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Direito Empresarial

Sumário

1. Abertura de Empresa .............................................................................. 04

2. Contratos ............................................................................................... 06

3. Títulos de Crédito ................................................................................... 09

4. Garantias ................................................................................................ 12

5. Falência e Concordata ........................................................................... 14

6. Direito do Consumidor ........................................................................... 16

7. Direito Individual do Trabalho ................................................................. 23

8. Rotinas Administrativas ........................................................................... 33

9. Análise dos Direitos na Folha de Pagamento e na Rescisão Contratual 43

10. Formas de Cessação do Contrato de Trabalho .................................... 45

11. Legislação Tributária ............................................................................. 49

12. Tributos ................................................................................................. 51

13. Crédito Tributário ................................................................................... 55

14. Responsabilidade Fiscal ........................................................................58

15. Processos Tributários ............................................................................ 59

16. Bibliografia ............................................................................................. 61

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Direito Empresarial

Introdução

Direito Comercial
Conjunto de normas que disciplinam relações relativas à profissão do comércio, envolvendo
comerciantes ou em que pelo menos uma das partes seja comerciante ou industrial.

O prestador de serviço, se não for empresa, não é considerado comerciante, e sim


trabalhador autônomo, cujos contratos serão regidos pela Lei Civil ou Trabalhista.

Dentro do Direito Comercial está o Direito Empresarial. Este por sua vez reúne partes do
complexo de normas de outras áreas, como o aluguel comercial, legislação tributária, fiscal
trabalhista, societária, normas sobre marcas e patentes, código do consumidor, mercado de
capitais, Direito Falimentar etc.

O Novo Código Civil traz uma novidade jurídica: A figura do empresário. Descrevendo quem é
e quem não é empresário.

A existência dessa figura jurídica tem como consequência lógica um conjunto de direitos e
obrigações, dentro do regime jurídico. Diferenciado para quem é para quem não é
empresário.

Simplificando o empresário tem certos direitos e certas obrigações que o não empresário não
tem, e vice-versa.

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1. Abertura da Empresa
Início da Personalização das Sociedades.
A sociedade comercial adquire personalidade jurídica com o arquivamento de seus atos
constitutivos na Junta Comercial.

Extinção da Personalidade Jurídica


A sociedade comercial deixa de ter personalidade jurídica quando atravessa um processo
denominado “dissolução” A origem pode ser: consensual, legal, judicial ou mesmo
administrativa.

1.1. Passos para abertura de uma empresa


Após a análise da viabilidade econômico-financeira e mercadológica de um negócio, existem
alguns procedimentos legais a serem adotados.
Vale ressaltar que, o elenco de procedimentos, bem como, seus respectivos prazos, variam
de acordo com o tipo de atividade, o município e estado em que a empresa for se
estabelecer.

Vejamos os principais passos:


1- Escolher a natureza e tipo de sociedade:
2- Se a empresa é LTDA ou sociedade anônima;
3- Efetuar consulta prévia de nome e localização;
4- Elaborar contrato social;
5- Registrar na Junta Comercial;
6- Registrar na Receita Federal;
7- Registrar na Receita Estadual;
8- Registrar na Prefeitura;
9- Registrar no INSS
10- Requerer alvarás e licenças;
11- Efetuar inscrição em sindicato de classe.

1.2. Cuidados a serem tomados


• Documentação em dia e organizada é fundamental.
Há procedimentos indispensáveis e que merecem atenção redobrada.

É o caso da escritura, do alvará de funcionamento junto a Prefeitura e inscrição na Junta


Comercial que confirma a existência de sua empresa diante do mercado.

• Uma empresa tem de ser registrada quando inicia seus trabalhos e portar uma carteira de
identidade e um cadastro. A empresa precisa ser inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa

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Jurídica – CNPJ. E quando encerra suas atividades ou deixa de existir tem que ter em dia
todas as certidões negativas.

Esquecer ou não saber que se deve pagar algum imposto.


• Além da parte fiscal e contábil, existem as obrigações trabalhistas. O registro dos
funcionários e encargos trabalhistas deve ser acompanhado rigorosamente.

• Na busca por crédito também necessitam de uma série de procedimentos para cumprir e
um dos principais fatores para conseguir a liberação de um empréstimo é ter a documentação
da empresa em dia.

• Após estabelecer um Contrato Social, verifique se não há outra empresa homônima e


registre a nova empresa nos seguintes órgãos:
- Junta Comercial ou no Cartório para caracterizar existência da empresa;
- Receita Federal para obtenção do CNPJ;
- Receita Estadual para obtenção da Inscrição Estadual para a regularização do pagamento
do ICMS;
- Prefeitura Municipal para alvarás.

Com todos estes itens contemplados e tomando-se os devidos cuidados no cotidiano da


nova empresa, o empreendedor evitará os riscos e garantirá o sucesso e prosperidade de
seu negócio.

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2. Contratos
2.1 Definição e importância
É um instrumento jurídico.
Expressa um acordo de vontades entre pessoas físicas ou jurídicas é capaz de criar,
modificar ou extinguir direitos.

E por ser um instrumento jurídico, possui segurança jurídica, ou seja, possui cláusulas
subordinadas às normas inerentes ao seu objeto.

As regras estabelecidas nos contratos são chamadas cláusulas.


Todo contrato deve ter:
• Letras em tamanho de fácil leitura;
• Linguagem simples;
• As cláusulas que limitem os direitos do consumidor bem destacadas

2.2. Princípios básicos


a) Elementos do contrato
O contrato exerce uma função e apresenta um conteúdo constante O de ser o centro da vida
dos negócios é o instrumento prático que realiza o trabalho de harmonizar interesses não
coincidentes.

O contrato se origina da vontade das partes e só se aperfeiçoa quando, pela transigência de


cada um, os contratantes alcançam um acordo satisfatório a ambos.

O Contrato deve apresentar a qualificação das partes envolvidas

De forma que possam ser individualizadas e encontradas em seus respectivos domicílios.

Deve, também, especificar o objeto do acordo, que pode ser um serviço, uma coisa móvel ou
imóvel, a entrega de algum valor, etc.

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Além disso, o vínculo que une os contratantes também deve ser detalhado.

b) Requisitos essenciais
De acordo com o Artigo 104 do Novo Código Civil, a validade do negocio jurídico requer:
I – Agente capaz;
II – Objeto lícito, possível, determinado ou terminável;
III – Forma prescrita ou não defesa em lei.
Capaz: É aquela pessoa que pode exercer pessoalmente seus direitos e responder por suas
obrigações.

2.3 Espécies Características


• Compra e venda
• Do Empréstimo
• Da Prestação de Serviços
• Da Empreitada
• Da Corretagem
• Do Transporte
• Do Seguro
• Da Fiança

Existem outras figuras contratuais admitidas em direito.

2.4 Elaboração
As partes poderão sozinhas, formalizar o acordo, bastando observar as cláusulas mínimas e
detalhes especiais para o caso concreto.

Nesse caso, os contratantes deverão assinar o final do instrumento, sempre acompanhados


de, no mínimo, duas testemunhas maiores e capaz, devendo ser reconhecida a firma de
todos os signatários.

Uma vez formalizado, o contrato liga as partes concordantes, estabelecendo vínculos


obrigatórios entre as partes.

Tal vínculo se impõe aos contratantes, que, em tese, só o podem desatar pela concordância
de todos os interessados.

O descumprimento do contrato por qualquer das partes, exceto nos casos permitidos sem lei,
sujeita o inadimplente à reparação das perdas e danos (CC. Art. 389). É a lei que torna
obrigatório o cumprimento do contrato e que também obriga aquele que livremente se
vinculou a manter sua promessa, procurando, desse modo, assegurar as relações assim
estabelecidas.

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• Acordo de fé
Antes de redigir o instrumento, as partes devem debater todas as cláusulas que formaram o
contato, para que nenhum contratante seja prejudicado.

Cláusulas
As cláusulas devem ser escritas da forma mais simples possível. De preferência sem
utilização de expressões em Latim, abreviaturas, em outras línguas, etc.

Para facilitar o entendimento do instrumento, recomenda-se que as cláusulas sejam


numeradas e contenham um título que traduzam seu conteúdo.

Ajuste escrito.
Para maior segurança jurídica das partes contratantes o contrato deve ser celebrado:
• Por escrito.
• Em português numa linguagem objetiva e claro.
• De forma concisa e contínua.
• Para que não se possam acrescentar outras estipulações nas entrelinhas.
• Quanto mais simples e claro for o texto, menores serão os problemas na hora de sua
interpretação.

Confirmação das informações e requisitos do negócio jurídico antes de celebrar o contrato.

A parte deverá confirmar todas as informações transmitidas pelo outro contratante.


Além disso, é necessário que se analise todos os requisitos necessários para a formação
valida do negócio jurídico.

Dessa forma, deve-se verificar se os contratantes são maiores e capazes, se o objeto do


contrato é lícito, etc.

Assinatura das partes


Ambas as partes contratantes devem assinar ao final do instrumento, juntamente com no
mínimo duas testemunhas.

As firmas devem ser reconhecidas em cartório para evitar fraudes ou falsificações.

Nos contratos que envolvam imóveis, é necessário que os respectivos cônjuges também
assinem.

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3. Títulos de Crédito
3.1 Conceito
Segundo o dicionário Aurélio, “Qualquer documento negociável, representativo de um certo
valor a receber, de uma dívida, ou do direito de receber uma mercadoria.”
Conforme César Vivante, Título de Crédito é o documento necessário para o exercício do
direito, literal e autônomo, nele mencionado.

3.2 Características
Apresentam dois atributos básicos:
Negociação
Uma vez que os títulos de credito podem circular por meio de endosso.

Executividade
São títulos executivos e extrajudiciais.

Existem também os princípios gerais aplicáveis aos títulos de crédito:


1) Literalidade
Consiste em dizer que vale no título apenas que nele está expressamente escrito.
Só se pode reclamar, então, aquilo que constar do título, nem mais e nem menos.

2) Carturalidade
Podemos extrair deste princípio da expressão “documento necessário” constante do conceito
de título de crédito fornecido por Vivante.

É importante, por exemplo, promover execução de um título de crédito ou instruir pedido de


falência, valendo-se de cópias xerográficas dos títulos.
Procura-se garantir que o exequente não negociou seu crédito junto a terceira pessoa.

3) Autonomia
As obrigações presente nas oportunidades de crédito são independentes entre si.
Se uma dessas obrigações for levada de algum vício jurídico, tal fato não compromete a
validade e eficácia das demais constantes do título.

