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Aula 00
Aula Demonstrativa
Alessandro Sanchez
Aula 00
SUMÁRIO
Sumário .......................................................................................................................1
Direito Econômico para Carreiras Jurídicas .................................................................3
Apresentação Pessoal ........................................................................................................ 3
Breves Comentários Aos Modelos De Editais Da Disciplina ........................................8
Cronograma de Aulas ..................................................................................................9
Legislação Destacada – Aula por Aula ....................................................................... 10
Indicação Bibliográfica .............................................................................................. 11
Albino Peluso ................................................................................................................... 11
Fabio Nusdeo................................................................................................................... 12
Eros Grau......................................................................................................................... 12
Cabral De Moncada ......................................................................................................... 12
Roteiro de Estudos .................................................................................................... 13
1-Direito Econômico .................................................................................................. 16
1.1 - Agentes econômicos ................................................................................................ 18
1.2 - Principais características ......................................................................................... 19
1.3 - Evolução do Direito Econômico ................................................................................ 20
1.3.1 - Primeira Guerra Mundial .................................................................................................................. 21
1.3.2 - No Brasil................................................................................................................................................. 22
Professor, eu já entendi que como sempre, os demais países saíram na frente, mas e o Brasil, quando foi que
o Direito Econômico surgiu? ............................................................................................................................. 22
Caaaalma! Um passo por vez, sua banca nem sempre vai cobrar só o surgimento do Direito Econômico no
Brasil, sendo assim você não precisa saber a história toda. Sendo assim, vamos ao que interessa. ............... 22
1.3.3 - Normas de Direito Econômico............................................................................................................... 23
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Direito Econômico p/ Carreira Jurídica (Curso Regular) - Prof. Alessandro Sanchez
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Aula Demonstrativa
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Alessandro Sanchez
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6 - Questões .............................................................................................................. 45
6.1- Lista de Questões sem comentários .......................................................................... 45
6.2 – Gabarito ................................................................................................................. 53
6.3- Lista de Questões com Comentários ......................................................................... 54
7 – Destaques da Legislação e da Jurisprudência ...................................................... 75
8 – Resumo ................................................................................................................ 75
Direito Econômico ........................................................................................................... 76
Noções de Atividade Econômica ...................................................................................... 76
Sistemas econômicos ....................................................................................................... 76
Direito Econômico na CF/88 ............................................................................................ 76
8 – Considerações Finais ........................................................................................... 77
APRESENTAÇÃO PESSOAL
Ingressei na Universidade São Francisco aos 17 anos de idade com maturidade bastante
limitada. Após 1 ano de sala de aula e a construção de grande admiração por meus
Professores, comecei a notar que aqueles que lecionavam em grandes Cursos Preparatórios
para as Carreiras Jurídicas da Magistratura e Ministério Público dominavam a sala de aula
com autoridade legítima e didática impecável, trazendo brilho nos olhos para os seus
ouvintes. Tudo isso pode ter sido mera coincidência, uma inspiradora coincidência.
A partir de então, pouco experiente e com brilho nos olhos, aos 18 anos de idade decidi que
ingressaria em uma carreira pública. Iniciei a aquisição de livros e até uma pasta com os
editais de concursos.
No final do ano de 1997 me envolvi em Processo Seletivo para Conciliador do Juizado Especial
Cível Central e prestei concursos para Estágio na Escola Paulista de Magistratura e
Ministério Público Federal, além da Escola Experimental da Ordem dos Advogados Paulista.
A aprovação chegou em todos os casos, sempre com nota máxima. Tratavam-se de
processos e concursos pequenos, mas estava bastante empolgado.
Meu amigo, sei que muito do que estou falando reflete nas lutas que você teve e como
passaremos bastante tempo juntos com os livros digitais e vídeo aulas, tomei a liberdade de
me aproximar e fazer com que você também lembre de sua luta. Tudo isso fará muito sentido
pra você. Lembro bem que trabalhava às madrugadas no Banco Bradesco e dormia 4 (quatro)
horas no período da manhã para realizar os meus estágios.
Ao completar 20 anos de idade e no quarto ano de direito, o Professor Ricardo Cunha
Chimenti das cadeiras de Direito Financeiro e Tributário de grandes cursos preparatórios, Juiz
de Direito e Corregedor do Juizado Especial Cível, em vista de toda a minha dedicação e
conhecimento teórico e prático daquele órgão, passou-me para a área de treinamento dos
experiência e tanto. Ainda hoje encontro alunos daquela turma de mais de uma década, hoje
juízes do trabalho. Uma imensa alegria.
Naquele momento de minha carreira tudo fazia sentido. Eu havia preparado a minha
graduação para lecionar em cursos preparatórios. Havia estudado técnicas didático-
pedagógicas e aquilo era simplesmente parte do que eu realmente sou. Fiz a minha estreia
lecionando “Debêntures e outros valores mobiliários”, imagine você!
No dia seguinte, o Coordenador daquele Curso olhei em meus olhos e disse: “Vou oferecer
aulas em volume tal que você não vai ter tempo para perder com uma carreira que não é a
sua. Desse dia em diante você será especialista em fazer claro para os meus alunos se de fato
eles são ou não vocacionados para a carreira escolhida”. Havia um motivo para a missão que
me foi incumbida. Em vista de tudo que ouvi e refleti, criei um fragmento dessa reflexão e
gosto de entrar em sala de aula e repetir as palavras a seguir.
Sinto-me legítimo para lhe afirmar: “Meu amigo, se nesse meio tempo você fecha os olhos
e se vê exercendo proativamente a carreira que escolheu, não perca tempo fazendo coisas
que não tem nada a ver com o seu projeto.” Ao longo dessas quase duas décadas de sala de
aula, quantas não foram as vezes que escutei alunos com a desculpa esfarrapada de que
precisa lecionam para aprender mais e advogam por horas e horas para cumprir experiência
temporal para o certame. As contas chegam e a única forma de não se tornar escravo dos
boletos, é fazer o que se gosta.
Ao longo de minha carreira, vejo muita gente gastando dinheiro para preencher o vazio
decorrente de utilizar talvez o maior volume de seu tempo em uma repartição pública como
se estivessem enjaulados ou fossem forçados àquilo. Pude perceber isso também em meus
pares não vocacionados para a docência reclamando e reclamando dos alunos na sala dos
professores. Lamentável.
Hoje digo de peito cheio que sou muito feliz na carreira que integra parte do que eu sou. No
momento em que escrevo esse material estou em meu quarto período de meu expediente
diário às 4h da matina. Passo bem, muito obrigado (rs). Agradeço a Deus todos os dias por
me ajudar a todo instante a tornar-me o que realmente sou.
Se você chegou nessa parte, a minha felicidade é dupla. Além de fazer o que mais gosto e
digo legitimamente: “Sou um Professor vocacionado”, poderei ajudá-lo fazendo o que já não
se refere a um trabalho ou a uma carreira e ganha agora um cenário de missão de vida.
Peço humildemente autorização para me tornar um facilitador nas disciplinas de Direito
Econômico e Financeiro para a carreira por você escolhida, a sua carreira, aquilo que se
mistura consigo mesmo e pulsa em suas veias. Vejo você seguindo para a prova com o
coração fervendo e a cabeça fria.
Nesse instante, e após fortes e firmes palavras, é natural que você queira conhecer um pouco
de minha carreira como Professor de Carreiras Jurídicas e Concursos Públicos.
A minha entrada no mundo jurídico se deu no ano de 2002 com a conclusão de minha pós-
graduação pela PUC-SP e o ingresso no Mestrado da UNIMES-SP com a intenção de estudar
o Direito Econômico e Empresarial sob a ótica dos Direitos Fundamentais.
O meu primeiro concurso docente se deu no mesmo ano e fui aprovado em vaga única para
lecionar Direito Empresarial e Teoria Geral do Direito na Universidade São Francisco para a
vaga de Professor-Assistente em banca presidida pelo Professor Rodrigo Rosas Fernandes. A
minha paixão, como você já sabe, sempre foi pelas salas de aula. Em cursos de graduação,
lecionei também no Centro Universitário Salesiano enfatizando o conteúdo de Falências e
Recuperações de Empresas e na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo, enfatizando o
Direito Econômico e Societário.
