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DIREITO ADMINISTRATIVO

procedimentos no âmbito da
administração pública
AULA 05
FORMAS DE EXTINÇÃO
São quatro as formas fundamentais de extinção do contrato (art.
138):
*duas novidades
a) unilateral; (cláusula exorbitante)
b) consensual: por acordo, conciliação*, mediação ou por
comitê de resolução de disputas;
c) decisão judicial; ou
d) decisão arbitral* em decorrência de cláusula compromissória
ou compromisso arbitral.
Quanto aos pagamentos pela Administração, o art.
141 estabelece uma ordem cronológica para
quitação:
1º fornecimento de bens;
2º locações;
3º prestação de serviços;
4º realização de obras.
SISTEMA DE NULIDADES
Havendo irregularidade na licitação ou na execução contratual,
deve-se inicialmente tentar o saneamento. (princípio do
aproveitamento).

Não sendo possível o saneamento, a suspensão da execução ou


anulação do contrato somente será adotada se revelar-se medida
de interesse público ?!? (invalidação discricionária?), com
avaliação dos seguintes aspectos (art. 147): (OBS: A anulação é
poder-dever - vinculada).
a) impactos econômicos e financeiros decorrentes do
atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato;
b) riscos sociais, ambientais e à segurança da população
local decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do
objeto do contrato;
c) motivação social e ambiental do contrato;
d) custo da deterioração ou da perda das parcelas
executadas;
e) despesa necessária à preservação das instalações e dos
serviços já executados;
f) despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às
atividades;
g) medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou
entidade para o saneamento dos indícios de irregularidades
apontados;
h) custo total e estágio de execução física e financeira dos
contratos, dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
i) fechamento de postos de trabalho diretos e
indiretos em razão da paralisação;
j) custo para realização de nova licitação ou
celebração de novo contrato;
k) custo de oportunidade do capital durante o
período de paralisação.
Essas exigências do art. 147 estão alinhadas com o
previsto na polêmica Lei 13.655/18, que trata da
“segurança jurídica e eficiência na criação e na
aplicação do direito público”.

Lembrar que a Lei 13.655/18 alterou a LINDB, e teria


sido criada para tirar poder dos órgãos de controle
Modulação de efeitos da anulação contratual
(art. 148, § 2º): a autoridade poderá decidir
que a anulação do contrato só tenha eficácia
em momento futuro, suficiente para efetuar
nova contratação, por prazo de até 6 (seis)
meses, prorrogável uma única vez (prevê uma
anulação “ex nunc” ou proativa) – REGRA
ANTERIOR: efeitos ex tunc - anulação.
MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO
DE CONTROVÉRSIAS

A Lei 14.133/21 consolida, na solução de controvérsias


relativas ao contrato, instrumentos como (art. 151):
- rol exemplificativo.
a)conciliação;
b)mediação;
c)comitê de resolução de disputas;
d)arbitragem de direito (discute a interpretação de
normas)
- princípio da indisponibilidade do interesse público (?)
O uso dos meios alternativos restringe-se, pelo parágrafo
único do art. 151, a direitos patrimoniais disponíveis,
“como” as questões relacionadas ao restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao
inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer
das partes e ao cálculo de indenizações.
INFRAÇÕES
O art. 155 descreve, de forma mais organizada do que a Lei 8666/93, as infrações
administrativas que o contratado pode cometer.

A novidade é a incorporação dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei 12.846/13


(Antocorrupção - lei de responsabilidade das pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração), tais como:
Vide art. 155 +

a) prometer ou dar vantagem indevida a agente público;

b) comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo


subvencionar a prática dos atos ilícitos;
c) utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus
reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;

d) frustrar ou fraudar o caráter competitivo de procedimento licitatório público;

e) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento


licitatório público;

f) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de


vantagem de qualquer tipo;

g) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;


h) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação
pública ou celebrar contrato administrativo;
i) obter vantagem ou benefício indevido, de modo
fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública;
j) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados com a administração
pública;
k) dificultar atividade de investigação ou fiscalização.
SANÇÕES
Foram mantidas as quatro sanções da Lei 8.666/93 (art. 156):

a) advertência; (não precisa PAD)


