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Direito Econômico p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez

Professor: Alessandro Sanchez

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SUMÁRIO
Sumário .......................................................................................................................1
Direito Econômico para Carreiras Jurídicas .................................................................3
Apresentação Pessoal ........................................................................................................ 3
Breves Comentários Aos Modelos De Editais Da Disciplina ........................................8
Cronograma de Aulas ..................................................................................................9
Legislação Destacada – Aula por Aula ....................................................................... 10
Indicação Bibliográfica .............................................................................................. 11
Albino Peluso ................................................................................................................... 11
Fabio Nusdeo................................................................................................................... 12
Eros Grau......................................................................................................................... 12
Cabral De Moncada ......................................................................................................... 12
Roteiro de Estudos .................................................................................................... 13
1-Direito Econômico .................................................................................................. 16
1.1 - Agentes econômicos ................................................................................................ 18
1.2 - Principais características ......................................................................................... 19
1.3 - Evolução do Direito Econômico ................................................................................ 20
1.3.1 - Primeira Guerra Mundial .................................................................................................................. 21
1.3.2 - No Brasil................................................................................................................................................. 22
Professor, eu já entendi que como sempre, os demais países saíram na frente, mas e o Brasil, quando foi que
o Direito Econômico surgiu? ............................................................................................................................. 22
Caaaalma! Um passo por vez, sua banca nem sempre vai cobrar só o surgimento do Direito Econômico no
Brasil, sendo assim você não precisa saber a história toda. Sendo assim, vamos ao que interessa. ............... 22
1.3.3 - Normas de Direito Econômico............................................................................................................... 23

2- Noções De Atividade Econômica ........................................................................... 24


2.1 - Introdução ............................................................................................................... 24
2.2 - Análise econômica ................................................................................................... 25
2.3 - Sistemas econômicos ............................................................................................... 25
2.3.1. Sistema Capitalista.................................................................................................................................. 25
2.3.2. Sistema Socialista ................................................................................................................................... 26
2.4 - Modelos Econômicos ............................................................................................... 26

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2.4.1. Modelo Liberal........................................................................................................................................ 27


2.4.2. Modelo de Comando .............................................................................................................................. 27
2.4.3. Modelo Planificado ................................................................................................................................. 28

2.5. O Desenvolvimento Econômico e a Constituição de 1988 .......................................... 28


3 - O Direito Econômico No Texto Constitucional ..................................................... 32
3.1 Noções introdutórias ................................................................................................. 32
3.2. Ordem Econômica nas Constituições Federais Brasileiras ......................................... 33
4 - Princípios De Direito Econômico Nos Fundamentos Da Constituição Federal De
1988 ........................................................................................................................... 34
4.1 - Dignidade da pessoa humana, Valorização do Trabalho humano e Justiça Social .... 34
5- Princípios Gerais Na Ordem Econômica Constitucional ........................................ 37
5.1. Soberania Nacional ................................................................................................... 37
5.2. Propriedade Privada e Função Social da Propriedade ............................................... 38
5.3. Liberdade de Iniciativa e Concorrência ...................................................................... 38
5.4. Defesa do Consumidor .............................................................................................. 41
5.5. Defesa do Meio Ambiente ......................................................................................... 42
5.6. Redução das desigualdades regionais e sociais ......................................................... 42
5.6.7. Busca do pleno emprego ........................................................................................................................ 42
5.6.8. Tratamento favorecido às empresas nacionais de pequeno porte ........................................................ 42

6 - Questões .............................................................................................................. 45
6.1- Lista de Questões sem comentários .......................................................................... 45
6.2 – Gabarito ................................................................................................................. 53
6.3- Lista de Questões com Comentários ......................................................................... 54
7 – Destaques da Legislação e da Jurisprudência ...................................................... 75
8 – Resumo ................................................................................................................ 75
Direito Econômico ........................................................................................................... 76
Noções de Atividade Econômica ...................................................................................... 76
Sistemas econômicos ....................................................................................................... 76
Direito Econômico na CF/88 ............................................................................................ 76
8 – Considerações Finais ........................................................................................... 77

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APRESENTAÇÃO DO CURSO E PROFESSOR


DIREITO ECONÔMICO PARA CARREIRAS JURÍDICAS
Olá, amigos alunos Estratégia Concursos, tudo bem?
É com enorme alegria que damos início hoje ao nosso “Curso de Direito Econômico para o
canal Estratégia Carreira Jurídica”. Antes de qualquer coisa, pedimos licença para uma breve
apresentação:
O meu nome é Alessandro Sanchez, sou Professor de Direito Econômico e Financeiro do
Curso Estratégia Carreira Jurídica e Direito Empresarial do Estratégia Concursos, onde
enfatizo as carreiras fiscais. Contarei um pouco de minha trajetória em sala de aula.

APRESENTAÇÃO PESSOAL

Ingressei na Universidade São Francisco aos 17 anos de idade com maturidade bastante
limitada. Após 1 ano de sala de aula e a construção de grande admiração por meus
Professores, comecei a notar que aqueles que lecionavam em grandes Cursos Preparatórios
para as Carreiras Jurídicas da Magistratura e Ministério Público dominavam a sala de aula
com autoridade legítima e didática impecável, trazendo brilho nos olhos para os seus
ouvintes. Tudo isso pode ter sido mera coincidência, uma inspiradora coincidência.
A partir de então, pouco experiente e com brilho nos olhos, aos 18 anos de idade decidi que
ingressaria em uma carreira pública. Iniciei a aquisição de livros e até uma pasta com os
editais de concursos.
No final do ano de 1997 me envolvi em Processo Seletivo para Conciliador do Juizado Especial
Cível Central e prestei concursos para Estágio na Escola Paulista de Magistratura e
Ministério Público Federal, além da Escola Experimental da Ordem dos Advogados Paulista.
A aprovação chegou em todos os casos, sempre com nota máxima. Tratavam-se de
processos e concursos pequenos, mas estava bastante empolgado.
Meu amigo, sei que muito do que estou falando reflete nas lutas que você teve e como
passaremos bastante tempo juntos com os livros digitais e vídeo aulas, tomei a liberdade de
me aproximar e fazer com que você também lembre de sua luta. Tudo isso fará muito sentido
pra você. Lembro bem que trabalhava às madrugadas no Banco Bradesco e dormia 4 (quatro)
horas no período da manhã para realizar os meus estágios.
Ao completar 20 anos de idade e no quarto ano de direito, o Professor Ricardo Cunha
Chimenti das cadeiras de Direito Financeiro e Tributário de grandes cursos preparatórios, Juiz
de Direito e Corregedor do Juizado Especial Cível, em vista de toda a minha dedicação e
conhecimento teórico e prático daquele órgão, passou-me para a área de treinamento dos

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conciliadores que lá iniciavam. Um desafio e tanto. Naquele momento tudo começava a se


definir.
O treinamento se transformou em um curso a respeito da lei 9.099/95 e ainda antes de
concluir a minha graduação, as salas de aula tornaram-se parte do que eu sou. No ano 2000
conclui a graduação na Universidade São Francisco e também pude me graduar na Escola de
Bacharéis da Ordem dos Advogados do Brasil no biênio de 1999-2000.
No ano de 2002, a conclusão da Pós-graduação e em seguida o ingresso no Mestrado e a
aprovação no concurso para o cargo de Professor-Assistente na Universidade onde estudei
e passei grande parte de minha vida profissional. Estava de volta aos bancos acadêmicos da
Universidade São Francisco.
No início de minha carreira como Professor de Direito, mantive firme os meus estudos para
a Magistratura Federal e todas as matérias que frequentavam o certame, pois desejava me
preparar enquanto ainda não tinha experiência profissional suficiente para a inscrição. Em
minha mente, lecionar com qualidade teria como pré-requisito a experiência em uma grande
carreira pública e estava disposto a tanto.
Em meu primeiro concurso estive muito próximo da nota de corte e tudo aquilo me empolgou
muito. Veio a amizade com o também Professor e Desembargador Raimundo Cerqueira Ally
que, pela primeira vez, jogou um balde de água fria em meu projeto. De fato, a magistratura
não integrava a minha veia.
Eis o momento marcante. Como se fosse hoje, lembro aquelas palavras: “Meu amigo, a
minha carreira é a da Magistratura e aos 80 (oitenta) anos de idade ainda sinto o fervor no
coração ao chegar ao tribunal, não é o seu caso. Explicou mais meu amigo.
Ao continuar aquele bate-papo, explicou: “Levo as minhas aulas aos alunos da graduação em
sua companhia e devo lhe dizer que ao ver a sua preparação para a sala de aula, noto que
conhece todas as bancas examinadoras e não apenas do certame que busca enfrentar. Noto
também que em sua preparação para subir até a sala de aula, existe um brilho em seus olhos
que não se repete quando antecede os concursos para a Magistratura ou mesmo quando me
visita no Tribunal.”
Sigo agora em uma conversa franca contigo meu “Amigo” e quero dividir o que considero a
melhor reflexão de minha carreira profissional. “Se fechar os olhos por um instante e
imaginar cumprindo os detalhes da carreira que projetou e o sorriso não abrir
naturalmente, deixe esse projeto de lado.” Pode parecer pesado meu amigo. Explico melhor.
No ano de 2007, conclui uma extensão em Direito à Educação na Universidade de São Paulo
– USP e iniciei a minha carreira como Professor de Carreiras Jurídicas e Concursos Públicos,
mais especificamente para a Magistratura do Trabalho em um curso especializado em
Carreiras Jurídicas trabalhistas. Fui convidado por um amigo, também Juiz do Trabalho e
deixei bem claro: “Não vejo como esse projeto prosseguir, afinal, eu não sou uma referência
para esses alunos”.
Em seguida, me respondeu: “Na verdade, somos juízes, você Professor e com larga
experiência na militância Empresarial, então digo que vai dar certo”. Sinceramente, foi uma

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experiência e tanto. Ainda hoje encontro alunos daquela turma de mais de uma década, hoje
juízes do trabalho. Uma imensa alegria.
Naquele momento de minha carreira tudo fazia sentido. Eu havia preparado a minha
graduação para lecionar em cursos preparatórios. Havia estudado técnicas didático-
pedagógicas e aquilo era simplesmente parte do que eu realmente sou. Fiz a minha estreia
lecionando “Debêntures e outros valores mobiliários”, imagine você!
No dia seguinte, o Coordenador daquele Curso olhei em meus olhos e disse: “Vou oferecer
aulas em volume tal que você não vai ter tempo para perder com uma carreira que não é a
sua. Desse dia em diante você será especialista em fazer claro para os meus alunos se de fato
eles são ou não vocacionados para a carreira escolhida”. Havia um motivo para a missão que
me foi incumbida. Em vista de tudo que ouvi e refleti, criei um fragmento dessa reflexão e
gosto de entrar em sala de aula e repetir as palavras a seguir.
Sinto-me legítimo para lhe afirmar: “Meu amigo, se nesse meio tempo você fecha os olhos
e se vê exercendo proativamente a carreira que escolheu, não perca tempo fazendo coisas
que não tem nada a ver com o seu projeto.” Ao longo dessas quase duas décadas de sala de
aula, quantas não foram as vezes que escutei alunos com a desculpa esfarrapada de que
precisa lecionam para aprender mais e advogam por horas e horas para cumprir experiência
temporal para o certame. As contas chegam e a única forma de não se tornar escravo dos
boletos, é fazer o que se gosta.
Ao longo de minha carreira, vejo muita gente gastando dinheiro para preencher o vazio
decorrente de utilizar talvez o maior volume de seu tempo em uma repartição pública como
se estivessem enjaulados ou fossem forçados àquilo. Pude perceber isso também em meus
pares não vocacionados para a docência reclamando e reclamando dos alunos na sala dos
professores. Lamentável.
Hoje digo de peito cheio que sou muito feliz na carreira que integra parte do que eu sou. No
momento em que escrevo esse material estou em meu quarto período de meu expediente
diário às 4h da matina. Passo bem, muito obrigado (rs). Agradeço a Deus todos os dias por
me ajudar a todo instante a tornar-me o que realmente sou.
Se você chegou nessa parte, a minha felicidade é dupla. Além de fazer o que mais gosto e
digo legitimamente: “Sou um Professor vocacionado”, poderei ajudá-lo fazendo o que já não
se refere a um trabalho ou a uma carreira e ganha agora um cenário de missão de vida.
Peço humildemente autorização para me tornar um facilitador nas disciplinas de Direito
Econômico e Financeiro para a carreira por você escolhida, a sua carreira, aquilo que se
mistura consigo mesmo e pulsa em suas veias. Vejo você seguindo para a prova com o
coração fervendo e a cabeça fria.
Nesse instante, e após fortes e firmes palavras, é natural que você queira conhecer um pouco
de minha carreira como Professor de Carreiras Jurídicas e Concursos Públicos.
A minha entrada no mundo jurídico se deu no ano de 2002 com a conclusão de minha pós-
graduação pela PUC-SP e o ingresso no Mestrado da UNIMES-SP com a intenção de estudar
o Direito Econômico e Empresarial sob a ótica dos Direitos Fundamentais.

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O meu primeiro concurso docente se deu no mesmo ano e fui aprovado em vaga única para
lecionar Direito Empresarial e Teoria Geral do Direito na Universidade São Francisco para a
vaga de Professor-Assistente em banca presidida pelo Professor Rodrigo Rosas Fernandes. A
minha paixão, como você já sabe, sempre foi pelas salas de aula. Em cursos de graduação,
lecionei também no Centro Universitário Salesiano enfatizando o conteúdo de Falências e
Recuperações de Empresas e na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo, enfatizando o
Direito Econômico e Societário.
Iniciei em um grande curso preparatório no final da primeira década deste século no Curso
FMB – Flávio Monteiro de Barros. Não poderia ser melhor. Tratava-se do primeiro curso
preparatório que se concentrava na preparação de materiais para Concursos Públicos. Além
disso, os professores eram treinados para que além de utilização de método auditivo de
explicação, oferecesse aulas que possibilitasse ao aluno criar um relatório dirigido. Explico
mais.
Essa metodologia é utilizada por mim até os dias atuais. Você perceberá em nossas vídeo
aulas que logo após uma breve apresentação do curso fazemos o início do tema esclarecendo
os dispositivos de lei que serão utilizados e sigo para a primeira temática como no parágrafo
seguinte.
A título de exemplo trago o temo dos “Princípios da Ordem Econômica”. Faço uma explicação
do que o tema representa e se logo percebo que existe um trecho recorrente em prova, peço
que de modo objetivo faça determinada anotação em seu relatório de aula com o
correspondente dispositivo. Você pode fazê-lo em um caderno, bloco de notas ou em seu
computador. Após cuidar da memorização e anotação, sigo para explicações para prosseguir
na compreensão da matéria. Você não precisa escolher entre a memorização e a
compreensão. Pode conseguir ambos.
Nesse instante, você pode estar se perguntando: “Haverá alguma metodologia visual?” Sim,
em todas as aulas acompanha em meus “slides” os principais dispositivos, questões,
infográficos, tabelas e fluxogramas para que haja o melhor rendimento possível quando
estiver de frente com o seu livro digital e relatório de aula para a revisão, e principalmente,
quando estiver treinando questões.
No ano de 2011, fui contratado como Professor exclusivo da Rede LFG de ensino – Luiz Flávio
Gomes. Naquele momento, o verdadeiro atestado para receber convites para palestras em
Universidades de todo o país e legitimar-se perante o mundo concurseiro.
Em meu primeiro ano, poucas oportunidades na área de Concursos, afinal tratava-se de um
gigante do mercado e era preciso encontrar os meus espaços. No ano de 2013 comecei a
galgar espaço nos Concursos Públicos no Curso preparatório para a Advocacia-Geral da
União e assumi a Coordenação da Pós-Graduação. Um ótimo começo.
Em seguida, um ano após, o meu currículo conheceu a Coordenação da área de Concursos
Públicos e encerrava a minha atuação em Universidades para focar nas diversas carreiras,
como Defensorias, Magistraturas, Ministério Público, Procuradorias, Carreiras Fiscais e
Policiais. Um sonho receber a avaliação positiva de alunos de diversificadas carreiras. A
dedicação sempre foi ao limite de minhas forças e sempre com sorriso no rosto.

