetivos. proclamando-se


a plena legitimidade jurídica da união homoafetiva como entidade familiar.

proibiu, em todo o país, que cartórios se recusassem a realizar o casamento


entre casais do mesmo sexo.
(iv) Foi também nesse contexto que o STF ratificou que casais
homoafetivos possuem o direito de adotar crianças consoante as mesmas
regras instituídas para casais heteroafetivos.

são inconstitucionais as leis municipais que proíbem o ensino sobre


questões de gênero e sexualidade na rede pública.

reconheceu às pessoas transgêneros o direito a alteração, no assento de


registro civil, de nome e gênero, diretamente ao Registro Civil de Pessoas
Naturais, independentemente de prévia autorização judicial, ainda que não
realizado procedimento cirúrgico de transgenitalização ou de redesignação
sexual poderá formular a ou comprovação da realização de cirurgia de
redesignação sexual.

considerou inconstitucionais dispositivos de normas do Ministério da


Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que
excluíam do rol de habilitados para doação de sangue os “homens que
tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais
destes nos 12 meses antecedentes".

possibilidade de o legislador infraconstitucional estabelecer em lei


requisitos diferenciados de admissão em concursos públicos quando a
natureza do cargo exigir. (em razão da idade, altura, colação de grau em
nível superior ou tempo de prática profissional. Entretanto, elas só são
legítimas se forem fixadas, de forma razoável e houver previsão legal.
(Não pode ser pelo Edital do Concurso)

o estabelecimento de um limite máximo de idade para investidura em cargo


cujas atribuições são de natureza preponderantemente intelectual contraria
o entendimento do STF

características próprias da atividade jurisdicional, em que a experiência


profissional e o conhecimento jurídico acumulado qualificam o exercício
da função, o atingimento da idade de 50 anos, por si só, não desabona o
candidato (ao contrário, tudo indica que a pessoa estará no gozo de sua
plena capacidade produtiva).

o STF decidiu que violou o princípio da isonomia a regra de concurso para


a Defensoria de Ofício da Justiça Militar que exigiu que o candidato
possuísse mais de 25 anos e menos de 35 anos de idade, salvo se já fosse
ocupante de cargo ou função pública.

Corte considerou constitucional (e não violadora do princípio da isonomia)


a vedação do edital à remarcação de teste de aptidão física em concurso
público em virtude de problema temporário de saúde.

STF considerou inconstitucional a proibição de tatuagens a candidatos a


cargo público estabelecida em leis e editais de concurso público.

(i) É inconstitucional a interpretação que exclui o direito de candidatos com


deficiência à adaptação razoável em provas físicas de concursos públicos e
(ii) É inconstitucional a submissão genérica de candidatos com e sem
deficiência aos mesmos critérios em provas físicas, sem a demonstração da
sua necessidade para o exercício da função pública.

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de


fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso
ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo,


manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no
ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, a obrigação de ressarcir os
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em
decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento."

“qualquer forma de censura institucionalizada imposta sem justificação


constitucional será caracterizada como uma intervenção violadora do
âmbito de proteção dessa liberdade”

inconstitucionais dispositivos da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) que


impediam emissoras de rádio e televisão de veicular programas de humor
envolvendo candidatos, partidos e coligações nos três meses anteriores ao
pleito

STF confirmou a constitucionalidade de manifestações que ficaram


conhecidas como “Marcha da Maconha”,

declarou não ser exigível a autorização prévia para a publicação de


biografias.
permitindo a publicação de biografias independentemente de censura ou
licença de pessoa biografada,

ser compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à


realização de cultos, missas e demais atividades religiosas presenciais de
caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da
Covid-19.
O Estado deve oferecer, sempre que possível, alternativas de datas
para pessoas que não possam prestar concursos públicos ou atividade
de serviço público em determinados dias por motivos religiosos (e que
não acarrete ônus desproporcional à administração pública,)

a possibilidade de a administração pública, durante o estágio probatório,


estabelecer critérios alternativos para o exercício dos deveres funcionais ao
servidor público em avaliação caso ele não possa prestar as atividades
previamente delineadas por razões religiosas.

decidiu que a prática do “curandeirismo” não está abrangida pela norma


constitucional de proteção a crença.