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3.3 Espécies
A classificação mais importante dos títulos de crédito
É feita quanto a sua circulação, da seguinte maneira:

- Títulos ao Portador
Que são aqueles que não expressam o nome da pessoa beneficiada.

Tem como característica a facilidade de circulação, pois se processa com a simples tradição.

- Títulos Nominativos
São os que possuem o nome do beneficiário.
Portanto, tem por característica o endosso em preto.

- Títulos à Ordem
São emitidos em favor de pessoa determinada, transferindo-se pelo endosso.

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3.4 Exercícios práticos
A. Quanto à classificação dos TÍTULOS DE CRÉDITO, relacione as colunas:

( a ) Títulos ao Portador ( ) São os que possuem o nome do beneficiário.


Portanto, tem por característica o endosso em preto.

( b ) Título Nominativo ( ) São emitidos em favor de pessoa determinada,


transferindo-se pelo endosso.

( b ) Títulos a Ordem ( ) Que são aqueles que não expressam o nome da


pessoa beneficiada. Tem como característica a
facilidade de circulação, pois se processa com a
simples tradição.

B. Explique com os princípios gerais aplicáveis aos títulos de crédito:


Literalidade

Carturalidade

Autonomia

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4. Garantias
4.1 Conceito e importância
O Direito real de garantia:

Na história antiga não existia o direito real de garantia.

O devedor insolente respondia correspondia com a própria pessoa pelo pagamento de suas
dívidas.

Assim, ele passava a pertencer ao credor, com sua mulher e filhos.

Na Roma antiga, o credor podia encarcerá-lo, vende-lo e até mata-lo.

Em 32 A.C. (Antes de Cristo) houve a transferência para o patrimônio material do devedor a


garantia do adimplente de suas obrigações.

No entanto, foi insuficiente, com a identificação de fraudes e simulações,

O Direito de aquisição:
Contato pelo qual uma pessoa se obriga a venda a outra bem imóvel, outorgando-lhes a
escritura após o cumprimento das obrigações.

Os requisitos são:
Ausência de cláusula de arrependimento.
Outorga e inscrição no Registro de Imóveis.

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4.2 Espécies/Tipos de garantias
Pessoal:
Um terceiro, alheio à relação obrigacional se responsabiliza pela dívida, caso o devedor
principal deixe de cumprir a obrigação.

Real
O próprio devedor destina o seu patrimônio para assegurar o cumprimento da obrigação
contraída.

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5. Falência e Concordata
5.1 Definição
A nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas (Lei 11101/05 ), passou a vigorar a
partir de junho de 2005, seu principal objetivo inovador é preservar a empresa em estado de
crise econômico-financeiro.

Falência é uma execução coletiva movida contra um devedor empresário ou empresa,


atingindo seu patrimônio para venda judicial forçado, a fim de satisfazerem seus credores.

5.2 Ocorrência
Pressupostos caracterizadores do estado falimentar:
a) A falência atinge o empresário e a sociedade empresária. No entanto, a falência não
atinge as empresas públicas, sociedades economista, instituições financeiras, públicas ou
privadas, cooperativa de crédito, administrador de consorcio, entidade de previdência
complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade
seguradora, sociedade de capitalizações e produtor estruturais (que não estejam
organizados como empresário ou empresa).

b) Insolvência devedor:
Quando o devedor torna-se impontual (não paga no vencimento suas obrigações), ocorre
execução frustrada (o devedor executado não paga a dívida líquida ou não o nomeia bens à
penhora) e pratica atos de falência, tais como:
Liquidação antecipada de dívidas e fraudes para não parar suas obrigações, negócios
simulado ou alienação com intuito de fraude o credor, quando notificado pelo credor não
deixar bens reservado para a quitação da obrigação, simulação de venda do estabelecimento
comercial, fraude em garantias reais para prejudicar credor e abandono, ocultação e fuga
(previsto no artigo 94, III, da Lei 11101/05).

c) Sentença declaratória de falência. Juízo Falimentar


O foro competente processara falência é o do local onde está instalado o principal
estabelecimento do devedor. O juízo é um universal, em regra, pois algumas ações não são
processadas por esse juízo (ação não familiar, reclamações trabalhistas, cobrança de
débitos tributários, ações em que a União, suas autarquias ou empresas públicas forem parte,
ações de despejo ou relativas a imóveis.

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5.3 Diferenças
Autofalência
O empresário que julgue não atender aos requisitos para a recuperação judicial deverá
requerer sua falência.

Falência
Legitimidade passiva – a falência é um instituto privativo de devedores empresários,
sociedades empresárias ou apenas empresários individuais, independentemente de serem
registrados em Junta Comercial.

Legitimidade ativa
a) O próprio devedor empresário (autofalência)
b) Qualquer credor, se empresário, tem que provar sua regularidade.
c) O Cônjuge sobrevivente.
d) Os herdeiros do devedor.
e) O inventariante.
f) Os Sócios ou acionistas da sociedade.
g) O credor não domiciliado no Brasil, desde que preste caução.

Responsabilidade dos sócios:


Os sócios solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações sociais terão sua falência
decretada e ficará sujeito aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade
falida.

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6. Direito do Consumidor
Órgãos de defesa
Código de Defesa do Consumidor

TÍTULO IV - Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor


Art.105. Integram o sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC. Órgãos de
Federais, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais e as entidades privadas de defesa do
consumidor.

Art. 106. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, da Secretaria de Direito


Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da
política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
I – Planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção ao
consumidor;

II – Receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões apresentadas


por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;

III – prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;

IV – informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de


comunicação;

V – solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de delito


contra os consumidores, nos termos da legislação vigente.

VI – representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas


processuais no âmbito de suas atribuições;

VII – levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa


que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;

VIII – Solicitar concursos de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e


Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidades e
segurança de bens e serviços;

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IX – incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formação
de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e
municipais;
X – (Vetado).
XI – (Vetado).
XII – (Vetado).

XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.


Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento de Proteção de
Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória
especialização técnico-científica.

O que é Procon – Programa Municipal de Orientação do Consumidor


É o órgão responsável pela coordenação e execução da política estadual de proteção,
amparo e defesa do consumidor. Cabe ao Procon orientar , receber , analisar e encaminhar
reclamações, consultas e denúncias de consumidores, fiscalizar preventivamente os direitos
do consumidor e aplicar as sanções, quando for o caso.

Formas de atendimento:
Pessoal;
Telefone;

Correspondência, relatando o fato, juntando cópias dos documentos necessários e infando o


endereço das partes.

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Denuncia online.

Documentos necessários:
- Documentos Pessoais;

Comprovantes da Relação de Consumo (Notas Fiscais, Tíquetes, Contratos, Recibos,


Papeletas de Cartões de Crédito, guias de Pagamentos, Orçamentos, etc.);

- Peças Publicitárias (folhetos, panfletos, encartes, vídeos, etc.)

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Quando denunciar para a fiscalização:
- Preços diferenciados em supermercado entre a gôndola e a caixa de registro.

- Mercadorias com prazo de validade vendido;

- Mercadorias sem prazo de validade;

- Mercadorias expostas na vitrine sem o referido preço;

- Preços diferentes à vista, dinheiro, cheque ou cartão de crédito;

- Limite mínimo para a venda no cartão de crédito;

- Produtos importados sem a devida tradução em português;

- Postos de combustíveis sem tabela de preços;

- Mercadorias financiadas sem explicitar o número de prestações, valor total à vista, valor
total à prazo e valor dos juros cobrados;

- Propaganda Enganosa;

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- Prazos para reclamação;
Prazo para o consumidor reclamar do vício do produto ou serviço é de:
90 (noventa) dias para produto ou serviço durável.
Exemplo: eletrodoméstico e prótese dentária.

30 (trinta) dias para produtos e serviços durável.


Exemplo:
Alimento e excursão.

Esses prazos serão contados a partir do recebimento do produto ou termino do serviço. Se o


vício não for evidente, dificultando sua identificação imediata, os prazos começam a ser
contados a partir do seu aparecimento.
Exemplo: ferrugem sob pintura.

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6.2 Direitos e deveres das empresas
As entidades empregadoras têm deveres para com os seus trabalhadores e usufruem de
direitos, a partir do momento em que o contrato de trabalho de trabalho entra em vigor e até
ao seu termo.

O empregador está obrigado a:


Respeitar o trabalhador enquanto seu colaborador e a reconhecer seu trabalho,
retribuindo0lhe um pagamento acordado entre as duas partes e dando-lhe as necessárias
condições de trabalho.

Verificar a qualidade de execução das tarefas e providenciar formas de aumentar a


produtividade dos empregados.

Precaver situações de risco e garantir a segurança dos trabalhadores, bem como indenizá-los
dos prejuízos resultantes de acidentes ou docentes causados pelo trabalho.

Cumprir todas as imposições estabelecidas no contrato de trabalho.

E tem o direito de:


Ver a sua autoridade conhecida pelos trabalhadores, merecendo ser tratado com lealdade e
urbanidade.

Ver os seus trabalhadores cumprirem o horário de trabalho acordado e obedecerem ás suas


ordens em todo o que diz respeito à execução das tarefas.

Impedir os trabalhadores de divulgarem informações internas relacionadas com a entidade


empregadora ou de negociar em por contra própria ou alheia em concorrência para com esta.

Manter os seus bens em bom estado e sentir que os trabalhadores se empenham na


produtividade da empresa, cumprindo todas as obrigações do contrato de trabalho e seguindo
as normas pelas quais a organização se rege.

6.3 Ações de indenização


Têm por objetivo as segurar a alguém o ressarcimento ou a reparação de algum dano
causado por outrem, em consequência de ato, abstenção de ato ou de algum fato que tenha
trazido prejuízo ao seu patrimônio. Tal ação indica sempre uma reparação pecuniária.

O autor deseja, portanto, provocar o restabelecimento de seu patrimônio que foi atingido por
ato, fato ou omissão imputável ao réu.
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Como exemplo, podemos mencionar a ação de indenização por danos materiais em acidente
de trafego, prevista no art. 275 do Código de Processo Civil.

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7. Direito Individual do Trabalho
7.1 Conceituação
No Brasil, a exemplo do resto do mundo, no início de seu desenvolvimento a economia foi
movida pelo trabalho escravo, até no final do século XIX, em que, através da Lei 3.353
(conhecida como lei Aurea), foi abolida a escravatura.

Esse acontecimento fez surgir o problema da escassez de mão de obra, de corrente do


aumento da atividade econômica, particulares especialmente, do fim da escravidão.

