Você está na página 1de 9

NOMEAÇÃO APÓS PRAZO DE VALIDADE VENCIDO

O concurso venceu, é possível ser nomeado após o prazo de validade do


concurso público? Sim! Quando o concurso público vence não significa que o
candidato perdeu o seu direito, mas sim que a Administração Pública perdeu
o prazo para realizar a nomeação dos candidatos de forma espontânea.

Se ao final do prazo de validade de um concurso o candidato aprovado não for


nomeado, ele tem o direito de recorrer judicialmente para que consiga a nomeação
compulsória, através de decisão judicial, desde que comprove a desistência dos
candidatos classificados em colocação superior.

É NORMAL A BANCA NÃO CONVOCAR


TODOS OS CANDIDATOS
APROVADOS?
Sim. Todo candidato aprovado dentro do número de vagas possui o
direito subjetivo à nomeação, isto é, dentro do prazo de validade ele deve
ser nomeado. Se, ao final do prazo, isso não acontecer, o candidato tem
o direito de recorrer judicialmente para conseguir a nomeação
compulsória, através de uma decisão judicial.

“Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá


escolher o momento no qual se realizará a nomeação, mas não poderá
dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa
a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um
dever imposto ao poder público.” (RE 598099, Relator Ministro Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, DJe de
3.10.2011, com repercussão geral – tema 161)

Diante disso, é preciso ficar atento para as seguintes situações ilegais


que podem ser o motivo de determinada convocação não ocorrer:

– Contratação de funcionários terceirizados para


exercerem o mesmo cargo para o qual há
candidatos aprovados.
Caso seja comprovado que alguém esteja trabalhando de forma precária,
sem vínculo efetivo, é possível acionar a justiça para que o seu direito
de assumir a vaga seja respeitado.
– Abertura de novas vagas além daquelas
estipuladas em edital
Embora a administração pública não seja obrigada a realizar novas
convocações em caso de abertura de novas vagas durante o prazo de
validade do concurso (além das disponibilizadas no edital), existem
exceções a essa regra, tais como quando há mostras claras da
necessidade de novos profissionais através de contratações temporárias,
contratos precários, convocação de candidatos com pontuação inferior,
ou abertura de novo concurso quando ainda há concurso vigente.

Esse vem sendo o entendimento do STF:

” o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o


mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora
das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição
arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizadas por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de
aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando
a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE
598.099); ii) Quando houver preterição na nomeação por não
observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); iii) Quando
surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade
do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora
das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos
termos acima.” (RE 837311, Relator Ministro Luiz Fux, Tribunal Pleno,
julgamento em 9.12.2015, DJe de 18.4.2016, com repercussão geral –
tema 784)
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

IV - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I

DISPOSIÇÕES GERAIS (arts. 77 e 78)

Art. 77 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer


dos Poderes do Estado e dos Municípios, obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, interesse coletivo e,
também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público da administração direta, indireta
ou fundacional depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Lei nº 4053, de 30 de dezembro de 2002, que estabelece normas para os concursos públicos
e dá outras providências.
III - não haverá limite máximo de idade para a inscrição em concurso público,
constituindo-se, entretanto, em requisito de acessibilidade ao cargo ou
emprego a possibilidade de permanência por cinco anos no seu efetivo
exercício;

DECRETO Nº 43.876 DE 08 DE OUTUBRO DE 2012

REGULAMENTA OS CONCURSOS PÚBLICOS PARA


PROVIMENTO DE CARGOS EFETIVOS E EMPREGOS
PÚBLICOS INTEGRANTES DOS QUADROS PERMANENTES
DE PESSOAL DO PODER EXECUTIVO E DAS ENTIDADES DA
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e,


tendo em vista o que consta do processo nº E-14/11540/2011,

DECRETA:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Os concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos
Art. 1º
integrantes dos quadros permanentes de pessoal do Poder Executivo e das entidades
da Administração Indireta do Estado do Rio de Janeiro serão realizados de acordo com
os termos deste Decreto, observadas as peculiaridades estatuídas em leis e decretos
especiais.

Art. 2º O concurso público será de provas ou de provas e títulos.

Parágrafo único. O concurso público será complementado, quando exigido por lei,
pela realização de curso de formação profissional, em que, à vista da frequência,
aproveitamento, perfil psicológico, idoneidade moral e disciplina dos candidatos
aprovados, a Administração Pública confirmará ou não a aprovação no certame, sem
alteração da ordem de classificação.

Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso


Art. 3º
anterior com prazo de validade não expirado.

Parágrafo único. A Administração Pública poderá realizar concurso público para a


formação de cadastro de reserva para o atendimento de eventuais necessidades
futuras.

O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado
Art. 4º
uma única vez por período igual ao prazo original de validade.

Parágrafo único. O termo inicial do prazo de validade de que cuida o caput será a
homologação do resultado final das provas e exames tratados, respectivamente, nos
Capítulos VI e VII deste Decreto.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DO CONCURSO PÚBLICO

Art. 6ºOs órgãos e entidades promotores de concurso público instituirão Comissão


Organizadora composta majoritariamente de servidores efetivos para dirigir as
atividades atinentes a cada certame, competindo-lhe:

PROJETO DE LEI Nº 1062/2019 EMENTA: DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DO CONCURSO PÚBLICO


NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Autor(es): Deputada ALANA PASSOS A
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CAPÍTULO VI DA VALIDADE, ANULAÇÃO E CANCELAMENTO


Art. 39. O prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma
vez, por igual período. Parágrafo único. O prazo de validade do concurso público será contado
da data da publicação oficial do ato homologatório do seu resultado final.

TITULO V DA HOMOLOGAÇÃO
Art. 92. Após a apreciação dos recursos, será publicado no do Estado, em até 30 (trinta) dias, o
edital contendo a homologação do resultado final do concurso público. § 1o O edital da
homologação do resultado final do certame deverá ser composto de 2 (duas) listas, contendo,
a primeira, a pontuação de todos os candidatos, inclusive a das pessoas com deficiência, e a
segunda, somente a pontuação dessas últimas, sempre pela ordem decrescente da nota
obtida. § 2o O instrumento de divulgação em tela deverá conter ainda: o número de inscrição
e o nome completo do candidato; a nota final obtida por prova e a nota final geral; a
classificação geral; e a discriminação do cargo ou emprego para o qual prestou concurso e,
quando for o caso, a indicação da área de especialização. Art. 93. Os candidatos classificados
deverão comunicar à área de Recursos Humanos da entidade promotora do certame qualquer
mudança de endereço e de números de telefone para contato, sob pena de, em não sendo
encontrados, serem considerados desistentes. TÍTULO VI DA CONVOCAÇÃO PARA NOMEAÇÃO
Art. 94. A convocação para a nomeação no cargo ou emprego público obedecerá à ordem de
classificação dos candidatos aprovados. § 1o A nomeação dos candidatos aprovados e
classificados será feita dentro do prazo da validade do concurso, computada a sua respectiva
prorrogação, contado da data de publicação da homologação do resultado final. § 2o Caso o
candidato convocado para assumir a vaga não preencha os requisitos para a posse ou, por
qualquer motivo, venha a desistir da vaga, o órgão ou a entidade da Administração Pública
convocará o próximo candidato classificado, seguindo a ordem final de classificação no
certame.

Sobre fim da cláusula de barreira

Projeto de lei 5.433/2022, que garante a


convocação de todos os aprovados em
concursos no estado RJ, é aprovado em votação
realizada na última quarta, dia 23.
Os deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro colocaram em
votação nesta quarta-feira, 23 de março, o projeto de lei 5.433/2022, de autoria
dos parlamentares Rodrigo Amorim (PSL) e Martha Rocha (PDT), que pretende
extinguir a chamada “clausula de barreira”, um item presente nos editais de
concursos públicos que limita o número de candidatos convocados nas etapas
seguintes às provas objetivas. A maioria do plenário da Alerj aprovou esse
projeto.

Agora, o projeto será enviado para o governador Cláudio Castro, que tem um
prazo de 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo.

Em caso de sanção do chefe do Executivo, os concursos em âmbito estadual


poderão chamar um número ilimitados de aprovados, regra válida para aqueles
certames que estejam em andamento ou que se encontram dentro do prazo de
validade. A justificativa defendida pelos autores do projeto é de que o ministro
do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, decidiu pela constitucionalidade
da Lei Distrital n.º 6.488/2020, que permite o aproveitamento de candidatos
habilitados além do número de vagas previstas em concursos no Distrito
Federal.

