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ADMINISTRATIVO
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Exame de Ordem
Damásio Educacional
Sumário
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ................................................................................................................................. 3
LICITAÇÕES – LEI 14.133/21 ......................................................................................................................................... 6
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE .......................................................................................................... 12
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
O artigo 37, §4º da Constituição determina as penas para a improbidade administrativa (perda da função
pública, ação penal cabível, ressarcimento ao erário, indisponibilidade bens e suspensão dos direitos políticos).
Outras penalidades estão previstas na Lei de Improbidade Administrativa (n° 8.429/92).
A nova Lei n° 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos, praticados na
vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa
do texto anterior, devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente. Logo, não há mais a
previsão de modalidade culposa nos atos praticados que ensejam improbidade administrativa.
Os atos de improbidade administrativa estão previstos nos artigos 9°, 10° e 11 da Lei 8.429/92. São eles:
(i) Enriquecimento ilícito;
(ii) Lesão ao erário;
(iii) Atentar contra princípios (arts. 9º, 10 e 11 L. 8.429/92).
Conforme previsão elaborada pelo legislador na Lei 14.230/21, não mais existe a modalidade culposa dos
atos de improbidade; sendo assim, devem ser praticados com dolo. E ainda, não é qualquer dolo o utilizado para a
aplicação da improbidade, já que não basta a simples “voluntariedade” do agente; o dolo deve ocorrer com
“vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado” (§ 2º, do art. 1º L. 8.429/92). Este dolo especial
da L. 8.429/92 é reiterado diversas no sentido de que o mero exercício da função ou desempenho de competências
públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade
administrativa (§ 3º, do art. 1º, L. 8.429/92). Da mesma forma, a ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique
não configura ato de improbidade (§ 1º do art. 17-C, L. 8.429/92).
A Lei 8.429/92 também justifica o dolo especial fazendo referência à Convenção das Nações Unidas contra
a Corrupção, promulgada pelo Decreto n° 5.687 de 31 de janeiro de 2006, segundo o qual somente haverá
improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do agente
público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade (§ 1º e 2º, art. 11,
L. 8.429/92.
(i) Enriquecimento ilícito (Art. 9º): constitui ato de improbidade administrativa importando em
enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida
em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade.
A lei traz rol exemplificativo de hipóteses que dizem respeito às gratificações ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público.
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Pena: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e
proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior
a 14 (catorze) anos (Arts. 9º e 12, I, L. 8.429/92).
(ii) Lesão ao erário: constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades. Como exemplo: doar à pessoa física ou jurídica,
bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º da lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer
esta circunstância.
Pena: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor
do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
superior a 12 (doze) anos. (Arts. 10 e 12, II, L. 8.429/92);
(iii) Atentar contra os princípios: constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade.
Pena: pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e
proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior
a 4 (quatro) anos. (Arts. 11 e 12, III, L. 8.429/92).
Acordo de não persecução civil (art. 17-B, L. 8.429/92): O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do
caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes
resultados:
I. o integral ressarcimento do dano;
II. a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes
privados.
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2. de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente
para apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação;
Prescrição: art. 23 da LIA. Prazo prescricional é de 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato, ou do dia que
cessou a permanência. STF: irretroativo os 8 anos, aplicado aos novos marcos temporais a partir da nova lei.
Repercussão nº 1199.
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LICITAÇÕES – LEI 14.133/21
Licitação: é o processo administrativo para contratar obras, serviços, compras e alienações que assegura igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
A nova lei de licitações não trouxe os crimes que existiam na lei de licitações antiga (8.666/93).
Art. 173 §1º, III da CF/88: será estabelecido estatuto a dispor sobre licitação e contratos, empresas públicas
e sociedade de economia mista - Lei 13.303/2016.
Destinatários da licitação:
Entes da Administração direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios); Entidades da Administração
indireta (somente autarquias e fundações); Fundos Especiais – É objeto de direito, e não sujeito; e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pelo Estado. (art. 1º da Lei 14.133/21); Conselhos de Classe salvo OAB
(entidade sui generis);
Princípios da licitação:
Princípios: são 22 na nova lei de licitações em seu art. 5º: Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os
princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da
probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, art. 74 da lei 14.133, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da
razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento
nacional sustentável.