Iniciei em um grande curso preparatório no final da primeira década deste século no Curso
FMB – Flávio Monteiro de Barros. Não poderia ser melhor. Tratava-se do primeiro curso
preparatório que se concentrava na preparação de materiais para Concursos Públicos. Além
disso, os professores eram treinados para que além de utilização de método auditivo de
explicação, oferecesse aulas que possibilitasse ao aluno criar um relatório dirigido. Explico
mais.
Essa metodologia é utilizada por mim até os dias atuais. Você perceberá em nossas vídeo
aulas que logo após uma breve apresentação do curso fazemos o início do tema esclarecendo
os dispositivos de lei que serão utilizados e sigo para a primeira temática como no parágrafo
seguinte.
A título de exemplo trago o temo dos “Princípios da Ordem Econômica”. Faço uma explicação
do que o tema representa e se logo percebo que existe um trecho recorrente em prova, peço
que de modo objetivo faça determinada anotação em seu relatório de aula com o
correspondente dispositivo. Você pode fazê-lo em um caderno, bloco de notas ou em seu
computador. Após cuidar da memorização e anotação, sigo para explicações para prosseguir
na compreensão da matéria. Você não precisa escolher entre a memorização e a
compreensão. Pode conseguir ambos.
Nesse instante, você pode estar se perguntando: “Haverá alguma metodologia visual?” Sim,
em todas as aulas acompanha em meus “slides” os principais dispositivos, questões,
infográficos, tabelas e fluxogramas para que haja o melhor rendimento possível quando
estiver de frente com o seu livro digital e relatório de aula para a revisão, e principalmente,
quando estiver treinando questões.
No ano de 2011, fui contratado como Professor exclusivo da Rede LFG de ensino – Luiz Flávio
Gomes. Naquele momento, o verdadeiro atestado para receber convites para palestras em
Universidades de todo o país e legitimar-se perante o mundo concurseiro.
Em meu primeiro ano, poucas oportunidades na área de Concursos, afinal tratava-se de um
gigante do mercado e era preciso encontrar os meus espaços. No ano de 2013 comecei a
galgar espaço nos Concursos Públicos no Curso preparatório para a Advocacia-Geral da
União e assumi a Coordenação da Pós-Graduação. Um ótimo começo.
Em seguida, um ano após, o meu currículo conheceu a Coordenação da área de Concursos
Públicos e encerrava a minha atuação em Universidades para focar nas diversas carreiras,
como Defensorias, Magistraturas, Ministério Público, Procuradorias, Carreiras Fiscais e
Policiais. Um sonho receber a avaliação positiva de alunos de diversificadas carreiras. A
dedicação sempre foi ao limite de minhas forças e sempre com sorriso no rosto.
No ano de 2019, um dos maiores marcos de minha carreira: A contratação como Professor
exclusivo do Curso Estratégia nos canais de Concursos e Carreiras Públicas. Hoje o Curso
Estratégia representa o maior movimento de democratização do ensino jurídico do país e
você pode imaginar o tamanho de minha empolgação.
Nesse início, assumi os cursos com a disciplina de Direito Empresarial e após um ótimo
começo e adaptação, agora o desafio nas disciplinas de Direito Econômico e Financeiro,
disciplinas que além de experiência em Concursos para as Carreiras Jurídicas, levam o selo de
minha dissertação de Mestrado, como segue: “A Interpretação Constitucional da Empresa e
os princípios de Direito Econômico e Financeiro.”
Agora, vamos aos estudos de nossa primeira aula.
Um grande abraço virtual que pode ser substituído por um abraço real. Quando estiver por
São Paulo nos faça uma visita na sede do Estratégia Concursos. Será um imenso prazer
conhecer um pouco de suas lutas e batalhas.
Alessandro Sanchez.
Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse nossas redes sociais:
Instagram - Professor Alessandro Sanchez:
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CRONOGRAMA DE AULAS
Vejamos a distribuição das aulas:
Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Eventuais ajustes poderão ocorrer,
especialmente por questões didáticas. De todo modo, sempre que houver alterações no
cronograma acima, você será previamente informado com as correspondentes
justificativas.
Inicialmente, recomendo o estudo nas duas primeiras aulas digitais e construção de
relatório conforme dissertei em minha apresentação e ressalto nas vídeo aulas, para que,
após isso, siga firme o seu estudo por questões na banca correspondente ao seu certame.
O Estratégia Carreira Jurídica lhe proporciona um estudo completo já que os livros digitais
trazem todo tipo de técnica didático-pedagógica, seguindo para aspectos cinestésicos,
imagéticos com “slides” preparados para que a sua memorização ganhe longevidade, além
de explicações pontuais com o intuito de alcançar fortemente os alunos com aprendizado
auditivo aguçado para a boa compreensão da matéria. O conhecimento vem como resultado
de memorização e compreensão. Uma vez mais digo sobre a desnecessidade de escolha de
apenas um dos fatores.
É importante ressaltar que você esteja a vontade para trazer o seu “feedback” em relação
aos materiais e vídeo aulas, com críticas e sugestões, pois é desse modo que temos a
condição de desenvolver os materiais. Aqui no Estratégia os materiais começam menores,
pois preferimos bancas mais recentes, mas como atualizamos constantemente e os alunos
não nos deixam remover as questões anteriores, o material tende a crescer.
Desse modo, a cada trimestre é possível que você já não reconheça o material. O fórum de
dúvidas é constantemente respondido, utilize bastante esse canal de comunicação e não
deixe nenhuma dúvida passar.
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Sei que você deve estar ansioso pra começar a sua aula, mas antes disso vamos conversar um
pouco sobre as doutrinas que podem lhe ajudar em sua performance.
Assim, embora você já tenha uma ótima base com o material em PDF + as vídeo aulas que
disponibilizamos, em vezes pode surgir aquela duvida sobre os estudos que realizamos para
a confecção dos materiais, já que sabemos que as bancas examinadoras costumam girar em
torno de duas ou três doutrinas e dá preferência para as temáticas que não ofereçam
polêmica de correção. Ao menos em Direito Econômico, não há muito o que reclamar acerca
desse cenário.
Indicarei autores que tem relação com o que vamos estudar ao longo do curso, assim você
vai perceber que os raciocínios estão amarrados e que as doutrinas trarão mais
aprofundamento ao nosso curso.
ALBINO PELUSO
A minha primeira indicação não poderia ser ninguém menos que Washington Peluso Albino
de Souza, que foi o pioneiro no Brasil ao introduzir o Direito Econômico como disciplina
obrigatória nos currículos dos cursos de Graduação e Pós-graduação da Faculdade de Direito
da UFMG, no início do anos 1970. Ele foi o idealizador e criador da Fundação Brasileira de
Direito Econômico (FBDE), sendo ele o seu primeiro presidente. Produziu inúmeros artigos
jurídicos e livros, entre os quais o mais estudado, e que é inclusive a minha indicação de
doutrina, o livro "Primeiras Linhas de Direito Econômico".
FABIO NUSDEO
EROS GRAU
CABRAL DE MONCADA
Luís Cabral de Oliveira de Moncada ou Luís Cabral de Moncada GOSE • GCSE (Lisboa, 19 de
Outubro de 1888 — Coimbra, 9 de Abril de 1974) foi um jurista e professor de Direito da
Universidade de Coimbra. Doutorado em Direito em 1919, Professor Catedrático desde 1924,
lecionou História do Direito Romano, História do Direito Português, Noções Fundamentais de
Direito Civil e Filosofia do Direito e do Estado. Notabilizou-se pelas suas publicações na área
da filosofia e da história do Direito. Este doutrinador ganhou destaque no âmbito
internacional do Direito Econômico, ou seja, se você pretende se aprofundar no contexto
internacional que o Direito Econômico se insere recomendo o seu livro intitulado “Direito
Econômico.” Aliás, a Editora Revista dos Tribunais em parceria com a Editora Coimbra
disponibiliza uma versão para o nosso país. Se houver interesse em mais detalhes sobre a
obra, faça contato pelo “fórum de dúvidas”. Os meus dois livros de cabeceira são da autoria
de Eros Grau e Cabral de Moncada.