STF considerou constitucional lei estadual de proteção animal que, a fim de


resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em
cultos de religiões de matriz africana.
A proteção legal às religiões de matriz africana não representa um
privilégio, mas sim um mecanismo de assegurar a liberdade religiosa,
mantida a laicidade do Estado.

reconheceu-se a possibilidade de as escolas públicas ofertarem ensino


religioso confessional, o texto constitucional não veda que as escolas
públicas ofereçam aulas (de matrícula facultativa) de uma religião
específica, desde que o Estado oportunize a qualquer doutrina religiosa
interessada a possibilidade de prestar o ensino religioso de acordo com suas
crenças)

Transfusão de sangue em testemunhas de Jeová: um conflito entre dois


importantes direitos fundamentais: de um lado temos a irrenunciabilidade
ao direito à vida; de outro, a liberdade religiosa.
Se o paciente é absolutamente capaz e encontra-se consciente e com
pleno discernimento no momento de se manifestar, deve-se prestigiar a
autonomia da vontade. Neste caso, impossível seria ao Estado impor o
procedimento médico legitimamente recusado pelo paciente.
Mas se o paciente é incapaz ou encontra-se inconsciente, a transfusão de
sangue deverá ser feita pelos médicos, preservando o direito à vida.
Ressalte-se que, neste caso, a recusa ao tratamento apresentada pelos
pais ou outros familiares não será considerada legítima e apta a impedir
a realização do tratamento.

manifestações concretas de incitação ao ódio religioso não serão


protegidas pela liberdade de expressão ou pela liberdade de crença.
( na “Netflix” o “Especial de Natal Porta dos Fundos: A primeira tentação
de Cristo”.. Apesar de de gosto e qualidade duvidosos! – tem conteúdo que
desagrada uma parcela majoritária da população. No entanto, isso não é
justificativa jurídica e constitucionalmente válida para proibir-se a exibição
do conteúdo.)

estando em lugar público se pressupõe um consentimento tácito de


exposição. Deste modo, “a pessoa não poderá objetar a aparecer, sem
proeminência, numa reportagem, se encontra em lugar aberto ao público e é
retratada como parte da cena como um todo”

STF: Para a reparação do dano moral não se exige a ocorrência de ofensa à


reputação do indivíduo. O que acontece é que, de regra, a publicação da
fotografia de alguém, com intuito comercial ou não, causa desconforto,
aborrecimento ou constrangimento, não importando o tamanho desse
desconforto ou desse constrangimento. Desde que ele exista, há o dano
moral, que deve ser reparado

consoante preceitua o STF, a condenação por dano material ou moral não


exige que tenha havido qualquer ofensa à reputação do indivíduo e
independe de qualquer provocação de sofrimento à vítima.

que é incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao


esquecimento que possibilite impedir, em razão da passagem do tempo, a
divulgação de fatos ou dados verídicos em meios de comunicação.
(Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de
informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros
constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem,
da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas
previsões legais nos âmbitos penal e cível”.)

Proteção às mensagens de WhatsApp


deveria a autoridade policial, após a apreensão do telefone, ter requerido
judicialmente a quebra do sigilo dos dados armazenados, haja vista
garantia, igualmente constitucional, à inviolabilidade da intimidade, da vida
privada, da honra e da imagem das pessoas, prevista no art. 5º, inciso X, da
Constituição Federal. Assim, a análise dos dados armazenados nas
conversas de Whatsapp, revela manifesta violação da garantia
constitucional à intimidade e à vida privada, razão pela qual se revela
imprescindível a autorização judicial devidamente motivada
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo
em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente
justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação
de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados66. (no caso
de ocorrência de um crime permanente dentro da casa será viável o
ingresso forçado pela polícia, independentemente de mandado judicial,
desde que haja justa causa para a entrada.) porque, nos crimes
permanentes, a consumação se protrai (se prolonga) no tempo.

Os policiais, posteriormente, deverão demonstrar que a medida foi adotada


mediante justa causa, vale dizer, que existiam elementos para caracterizar a
suspeita de ocorrência de crime permanente, situação a autorizar o ingresso
forçado em domicílio. Ademais, tais elementos devem ser fortes, não
bastando mera conjectura, sob pena de enfraquecimento do direito à
inviolabilidade do domicílio.

o plenário da Corte debateu a legitimidade da diligência policial que, em


cumprimento a ordem judicial, implantou instrumentos de escuta
ambiental em escritório de advocacia (que é local considerado ‘casa’)
durante a noite. Entendeu-se que a medida era válida pois se tratava do
único meio possível de prova para comprovar a atividade delituosa, já que
o escritório funcionava ininterruptamente durante o dia, em todos os dias da
semana, inclusive no final de semana.

A CF reconhece a casa como o asilo inviolável do indivíduo, porém, entre


outras hipóteses, admite que nela se possa penetrar por determinação
judicial, sem o consentimento do morador, somente durante o dia.