Como solução Econômica e, particular e especialmente, do fim da escravidão.

Como solução aconteceu à utilização do trabalho assalariado dos brasileiros e dos


imigrantes.

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Como nascimento da sociedade industrial e o trabalho assalariado, com reflexos de causas
econômicas, políticas, jurídicas e sociais, surge o Direito do Trabalho.

Direito do Trabalho
É o ramo da ciência do Direito que tem por finalidade o estudo das normas, princípios e
outros instrumentos existentes para proteger e assegurar direitos tanto para o trabalhador
quanto para o empregador.

Pode ser dividido em:


Parte Geral
Estudo dos aspectos gerais, fontes e princípios.

Direito Individual do Trabalho


Trata da análise e das relações individuais de trabalho.

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Direito Coletivo do Trabalho
Consiste no estudo dos sindicatos, forma de solução de conflitos coletivos de trabalho.

Direito Internacional do Trabalho


Analisa as convenções e trata do sistema internacional sobre o Direito do Trabalho.

Direito Processual do Trabalho


Dedica-se ao estudo dos dissídios individuais e coletivos do trabalho, da organização e
competência da Justiça do Trabalho, buscando solucionar os conflitos entre as partes.

7.2 Fontes e princípios do Direito do Trabalho


O direito do trabalho, por cuidar da proteção das relações laborativas, deve abarcar fontes
que possam atender as necessidades físicas, sociais e culturais do trabalhador da forma mais
ampla possível.

As fontes são dividas em fontes materiais e formais.


Fontes materiais
São fatores reais que influenciam na criação das normas trabalhistas.
a) Necessidade de proteção tutelar.
b) Fato social de organização das profissões.
c) Fato social da colaboração.

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Fontes formais
São as fontes derivadas da vontade do estado e as fontes provenientes da vontade dos
próprios agentes sociais.
a) Constituição Federal
Dita os princípios básicos e os direitos fundamentais do trabalhador.

b) Leis
Que são as normas emanadas do Poder Legislativo para regular conduta e impor sanções.
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) principal diploma legal na esfera laboral, dita as
regras das relações do processo trabalhista.

c) Decretos executivos
Normas regulamentadoras de lei expedidas pelo Presidente da República.

d) Portarias
Editadas pelo Ministério do Trabalho, expedindo instruções práticas sobre aplicação de
determinado direito (resoluções, instruções normativas e normas de serviço).

e) Sentenças normativas
É editada pelo judiciário trabalhista ao julgar dissídio coletivo de determinada categoria
econômica.

f)Tratados internacionais
São as convenções e recomendações da OIT.

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g) Doutrina
É o posicionamento dos juristas especializados em determinado ramo do direito.

h) Regulamento da empresa
Fixa condições de trabalho.

I) Costume
Aplicação reiterada de determinada regra social ou só deve ser uniforme, contínuo e geral.

j) Contrato de trabalho
Estipulam direitos e deveres do empregado e do empregador.

Princípios de Direito do Trabalho


a) Princípio da proteção.
b) Princípio da Norma mais Favorável.
c) Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas.
d) Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas;
e) Princípio da Condição mais Benéfica;
f) Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva;
g) Princípio da Intangibilidade Salarial;
h) Princípio da Primazia da Realidade;
i) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego;
j) Princípio “in dubio pro operario”.

7.3 Empregador x Empregado


Direito Individual do Trabalho
Que regula as relações individuais do trabalho.

I – Emprego
Ocupação, aplicação.

II - Relação de emprego
É a relação, estável, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. é
uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho de
outros, de forma subordinada, pessoal, não eventual e onerosa.

III - Empregador
“Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.” (art. 2.,
CLT).
IV - Empregado
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“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência dele e mediante salários” (art. 3., CLT).
Esses serviços podem ser de natureza técnica, intelectual ou manual, integrantes das mais
diversas categorias profissionais ou diferenciadas.

V - Contrato de Trabalho
É o acordo com ajustes de vontades, em que uma parte se compromete a prestar,
pessoalmente, serviço subordinados, não eventuais e remunerados a outra parte.

O contrato de trabalho pode ser:


• Por prazo indeterminado, onde prevalece a continuidade, incerta, da relação de
emprego.
• Por prazo determinado, ocorre quando as partes estipulam, desde o início da relação
de emprego, um termo final para contrato de trabalho.

Segundo o artigo 445 da CLT


O contrato de trabalho por prazo determinado não pode ser estipulado por mais de dois anos,
e o contrato de experiência não pode ultrapassar 90 dias.

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)


No Brasil, é um documento obrigatório para o exercício de qualquer emprego, ainda que em
caráter temporário.
Na CTPS, além do número, série, data de emissão e folhas destinadas às anotações
pertinentes ao contrato de trabalho e as de interesse da Previdência Social, conterá:
• Fotografia
• Nome
• Filiação
• Data
• Lugar de nascimento
• Assinatura.

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VI - Jornada de Trabalho
A jornada normal de trabalho será o espaço de tempo durante o qual o empregado deverá
prestar serviço ou permanecer à disposição do empregador, com habitualidade, sua duração
deverá ser de até 8 horas diárias, e 44 semanais.
Para os empregados que trabalhe em turnos ininterruptos de revezamento, a jornada deverá
ser de 6 horas.
Em caso de turnos que se sucedem, substituindo-se sempre no mesmo ponto de trabalho,
salvo negociação coletiva.
Redução legal da jornada:
Poderá ser feita pelas partes, de comum acordo, por convenção coletiva e pela lei.

Classificação da jornada de trabalho:


1) Quanto à duração:
Ordinária ou normal
Que se desenvolve dentro dos limites estabelecidos pelas normas jurídicas.

Extraordinário ou Suplementar
Que ultrapassamos limites normais.

Limitada
Quando há termo final para sua prestação.

Ilimitada
Quando a lei não fixa um termo final.

Contínua
Quando ocorrida, sem intervalos.

Descontínua
Sem intervalos.

Intermitente
Quando com sucessivas paralisações.

Quanto ao período
Diurna entre 5 e 22 horas.

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Noturna
Entre 22 horas de um dia e 5 horas do outro.

Mista
Quando transcorre no período diurno e noturno.

Em revezamento
Semanal ou quinzenal, quando num período há trabalho de dia, em outro à noite.

Quanto a Profissão
Há jornada da geral, de todo empregado, e jornadas especiais para ferroviários, médicos,
telefonistas, etc.

Quanto à remuneração
A jornada é com ou sem acréscimo salarial.

Quanto à rigidez do horário


Há jornadas inflexíveis e flexíveis.

Estas últimas não são previstas pela legislação brasileira, porém a lei não impede que sejam
praticadas.

São jornadas em que os empregados não tem horário fixo para iniciar ou terminar o trabalho;

Horas Extras
São aquelas que ultrapassam a jornada fixada por lei, convenção coletiva, sentenças
normativas ou contrato individual de trabalho.

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Intervalos:
Há intervalos especiais além dos gerais e intervalos inter jornadas e intrajornadas, entre duas
jornadas deve haver um intervalo mínimo de 11 horas.

A jurisprudência assegura o direito à remuneração com extraordinárias das horas decorrentes


da inobservância desse intervalo pela absorção do descanso semanal, vale dizermos que os
empregados têm direito às 24 horas do repouso semanal, mais às 11 horas do intervalo entre
2 jornadas, quando o sistema de revezamento da empresa provocar a absorção.

A lei obriga intervalo de 15 minutos quando o trabalho é prestado por mais de 4 horas se até
6 horas.
Será de 1 a 2 horas nas jornadas excedentes de 6 horas; eles não são computados na
duração da jornada, salvo alguns especiais.

Repouso semanal remunerado


É a folga a que tem direito o empregado, após determinado número de dias ou horas de
trabalho por semana, medida de caráter social, higiênico e recreativo, visando à recuperação
física e mental do trabalhador.

Paga pelo empregador, em princípio, o período deve ser de 24 horas consecutivas, que
deverão coincidir preferencialmente, no todo ou em parte, como domingo.

Trabalho Noturno
É o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá acréscimo
de, pelo menos, 20% sobre a hora diurna.

VII - Salário e Remuneração


Salário
É o valor ajustado e pago diretamente pelo empregador ao empregado como com o contrato
de prestação pelos serviços prestados. Salvo algumas exceções previstas em lei.

31
Remuneração
É todo o provento legal e habitualmente auferido pelo empregado em virtude do contrato de
trabalho, se pago pelo empregador, seja pago por terceiro. Pode-se dizer que a remuneração
é composta pelo salário direto, o salário indireto e a remuneração variável onde melhor se
situa a participação nos lucros ou resultados.
Outros valores que compõem a remuneração são:
Abono/Adicionais/Comissões/Prêmios/13º Salário.

VIII – Férias
Direito anualmente concedido, de um período de descanso remunerado, com duração
prevista em Lei.
Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado ter
á direito a férias, na seguinte proporção:
• 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes;
• 24 dias corridos, quando não houver tido de 06 a 14 faltas.

CONTRATO DE TRABALHO COM MENOS DE UM ANO


FÉRIAS VENCIDAS

FGTS MULTA 40%


PROPORCIONAIS
SALDO SALÁRIO

MULTA ART.479º
CÓDIGO
AVISO PRÉVIO

Como calcular?
13º SALÁRIO
ADICIONAL
FÉRIAS 1/3

FGTS 8% SAQUE
MOTIVO
FÉRIAS

FGTS

CLT
Dispensa sem Justa
Recebe Recebe Não Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Não Recebe I1
Causa
Contrato de Experiência
Recebe Não Recebe Não Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Não Recebe Não Recebe I3
no Prazo
Contrato de Experiência
Recebe Não Recebe4 Não Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Não Recebe I1
antes do prazo

Dispensa com justa causa Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Depositado3 Não Recebe Não Recebe H

Pedido de demissão Recebe Paga1 Não Recebe Recebe5 Recebe Recebe Depositado3 Não Recebe Não Recebe J

Falecimento empregado Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Recebe Recebe Não Recebe Não Recebe S

Falecimento empregador Recebe Não Recebe Não Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Recebe Não Recebe S

Aposentadoria empregado Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Não Recebe Recebe Recebe Não Recebe Não Recebe U1 ou U2

1. É devido pelo empregado ou empregador, por aquele se não cumprir e por este se não deixar cumprir.
2. U1 Aposentadoria sem continuidade de vínculo empregatício e U2 Aposentadoria com continuidade de vínculo empregatício.
3. O valor é depositado na CEF e fica vinculado na conta de FGTS.
4. Súmula 163 do TST “Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481, da
CLT”. Não é pacífico tal entendimento entre os doutrinadores, razão pela qual se faz menção do não recebimento.
5. Súmula 261 do TST "O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias
proporcionais".

