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Curso Teórico de Direito Administrativo

Profº. Cyonil Borges

Oi Pessoal,

Promessa é dívida!

Arquivo com questões exclusivamente da FUNRIO.

Bom teste a todos.

Cyonil Borges.

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Curso Teórico de Direito Administrativo

Profº. Cyonil Borges

Questão 1: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999)
Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de
legalidade e de mérito. Quanto aos recursos administrativos é
INCORRETO afirmar que

a) o recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,


se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
autoridade superior.
b) se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
c) o recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias
administrativas, salvo disposição legal diversa.
d) salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para
interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou
divulgação oficial da decisão recorrida.
e) a interposição de recurso administrativo depende de caução.

A resposta é letra E.

Em razão de decisões recentes do STF, vejamos que o dispõe o § 2º


do art. 56 da Lei 9.784/1999:

§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo


independe de caução.

De acordo com o dispositivo em referência, caso houvesse disposição


legal específica, poderia ser exigida caução para que recorresse
administrativamente.

Ocorre que o STF tratou da gratuidade em processos administrativos


em duas Adins apreciadas em conjunto, a 1.976 e a 1.922. A questão
essencial tratava da necessidade de depósito de valores (ou
arrolamento de bens) para que um interessado pudesse recorrer
administrativamente.

Na oportunidade, o STF entendeu que tal providência (exigência de


bens arrolados ou de depósito de recursos) criaria um obstáculo
injustificável para a impetração do recurso administrativo, mudando,
totalmente, a posição do STF. O entendimento foi se consolidando e
culminou na súmula vinculante 21, que diz:

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

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Os demais itens estão corretos. Vejamos (referências da Lei 9.784,


de 1999):

Letra A,

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de


razões de legalidade e de mérito.

§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão,


a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
encaminhará à autoridade superior.

Na letra B,

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de


razões de legalidade e de mérito.

(...)

§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa


contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade
prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar,
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior,
as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso.(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Na letra C,

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três


instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

Na letra D,

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para
interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou
divulgação oficial da decisão recorrida.

Questão 2: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Princípios (Licitação)

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A lei 8666/93 estabelece os seguintes princípios, dentre outros, que


devem ser observados nos procedimentos de licitação:

a) legalidade, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento


objetivo.
b) proporcionalidade, onerosidade e impessoalidade.
c) sigilo, probidade administrativa e julgamento objetivo.
d) igualdade, probidade administrativa e excepcionalidade.
e) moralidade, publicidade e regionalidade.

A resposta é letra A.

Simples leitura do caput do art. 3º da Lei 8.666, de 1993. Vejamos:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Em todo caso, acrescento que, com a Lei 12.349, de 2010, foi


inserida nova finalidade à licitação, no caso, “promoção do
desenvolvimento nacional sustentável”.

Questão 3: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Atributos ou características (atos administrativos)
O poder dever da Administração Pública de demolir um prédio que
esteja na iminência de desabar sem precisar recorrer ao Judiciário
para obter autorização prévia para tomar tal medida é uma
manifestação:

a) do atributo da jurisdicionalidade do ato administrativo.


b) do atributo da indispensabilidade do ato administrativo.
c) do atributo da tipicidade do ato administrativo.
d) do atributo da auto-executoriedade do ato administrativo.
e) do atributo da inexorabilidade do ato administrativo.

A resposta é letra D.

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Os atos administrativos têm características próprias que os


distinguem dos atos de Direito Privado. Essas características são
chamadas de atributos ou notas peculiares.

A doutrina costuma indicar os seguintes atributos: imperatividade,


autoexecutoriedade e presunção de legitimidade.

A autoexecutoriedade é a prerrogativa de que certos atos


administrativos sejam executados imediata e diretamente pela
própria Administração, independentemente de ordem ou
autorização judicial.