STF firmou o seguinte entendimento: “sem autorização judicial ou fora das


hipóteses legais, é ilícita a prova obtida mediante abertura de carta,
telegrama, pacote ou meio análogo”

interceptar as correspondências do preso, desde que fundamentado em


razões de segurança pública, preservação da ordem jurídica ou disciplina
prisional. Nas palavras da Corte: “a administração penitenciária, com
fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de
preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde
que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei
7.210/1984, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos
sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar
não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas”
STF fixou a seguinte tese: “Sem autorização judicial ou fora das hipóteses
legais, é ilícita a prova obtida mediante abertura de carta, telegrama, pacote
ou meio análogo. (na Corte, no sentido de que é possível a abertura de
carta, telegrama, pacote ou meio análogo apenas em duas situações: (i)
quando houver prévia autorização judicial; (ii) nas hipóteses em que a lei
autoriza que os agentes públicos abram a correspondência)

Dados bancários
STF declarou no julgamento conjunto dessas ações diretas que são
constitucionais que permitem à Receita Federal receber dados bancários de
contribuintes fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização
judicial. (chamou de “compartilhamento de informações” entre órgãos
da Administração Pública.)

(ii) O TCU não possui poderes para determinar a quebra do sigilo bancário,
nem sequer daqueles dados constantes do Banco Central do Brasil
(iv) O Ministério Público tampouco dispõe dessa atribuição
Dados fiscais
jurisprudência do STF entende que o sigilo fiscal só pode ser excepcionado
extraordinariamente, em situações que demonstrem claramente a
necessidade dessa violenta ruptura à privacidade – lembrando que somente
a autoridade judicial ou as comissões parlamentares de inquérito (CPIs)
podem determinar a medida.

Sigilo das comunicações


a interceptação telefônica somente poder ser determinada para investigação
criminal ou instrução processual penal, nada impede, todavia, que os dados
obtidos na interceptação determinada em investigações criminais ou em
instruções processuais penais sejam utilizados como prova emprestada
(prova que foi colhida em um tipo de processo e será utilizada em outro).
Segundo o STF: “A possibilidade de utilização dessa prova emprestada
somente será vedada, quando verificado o desvio de finalidade, a
simulação ou fraude no curso da investigação, no sentido de burlar a
vedação constitucional à decretação de interceptações telefônicas no
processo civil ou administrativo o STF, todas as interceptações telefônicas
determinadas de 1988 até o advento da Lei n° 9.296/1996, ainda que por
ordem judicial, são inválidas.

a jurisprudência do STF considera ilícitas as provas produzidas por meio de


interceptações telefônicas quando a decisão que a autorizou estiver
amparada apenas em denúncia anônima, sem que se tenha realizado
qualquer investigação preliminar
à duração da intercepção das comunicações telefônicas, o art. 5º da Lei n°
9.296/1996 prevê o prazo de 15 dias, admitindo-se sua prorrogação, ainda
que de modo sucessivo, quando o fato seja complexo e, como tal, exija
investigação diferenciada e contínua

O fato de a gravação ser clandestina não significa que será ilícita. De


acordo com o STF:
(i) se a gravação (clandestina) é realizada em ambiente público não há
qualquer ilicitude, pois se está na esfera da publicidade;
(ii) se a gravação clandestina foi produzida em ambiente privado,
inclusive abrangendo as gravações de conversas telefônicas, igualmente
não há ilicitude, não havendo usurpação da intimidade dos envolvidos. O
STF, inclusive, já reputou lícita a gravação deste tipo feita em detrimento
do acusado (ver HC 87.431 e ArRg no RE 402.035).

Art. 5º, XIII – Liberdade de profissão


Nas palavras do STF: “o art. 5°, XIII, da CR é norma de aplicação imediata
e eficácia contida que pode ser restringida pela legislação
infraconstitucional. Inexistindo lei regulamentando o exercício da atividade
profissional, é livre seu exercício

STF nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao


cumprimento de condições legais para seu exercício, afinal, nos termos da
Constituição, a regra é a liberdade profissional. Assim, apenas quando
houver potencial lesivo na atividade profissional é que podem ser
exigidos requisitos para a profissão ou o ofício serem exercitados,
lembrando que referidos requisitos devem guardar nexo lógico com as
funções e atividades a serem empenhadas.
EX: Em agosto de 2020, no RE 1156197, a Corte confirmou que a
restrição imposta pela Lei 13.021/2014 – no sentido de que apenas
farmacêuticos legalmente habilitados91 podem figurar como responsáveis
técnicos de farmácias e drogarias – é compatível com o 5º XIII, da
Constituição Federal. Segundo os Ministros, considerada a proteção à
saúde, o objetivo maior da Lei nº 13.021/2014 foi o de evitar, tanto quanto
possível, danos à coletividade. Afinal, a atividade de responsável técnico
por drogaria ou farmácia é considerada de risco para a coletividade, caso
seja prestada de modo inadequado, de modo que deve mesmo ser
desempenhada por pessoa com conhecimento técnico suficiente.

nossa Corte Suprema já determinou que “a atividade de músico não


depende de registro ou licença de entidade de classe para seu exercício
o STF decidiu não ser exigível o diploma de curso superior para a prática
do jornalismo, pois, essa atividade viabiliza profissionalmente as liberdades
de expressão e de informação

Art. 5º, XV – Liberdade de locomoção


STF considerou que capturar o investigado ou o réu para levá-lo, sob
custódia policial, à presença de autoridade viola a garantia constitucional
de presunção de não culpabilidade

Reunião
a Corte concluiu que a inexistência de notificação não torna a reunião
ilegal. Foi fixada a seguinte tese: “A exigência constitucional de aviso
prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê
de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”.