ROTEIRO DE ESTUDOS
Acredito que esse seja o seu maior questionamento, pois é comum que quando se tem um
número maior de material para estudo você se sinta perdido, sem saber como utilizar todos
da melhor forma possível e ainda, com o tempo que você tem disponível, por isso meu amigo,
vamos te orientar e juntos seguiremos rumo a sua aprovação.
Para que você tome a decisão de que caminho seguir, primeiramente você deve observar em
qual roteiro você se encaixa. Ofereceremos 3: o roteiro inicial, intermediário e o avançado.
O inicial é ideal se você deseja ter uma rápida noção dos pontos mais cobrados dentro da
matéria pela sua banca, mas contudo tem tempo suficiente para estudar todo o conteúdo
estipulado no edital. Geralmente esse roteiro vai ser utilizado em casos de edital aberto, onde
seu tempo de estudo será muito curto.
O intermediário é direcionado ao aluno que tem um pouco mais de tempo disponível ou que
deseja se dedicar um pouco mais a matéria, esse roteiro seria o recomendado pra você que
tem uma rotina mais cheia e que dispõe de poucas horas disponíveis no seu dia para se
dedicar ao estudo.
O avançado é voltado para quem tem um bom tempo disponível, tempo esse suficiente para
esgotar todo conteúdo cobrado no edital e que ainda consegue utilizar todos os meios de
estudo disponíveis pela plataforma do estratégia.
Então vamos ao que te interessa, você terá disponível o livro digital as videoaulas para
estudo, dois excelentes instrumentos para que você estude todo o conteúdo relevante para
sua aprovação.
Você fará uma combinação entre eles, alternado o seu modo de estudar. Chega o momento
do questionamento: “Alternando?”. Isso quer dizer que o seu estudo será dirigido e que
você não estudará do mesmo modo a depender do momento em que está.
Vou lhe mostrar que a depender do tema e do tempo disponível, você utilizará somente o
PDF, somente a vídeo aula ou ainda os dois, fazendo primeiro a leitura e depois revisando
com a vídeo aula. Vamos com calma.
Inicialmente, você precisa escolher qual roteiro se enquadra em sua realidade, e digo mais,
não escolha o roteiro com base em metas impossíveis. Pare, respire, pense em quanto tempo
você dispõe e só depois disso escolha com convicção o roteiro que você consegue seguir
fielmente. A ideia é que você aprenda todo o conteúdo necessário para ser aprovado, mas se
impor metas impossíveis, sempre haverá acúmulo de matérias a estudar e isso não vai
funcionar, pois o segredo da aprovação é a organização e o estudo diário.
Então antes de seguirmos, bora escolher o seu roteiro...Roteiro Escolhido?! Vamos adiante!
Roteiro básico: Se este foi o roteiro escolhido, então imagino que seu edital esteja aberto e
o tempo de dedicação da disciplina de Direito Econômico é limitado. É importante ressaltar
que, alguns alunos estudarão fortemente a disciplina por já dominar outras matérias e
conseguirão dar conta de um estudo mais forte, ainda que o edital esteja aberto. A escolha é
sua, e caso queira, podemos trocar algumas ideias pelo fórum de dúvidas.
Ainda que o edital não esteja aberto, se você tem pouco tempo livre para estudar, recomendo
que você veja o histórico da banca e estude com muita dedicação os temas mais cobrados.
Os menos cobrados você vai estudar se eventualmente sobrar tempo. Nesse roteiro você
deverá utilizar apenas os livros digitais, deixando as vídeo aulas apenas se houver
necessidade, caso contrário pelo tempo que você tem, os livros digitais serão suficientes para
um bom rendimento.
Roteiro Intermediário: Se você optou por esse roteiro, devo imaginar que você separou um
tempo pra estudar todos os dias para o cargo dos sonhos, mas ainda assim não dispõe de um
tempo muito grande, e é por isso que você estudará de forma combinada, assistindo a vídeo
aula e acompanhado do seu material em PDF, ou se tiver que escolher apenas uma forma de
estudo, deverá optar pelo PDF, deixando as aulas para o final, como método de revisão.
Roteiro avançado: Meu amigo, se você escolheu esse roteiro estou certo que a sua
preparação está um tanto quanto intensa, e por isso o seu método de estudo também será.
Você deve começar o tema pela leitura completa do PDF, e após isso, assistir a vídeo aula
sobre correspondente, e isso deve ser feito no mesmo dia.
Mas professor, eu ainda não entendi como estudar através das aulas e dos PDF`s...
Não se preocupe, vamos esclarecer isso já!
Quando seu estudo for através do PDF você deverá ler o material completo e em seguida
passe a grifar os pontos mais importantes, de preferência palavras chaves que lhe ajudarão
a identificar o que a questão da banca está cobrando. Feito isso, crie breves resumos, pois
uma das melhores formas de fixação de conteúdo é a escrita!
Bom, mas e as vídeo aulas?! Ao estudar por intermédio de vídeo aulas, faça anotações
em seu caderno de estudo sobre os pontos que entender mais importantes.
Finalmente, existe algo que não pode faltar em sua preparação: A resolução de questões!
Para que você teste seu aprendizado e ainda se adapte a forma como a banca costuma cobrar
determinados temas, é necessário resolver o maior número de questões possíveis. Aliás, vou
te ensinar uma dica sensacional: “O caderno de erros.”
O caderno de erros é um caderno onde você anotará o fundamento de todas as questões
que você errou. Isso mesmo. Ao responder as questões, você vai fazer duas coisas: a primeira
é anotar qual o erro da alternativa escolhida e em segundo plano anotar o fundamento da
Intervenção
Direito do Estado
Econômico no domínio
Econômico
pessoa mais rica deve escolher a cada dia com qual de seus brinquedos brincar. Quando levamos em
conta o tempo, descobrimos que a escassez é uma realidade que atinge a todos”.1
Mas não é só isso meu amigo, a intervenção do Estado no domínio econômico exige estudos
de Direito Constitucional e Administrativo.
O Direito Constitucional aparece com a nossa Carta Magna como norma principiológica
legitimadora da forma de intervenção do Estado.
1 STIGLITZ e WASH em citação de Fabiano Del Masso. Direito Econômico. São Paulo: Editora
Método, 2012:3.
Produção Consumo
Agente
de bens e de bens e
Econômico
serviços serviços
Agentes
Econômicos
As diversas pessoas
Unidades econômicas concentradas em suas
Unidades econômicas
de dispêndio de famílias ou até
de bens e serviços
recursos individualmente em
amplo conceito
Economicidade
Principais
Caracteristicas do
Direito Econômico
Intervenção do
Planejamento Estado no domínio
econômico
Professor, mas como foi que o direito econômico nasceu? Em que momento o Estado
sentiu que precisava de algo para regular as relações econômicas?!
Então, meu aluno, no passado os Estados não costumavam cuidar de suas economias, por
conta de regras específicas que tratavam das economias de mercado e uma divisão entre o
Direito e as ciências econômicas.
Após a 2ª Revolução Industrial (ainda que não tenha havido uma descontinuidade entre as
duas), no período compreendido como final do século XIX (1850-1870) e começo do século
XX, é possível perceber grande concentração de recursos para atividade que exigem grande
vulto econômico.
Tudo isso em vista da concentração de recursos para atividades que exigem grandes vultos
econômicos, como as indústrias química, elétrica, de petróleo e de aço.
Além disso, vale ressaltar os inventos decorrentes da eletricidade e outros e fazer referência
a seus inventores como Nikola Tesla, Thomas Edison e George Westinghouse e mesmo Ford
que também começava a fabricação em escala do primeiro motor de combustão interna,
substituindo o carvão pelo petróleo.