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• Competitividade: proposta mais vantajosa para a Administração. O delito de fraude à
licitação nos termos do art. 337-F, do Código Penal, é classificado como crime formal, considerando que não precisa
da ocorrência de resultado naturalístico. Assim, para que se consuma, basta a demonstração de que a competição
foi frustrada, independentemente de demonstração de recebimento de vantagem indevida pelo agente ou de
comprovação de danos ao erário.
• Julgamento objetivo: O edital deve estabelecer, de forma precisa e clara, qual critério será
usado para seleção da proposta vencedora.
• Sigilo das propostas: as propostas apresentadas pelos licitantes são sigilosas até a data da
abertura dos envelopes, a ser feita em conjunto por todos os concorrentes, em sessão pública. “A publicidade será
diferida: I - quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura;” (art. 13, parágrafo único L. 14.133/21).
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• Segregação de funções: Visa evitar a concentração de atos, poderes e decisões em um só
agente e assim vedar “a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis
a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva
contratação” (art. 7º. § 1º L. 14.133)
Agente de contratação (art. 8º): é quem “toca” o processo. É o único que necessariamente deve ser
servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública. Não é,
necessariamente, a autoridade que homologa. Poderá́ ser substituído por comissão de contratação formada de, no
mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente;
Pregoeiro: Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável pela condução do certame será́
designado pregoeiro (art.8º, § 5º);
Equipe de apoio: O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmente
pelos atos que praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe (art.8º, § 1º);
Assessor jurídico: A assessoria jurídica exerce controle prévio de legalidade análise da contratação (art.53);
Objeto da licitação:
• Obras e serviços de engenharia: A obra é “toda atividade estabelecida, por força de lei,
como privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio ambiente por meio de
um conjunto harmônico de ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físico da natureza ou
acarreta alteração substancial das características originais de bem imóvel” (art. 6.º, XII, L. 14.133).
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• Serviços: Atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade,
intelectual ou material, de interesse da Administração”. (Art. 6.º, XI, L. 14.133);
Critérios de julgamento (substituiu nomenclatura passada “tipos de licitação”): O art. 33 da Lei 14.133/21 elenca
os critérios de julgamento:
• Menor Preço: Reservado às compras. Para produtos sem característica especial. Leva em
conta também o menor dispêndio, assim é necessário que se faça a averiguação da compatibilidade da oferta com
as especificações do edital. Segundo o art. 34, § 1º da Lei 14.133/21, os custos indiretos, relacionados com as
despesas de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental do objeto licitado, entre outros
fatores vinculados ao seu ciclo de vida, poderão ser considerados para a definição do menor dispêndio, sempre que
objetivamente mensuráveis, conforme disposto em regulamento.
• Maior Desconto: Vence o licitante que oferecer o maior desconto percentual a um valor
previamente fixado pela Administração Pública. Pode ser utilizado nas seguintes modalidades: concorrência;
pregão; diálogo competitivo. O julgamento por maior desconto terá como referência o preço global fixado no edital
de licitação, e o desconto será estendido aos eventuais termos aditivos.
• Melhor Técnica ou Conteúdo Artístico: Poderá ser utilizado para a contratação de projetos
e trabalhos de natureza técnica, científica ou artística. O edital deve prever a apresentação de duas propostas
(técnica e comercial) bem como o preço que a Administração se dispõe a pagar. Tanto neste tipo quanto no tipo
técnica e preço, a seleção da proposta vencedora é feita por uma avaliação conjunta de atributos de qualidade e
de preço. Nos termos do § 1º do art. 37, a banca julgadora terá no mínimo 3 (três) membros e poderá ser composta
de: servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da Administração Pública;
ou profissionais contratados por conhecimento técnico, experiência ou renome na avaliação dos quesitos
especificados em edital, desde que supervisionados por agentes públicos.
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• Melhor Técnica e Preço: Será feita análise de preço e de qualidade do bem ou serviço a ser
prestado pelo vencedor (art. 37 L. 14.133/21). No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e
ponderadas as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de preço apresentadas pelos licitantes, na proporção
máxima de 70% (setenta por cento) de valoração para a proposta técnica.
• Maior Lance: ocorre para na alienação pela Administração Pública de bens e direitos, sendo
apropriada para o leilão. Intervalo mínimo de 15 dias úteis entre divulgação do edital e apresentação de propostas.
Modalidades de licitação:
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• Diálogo competitivo: é a “modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e
compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante
critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades,
devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos” (art. 6º, XLII L. 14.133/21).