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No ano de 2019, um dos maiores marcos de minha carreira: A contratação como Professor
exclusivo do Curso Estratégia nos canais de Concursos e Carreiras Públicas. Hoje o Curso
Estratégia representa o maior movimento de democratização do ensino jurídico do país e
você pode imaginar o tamanho de minha empolgação.
Nesse início, assumi os cursos com a disciplina de Direito Empresarial e após um ótimo
começo e adaptação, agora o desafio nas disciplinas de Direito Econômico e Financeiro,
disciplinas que além de experiência em Concursos para as Carreiras Jurídicas, levam o selo de
minha dissertação de Mestrado, como segue: “A Interpretação Constitucional da Empresa e
os princípios de Direito Econômico e Financeiro.”
Agora, vamos aos estudos de nossa primeira aula.
Um grande abraço virtual que pode ser substituído por um abraço real. Quando estiver por
São Paulo nos faça uma visita na sede do Estratégia Concursos. Será um imenso prazer
conhecer um pouco de suas lutas e batalhas.
Alessandro Sanchez.
Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse nossas redes sociais:
Instagram - Professor Alessandro Sanchez:
https://www.instagram.com/Prof_SANCHEZ/
Canal do YouTube do Professor Alessandro Sanchez:
https://www.youtube.com/channel/alessandrosanchez

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BREVES COMENTÁRIOS AOS MODELOS DE EDITAIS DA DISCIPLINA


Sabemos que em vezes os editais confundem as disciplinas, demonstrando pouca
compreensão da autonomia das diversas áreas. Assim, não é raro encontrar as disciplinas
de Direito Empresarial e Direito do Consumidor em meio ao edital de Direito Econômico.
É importante perceber que os diversos editais apresentam os temas de modo mais genérico
ou detalhado, mas as mudanças em nossa disciplina são muito pequenas.
No caso abaixo, trouxemos o edital para a vaga de Advogado – BRB, um concurso que pouco
se assemelha aos certames que consideramos de Carreiras Jurídicas, e ainda assim, você
poderá perceber que a tratativa é mais genérica, mas os temas são basicamente os mesmos.
BRB – Edital 2019 - DIREITO ECONÔ MICO. 1. Evolução histórica. conceito e objeto. 2 Sujeitos
econômicos. 3 Ordem Econômica. 4 Intervenção do Estado brasileiro na ordem econômica.
4.1 Intervenção direta: entidades estatais, monopólio estatal, empresas estatais prestadoras
de serviços públicos. 4.2 Intervenção indireta: agente normativo, fiscalização estatal,
incentivo estatal, contribuição de intervenção no domínio econômico, exploração de
recursos naturais, parcerias pú blico-privadas. 5 Defesa da concorrência. 6 Ordem econômica
internacional. 7 Lei no 4.595/1964. 8 Lei no 6.385/1976. 9 Lei Complementar no 105/2001.
Em seguida, notem, apenas a título de comparação, o edital para o concurso da Magistratura
Federal – TRF – 2ª Região. É importante destacar que as temáticas de Direito Econômico e
Consumidor foram apresentadas no mesmo tópico, o que não nos parece adequado. Aliás,
perceba que não citamos o tema 8 em diante, pois em nada tinha relação com a nossa
disciplina.
TRF. 2ª Região – Edital 2019 - DIREITO ECONÔ MICO. 1. Constituição Econômica Brasileira.
Ordem constitucional econômica: princípios gerais da atividade econômica. Tipologia dos
sistemas econômicos 2. Ordem juri ́dico-econô mica 3. Conceito. Ordem econômica e regime
político. 4. Sujeitos econômicos 5. Intervenção do Estado no domínio econômico. Liberalismo
e intervencionismo. Modalidades de intervenção. Intervenção no direito positivo brasileiro.
Intervenção direta. Entidades estatais e administração indireta. Monopólio estatal. Entidades
administrativas prestadoras de serviços públicos. Intervenção indireta. Atuação do agente
normativo. A fiscalização estatal. Incentivo estatal. Contribuição de intervenção no domínio
econômico. Exploração de recursos naturais. Parcerias público-privadas. 6. Sistema Brasileiro
de Defesa da Concorrência: finalidades e estrutura. Lei Antitruste. Disciplina jurídica da
concorrência empresarial. Princípios. Infrações contra a ordem econômica. Concorrência
ilícita e desleal. Repressão do poder econômico pelo Estado. Abuso do poder econômico.
Praticas desleais de comércio: dumping. Disciplina das medidas de salvaguarda. 7. Mercosul.
Gatt. OMC. Ordem econômica internacional. Integração econômica. Infrações ao comércio
exterior. Instrumentos de defesa comercial.

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CRONOGRAMA DE AULAS
Vejamos a distribuição das aulas:

AULA TEMA DATA

AULA 00 Introdução ao Direito Econômico 21.07.2019

AULA 01 Direito Constitucional Econômico 30.07.2019

Intervenção do Estado no Domínio Econômico.


AULA 02 Intervenção Direta do Estado. Entidades Estatais e 15.07.2019
Administração Indireta. Monopólio Estatal

Intervenção Indireta. Fiscalização Estatal.


AULA 03 Exploração de Recursos Naturais. Parcerias Público- 25.07.2019
Privadas.

AULA 04 Agências Reguladoras. 12.08.2019

Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência:


finalidades e estrutura. Lei Antitruste. Disciplina
AULA 05 jurídica da concorrência empresarial. Princípios. 22.08.2019
Infrações contra a ordem econômica. Concorrência
ilícita e desleal.

Repressão do poder econômico pelo Estado. Abuso


AULA 06 02.09.2019
do poder econômico.

Infrações ao comércio exterior. Instrumentos de


defesa comercial. Condutas desleais (Dumping e
medidas compensatórias) Disciplina das medidas de
AULA 07 12.09.2019
salvaguarda. Acordo de Breton Woods. Acordo
Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT
(OMC e TRIPS).

Mercosul. Gatt. OMC. Ordem econômica


internacional. Integração econômica. Infrações ao
AULA 08 22.09.2019
comércio exterior. Instrumentos de defesa
comercial.

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Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Eventuais ajustes poderão ocorrer,
especialmente por questões didáticas. De todo modo, sempre que houver alterações no
cronograma acima, você será previamente informado com as correspondentes
justificativas.
Inicialmente, recomendo o estudo nas duas primeiras aulas digitais e construção de
relatório conforme dissertei em minha apresentação e ressalto nas vídeo aulas, para que,
após isso, siga firme o seu estudo por questões na banca correspondente ao seu certame.
O Estratégia Carreira Jurídica lhe proporciona um estudo completo já que os livros digitais
trazem todo tipo de técnica didático-pedagógica, seguindo para aspectos cinestésicos,
imagéticos com “slides” preparados para que a sua memorização ganhe longevidade, além
de explicações pontuais com o intuito de alcançar fortemente os alunos com aprendizado
auditivo aguçado para a boa compreensão da matéria. O conhecimento vem como resultado
de memorização e compreensão. Uma vez mais digo sobre a desnecessidade de escolha de
apenas um dos fatores.
É importante ressaltar que você esteja a vontade para trazer o seu “feedback” em relação
aos materiais e vídeo aulas, com críticas e sugestões, pois é desse modo que temos a
condição de desenvolver os materiais. Aqui no Estratégia os materiais começam menores,
pois preferimos bancas mais recentes, mas como atualizamos constantemente e os alunos
não nos deixam remover as questões anteriores, o material tende a crescer.
Desse modo, a cada trimestre é possível que você já não reconheça o material. O fórum de
dúvidas é constantemente respondido, utilize bastante esse canal de comunicação e não
deixe nenhuma dúvida passar.

LEGISLAÇÃO DESTACADA – AULA POR AULA

AULA TEMA ARTIGOS

AULA 00 Introdução ao Direito Econômico

AULA 01 Direito Constitucional Econômico

Intervenção do Estado no Domínio Econômico.


AULA 02 Intervenção Direta do Estado. Entidades Estatais e
Administração Indireta. Monopólio Estatal

Intervenção Indireta. Fiscalização Estatal.


AULA 03 Exploração de Recursos Naturais. Parcerias Público-
Privadas.

AULA 04 Agências Reguladoras.

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Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência:


finalidades e estrutura. Lei Antitruste. Disciplina
AULA 05 jurídica da concorrência empresarial. Princípios.
Infrações contra a ordem econômica. Concorrência
ilícita e desleal.

Repressão do poder econômico pelo Estado. Abuso


AULA 06
do poder econômico.

Infrações ao comércio exterior. Instrumentos de


defesa comercial. Condutas desleais (Dumping e
medidas compensatórias) Disciplina das medidas de
AULA 07
salvaguarda. Acordo de Breton Woods. Acordo
Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT
(OMC e TRIPS).

Mercosul. Gatt. OMC. Ordem econômica


internacional. Integração econômica. Infrações ao
AULA 08
comércio exterior. Instrumentos de defesa
comercial.

INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Sei que você deve estar ansioso pra começar a sua aula, mas antes disso vamos conversar um
pouco sobre as doutrinas que podem lhe ajudar em sua performance.
Assim, embora você já tenha uma ótima base com o material em PDF + as vídeo aulas que
disponibilizamos, em vezes pode surgir aquela duvida sobre os estudos que realizamos para
a confecção dos materiais, já que sabemos que as bancas examinadoras costumam girar em
torno de duas ou três doutrinas e dá preferência para as temáticas que não ofereçam
polêmica de correção. Ao menos em Direito Econômico, não há muito o que reclamar acerca
desse cenário.
Indicarei autores que tem relação com o que vamos estudar ao longo do curso, assim você
vai perceber que os raciocínios estão amarrados e que as doutrinas trarão mais
aprofundamento ao nosso curso.

ALBINO PELUSO

A minha primeira indicação não poderia ser ninguém menos que Washington Peluso Albino
de Souza, que foi o pioneiro no Brasil ao introduzir o Direito Econômico como disciplina
obrigatória nos currículos dos cursos de Graduação e Pós-graduação da Faculdade de Direito

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da UFMG, no início do anos 1970. Ele foi o idealizador e criador da Fundação Brasileira de
Direito Econômico (FBDE), sendo ele o seu primeiro presidente. Produziu inúmeros artigos
jurídicos e livros, entre os quais o mais estudado, e que é inclusive a minha indicação de
doutrina, o livro "Primeiras Linhas de Direito Econômico".

FABIO NUSDEO

Fábio Nusdeo, professor titular de Direito Econômico Aplicado da Faculdade de Direito da


Universidade de São Paulo. Bacharel em Economia e Direito, doutor em Economia (1973) e
livre-docente em Direito Econômico (1977) pelas Faculdades de Economia e Administração e
de Direito, ambas da Universidade de São Paulo. É advogado em São Paulo, presidente da
Comissão de Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, membro de Conselhos
Editoriais de diversas revistas jurídicas, vice-presidente da Sociedade de Estudos Jurídicos
Brasil-Alemanha. Integra ainda o Conselho da Fundação Gastão Vidigal de Estudos
Econômicos. Fora do campo acadêmico-profissional, foi durante vários anos membro do
Conselho e da Diretoria da Sociedade Filarmônica de São Paulo.
Foi o pioneiro em trazer uma doutrina mais didática e simplificada de Direito Econômico, e
esta será minha segunda indicação pra você concurseiro, o livro “Curso de Economia:
Introdução ao Direito Economico.”

EROS GRAU

Formou-se em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, turma do ano de 1963.


Exerceu a advocacia em São Paulo de 1963 até a sua nomeação para Ministro do Supremo
Tribunal Federal em 2004. Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo, com a defesa da tese Aspectos Jurídicos do Planejamento Metropolitano. Em
agosto de 1977, tornou-se Livre Docente pela Universidade de São Paulo. Em 1990, obteve o
título de Professor Titular do Departamento de Direito Econômico na Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo. Em 2009, tornou-se Professor Titular aposentado. Entre seus
feitos acadêmicos destaco que ele foi consultor da Bancada Paulista na Assembleia Nacional
Constituinte de 1988 e membro da Comissão Especial de Revisão Constitucional, nomeado
pelo Presidente da República em 1993, com a finalidade de identificar propostas de interesse
fundamental para a Nação, no processo de revisão constitucional, tornando-se assim
referencia na ordem econômica constitucional, e com isso minha terceira indicação, sua obra
“A ordem econômica na Constituição de 1988.”

CABRAL DE MONCADA

Luís Cabral de Oliveira de Moncada ou Luís Cabral de Moncada GOSE • GCSE (Lisboa, 19 de
Outubro de 1888 — Coimbra, 9 de Abril de 1974) foi um jurista e professor de Direito da
Universidade de Coimbra. Doutorado em Direito em 1919, Professor Catedrático desde 1924,
lecionou História do Direito Romano, História do Direito Português, Noções Fundamentais de

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Direito Civil e Filosofia do Direito e do Estado. Notabilizou-se pelas suas publicações na área
da filosofia e da história do Direito. Este doutrinador ganhou destaque no âmbito
internacional do Direito Econômico, ou seja, se você pretende se aprofundar no contexto
internacional que o Direito Econômico se insere recomendo o seu livro intitulado “Direito
Econômico.” Aliás, a Editora Revista dos Tribunais em parceria com a Editora Coimbra
disponibiliza uma versão para o nosso país. Se houver interesse em mais detalhes sobre a
obra, faça contato pelo “fórum de dúvidas”. Os meus dois livros de cabeceira são da autoria
de Eros Grau e Cabral de Moncada.

ROTEIRO DE ESTUDOS
Acredito que esse seja o seu maior questionamento, pois é comum que quando se tem um
número maior de material para estudo você se sinta perdido, sem saber como utilizar todos
da melhor forma possível e ainda, com o tempo que você tem disponível, por isso meu amigo,
vamos te orientar e juntos seguiremos rumo a sua aprovação.
Para que você tome a decisão de que caminho seguir, primeiramente você deve observar em
qual roteiro você se encaixa. Ofereceremos 3: o roteiro inicial, intermediário e o avançado.
O inicial é ideal se você deseja ter uma rápida noção dos pontos mais cobrados dentro da
matéria pela sua banca, mas contudo tem tempo suficiente para estudar todo o conteúdo
estipulado no edital. Geralmente esse roteiro vai ser utilizado em casos de edital aberto, onde
seu tempo de estudo será muito curto.
O intermediário é direcionado ao aluno que tem um pouco mais de tempo disponível ou que
deseja se dedicar um pouco mais a matéria, esse roteiro seria o recomendado pra você que
tem uma rotina mais cheia e que dispõe de poucas horas disponíveis no seu dia para se
dedicar ao estudo.
O avançado é voltado para quem tem um bom tempo disponível, tempo esse suficiente para
esgotar todo conteúdo cobrado no edital e que ainda consegue utilizar todos os meios de
estudo disponíveis pela plataforma do estratégia.
Então vamos ao que te interessa, você terá disponível o livro digital as videoaulas para
estudo, dois excelentes instrumentos para que você estude todo o conteúdo relevante para
sua aprovação.
Você fará uma combinação entre eles, alternado o seu modo de estudar. Chega o momento
do questionamento: “Alternando?”. Isso quer dizer que o seu estudo será dirigido e que
você não estudará do mesmo modo a depender do momento em que está.
Vou lhe mostrar que a depender do tema e do tempo disponível, você utilizará somente o
PDF, somente a vídeo aula ou ainda os dois, fazendo primeiro a leitura e depois revisando
com a vídeo aula. Vamos com calma.
Inicialmente, você precisa escolher qual roteiro se enquadra em sua realidade, e digo mais,
não escolha o roteiro com base em metas impossíveis. Pare, respire, pense em quanto tempo
você dispõe e só depois disso escolha com convicção o roteiro que você consegue seguir

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fielmente. A ideia é que você aprenda todo o conteúdo necessário para ser aprovado, mas se
impor metas impossíveis, sempre haverá acúmulo de matérias a estudar e isso não vai
funcionar, pois o segredo da aprovação é a organização e o estudo diário.
Então antes de seguirmos, bora escolher o seu roteiro...Roteiro Escolhido?! Vamos adiante!
Roteiro básico: Se este foi o roteiro escolhido, então imagino que seu edital esteja aberto e
o tempo de dedicação da disciplina de Direito Econômico é limitado. É importante ressaltar
que, alguns alunos estudarão fortemente a disciplina por já dominar outras matérias e
conseguirão dar conta de um estudo mais forte, ainda que o edital esteja aberto. A escolha é
sua, e caso queira, podemos trocar algumas ideias pelo fórum de dúvidas.
Ainda que o edital não esteja aberto, se você tem pouco tempo livre para estudar, recomendo
que você veja o histórico da banca e estude com muita dedicação os temas mais cobrados.
Os menos cobrados você vai estudar se eventualmente sobrar tempo. Nesse roteiro você
deverá utilizar apenas os livros digitais, deixando as vídeo aulas apenas se houver
necessidade, caso contrário pelo tempo que você tem, os livros digitais serão suficientes para
um bom rendimento.
Roteiro Intermediário: Se você optou por esse roteiro, devo imaginar que você separou um
tempo pra estudar todos os dias para o cargo dos sonhos, mas ainda assim não dispõe de um
tempo muito grande, e é por isso que você estudará de forma combinada, assistindo a vídeo
aula e acompanhado do seu material em PDF, ou se tiver que escolher apenas uma forma de
estudo, deverá optar pelo PDF, deixando as aulas para o final, como método de revisão.
Roteiro avançado: Meu amigo, se você escolheu esse roteiro estou certo que a sua
preparação está um tanto quanto intensa, e por isso o seu método de estudo também será.
Você deve começar o tema pela leitura completa do PDF, e após isso, assistir a vídeo aula
sobre correspondente, e isso deve ser feito no mesmo dia.
Mas professor, eu ainda não entendi como estudar através das aulas e dos PDF`s...
Não se preocupe, vamos esclarecer isso já!
Quando seu estudo for através do PDF você deverá ler o material completo e em seguida
passe a grifar os pontos mais importantes, de preferência palavras chaves que lhe ajudarão
a identificar o que a questão da banca está cobrando. Feito isso, crie breves resumos, pois
uma das melhores formas de fixação de conteúdo é a escrita!
Bom, mas e as vídeo aulas?! Ao estudar por intermédio de vídeo aulas, faça anotações
em seu caderno de estudo sobre os pontos que entender mais importantes.
Finalmente, existe algo que não pode faltar em sua preparação: A resolução de questões!
Para que você teste seu aprendizado e ainda se adapte a forma como a banca costuma cobrar
determinados temas, é necessário resolver o maior número de questões possíveis. Aliás, vou
te ensinar uma dica sensacional: “O caderno de erros.”
O caderno de erros é um caderno onde você anotará o fundamento de todas as questões
que você errou. Isso mesmo. Ao responder as questões, você vai fazer duas coisas: a primeira
é anotar qual o erro da alternativa escolhida e em segundo plano anotar o fundamento da

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alternativa correta. A metodologia apresentada ajudará a reduzir os erros nas próximas


questões que você vier a responder sobre o mesmo tema.
Vamos lembrar os principais pontos:
 PDF: leitura + grifos
 Vídeo aula: assistir + anotação
 Caderno de Erros: anotar a resposta certa + a resposta errada.
Com isso meu aluno, acredito que juntos estaremos mais próximos de sua aprovação!

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INTRODUÇÃO AO DIREITO ECONÔMICO


1-DIREITO ECONÔMICO
Esclarecido a parte introdutória vamos aos trabalhos, primeiramente devo esclarecer que
Direito Econômico é uma disciplina com a particularidade de cuidar da intervenção do Estado
no domínio econômico. Assim, todas as regras e normas criadas pelo Estado passa pelo
estudo do Direito Econômico.

Intervenção
Direito do Estado
Econômico no domínio
Econômico

As regras e normas de Direito Econômico tem o


objetivo de delinear as práticas econômicas de nosso país, além de instituir
políticas específicas, coibindo certas práticas, prevendo formas de fiscalização e
regulação da atividade econômica pelo Estado.