Foi assim, em vista de tantas mudanças e da implantação de uma nova tecnologia, que o
governo começou a ter de lidar com grande concentração econômica em mãos privadas,
quando no passado os Estados buscavam reservar para si ao menos parte do poder
econômico de grandes companhias, como no caso da navegação.
Perceba que como toda boa mudança, começaram-se as tensões e os conflitos e foi ai que
surgiu a necessidade de criação de normas que reprimissem as práticas anticoncorrenciais.
Vale esclarecer pra você que alguns doutrinadores , como é o caso da obra de Fábio Konder
Comparato, citam o aparecimento de um Direito Econômico a partir da primeira Guerra
Mundial, em razão da descoberta da importância da produção econômica para as tropas nos
campos de batalha, impulsionando a regulação das atividades econômicas. 3
No período pós-guerra, temos os fenômenos da globalização econômica e a liberalização
das economias, como momento de abertura dos mercados e diminuição nas
restrições/barreiras de defesa comercial, aumentando o interesse do Estado em tratar de
questões anticoncorrenciais.
A doutrina de Fabiano Del Masso cita o fato de “fenômenos como a atividade monetária, a
atividade de concessão de crédito, a atividade laboral, entre outras, passaram a ser objeto de
regras jurídicas.”4
Ainda cita a doutrina de Afonso Insuela Pereira que com maestria:
“Se é verdade inconteste que findado o conflito o homem não abandona as técnicas produtivas que o
esforço da luta lhe exigiu, adaptando-as como técnicas produtivas de paz, verdade também é que no
campo social, finda a guerra, igualmente muitas modificações se fizeram presentes. Assim é que, não
obstante os princípios de ordem econômica e social já tivessem anteriormente sido inseridos como
preceitos constitucionais nas Cartas Magnas do Estado Soviético (1917) e no México no “Apartado 123”
da Constituição Mexicana, é na Constituição do liberal Estado Alemão de 1919 que aparecem com mais
vigor e a partir de então se universalizam tais princípios, pois vieram a merecer guarida nas cartas
constitucionais de quase todos os Estados, inclusive no Brasil, onde foram inseridos em todos os
diplomas constitucionais que se seguiram.”5
3
COMPARATO, Fábio Konder. Direito Econômico. Enciclopédia Saraiva de Direito n.º 27. São
Paulo: Saraiva, 1977:1.
4
DEL MASSO, Fabiano. Direito Econômico. São Paulo: Editora Método, 2012:16).
5
INSUELA PEREIRA, Afonso. O Direito Econômico na Ordem Jurídica. São Paulo: José Bushatsky,
1980:43)
1.3.2 - No Brasil
Professor, eu já entendi que como sempre, os demais países saíram na frente, mas e o
Brasil, quando foi que o Direito Econômico surgiu?
Caaaalma! Um passo por vez, sua banca nem sempre vai cobrar só o surgimento do
Direito Econômico no Brasil, sendo assim você não precisa saber a história toda. Sendo assim,
vamos ao que interessa.
Guarde algo em sua mente, o conteúdo da norma jurídica que disciplina a atividade
econômica tem sempre como finalidade determinar uma consequência de natureza
econômica.
Esse conteúdo não está reunido em uma codificação, mas em leis extravagantes que se
norteiam pela Constituição Federal e o seu capítulo sobre a Ordem Econômica.
• Lei 4.595/64 – Regula o Mercado Financeiro, além de trazer normas sobre o Mercado
Financeiro.
Lei Lei
I - GM 1930 e 1940
4.137/1967 8.884/1994
2.1 - INTRODUÇÃO
Aliás, você sabia que a grande função do Empresário é a de Organizar os fatores de produção
como capital, trabalho, insumos e tecnologia como salienta a doutrina do Professor Fábio
Ulhôa Coelho.6
A boa organização desses elementos passa por um instituto que se denomina Análise
Econômica que trataremos a seguir como forma de exemplificar a importância do estudo da
atividade econômica.
6
Curso de Direito Comercial. Volume I. Saraiva. Pág. 34
Você deve ter em mente que a produção de bens e serviços passa pela necessidade de se
criar uma estrutura para que o sistema econômico possa funcionar normalmente, o que
passa por escolhas como o transporte marítimo ou aéreo.
Sendo assim, o trabalho no sentido de compreender e solucionar problemas na realização
da atividade econômica leva o nome de análise econômica.
Professor, poderia simplificar?
Claro que sim. É simples, guarde o seguinte: A análise econômica nada mais é do que
a busca da compreensão dos elementos que fundamentam determinada escolha por agente
econômico. 7
Trata-se da análise dentro dos limites e efeitos que considera
Análise a um indivíduo ou agente econômico como os efeitos do valor
microeconômica: dos aluguéis aos indivíduos que habitam a cidade de São Paulo
Nesse elemento pouco importa as dimensões da análise a
Análise determinado indivíduo, mas a repercussão para a coletividade
macroeconômica: em geral, como seria o caso da análise e reflexo dos
empréstimos do governo federal
7
DEL MASSO, Fabiano. DIREITO ECONÔMICO. Página 24
8
ANDRÉ RAMOS TAVARES, Página 36.
Modelo
Econômico
Modelo Modelo
Econômico Econômico
Sistema
Econômico
Nesse momento é importante salientar que o mesmo Sistema pode variar os modelos
econômicos.
Sanchez, na boa, esses modelos aparecem nos certames? Como estudar essas
variações?
Não se apresse, vamos estudar juntos os três modelos: o liberal, o de comando e
planificado, e aliás, vou direto para as informações de que você precisa para a sua prova.
Esse modelo liberal foi o que desencadeou a constituição do sistema capitalista, pois a partir
do momento que o principal controlador da atividade econômica é o próprio mercado,
maior é o grau de liberdade dos agentes econômicos.
Desse jeito, o Capitalismo nada mais é do que a Economia de Mercado rejeitando o controle
externo, fazendo com que a Sociedade seja dominada pela economia.
O modelo de mercado liberal se caracteriza na obra de Adam Smith em 1776, se fixando na
decisão política franqueada ao povo.
Finalmente, e não de modo menos importante temos o modelo planificado, que aparece
tanto em Sistemas Capitalistas como Socialistas, ainda que os sistemas socialistas tenham
sido reconhecidos como planificadores da Economia como observa Fabiano Del Masso.9
Essa ideia se dá por intermédio da criação de um plano geral ou específico de
desenvolvimento de toda a economia ou apenas de um determinado setor.
Mas ressalto a você meu nobre amigo, que a Ordem Econômica de alguns países costumam
trazer a característica da planificação para o desenvolvimento de toda a economia.
Decisões de produção e
Modelos Econômicos Comando consumo são tomadas por
uma autoridade
Antes de eu te explicar o tema, quero que você se lembre que a palavra desenvolvimento é
utilizada, em certos casos, com conotação econômica e, em outros, com conotação social.
Como saber qual conotação está sendo utilizada?
Quando for utilizada para explicar o desenvolvimento dentro do âmbito da economia,
estamos diante da conotação econômica. Contudo, se for utilizada para falar da forma com
que se utiliza a economia como meio de evolução social, estaremos diante da conotação
social. Vamos seguindo que a ideia ficará mais clara!
9
DIREITO ECONÔMICO. São Paulo: Editora Método, 2012:34.
Em primeira análise, vamos perceber que o desenvolvimento econômico tem por mola-
mestra a empresa. De modo que ao harmonizar o desenvolvimento econômico, Estado
Social e Desenvolvimento Sustentável passam por modificações na forma como irão lidar
com a Empresa.
Nesse sentido, José Francisco Rezek afirma que:
“(...) não se deve buscar o desenvolvimento à custa do sacrifício ambiental, até porque ele assim não
será durável; mas é injusto e tendencioso pretender que a preservação ambiental opere como um
entrave ao desenvolvimento das nações pobres ou das que ainda não o alcançaram por inteiro.”12
Aluno: Mas e ai prof. Onde é que a empresa privada se encaixa nessa historia toda?
10
NUSDEO, Fábio. Regulação e Desenvolvimento, p. 11.
11
FIORILLO, Celso Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro, p. 29.