Condições para a contratação mediante diálogo competitivo (art. 32 L. 14.133/21): A modalidade diálogo
competitivo é restrita a contratações em que a Administração: - I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes
condições: a) inovação tecnológica ou técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e c) impossibilidade de as especificações técnicas
serem definidas com precisão suficiente pela Administração; - II verifique a necessidade de definir e identificar os
meios e as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos: a) a
solução técnica mais adequada; b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; c) a estrutura
jurídica ou financeira do contrato;
Contratações Diretas:
A nova Lei discrimina os documentos que devem instruir o processo de contratação direta (artigo 72 da
Lei), em rol bem mais extenso do que o previsto na Lei anterior.
Inclui: documento de formalização de demanda, estudo técnico preliminar, análise de riscos, parecer jurídico e
pareceres técnico, demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso
a ser assumido, comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e qualificação mínima
necessária.
Alteração dos limites da dispensa em função do valor de R$ 100 mil, no caso de obras e serviços de
engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores, e R$ 50 mil no caso de outros serviços e
compras.
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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Art. 5º, XXII e XXIII da CF/88: garantia do direito à propriedade, junto com a necessidade de atender à função
social.
Modalidades de intervenção:
• Intervenção supressiva ou drástica: o Estado retira a propriedade do domínio particular.
• Intervenção Repressiva ou Branda: o Estado impõe limites ou condições ao exercício do
direito.
• Servidão: direito real que permite a utilização de propriedade privada, em obras ou
serviços de interesse coletivo.
• Servidão administrativa: passagem de serviços públicos em propriedade particulares, com
instalações e placas etc.
• Servidão Real: regida pelo direito privado, interesse particular, um prédio privado serve
para prédio público.
• Requisição administrativa: recai sobre bens imóveis privados, com finalidade de perigo
iminente.
• Ocupação temporária: é a utilização por prazo determinado e em situação de obras
públicas e serviços públicos, alojamentos.
• Tombamento: modalidade de intervenção que busca proteger o meio ambiente e aqueles
relacionados pelo patrimônio histórico, artístico e cultural, limitando o exercício de direito
à propriedade. Art. 216 da CF.
• Desapropriação: é a intervenção drástica do Estado na propriedade alheia, retirando um
bem privado de forma compulsória e assim transferindo o bem ao patrimônio estadual,
mediante indenização que deve ser justa.
• Desapropriação ordinária: se dá por necessidade pública.
• Desapropriação por interesse social: Lei 4.132/62.
• Desapropriação urbanística: art. 182, §4º CF e Estatuto da Cidade (lei 10.257/2001).
• Desapropriação rural: art. 184 da CF para fins de reforma agrária, LC 76/93.
• Desapropriação confisco: se terras ou propriedades forem usadas para fins ilícitos.
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É vedada a desapropriação nos seguintes casos:
• Direitos personalíssimos;
• Pessoa;
• Moeda corrente do país.
Desistência da desapropriação, preço ainda não foi pago, possibilidade de devolução e expropriante o
recebeu.
Retrocessão: para se entender a retrocessão, faz-se necessário primeiro definir o que significa
tredestinação. A tredestinação pode ser traduzida como o desvio de finalidade na desapropriação, ou seja, ela
ocorre quando há um desvio de finalidade quanto ao bem desapropriado (após publicado o decreto contendo a
destinação inicial do bem, esta é alterada). Exemplo: Administração desapropriou terreno para construir uma
escola, mas foi construído um hospital. Neste caso, portanto, há desvio de finalidade no ato administrativo
(tredestinação). Se houve alteração de destinação na desapropriação somente da finalidade específica, mantendo-
se a busca pelo interesse público, estar-se-á diante de um desvio de finalidade autorizado pela lei, também
denominada de tredestinação lícita.
A tredestinação lícita não poderá ocorrer nas hipóteses abaixo, pois as finalidades destas não podem ser
alteradas:
(i) na desapropriação especial rural – pois esta não pode mudar a finalidade da reforma agrária, pois na
reforma agrária a finalidade é o interesse social e não a utilidade pública;
(ii) na expropriação confisco;
(iii) no caso de desapropriação comum para fins de parcelamento popular e programas de habitação
popular – pois esta não pode mudar a finalidade.
Art. 5º, §3º, Decreto-Lei n. 3.365 – Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular,
destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão.
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