32
8. Rotinas de Admissão
8.1 Passos a serem seguidos na Admissão
O empregado ao ser admitido deve passar por uma rotina especial junto à empresa. Essa
rotina visa atender as normas legais existentes, bem como as normas internas da empresa,
propiciando o ingresso desse empregado com sucesso.
Quando a rotina é mal realizada ou não é cumprida, coloca o empregador e o empregado em
situação de risco, podendo gerar multas ou ainda anulação de atos.
Dessa forma é importante seguir alguns passos dos deveres a serem cumpridos, dos
documentos a serem preenchidos e das obrigações legais a serem realizadas.

FLUXOGRAMA ADMISSIONAL

Convocar para
Iniciar

Solicitar Exame
Médico Admissional

Se Inapto Se Apto

Não pode Solicitar cópia dos


Iniciar documentos

Palestra de
Integração
Comunicar ao candidato
da impossibilidade de Instruir sobre a data de
ser admitido pagamento, horário de
trabalho e regulamento da
empresa
Apresentar os nomes
dos principais sócios

Apresentar a estrutura física


da empresa e o pessoal de
trabalho
Incluir no sistema de
Benefícios

Incluir no sistema de
benefícios
Obter assinatura do
empregador na
documentação Elaborar Documentação de
Admissão

Entregar as vias do
empregado Obter assinatura do
empregador do na
documentação

Construir o Dossiê

Explicar como se registra o


ponto

Arquivar em pasta
com o nome do
empregado Cadastrar no sistema de
folha de pagamento

Incluir no sistema de
beneficios a) Ficha ou Livro de Registro
b) Contrato de Trabalho
c) Preencher CTPS
d) Recibo de Devolução CTPS
Elaborar documentação de e) Opção de Vale Transporte
admissão f) Acordo de Prorrogação de Horas
g) Declaração de IRRF
h) Ficha Salário Família
i) Termo de Responsabilidade
j) Outros

33
8.2 Documentos Necessários
Foto 3 x 4
Solicita-se para colar no livro ou ficha de registro de empregado.

Livro ou Ficha de Registro de Empregado


Deve obter todas as informações do empregador e do empregado, principalmente admissão,
cargo, salário, horário e local de trabalho, será atualizado todas as vezes que houver novas
informações, tais como férias, auxílio doença, entre outras. Sendo livro deverá ser registrado
na ordem numérica da folha e quando de ficha deverá ser disposta em ordem numérica.
Tanto o livro quanto à ficha são registrados pelo Fiscal do Trabalho quando de sua visita.

Carteira de Trabalho e Previdência Social


Utilizado pelo trabalhador para ser registrado pelo empregador.
Devem constar os dados de identificação do empregador e as informações básicas da
contratação (cargo, admissão, registro e remuneração). A entrega deve ser feita contra recibo
e o registro num prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Além do momento da admissão deve
ser a CTPS atualizada nas férias, data base, rescisão contratual ou quando solicitado pelo
empregado. É imprescindível a apresentação da CTPS no momento do início da atividade.

Ficha de Solicitação de Emprego ou Curriculum Vitae


Não é de caráter obrigatório, porém extremamente útil, servindo como declaração das
veracidades das informações dadas pelo empregado, sendo importante que esteja assinada.

Contrato Individual de Trabalho


Formaliza a contratação por escrito.

Ficha de Salário Família


Utilizado para preenchimento do pagamento de salário família, a qual acompanha a certidão
de nascimento e carteira de vacinação, deve ser preenchida sempre que o empregado tiver
dependente menor de 14 (quatorze) anos de idade ou nos casos específicos determinados
pela previdência social.

Termo Responsabilidade de Salário Família


É parte integrante da ficha de salário família, servindo como declaração de responsabilidade
pelas informações concedidas.

Declaração de Encargos para IRRF


É utilizada sempre que o empregado possuir dependentes para imposto de renda, devendo
ser também assinada pelo cônjuge.

Atestado de Saúde Ocupacional


Todo empregado, independente do cargo ou da atividade da empresa, deve passar por
exame médico admissional para avaliar sua saúde diante das funções que ira exercer.
Nenhum empregado pode iniciar sua atividade sem antes apresentar o atestado de aptidão
para o cargo emitido pelo médico do trabalho. Todo custo gerado pela emissão do atestado
deverá ser assumido pelo empregador.

Opção de Vale Transporte


É previsão legal que o empregador deva conceder meios de transporte para que o
empregado possa se descolar da residência ao local de trabalho e vise-versa, dessa forma
instituiu-se o vale transporte, o qual será concedido mediante uma declaração do empregado
34
mencionando qual o tipo e quantidade de condução que usa diariamente. Pode o empregado
também declarar que não precisa do vale transporte por usar outros meios para o
deslocamento.

Xerox dos Documentos Pessoais


É de tamanha importância possuir junto à documentação legal, cópia dos documentos do
empregado, seja para preenchimento dos documentos ou para posterior consulta. Há
previsão legal da proibição da retenção de cópia dos documentos, mas o empregador pode
fazer a solicitação por escrito com autorização do empregado.

Relação completa de todos os documentos que podem ser solicitados.


• Foto 3 x 4;
• Livro ou ficha de registro;
• Carteira de Trabalho Profissional;
• Ficha de Solicitação de Emprego ou Curriculum (assinado);
• Contrato de trabalho individual;
• Ficha de salário família e termo de salário família;
• Declaração de encargos para IRRF;
• Termo de prorrogação de horas (pode ser acrescentado ao contrato);
• Termo de compensação de horas (se houver horas ou dias a compensar)
• Atestado de Saúde Ocupacional;
• Opção de vale transporte.

Xerox dos seguintes documentos:


• Cédula de Identidade (RG);
• CIC;
• Certificado Militar (Reservista);
• Cartão de Cadastramento no PIS;
• Título de Eleitor;
• Carteira de Habilitação (para cargo de motorista);
• Certidão de Casamento;
• Certidão de Nascimento do Filho(s) até 24 anos;
• Carteira de Vacinação do Filho(s) até 07 anos;
• Comprovante de Endereço;
• Documento de formação ou conclusão em curso superior;
• Comprovante de recolhimento em contribuição sindical ou categoria profissional.

Importante!
A admissão como empregado é limitada a idade mínima de 16 anos, sendo proibido contratar
como empregado menor que este limite.

35
8.3 Folha de Pagamento
A empresa é obrigada a elaborar mensalmente a folha de pagamento da remuneração paga
devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter em cada
estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamento (art. 225 do Decreto
3048/1999).

Discriminação
Na folha de pagamento, deverão estar discriminados:
• O nome do segurado: empregado, trabalhador avulso, autônomo e equiparado, empresário,
e demais pessoas físicas sem vínculo empregatício.
• Cargo, função ou serviços prestados.
• Parcelas integrantes da remuneração.
• Parcelas não integrante da remuneração (diárias, ajuda de custo, etc.).
• O nome das seguradas em gozo de salário-maternidade.
• Os descontos legais.
• A indicação do número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado
ou trabalhador avulso.

8.4 Encargos Sociais


Sobre a folha de pagamento
Cálculo dos Encargos
O recolhimento previdenciário das empresas em geral corresponde à aplicação das seguintes
alíquotas, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer
do mês, aos segurados empregados:
a) 20% referente ao INSS Patronal para as empresas NÃO optantes do Simples Nacional;
b) 1%, 2% ou 3% referente a Risco de Acidente do Trabalho (RAT) e contribuição adicional,
se for o caso, variando conforme o grau de risco, acrescido do Fator Acidentário de
Prevenção (FAP) a partir de janeiro/2010; e

36
c) geralmente 5,80% de contribuição variável de Outras Entidades (Terceiros), destinada às
entidades SENAI, SESC, SESI, etc., onde o INSS se incumbe de arrecadar e repassar.

8.4.1 Enquadramento no SAT/RAT


O Risco de Acidente do Trabalho (RAT) é o seguro obrigatório, instituído por lei, mediante
uma contribuição a cargo exclusivo da empresa, sobre a folha de pagamento, que se destina
à cobertura de eventos resultantes de acidente do trabalho.
A alíquota aplicada sobre o valor da Folha de Pagamento para a cobertura deste seguro pode
ser:
- 1% para a empresa em cuja atividade o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;
- 2% para a empresa em cuja atividade o risco de acidente do trabalho seja considerado
médio;
- 3% para a empresa em cuja atividade o risco de acidente do trabalho seja considerado
grave.

O grau de risco que cada empresa está enquadrada é determinado pelo Código de Atividade
Econômica constante no Cartão do CNPJ, em tabela divulgada pelo Ministério do Trabalho,
de acordo com a média apurada nos registros dos Acidentes de Trabalho.

A partir de janeiro/2010 entrou em vigor o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

O Fator Acidentário Prevenção (FAP) consiste em um multiplicador variável num intervalo


0,5000 a 2,0000, aplicado com quatro casas decimais, a ser aplicado sobre a alíquota RAT
de 1%, 2% ou 3%.

Neste sentido, as alíquotas do RAT poderão ser reduzidas em até 50% ou majoradas em até
100% em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferida
pelo FAP.

Não há tabela divulgada do FAP, dessa forma, cada empresa deve acessar o sítio da
Previdência Social e verificar qual a sua alíquota de majoração.
Para efeito desse trabalho, para apuração dos encargos sociais (Tabela “A”), vamos adotar o
percentual de 2%, sem considerar a alíquota FAP de majoração. Lembramos que cada
empresa deve levar em consideração o seu próprio enquadramento e alíquota.

8.4.2 Outras entidades (Terceiros)


Para o cálculo das contribuições, para outras entidades (terceiros), cada empresa deverá
enquadrar-se em um dos FPAS e, com base nesse código, saberá qual o percentual de
recolhimento a que estará sujeita, conforme orientações administrativas do INSS.

Para apuração dos encargos sociais (Tabela “A”), será considerada uma alíquota de 5,8%
para as empresas em geral.

Lembramos mais uma vez que cada empresa deve levar em consideração o seu próprio
enquadramento e alíquota.

8.4.3 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)


Todas as empresas são obrigadas a depositar, até o dia 7 de cada mês, o FGTS dos
funcionários, correspondente a 8% da remuneração de cada trabalhador, incluídas na
remuneração as horas-extras, 13º Salário, etc.