12
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. Página 237.
13
DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico, p. 227
14
AFONSO DA SILVA, José. Direito Ambiental Constitucional, p. 29.
15
SIRVINSKAS, Paulo. Tutela Constitucional do Meio Ambiente, p. 184.
essa análise com base no homem e de forma muita mais valiosa do que a própria vida, a
dignidade na vida da pessoa humana, estudo que será feito a seguir. 16
Antes de começar esse novo tema, faça uma pausa, se estique, tire um tempo para que seu
cérebro associe todo o estudo feito até aqui e volte com a cabeça atenta para esse tema de
grande relevância!
Fez o que eu te pedi?! Sendo assim vamos começar a tratar da competência para legislar em
matéria de Direito Econômico a partir do art, 24, I do texto constitucional, seguindo para o
trato com os princípios de Direito Econômico.
16
Cristiane Derani. Direito Ambiental Econômico, p.232.
A Constituição Federal em seu art. 24, I, prevê competência concorrente da União, dos
Estados e do Distrito Federal para legislar sobre Direito Econômico.
É aqui que se consolida uma garantia ao trabalhador na medida em que se apresenta coligado
ao princípio da valorização do trabalho humano, refletindo também os efeitos em relação
ao direito social do trabalho do art. 6º Constitucional.
Como isso pode cair em prova?
A banca pode te cobrar conhecimento sobre os princípios elencados na constituição
Federal. Veja a questão abaixo, o examinador queria saber qual o conhecimento do aluno
sobre o art. 170 da CF. Por isso antes de entrar nesse tema pedi que descansasse, pois o tema
é muito cobrado em provas.
(FCC - Auditor - TCE-AM – 2015) A ordem econômica nacional tem por meta assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados princípios
expressamente enumerados no texto constitucional, dentre os quais se arrolam
a) redução das desigualdades regionais; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e soberania nacional
e de organizações internacionais regionais, especialmente do Mercosul.
b) livre concorrência entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei
complementar; tratamento favorecido para as empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País; e propriedade privada.
c) propriedade estatal dos meios de produção; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e defesa do meio
ambiente.
d) busca do pleno emprego; redução das desigualdades sociais; e livre concorrência
entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei complementar.
e) função social da propriedade; busca do pleno emprego; e defesa do meio ambiente,
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
A alternativa “A” está incorreta, pois não é princípio da Ordem Econômica prevista no
art. 170 do texto Constitucional a Defesa do Consumidor com restrições a mercadorias
nacionais, assim como também se apresenta fora do texto constitucional a ideia de
Soberania a Organismos Internacionais, muito menos tratando especificamente do
Mercosul.
O primeiro princípio que vamos estudar nada mais é do que aquele que você já está cansado
de ouvir, pois todos os ramos do direito devem respeito a ele, e diante disso a dignidade da
pessoa humana é princípio constitucional que leva a uma difícil e primeira análise, a de
conceituar dignidade, para que, em seguida, se possa trabalhar a praticidade, a sua aplicação
e o alcance no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Para Luiz Antonio Rizzato Nunes, neste momento se está a falar no princípio de maior
importância na ordem constitucional.
Então se a banca me disse que esse principio é o mais importante na ordem
constitucional eu assinalo esta ideia como sendo a certa.
Devo dizer que a resposta é não, pois a opinião em sentido contrário é mais segura
para as provas, principalmente de múltipla escolha.
Se ligue ainda que não basta que a Constituição Federal proteja a vida, mas é indispensável
que o Poder Público coloque à disposição do cidadão os equipamentos necessários para que
ele também tenha uma vida digna.
O ser humano é bom e mau, e essa discussão é necessária para a regulação da convivência
humana e, logicamente, para os objetivos da ciência do direito. Assim, para definir dignidade,
é preciso levar em conta todas as violações que foram praticadas para, contra elas, lutar.
Numa primeira situação conceitua-se a dignidade da pessoa humana, mas numa próxima
ideia tem-se de relatar a sua aplicabilidade concreta no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Neste momento, a colocação da aplicação do princípio em matéria de Direito Econômico é
pertinente e necessária ao se falar dos ideais da disciplina como forma de consecução das
necessidades humanas.
Até nos parece claro que a garantia do que se denomina piso vital mínimo é ponto de partida
para o que o próprio texto constitucional considera o mínimo para a existência digna em
seu art. 6º. Não há necessidade humana que possa ter prioridade sobre o que é básico para
existir dignamente.
Entendi, a dignidade da pessoa humana é principio de extrema relevância quando
tratamos de assuntos que envolvem todo e qualquer ser humano. Mas, se aplica no direito
econômico?
Veja, é claro que aqui se está diante de um princípio que deve ser buscado e protegido
pelo Estado, porém este princípio será utilizado como a razão das normas da ordem
econômica, como o princípio que inspira e conduz.
17
José Joaquim Gomes Canotilho. Interpretação dos Princípios Fundamentais, p. 75.
18
Eros Roberto Grau. A Ordem Econômica na Constituição Federal de 1988, p. 216-217.
19
Luís Cabral de Moncada. Direito Econômico, p. 153.
que não será fácil tratar do tema trazendo o elemento da preservação, proteção e defesa
do meio ambiente, e é exatamente isso que o intérprete precisa buscar.
Digo ainda, que a discussão é necessária, pois aqui se tem em jogo não somente a convivência
humana, mas a preservação do ser humano, quando da discussão do princípio da dignidade
da pessoa humana.
Esse afastamento da discussão do bem e do mal se aproxima de Friedrich Nietzche, o filósofo
da cultura, quando, para tanto:
A sociedade mata, tortura, priva de liberdade, dos bens; exerce seu poder pelas restrições impostas na
educação pelas escolas; ela mente, engana, trancafia (enquanto polícia) – nada disso pode ser
considerado como sendo em si mau. – A sociedade quer sua conservação e sua permanência – (...) o
indivíduo não pode ter mais valor que o conjunto da sociedade! Ora, a intenção é, logo de início, não
permitir surgir tais indivíduos: há uma representação de homem que se adota como critério da
conservação do bem comum. O pressuposto da sociedade deve ser que ela representa o tipo supremo
da espécie “homem” e que ela se confere o direito de combater tudo que lhe é hostil (...). 20
Logicamente, aqui se está a tratar as regras de convivência atuais, com base nos fatos reais e
históricos, em que o homem impõe regras, mas nunca de maneira desinteressada, e o
desenvolvimento econômico com base no Capitalismo deve sempre ser pensado de forma
a desautorizar tais atitudes bárbaras, estabelecendo tais freios:
É a horrível barbárie dos costumes que, especialmente na Idade Média, obrigou a formação de uma
verdadeira “liga da virtude” – ao lado dos não menos horríveis exageros sobre o que constitui o valor de
um homem. A “civilização” (domesticação) em sua luta tem necessidade de ferros e torturas para se
manter íntegra contra a natureza terrível e de animal de rapina. 21
Fica difícil, portanto, estabelecer o ponto exato do interesse individual e coletivo do ser
humano, logo, falar em liberdade é, logicamente, trabalhar em contraposição à natureza e
à cultura do ser humano atual, com poucas atitudes desinteressadas que, não raras vezes,
fazem prevalecer o interesse individual na consecução de riquezas, em prol do interesse do
bem comum.
Vamos então partir da afirmação de que uma condição preliminar de exercício da liberdade
precisa ser regulada em conjunto com a equidade, base para justos relacionamentos na
sociedade e que, claramente, imporá os limites à referência feita anteriormente, ao citar-se
Friedrich Nietzsche.
A questão dos limites depende da natureza do direito. A liberdade de iniciativa, para Luís
Cabral de Moncada, é um direito fundamental, de natureza análoga aos direitos, liberdades
e garantias, ainda que não esteja assim previsto na Constituição Portuguesa; logicamente,
no Brasil também se pode raciocinar por essa linha. 22
A partir daí considera-se que o ideal de finalidade da atividade econômica poderia ser
desdobrado no ideal de melhoria do ser humano como indivíduo e integrante de uma
20
A Fisiologia de Nietzsche, p. 24.