Devemos considerar a necessidade de compreensão da atividade econômica, mas sem


interferir em suas regras naturais como ciência econômica.
Ainda que o objetivo legal seja a regulação da atividade econômica, devemos considerar que
a sua principal característica está na satisfação das necessidades humanas.
Você pode notar que a escassez é parte direta de nosso estudo, tendo em vista que a
abundância de determinado bem no universo não gera a necessidade de escolher ou optar
por determinada produção.
A doutrina de Stiglitz e Wash demonstra a profundidade do fenômeno da escassez:
“(...) a limitação da renda não é a única razão pela qual somos forçados aos trade-offs. Imagine uma
pessoa imensamente rica que pode ter tudo o que deseja. Poderíamos pensar que essa pessoa não tem
preocupações com a escassez – até verificarmos que o tempo também é um recurso e que mesmo a

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pessoa mais rica deve escolher a cada dia com qual de seus brinquedos brincar. Quando levamos em
conta o tempo, descobrimos que a escassez é uma realidade que atinge a todos”.1

A importância de se estabelecer regras e regular a atividade econômica vem do fato de que


em algumas situações torna-se necessário interferir nas escolhas econômicas para a
satisfação das necessidades humanas e o bem comum.
Sanchez, eu posso dizer que Direito Econômico e Direito empresarial são a mesma
coisa?
Nãaaao, nem decore uma coisa dessas! Embora seja difícil a separação entre o Direito
Econômico e Direito Empresarial, a distinção entre ambos é gritante, como veremos.
Vem comigo! As normas de Direito Econômico são dirigidas a empresa já que em sua
definição trata-se de atividade econômica de produção de bens e serviços de forma
organizada e profissional e a produção de bens e serviços é um fenômeno econômico, mas o
Direito Econômico não para por aí.
A atividade econômica pode ser realizada por sujeitos não empresários, como é o caso dos
consumidores dos bens e serviços que participam todos os dias diretamente das escolhas dos
bens e serviços, que naturalmente, serão consumidos.
A doutrina de Washington Albino Peluso nos ensina:
“Nesse sentido, a empresa não é tema exclusivo do Direito Econômico, figurando na temática de uma
série de disciplinas, integrando-se ao Direito Econômico, portanto, sujeito do ato jurídico-político
interno.”2

A Atividade empresarial é uma atividade


econômica, mas nem toda atividade econômica é empresarial, como no exemplo
do Consumidor que consome, mas não necessariamente produz.

Mas não é só isso meu amigo, a intervenção do Estado no domínio econômico exige estudos
de Direito Constitucional e Administrativo.
O Direito Constitucional aparece com a nossa Carta Magna como norma principiológica
legitimadora da forma de intervenção do Estado.

1 STIGLITZ e WASH em citação de Fabiano Del Masso. Direito Econômico. São Paulo: Editora
Método, 2012:3.

2 PELUSO, Washington Albino. Primeiras Linhas de Direito Econômico, Página 39-40.

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O Direito Administrativo cria as condições para a realização da intervenção como a criação


de autarquias e a própria atuação de agências reguladoras como é o caso da ANS – Agência
Nacional de Saúde regulando as empresas operadoras de planos de saúde.

DIREITO ECONÔMICO. Plano Bresser. Decreto n. 2.335/87.


Tabela de deflação. Legalidade. Incidência imediata de normas. Inocorrência de ofensa a
direito adquirido. As normas de direito econômico, de ordem pública, têm incidência imediata,
alcançando os contratos em curso. Recurso provido. (TJ-SC - AC: 393181 SC 1988.039318-1,
Relator: Nestor Silveira, Data de Julgamento: 26/03/1992, Segunda Câmara de Direito
Comercial, Data de Publicação: DJJ: 8.581DATA: 14/09/92PAG: 10)

1.1 - AGENTES ECONÔMICOS

...mas Sanchez, afinal de contas, quem é o tal do agente econômico?


O agente econômico é conhecido como aquele que produz e consome bens e serviços, já
que a atividade econômica nada mais é do que a ação humana para o seu sustento.

Produção Consumo
Agente
de bens e de bens e
Econômico
serviços serviços

A ideia de agente econômico vem da economia como unidade econômica de dispêndio de


recursos.
Assim, os agentes econômicos podem ser:

Agentes
Econômicos

As diversas pessoas
Unidades econômicas concentradas em suas
Unidades econômicas
de dispêndio de famílias ou até
de bens e serviços
recursos individualmente em
amplo conceito

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a) Unidades econômicas de dispêndio de recursos: Uma pessoa jurídica de Direito


Público como a União, os Estados ou Municípios, assim como um continente ou um grupo de
países integrados podem funcionar como unidade de dispêndio de recursos.

b) Unidades econômicas de bens e serviços: A Empresa é a mola-mestra da produção e


comercialização de bens e serviços.

c) As diversas pessoas concentradas em suas famílias ou até individualmente em amplo


conceito, pois escolhem o que consumir.

1.2 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


0
Ao chegar até aqui, você já percebeu que o Direito Econômico tem como ponto de partida as
regras ordenadoras da economia e que leva em conta determinados agentes econômicos.
E por isso, considero importa citar as suas principais características, e mais ainda, que você
faça um resumo sobre elas, combinado?!
O Direito Econômico usa o raciocínio jurídico para o seu estudo
trazendo para o legislador um raciocínio mais amplo. Aqui temos a
Economicidade: fusão do raciocínio econômico e jurídico para a melhor
compreensão do fenômeno econômico e naturalmente, maior
assertividade na regulação.
Trata-se de uma técnica de intervenção do Estado no domínio
econômico e não é relacionada a um determinado modelo como o
Planejamento:
Socialista. O planejamento é próprio do Sistema Constitucional de
Direito Econômico.
O Estado dirige a política que ele próprio desenvolve, organizando
os mercados e traçando uma rota para um maior ou menor
Intervenção do
intervencionismo. Aliás, é nesse momento que utilizamos as
Estado no domínio
expressões: Estado Liberal, Socialista, Neoliberal, entre mais. O
econômico:
Direito econômico é o instrumento para a intervenção do Estado
no domínio econômico.

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Economicidade

Principais
Caracteristicas do
Direito Econômico

Intervenção do
Planejamento Estado no domínio
econômico

1.3 - EVOLUÇÃO DO DIREITO ECONÔMICO

Professor, mas como foi que o direito econômico nasceu? Em que momento o Estado
sentiu que precisava de algo para regular as relações econômicas?!
Então, meu aluno, no passado os Estados não costumavam cuidar de suas economias, por
conta de regras específicas que tratavam das economias de mercado e uma divisão entre o
Direito e as ciências econômicas.
Após a 2ª Revolução Industrial (ainda que não tenha havido uma descontinuidade entre as
duas), no período compreendido como final do século XIX (1850-1870) e começo do século
XX, é possível perceber grande concentração de recursos para atividade que exigem grande
vulto econômico.
Tudo isso em vista da concentração de recursos para atividades que exigem grandes vultos
econômicos, como as indústrias química, elétrica, de petróleo e de aço.
Além disso, vale ressaltar os inventos decorrentes da eletricidade e outros e fazer referência
a seus inventores como Nikola Tesla, Thomas Edison e George Westinghouse e mesmo Ford
que também começava a fabricação em escala do primeiro motor de combustão interna,
substituindo o carvão pelo petróleo.
Foi assim, em vista de tantas mudanças e da implantação de uma nova tecnologia, que o
governo começou a ter de lidar com grande concentração econômica em mãos privadas,
quando no passado os Estados buscavam reservar para si ao menos parte do poder
econômico de grandes companhias, como no caso da navegação.
Perceba que como toda boa mudança, começaram-se as tensões e os conflitos e foi ai que
surgiu a necessidade de criação de normas que reprimissem as práticas anticoncorrenciais.

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Bem, nos países desenvolvidos, o surgimento dessas normas se deam primeiramente no


Canadá, tendo como cenário os agricultores que precisavam escoar suas mercadorias por
ferrovias, que estavam nas mãos de grandes concentrações econômicas, além de se falar nos
grandes conglomerados bancários.
Foi ai que surgiu a primeira legislação anticoncorrencial, na data de 1889, logos após seguida
pelos Estados Unidos da América do Norte, pelo Sharmann Act (1890), com normas que visam
coibir práticas infracionais que diminuem o poder de concorrência de determinados agentes
econômicos.

1.3.1 - Primeira Guerra Mundial

Vale esclarecer pra você que alguns doutrinadores , como é o caso da obra de Fábio Konder
Comparato, citam o aparecimento de um Direito Econômico a partir da primeira Guerra
Mundial, em razão da descoberta da importância da produção econômica para as tropas nos
campos de batalha, impulsionando a regulação das atividades econômicas. 3
No período pós-guerra, temos os fenômenos da globalização econômica e a liberalização
das economias, como momento de abertura dos mercados e diminuição nas
restrições/barreiras de defesa comercial, aumentando o interesse do Estado em tratar de
questões anticoncorrenciais.
A doutrina de Fabiano Del Masso cita o fato de “fenômenos como a atividade monetária, a
atividade de concessão de crédito, a atividade laboral, entre outras, passaram a ser objeto de
regras jurídicas.”4
Ainda cita a doutrina de Afonso Insuela Pereira que com maestria:
“Se é verdade inconteste que findado o conflito o homem não abandona as técnicas produtivas que o
esforço da luta lhe exigiu, adaptando-as como técnicas produtivas de paz, verdade também é que no
campo social, finda a guerra, igualmente muitas modificações se fizeram presentes. Assim é que, não
obstante os princípios de ordem econômica e social já tivessem anteriormente sido inseridos como
preceitos constitucionais nas Cartas Magnas do Estado Soviético (1917) e no México no “Apartado 123”
da Constituição Mexicana, é na Constituição do liberal Estado Alemão de 1919 que aparecem com mais
vigor e a partir de então se universalizam tais princípios, pois vieram a merecer guarida nas cartas
constitucionais de quase todos os Estados, inclusive no Brasil, onde foram inseridos em todos os
diplomas constitucionais que se seguiram.”5

3
COMPARATO, Fábio Konder. Direito Econômico. Enciclopédia Saraiva de Direito n.º 27. São
Paulo: Saraiva, 1977:1.
4
DEL MASSO, Fabiano. Direito Econômico. São Paulo: Editora Método, 2012:16).
5
INSUELA PEREIRA, Afonso. O Direito Econômico na Ordem Jurídica. São Paulo: José Bushatsky,
1980:43)

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1.3.2 - No Brasil

Professor, eu já entendi que como sempre, os demais países saíram na frente, mas e o
Brasil, quando foi que o Direito Econômico surgiu?

Caaaalma! Um passo por vez, sua banca nem sempre vai cobrar só o surgimento do
Direito Econômico no Brasil, sendo assim você não precisa saber a história toda. Sendo assim,
vamos ao que interessa.

No Brasil, as primeiras normas regulatórias surgiram em


meados as décadas de 1930 e 1940, ainda que de forma tímida, mas foi durante o regime
militar, perante a Lei 4.137/1967, que pela primeira vez se pensou para o nosso país uma
norma mais contundente a respeito disso.
A legislação citada cria o CADE, trazendo mecanismos para lidar com regras sobre o poder
econômico.
Mas foi através da evolução da legislação citada anteriormente, que nasceu a Lei 8.884/1994
(Lei Antitruste), durante época de nosso Plano Real, momento de maior abertura de nossa
economia.
Preste bem atenção em quais foram as suas principais funções:
• manutenção do CADE (autarquia federal) com previsão de maior autonomia e
regras mais eficazes para defesa da concorrência;
• criação de sanções para os atos atentatórios à defesa da concorrência;
• relação da edição de tais regras com detenção de poder de controle por
empresas.
A Lei 8.884/1994 foi substituída pela Lei 12.529/2011, para estruturar o Sistema Brasileiro
de Defesa da Concorrência.
Genericamente, a sua maior função é resguardar o funcionamento do mercado
concorrencial, incentivando a rivalidade benéfica entre empresas na alocação de seus
produtos e serviços.
Além disso, a lei citada busca a efetiva concorrência na produção de produtos e serviços e
alocação de recursos para que toda a sociedade seja beneficiada pela liberdade
constitucional (todos os agentes da sociedade).
Assim, te digo a importância de conhecer toda a historia pois tais normas tiveram o seu início
nos países desenvolvidos, levando também os países menos desenvolvidos economicamente
a criarem normas a esse respeito.

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1.3.3 - Normas de Direito Econômico

Guarde algo em sua mente, o conteúdo da norma jurídica que disciplina a atividade
econômica tem sempre como finalidade determinar uma consequência de natureza
econômica.
Esse conteúdo não está reunido em uma codificação, mas em leis extravagantes que se
norteiam pela Constituição Federal e o seu capítulo sobre a Ordem Econômica.

As principais leis sobre o Direito Econômico e defesa da concorrência no Brasil são:

• Lei 4.595/64 – Regula o Mercado Financeiro, além de trazer normas sobre o Mercado
Financeiro.

• Lei 4.728/65 – Regula o Mercado de Capitais.

• Lei 6385/76 – Regula o Mercado de Valores Mobiliários.

• Lei 6404/76 – Regula as Sociedades por Ações, inclusive as atuantes no Mercado de


Capitais e Mercado de Valores Mobiliários.

• Lei 8078/90 – Regula as Relações de Consumo e protege o Consumidor Brasileiro.

• Lei 8.137/1990 – Criminalização da prática de cartéis = Acordos entre “concorrentes”


para restrições à concorrência.

• Lei 9279/96 – Regula a Propriedade Industrial e traz normas acerca da repressão de


concorrência desleal.

• Lei Complementar 105/2001 – Sigilo nas Operações Financeiras

• Lei 12.529/2011– Institui o Sistema Brasileiro de Direito Concorrencial e funciona como


a principal norma de defesa da concorrência, regulando o CADE (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) e outros mecanismos de controle de práticas
anticoncorrenciais, além do controle de fusões e aquisições que visem diminuir a
concorrência no país.

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Lei Lei
I - GM 1930 e 1940
4.137/1967 8.884/1994

2- NOÇÕES DE ATIVIDADE ECONÔMICA

2.1 - INTRODUÇÃO

Nesse momento você deve estar se perguntando, o que é atividade econômica?!


Como já vimos, o Direito Econômico trata da aplicação de normas jurídicas às diversas
práticas econômicas, criando regras, regulando, fiscalizando e ainda traçando a forma de
Intervenção Estatal no Domínio Econômico.
Desse modo acho relevante trabalhar algumas ideias e noções de atividade econômica que
podem ser cruciais para o seu estudo, e notadamente, para a sua performance no concurso
almejado.

Os diversos agentes econômicos devem planejar


as suas atividades. O Empresário precisa ter em conta os elementos que
interferirão na organização de sua atividade produtiva ou comercial.

Aliás, você sabia que a grande função do Empresário é a de Organizar os fatores de produção
como capital, trabalho, insumos e tecnologia como salienta a doutrina do Professor Fábio
Ulhôa Coelho.6
A boa organização desses elementos passa por um instituto que se denomina Análise
Econômica que trataremos a seguir como forma de exemplificar a importância do estudo da
atividade econômica.

6
Curso de Direito Comercial. Volume I. Saraiva. Pág. 34

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2.2 - ANÁLISE ECONÔMICA

Você deve ter em mente que a produção de bens e serviços passa pela necessidade de se
criar uma estrutura para que o sistema econômico possa funcionar normalmente, o que
passa por escolhas como o transporte marítimo ou aéreo.
Sendo assim, o trabalho no sentido de compreender e solucionar problemas na realização
da atividade econômica leva o nome de análise econômica.
Professor, poderia simplificar?
Claro que sim. É simples, guarde o seguinte: A análise econômica nada mais é do que
a busca da compreensão dos elementos que fundamentam determinada escolha por agente
econômico. 7
Trata-se da análise dentro dos limites e efeitos que considera
Análise a um indivíduo ou agente econômico como os efeitos do valor
microeconômica: dos aluguéis aos indivíduos que habitam a cidade de São Paulo
Nesse elemento pouco importa as dimensões da análise a
Análise determinado indivíduo, mas a repercussão para a coletividade
macroeconômica: em geral, como seria o caso da análise e reflexo dos
empréstimos do governo federal

2.3 - SISTEMAS ECONÔMICOS

Agora peço um pouco mais de sua atenção, pois é possível


que em vista de uma mesma economia possamos encontrar a combinação de vários
sistemas, ainda que naturalmente se esteja diante de um sistema dominante.
O objetivo é lhe transmitir a ideia de que não temos uma tipologia fechada, mas estudaremos
os principais sistemas que se resumem em Capitalista e Socialista.

2.3.1. Sistema Capitalista

A base do Sistema Capitalista é a garantia ao direito de propriedade, liberdade de iniciativa


e concorrência.

7
DEL MASSO, Fabiano. DIREITO ECONÔMICO. Página 24

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Nesse sistema os agentes econômicos tem liberdade de mercado, buscando o lucro e


suportando os reflexos da possibilidade de não alcançá-lo.
O agente econômico escolhe o que produzirá, sendo sempre importante ressaltar que essa
liberdade não é absoluta, justamente em vista da intervenção do Estado no domínio
econômico, ainda que essa atuação seja razoavelmente menor caso haja comparação com o
Sistema Socialista que trataremos a seguir. 8

2.3.2. Sistema Socialista

No sistema Socialista o direito de propriedade perde espaço para a propriedade coletiva


dos meios de produção. Nesse caso, a intervenção do Estado é determinante.
Karl Marx e Friedrich Engels construíram uma das propostas de Socialismo, talvez a mais
popular.
Segundo André Ramos Tavares, para os autores acima citados o proletariado é a única classe
social capaz de destruir de uma vez por todas a exploração do homem pelo homem, ao
destruir o capitalismo, chegando ao poder pelo caminho da revolução.
No Sistema de Marx e Engels, os trabalhadores chegariam ao Poder se encarregando de
eliminar as diferenças sociais, o que assinalaria a passagem do socialismo ao comunismo,
incluindo o fim do Estado.

Propriedade coletiva dos


Socialismo meios de produção
Sistemas
Econômicos Direito de propriedade,
Capitalismo liberdade de iniciativa e
concorrência.