37
Salientamos que o depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também nos casos de
interrupção do contrato de trabalho previsto em lei, tais como:
a) auxílio-doença de até15 dias;
b) durante todo período de afastamento por acidente de trabalho;
c) licença-maternidade;
d) licença-paternidade.

8.4.4 Encargos Básicos - Tabela “A”


Nesta tabela foram reunidas as contribuições incidentes sobre o total da Folha de
Pagamento, no decorrer do mês, aos empregados.

Tabela “A”
Contribuição à Previdência Social (INSS) 20%
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) 8%
Salário-Educação 2,5%
SENAC/SESC 1,5%
SENAI/SESI 1%
SEBRAE 0,6%
INCRA 0,2%
Risco de Acidente do Trabalho (RAT) 2%
TOTAL 35,80%

8.4.5 Tabela “B” - Encargos que Recebem a Incidência da Tabela “A”


A Tabela “B” é constituída de encargos pagos diretamente ao funcionário, incluídos na folha
de pagamento e por isso sofrem a incidência dos encargos da Tabela “A”.

O ponto de partida para o cálculo desses encargos é a determinação do número de dias


produtivos do trabalhador em um ano de 365 dias.

Para se chegar a esse número é necessário determinar o número de dias não trabalhados no
ano, ou seja, de férias, descanso semanal remunerado (DSR), feriados e de faltas abonadas
legalmente.

Considerando 365 dias do ano, menos 52 domingos, 25 dias de férias (veja letra “b” a seguir),
e, em média, 12 dias entre feriados e dias santificados além, do feriado estadual, temos:

Dias úteis: 365 - (52 + 25 + 12) = 365 - 89 = 276

a) Repouso Semanal Remunerado (RSR)


O (RSR), constituído de 52 domingos anuais e 12 feriados, pode ser calculado da seguinte
forma:
RSR = 52 + 12 = 64 / 276 = 0,2319 x 100 = 23,19%

b) Férias
As férias foram calculadas à base de 25 dias, embora o direito do empregado corresponda a
30 dias, posto que, no período de 30 dias de gozo há, em média, 4 domingos e 1 feriado
intercalados.
Férias: 25 / 276 = 0,0905 x 100 = 9,05%

38
Para o cálculo do 1/3 Constitucional sobre as férias, deve ser considerado os 30 dias de
férias:
30 / 276 = 0,1086 / 3 = 0,0362 x 100 = 3,62%
Férias + 1/3 constitucional = 9,05 + 3,62% = 12,67%

c) Feriados
Para o cálculo dos feriados (7 nacionais, 1 estadual e 4 municipais), temos:
Total de feriados no ano = 12 = 12 / 276 = 0,0434 x 100 = 4,34%
Nota:
Lembramos que os dias em que se comemora o Carnaval não se encontram discriminados
entre os feriados oficiais, exceto para o Estado do Rio de Janeiro que, a terça-feira é feriado
(Lei nº 5.243/08).

d) Aviso Prévio
Vamos considerar neste exemplo que em média a rotatividade de funcionários seja de 1 ano
e que o Aviso-Prévio seja Indenizado, onde teremos o seguinte:
30 dias / 276 = 0,1086 x 100 = 10,86%

e) 13º Salário
Considerando que o valor do 13º salário corresponde a 30 dias de trabalho e, que o ano de
365 dias, tem 276 dias úteis, temos como encargo dessa verba:
30 / 276 = 0,1086 x 100 = 10,86%

f) Auxílio-Doença e Acidentes de Trabalho


Em se tratando de afastamento, seja por doença ou acidente, a empresa paga os 15
primeiros dias desse afastamento e, a partir do 16º dia, o mesmo é custeado pelo INSS.
Para este item utilizaremos dados estatísticos divulgados pelo IBGE onde há uma incidência
de 35% de casos de auxilio doença e/ou acidente de trabalho. Logicamente que esse
percentual pode variar em razão de campanhas desenvolvidas em cada empresa, na qual se
reduzirá o número dos afastamentos, seja por doença ou por acidente de trabalho.
15 x 0,35 = 0,0190 x 100= 1,90

g) Licença-Paternidade
Pela legislação todo funcionário tem o direito de ausentar-se do serviço por cinco dias quando
do nascimento de filho.
Para este item também utilizaremos dados estatísticos do IBGE, onde em média nascem
filhos de 1,5% dos trabalhadores no período de um ano. Dessa forma, poderá ser adotado o
seguinte cálculo:
5 dias de licença-paternidade ÷ 30 dias/mês = 0,17
0,17 x 0,015 x 100 = 0,02%.

39
Com isto formamos a tabela B:

TABELA “B”
09 - Repouso Semanal Remunerado 23,19%
10 – Férias + 1/3 Constitucional 12,67%
11 – Feriados 4,34%
12 - Aviso Prévio Indenizado 10,86%
13 - 13º Salário 10,86%
14 - Auxílio-Doença - 15 dias 1,90%
15 - Licença-paternidade 0,02%
Total 63,84%

8.5.1 Empresas NÃO optantes pelo SIMPLES Nacional


Para as empresas não optantes pelo SIMPLES Nacional para determinação da taxa de
incidência da Tabela “A” sobre a Tabela “B”, deve ser obtido da seguinte forma:
Total de encargos da Tabela “A” x Tabela “B”:
0,3580 x 0,6384 = 0,2285 x 100 = 22,85%

8.5.2 Empresas optantes pelo SIMPLES Nacional


Para definição da taxa de incidência de Tabela “A” sobre a Tabela “B”, para as empresas
optantes pelo SIMPLES Nacional, deve ser levado em consideração a atividade da empresa
e o Anexo a qual estiver enquadrada. Vamos considerar aqui os Anexos I, II e III, onde a
empresa estará sujeita somente ao encargo sobre a folha de pagamento de 8% de FGTS.
Assim, temos:
Taxa de incidência de Tabela “A” sobre Tabela “B” = 0,08 x 0,6384 = 0,05107 x 100 = 5,11%

8.6 Tabela “C” - Encargos Sociais - Rescisão - FGTS


8.6.1 Depósito por dispensa sem justa causa
Assumimos que a empresa pague um valor mensal referente ao depósito por dispensa sem
justa causa igual a 40% do recolhimento do FGTS do mês, o percentual a ser considerado:
Incidência do FGTS sobre a Tabela “B”
40% (Multa) x (8% x 63,84% + 8%)
0,4 x (0,08 x 0,6384 + 0,08) = 0,0524
0,4 x 0,0524 x 100 = 2,10%

8.6.2 Adicional da LC nº 110/01 – 10% referente as perdas do Plano Collor e Verão


Referente ao recolhimento da Contribuição Social de 10% do FGTS, o percentual a ser
considerado:
10% (Multa) x (8% x 63,84% + 8%) = 0,1 x (0,08 x 0,6384 + 0,08) =
= 0,1 x 0,1310 = 0,0131
0,0131 x 100% = 1,31%

40
8.7 Resumo dos encargos sociais sobre a Folha de Pagamento das empresas NÃO optantes
e optantes pelo SIMPLES Nacional
Resumo dos Encargos Sociais do Empregador
TABELA “A”
01 – INSS 20%
02 - SENAC/SESC 1,50%
03 - SENAI/SESI 1%
04 – SEBRAE 0,60%
05 – INCRA 0,20%
06 - Salário-Educação 2,50%
07 – RAT 2%
08 – FGTS 8%
Total 35,80%

TABELA “B”
09 - Repouso Semanal Remunerado 23,19%
10 – Férias + 1/3 Constitucional 12,67%
11 – Feriados 4,34%
12 - Aviso Prévio Indenizado 10,86%
13 - Auxílio Doença - 15 dias 1,90%
14 - 13º Salário 10,86%
15 - Licença-paternidade 0,02%
Total 63,84%

TABELA “C”
16 - Multa rescisória de 40% do FGTS nas dispensas sem justa 2,10%
causa
17 - Adicional 10% referente a Lei Complementar nº 110/01 1,31%
Total 3,41%

Incidências da Tabela (“A” sobre a Tabela “B”) + a soma das Tabelas “A” + “B” + “C”
(0,3580 x 0,6384) = (22,85%) + 35,80% + 63,84% + 3,41% =
Total dos Encargos = 125,90%

41
8.8 Resumo dos encargos sociais sobre a Folha de Pagamento das empresas OPTANTES
pelo SIMPLES Nacional enquadradas nos Anexos I, II e III
Resumo dos Encargos Sociais do Empregador, Optante pelo SIMPLES Nacional.
TABELA “A”
01 – INSS -
02 - SESI/SESC -
03 - SENAI/SENAC -
04 – SEBRAE -
05 – INCRA -
06 - Salário-Educação -
07 - Risco Acidente Trabalho (RAT) -
08 – FGTS 8%
Total 8%

TABELA “B”
09 - Repouso Semanal Remunerado 23,19%
10 – Férias 12,67%
11 – Feriados 4,34%
12 - Aviso Prévio Indenizado 10,86%
13 - Auxílio-Doença – 15 dias 1,90%
14 - 13º Salário 10,86%
15 - Licença-paternidade 0,02%
Total 63,84%

TABELA “C”
16 - Multa rescisória de 40% do FGTS nas dispensas sem justa causa 2,10%
17 - Adicional 10% referente a Lei Complementar n° 110/01 1,31%
Total 3,41%

Incidências da Tabela (“A” sobre a Tabela “B”) + a soma das Tabelas “A” + “B” + “C”
(0,08 x 0,6384) = (5,11%) + 8,0% + 63,84% + 3,41% =
Total dos Encargos = 80,36%

42
9. Análise dos Direitos na Folha de Pagamento e na Rescisão contratual
A legislação trabalhista não estabelece quando ou em quais condições a rescisão
complementar deve ser paga ao empregado. O que podemos encontrar, normalmente, é uma
ou outra decisão jurisprudencial a respeito.

As normatizações a cerca desta matéria concentram-se basicamente nos acordos e


convenções coletivas estabelecidas entre empregados e empregadores, os quais, em comum
acordo, formalizam as mínimas condições para o pagamento da rescisão complementar.

A rescisão complementar é uma diferença de um ou mais direitos trabalhistas que deve ser
pago ao empregado, após a efetivação de sua rescisão contratual.

Ainda que o empregado já tenha sido demitido ou tenha pedido demissão, a rescisão
complementar será devida se no tempo da rescisão, novos direitos ou direitos já devidos, não
foram pagos no ato da rescisão de contrato de trabalho.

