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LEI ANTICORRUPÇÃO

LEI DA EMPRESA LIMPA


(LEI 12.846/2013)

SERCIANE BOUSADA PEÇANHA


1 – PREVISÃO LEGAL

- Lei Federal 12.846/2013 (Norma Geral)

-Decreto Federal 8420/2015 (Norma Procedimental para atos


contrários à Administração Pública Direta ou Indireta nacional
ou estrangeira).

-Decretos Municipais e/ou Estaduais (Normas Procedimentais


para atos contrários à Administração Pública Direta ou
Indireta dos Estados ou dos Municípios ou do Distrito Federal)

- Em Minas Gerais foi regulamentada pelo Decreto


46.782/2015)
2- EVOLUÇÃO HISTÓRICA

O Brasil é signatários dos seguintes Tratados internacionais:

-A Convenção das Nações Unidas contra corrupção (ONU),


- A Convenção Interamericana de Combate à Corrupção (OEA)
-A Convenção sobre o Combate à Corrupção de Funcionários
Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE).
-A CGU (em 18/02/2010) apresentou o PL nº. 6.826/2010, com
objetivo de assegurar garantias de lisura aos eventos internacionais
a serem realizados no Brasil, sendo aprovado na Câmara dos
Deputados (em maio de 2011) e depois, aprovado pelo Senado
somente em 05/07/2013, após inúmeros e intensos protestos
realizados no mês de junho de 2013, sendo sancionada a Lei
Ordinária nº 12.846/2013 em 01 de agosto de 2013.
3- OBJETIVOS DA LEI

3.1 Sanar a lacuna existente no ordenamento jurídico


brasileiro sobre a responsabilização administrativa e civil de
pessoas jurídicas que praticam atos ilícitos em desfavor da
Administração Pública nacional e estrangeira, principalmente,
atos de corrupção e fraude em licitações e contratos
administrativos (as atuais leis vigentes punem, em regra, a pessoa física, como a Lei de
Improbidade Administrativa, exceto a Lei Geral de Licitações que já previa a multa, a proibição de contratar
com a Administração Pública até 02 anos, declaração de inidoneidade para licitar e contratar enquanto
perdurarem os motivos determinantes da punição - art. 87 a 88 da Lei8666/93…)

3.2 Estimular as pessoas jurídicas de direito privado a


implementação de programas para a consolidação de valores
e políticas que promovam padrões éticos e de integridade em
seus negócios, rejeitando atos ilegais, ilegítimos e de
corrupção (compliance).
4- CARACTERÍSTICAS:

1.RESPONSABILIZAÇÃO OBJETIVA da pessoa jurídica


personificada ou não, independente de sua forma
organizacional (empresária, fundacional, associativa ou
estatais….) ou de sociedades estrangeiras que tenham sede,
ou filial, ou representação no território brasileiro, constituída
de fato ou de direito, ainda dque temporariamente (arts. 1º e 2º).

1.- Responsabilidade subjetiva e individual de seus


dirigentes ou de terceiros que participem do ato ilícito (art. 3º e
§2º)

4.1.2 - Subsiste a responsabilidade jurídica em caso de


alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou
cisão societária.
4- CARACTERÍSTICAS:

4.1.3 Nas hipóteses de incorporação ou fusão , a


responsabilidade será pelo pagamento da multa e pelo
ressarcimento do dano até o limite do patrimônio transferido (art.
4°,§ 1°).