2.4 - MODELOS ECONÔMICOS

Tenho que ressaltar que os sistemas econômicos são


desenvolvidos a partir da reunião de vários modelos econômicos como uma forma de pensar
o desenvolvimento da atividade econômica, promovendo reflexão acerca da organização dos
fatores de produção.
Professor, isso quer dizer que os modelos econômicos estão dentro dos sistemas
econômicos?

8
ANDRÉ RAMOS TAVARES, Página 36.

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É isso mesmo! Vou te mostrar de uma forma mais simplificada.

Modelo
Econômico

Modelo Modelo
Econômico Econômico

Sistema
Econômico

Nesse momento é importante salientar que o mesmo Sistema pode variar os modelos
econômicos.
Sanchez, na boa, esses modelos aparecem nos certames? Como estudar essas
variações?
Não se apresse, vamos estudar juntos os três modelos: o liberal, o de comando e
planificado, e aliás, vou direto para as informações de que você precisa para a sua prova.

2.4.1. Modelo Liberal

Esse modelo liberal foi o que desencadeou a constituição do sistema capitalista, pois a partir
do momento que o principal controlador da atividade econômica é o próprio mercado,
maior é o grau de liberdade dos agentes econômicos.
Desse jeito, o Capitalismo nada mais é do que a Economia de Mercado rejeitando o controle
externo, fazendo com que a Sociedade seja dominada pela economia.
O modelo de mercado liberal se caracteriza na obra de Adam Smith em 1776, se fixando na
decisão política franqueada ao povo.

2.4.2. Modelo de Comando

Já o modelo de comando traz a ideia de transmissão de comando acerca das decisões de


produção e consumo para uma autoridade.

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Esse modelo de comando é utilizado em regimes autoritários como o Cubano ou mesmo o da


União Soviética entre 1917 e 1991.

2.4.3. Modelo Planificado

Finalmente, e não de modo menos importante temos o modelo planificado, que aparece
tanto em Sistemas Capitalistas como Socialistas, ainda que os sistemas socialistas tenham
sido reconhecidos como planificadores da Economia como observa Fabiano Del Masso.9
Essa ideia se dá por intermédio da criação de um plano geral ou específico de
desenvolvimento de toda a economia ou apenas de um determinado setor.
Mas ressalto a você meu nobre amigo, que a Ordem Econômica de alguns países costumam
trazer a característica da planificação para o desenvolvimento de toda a economia.

Sociedade dominada pela


Liberal
economia

Decisões de produção e
Modelos Econômicos Comando consumo são tomadas por
uma autoridade

Criação de um plano geral


ou específico de
Planificado desenvolvimento de toda
a economia ou de um
determinado setor

2.5. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E A CONSTITUIÇÃO DE 1988

Antes de eu te explicar o tema, quero que você se lembre que a palavra desenvolvimento é
utilizada, em certos casos, com conotação econômica e, em outros, com conotação social.
Como saber qual conotação está sendo utilizada?
Quando for utilizada para explicar o desenvolvimento dentro do âmbito da economia,
estamos diante da conotação econômica. Contudo, se for utilizada para falar da forma com
que se utiliza a economia como meio de evolução social, estaremos diante da conotação
social. Vamos seguindo que a ideia ficará mais clara!

9
DIREITO ECONÔMICO. São Paulo: Editora Método, 2012:34.

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Segundo Fábio Nusdeo: “Após a Segunda Guerra Mundial o estudo do desenvolvimento


econômico e Estado Social passou a despertar ainda mais o interesse do mundo acadêmico
e profissional.”10
Conduto, o século XXI apresenta uma preocupação adicional, a qual também causa efeitos
no desenvolvimento econômico e social, pois agora adicionamos o desenvolvimento
sustentável à discussão ou sustentabilidade no desenvolvimento econômico.
É nesse momento, que chegamos a conclusão, de que não há como tratar o
desenvolvimento econômico de forma afastada do Estado Social e do Meio Ambiente, já
que tais recursos não são inesgotáveis, conforme ensina Celso Antônio Pacheco Fiorillo,
comentando o Princípio do Desenvolvimento Sustentável: “Constata-se que os recursos
ambientais não são inesgotáveis, tornando-se inadmissível que as atividades econômicas
desenvolvam-se alheias a esse fato”. 11
Você irá notar que estamos diante daquilo que se denomina análise econômica, já que
estamos trabalhando fatores como desenvolvimento econômico, Estado social e
desenvolvimento econômico sustentável de forma, inicialmente, dissociada da ordem
jurídica.
Há, aí, por conseguinte, uma relação duplamente virtuosa entre análise econômica e análise
jurídica.

A Constituição Federal do Brasil de 1988, em vez de desenvolvimento


econômico, traz a expressão desenvolvimento nacional em seu art. 3º, II, e,
finalmente, descreve o título VII, dedicado à ordem econômica e financeira.

Em primeira análise, vamos perceber que o desenvolvimento econômico tem por mola-
mestra a empresa. De modo que ao harmonizar o desenvolvimento econômico, Estado
Social e Desenvolvimento Sustentável passam por modificações na forma como irão lidar
com a Empresa.
Nesse sentido, José Francisco Rezek afirma que:
“(...) não se deve buscar o desenvolvimento à custa do sacrifício ambiental, até porque ele assim não
será durável; mas é injusto e tendencioso pretender que a preservação ambiental opere como um
entrave ao desenvolvimento das nações pobres ou das que ainda não o alcançaram por inteiro.”12

Aluno: Mas e ai prof. Onde é que a empresa privada se encaixa nessa historia toda?

10
NUSDEO, Fábio. Regulação e Desenvolvimento, p. 11.
11
FIORILLO, Celso Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro, p. 29.
12
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. Página 237.

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A empresa privada, na ordem jurídico-político-econômica brasileira, está configurada


no Título VII, arts. 170, IV, IX. No art. 170 caput e incisos estão as referências à atividade
privada.
É no seu art. 173, que encontramos o Estado Empresário, in verbis:
“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.”

Ao adotarmos a redação restritiva, fica estabelecido que o Estado só exercerá a exploração


da atividade econômica quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse público.
Desse modo meu aluno, a empresa privada detém a prioridade para a prática da atividade
econômica, conforme o art. 174, § 1º, in verbis:
“Fica consignada ao termo em estudo a necessidade de se consolidar no país o compromisso ético-
político de respeito às leis e à continuidade administrativa, além das simples referências e promessas
de realizações, ainda que consagradas nas leis, seja dos Planos, quando aprovados, seja referente a
medidas pontuais de política econômica, pois neste particular compete aos operadores do direito, na
defesa da constituição, acionarem os instrumentos do Direito Econômico como caminho adequado.”

Os modos de produção e o exercício da atividade econômica de empresa, recebem uma


preferência na ordem constitucional, não somente produzindo, mas circulando bens e
serviços.
Veja que a doutrinadora Cristiane Derani sustenta uma ideia da importância da análise
econômica que se faz presente quando da análise da empresa, que deve sofrer modificações,
já que devemos falar também na manutenção da sanidade física e psíquica dos indivíduos
que circundam a empresa um modo geral, o que é tarefa para o Estado de Justiça Social. 13
Logo em seguida temos também, José Afonso da Silva que está correto ao sustentar que a
ordem econômica dá prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os demais
valores da economia de mercado. 14
Assim, perceba que o rol de benefícios a serem alcançados pela prática econômica, de
outros elementos além daqueles proporcionados pelo consumo de bens no mercado, mas o
bem de todos que estão a volta da Empresa como unidade produtiva social e sustentável.
Além disso, não se pode pensar em desenvolvimento da atividade econômica sem o uso
adequado dos recursos naturais, posto que essa atividade é dependente do uso da natureza,
para sintetizar de maneira mais elementar.
Desta maneira, a elaboração de políticas visando o desenvolvimento econômico sustentável,
razoavelmente garantido pelas crises cíclicas, está diretamente relacionada à manutenção do
fator natureza de produção (defesa do meio ambiente), na mesma razão da proteção do fator

13
DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico, p. 227
14
AFONSO DA SILVA, José. Direito Ambiental Constitucional, p. 29.

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capital (ordem econômica fundada na livre-iniciativa) e da manutenção do fator trabalho


como fonte de Justiça Social (ordem econômica fundada na valorização do trabalho humano).

Ressalto a você que a consideração conjunta desses três


fatores: “Desenvolvimento Econômico, Justiça Social e Sustentabilidade” garante a
possibilidade de atingir os fins colimados pela ordem econômica constitucional: assegurar a
todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social. É o que dispõe
textualmente o caput do art. 170.
Digo ainda mais, é certo que a harmonia entre tais hipóteses não vem naturalmente, até
porque o crescimento econômico desenfreado é a grande causa para a degradação do meio
ambiente. 15
E ainda, sendo o modo de produção no Estado brasileiro o capitalista, com base nas relações
de mercado, no âmbito que proclama como direito fundamental a autonomia privada para
a atividade econômica: a propriedade privada e a livre-iniciativa.
Mas não é difícil considerar que se tem, a partir de então a expressão economia social de
mercado, que agora deve ganhar um elemento de acordo com as novas pressões deste
século, e então economia ecológica social de mercado.
Percebendo assim a necessidade de integração dos componentes ecológicos, na ordem
econômica social de mercado.
Professor, mas e os custos das atividades preventivas e minimizadoras de impactos
ambientais não retirariam o lucro da atividade?
Respondo. O requisito da eficiência econômica, quanto aos custos das atividades
preventivas e minimizadoras de impactos ambientais, não deve retirar da atividade a
lucratividade.
Veja, a conformidade ao sistema é requisito que requer pensar todas as medidas a serem
adotadas, quando não devem levar a uma modificação estrutural do sistema de produção
capitalista.
Deste modo, conforme a justiça distributiva, as vantagens advindas com a modificação do
modo de agir das atividades econômicas devem aproveitar a todos, com justiça na
distribuição dos benefícios.
Por fim, vemos que a doutrinadora Cristiane Derani afirma que de qualquer maneira, ficam
sem sentido a criação e até mesmo a interpretação dos princípios específicos que traçam a
harmonia da Economia e o equilíbrio na extração dos recursos naturais se não se fizer toda

15
SIRVINSKAS, Paulo. Tutela Constitucional do Meio Ambiente, p. 184.

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essa análise com base no homem e de forma muita mais valiosa do que a própria vida, a
dignidade na vida da pessoa humana, estudo que será feito a seguir. 16

3 - O DIREITO ECONÔMICO NO TEXTO CONSTITUCIONAL

3.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Antes de começar esse novo tema, faça uma pausa, se estique, tire um tempo para que seu
cérebro associe todo o estudo feito até aqui e volte com a cabeça atenta para esse tema de
grande relevância!
Fez o que eu te pedi?! Sendo assim vamos começar a tratar da competência para legislar em
matéria de Direito Econômico a partir do art, 24, I do texto constitucional, seguindo para o
trato com os princípios de Direito Econômico.

O art. 170 da Constituição Federal elenca os princípios específicos da ordem


econômica em seu título, muito embora não sejam esses os únicos a serem
aplicados no estudo interpretativo da disciplina.

Note que serão oferecidos princípios constitucionais gerais de direta aplicação,


considerando o princípio da dignidade da pessoa humana como linha mestra, já que a
finalidade do Direito Econômico é satisfazer as necessidades do ser humano.
Dirigindo o estudo econômico para a liberdade de iniciativa empresarial, este será focado,
sem dúvidas, a partir dos princípios que fundamentam a própria Constituição Federal, em seu
art. 1º, inciso IV, no sentido da valorização do trabalho humano e, principalmente, da livre-
iniciativa.
É importante você saber que a doutrina nacional, em matéria constitucional econômica, em
muito diverge daquilo que classifica como princípios.
Vou explicar melhor, enquanto alguns consideram como princípios aqueles constantes do
preâmbulo constitucional, outros consideram aqueles constantes na Constituição Federal,
no Capítulo I do Título atinente à ordem econômica e financeira, entendendo que ambos
fazem parte da gama de princípios aplicáveis ao nosso estudo.

16
Cristiane Derani. Direito Ambiental Econômico, p.232.

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A Constituição Federal em seu art. 24, I, prevê competência concorrente da União, dos
Estados e do Distrito Federal para legislar sobre Direito Econômico.

3.2. ORDEM ECONÔMICA NAS CONSTITUIÇÕES FEDERAIS BRASILEIRAS

É aqui que se consolida uma garantia ao trabalhador na medida em que se apresenta coligado
ao princípio da valorização do trabalho humano, refletindo também os efeitos em relação
ao direito social do trabalho do art. 6º Constitucional.
Como isso pode cair em prova?
A banca pode te cobrar conhecimento sobre os princípios elencados na constituição
Federal. Veja a questão abaixo, o examinador queria saber qual o conhecimento do aluno
sobre o art. 170 da CF. Por isso antes de entrar nesse tema pedi que descansasse, pois o tema
é muito cobrado em provas.

(FCC - Auditor - TCE-AM – 2015) A ordem econômica nacional tem por meta assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados princípios
expressamente enumerados no texto constitucional, dentre os quais se arrolam
a) redução das desigualdades regionais; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e soberania nacional
e de organizações internacionais regionais, especialmente do Mercosul.
b) livre concorrência entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei
complementar; tratamento favorecido para as empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País; e propriedade privada.
c) propriedade estatal dos meios de produção; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e defesa do meio
ambiente.
d) busca do pleno emprego; redução das desigualdades sociais; e livre concorrência
entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei complementar.
e) função social da propriedade; busca do pleno emprego; e defesa do meio ambiente,
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
A alternativa “A” está incorreta, pois não é princípio da Ordem Econômica prevista no
art. 170 do texto Constitucional a Defesa do Consumidor com restrições a mercadorias
nacionais, assim como também se apresenta fora do texto constitucional a ideia de
Soberania a Organismos Internacionais, muito menos tratando especificamente do
Mercosul.

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A alternativa “B” é incorreta, já que apresenta incongruências com o texto


constitucional. Em primeiro lugar, não define a livre concorrência apenas em relação às
empresas nacionais e depois não oferece tratamento favorecido a todas as empresas
nacionais, mas apenas às microempresas e empresas de pequeno porte, conforme
legislação complementar.
A alternativa “C” está incorreta, pois a nossa Constituição adota o Sistema Capitalista e
a propriedade dos bens de produção é conceito diametralmente oposto, pois de ordem
Socialista. Além disso, a defesa do consumidor no texto constitucional não se limita as
mercadorias e serviços de origem nacional.
A alternativa “D” está incorreta, pois não limita a livre concorrência às empresas de
origem nacional.
A alternativa “E” está correta, pois todos os princípios elencados se apresentam
conforme o art. 170 Constitucional e incisos que elenca os princípios da Ordem
Econômica Nacional

4 - PRINCÍPIOS DE DIREITO ECONÔMICO NOS FUNDAMENTOS DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

4.1 - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, VALORIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO E


JUSTIÇA SOCIAL

O primeiro princípio que vamos estudar nada mais é do que aquele que você já está cansado
de ouvir, pois todos os ramos do direito devem respeito a ele, e diante disso a dignidade da
pessoa humana é princípio constitucional que leva a uma difícil e primeira análise, a de
conceituar dignidade, para que, em seguida, se possa trabalhar a praticidade, a sua aplicação
e o alcance no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Para Luiz Antonio Rizzato Nunes, neste momento se está a falar no princípio de maior
importância na ordem constitucional.
Então se a banca me disse que esse principio é o mais importante na ordem
constitucional eu assinalo esta ideia como sendo a certa.
Devo dizer que a resposta é não, pois a opinião em sentido contrário é mais segura
para as provas, principalmente de múltipla escolha.
Se ligue ainda que não basta que a Constituição Federal proteja a vida, mas é indispensável
que o Poder Público coloque à disposição do cidadão os equipamentos necessários para que
ele também tenha uma vida digna.

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O ser humano é bom e mau, e essa discussão é necessária para a regulação da convivência
humana e, logicamente, para os objetivos da ciência do direito. Assim, para definir dignidade,
é preciso levar em conta todas as violações que foram praticadas para, contra elas, lutar.

Portanto, deduz-se a dignidade como uma virtude sempre inerente à pessoa


humana.

Numa primeira situação conceitua-se a dignidade da pessoa humana, mas numa próxima
ideia tem-se de relatar a sua aplicabilidade concreta no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Neste momento, a colocação da aplicação do princípio em matéria de Direito Econômico é
pertinente e necessária ao se falar dos ideais da disciplina como forma de consecução das
necessidades humanas.
Até nos parece claro que a garantia do que se denomina piso vital mínimo é ponto de partida
para o que o próprio texto constitucional considera o mínimo para a existência digna em
seu art. 6º. Não há necessidade humana que possa ter prioridade sobre o que é básico para
existir dignamente.
Entendi, a dignidade da pessoa humana é principio de extrema relevância quando
tratamos de assuntos que envolvem todo e qualquer ser humano. Mas, se aplica no direito
econômico?
Veja, é claro que aqui se está diante de um princípio que deve ser buscado e protegido
pelo Estado, porém este princípio será utilizado como a razão das normas da ordem
econômica, como o princípio que inspira e conduz.

A ordem econômica fundada na valorização do trabalho


humano e na livre-iniciativa deve desenvolver-se com fundamento na dignidade da pessoa
humana.
Veja que a interpretação de sua aplicação prática no desenvolvimento econômico com base
em práticas que garantam o bem-estar social das pessoas, em prol da consecução de
melhorias para as suas vidas, por meio da circulação de riquezas, valorizando o trabalho e a
livre-iniciativa empresarial.
Para José Joaquim Gomes Canotilho, “a dignidade humana como princípio não apenas
remarca e confere unidade aos direitos fundamentais, direitos individuais, sociais e
econômicos, mas também na ordem econômica”. 17

17
José Joaquim Gomes Canotilho. Interpretação dos Princípios Fundamentais, p. 75.

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Assim a apresentação na ordem econômica é considerada não apenas como fundamento da


república, mas também como a finalidade para a qual se deve voltar a ordem econômica. 18
Ok, estou começando a entender, mas me diz, e como esse principio vai funcionar
diante dos demais?
Os demais princípios presentes na Ordem Econômica Constitucional, que serão
tratados em texto específico, se harmonizam com o Princípio Constitucional da Dignidade da
Pessoa Humana. Veja comigo: O princípio da defesa do meio ambiente percebido no art. 225
da Constituição Federal, considerado como direito fundamental e para garantir existência
digna para presentes e futuras gerações também passa pelo meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
Apenas para fechar o tema, preservar o meio ambiente é fator necessário para o
desenvolvimento da atividade econômica, como condição essencial para o livre
desenvolvimento das potencialidades do indivíduo e para a melhoria da convivência social.