21
A Fisiologia de Nietzsche, p. 24.
22
Direito Econômico, p. 149.
A Constituição Federal no inciso V, art. 170, traz outro princípio em que se visualiza dupla
função, pois além de instrumento para a realização do fim de assegurar a todos existência
digna, tem um objetivo particular a ser alcançado.
O princípio começa a se concretizar no art. 5º, XXII, pois “o Estado promoverá, na forma da
lei, a defesa do consumidor”, além do art. 24 VIII, sobre a responsabilidade por dano ao
consumidor e ainda o §5º, art. 150 do mesmo texto constitucional no sentido de que “a lei
determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadoria e serviços”.
Lembre-se que as regras de consumo afetam diretamente a atividade econômica.
23
A Política. O Ser Humano como Ser Político, p. 177.
O princípio da defesa do meio ambiente vem percebido no art. 225 da Constituição Federal,
considerado direito fundamental e garantir existência digna para presentes e futuras
gerações também passa pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado.
O inciso IX, art. 170 do texto constitucional preceitua o tratamento favorecido para as
empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte. Esse princípio não possui uma
diretriz ou norma-objetivo.
O princípio estabelece proteção em favor de empresas de pequeno porte, desde que tenham
sido constituídas sob as leis brasileiras e tenham sede e administração no país.
Dignidade da pessoa
humana
Justiça Social
Soberania Nacional
Principios
Propriedade Privada e
Função Social da
Propriedade
Liberdade de
Iniciativa e
Concorrência
Princípios Gerais Na
Ordem Econômica Defesa do Consumidor
Constitucional
Defesa do Meio
Ambiente
Redução das
desigualdades
regionais e sociais
Busca do pleno
emprego
Meu amigo, chegamos ao fim da nossa conversa inicial sobre direito econômico, te espero
pra próxima!
6 - QUESTÕES
2.(FCC - Auditor - TCE-AM – 2015) A ordem econômica nacional tem por meta assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados princípios
expressamente enumerados no texto constitucional, dentre os quais se arrolam
a) redução das desigualdades regionais; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e soberania nacional
e de organizações internacionais regionais, especialmente do Mercosul.
b) livre concorrência entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei
complementar; tratamento favorecido para as empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País; e propriedade privada.
c) propriedade estatal dos meios de produção; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e defesa do meio
ambiente.
c) Pelo princípio da livre concorrência, garante-se que o Estado não deve intervir no
mercado.
d) Lei municipal não pode prever o horário de funcionamento de farmácia, pois isso
violaria o princípio da livre iniciativa.
e) A ordem econômica está prevista apenas no título da CF que dispõe sobre a ordem
econômica e financeira.
5.(Com. Exam. Juiz Federal - (TRF 4ª Região) - 2012) Dadas as assertivas abaixo, assinale
a alternativa correta.
I. As infrações à ordem econômica são taxativamente elencadas na legislação vigente e
consumam-se somente após a produção de efeitos concretos no mercado.
II. Compete exclusivamente à União legislar sobre direito econômico, em face da
preponderância do interesse nacional.
III. Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o serviço postal não
consubstancia atividade econômica em sentido estrito, e a exclusividade da prestação
dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio, não se confundindo
com monopólio.
IV. As decisões proferidas pelo sistema de solução de controvérsias da Organização
Mundial do Comércio são vinculantes, podendo qualquer país apresentar reclamação
perante a organização, na qualidade de terceiro interessado.
a) Está correta apenas a assertiva III.
b) Está correta apenas a assertiva IV.
c) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
e) Nenhuma assertiva está correta.
7.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) 2011) A que se refere à ordem jurídico-
econômica, assinale a opção correta.
a) O modelo político adotado pelo Estado brasileiro, conforme previsto na CF, é imposto
pela ordem econômica vigente no mercado.
b) As normas econômicas dispostas na CF são de natureza essencialmente estatutária,
e não, diretiva.
c) Regime político e ordem econômica equivalem-se do ponto de vista conceitual.
d) Na CF, a ordem jurídico-econômica estabelece limites ao exercício da atividade
econômica e define, de maneira exclusiva, a estrutura do sistema econômico a ser
adotado pelo Estado brasileiro.
e) A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da
obrigatória observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-
se à atuação do próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem
coletivo.
8.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) - 2011) Em relação aos princípios da constituição
econômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a
absorção da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da
pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição
econômica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica
denominados integração.
9.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 2ª Região - 2014) Assinale a opção que, além de
condizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das
idéias da livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de
capital nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em
atos do Poder Executivo.
e) O exercício ou não de atividade econômica diretamente pelo Estado fica a critério do
poder público, quando o interesse estatal o exigir.
10.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 3ª Região - 2013) Com relação à ordem econômica,
marque a alternativa correta:
I) A ordem econômica na Constituição de 1988 é uma ordem econômica aberta,
porquanto não prescreve um modelo econômico acabado.
II) A competência normativa e reguladora atribuída ao Estado pela Constituição é ampla
o suficiente para incluir intervenções bastantes brandas e excluir bem extremadas na
ordem econômica.
III) A livre iniciativa (Constituição Federal, Art. 1°, IV e 170, caput) manifesta-se sob um
duplo aspecto, pois garante, de um lado, a liberdade de acesso ao mercado, com livre
criação e fundação de empresa e, de outro, a livre atuação de empresas já criadas, isto
é, liberdade de atuação e permanência no mercado.
IV) O Estado, enquanto detentor de poder econômico público, não está sujeito à norma
disciplinadora.
a) todos os enunciados são corretos.
b) os enunciados I e III são corretos.
c) os enunciados II e III são corretos.
d) os enunciados III e I são falsos.
21.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 4ª Região - 2016) Assinale a alternativa correta.
Sobre os princípios e as normas que regem a atividade econômica no Estado brasileiro:
a) A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica,
dependendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.
b) Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país,
a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham
sua sede e sua administração.
c) Consoante o texto constitucional, a ordem econômica se edificará sob o fundamento
da livre-iniciativa, de cunho predominantemente capitalista, conferindo a todos o
direito de se lançar ao mercado de produção e bens, por sua conta e risco, não
competindo ao Estado brasileiro a regularização e a normalização das atividades
econômicas.
d) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, implica violação ao princípio da livre-
concorrência a atuação em regime de privilégio da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos na prestação dos serviços que lhe incumbem.
e) Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de
petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização
dessas atividades.
6.2 – GABARITO
1. D 12. ERRADO
2. E 13. CERTO
3. E 14. CERTO
4. A 15. CORRETA
5. A 16. ERRADO
6. D 17. CORRETO
7. E 18. CORRETO
8. E 19. CORRETO
9. B 20. CORRETO
10. B 21. E
11. CERTO 22. D
2.(FCC - Auditor - TCE-AM – 2015) A ordem econômica nacional tem por meta assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados princípios
expressamente enumerados no texto constitucional, dentre os quais se arrolam
a) redução das desigualdades regionais; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e soberania nacional
e de organizações internacionais regionais, especialmente do Mercosul.
b) livre concorrência entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei
complementar; tratamento favorecido para as empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País; e propriedade privada.
c) propriedade estatal dos meios de produção; defesa do consumidor de mercadorias e
serviços de origem nacional, assim definidos em lei complementar; e defesa do meio
ambiente.
d) busca do pleno emprego; redução das desigualdades sociais; e livre concorrência
entre empresas nacionais, assim definidas nos termos de lei complementar.
e) função social da propriedade; busca do pleno emprego; e defesa do meio ambiente,
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois não é princípio da Ordem Econômica
prevista no art. 170 do texto Constitucional a Defesa do Consumidor com restrições a
mercadorias nacionais, assim como também se apresenta fora do texto constitucional
a ideia de Soberania a Organismos Internacionais, muito menos tratando
especificamente do Mercosul.
A alternativa “C” está incorreta, já que a livre concorrência tem aplicação no campo das
atividades econômicas em sentido estrito, não dos serviços públicos, onde se exige, em
regra, concessão/permissão e onde a fiscalização e regulação, oriundas do poder de
polícia é bastante intensa.