A rescisão complementar geralmente decorre de algumas situações, a saber:


Convenção coletiva de trabalho
Quando, por força da convenção coletiva de trabalho, há reajuste salarial da categoria ou
quando são acrescentados novos direitos à categoria profissional por força da convenção;

Exercício diretivo da empresa


Quando a empresa, pelo livre exercício diretivo, estabelece um reajuste salarial coletivo ou
estabelece algum prêmio aos empregados;

Relação de trabalho
Quando o empregado, pela própria relação de trabalho, possui direitos trabalhistas que não
foram pagos no ato da rescisão, como horas extras, adicionais, comissões entre outros.

Se a empresa reajustar o salário dos empregados de forma coletiva, por sua própria
deliberação, os empregados demitidos naquele mês também terão direito a correção salarial.
Este entendimento está consubstanciado no § 6º do art. 487 da CLT, o qual estabelece que o
reajuste salarial coletivo, concedido no curso do aviso prévio, beneficia o empregado pré-
aviso o da despedida.

Como o referido dispositivo legal não menciona se o direito decorre do reajuste por força da
convenção ou da liberalidade da empresa, em qualquer das situações, o empregado terá
direito à receber a diferença decorrente da correção salarial.

43
Assim, o empregado terá direito à rescisão complementar quando, no mês de reajuste
salarial, for demitido ou pedir demissão e, por algum motivo, a rescisão contratual não foi
efetivada já com o salário reajustado.

As horas extras ou adicionais (noturno, insalubridade, periculosidade entre outros) e as


comissões, também poderão gerar direito à rescisão complementar, caso no momento da
demissão, tais valores não foram possíveis de serem apurados ou se for verificado equivoco
na apuração dos mesmos para pagamento da rescisão normal.

O empregado demitido no mês que antecede à data-base e que cumpre o aviso prévio terá
direito ao reajuste salarial somente sobre os dias efetivamente trabalhados dentro do mês da
data-base.

A empresa, ao apurar as diferenças que devem ser pagas ao empregado, deve se ater a
todos os detalhes para que todas as diferenças sejam pagas, preferencialmente, de uma
única vez.

O empregado poderá ter direito a uma ou mais rescisões complementares referentes a uma
mesma competência ou a competências distintas.

A competência da rescisão complementar será sempre considerada a do mês do efetivo


cálculo, ou seja, se o cálculo da complementar ocorrer no mesmo mês da rescisão normal, o
mês de competência será este, caso o cálculo da complementar ocorra nos meses
posteriores ao da rescisão normal, o mês de competência será o do efetivo cálculo.

O cálculo dos proventos deverá ser feito com base nas novas informações como o novo
salário, novo número de horas extras (se for o caso), novo valor de comissões, novo
percentual de horas extras (caso a convenção tenha estabelecido percentual diferente),
enfim, basear-se nas novas informações para se apurar o valor dos proventos.

Havendo o cálculo da complementar dentro do mesmo mês da rescisão normal, todos os


valores (proventos e descontos) devem ser feitos com base nos valores integrais e não
apenas sobre as diferenças, já que se trata da mesma competência e a legislação trabalhista
e previdenciária determina que o recálculo assim deva ser feito.

Num primeiro momento podemos pensar que de qualquer forma os valores dos descontos
serão os mesmos, ou seja, considerando os valores integrais ou apenas as diferenças
apuradas, os descontos serão idênticos.

No entanto, este pensamento torna-se equivocado a partir do momento em que o cálculo do


imposto de renda, por exemplo, efetuado sobre uma base total, passe de uma faixa de
desconto de 7,5% da tabela para uma faixa de 27,5%, enquanto que se calculado apenas
sobre a diferença, não teremos esta alteração de faixa, o que levaria a um cálculo
equivocado.

Na prática são várias as possibilidades que podem gerar uma rescisão complementar.

44
10. Formas de Cessação do Contrato de Trabalho
10.1 Alteração, suspensão e término do contrato
Qualquer alteração contratual, conforme art. 468 da CLT, deve observar os seguintes
requisitos:
a) Mútuo consentimento (concordância) das partes;
b) Que da alteração o empregado não sofra nenhum prejuízo, direta ou indiretamente, não só
pecuniários, mas de qualquer natureza (como benefícios, jornada de trabalho, vantagens,
saúde e segurança e etc.) anteriormente garantidos. Portanto, qualquer alteração em
desconformidade com os requisitos acima não produzirão qualquer efeito no contrato de
trabalho.

Suspensão do contrato de trabalho é a sustação temporária dos principais efeitos do contrato


de trabalho em relação às partes, em virtude de um fato relevante juridicamente, preservando
assim, o contrato de trabalho. Esta sustação é de modo amplo (pleno e absoluto) dos efeitos
das cláusulas (expressas e implícitas) do contrato, não rompendo o vínculo empregatício
entre ambas as partes.

Existem dois tipos de suspensão; tem-se a suspensão total, que é a suspensão propriamente
dita, ou seja, quando as duas obrigações principais (pagar salário e prestar o serviço), não
são exigíveis reciprocamente; e temos também a suspensão parcial, que é quando o
empregado não trabalha, mas faz jus ao salário.

Uma das características é a sustação da execução do contrato de trabalho permanecendo o


vínculo entre as partes (empregado e empregador). Há a preservação da vigência do contrato
do trabalho, pois a sustação é ampla e bilateral. Durante a sustação, as cláusulas contratuais
não se aplicam, pois não se paga salários, não se presta serviços, não se computa tempo de
serviço, não produz recolhimento e outros. Não existe eficácia para ambas as partes nas
prestações contratuais.
O principal efeito é a sustação das obrigações contratuais (pagar salário e prestar serviço),
durante o período de suspensão. O empregado possui várias garantias ao final da suspensão
tais como: a garantia de retorno do empregado ao cargo anterior ocupado, após o fim da
suspensão (art. 471, CLT); a garantia do salário e dos direitos alcançados neste período do
tempo; a garantia da impossibilidade do rompimento do contrato de trabalho, por ato
unilateral do empregador, ou seja, a dispensa injusta ou desmotivada no período da
suspensão do contrato.

Rescisão do Contrato de Trabalho


É o término da relação contratual de trabalho, que pode ocorrer principalmente.

10.2 Direitos e responsabilidades do empregado e empregador


Empregado e empregador se unem através de um contrato de trabalho que prevê obrigações
mutuas: para o empregado, obrigações de obediência, diligência no serviço e fidelidade, para
o empregador, fornecer serviço, pagar salário, respeitar o empregado e cumprir as demais
clausulas do contrato. No desenrolar das relações de trabalho comete ato faltoso a parte que
deixa de cumprir essas obrigações.

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Período Experimental
A CLT (art. 443) inclui o contrato de experiência como uma das modalidades do gênero dos
contratos a prazo, com a redação do decreto lei nº 229, de 1967. Fixou também o prazo
máximo de duração de 90 dias (art. 445, parágrafo único).

Extinção da Iniciativa do Empregador


A relação de emprego extingue-se por ato do empregador com a dispensa do empregado,
que será com ou sem justa causa, esta implicando a redução dos seus direitos, suprimidas as
verbas rescisórias.

Dispensa do Empregado
É a ruptura do contrato de trabalho por ato unilateral e imediato do empregador,
independente da vontade do empregado.

Na teoria classifica-se:
a) Quanto à causa
Dispensa com e sem justa causa, aquela subdividindo-se em dispensa com causa justa ou
sem causa justa.

b) Quanto à forma
Em dispensa informal e formal, esta dividindo-se em dispensa com procedimento ou sem
procedimento.

c) Quanto ao controle
Em dispensa sem e com controle, e este será administrativo, judicial ou profissional.

d) Quanto aos efeitos jurídicos


Será dispensa válida e dispensa nula, esta por sua vez, com ou sem integração de emprego.

e) Quanto a número de empregados


Será individual ou coletiva.

f) Quanto aos direitos do empregado


Será indenizada ou não indenizada.

Disciplina Jurídica da Dispensa


O empregador tem o direito de rescindir o contrato de trabalho. Se a dispensa caracterizar-se
como arbitrária ou sem justa causa, o empregador pagará um acréscimo de 40% nos
depósitos de FGTS. Logo nada impede a dispensa. Outra é a situação dos portadores de

46
estabilidade especial. A dispensa imotivada será, nesses casos, nula, comportando a
reintegração do trabalhador no emprego.
Quando o empregado é despedido sem justa causa os seus direitos assegurados por lei
incluem:
a) FGTS.
b) 40% do FGTS, que tem natureza constitucional indenizatória.
c) Aviso prévio.
d) Remuneração das férias proporcionais.
e) 13º salário proporcional.
f) Indenização pelo tempo anterior ao enquadramento do empregador no FGTS, se
existente.

Estabilidade no emprego
Há duas acepções da palavra estabilidade.

Primeira, a de estabilidade do emprego fruto de uma política geral que se caracteriza pelo
conjunto de medidas do governo destinadas a fazer com que não falte trabalho na sociedade.

Segunda, a da estabilidade no emprego, assim considerado o direito do empregado de


manter o emprego mesmo contra a vontade do empregador, salvo causas previstas em lei. É
a estabilidade no sentido jurídico.

Figuras especiais da estabilidade


Estabilidade especial é aquela que protege o empregado contra dispensa arbitrária ou sem
justa causa, enquanto persistir uma situação que se encontra e que veda a rescisão do
contrato de trabalho por ato do empregador.

Este só poderá despedir o empregado havendo justa causa. Terminada a situação em que se
encontrava o empregado, geradora da proteção, cessa a garantia, cabendo a dispensa
mesmo imotivada, antes proibida.

A ADCT da CF (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) dispõe: “fica vedada a


dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) Do empregado eleito para cargo de comissão interna de prevenção de acidentes, desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
b) Da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
São as figuras da estabilidade especial do dirigente da Cipa e da gestante.

Quanto à estabilidade do dirigente sindical, a comunicação da candidatura à eleição sindical é


exigência geral para que a estabilidade sindical se configure, porque há dispositivo literal
nesse sentido (CLT, art. 543, § 5º).

O empregado vitimado por acidente de trabalho tem assegurada a estabilidade no emprego.

Aviso Prévio
É a denuncia do contrato por prazo indeterminado, objetivando fixar o seu termo final. É a
notificação antecipada de vida à parte contrária por quem rescindir o contrato individual de
trabalho.