(CESPE - Procurador do Ministério Público junto ao TCE-PB/2014) Com relação à


ordem econômica e aos princípios gerais da atividade econômica previstos na CF,
assinale a opção correta.
a) A ordem econômica deve buscar o atendimento do princípio da dignidade humana.
b) O princípio da livre iniciativa se aplica ao Estado.
c) Pelo princípio da livre concorrência, garante-se que o Estado não deve intervir no
mercado.
d) Lei municipal não pode prever o horário de funcionamento de farmácia, pois isso
violaria o princípio da livre iniciativa.
e) A ordem econômica está prevista apenas no título da CF que dispõe sobre a ordem
econômica e financeira.
A alternativa “A” está correta, pois o princípio da Dignidade da Pessoa Humana é
perfeitamente aplicável à ordem econômica, já que o “caput” do art. 170
Constitucional define a busca de assegurar a todos digna existência.
A alternativa “B” está incorreta, pois conforme o “caput”, art. 173 do texto
constitucional a iniciativa revela que a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional

18
Eros Roberto Grau. A Ordem Econômica na Constituição Federal de 1988, p. 216-217.

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ou a relevante interesse coletivo, monopólio ou ciclos econômicos de petróleo,


minérios e minerais nucleares, conforme definidos em lei.
A alternativa “C” está incorreta, pois a exploração da atividade econômica pelo
Estado, em um regime de livre iniciativa, é a exceção, somente se admitindo nas
seguintes hipóteses previstas constitucionalmente: a) imperativo da segurança
nacional (art. 173, caput); b) relevante interesse coletivo (art. 173, caput); c)
monopólio outorgado à União (art. 177: ciclos econômicos do petróleo e dos minérios
e minerais nucleares).
A alternativa “D” está incorreta, já que a Jurisprudência do STF aplicada à matéria se
consolidou no sentido de que a fixação de horário de funcionamento para o comércio
dentro da área municipal pode se dar por legislação local, visando o interesse do
consumidor e evitando a dominação do mercado por oligopólio. conforme Súmula
654 do STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial. Assim, Lei municipal pode prever o horário de
funcionamento de farmácia. Além do que, a Súmula Vinculante 38 prevê a
constitucionalidade da norma Municipal que trata do horário de funcionamento de
estabelecimento comercial, por se tratar de assunto de interesse local.
A alternativa “E” está incorreta, pois as bases constitucionais do atual sistema
econômico brasileiro encontram-se, em primeiro lugar, nos princípios que se
localizam nos próprios fundamentos do texto constitucional, como é o caso da
Dignidade da Pessoa Humana e Livre Iniciativa em vista da valorização do trabalho
humano e Estado Social. Assim como também estão dispostos no Título VII, “Da
Ordem Econômica e Financeira”, nos arts. 170 a 192.

5- PRINCÍPIOS GERAIS NA ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL

5.1. SOBERANIA NACIONAL

Estamos diante de um princípio constitucional impositivo e com dupla função, como


instrumental e como finalidade a ser alcançada.
A Soberania Nacional está no art. 170, em seu inciso I, por esse princípio a ordem nacional
buscará garantir a todos existência digna.
A soberania nacional econômica seria uma forma do país se desvincular totalmente
dos demais países?
É claro que no momento de estudo em que está, fica claro para você que a ideia não é
a de isolamento, mas a busca de modernização de nossa Economia sem a dependência dos
países considerados mais desenvolvidos, estabelecendo um modelo próprio, por intermédio
de nossos estudos e necessidades.

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É daí que decorre o art. 219 do texto constitucional, a seguir:


“O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o
desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do
País, nos termos da Lei Federal”.

5.2. PROPRIEDADE PRIVADA E FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Chegamos num ponto de extrema importância, pois esses


princípios são estudados a partir do art. 170 da Constituição Federal Brasileira e, portanto,
considerados princípios basilares para a consecução da dignidade humana na ordem
econômica, sendo sua análise feita a partir dos incisos II e III do art. 170, entrelaçadamente,
como já iremos ver.
O que é propriedade privada?
A propriedade privada compreende várias faculdades, as de acesso à propriedade, as
de livre uso e fruição, as de livre transmissão e as de não privação. A tutela jurídica de cada
um desses aspectos da propriedade não tem que ser a mesma.19
Pode-se dizer que a propriedade privada é um pressuposto do princípio da função social da
propriedade, e o exercício do domínio só será constitucional se condisser com essa dupla
característica da propriedade: domínio privado, frutos privados e sociais.
Esses dois princípios merecem estudo conjunto com o capítulo do meio ambiente, pois
tratam também de um fator básico da produção econômica.
Deste modo, a falta de medida no esgotamento dos recursos naturais para a produção
econômica resulta, logicamente, no afastamento do imperativo público constitucional da
preservação, defesa e proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

5.3. LIBERDADE DE INICIATIVA E CONCORRÊNCIA

Veja que a liberdade de iniciativa econômica é princípio que


se pauta na busca de que a liberdade de mercado traga qualidade e preços justos aos
consumidores.

19
Luís Cabral de Moncada. Direito Econômico, p. 153.

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Tal proposição não vem desacompanhada da liberdade de concorrência, de maneira a trazer


mais do que a iniciativa de se organizar economicamente, sendo de necessidade o incentivo
da concorrência com o propósito de servir aos interesses da sociedade.
Professor, mas essa ideia funciona?
Veja bem meu amigo, a proposta acima seria perfeita se não fosse utópica. O mercado
sem regras não segue apenas no sentido da concorrência e oferecimento de produtos e
serviços em escala, de modo diversificado e com preço justo ao consumidor.
A parte utópica está no fato de que um mercado livre sem regulação estatal é um prato
cheio para “monopólios” e “oligopólios” em estruturas e concentrações empresariais
formadas justamente para não permitir a concorrência, funcionando de forma egoísta e
prejudicial aos consumidores.
Como solucionamos isso?
Essa parte é simples: “Os estados constroem um sistema de regras para garantir um
mínimo de controle às relações econômicas.”
O nosso país, na mesma linha de diversos outros, seguiu o formato de adotar uma
“Constituição Econômica”, com princípios e regras de regulação da economia de mercado.

Veja bem, a nossa Constituição Federal regula a economia


de mercado por meio do inciso IV de seu art. 170, separando para si alguns monopólios e
nos fazendo afirmar que o princípio da liberdade de concorrência não tem em seu bojo
conteúdo absoluto.
O art. 177, traz o mandamento que reserva para si o monopólio das jazidas de petróleo, gás
natural, assim como de minério e de minerais nucleares.
Quando o assunto segue para a seara privada, a nossa Constituição Federal coloca poderes
nas mãos de legislação ordinária. Em nosso país, a principal lei de repressão do abuso do
poder econômico é a Lei 12.529/2011.
Vemos ainda que no campo da concorrência, o nosso legislador cuidou de conferir proteção
aos autores (art. 5º, XXVII) e aos titulares de propriedade industrial de invenções, modelos
de utilidade, desenhos industrial e marcas (art. 5º, XXIX), além da proteção que a legislação
ordinária oferece (Lei 9.279/1996).
Ao adentrar em tal discussão, não há como deixar de lado a tratativa a respeito do sentido e
alcance da liberdade e a polêmica que sempre se instaura em decorrência dos limites.

A primeira consideração que a ordem econômica traz se dá


justamente em decorrência da liberdade de iniciativa e da de concorrência, logo, sabe-se

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que não será fácil tratar do tema trazendo o elemento da preservação, proteção e defesa
do meio ambiente, e é exatamente isso que o intérprete precisa buscar.
Digo ainda, que a discussão é necessária, pois aqui se tem em jogo não somente a convivência
humana, mas a preservação do ser humano, quando da discussão do princípio da dignidade
da pessoa humana.
Esse afastamento da discussão do bem e do mal se aproxima de Friedrich Nietzche, o filósofo
da cultura, quando, para tanto:
A sociedade mata, tortura, priva de liberdade, dos bens; exerce seu poder pelas restrições impostas na
educação pelas escolas; ela mente, engana, trancafia (enquanto polícia) – nada disso pode ser
considerado como sendo em si mau. – A sociedade quer sua conservação e sua permanência – (...) o
indivíduo não pode ter mais valor que o conjunto da sociedade! Ora, a intenção é, logo de início, não
permitir surgir tais indivíduos: há uma representação de homem que se adota como critério da
conservação do bem comum. O pressuposto da sociedade deve ser que ela representa o tipo supremo
da espécie “homem” e que ela se confere o direito de combater tudo que lhe é hostil (...). 20
Logicamente, aqui se está a tratar as regras de convivência atuais, com base nos fatos reais e
históricos, em que o homem impõe regras, mas nunca de maneira desinteressada, e o
desenvolvimento econômico com base no Capitalismo deve sempre ser pensado de forma
a desautorizar tais atitudes bárbaras, estabelecendo tais freios:
É a horrível barbárie dos costumes que, especialmente na Idade Média, obrigou a formação de uma
verdadeira “liga da virtude” – ao lado dos não menos horríveis exageros sobre o que constitui o valor de
um homem. A “civilização” (domesticação) em sua luta tem necessidade de ferros e torturas para se
manter íntegra contra a natureza terrível e de animal de rapina. 21
Fica difícil, portanto, estabelecer o ponto exato do interesse individual e coletivo do ser
humano, logo, falar em liberdade é, logicamente, trabalhar em contraposição à natureza e
à cultura do ser humano atual, com poucas atitudes desinteressadas que, não raras vezes,
fazem prevalecer o interesse individual na consecução de riquezas, em prol do interesse do
bem comum.
Vamos então partir da afirmação de que uma condição preliminar de exercício da liberdade
precisa ser regulada em conjunto com a equidade, base para justos relacionamentos na
sociedade e que, claramente, imporá os limites à referência feita anteriormente, ao citar-se
Friedrich Nietzsche.
A questão dos limites depende da natureza do direito. A liberdade de iniciativa, para Luís
Cabral de Moncada, é um direito fundamental, de natureza análoga aos direitos, liberdades
e garantias, ainda que não esteja assim previsto na Constituição Portuguesa; logicamente,
no Brasil também se pode raciocinar por essa linha. 22
A partir daí considera-se que o ideal de finalidade da atividade econômica poderia ser
desdobrado no ideal de melhoria do ser humano como indivíduo e integrante de uma

20
A Fisiologia de Nietzsche, p. 24.
21
A Fisiologia de Nietzsche, p. 24.
22
Direito Econômico, p. 149.

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sociedade, para o desenvolvimento de suas capacidades, e, então, entre vantagem individual


e coletiva, intui-se que o homem só se realiza coletivamente, não significando retirar-lhe a
individualidade, conforme Aristóteles. 23

Assim, a ótica da livre-iniciativa, com restrições, que insere o


homem como ser político no cenário coletivo sem retirar-lhe a individualidade, leva à
consecução do objetivo, que é o desenvolvimento econômico com a proteção e defesa do
meio ambiente, para assegurar a aplicação do princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana.

5.4. DEFESA DO CONSUMIDOR

A Constituição Federal no inciso V, art. 170, traz outro princípio em que se visualiza dupla
função, pois além de instrumento para a realização do fim de assegurar a todos existência
digna, tem um objetivo particular a ser alcançado.
O princípio começa a se concretizar no art. 5º, XXII, pois “o Estado promoverá, na forma da
lei, a defesa do consumidor”, além do art. 24 VIII, sobre a responsabilidade por dano ao
consumidor e ainda o §5º, art. 150 do mesmo texto constitucional no sentido de que “a lei
determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadoria e serviços”.
Lembre-se que as regras de consumo afetam diretamente a atividade econômica.

Com as informações prestadas pelo Senhor Presidente da


República e com a manifestação do Ministério do Meio Ambiente, de um lado, e com a
intervenção do eminente Advogado-Geral da União, de outro, em pronunciamentos
favoráveis à validade constitucional do ato normativo ora impugnado, não se justifica o
ingresso do DNPM nesta relação processual, tal como postulado por essa autarquia federal,
eis que a Administração Pública já produziu volumoso acervo informativo na presente causa,
destinado a dar suporte à posição jurídica sustentada em defesa da MP n. 2.166-
67/2001.Sendo assim, indefiro o pedido de fls. 346/356. Voltem-me conclusos os presentes
autos.Publique-se.Brasília, 31 de agosto de 2005.Ministro CELSO DE MELLO Relator. (STF -
ADI: 3540 DF, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 31/08/2005, Data de
Publicação: DJ 06/09/2005 PP-00034)

23
A Política. O Ser Humano como Ser Político, p. 177.

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5.5. DEFESA DO MEIO AMBIENTE

O princípio da defesa do meio ambiente vem percebido no art. 225 da Constituição Federal,
considerado direito fundamental e garantir existência digna para presentes e futuras
gerações também passa pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Aliás, apenas para complementar seu estudo, preservar o


meio ambiente é fator necessário para o desenvolvimento da atividade econômica, como
condição essencial para o livre desenvolvimento das potencialidades do indivíduo e para a
melhoria da convivência social.

5.6. REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES REGIONAIS E SOCIAIS

A ideia contida neste princípio é o desenvolvimento equilibrado das regiões brasileiras,


conforme previsão no próprio artigo 3.º do texto Constitucional.
André Ramos Tavares leciona que :
“este impõe que o desenvolvimento econômico e as estruturas normativas (liberais) criadas para
fundamentar o crescimento econômico devam estar voltados também à redução das desigualdades em
todas as regiões do País, bem como ao desenvolvimento social. Para tanto, poder-se-á utilizar,
especialmente, da implementação de políticas públicas, como incentivos, buscando reduzir as diferenças
entre regiões e alcançar melhorias de ordem social.”
A redução das desigualdades regionais e sociais é parte de nossa Constituição Federal. É
sempre importante ressaltar que tal postura não é exclusiva dos modelos socialistas.

5.6.7. Busca do pleno emprego

Nesse princípio, se percorre a expansão das oportunidades de emprego produtivo, como já


visualizou na Emenda Constitucional nº 1/69.
Para Eros Roberto Grau, “a busca do pleno emprego” ou a “expansão das oportunidades de
emprego produtivo” são expressões que conotam o ideal Keynesiano de emprego de todos
os recursos e fatores de produção.

5.6.8. Tratamento favorecido às empresas nacionais de pequeno porte

O inciso IX, art. 170 do texto constitucional preceitua o tratamento favorecido para as
empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte. Esse princípio não possui uma
diretriz ou norma-objetivo.
O princípio estabelece proteção em favor de empresas de pequeno porte, desde que tenham
sido constituídas sob as leis brasileiras e tenham sede e administração no país.

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CESPE - Juiz Federal (TRF 1ª Região)/2013/XV


Considerando a ordem constitucional econômica e os princípios gerais da atividade
econômica dispostos na CF, assinale a opção correta.
a) As atividades que envolvam hidrocarbonetos fluidos, salvo o petróleo e o gás natural,
por constituírem monopólio da União, não podem ser objeto de contrato entre ela e
empresas privadas.
b) A CF prevê tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte que tenham
sede e administração no país, independentemente de terem sido constituídas sob as
leis estrangeiras, com base no interesse nacional.
c) A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, empresa pública federal prestadora de
serviço público, sujeita-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
no que se refere aos direitos e obrigações civis, comercias, trabalhistas e tributários.
d) A fiscalização, o incentivo e o planejamento, exercidos pelo Estado como agente
normativo e regulador da atividade econômica, são determinantes para os setores
públicos e privados.
e) As empresas estatais ou privadas que lavrem jazidas de petróleo, mediante acordo
firmado com a União, não podem ser denominadas concessionárias, ante a natureza da
propriedade da qual são titulares.
A alternativa “A” está incorreta, pois segundo o inciso I, §1º, art. 177, CF “as atividades
que envolvam hidrocarbonetos fluidos, como o petróleo e o gás natural, constituem
monopólio da União, mas podem ser objeto de contrato entre ela e empresas privadas.
Além do que, ressalte-se que o petróleo e gás natural também constituem monopólio
da União e podem ser objeto de contrato entre ela e empresas privadas.
A alternativa “B” está incorreta, pois a nossa carta magna prevê tratamento favorecido
para as empresas de pequeno porte que tenham sede e administração no país, se
tiverem sido constituídas sob as leis estrangeiras, com base no interesse nacional. Desse
modo, o inciso IX, artigo 170 de nossa constituição federal é no sentido de que o
tratamento favorecido depende de que a empresa seja de pequeno porte; tenha sede
e administração no país e seja constituídas sob as leis brasileiras.
A alternativa “C” está incorreta, pois a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
empresa pública federal prestadora de serviço público, não sujeita-se ao regime jurídico
próprio das empresas privadas. O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos – ECT goza de imunidade tributária recíproca mesmo quando realiza o
transporte de bens e mercadorias. Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de
transporte de bens e mercadorias realizado pelos Correios.

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A alternativa “D” está incorreta, pois a fiscalização, o incentivo e o planejamento,


exercidos pelo Estado como agente normativo e regulador da atividade econômica, não
são determinantes para os setores públicos e privados.
A alternativa “E” está correta, já que as empresas estatais prestadoras de serviços
públicos são concessionárias de serviço público.

Agora vem a pergunta: Como eu memorizo todos esses princípios?


Peço que reproduza o esquema abaixo em seu caderno, utilize a escrita como um médio
eficaz de memorizar os pontos mais importantes, se você for capaz de lembrar de algumas
palavras todo o conteúdo estudado será recordado no momento de sua prova.