A alternativa “D” está incorreta. A Atividade econômica em sentido estrito trata de
todas as atividades típicas do mercado, que envolvem a produção, circulação e o
consumo de bens e serviços, sendo regidas exclusivamente pelas normas do direito
privado, já por serviços públicos entende-se toda a atividade prestada para
atendimento das necessidades do Estado ou da sociedade, sempre sob regime de
direito público.
A alternativa “E” está correta, pois o Estado deve ser o titular exclusivo de um serviço
público sem ter o dever de prestá-lo diretamente ou por meio de criatura sua, pois são
admitidos legalmente os regimes de concessão ou permissão com a transferência do
exercício da atividade por entidades privadas, tendo o Estado, nesses casos, o dever de
fiscalizar a qualidade do serviço prestado.
e) A ordem econômica está prevista apenas no título da CF que dispõe sobre a ordem
econômica e financeira.
Gabarito: A
Comentário:
A alternativa “A” está correta, pois o princípio da Dignidade da Pessoa Humana é
perfeitamente aplicável à ordem econômica, já que o “caput” do art. 170 Constitucional
define a busca de assegurar a todos digna existência.
A alternativa “B” está incorreta, pois conforme o “caput”, art. 173 do texto
constitucional a iniciativa revela que a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, monopólio ou ciclos econômicos de petróleo, minérios e
minerais nucleares, conforme definidos em lei.
A alternativa “C” está incorreta, pois a exploração da atividade econômica pelo Estado,
em um regime de livre iniciativa, é a exceção, somente se admitindo nas seguintes
hipóteses previstas constitucionalmente: a) imperativo da segurança nacional (art. 173,
caput); b) relevante interesse coletivo (art. 173, caput); c) monopólio outorgado à União
(art. 177: ciclos econômicos do petróleo e dos minérios e minerais nucleares).
A alternativa “D” está incorreta, já que a Jurisprudência do STF aplicada à matéria se
consolidou no sentido de que a fixação de horário de funcionamento para o comércio
dentro da área municipal pode se dar por legislação local, visando o interesse do
consumidor e evitando a dominação do mercado por oligopólio. conforme Súmula 654
do STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial. Assim, Lei municipal pode prever o horário de
funcionamento de farmácia. Além do que, a Súmula Vinculante 38 prevê a
constitucionalidade da norma Municipal que trata do horário de funcionamento de
estabelecimento comercial, por se tratar de assunto de interesse local.
A alternativa “E” está incorreta, pois as bases constitucionais do atual sistema
econômico brasileiro encontram-se, em primeiro lugar, nos princípios que se localizam
nos próprios fundamentos do texto constitucional, como é o caso da Dignidade da
Pessoa Humana e Livre Iniciativa em vista da valorização do trabalho humano e Estado
Social. Assim como também estão dispostos no Título VII, “Da Ordem Econômica e
Financeira”, nos arts. 170 a 192.
5.(Com. Exam. Juiz Federal - (TRF 4ª Região) - 2012) Dadas as assertivas abaixo, assinale
a alternativa correta.
I. As infrações à ordem econômica são taxativamente elencadas na legislação vigente e
consumam-se somente após a produção de efeitos concretos no mercado.
II. Compete exclusivamente à União legislar sobre direito econômico, em face da
preponderância do interesse nacional.
7.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) 2011) A que se refere à ordem jurídico-
econômica, assinale a opção correta.
a) O modelo político adotado pelo Estado brasileiro, conforme previsto na CF, é imposto
pela ordem econômica vigente no mercado.
b) As normas econômicas dispostas na CF são de natureza essencialmente estatutária,
e não, diretiva.
c) Regime político e ordem econômica equivalem-se do ponto de vista conceitual.
d) Na CF, a ordem jurídico-econômica estabelece limites ao exercício da atividade
econômica e define, de maneira exclusiva, a estrutura do sistema econômico a ser
adotado pelo Estado brasileiro.
e) A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da
obrigatória observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-
se à atuação do próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem
coletivo.
Gabarito: E
Comentário:
A alternativa “A” está incorreta, pois o modelo político adotado pelo Estado brasileiro,
conforme previsto na CF, é imposto pela ordem econômica vigente no mercado. Na
verdade, o que se verifica é o contrário, isto é, a ordem econômica vigente que é
imposta pelo modelo político do Estado.
A alternativa “B” está incorreta, pois as normas econômicas dispostas na CF são de
natureza essencialmente estatutária, e não, diretiva. Uma afirmação muito simples,
mas que guarda algo até profundo. Trata-se aqui da classificação de Azzaratti, que
sustentava que as normas constitucionais dividiam-se em preceptivas (estatutárias) e
diretivas. As normas preceptivas seriam aquelas que estabeleceriam regras/comandos
de observância obrigatória, escapando do poder do destinatário da norma a capacidade
de avaliar a conveniência e oportunidade de sua aplicação. No entanto, as normas
diretivas seriam aquelas disposições constitucionais que indicariam direções ao
legislador, apontando metas, objetivos e programas a serem alcançados pela atividade
legislativa futura, como são os casos dos arts. 179 e 180, da CF.
A alternativa “C” está incorreta, pois o regime político e ordem econômica equivalem-
se do ponto de vista conceitual. Ordem econômica é a “estrutura ordenadora, composta
por um conjunto de elementos que conforma um sistema econômico” (TAVARES, p. 83).
Tal sistema econômico é algo semelhante ao regime político, vez que é a “forma pela
qual o Estado organiza suas relações sociais de produção, na qual estrutura sua política”
(FIGUEIREDO, p. 35).
A alternativa “D” está incorreta, pois na carta magna, a ordem jurídico-econômica
estabelece limites ao exercício da atividade econômica e define, de maneira exclusiva,
a estrutura do sistema econômico a ser adotado pelo Estado brasileiro. Item
questionável, vez que considerando que, na CF/88, a regra é a intervenção indireta do
Estado e, excepcionalmente, admite-se a intervenção direta nas hipóteses taxativas da
Constituição, de modo que verifica-se claramente a adoção do sistema capitalista de
economia descentralizada. Contudo, a CF/88, em momento algum, definiu de maneira
exclusiva e expressa a estrutura do sistema econômico brasileiro.
A alternativa correta “E” está correta, já que a mudança dos paradigmas liberais na
atividade econômica, com a inclusão da obrigatória observância de princípios como o
da dignidade da pessoa humana, deveu-se à atuação do próprio Estado, que passou a
intervir no mercado em busca do bem coletivo. A problemática em torno da
discricionariedade administrativa que envolve a intervenção direta do Estado no
domínio econômico, especialmente no que tange a controvérsia acerca da liberdade de
intervenção estatal em decorrência dos conceitos jurídicos indeterminados: imperativo
de segurança nacional e relevante interesse coletivo, previstos no artigo 173 da Lex
Legum como pressupostos de intervenção do Estado, constitui-se, inicialmente, pelo
fato de que tamanha margem de discricionariedade atribuída pelo legislador
constitucional ao gestor público pode se tornar consideravelmente perigosa ao alcance
do fim maior da Administração Pública: a promoção do bem comum social.
8.(CESPE - Juiz Federal (TRF 5ª Região) - 2011) Em relação aos princípios da constituição
econômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a
absorção da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da
pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição
econômica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica
denominados integração.
d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de
desenvolvimento da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua
realização pessoal e a obtenção de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam
resolver os problemas da marginalização regional e(ou) social.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta. A dignidade da pessoa humana é a base
de nosso ordenamento jurídico, sem qualquer fundamento, portanto, a assertiva.