Para Lucas Rocha Furtado, a autoexecutoriedade decorre da


presunção de legitimidade, embora com esta não se confunda. Afinal
de nada valeria dizer que os atos administrativos são
presumivelmente legítimos, caso a Administração precisasse de
autorizações judiciais para agir.

No caso concreto, o Poder Público socorre-se da autoexecutoriedade,


portanto, para operacionalizar o ato sem o crivo prévio do Poder
Judiciário.

Questão 4: FUNRIO - PRF/PRF/2009


Assunto: Poder de Polícia

A "Lei Seca" considera crime conduzir veículos com a ingestão no


organismo de determinado teor alcoólico, com penas que variam da
multa até a reclusão. Um dos pontos polêmicos da lei trata da
obrigatoriedade do motorista em fazer testes de dosagem alcoólica
(bafômetro) por estar usando a rodovia que é de uso comum do
povo, mas o motorista pode se recusar a fazer qualquer teste, já que
ninguém é obrigado a produzir uma prova contra si. No caso de o
motorista usar a artimanha de se negar a fazer o exame, entrando
posteriormente com um recurso na Justiça, a lei prevê que o
testemunho do agente de trânsito ou policial rodoviário tem força de
prova diante do juiz. A Administração Pública autua, por meio do seu
agente policial, que se vale de meio indiretos de coação, aplicando
uma multa.

Como se denomina esse atributo do poder de polícia na doutrina,


segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo)?

a) Atributo da coercibilidade.

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b) Atributo da exigibilidade.
c) Atributo da autoexecutoriedade.
d) Atributo de ordem pública.
e) Atributo da previsibilidade legal.

A resposta é letra B.

A autoexecutoriedade é a prerrogativa de que certos atos


administrativos sejam executados imediata e diretamente pela
própria Administração, independentemente de ordem ou
autorização judicial.

Para Lucas Rocha Furtado, a autoexecutoriedade decorre da


presunção de legitimidade, embora com esta não se confunda. Afinal
de nada valeria dizer que os atos administrativos são
presumivelmente legítimos, caso a Administração precisasse de
autorizações judiciais para agir.

Ocorre que, parte da doutrina, a autoexecutoriedade desdobra-se em


dois outros atributos: a exigibilidade e a executoriedade.

Na exigibilidade, a Administração usa de meios indiretos de


coação para que suas decisões sejam cumpridas, como, por
exemplo, a utilização das multas.

Na executoriedade, a Administração emprega meios diretos de


coerção, compelindo materialmente o administrado a fazer alguma
coisa, utilizando-se inclusive da força.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, na primeira hipótese


[exigibilidade], os meios de coerção vêm sempre definidos na lei;
na segunda [executoriedade], podem ser utilizados,
independentemente de previsão legal, para atender situação
emergente que ponha em risco a segurança, a saúde ou outro
interesse da coletividade.

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Perceba que, no caso concreto, o Poder Público utilizou-se de meios


indiretos de coerção, ou seja, está-se diante da exigibilidade.

Questão 5: FUNRIO - Ana (INSS)/INSS/Serviço Social/2009


Assunto: Alteração unilateral (Cláusulas exorbitantes)

Constitui possibilidade de alteração de contrato administrativo regido


pela Lei nº 8666/93 o que segue:

a) Quando houver modificação do projeto ou das especificações, para


melhor adequação técnica aos seus objetivos.
b) Quando for necessária a modificação da forma de pagamento, por
imposição de circunstâncias supervenientes, mesmo que não mantido
o valor inicial atualizado, permitida a antecipação do pagamento, com
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
serviço.
c) Quando for inconveniente a substituição da garantia de execução.
d) Quando o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem
nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma
de edifício ou de equipamento, até o limite de 40% (quarenta por
cento) para os seus acréscimos.
e) Quando for necessária a modificação do regime de execução da
obra, vedada esta modificação em relação a serviços.

A resposta é letra A.