Dignidade da pessoa
humana

Direito Econômico Na Valorização do


Cf/88 Trabalho humano

Justiça Social

Soberania Nacional

Principios
Propriedade Privada e
Função Social da
Propriedade

Liberdade de
Iniciativa e
Concorrência

Princípios Gerais Na
Ordem Econômica Defesa do Consumidor
Constitucional

Defesa do Meio
Ambiente

Redução das
desigualdades
regionais e sociais

Busca do pleno
emprego

Meu amigo, chegamos ao fim da nossa conversa inicial sobre direito econômico, te espero
pra próxima!

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6 - QUESTÕES

6.1- LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1.(FCC - Auditor (TCE-AM)/2015) De acordo com a disciplina constitucional acerca da


ordem econômica e financeira,
I. a lei não poderá restringir o livre exercício de qualquer atividade econômica, prevendo
a exigência de autorização de órgãos públicos para o exercício de algumas atividades.
II. as jazidas constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra e assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados dessa
lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
III. essa ordem econômica é fundada, como regra, na valorização do trabalho humano,
na exploração direta de atividade econômica pelo Estado e na livre iniciativa.
IV. a lei disciplinará os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os
reinvestimentos e regulará a remessa de lucros, com base no interesse nacional.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II e III, apenas.

2.(FCC - Auditor - TCE-AM – 2015) A ordem econômica nacional tem por meta assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados princípios
expressamente enumerados no texto constitucional, dentre os quais se arrolam
a) redução das desigualdades regionais; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e soberania nacional
e de organizações internacionais regionais, especialmente do Mercosul.
b) livre concorrência entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei
complementar; tratamento favorecido para as empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País; e propriedade privada.
c) propriedade estatal dos meios de produção; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e defesa do meio
ambiente.

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d) busca do pleno emprego; redução das desigualdades sociais; e livre concorrência


entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei complementar.
e) função social da propriedade; busca do pleno emprego; e defesa do meio ambiente,
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

3.(CESPE - Procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas União/2015) A


respeito da ordem econômica prevista na CF, especialmente no que se refere à
prestação de serviços públicos, assinale a opção correta.
a) A exploração direta das atividades econômicas cabe preferencialmente ao setor
privado e excepcionalmente ao Estado, daí a razão pela qual é inadmissível, inclusive
em prestígio ao princípio constitucional da livre concorrência, que o desempenho
dessas atividades dependa de prévias autorizações do poder público.
b) O serviço postal é exemplo de atividade econômica em sentido estrito prestada pelo
Estado em regime de monopólio legal, conforme consolidado pela jurisprudência do
STF.
c) A partir dos anos 90 do século passado, mediante os processos de desestatização e
com a introdução no Brasil do conceito de serviço público competitivo ou serviço
público econômico, passou-se a admitir a aplicação do princípio da livre concorrência
também às empresas públicas prestadoras de serviço público.
d) O conceito de atividade econômica, em sentido estrito, opõe-se ao de serviço
público, notadamente no que toca à titularidade: a atividade econômica cabe
preferencialmente ao setor privado; os serviços públicos, por sua vez, são da
competência direta ou indireta do Estado por meio de concessão ou permissão. Essa
diferenciação quanto à titularidade, contudo, não determina uma diversificação quanto
ao regime jurídico, pois ambos os conceitos referem-se à atividade econômica em
sentido amplo.
e) Pode o Estado ser o titular exclusivo de um serviço público sem ter o dever de prestá-
lo diretamente ou por meio de criatura sua, pois são admitidos legalmente os regimes
de concessão ou permissão com a transferência do exercício da atividade por entidades
privadas, tendo o Estado, nesses casos, o dever de fiscalizar a qualidade do serviço
prestado.

4.(CESPE - Procurador do Ministério Público junto ao TCE-PB/2014) Com relação à


ordem econômica e aos princípios gerais da atividade econômica previstos na CF,
assinale a opção correta.
a) A ordem econômica deve buscar o atendimento do princípio da dignidade humana.
b) O princípio da livre iniciativa se aplica ao Estado.

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c) Pelo princípio da livre concorrência, garante-se que o Estado não deve intervir no
mercado.
d) Lei municipal não pode prever o horário de funcionamento de farmácia, pois isso
violaria o princípio da livre iniciativa.
e) A ordem econômica está prevista apenas no título da CF que dispõe sobre a ordem
econômica e financeira.

5.(Com. Exam. Juiz Federal - (TRF 4ª Região) - 2012) Dadas as assertivas abaixo, assinale
a alternativa correta.
I. As infrações à ordem econômica são taxativamente elencadas na legislação vigente e
consumam-se somente após a produção de efeitos concretos no mercado.
II. Compete exclusivamente à União legislar sobre direito econômico, em face da
preponderância do interesse nacional.
III. Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o serviço postal não
consubstancia atividade econômica em sentido estrito, e a exclusividade da prestação
dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio, não se confundindo
com monopólio.
IV. As decisões proferidas pelo sistema de solução de controvérsias da Organização
Mundial do Comércio são vinculantes, podendo qualquer país apresentar reclamação
perante a organização, na qualidade de terceiro interessado.
a) Está correta apenas a assertiva III.
b) Está correta apenas a assertiva IV.
c) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
e) Nenhuma assertiva está correta.

6.(CESPE - Juiz Federal (TRF 2ª Região)/2011/XIII) A respeito da ordem constitucional


econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção estatal na economia faz-se com respeito aos princípios da ordem
econômica, não representando a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em
desconformidade com a legislação aplicável desrespeito ao princípio da livre iniciativa,
mas ao da defesa do consumidor.
b) O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da
propriedade, e, ainda que as restrições decorrentes da limitação administrativa
preexistam à aquisição do terreno e sejam do conhecimento dos adquirentes, têm
estes, com base nelas, direito à indenização do poder público.

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c) A empresa de pequeno porte optante do regime especial unificado de arrecadação


de tributos e contribuições é dispensada do pagamento das contribuições instituídas
pela União para as entidades privadas de serviço social, não se estendendo tal isenção
às contribuições às entidades de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
d) É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa
privada, norma de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais,
pelos débitos da pessoa jurídica para com a seguridade social.
e) Por constituir risco presumido à ordem econômica, à livre iniciativa e à concorrência,
é vedada a concessão de imunidade tributária nas operações de importação de bens
realizadas por município quando houver identidade entre o contribuinte de direito e o
de fato.

7.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) 2011) A que se refere à ordem jurídico-
econômica, assinale a opção correta.
a) O modelo político adotado pelo Estado brasileiro, conforme previsto na CF, é imposto
pela ordem econômica vigente no mercado.
b) As normas econômicas dispostas na CF são de natureza essencialmente estatutária,
e não, diretiva.
c) Regime político e ordem econômica equivalem-se do ponto de vista conceitual.
d) Na CF, a ordem jurídico-econômica estabelece limites ao exercício da atividade
econômica e define, de maneira exclusiva, a estrutura do sistema econômico a ser
adotado pelo Estado brasileiro.
e) A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da
obrigatória observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-
se à atuação do próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem
coletivo.

8.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) - 2011) Em relação aos princípios da constituição
econômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a
absorção da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da
pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição
econômica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica
denominados integração.

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d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de


desenvolvimento da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua
realização pessoal e a obtenção de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam
resolver os problemas da marginalização regional e(ou) social.

9.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 2ª Região - 2014) Assinale a opção que, além de
condizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das
idéias da livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de
capital nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em
atos do Poder Executivo.
e) O exercício ou não de atividade econômica diretamente pelo Estado fica a critério do
poder público, quando o interesse estatal o exigir.

10.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 3ª Região - 2013) Com relação à ordem econômica,
marque a alternativa correta:
I) A ordem econômica na Constituição de 1988 é uma ordem econômica aberta,
porquanto não prescreve um modelo econômico acabado.
II) A competência normativa e reguladora atribuída ao Estado pela Constituição é ampla
o suficiente para incluir intervenções bastantes brandas e excluir bem extremadas na
ordem econômica.
III) A livre iniciativa (Constituição Federal, Art. 1°, IV e 170, caput) manifesta-se sob um
duplo aspecto, pois garante, de um lado, a liberdade de acesso ao mercado, com livre
criação e fundação de empresa e, de outro, a livre atuação de empresas já criadas, isto
é, liberdade de atuação e permanência no mercado.
IV) O Estado, enquanto detentor de poder econômico público, não está sujeito à norma
disciplinadora.
a) todos os enunciados são corretos.
b) os enunciados I e III são corretos.
c) os enunciados II e III são corretos.
d) os enunciados III e I são falsos.

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e) todos os enunciados são falsos.

11.(CESPE - Procurador Federal/2013) À luz da CF, julgue o próximo item, referente à


ordem econômica.
A CF, como Constituição diretiva, anuncia programas e fins a serem concretizados pelo
Estado e pela sociedade, o que legitima a intervenção estatal por direção, estando tal
característica evidenciada na determinação de que a ordem econômica tem como
fundamento a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa e objetiva assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.

12.(CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e


Audiovisual/III/2013) Em relação à ordem econômica estabelecida na Constituição e à
intervenção do Estado no domínio econômico, julgue o item que se segue.
Se uma empresa pública realiza atividade econômica em concorrência com empresas
privadas, a Constituição permite, com a finalidade de dar à estatal maior capacidade de
concorrência, que a lei lhe confira algumas vantagens tributárias.

13.(CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e


Audiovisual/III/2013) Em relação à ordem econômica estabelecida na Constituição e à
intervenção do Estado no domínio econômico, julgue o item que se segue.
Um dos objetivos das decisões governamentais deve ser a busca do pleno emprego.

14.(CESPE - Especialista Em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e


Gás Natural (ANP)/Área I/2013) A respeito dos princípios da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, cabe ao município fixar o
horário de funcionamento de farmácias localizadas na área municipal, a fim de proteger
o consumidor e evitar a dominação do mercado.

15.(CESPE - Especialista Em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e


Gás Natural (ANP)/Área I/2013) A respeito dos princípios da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
A previsão constitucional de tratamento favorecido às empresas de pequeno porte,
constituídas sob as leis brasileiras, e que tenham a sua sede e administração no país,
visa permitir que os empreendedores que contam com menos recursos façam frente à
concorrência.

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16.(CESPE - Advogado da União/2012) Com base na ordem constitucional econômica,


julgue o item subsequente.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, dadas as suas especificidades,
beneficiam-se de determinados privilégios fiscais não atribuídos às empresas privadas.

17.(CESPE - Advogado da União/2012) Com base na ordem constitucional econômica,


julgue o item subsequente.
Com exceção dos casos especificados em lei, toda pessoa dispõe de liberdade para
exercer qualquer atividade econômica, independentemente de autorização concedida
por órgãos públicos.

18.(CESPE - Advogado da União/2012) Com relação à intervenção do Estado no


domínio econômico, julgue o próximo item.
A CF prevê áreas em que a exploração direta de atividade econômica pela União é feita
por meio de monopólio.

19.(CESPE - Especialista em Regulação de Aviação Civil/Área 4/2012) Julgue o item


seguinte, relativo a regulação, agências reguladoras, falhas de mercado e defesa da
concorrência.
A Constituição Federal de 1988 estabelece a livre concorrência e a defesa do
consumidor como princípios da atividade econômica. A partir da edição do Código de
Defesa do Consumidor, observam-se políticas interventivas para que a ordem
econômica beneficie o consumidor.

20.(CESPE - Especialista em Regulação de Aviação Civil-2012) Com relação aos


princípios da ordem econômica, julgue o item abaixo.
No Brasil, a Constituição de 1934, sob a influência da Constituição de Weimar de 1919,
foi a primeira a consignar princípios e normas sobre ordem econômica.

21.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 4ª Região - 2016) Assinale a alternativa correta.
Sobre os princípios e as normas que regem a atividade econômica no Estado brasileiro:
a) A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica,
dependendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.

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b) Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país,
a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham
sua sede e sua administração.
c) Consoante o texto constitucional, a ordem econômica se edificará sob o fundamento
da livre-iniciativa, de cunho predominantemente capitalista, conferindo a todos o
direito de se lançar ao mercado de produção e bens, por sua conta e risco, não
competindo ao Estado brasileiro a regularização e a normalização das atividades
econômicas.
d) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, implica violação ao princípio da livre-
concorrência a atuação em regime de privilégio da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos na prestação dos serviços que lhe incumbem.
e) Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de
petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização
dessas atividades.

22.(CESPE - Juiz Federal - TRF 1ª Região - 2015) Em relação à ordem constitucional


econômica e aos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) A responsabilidade civil objetiva do fornecedor depende do reconhecimento, na
esfera administrativa ou judicial, da vulnerabilidade do consumidor.
b) No que se refere à defesa do meio ambiente, a CF exige a apresentação de EIA pelo
responsável por obra ou atividade potencialmente nociva, finalizada ou em andamento.
c) A intervenção do Estado no domínio econômico é regulada por princípios próprios e
específicos da ordem econômica, motivo pelo qual independe da obediência aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
d) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de
produção.
e) Princípio da livre concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos
coincidentes, entendidos como fundamento político garantidor da liberdade
econômica.

23.(FGV - Analista Portuário – CODEBA – Advogado – 2016) A fim de garantir a


observância de determinados valores e princípios norteadores, o Estado intervém, de
forma legítima, no domínio econômico.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A atuação do Estado no domínio econômico se dá, unicamente, por meio de
empresas públicas e sociedades de economia mista, cuja criação somente será

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permitida quando necessário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante


interesse coletivo.
b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado quando necessário aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
c) O Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
determinante e impositivo para os setores público e privado.
d) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
obedecerá, dentre outros, aos princípios da soberania nacional, do dirigismo econômico
e da redução das desigualdades regionais e sociais.
e) O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por
via legislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento
econômico.

24.(MPE SC - Promotor de Justiça - MPE/SC) Como agente normativo e regulador da


atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante tanto para o setor público quanto
para o setor privado.

25.(CESPE - Advogado da União - 2012) Com relação à intervenção do Estado no


domínio econômico, julgue o próximo item.
A atuação do Estado como agente normativo e regulador da atividade econômica
compreende, entre outras funções, a de planejamento, que é determinante tanto para
o setor público quanto para o setor privado.

6.2 – GABARITO

1. D 12. ERRADO
2. E 13. CERTO
3. E 14. CERTO
4. A 15. CORRETA
5. A 16. ERRADO
6. D 17. CORRETO
7. E 18. CORRETO
8. E 19. CORRETO
9. B 20. CORRETO
10. B 21. E
11. CERTO 22. D

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23. E 25. ERRADO


24. ERRADO

6.3- LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

1.(FCC - Auditor (TCE-AM)/2015) De acordo com a disciplina constitucional acerca da


ordem econômica e financeira,
I. a lei não poderá restringir o livre exercício de qualquer atividade econômica, prevendo
a exigência de autorização de órgãos públicos para o exercício de algumas atividades.
II. as jazidas constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra e assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados dessa
lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
III. essa ordem econômica é fundada, como regra, na valorização do trabalho humano,
na exploração direta de atividade econômica pelo Estado e na livre iniciativa.
IV. a lei disciplinará os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os
reinvestimentos e regulará a remessa de lucros, com base no interesse nacional.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II e III, apenas.
Gabarito: D
Comentário:
Vamos às explicações:
I. INCORRETA: De acordo com o art. 170, parágrafo único do texto constitucional, é
assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em
lei. São os casos previstos em lei: Instituições Financeiras, Seguradoras e Indústria de
cigarro e bebida.
II - CORRETA: Conforme disposto no §2º art. 176, da CF/88 as jazidas constituem
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra e

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assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados dessa lavra, na forma e


no valor que dispuser a lei.
III - INCORRETA: A alternativa tem parte do texto correto, como o “caput” do art. 170
da CF/88 que afirma que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, mas a
exploração direta da atividade econômica pelo Estado não encontra guarida no texto.
Ainda o aspecto da Livre Iniciativa se encontra correto.
CORRETA: Conforme disposto no art. 172, da CF/88, a lei disciplinará os investimentos
de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros,
com base no interesse nacional.
A alternativa correta é a D.
Apenas os enunciados II e IV são corretos e devem ser assinalados, o que torna a letra
"d" correta.

2.(FCC - Auditor - TCE-AM – 2015) A ordem econômica nacional tem por meta assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados princípios
expressamente enumerados no texto constitucional, dentre os quais se arrolam
a) redução das desigualdades regionais; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e soberania nacional
e de organizações internacionais regionais, especialmente do Mercosul.
b) livre concorrência entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei
complementar; tratamento favorecido para as empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País; e propriedade privada.
c) propriedade estatal dos meios de produção; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e defesa do meio
ambiente.
d) busca do pleno emprego; redução das desigualdades sociais; e livre concorrência
entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei complementar.
e) função social da propriedade; busca do pleno emprego; e defesa do meio ambiente,
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois não é princípio da Ordem Econômica
prevista no art. 170 do texto Constitucional a Defesa do Consumidor com restrições a
mercadorias nacionais, assim como também se apresenta fora do texto constitucional
a ideia de Soberania a Organismos Internacionais, muito menos tratando
especificamente do Mercosul.