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FGTS - Fundo de Garantia por tempo de Serviço
Denomina-se fundo de garantia por tempo de serviço um sistema de depósitos efetuados
pelo empregado em conta bancária do empregador, sob a gestão da Caixa Econômica
Federal, e com um conselho curador, para utilização pelo trabalhador em hipóteses previstas
em lei. O valor depositado é calculado sobre os salários e no percentual de 8% mensais.

Indenização por dispensa sem justa causa


Para a exata compreensão do direito a indenização de seu valor, é preciso distinguir entre os
contratos a prazo e aqueles sem determinação de prazo, bem como entre os contratos de
trabalho submetidos ao regime de indenização da CLT e aqueles submetidos ao fundo de
garantia por tempo de serviço.

As justas causas para ruptura contratual


Justa causa é a ação ou omissão de um dos sujeitos da relação de emprego, ou de ambos,
contrária aos deveres normais impostos pelas regras de conduta que disciplinam as suas
obrigações resultantes do vínculo jurídico.

Justa causa em relação ao empregado


O direito do trabalho conhece três sistemas fundamentais de justa causa: o genérico, o
taxativo e o misto.
O sistema genérico é aquele em que uma lei autoriza a despedimento do empregado sem
mencionar ou tipificar as diferentes hipóteses casuísticas, mas apenas apontando em teses e
de modo amplo uma definição geral e abstrata.

No sistema taxativo, do Brasil, a lei enumera os casos de justa causa, fazendo-o


exaustivamente. Desse modo, somente a lei é fonte formal típica. Impossível será a
estipulação de justa causa por meio de outras normas jurídicas, como as convenções
coletivas de trabalho, os regulamentos de empresa, etc.

O sistema misto é o resultado da combinação dos dois critérios anteriores. A lei, além de
enumerar as hipóteses de justa causa, é também genérica, permitindo que seja considerado
como tal um fato mesmo não contido na descrição legal. “Art. 482 Constituem justa causa
para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador”.

Efeitos da justa causa


A justa causa do empregado tem implicações quanto aos direitos relacionados com a
extinção do contrato.
Despedido por justa causa, o empregado perde o direito é indenização, aviso prévio, 13º.
salário proporcional e férias proporcionais. O empregado sofre outra sanção: não poderá
movimentar os depósitos do FGTS, que ficarão retidos para levantamento posterior havendo
causa superveniente.

Justa causa em relação ao empregador


Despedimento ou dispensa indireta é a rescisão do contrato de trabalho pelo empregado,
tendo em vista justa causa praticada pelo empregador.

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11. Legislação Tributária
11.1 Importância
Nas relações de Direito Tributário, o Estado atua como sujeito passivo da relação jurídica.
Por intermédio da Atividade Financeira.

O Estado desenvolve atividades políticas, econômicas, sociais, administrativas, financeiras e


educacionais que têm por fim regular a vida humana em sociedade.

Para alcançar tais objetivos:


O Estado necessita de recursos financeiros que são obtidos por intermédio da atividade
financeira, a qual é composta por:
Receita  Gestão  Despesa

Receita
Refere-se é entrada definitiva por meio dos recursos patrimoniais.

Pode ser de dois tipos


a) Originária
Auferida por meio da exploração dos bens e serviços públicos.
Ex.: doações, uso de bens públicos, tarifa, etc.

b) Derivada
Auferida por meio do poder de império ou poder coercitivo.
Ex.: tributos, penalidades e pena de perdimento.

Gestão
Corresponde à administração e conservação do patrimônio público.

Despesa
Consiste no emprego dos recursos patrimoniais para a realização dos objetivos visados pelo
Estado.

O Sistema Tributário Nacional


Encontra-se embasado em dois pressupostos fundamentais:
Consolidação dos impostos de idêntica natureza em figuras unitárias, levando-se em
conta suas bases econômicas;

Coexistência de 4 sistemas tributários autônomos:


Federal Estadual Municipal Do Distrito Federal
Sua principal função é obter arrecadação para desenvolver a atividade financeira do Estado.

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11.2 Aspectos relevantes para a empresa
No Brasil a elevada carga tributária vem exigindo das empresas a realização de estudos
tributários para a redução desse ônus, sem que, para isso, elas deixem de atender as suas
obrigações legais, e o planejamento tributário tem contribuído para a redução da carga
tributária e, consequentemente, para a economia de recursos, que, posteriormente, são
aplicados na geração de novos recursos para a empresa.

A contabilidade está dividida em vários ramos, entre os quais salientamos o ramo da


contabilidade tributária, que tem como principal objetivo o estudo da teoria e a aplicação
prática dos princípios e normas básicas da legislação tributária, gerenciando os tributos e as
obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais.

Porém, o planejamento tributário que busca apenas a redução de impostos pode acabar
virando um problema, uma obsessão para a empresa, pois não se pode sacrificar o
crescimento da mesma só para pagar menos tributos. Muitas empresas, com isso, distorcem
o seu faturamento para forçar um enquadramento no sistema simplificado (Simples Nacional),
acarretando, com isso, muitas vezes, a estagnação da empresa, pois a mesma poderá
enfrentar dificuldades na hora da capitalização dos recursos.

Quando se propõe a realizar um planejamento tributário, deve se ter bem esclarecido o


conceito e a diferença entre elisão e evasão fiscal.

Formas de tributação aplicáveis às pessoas jurídicas.


De acordo com o CTN, em seu art. 43, o Imposto sobre a Renda tem como fato geradora
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou do provento, e como base de
cálculo o montante do lucro das empresas. Os contribuintes do IRPJ (Imposto de Renda
Pessoa Jurídica) são as pessoas jurídicas se firmas individuais, nos termos do RIR/99, nos
artigos 146, 147 e 150.

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12. Tributos
12.1. Características
Tributo: o Estado, assim como as empresas, necessita gerar receitas para financiar suas
despesas.

Diferentemente das sociedades empresariais, o Estado pode partilhar esse ônus com todos
os contribuintes, exigindo compulsoriamente uma prestação em dinheiro (pecuniária), a título
de tributo, definido em lei. Ou seja, o tributo é uma prestação pecuniária que deve ser exigida
por lei, para custeio das despesas coletivas.

O Código Tributário Nacional (CTN)


Define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.

Define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nelas se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.

12.2 Princípios tributários


Elementos obrigatórios ao tributo
- Prestação pecuniária (somente dinheiro);

Há exceções à regra, e elas dependem de lei ordinária. São elas:


a) INSS
Lei 9.711/98 INSS o particular compra títulos da dívida pública no leilão do tesouro nacional,
através de um banco, pagando o INSS. São bancos de dados, não havendo emissão de
notas.

b) TDA - Títulos da dívida Agrária


São portadores que vendem para devedores, que quitam suas dívidas com o TDA.

c) Lei da Anistia - Lei 13.243/99


Em seu artigo 24, há a dação em pagamento, autorizando o executivo a receber.

Há um problema, porém, não há o decreto que regulamenta a questão.


- Compulsória;
- Não decorrente de ato ilícito.

Artigo 3º CNT, tributo não é pena, portanto, o ato deve ser lícito. Em regra, multa nunca é
tributo.
Excepcionalmente, o tratamento jurídico da multa é o mesmo do tributo.
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Tratamento jurídico do Tributo = notificação para execução fiscal.
- Instituído em lei;
- Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada (logo, não tempo de
discricionário).

Fato Gerador
- Fato que cria uma obrigação tributária.

Tipos de Fato Gerador


- Instantâneo - Continuado – Complexivo.

Instantâneo
Ocorre numa única unidade de tempo.
Exemplo:
Imposto de Importação e Exportação, quando passa na alfândega já nasceu a obrigação
tributária.

- Continuado
Situação permanente.
A obrigação tributária ocorre com a mudança do exercício financeiro.
Exemplo: IPTU, IPVA, ...

- Complexivo
Começa num determinado tempo e segue até outra unidade de tempo onde irá se
aperfeiçoar. IR que começa no dia 1º de Janeiro até 31 de Dezembro.

Capacidade Tributária
- Artigo 126 CTN.
- A aptidão de uma pessoa para participar da relação jurídica tributária na qualidade de
sujeito passivo da obrigação, aptidão esta a qual não há restrições.

12.3 Classificação
13.3.1 Quanto às ordens jurídicas podem ser:
a) Federais (art. 153 e 154)
b) Estaduais (art. 155)
c) Municipais (art. 156) e
d) Distritais.

Quanto ao fato estar ou não vinculado à atuação estatal a CF, art. 145, classifica em:
a) Imposto.
b) Taxa
c) Contribuição de melhoria.

12.4 Espécies
Alguns autores afirmam existir apenas três primeiras espécies de tributos, contudo trataremos
de cinco.
São as seguintes espécies de tributos:
1) Imposto
2) Taxa
3) Contribuições Especiais
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4) Empréstimo Compulsória
5) Contribuições de Melhoria

12.4.1 Imposto
Prestação pecuniária, direta ou indireta, que o Estado e órgãos fazendários exigem de cada
particular, pessoa física ou jurídica com capacidade contributiva, para ocorrer às despesas da
administração, sem se obrigarem à contra prestação de serviço especificado ou determinado.

12.4.2 Taxa
Forma de contribuição que os indivíduos pagam com a remuneração de serviços especiais
que o Estado lhes presta diretamente ou pela utilização normal de coisa do seu domínio
patrimonial; tributo especial que se opõe a imposto.

12.4.3 Contribuições Especiais


Espécie tributária que se caracteriza como forma de intervenção do Estado no domínio
econômico privado, com vistas a atender uma particular situação de interesse social ou das
categorias econômicas.

12.4.4 Empréstimo Compulsório


Competência exclusiva da União que, mediante lei complementar, pode instituir empréstimo
compulsório para despesas extraordinárias decorrente de calamidade pública e iminência ou
caso de guerra externa ou investimento público de relevante interesse social, podendo ser,
em tese, restituído.

12.4.5 Contribuições de Melhoria


É um tributo para melhoria que decorre de obras públicas, seu fato gerador é a valorização do
imóvel.
- Só pode ser criada por Lei Complementar.
- É o tributo que decorre de obras públicas, de competência comum, e a União, Estados,
Distrito Federal e Municípios podem cobrar, quando for feita uma obra pública que beneficia
diretamente um grupo restrito, ou seja, houve valorização imobiliária. Assim o valor total da
obra (limite total) será rateado entre os beneficiários na medida de seus ganhos individuais,
ou seja, o acréscimo de valor que resultar da obra para cada imóvel beneficiado (limite
individual).