b) multa (a única que pode ser cumulada);
c) impedimento de licitar e contratar por até 3 anos no âmbito do ente
licitante (na 8666/93 eram até 2 anos);
d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar, em todos os níveis
federativos, por prazo de 3 a 6 anos (na 8666/93 eram 2 anos ou até
perdurarem os motivos da punição) – CADASTRO NACIONAL DE
EMPRESAS INIDÔNEAS.
DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
O art. 160 da Lei 14.133/21 incorpora em definitivo nos contratos administrativos a
desconsideração da personalidade jurídica, já admitida pela jurisprudência e
disciplinada pelo art. 14 da Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção)
Art. 160: A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada
com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos
previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os
efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica serão estendidos aos seus
administradores e sócios com poderes de administração, (NOVIDADES) a pessoa
jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou
controle, de fato ou de direito, com o sancionado, observados, em todos os casos, o
contraditório, a ampla defesa e a obrigatoriedade de análise jurídica prévia ..
CEIS e CNEP
Além do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), a lei disciplina dois
outros instrumentos eletrônicos para controle social do procedimento licitatório e às
contratações públicas:

a) Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis): “apresenta a relação


de empresas e pessoas físicas que sofreram sanções que implicaram a restrição de
participar de licitações ou de celebrar contratos com a Administração Pública”;

b) Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep): enumera “a relação de empresas


que sofreram qualquer das punições previstas na Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção)”

Os dois cadastros já existiam e estão hospedados dentro do Portal da Transparência


da AGU
A novidade está na expressa previsão de uso dos dois cadastros,
além de criar deveres à Administração de alimentar os sistemas

Vide art. 161 da Lei 14.133/21: os órgãos e entidades dos


Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes
federativos deverão, no prazo máximo 15 (quinze) dias úteis,
contado da data de aplicação da sanção, informar e manter
atualizados os dados relativos às sanções por eles aplicadas,
para fins de publicidade no Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no Cadastro Nacional de
Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do Poder
Executivo federal.
SISTEMA RECURSAL
As decisões e atos no âmbito licitatório podem ser impugnados administrativamente
por meio dos seguintes instrumentos:

a) impugnação ao edital (art. 164): qualquer pessoa pode utilizar em até 3 dias úteis
(eram 5 dias úteis) antes da abertura do certame;

b) recurso (administrativo hierárquico) (art. 165, I): no prazo de 3 dias úteis (eram 5
dias úteis), contra decisão sobre pedido de pré-qualificação, inscrição em registro
cadastral, julgamento das propostas, habilitação, anulação e revogação da licitação ou
extinção do contrato;

c) reconsideração (art. 165, II): em 3 dias úteis (eram 10 dias úteis), quando não
couber recurso hierárquico

As impugnações são sempre interpostas perante a autoridade recorrida


SISTEMA DE CONTROLE
A nova lei dedicou um capítulo inteiro (capítulo III) ao tema do controle
das contratações

Funcionamento do sistema de controle (art. 169): as contratações


públicas deverão submeter-se a práticas contínuas e permanentes de
gestão de riscos e de controle preventivo, inclusive mediante adoção de
recursos de tecnologia da informação, e, além de estar subordinadas ao
controle social.

Utilizando técnicas de gerenciamento de riscos e controle originárias da


gestão privada, foram estabelecidas três linhas de defesa:
a) primeira linha de defesa (controle interno pelos próprios agentes):
integrada por servidores e empregados públicos, agentes de licitação e
autoridades que atuam na estrutura de governança do órgão ou entidade;

b) segunda linha de defesa (controle interno por outros órgãos): integrada


pelas unidades de assessoramento jurídico e de controle interno do
próprio órgão ou entidade;

c) terceira linha de defesa (controles interno e externo): integrada pelo


órgão central de controle interno da Administração e pelo tribunal de
contas.
DISPOSIÇÕES FINAIS E
TRANSITÓRIAS
O art. 181 prevê a criação de centrais de compras visando a realização de
compras em grande escala. (LICITAÇÃO ÚNICA, COMPRAS EM
GRANDE ESCALA).

Aplicação subsidiária da Lei 14.133/21 a parcerias e vínculos


plurilaterais da Administração (art. 184): na ausência de norma
específica, aplicam-se “no que couber” as normas da nova lei a
convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão aplicar os


regulamentos editados pela União para execução da nova lei (art. 187)
Até 3 de abril de 2023, a Administração poderá escolher qual regime será aplicado (art. 191)

OBS:
Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o prazo de 6 (seis) anos, contado da data
de publicação desta Lei, para cumprimento:

I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta Lei;

II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma eletrônica a que se refere o


§ 2º do art. 17 desta Lei;

III - das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.

Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municípios a que se refere o caput deste artigo deverão:

I - publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige que sejam divulgadas em sítio eletrônico
oficial, admitida a publicação de extrato;

II - disponibilizar a versão física dos documentos em suas repartições, vedada a cobrança de qualquer valor,
salvo o referente ao fornecimento de edital ou de cópia de documento, que não será superior ao custo de sua
reprodução gráfica.
obrigado!

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