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A alternativa “B” é incorreta, já que apresenta incongruências com o texto


constitucional. Em primeiro lugar, não define a livre concorrência apenas em relação às
empresas nacionais e depois não oferece tratamento favorecido a todas as empresas
nacionais, mas apenas às microempresas e empresas de pequeno porte, conforme
legislação complementar.
A alternativa “C” está incorreta, pois a nossa Constituição adota o Sistema Capitalista e
a propriedade dos bens de produção é conceito diametralmente oposto, pois de ordem
Socialista. Além disso, a defesa do consumidor no texto constitucional não se limita as
mercadorias e serviços de origem nacional.
A alternativa “D” está incorreta, pois não limita a livre concorrência às empresas de
origem nacional.
A alternativa “E” está correta, pois todos os princípios elencados se apresentam
conforme o art. 170 Constitucional e incisos que elenca os princípios da Ordem
Econômica Nacional

3.(CESPE - Procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas União/2015) A


respeito da ordem econômica prevista na CF, especialmente no que se refere à
prestação de serviços públicos, assinale a opção correta.
a) A exploração direta das atividades econômicas cabe preferencialmente ao setor
privado e excepcionalmente ao Estado, daí a razão pela qual é inadmissível, inclusive
em prestígio ao princípio constitucional da livre concorrência, que o desempenho
dessas atividades dependa de prévias autorizações do poder público.
b) O serviço postal é exemplo de atividade econômica em sentido estrito prestada pelo
Estado em regime de monopólio legal, conforme consolidado pela jurisprudência do
STF.
c) A partir dos anos 90 do século passado, mediante os processos de desestatização e
com a introdução no Brasil do conceito de serviço público competitivo ou serviço
público econômico, passou-se a admitir a aplicação do princípio da livre concorrência
também às empresas públicas prestadoras de serviço público.
d) O conceito de atividade econômica, em sentido estrito, opõe-se ao de serviço
público, notadamente no que toca à titularidade: a atividade econômica cabe
preferencialmente ao setor privado; os serviços públicos, por sua vez, são da
competência direta ou indireta do Estado por meio de concessão ou permissão. Essa
diferenciação quanto à titularidade, contudo, não determina uma diversificação quanto
ao regime jurídico, pois ambos os conceitos referem-se à atividade econômica em
sentido amplo.
e) Pode o Estado ser o titular exclusivo de um serviço público sem ter o dever de prestá-
lo diretamente ou por meio de criatura sua, pois são admitidos legalmente os regimes
de concessão ou permissão com a transferência do exercício da atividade por entidades

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privadas, tendo o Estado, nesses casos, o dever de fiscalizar a qualidade do serviço


prestado.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois algumas atividades econômicas,
prestadas por particular, estão sujeitas à prévia autorização do Estado, quando
evidenciado, por exemplo, potencial danoso aos consumidores. Além disso, o próprio
art. 170, parágrafo único, da CF/88, norma constitucional de eficácia limitada, deixa
clara tal hipótese: "É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei".
A alternativa “B” está incorreta, pois o serviço postal é serviço público prestado pelo
Estado em situação de privilégio, conforme Jurisprudência pacificada do Supremo
Tribunal Federal na ADPF 46.
==0==

A alternativa “C” está incorreta, já que a livre concorrência tem aplicação no campo das
atividades econômicas em sentido estrito, não dos serviços públicos, onde se exige, em
regra, concessão/permissão e onde a fiscalização e regulação, oriundas do poder de
polícia é bastante intensa.
A alternativa “D” está incorreta. A Atividade econômica em sentido estrito trata de
todas as atividades típicas do mercado, que envolvem a produção, circulação e o
consumo de bens e serviços, sendo regidas exclusivamente pelas normas do direito
privado, já por serviços públicos entende-se toda a atividade prestada para
atendimento das necessidades do Estado ou da sociedade, sempre sob regime de
direito público.
A alternativa “E” está correta, pois o Estado deve ser o titular exclusivo de um serviço
público sem ter o dever de prestá-lo diretamente ou por meio de criatura sua, pois são
admitidos legalmente os regimes de concessão ou permissão com a transferência do
exercício da atividade por entidades privadas, tendo o Estado, nesses casos, o dever de
fiscalizar a qualidade do serviço prestado.

4.(CESPE - Procurador do Ministério Público junto ao TCE-PB/2014) Com relação à


ordem econômica e aos princípios gerais da atividade econômica previstos na CF,
assinale a opção correta.
a) A ordem econômica deve buscar o atendimento do princípio da dignidade humana.
b) O princípio da livre iniciativa se aplica ao Estado.
c) Pelo princípio da livre concorrência, garante-se que o Estado não deve intervir no
mercado.
d) Lei municipal não pode prever o horário de funcionamento de farmácia, pois isso
violaria o princípio da livre iniciativa.

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e) A ordem econômica está prevista apenas no título da CF que dispõe sobre a ordem
econômica e financeira.
Gabarito: A
Comentário:
A alternativa “A” está correta, pois o princípio da Dignidade da Pessoa Humana é
perfeitamente aplicável à ordem econômica, já que o “caput” do art. 170 Constitucional
define a busca de assegurar a todos digna existência.
A alternativa “B” está incorreta, pois conforme o “caput”, art. 173 do texto
constitucional a iniciativa revela que a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, monopólio ou ciclos econômicos de petróleo, minérios e
minerais nucleares, conforme definidos em lei.
A alternativa “C” está incorreta, pois a exploração da atividade econômica pelo Estado,
em um regime de livre iniciativa, é a exceção, somente se admitindo nas seguintes
hipóteses previstas constitucionalmente: a) imperativo da segurança nacional (art. 173,
caput); b) relevante interesse coletivo (art. 173, caput); c) monopólio outorgado à União
(art. 177: ciclos econômicos do petróleo e dos minérios e minerais nucleares).
A alternativa “D” está incorreta, já que a Jurisprudência do STF aplicada à matéria se
consolidou no sentido de que a fixação de horário de funcionamento para o comércio
dentro da área municipal pode se dar por legislação local, visando o interesse do
consumidor e evitando a dominação do mercado por oligopólio. conforme Súmula 654
do STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial. Assim, Lei municipal pode prever o horário de
funcionamento de farmácia. Além do que, a Súmula Vinculante 38 prevê a
constitucionalidade da norma Municipal que trata do horário de funcionamento de
estabelecimento comercial, por se tratar de assunto de interesse local.
A alternativa “E” está incorreta, pois as bases constitucionais do atual sistema
econômico brasileiro encontram-se, em primeiro lugar, nos princípios que se localizam
nos próprios fundamentos do texto constitucional, como é o caso da Dignidade da
Pessoa Humana e Livre Iniciativa em vista da valorização do trabalho humano e Estado
Social. Assim como também estão dispostos no Título VII, “Da Ordem Econômica e
Financeira”, nos arts. 170 a 192.

5.(Com. Exam. Juiz Federal - (TRF 4ª Região) - 2012) Dadas as assertivas abaixo, assinale
a alternativa correta.
I. As infrações à ordem econômica são taxativamente elencadas na legislação vigente e
consumam-se somente após a produção de efeitos concretos no mercado.
II. Compete exclusivamente à União legislar sobre direito econômico, em face da
preponderância do interesse nacional.

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III. Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o serviço postal não


consubstancia atividade econômica em sentido estrito, e a exclusividade da prestação
dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio, não se confundindo
com monopólio.
IV. As decisões proferidas pelo sistema de solução de controvérsias da Organização
Mundial do Comércio são vinculantes, podendo qualquer país apresentar reclamação
perante a organização, na qualidade de terceiro interessado.
a) Está correta apenas a assertiva III.
b) Está correta apenas a assertiva IV.
c) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
e) Nenhuma assertiva está correta.
Gabarito: A
Comentário:
A afirmativa “I” está incorreta, já que o de infrações à ordem econômica previsto no §3º
do art. 36 da Lei 12.529/11 é meramente exemplificativo.
A afirmativa “II” está incorreta, pois compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre: direito tributário, financeiro, penitenciário,
econômico e urbanístico, segundo o art. 24 da CF/88. Não há competência exclusiva da
União, como o quesito afirma. A competência é concorrente.
A afirmativa “III” está correta, conforme jurisprudência pacificada do STF sobre
o serviço postal, por não compreender o serviço postal uma atividade econômica em
sentido estrito. A atividade econômica em sentido amplo é gênero que compreende
duas espécies, o serviço público e a atividade econômica em sentido estrito. A Atividade
econômica em sentido estrito, empreendida por agentes econômicos privados é o que
se denomina atividade econômica em sentido estrito. A exclusividade da prestação dos
serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio.
A afirmativa “IV” está incorreta, pois o objetivo central do sistema de solução de
controvérsias da OMC é o de prover segurança e previsibilidade ao sistema multilateral
de comércio. Cabe ressaltar, entretanto, tais decisões não são vinculantes.

6.(CESPE - Juiz Federal (TRF 2ª Região)/2011/XIII) A respeito da ordem constitucional


econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção estatal na economia faz-se com respeito aos princípios da ordem
econômica, não representando a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em
desconformidade com a legislação aplicável desrespeito ao princípio da livre iniciativa,
mas ao da defesa do consumidor.

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b) O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da


propriedade, e, ainda que as restrições decorrentes da limitação administrativa
preexistam à aquisição do terreno e sejam do conhecimento dos adquirentes, têm
estes, com base nelas, direito à indenização do poder público.
c) A empresa de pequeno porte optante do regime especial unificado de arrecadação
de tributos e contribuições é dispensada do pagamento das contribuições instituídas
pela União para as entidades privadas de serviço social, não se estendendo tal isenção
às contribuições às entidades de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
d) É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa
privada, norma de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais,
pelos débitos da pessoa jurídica para com a seguridade social.
e) Por constituir risco presumido à ordem econômica, à livre iniciativa e à concorrência,
é vedada a concessão de imunidade tributária nas operações de importação de bens
realizadas por município quando houver identidade entre o contribuinte de direito e o
de fato.
Gabarito: D
Comentário: A alternativa “A” está incorreta. A intervenção estatal no domínio
econômico se dá mediante regulamentação e regulação de setores econômicos a partir
do respeito aos
princípios e fundamentos da Ordem Econômica. CF, art. 170. O princípio da livre
iniciativa é fundamento da República e da Ordem econômica conforme a Carta Magna
em seu art. 1º, IV e não apenas o art. 170.
A alternativa “B” está incorreta. O direito de edificar é relativo, dado que condicionado
à função social da propriedade, porém se as restrições decorrentes da limitação
administrativa preexistiam à aquisição do terreno, assim já do conhecimento dos
adquirentes, não podem estes, com base em tais restrições, pedir indenização ao Poder
Público.
A alternativa “C” está incorreta, pois o §3º, art. 13 da Lei Complementar 123/2006,
concede isenção às microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples
Nacional - Supersimples, quanto ao pagamento das contribuições instituídas pela
União, inclusive aquelas devidas às entidades privadas de serviço social e de formação
profissional vinculadas ao sistema sindical (CF, art. 240).
A alternativa correta é a D. A infração ao princípio da razoabilidade e inibição da
iniciativa privada é inconstitucional, já que estamos diante de norma de lei ordinária
que impõe aos sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada a
responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa
jurídica para com a seguridade social. O art. 135, III, do CTN responsabiliza apenas
aqueles que estejam na direção, gerência ou representação da pessoa jurídica e tão-
somente quando pratiquem atos com excesso de poder ou infração à lei, contrato social

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ou estatutos. Desse modo, apenas o sócio com poderes de gestão ou representação da


sociedade é que pode ser responsabilizado, o que resguarda a pessoalidade entre o
ilícito (mal gestão ou representação) e a consequência de ter de responder pelo tributo
devido pela sociedade. O art. 13 da Lei 8.620/93 não se limitou a repetir ou detalhar a
regra de responsabilidade constante do art. 135 do CTN, tampouco cuidou de uma nova
hipótese específica e distinta. Ao vincular à simples condição de sócio a obrigação de
responder solidariamente pelos débitos da sociedade limitada perante a Seguridade
Social, tratou a mesma situação genérica regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de
modo diverso, incorrendo em inconstitucionalidade por violação ao art. 146, III, da
Constituição Federal. O art. 13 da Lei 8.620/93 também se reveste de
inconstitucionalidade material, porquanto não é dado ao legislador estabelecer
confusão entre os patrimônios das pessoas física e jurídica, o que, além de impor
desconsideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica, descaracterizando as
sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a iniciativa privada, afrontando os
arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição. RE 562276 / PR - Min. ELLEN
GRACIE - Julgamento: 03/11/2010 - Tribunal Pleno - DJe 10-02-2011.
A alternativa “E” está incorreta. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da
Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios,
quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o "contribuinte de
direito" e o "contribuinte de fato"). Compete ao ente tributante provar que as
operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a
ponto de violar o art. 170 da Constituição.
Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência.

7.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) 2011) A que se refere à ordem jurídico-
econômica, assinale a opção correta.
a) O modelo político adotado pelo Estado brasileiro, conforme previsto na CF, é imposto
pela ordem econômica vigente no mercado.
b) As normas econômicas dispostas na CF são de natureza essencialmente estatutária,
e não, diretiva.
c) Regime político e ordem econômica equivalem-se do ponto de vista conceitual.
d) Na CF, a ordem jurídico-econômica estabelece limites ao exercício da atividade
econômica e define, de maneira exclusiva, a estrutura do sistema econômico a ser
adotado pelo Estado brasileiro.
e) A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da
obrigatória observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-
se à atuação do próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem
coletivo.
Gabarito: E

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Comentário:
A alternativa “A” está incorreta, pois o modelo político adotado pelo Estado brasileiro,
conforme previsto na CF, é imposto pela ordem econômica vigente no mercado. Na
verdade, o que se verifica é o contrário, isto é, a ordem econômica vigente que é
imposta pelo modelo político do Estado.
A alternativa “B” está incorreta, pois as normas econômicas dispostas na CF são de
natureza essencialmente estatutária, e não, diretiva. Uma afirmação muito simples,
mas que guarda algo até profundo. Trata-se aqui da classificação de Azzaratti, que
sustentava que as normas constitucionais dividiam-se em preceptivas (estatutárias) e
diretivas. As normas preceptivas seriam aquelas que estabeleceriam regras/comandos
de observância obrigatória, escapando do poder do destinatário da norma a capacidade
de avaliar a conveniência e oportunidade de sua aplicação. No entanto, as normas
diretivas seriam aquelas disposições constitucionais que indicariam direções ao
legislador, apontando metas, objetivos e programas a serem alcançados pela atividade
legislativa futura, como são os casos dos arts. 179 e 180, da CF.
A alternativa “C” está incorreta, pois o regime político e ordem econômica equivalem-
se do ponto de vista conceitual. Ordem econômica é a “estrutura ordenadora, composta
por um conjunto de elementos que conforma um sistema econômico” (TAVARES, p. 83).
Tal sistema econômico é algo semelhante ao regime político, vez que é a “forma pela
qual o Estado organiza suas relações sociais de produção, na qual estrutura sua política”
(FIGUEIREDO, p. 35).
A alternativa “D” está incorreta, pois na carta magna, a ordem jurídico-econômica
estabelece limites ao exercício da atividade econômica e define, de maneira exclusiva,
a estrutura do sistema econômico a ser adotado pelo Estado brasileiro. Item
questionável, vez que considerando que, na CF/88, a regra é a intervenção indireta do
Estado e, excepcionalmente, admite-se a intervenção direta nas hipóteses taxativas da
Constituição, de modo que verifica-se claramente a adoção do sistema capitalista de
economia descentralizada. Contudo, a CF/88, em momento algum, definiu de maneira
exclusiva e expressa a estrutura do sistema econômico brasileiro.
A alternativa correta “E” está correta, já que a mudança dos paradigmas liberais na
atividade econômica, com a inclusão da obrigatória observância de princípios como o
da dignidade da pessoa humana, deveu-se à atuação do próprio Estado, que passou a
intervir no mercado em busca do bem coletivo. A problemática em torno da
discricionariedade administrativa que envolve a intervenção direta do Estado no
domínio econômico, especialmente no que tange a controvérsia acerca da liberdade de
intervenção estatal em decorrência dos conceitos jurídicos indeterminados: imperativo
de segurança nacional e relevante interesse coletivo, previstos no artigo 173 da Lex
Legum como pressupostos de intervenção do Estado, constitui-se, inicialmente, pelo
fato de que tamanha margem de discricionariedade atribuída pelo legislador
constitucional ao gestor público pode se tornar consideravelmente perigosa ao alcance
do fim maior da Administração Pública: a promoção do bem comum social.

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8.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) - 2011) Em relação aos princípios da constituição
econômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a
absorção da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da
pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição
econômica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica
denominados integração.
d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de
desenvolvimento da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua
realização pessoal e a obtenção de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam
resolver os problemas da marginalização regional e(ou) social.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta. A dignidade da pessoa humana é a base
de nosso ordenamento jurídico, sem qualquer fundamento, portanto, a assertiva.
A alternativa “B” está incorreta. Somente para ajudar nos estudos irei definir
Constituição Econômica, matéria que constantemente está sendo abordada nos
concursos da Magistratura Federal. A Constituição Econômica pode ser entendida tanto
em sentido material, quanto em sentido formal, adotando-se, por analogia, a teoria de
classificação das constituições quanto ao seu conteúdo. Por Constituição Econômica
material entende-se todas as normas de extração constitucional que versem sobre
matéria econômica, estejam ou não disciplinadas em capítulo próprio. Por sua vez,
a Constituição Econômica formal se traduz no título ou capítulo específico, dedicado
exclusivamente à Ordem Econômica. Então, a Constituição Econômica trata das
disposições constitucionais formalmente fixadas para a matéria econômica, em capítulo
próprio, bem como as demais normas de extração constitucional, esparsas em seu
texto, com conteúdo eminentemente econômico. Ao verificar o art. 170 percebemos
que tal está dentro do título VII "Da Ordem Econômica e Financeira". Trata-se, portanto,
de Constituição Econômica formal, e dentre os princípios existentes no capítulo
podemos observar o princípio da defesa do consumidor
A alternativa “C” está incorreta. Também estão inseridos como princípios a defesa do
consumidor (inc. V), a defesa do meio ambiente (inc. VI), a redução das desigualdades
regionais e sociais (inc. VII) e a busca do pleno emprego (inc. VIII). Eles são denominados
por José Afonso da Silva como “princípios de integração, porque todos estão dirigidos a
resolver os problemas da marginalização regional ou social” (SILVA, p. 774)

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A alternativa “D” está incorreta. Não há tal realização pessoal do empresário. A


atividade econômica deve ter função social.
A alternativa correta é a “E”. Conforme a doutrina de José Afonso da Silva, os princípios
econômicos de integração são aqueles dirigidos a resolver os problemas da
marginalização regional ou social. Na CF/88, dentre os princípios positivados no art. 170
(constituição econômica formal), os princípios econômicos de integração são
quatro: defesa do consumidor; defesa do meio ambiente; redução das desigualdades
sociais e regionais e busca do pleno emprego.