Além disso, o texto indica que, caso o projeto entrasse em vigor, geraria
economia para os cofres públicos, uma vez que o número de aprovados
possibilitará um aumento do cadastro de reserva.

No mesmo dia, os deputados estaduais aprovaram o Projeto de Lei 5.337/22,


também de autoria da deputada Martha Rocha, que prevê a convocação de
aprovados além do número de vagas oferecidas durante o período em que um
concurso estiver válido.

Os candidatos que se encontrarem nessa situação deverão ingressar ao


cadastro de reserva, estando isso previsto ou não no edital. Caso seja
identificado que um determinado órgão estadual apresenta um déficit no seu
quadro de servidores e haja viabilidade orçamentária com base no Regime de
Recuperação Fiscal, esse órgão deverá nomear os candidatos que estão no
cadastro.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, sancionou as Leis 9.650 e 9.651


de 2022, que versam sobre concursos públicos, sendo a primeira mais
especificamente sobre a extinção da cláusula de barreiras em seleções
estaduais.

Ao que se refere a cláusula de barreira?


A cláusula de barreira se refere a uma limitação em que a
administração pública impede o candidato de prosseguir no concurso
caso ele não consiga ultrapassar as barreiras do edital.
No estado do Rio de Janeiro, a cláusula não existia em todos os
concursos. Além disso, é importante ressaltar que, diferente do que
muitos pensam, ela não impede a realização de um novo concurso,
mas sim a vigência da seleção em questão.
No concursos federais da área de Segurança, por exemplo, faz muito
sentido que ela exista, já que eles costumam ter uma validade menor.
Com a cláusula de barreira, cada vez mais ficou a critério da autoridade
em questão fazer as convocações. Outra tendência foi o que os
concursos passaram a colocar cada vez mais vagas em cadastro reserva
e menos em provimento imediato, justamente para não haver a
obrigação de convocar para todas as vagas dispostas no edital.
No Rio de Janeiro, a situação é ainda mais complicada devido ao
Regime de Recuperação Fiscal. Ainda que seja decretado o seu fim,
como a lei 9.650/22 faz menção direta a ele, pode surgir uma
complicação jurídica maior ainda.
A quais concursos se aplica a queda da cláusula de
barreira?
A queda da cláusula de barreira vai atingir os próximos concursos que
vão acontecer no estado. Por exemplo:

 Seeduc
 Sefaz
 Agenersa
 PMERJ
 Bombeiros (oficial e soldado)
 Faetec
 Agetransp

No momento, a grande questão jurídica é se ela vai ser aplicada


também aos concursos que já estavam valendo já que, em teoria, ela é
válida para concursos em andamento e dentro do prazo de validade e
de prorrogação.
Nesse sentido, concursos como os de oficial de cartório e de
papiloscopista da PC RJ poderão ser beneficiados.
Diferente do Rio, outros estados vetaram o projeto de lei que quebrava
a cláusula de barreira, como foi o caso do Mato Grosso.
Um dos principais argumentos que favorecem o argumento da quebra
da cláusula é os custos para a realização de um novo concurso,
principalmente em um cenário de fim da pandemia.
No caso da PC RJ, por exemplo, é mais barato para o governo chamar
mais candidatos para o TAF do que realizar um novo concurso em um
futuro próximo.