4.1.4 As sociedades controladas, controladoras, coligadas


ou consorciadas terão responsabilidade solidária pelo
pagamento da multa e pelo ressarcimento do dano (art. 4°,§2°)

4.2 – VÍTIMAS DOS ATOS: ADMINISTRAÇÃO PUBLICA NACIONAL OU


ESTRANGEIRA (considera-se administração pública estrangeira os órgãos e
entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de
qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Para os efeitos
desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações
públicas internacionais art. 5º,§1º,§2º)
4- CARACTERÍSTICAS:

4.3 – TIPIFICAÇÃO DOS ATOS (art. 5º)

Art. 5o Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou


estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas
pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da
administração pública ou contra os compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil, assim definidos:

I.- prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a


agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
II.- comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo
subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III.- comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica
para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados;
4.3 – TIPIFICAÇÃO DOS ATOS (art. 5º)

IV - no tocante a licitações e contratos:


a)frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o
caráter competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento
licitatório público;
c)afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de
vantagem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e)criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação
pública ou celebrar contrato administrativo;
f)obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou
prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem
autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos
instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados
com a administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou
agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências
reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
4.4 – TIPOS DE SANÇÕES:

1. – Sanções administrativas (arts. 6° e 7 °)

1.- multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento)
do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do
processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à
vantagem auferida, quando for possível sua estimação; caso não seja
possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a
multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta
milhões de reais). Essa será calculada (dosimetria) nos termos dos arts. 17 a 20 do
Dec.8420/15)
4.4.1.2 - publicação extraordinária da decisão condenatória, que ocorrerá
na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de
comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação
da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem
como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no
próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível
ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. Poderá
ainda aplicar a restrição ao direito de licitar e contratar (art. 16 do Dec 8420/15)
Fonte: Controladoria Geral da União
4.4 – TIPOS DE SANÇÕES:

4.4.1 – Sanções Administrativas e o Processo Administrativo de


Responsabilização (arts. 8° ao 15)

-Para aplicação das sanções administrativas, a Administração Pública


instaurará (pela máxima autoridade de cada órgão ou pela CGU
concorrentemente ou exclusivamente, para apurar atos contra a
Administração Pública estrangeira) um Processo Administrativo de
Responsabilização (PAR).

-O processo administrativo para apuração da infração será conduzido por


uma comissão de 2 ou mais servidores estáveis que terá o prazo para
concluí-lo em 180 dias (admitindo prorrogação).
-O prazo de defesa da pessoa jurídica será de 30 dias a contar da
intimação.

-Após a conclusão do processo, a Comissão encaminhará o relatório


conclusivo para a autoridade julgadora e dará ciência ao Ministério Público
(para apuração de eventuais delitos)
4.4.1 – Sanções Administrativas e o Processo Administrativo de
Responsabilização (arts. 8° ao 15)

-As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo


com os peculiaridades do caso concreto e gravidade e natureza das
infrações.

- A aplicação das sanções será precedida de parecer jurídico da


advocacia pública.

-A aplicação das sanções administrativas não exclui, em qualquer hipótese,


a obrigação da reparação integral do dano causado

- No processo administrativo a personalidade jurídica poderá ser


desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar,
encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios
com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla
defesa (art. 14).
4.4.1 – Sanções Administrativas e o Processo Administrativo de
Responsabilização (arts. 8° ao 15)

-Possibilidade da aplicação conjunta de sanções previstas na Lei 12.846/13


e de penalidades dispostas nas Leis nº. 8.429/1992, nº. 8.666/1993 e nº.
12.462/ 2011.

-É sabido que a Administração Pública somente pode cumular sanções


administrativas se houver previsão legal para tanto, o que ocorre no
presente caso. Todavia, a cominação de sanções administrativas idênticas
pela mesma conduta num mesmo procedimento sancionatório ou até
mesmo em outro é terminantemente coibida haja vista o princípio da
proibição do bis in idem.