9.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 2ª Região - 2014) Assinale a opção que, além de
condizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das
idéias da livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de
capital nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em
atos do Poder Executivo.
e) O exercício ou não de atividade econômica diretamente pelo Estado fica a critério do
poder público, quando o interesse estatal o exigir.
Gabarito: B
Comentário:
As alternativas “A” e “C” estão incorretas, pois afirmam o favorecimento às empresas
nacionais e muito embora o nosso ordenamento jurídico já tenha sido nesse sentido, as
hipóteses não fazem sentido com o ordenamento jurídico vigente.
A alternativa “B” está correta, pois de acordo com o art. 173, caput, da Constituição
Federal, no sentido de que a prestação direta de atividade econômica pelo Estado é
excepcional “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.
A alternativa “D” está incorreta, ao afirmar que o imperativo de segurança nacional ou
o relevante interesse coletivo serão definidos em “atos do Poder Executivo”, o que
contradiz o art. 173, caput, que dispõe “conforme definidos em lei”.
A alternativa “E” está incorreta, por afirmar a prestação direta

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10.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 3ª Região - 2013) Com relação à ordem econômica,
marque a alternativa correta:
I) A ordem econômica na Constituição de 1988 é uma ordem econômica aberta,
porquanto não prescreve um modelo econômico acabado.
II) A competência normativa e reguladora atribuída ao Estado pela Constituição é ampla
o suficiente para incluir intervenções bastantes brandas e excluir bem extremadas na
ordem econômica.
III) A livre iniciativa (Constituição Federal, Art. 1°, IV e 170, caput) manifesta-se sob um
duplo aspecto, pois garante, de um lado, a liberdade de acesso ao mercado, com livre
criação e fundação de empresa e, de outro, a livre atuação de empresas já criadas, isto
é, liberdade de atuação e permanência no mercado.
IV) O Estado, enquanto detentor de poder econômico público, não está sujeito à norma
disciplinadora.
a) todos os enunciados são corretos.
b) os enunciados I e III são corretos.
c) os enunciados II e III são corretos.
d) os enunciados III e I são falsos.
e) todos os enunciados são falsos.
Gabarito: B
Comentário:
A afirmativa “I” está correta. A ordem econômica é composta de fundamentos,
finalidade e princípios. Os fundamentos compõem o ponto de partida, os fins explicitam
o alcance do ordenamento jurídico. Os princípios da Ordem Econômica estão nos
fundamentos da Constituição e em capítulo específico e não prescreve um modelo
econômico acabado, sendo permitida flutuações entre um modelo de outro.
A afirmativa “II” está incorreta, pois nosso modelo é aberto e não podemos descartar
as tais citadas intervenções bem extremadas em vista de situação de crise econômica.
A afirmativa “III” está correta. A livre iniciativa, pois a liberdade de criar e explorar uma
atividade econômica é princípio em nosso ordenamento jurídico, além da manutenção
das empresas que já integram a atividade econômica.
A afirmativa “IV” está incorreta, pois o Estado, como pessoa jurídica de direito público,
também está sujeito à norma disciplinadora, conforme o texto Constitucional.
A alternativa “B” deve ser marcada por apontar as afirmativas “I” e “III” como corretas.

11.(CESPE - Procurador Federal/2013) À luz da CF, julgue o próximo item, referente à


ordem econômica.

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A CF, como Constituição diretiva, anuncia programas e fins a serem concretizados pelo
Estado e pela sociedade, o que legitima a intervenção estatal por direção, estando tal
característica evidenciada na determinação de que a ordem econômica tem como
fundamento a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa e objetiva assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
Gabarito: CERTO
Comentário: A assertiva está “CORRETA”, pois a nossa Constituição Federal é diretiva
(programática), como aquela que traça os objetivos a serem perseguidos pelo Estado. e
se caracteriza por conter normas definidoras de tarefas e programas de ação a serem
concretizados pelos poderes públicos e conforme art. 170 da CF/88, se evidencia com
fundamento na valorização do trabalho humano, além de citar a livre iniciativa com o
objetivo de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.

12.(CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e


Audiovisual/III/2013) Em relação à ordem econômica estabelecida na Constituição e à
intervenção do Estado no domínio econômico, julgue o item que se segue.
Se uma empresa pública realiza atividade econômica em concorrência com empresas
privadas, a Constituição permite, com a finalidade de dar à estatal maior capacidade de
concorrência, que a lei lhe confira algumas vantagens tributárias.
Gabarito: ERRADO
Comentário: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado, tudo conforme o §2º, art.
173 do texto constitucional.

13.(CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e


Audiovisual/III/2013) Em relação à ordem econômica estabelecida na Constituição e à
intervenção do Estado no domínio econômico, julgue o item que se segue.
Um dos objetivos das decisões governamentais deve ser a busca do pleno emprego.
Gabarito: CERTO
Comentário: A assertiva está “correta”, nos exatos temos do Art. 170 da Constituição
Federal, como segue: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, observados os seguintes princípios:
VIII - busca do pleno emprego.”

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14.(CESPE - Especialista Em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e


Gás Natural (ANP)/Área I/2013) A respeito dos princípios da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, cabe ao município fixar o
horário de funcionamento de farmácias localizadas na área municipal, a fim de proteger
o consumidor e evitar a dominação do mercado.
Gabarito: CERTO
Comentário: A assertiva está correta, de acordo com a Súmula Vinculante 38 que prevê
a constitucionalidade da norma Municipal que trata do horário de funcionamento de
estabelecimento comercial, por se tratar de assunto de interesse local.

15.(CESPE - Especialista Em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e


Gás Natural (ANP)/Área I/2013) A respeito dos princípios da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
A previsão constitucional de tratamento favorecido às empresas de pequeno porte,
constituídas sob as leis brasileiras, e que tenham a sua sede e administração no país,
visa permitir que os empreendedores que contam com menos recursos façam frente à
concorrência.
Gabarito: CERTO
Comentário: A hipótese está “CORRETA”, nos exatos termos do “Art. 170 do texto
Constitucional, a seguir: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”
Além disso, temos no mesmo texto constitucional o Art. 179, como segue: “A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas
de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias,
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.”

16.(CESPE - Advogado da União/2012) Com base na ordem constitucional econômica,


julgue o item subsequente.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, dadas as suas especificidades,
beneficiam-se de determinados privilégios fiscais não atribuídos às empresas privadas.
Gabarito: ERRADA

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Comentário: A assertiva discorda do §2º do art. 173 no sentido de que as empresas


públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado.

17.(CESPE - Advogado da União/2012) Com base na ordem constitucional econômica,


julgue o item subsequente.
Com exceção dos casos especificados em lei, toda pessoa dispõe de liberdade para
exercer qualquer atividade econômica, independentemente de autorização concedida
por órgãos públicos.
Gabarito: CERTO
Comentário: A hipótese está de acordo com o texto constitucional previsto no art. 170
como segue "É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em
lei".

18.(CESPE - Advogado da União/2012) Com relação à intervenção do Estado no


domínio econômico, julgue o próximo item.
A CF prevê áreas em que a exploração direta de atividade econômica pela União é feita
por meio de monopólio.
Gabarito: CERTO
Comentário: A Constituição Federal em seu art. 177, prevê áreas em que a exploração
direta de atividade econômica pela União é feita por meio de monopólio, como segue:
CF: Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das
atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos
de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de
petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob
regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta
Constituição Federal.

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19.(CESPE - Especialista em Regulação de Aviação Civil/Área 4/2012) Julgue o item


seguinte, relativo a regulação, agências reguladoras, falhas de mercado e defesa da
concorrência.
A Constituição Federal de 1988 estabelece a livre concorrência e a defesa do
consumidor como princípios da atividade econômica. A partir da edição do Código de
Defesa do Consumidor, observam-se políticas interventivas para que a ordem
econômica beneficie o consumidor.
Gabarito: CERTO
Comentário: A hipótese está de acordo com o Art. 170 do texto constitucional, como a
seguir: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor.”

20.(CESPE - Especialista em Regulação de Aviação Civil-2012) Com relação aos


princípios da ordem econômica, julgue o item abaixo.
No Brasil, a Constituição de 1934, sob a influência da Constituição de Weimar de 1919,
foi a primeira a consignar princípios e normas sobre ordem econômica.
Gabarito: CERTO
Comentário: A Constituição Federal de 1934 marca a mudança do nosso
constitucionalismo, pois até então vivia-se em um constitucionalismo jurídico-político
(Estado Liberal), e a partir de então passou a ser também um constitucionalismo
econômico-social (Estado Social ou do bem-estar social). O Estado social é
intervencionista e traz direitos sociais e econômicos: Educação, Saúde, Trabalho, e
regulamentação da ordem econômica.

21.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 4ª Região - 2016) Assinale a alternativa correta.
Sobre os princípios e as normas que regem a atividade econômica no Estado brasileiro:
a) A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica,
dependendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.

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b) Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país,
a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham
sua sede e sua administração.
c) Consoante o texto constitucional, a ordem econômica se edificará sob o fundamento
da livre-iniciativa, de cunho predominantemente capitalista, conferindo a todos o
direito de se lançar ao mercado de produção e bens, por sua conta e risco, não
competindo ao Estado brasileiro a regularização e a normalização das atividades
econômicas.
d) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, implica violação ao princípio da livre-
concorrência a atuação em regime de privilégio da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos na prestação dos serviços que lhe incumbem.
e) Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de
petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização
dessas atividades.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois em regra, o exercício da atividade
econômica independe de prévia autorização de órgãos públicos, conforme o texto
constitucional, a seguir: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.”
A alternativa ”B” está incorreta, já que tratamento favorecido às empresas de pequeno
porte, que estão constituídas sob as leis brasileiras precisam que sua sede e
administração sejam no País, como prevê a Constituição Federal a seguir: “Art. 170. A
ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”
A alternativa “C” está incorreta, pois o Estado de interfere na ordem econômica seja
para reprimir o abuso do poder econômico como também para incentivar e fiscalizar
determinadas atividades econômicas, conforme texto da própria Constituição Federal,
a seguir: “Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
A alternativa “D” está incorreta, pois conforme a ADPF nº 46, STF, não caracteriza
violação ao Princípio da livre-concorrência o exercício de monopólio acerca do serviço

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postal, pois a Constituição Federal confere à União, em caráter exclusivo, a exploração


do serviço postal e o correio aéreo nacional, conforme artigo 20, inciso X.
A alternativa “E” está CORRETA, conforme texto da Constituição Federal, a seguir: “Art.
176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra. § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos
potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados
mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou
empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País,
na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se
desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.”

22.(CESPE - Juiz Federal - TRF 1ª Região - 2015) Em relação à ordem constitucional


econômica e aos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) A responsabilidade civil objetiva do fornecedor depende do reconhecimento, na
esfera administrativa ou judicial, da vulnerabilidade do consumidor.
b) No que se refere à defesa do meio ambiente, a CF exige a apresentação de EIA pelo
responsável por obra ou atividade potencialmente nociva, finalizada ou em andamento.
c) A intervenção do Estado no domínio econômico é regulada por princípios próprios e
específicos da ordem econômica, motivo pelo qual independe da obediência aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
d) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de
produção.
e) Princípio da livre concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos
coincidentes, entendidos como fundamento político garantidor da liberdade
econômica.
Gabarito: D
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois o reconhecimento da vulnerabilidade
do consumidor é um princípio expresso da política nacional de relações de consumo
(art. 4º, inciso I, do CDC) e inerente a toda relação consumerista.
A alternativa “B” está incorreta, pois a Constituição Federal exige o EIA previamente à
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
ambiental. Em qualquer das fases do licenciamento ambiental poderá ser elaborado o
estudo prévio de impacto ambiental e o seu respectivo relatório (EIA/RIMA).
A alternativa “C” está incorreta, pois os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade são entendidos como princípios constitucionais implícitos da
administração, e encontram-se explícitos em normas infraconstitucionais, como a do
processo administrativo federal.

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A alternativa “D” está correta, pois o princípio da função social da propriedade é


aplicado, inclusive, aos bens de produção e é um princípio geral da atividade econômica,
conforme art. 170, III, Constituição Federal de 1988.
A alternativa “E” está incorreta, pois tais conceitos se relacionam, mas não são
coincidentes, muito embora devam ser harmonizados.

23.(FGV - Analista Portuário – CODEBA – Advogado – 2016) A fim de garantir a


observância de determinados valores e princípios norteadores, o Estado intervém, de
forma legítima, no domínio econômico.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A atuação do Estado no domínio econômico se dá, unicamente, por meio de
empresas públicas e sociedades de economia mista, cuja criação somente será
permitida quando necessário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo.
b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado quando necessário aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
c) O Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
determinante e impositivo para os setores público e privado.
d) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
obedecerá, dentre outros, aos princípios da soberania nacional, do dirigismo econômico
e da redução das desigualdades regionais e sociais.
e) O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por
via legislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento
econômico.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois a atuação do Estado no Domínio
Econômico não se dá apenas nos termos do art. 173 do texto constitucional que prevê:
“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”
Além disso, podemos citar as hipóteses em que o Estado exerce a atividade econômica
por intermédio de Monopólio, nos termos do art. 177 “ Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

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III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das


atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos
de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de
petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob
regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta
Constituição Federal.”
Além disso, temos o “Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade
econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado.”
Quando se cria, por exemplo, uma agência reguladora, há aí também intervenção na
economia.
A alternativa “B” está incorreta, pois a Constituição não oferece exceções a regra
prevista no §2º, art. 173 que determina “As empresas públicas e as sociedades de
economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privado.”
A alternativa “C” está incorreta, já que o art. 174 da CF informa que a função de
planejamento é determinante apenas para o setor público, sendo indicativo para o setor
privado. “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
A alternativa “D” está incorreta. Os princípios da ordem econômica estão dispostos no
art. 170 da CF: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

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VIII - busca do pleno emprego;


IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”
Portanto, o dirigismo econômico não é (em tese) princípio norteador da ordem
econômica.
A alternativa “E” está correta., pois nesse caso temos a aplicação conjunta dos princípios
da livre iniciativa e do princípio da livre concorrência com os da defesa do consumidor
e da redução das desigualdades sociais, em conformidade com os ditames da justiça
social, pode o Estado, por via legislativa, ao regular a política de preços de bens e de
serviços, em vista de abuso do poder econômico que visa ao aumento arbitrário dos
lucros, está nos limites da intervenção estatal esboçada na própria Constituição Federal.

24.(MPE SC - Promotor de Justiça - MPE/SC) Como agente normativo e regulador da


atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante tanto para o setor público quanto
para o setor privado.
Gabarito: ERRADO
Comentário: A Função do planejamento é apenas um indicativo para a iniciativa privada,
nos termos do art. 174 da Constituição Federal: "Como agente normativo e regulador
da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo
para o setor privado."

25.(CESPE - Advogado da União - 2012) Com relação à intervenção do Estado no


domínio econômico, julgue o próximo item.
A atuação do Estado como agente normativo e regulador da atividade econômica
compreende, entre outras funções, a de planejamento, que é determinante tanto para
o setor público quanto para o setor privado.
Gabarito: ERRADO
Comentário: A Função do planejamento é apenas um indicativo para a iniciativa privada,
nos termos do art. 174 da Constituição Federal: "Como agente normativo e regulador
da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo
para o setor privado."

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7 – DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E DA JURISPRUDÊNCIA


Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de lei e
entendimentos jurisprudenciais que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de
revisá-los!
Constituição Federal
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

8 – RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo
dos principais aspectos estudados ao longo da aula.
Sugerimos que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo
de estudos é fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à aula.

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DIREITO ECONÔMICO

 As regras e normas de Direito Econômico tem o objetivo de delinear as práticas econômicas de


nosso país, além de instituir políticas específicas, coibindo certas práticas, prevendo formas de
fiscalização e regulação da atividade econômica pelo Estado.
 A Atividade empresarial é uma atividade econômica, mas nem toda atividade econômica é
empresarial, como no exemplo do Consumidor que consome, mas não necessariamente produz.
 O agente econômico é conhecido como aquele que produz e consome bens e serviços, já que a
atividade econômica nada mais é do que a ação humana para o seu sustento.

Economicidade

Principais
Caracteristicas
do Direito
Econômico

Intervenção do
Estado no
Planejamento
domínio
econômico

NOÇÕES DE ATIVIDADE ECONÔMICA

 Os diversos agentes econômicos devem planejar as suas atividades. O Empresário precisa ter em conta
os elementos que interferirão na organização de sua atividade produtiva ou comercial.
 O trabalho no sentido de compreender e solucionar problemas na realização da atividade econômica
leva o nome de análise econômica.

SISTEMAS ECONÔMICOS

São sistemas econômicos o Capitalismo e o Socialismo


 A base do Sistema Capitalista é a garantia ao direito de propriedade, liberdade de iniciativa e
concorrência.
 No sistema Socialista o direito de propriedade perde espaço para a propriedade coletiva dos meios
de produção.
Os modelos econômicos estão dentro dos sistemas econômicos!

DIREITO ECONÔMICO NA CF/88

 A Constituição Federal do Brasil de 1988, em vez de desenvolvimento econômico, traz a expressão


desenvolvimento nacional em seu art. 3º, II, e, finalmente, descreve o título VII, dedicado à ordem
econômica e financeira.

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 O art. 170 da Constituição Federal elenca os princípios específicos da ordem econômica em seu título,
muito embora não sejam esses os únicos a serem aplicados no estudo interpretativo da disciplina.

8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula inaugural! Vimos uma pequena parte da matéria, a qual é,
sobremaneira, um assunto muito relevante para a compreensão da disciplina como um todo.
A pretensão desta aula é a de situá-los no mundo do Direito Eleitoral, a fim de que não
tenham dificuldades em assimilar os conteúdos relevantes que virão na sequência.
Além disso, procuramos demonstrar como será desenvolvido nosso trabalho ao longo do
Curso.
Um grande abraço,
Alessandro Sanchez
Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse nossas redes sociais:
Instagram - Professor Alessandro Sanchez:
https://www.instagram.com/Prof_SANCHEZ/
Canal do YouTube do Professor Alessandro Sanchez:
https://www.youtube.com/channel/alessandrosanchez

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