TJ-RN - Mandado de Segurança com Liminar: MS 10309 RN XXXXX-7


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO EM CARGO INTEGRANTE DA POLÍCIA
MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE. CONVOCAÇÃO PARA A 4ª FASE DO CERTAME
(CURSO DE FORMAÇÃO) SEM OBSERVÂNCIA DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE. EXEGESE DA SÚMULA 15 DO STF. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA. QUEBRA DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA QUE CONFERE AO IMPETRANTE
DIREITO LÍQUIDO E CERTO À CONVOCAÇÃO VINDICADA. PRECEDENTE DO STJ E DESTA
CORTE EM CASOS ANÁLOGOS. CONCESSÃO DA SEGURANÇA QUE SE IMPÕE.
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO
PÚBLICO PARA ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL. PARTICIPAÇÃO E CONCLUSÃO DO CURSO
DE FORMAÇÃO (4ª ETAPA DO CERTAME) ASSEGURADA POR MEDIDA LIMINAR.
APROVAÇÃO SUB JUDICE. HOMOLOGAÇÃO. QUEBRA DA ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO.
NOMEAÇÃO DE CANDIDATO COM MÉDIA FINAL INFERIOR. PRETERIÇÃO. OCORRÊNCIA.
DIREITO À NOMEAÇÃO GARANTIDO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 15 /STF.
PRECEDENTES JURISPRUDÊNCIAS DO STJ E DESTA CORTE. Não obstante seja assente o
entendimento de que a aprovação no certame não assegura ao candidato o direito à
nomeação e posse no respectivo cargo, cabendo à Administração proceder a
convocação através de ato discricionário, a partir de critérios de oportunidade e
conveniência. Tal nomeação, porém, deve, necessariamente, observar a ordem
classificatória dos Candidatos, de modo que, ocorrendo a quebra desta, o que antes
era mera expectativa de nomeação, passa a ser um direito assegurado ao candidato
preterido, mesmo quando sub judice. (Mandado de Segurança nº , do Tribunal Pleno
do TJRN, rel. Des. Amaury Moura Sobrinho, DJ 09.04.2008) CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE
DE POLÍCIA CIVIL. SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO ANTE A AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. PARTICIPAÇÃO E CONCLUSÃO
DO CURSO DE FORMAÇÃO (4ª ETAPA DO CERTAME) ASSEGURADA POR MEDIDA
LIMINAR. APROVAÇÃO SUB JUDICE. HOMOLOGA

TJ-CE - Apelação: APL XXXXX20148060001 CE XXXXX-03.2014.8.06.0001


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. PLEITO DE NOMEAÇÃO E POSSE.
ACOLHIMENTO. CANDIDATOS EM CLASSIFICAÇÃO POSTERIOR NOMEADOS.
PRETERIÇÃO DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA. COMPROVAÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA.
SENTENÇA REFORMADA. I- A presente ação tem como questão de mérito o direito do
autor, ora apelante, ser nomeado e empossado no cargo de Soldado da PM, após
obter provimento jurisdicional transitado em julgado com a referida determinação.
Alega, o Estado do Ceará, em sua impugnação, a inexigibilidade da obrigação, pois o
demandante ocupa o 947º lugar na 3ª Turma do Curso de Formação, não sendo tal
posição suficiente para garantir a sua nomeação e posse. II- Porém, em resposta a
ofício juntado aos autos, a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará,
confirmou a convocação de mais 2 (duas) turmas, totalizando 5 (cinco) turmas. Assim,
após a conclusão da 4ª turma, foram nomeados 974 candidatos, e 279 na 5ª turma, o
que conduz ao direito almejado, pois o candidato, ora apelante, aprovado em 947º
lugar, na 3ª Turma do Curso de Formação, foi preterido pelos candidatos das turmas
posteriores, revelando a ofensa ao seu direito e aos princípios que regem o ingresso
dos candidatos ao serviço público por meio do concurso. À luz das provas
demonstradas, tais circunstâncias são suficientes para impor o dever de nomeação,
pois o ato comissivo da Administração, in casu, ultrapassou a discricionariedade,
oportunidade e conveniência do Poder Público, demonstrando, claramente, a violação
ao princípio da impessoalidade. III- Desse modo, é de se concluir que tais argumentos
expostos na impugnação do apelado não merecem prosperar, tendo em vista que a
classificação do candidato no concurso foi suficiente para a convocação na turma à
qual se destinava e que foram nomeados mais de 1200 (mil e duzentos) candidatos nas
duas turmas que se seguiram, caracterizando preterição. IV- Apelação provida. Decisão
reformada. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara
Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em
conhecer da presente Apelação, para dar-lhe provimento, nos termos e voto do
Relator. Fortaleza, 3 de dezembro de 2018 Presidente do Órgão Julgador
DESEMBARGADOR INACIO DE ALENCAR CORTEZ NETO Relator

TJ-GO - MANDADO DE SEGURANCA: MS XXXXX20168090000


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO PRETERIDO NA ORDEM
CLASSIFICATÓRIA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO. A jurisprudência hodierna
tem-se posicionado no sentido que a mera expectativa de direito converte-se em
direito subjetivo se, dentro do prazo de validade do concurso, a Administração preterir
o candidato na nomeação por inobservância da ordem de classificação. Inteligência do
Enunciado da Súmula 15 do STF. SEGURANÇA CONCEDIDA.

Você também pode gostar