De acordo com §2º do art. 65, as alterações unilaterais não podem


exceder a 25% do valor inicial do contrato atualizado no caso
de obras, serviços ou compras, limite válido tanto para alterações
qualitativas quanto quantitativas.

Por exemplo: um contrato de manutenção de elevadores


(contratação de execução continuada), com valor contratual de
R$ 100.000,00/ano, não pode, unilateralmente, ultrapassar R$
125.000,00 (acréscimos) ou ficar aquém dos R$ 75.000,00
(supressões). O limite de até 25% é a regra, então.

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Já quando o objeto do contrato for reforma de edifícios ou de


equipamentos, o limite será de até 50%, sendo que só se aplica
para acréscimos e, não, para supressões. É no detalhe que a
banca examinadora vai tentar confundi-lo. Prestem atenção,
portanto!

Obviamente, nem toda cláusula admite alteração unilateral. A


Administração só pode alterar de modo unilateral as cláusulas
regulamentares ou de serviços dos contratos administrativos, não
sendo cabível a modificação unilateral das financeiras ou
econômicas (como veremos mais à frente).

Portanto, da leitura dos parágrafos anteriores, fácil perceber que a


Administração encontra restrições quanto à possibilidade de
alteração unilateral dos contratos administrativos.

A primeira é que as modificações não podem, de acordo com a Lei,


ultrapassar determinados limites (25% de acréscimos e de
supressões e 50% de acréscimos, neste último caso para reforma
de edifícios ou de equipamentos).

A segunda é que apenas as cláusulas regulamentares podem ser


alteradas unilateralmente. Já as cláusulas econômico-financeiras
dependem da prévia concordância do contratado.

Destaca-se, inclusive, que a proteção às cláusulas financeiras


não pode sequer ser afastada por lei, isso porque a Constituição,
em seu art. 37, XXI, dispõe expressamente que devem ser, quanto às
licitações, “mantidas as condições efetivas das propostas”.

Com efeito, o art. 58 dispõe em seu §1º que “as cláusulas


econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado”.

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Logo, alteração unilateral de cláusulas regulamentares (contratuais),


e, se for o caso, alteração consensual de cláusulas financeiras.

Esse negócio não ficou muito claro: cláusulas regulamentares?!


Cláusulas financeiras?! Vamos esmiuçar mais um cadinho, portanto.

As cláusulas dividem-se em dois grandes grupos:

I) Regulamentares ou de serviço; e

II) Econômico-financeiras ou monetárias.

As cláusulas regulamentares dispõem sobre o objeto do contrato


e seu modo de execução, isto é, como o contrato será executado
(quantidades contratadas, tipo de serviço a ser desempenhado etc.).

Já as financeiras (monetárias) estabelecem a equação de


equilíbrio econômico-financeiro verificada no início do ajuste. Tal
equação, em princípio, estabelece a justa relação entre as
obrigações do contratado e os pagamentos devidos pela
Administração.

Tal relação deve ser preservada durante toda a execução do contrato,


de modo tal que um dos direitos mais fundamentais do contratado
seja garantido: o de ser adequada e justamente remunerado
durante todo o período de execução.

Assim, não pode a Administração Pública alterar,


unilateralmente, o equilíbrio econômico financeiro da avença
(contrato), sob pena de promover grave ofensa a ordem jurídica.

Ressalte-se que, nas alterações unilaterais, o equilíbrio econômico


financeiro deve ser observado. Um exemplo numérico torna mais
transparente a questão.

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Suponha que a Administração tenha adquirido 100 bens,


comprometendo-se a pagar R$ 100,00 reais. A Lei permite (art. 65,
§1º) que a Administração acresça ou diminua as quantidades
contratadas em até 25%, sendo obrigatória a observância por parte
do contratado, desde que se mantenha o necessário equilíbrio
econômico financeiro.

Assim, se a Administração, no lugar de 100 bens, quiser o


fornecimento de 110 bens, a contratada fica obrigada a fornecê-los,
desde que os 10 bens acrescidos não superem a marca de R$ 125,00
reais.