Liberdade de associação
STF, “atos emanados do Executivo ou Legislativo, que provoquem a
compulsória suspensão ou dissolução de associações, mesmo as que
possuam fins ilícitos, serão inconstitucionais

substituição processual, conforme entende o STF, sendo suficiente a


autorização genérica prevista no estatuto da associação – dispensa-se a
autorização específica por parte de seus sócios para a impetração do
remédio em juízo

STF, o conceito de “casa” abrange, também, o local onde alguém exerce


profissão ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), compreendendo, portanto, os
escritórios profissionais, inclusive os de advocacia

já que lei pode estabelecer tratamento diferenciado quando certas


circunstâncias fáticas o justificarem; ASSIM, O STF entendeu, por
unanimidade, que a reserva na Universidade de Brasília de 20% das vagas
para estudantes que se autodeclararem afrodescendentes constitui,
providência adequada e proporcional ao atingimento dos mencionados
desideratos.

É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina,


sendo certo que a obrigatoriedade da vacinação não contempla a
imunização forçada, porquanto é levada a efeito por meio de medidas
indiretas.
o STF firmou entendimento recente no sentido de que o direito ao
esquecimento não guarda compatibilidade com o ordenamento jurídico
pátrio, além de restringir a liberdade fundamental de expressão e de
informação

durante o combate à pandemia da Covid-19. O STF se pronunciou sobre o


tema na ADI 6362 (julgada em setembro/2020), determinando que os
Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios podem, no exercício
de suas competências constitucionais, decretar a requisiçãoadministrativa
prevista na Lei nº 13.979/202010. Assim, restou firmado pela nossa Corte
Suprema que os gestores locais de saúde (secretarias estaduais e
municipais, por exemplo) façam as requisições de bens e serviços (como a
utilização de leitos de UTIs de hospitais privados, dentre outros recursos)
mesmo sem autorização do Ministério da Saúde (do governo federal).

O Habeas Data somente será admitido após esgotamento prévio da via


administrativa.

a figura do ‘juiz das garantias’ está suspensa por uma decisão do STF

se o foro especial da autoridade estiver previsto não na Constituição


Federal, mas sim em outro documento inferior. Neste caso, a competência
do Júri vai prevalecer.
Para corroborar esse entendimento, o STF editou a súmula Vinculante nº
45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela
Constituição Estadual”.

o STF (em junho de 2019), no julgamento da ADO nº 2611, enquadrou


homofobia e transfobia como crimes de racismo. Por maioria, a Corte
reconheceu a mora do Congresso Nacional para incriminar atos atentatórios
a direitos fundamentais dos integrantes da comunidade LGBT.( (i) O
primeiro prevê que, até que o Congresso Nacional edite lei específica, as
condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, se enquadram nos
crimes previstos na Lei 7.716/1989 e, no caso de homicídio doloso,
constitui circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe;
(ii) No segundo ponto, a tese prevê que a repressão penal à prática da
homotransfobia não alcança nem restringe o exercício da liberdade
religiosa, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio;
(iii) Finalmente, a tese estabelece que o conceito de racismo ultrapassa
aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos e alcança a negação da
dignidade e da humanidade de grupos vulneráveis.)
a Corte declarou inconstitucional uma lei estadual que proibia que a
Administração Pública contratasse empresa cujo diretor, gerente ou
empregado tivesse sido condenado por crime ou contravenção relacionados
com a prática de atos discriminatórios.

o STF JÁ autorizou que uma ordem judicial fosse cumprida num local
considerado casa (escritório de advocacia), durante a noite, para a
instalação de escuta ambiental. Destarte, a prova obtida não foi considerada
ilícita

o cumprimento da pena de prisão somente pode ocorrer após o trânsito em


julgado da sentença condenatória. STF, é constitucional a regra do Código
de Processo Penal que prevê o esgotamento de todas as possibilidades de
recurso (trânsito em julgado da condenação) para o início do cumprimento
da pena.)

prisão com fundamento unicamente em condenação penal só pode ser


decretada após esgotadas todas as possibilidades de recurso. a única
exceção é a sentença proferida pelo Tribunal do Júri, que, de acordo
com a Constituição, é soberano em suas decisões.

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