- Assim, se a conduta ilícita prevista na lei anticorrupção também for punível


pelas Leis nº. 8.429/1992, nº. 8.666/1993 e/ou nº. 12.462/ 2011, mas com
sanções de natureza diversa, não ocorrerá bis in idem, uma vez que há
previsão legal de cumulação de sanções (art. 30, Lei nº 12.846/2013) e se
tratam de sanções administrativas distintas
4.4 – TIPOS DE SANÇÕES:

4.4.2 – Sanções Civis (arts. 18 a 20)

I.- perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou


proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé;
II.- suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou
empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras
públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e
máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1o A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando
comprovado:
I.- ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar
ou promover a prática de atos ilícitos; ou
II.- ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a
identidade dos beneficiários dos atos praticados.
4.4 – TIPOS DE SANÇÕES:

4.4.2 – Sanções Civis (arts. 18 a 20)

-Essas sanções serão aplicadas mediante ação judicial ajuizada pela


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das
respectivas Advocacias Públicas ou pelos órgãos de representação judicial,
ou equivalentes, e pelo Ministério Público, (art.18)

-Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as


sanções administrativas sem prejuízo das sanções civis, desde que
constatada a omissão das autoridades competentes para promover a
responsabilização administrativa (art. 20)

- A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados serão


destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas
(art. 24).
4.5 – ACORDO DE LENIÊNCIA (arts. 16 e17)

- A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar


acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e
o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I) a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II)a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito
sob apuração.

- Ele só será celebrado se a pessoa jurídica atender aos seguintes requisitos:


a) ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;
b)cessar completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
c)admitir sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com
as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas
expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu
encerramento.
4.5 – ACORDO DE LENIÊNCIA (arts. 16 e17)

-O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar


integralmente o dano causado.

-A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções:


a) publicação extraordinária da decisão condenatória, b) proibição de receber
incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo
poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos e
reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável (art 16, §2°).

-Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que


integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o
acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.

-Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará


impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do
conhecimento pela administração pública do referido descumprimento.
- O acordo de leniência poderá ser usado para os ilícitos da Lei de licitações (art. 17).
4.6 – PROGRAMA DE INTEGRIDADE CORPORATIVA/COMPLIANCE
(arts 41 e 42 do Dec 8420/15)

-O programa de integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no


conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e
incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de
ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar
desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a
administração pública, nacional ou estrangeira (art. 41).

- Necessidade de ser confiável e efetivo.


- Ser aplicável a todos os empregados, inclusive dirigentes.
- Ter força coercitiva real e apropriada em caso de infrações.
- Existência de um sistema de auditoria interna.
- Prever mecanismos de denúncia de violações.

-A existência de um programa de integridade anticorrupção efetivo configura


um importante fator atenuante na aplicação das sanções (art. 7º, VIII da Lei
12846/13), bem como uma forma de fiscalização e proteção para os
administradores/proprietários que desconhecem práticas corruptas em suas
empresas.
4.7 – PRESCRIÇÃO

-Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da


data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada,
do dia em que tiver cessado.

-Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a


instauração de processo que tenha por objeto a apuração da infração ou com o
acordo de leniência.

4.8 – REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

- A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do


seu estatuto ou contrato social.

-As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a


quem couber a administração de seus bens.

-A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, representante


ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no
4.8 – CNEP e CEIS

-Foi criado o Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá


e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo
com base nesta Lei, devendo informar e manter atualizados, no Cnep, os
dados relativos às sanções por eles aplicadas (art. 22)

- Os registros das sanções e dos acordos de leniência serão excluídos


depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou
do cumprimento integral do acordo de leniência e da reparação do eventual
dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.

Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de


todas as esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para fins
de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e
Suspensas - CEIS, de caráter público, os dados relativos às sanções: a) III -
suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por
prazo não superior a 2 (dois) anos e b) - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade (arts 87 e 88 da L.8666/93)
Compliance torna-se mais complexo após leis contra corrupção e
lavagem
24/02/2014
Não é recente a preocupação do País em estabelecer mecanismos de
responsabilização de pessoas jurídicas e dirigentes por atos de corrupção e
lavagem de dinheiro. Desde 2007, organismos internacionais já haviam
recomendado ao Brasil a adoção dessas práticas, que já estão consolidadas
em outros países, como Estados Unidos e Alemanha.
Na avaliação do advogado e professor da PUC-RS Giovani Agostini Saavedra,
esta lei, juntamente com a de Lavagem de Dinheiro (Lei 12.683/12) e com os
argumentos jurídicos utilizados na Ação Penal 470 (Mensalão), como a teoria
do domínio do fato (permite que se atribua responsabilidade penal a quem
pertence a um grupo criminoso, mas não praticou diretamente o delito porque
ocupava posição hierárquica de comando) e da nova tipificação (entendimento
do STF) do crime de lavagem de dinheiro que ocorrerá com a simples
ocultação do dinheiro da corrupção e não mais a ocorrência das três situações
específicas: a ocultação do dinheiro proveniente do crime, sua dissimulação
(em geral no sistema financeiro) e sua inserção na economia; fechou o ciclo
para estabelecer um novo modelo de compliance no Brasil, que começou em
1990 e agora está revigorado, em razão de novos cuidados que deverão ser
adotados pelas empresas.
http://www.cnseg.org.br/cnseg/servicos-apoio/noticias/compliance-torna-se-mais-complexo-apos-leis-anticorrupcao-e-contra-
lavagem.html
ATUALMENTE, A CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO TRABALHA COM
PROCESSOS DE RESPONSABILIZAÇÃO DE 29 EMPRESAS NO ÂMBITO DA
OPERAÇÃO LAVA JATO

Na manhã desta segunda-feira (19/05/2015), o ministro da Controladoria-Geral da


União, Valdir Simão, destacou que as empresas envolvidas em atos de corrupção no
âmbito da Lava jato precisam devolver recursos desviados dos atos de corrupção.

Durante o evento, Simão detalhou como deve ser o trabalho de prevenção, apuração e
combate a ilícitos nas organizações. “É preciso garantir que a empresa repare
integralmente o prejuízo que ela causou, que coopere com as investigações e que adote
um programa de integridade para que esses atos não sejam cometidos novamente”,
frisou o titular da CGU.

O ministro reiterou também o quanto é essencial que organizações tenham mecanismos


fortalecidos de controle e auditoria. “Os profissionais devem contribuir para que as
empresas adotem programas de integridade e medidas efetivas que evitem a prática de
atos lesivos. Depois do ato praticado e o dinheiro desviado, é muito difícil a sua
recuperação”, pontuou.
Simão ressaltou, também, que de acordo com a Lei Anticorrupção é competência da
CGU a celebração de acordos de leniência. Atualmente, a Controladoria-Geral da União
trabalha com processos de responsabilização de 29 empresas no âmbito da operação
Lava Jato, sendo seis delas com manifestação de interesse em fechar um acordo de
leniência. http://www.cgu.gov.br/noticias/2015/10/a-empresa-deve-reparar-integralmente-o-dano-que-causou-frisa-ministro-
da-cgu
5 – REFERÊNCIAS:

BRASIL, Controladoria Geral da União. Notícias: Atualmente, a controladoria-geral da união


trabalha com processos de responsabilização de 29 empresas no âmbito da operação lava
jato
disponível em http://www.cgu.gov.br/noticias/2015/10/a-empresa-deve-reparar-integralmente-
o-dano-que-causou-frisa-ministro-da-cgu

BRASIL, Lei Federal n. 12.846/2013, disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm

BRASIL, Decreto Federal n. 8420/2015, disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8420.htm

CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. Editora JUSPDIVM, 2015.

DEMATTÉ, Flávio Rezende. Responsabilização de pessoas jurídicas


por corrupção e a Lei 12.846/2013. Disponível
emhttp://www.cgu.gov.br/sobre/institucional/eventos/2014/iii-encontro-de-corregedorias-do-
poder-executivo-federal/arquivos/responsabilizacao-de-pessoa-juridica-por-atos-de-
corrupcao.pdf
MUITO OBRIGADA
PELA ATENÇÃO

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