A alternativa “B” está incorreta. Somente para ajudar nos estudos irei definir
Constituição Econômica, matéria que constantemente está sendo abordada nos
concursos da Magistratura Federal. A Constituição Econômica pode ser entendida tanto
em sentido material, quanto em sentido formal, adotando-se, por analogia, a teoria de
classificação das constituições quanto ao seu conteúdo. Por Constituição Econômica
material entende-se todas as normas de extração constitucional que versem sobre
matéria econômica, estejam ou não disciplinadas em capítulo próprio. Por sua vez,
a Constituição Econômica formal se traduz no título ou capítulo específico, dedicado
exclusivamente à Ordem Econômica. Então, a Constituição Econômica trata das
disposições constitucionais formalmente fixadas para a matéria econômica, em capítulo
próprio, bem como as demais normas de extração constitucional, esparsas em seu
texto, com conteúdo eminentemente econômico. Ao verificar o art. 170 percebemos
que tal está dentro do título VII "Da Ordem Econômica e Financeira". Trata-se, portanto,
de Constituição Econômica formal, e dentre os princípios existentes no capítulo
podemos observar o princípio da defesa do consumidor
A alternativa “C” está incorreta. Também estão inseridos como princípios a defesa do
consumidor (inc. V), a defesa do meio ambiente (inc. VI), a redução das desigualdades
regionais e sociais (inc. VII) e a busca do pleno emprego (inc. VIII). Eles são denominados
por José Afonso da Silva como “princípios de integração, porque todos estão dirigidos a
resolver os problemas da marginalização regional ou social” (SILVA, p. 774)
9.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 2ª Região - 2014) Assinale a opção que, além de
condizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das
idéias da livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de
capital nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em
atos do Poder Executivo.
e) O exercício ou não de atividade econômica diretamente pelo Estado fica a critério do
poder público, quando o interesse estatal o exigir.
Gabarito: B
Comentário:
As alternativas “A” e “C” estão incorretas, pois afirmam o favorecimento às empresas
nacionais e muito embora o nosso ordenamento jurídico já tenha sido nesse sentido, as
hipóteses não fazem sentido com o ordenamento jurídico vigente.
A alternativa “B” está correta, pois de acordo com o art. 173, caput, da Constituição
Federal, no sentido de que a prestação direta de atividade econômica pelo Estado é
excepcional “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.
A alternativa “D” está incorreta, ao afirmar que o imperativo de segurança nacional ou
o relevante interesse coletivo serão definidos em “atos do Poder Executivo”, o que
contradiz o art. 173, caput, que dispõe “conforme definidos em lei”.
A alternativa “E” está incorreta, por afirmar a prestação direta
10.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 3ª Região - 2013) Com relação à ordem econômica,
marque a alternativa correta:
I) A ordem econômica na Constituição de 1988 é uma ordem econômica aberta,
porquanto não prescreve um modelo econômico acabado.
II) A competência normativa e reguladora atribuída ao Estado pela Constituição é ampla
o suficiente para incluir intervenções bastantes brandas e excluir bem extremadas na
ordem econômica.
III) A livre iniciativa (Constituição Federal, Art. 1°, IV e 170, caput) manifesta-se sob um
duplo aspecto, pois garante, de um lado, a liberdade de acesso ao mercado, com livre
criação e fundação de empresa e, de outro, a livre atuação de empresas já criadas, isto
é, liberdade de atuação e permanência no mercado.
IV) O Estado, enquanto detentor de poder econômico público, não está sujeito à norma
disciplinadora.
a) todos os enunciados são corretos.
b) os enunciados I e III são corretos.
c) os enunciados II e III são corretos.
d) os enunciados III e I são falsos.
e) todos os enunciados são falsos.
Gabarito: B
Comentário:
A afirmativa “I” está correta. A ordem econômica é composta de fundamentos,
finalidade e princípios. Os fundamentos compõem o ponto de partida, os fins explicitam
o alcance do ordenamento jurídico. Os princípios da Ordem Econômica estão nos
fundamentos da Constituição e em capítulo específico e não prescreve um modelo
econômico acabado, sendo permitida flutuações entre um modelo de outro.
A afirmativa “II” está incorreta, pois nosso modelo é aberto e não podemos descartar
as tais citadas intervenções bem extremadas em vista de situação de crise econômica.
A afirmativa “III” está correta. A livre iniciativa, pois a liberdade de criar e explorar uma
atividade econômica é princípio em nosso ordenamento jurídico, além da manutenção
das empresas que já integram a atividade econômica.
A afirmativa “IV” está incorreta, pois o Estado, como pessoa jurídica de direito público,
também está sujeito à norma disciplinadora, conforme o texto Constitucional.
A alternativa “B” deve ser marcada por apontar as afirmativas “I” e “III” como corretas.
A CF, como Constituição diretiva, anuncia programas e fins a serem concretizados pelo
Estado e pela sociedade, o que legitima a intervenção estatal por direção, estando tal
característica evidenciada na determinação de que a ordem econômica tem como
fundamento a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa e objetiva assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
Gabarito: CERTO
Comentário: A assertiva está “CORRETA”, pois a nossa Constituição Federal é diretiva
(programática), como aquela que traça os objetivos a serem perseguidos pelo Estado. e
se caracteriza por conter normas definidoras de tarefas e programas de ação a serem
concretizados pelos poderes públicos e conforme art. 170 da CF/88, se evidencia com
fundamento na valorização do trabalho humano, além de citar a livre iniciativa com o
objetivo de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
21.(Com. Exam. - Juiz Federal - TRF 4ª Região - 2016) Assinale a alternativa correta.
Sobre os princípios e as normas que regem a atividade econômica no Estado brasileiro:
a) A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica,
dependendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.
b) Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país,
a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham
sua sede e sua administração.
c) Consoante o texto constitucional, a ordem econômica se edificará sob o fundamento
da livre-iniciativa, de cunho predominantemente capitalista, conferindo a todos o
direito de se lançar ao mercado de produção e bens, por sua conta e risco, não
competindo ao Estado brasileiro a regularização e a normalização das atividades
econômicas.
d) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, implica violação ao princípio da livre-
concorrência a atuação em regime de privilégio da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos na prestação dos serviços que lhe incumbem.
e) Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de
petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização
dessas atividades.
Gabarito: E
Comentário: A alternativa “A” está incorreta, pois em regra, o exercício da atividade
econômica independe de prévia autorização de órgãos públicos, conforme o texto
constitucional, a seguir: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.”
A alternativa ”B” está incorreta, já que tratamento favorecido às empresas de pequeno
porte, que estão constituídas sob as leis brasileiras precisam que sua sede e
administração sejam no País, como prevê a Constituição Federal a seguir: “Art. 170. A
ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”
A alternativa “C” está incorreta, pois o Estado de interfere na ordem econômica seja
para reprimir o abuso do poder econômico como também para incentivar e fiscalizar
determinadas atividades econômicas, conforme texto da própria Constituição Federal,
a seguir: “Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
A alternativa “D” está incorreta, pois conforme a ADPF nº 46, STF, não caracteriza
violação ao Princípio da livre-concorrência o exercício de monopólio acerca do serviço
8 – RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo
dos principais aspectos estudados ao longo da aula.
Sugerimos que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo
de estudos é fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à aula.
DIREITO ECONÔMICO
Economicidade
Principais
Caracteristicas
do Direito
Econômico
Intervenção do
Estado no
Planejamento
domínio
econômico
Os diversos agentes econômicos devem planejar as suas atividades. O Empresário precisa ter em conta
os elementos que interferirão na organização de sua atividade produtiva ou comercial.
O trabalho no sentido de compreender e solucionar problemas na realização da atividade econômica
leva o nome de análise econômica.
SISTEMAS ECONÔMICOS
O art. 170 da Constituição Federal elenca os princípios específicos da ordem econômica em seu título,
muito embora não sejam esses os únicos a serem aplicados no estudo interpretativo da disciplina.
8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula inaugural! Vimos uma pequena parte da matéria, a qual é,
sobremaneira, um assunto muito relevante para a compreensão da disciplina como um todo.
A pretensão desta aula é a de situá-los no mundo do Direito Eleitoral, a fim de que não
tenham dificuldades em assimilar os conteúdos relevantes que virão na sequência.
Além disso, procuramos demonstrar como será desenvolvido nosso trabalho ao longo do
Curso.
Um grande abraço,
Alessandro Sanchez
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