12.5. Imunidade
Conceito
Imunidade é uma proteção que a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma
hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada.

As imunidades previstas no artigo 150 da Constituição Federal só existem para impostos,


mas não podemos esquecer que existem imunidades espalhadas na Constituição em relação
às taxas e contribuições especiais.

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A imunidade só atinge a obrigação principal, permanecendo assim as obrigações acessórias.

Imunidades genéricas
As imunidades genéricas destinam-se a todos os impostos.
- Imunidade recíproca às pessoas políticas (art. 150, VI, “a” da CF).
- Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público (art. 150, §2º da CF).
- Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto (art. 150,
VI, “b” da CF).
- Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições assistências e
educacionais sem fins lucrativos (art. 150, VI, “c” da CF).
- Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI,
“d” da CF).

Imunidades específicas
A imunidade específica refere-se a um único imposto.
- Imunidade em relação ao IPI
- Imunidade em relação ao ITR
- Imunidade em relação ao ICMS
- Imunidade em relação ao ITBI

Outras imunidades
Imunidade em relação às contribuições sociais:
- A contribuição para a seguridade social não incidirá sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo regime geral de previdência de que trata o art. 201 (art. 195, II da CF).

- São isentas de contribuições sociais para a seguridade social as entidades beneficentes de


assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, §7º da CF).
Embora mencione “isentas”, trata-se de imunidade.

Imunidades com relação às taxas:


Exemplo:
Direito de petição, certidão de nascimento; certidão de óbito (art. 5º, XXXIV, “a” e “b” da CF).

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13. Crédito Tributário
13.1 Conceito
Conceito
Crédito tributário é a quantia devida a título de tributo. É o objeto da obrigação jurídica
tributária. “O crédito decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta” (art. 139
do CTN).

Lançamento
É o ato administrativo que torna líquido o crédito tributário. É o ato que consubstancia o
crédito tributário, declarando formal e solenemente quem é o contribuinte e quanto ele deve a
Fazenda Pública.

13.2. Espécies
Espécies de lançamento
Tal classificação leva em conta o grau de participação do fisco e do contribuinte para sua
efetivação.
- Lançamento misto ou por declaração: é aquele realizado pelo fisco em concurso com o
contribuinte.
Exemplo: IR; II; IE; ITCMD; ITBI.

- Lançamento direto ou de ofício


É aquele feito exclusivamente pelo Fisco, sendo o contribuinte apenas notificado do crédito
tributário a saldar.
Exemplo: IPTU.

- Lançamento por homologação ou auto lançamento:


É aquele realizado pelo contribuinte “ad referendum” da Fazenda Pública (sob fiscalização da
Fazenda Pública).
Exemplo: ICMS; IPI; ISS; IOF

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13.3. Suspensão, modificação e exclusão
Alteração do lançamento
O lançamento só pode ser alterado:
- Impugnação do sujeito passivo (art. 145, I do CTN).
- Recurso de ofício (art. 145, II do CTN).
- Iniciativa de ofício da autoridade administrativa nos casos previstos no art. 149 (art. 145, III
do CTN).

Causas suspensivas do crédito tributário


Depois que o contribuinte é notificado do lançamento, o tributo está em condições de ser
recolhido pelo contribuinte e recebido pela Fazenda Pública, mas nada impede que ocorra um
evento novo, previsto em lei, adie a exigibilidade do tributo. Estes eventos que adiam a
exigibilidade do crédito tributário são as causas suspensivas do crédito tributário.
- São causas de suspensão do crédito tributário:
• Moratória (art. 151, I do CTN).
• Depósito do seu montante integral (art. 151, II do CTN).
• Reclamações e os recursos, nos termos da lei, reguladoras do processo tributário
administrativo (art. 151, III do CTN).
• Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151, IV do CTN).
• Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial (art. 151, V do CTN): Foi introduzido com a LC 104/01, mas a doutrina já
admitia esta hipótese.

Parcelamento (art. 151, VI do CTN)


Foi introduzido com a LC 104/01, mas a doutrina já o admitia. Há autores que afirmam que o
parcelamento nada mais do que uma modalidade de moratória, visto que se encontra na
mesma senão da moratória.

Causas extintivas do crédito tributário previstas pela doutrina:


Além das causas previstas no artigo 156 do Código Tributário Nacional a doutrina ainda
aponta a confusão e o desaparecimento do sujeito ativo ou sujeito passivo do tributo.
- Confusão:
Na Confusão o Fisco, por qualquer motivo, torna-se ao mesmo tempo credor e devedor do
mesmo tributo, fazendo com que o tributo desapareça.
Exemplo: Herança vacante.

- Desaparecimento sem sucessor do sujeito ativo ou do sujeito passivo do tributo:


Se qualquer deles desaparece também desaparece a obrigação jurídica tributária.
Causas extintivas do crédito tributário previstas no Código Tributário Nacional:
Todas estas causas extintivas têm a mesma força de fazer desaparecer o crédito tributário
(de gerar certidão negativa do crédito fiscal). O rol não é taxativo.
- Pagamento (art. 156, I do CTN).
- Compensação (art. 156, II do CTN).

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- Transação (art. 156, IIII do CTN).
- Remissão (art. 156, IV do CTN).
- Prescrição e decadência (art. 156, V do CTN).
- Conversão do depósito em renda (art. 156, VI do CTN).
- Pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150,
§1º e 4º (art. 156, VII do CTN).
- Consignação em pagamento, nos termos do disposto no §2º do art. 164 (art. 156, VIII do
CTN).

- Decisão administrativa irreformável, assim entendida definitiva na órbita administrativa, que


não possa mais ser objeto de ação anulatória (art. 156, IX do CTN):
A decisão tem que ser favorável ao contribuinte para extinguir o crédito.

- Decisão judicial passada em julgado (art. 156, X do CTN):


A decisão tem que ser favorável ao contribuinte para extinguir o crédito.

- Dação em pagamento em bens imóveis, na forma e nas condições estabelecidas em lei (art.
156, XI do CTN).
Exemplo: O contribuinte pode dar o bem imóvel para pagar IPTU ou ITR.

57
14. Responsabilidade Fiscal
14.1. Capacidade e responsabilidade
“A capacidade contributiva pode ser conceituada como sendo a capacidade, relativa ao
contribuinte, de arcar com o pagamento de tributos. Por outras palavras, é a capacidade
econômica do indivíduo de suportar o ônus tributário.” (Afonso Tavares Dantas Neto)

A Lei de Responsabilidade Fiscal é um código de conduta para os administradores públicos


de todo o país, que passa a valer para os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).

Através dela, todos os governantes passarão a obedecer a normas e limites para administrar
as finanças, prestando contas sobre quanto e como gastam os recursos da sociedade.

O objetivo da LRF é melhorar a administração das contas públicas no Brasil. Com ela, todos
os governantes passarão a ter compromisso com orçamento e com metas, que devem ser
apresentadas e aprovadas pelo respectivo Poder Legislativo.

A Lei fixa limites para despesas com pessoal, para dúvida pública e ainda determina que
sejam criadas metas para controlar receitas e despesas. Além disso, segundo a LRF,
nenhum governante pode criar uma nova despesa continuada, por mais de dois anos, sem
indicar sua fonte de receita ou sem reduzir outras despesas já existentes.

Isso faz com que o governante consiga sempre pagar despesas, sem comprometer o
orçamento ou orçamentos futuros.

Pela LRF ainda, são definidos mecanismos adicionais de controle das finanças públicas em
anos de eleição.

58
15. Processos Tributários
16.1 Processo administrativo
Na Administração Pública o procedimento é geralmente livre ou discricionário, só se exigindo
formalismo quando determinado por lei. No âmbito federal o procedimento fiscal inicia-se pela
notificação de lançamento, pelo auto de infração ou pela apreensão de livros e mercadorias.

Segue-se com o pagamento do tributo devido, ou a impugnação do interessado, dentro dos


prazos fixados, geralmente 30 dias.

A impugnação é julgada geralmente pelos Delegados da Receita Federal, na área da União,


ou pelo Delegado Regional Tributário, na área estadual (em SP), ou por órgãos auxiliares,
como Seções de Julgamento, em decisão de primeira instância. Esta decisão pode ser
revista, em segunda instância, pelo Conselho de Contribuintes ou, na esfera estadual (em
SP) pelo Tribunal de Impostos e Taxas (TIT).

O processo administrativo tributário culmina com a inscrição da dívida apurada no Livro da


Dívida Ativa - art. 201 do CTN e art. 2º, §5º, da Lei 6830/80. A dívida regularmente inscrita
goza de presunção relativa de certeza e liquidez, podendo ser atacada ou eliminada pela
prova em contrário. A Certidão de Dívida Ativa constitui título executivo, habilitando a
Fazenda a ingressar em juízo, com ação de execução fiscal, para expropriar bens do
devedor, tantos quantos bastem à satisfação do débito tributário.

59
15.2 Processo judicial
A Fazenda pode propor contra o contribuinte ou responsável as medidas judiciais, como, por
exemplo, execução fiscal, ação cautelar fiscal, arrestos, sequestro, etc.

Pela ação cautelar fiscal, prevista na Lei 8.397/92, a Fazenda pode obter a declaração de
impenhorabilidade dos bens do devedor, no limite do crédito tributário.

Ao contribuinte ou responsável é permitido opor embargos à execução, ação declaratória de


obrigação fiscal indevida, ação consignação em pagamento, ação de repetição de indébito,
ações cautelares, ações anulatórias de débito, mandado de segurança, etc.

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GRACIANO, Potyguara Gildoassu. O direito. São Paulo, Editora Século XXI.

ROSS, Stephen. Princípios de Administração Financeira. São Paulo, Editora Atlas, 2000.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas em Administração Financeira. São Paulo, Editora


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BORDIGNON, E., CASSANTA, L. F., RIBEIRO, O. D. J. Planejamento tributário numa


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SANTOS, Adriana Karine Martins dos. Apostila de Direito. SENAI Sete Lagoas, 2011.

SANTOS, Adriana Karine Martins dos. Apostila de Direito Civil. SENAI Sete Lagoas, 2011.

SANTOS, Adriana Karine Martins dos. Apostila de Direito Tributário. SENAI Sete Lagoas,
2011.

Site: http://pme.serasaexperian.com.br/noticias/2010/09/30/cuidados-que-devem-ser-
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Site: http://www.professortrabalhista.adv.br/Admissao/processo_de_admissão_d..., 15 de abril


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Site: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/resc_complementar.htm, 18 de abril de


2013.

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