Questão 6: FUNRIO - PRF/PRF/2009


Assunto: Evolução histórica (responsabilidade civil do Estado)

No que respeita à pessoa jurídica de direito público, a


responsabilidade civil por ato ilícito praticado por seu agente, em
regra, se baseia na:

a) culpa presumida.
b) teoria da responsabilidade por culpa.
c) teoria da irresponsabilidade.
d) prova de fortuito externo.
e) teoria da responsabilidade objetiva.

A resposta é letra E.

De pronto, observe-se o estabelecido no art. 37, §6º, da CF/1988:

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

A partir do dispositivo, necessário registrar que, além das pessoas


jurídicas de direito público (autarquias e algumas fundações
governamentais, por exemplo), as entidades de direito privado
(empresas públicas, sociedades de economia mista e

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delegatárias de serviço público) também se submetem à


responsabilidade de natureza objetiva.

Porém, não é qualquer pessoa jurídica de direito privado que


se submete à responsabilidade civil objetiva. A CF/1988, é
expressa ao exigir que tais entidades sejam prestadoras de
serviços públicos, afinal, nesta qualidade, são Estado ou fazem as
vezes deste.

Abra-se um parêntese para esclarecer que as empresas


governamentais (as pessoas de direito privado do Estado) nem
sempre responderão objetivamente, nos termos da CF. Tais entidades
empresariais, empresas públicas, sociedades de economia mista e
outras entidades empresarias, controladas direta ou indiretamente
pelo Estado, podem ter dois campos de atuação. O primeiro é
encontrado no art. 173 - intervenção do domínio econômico,
como é o caso do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal
(CEF). O segundo diz respeito à prestação de serviços públicos,
com base no art. 175 da CF/1988, exemplo do que fazem a Infraero
e a ECT, típicas prestadoras de serviços públicos.

Questão 07: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Características (contratos administrativos)
Conceitua-se como contrato administrativo o ajuste firmado entre a
Administração Pública e um particular, regulado basicamente pelo
direito público, e tendo por objeto uma atividade que, de alguma
forma, traduza interesse público. Assim, é correto dizer que o
contrato administrativo tem como características:
a) formalismo, comutatividade, confiança recíproca (intuito
personae), bilateralidade.
b) comutatividade, confiança recíproca (intuito personae),
bilateralidade, imperatividade.
c) confiança recíproca (intuito personae), bilateralidade, presunção de
legitimidade.
d) formalismo, comutatividade, confiança recíproca (intuito
personae), autoexecutoriedade.
e) bilateralidade, presunção de legitimidade, imperatividade,
autoexecutoriedade.

A resposta é letra A.

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As principais características dos contratos administrativos são CO F O


CO I. Ah! Como assim, COFOCOI? Que loucura é essa? Calma
pessoal. Vejamos.

Os contratos administrativos são COnsensuais. De fato, não há


contrato administrativo imposto a ninguém. Os contratos, portanto,
dependem de manifestação, consentimento, bilateral por parte
daqueles que vão integrá-lo.

No que diz respeito à Formalização, segunda característica dos


contratos administrativos, o essencial está contido no art. 60 da
8.666. Vejamos:

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas


repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos
seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por
instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia
no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por
cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta lei,
feitas em regime de adiantamento.

De imediato, três informações podem ser destacadas.

A primeira é que os contratos administrativos, diferentemente dos


contratos de direito privado (em geral), são formais (o FO, do nosso
coFOcoi), como determina a Lei. Em síntese, devem ser escritos (de
regra), não tendo o gestor público liberdade para simplesmente
escolher sua forma.

A segunda é que nem sempre o contrato verbal é nulo e sem


nenhum efeito, pois, o próprio legislador autoriza sua celebração
para pequenas compras (e não serviços, cuidado!) de pronto

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pagamento (valores não superiores a R$ 4.000,00), o chamado


regime de adiantamento.

Fácil perceber que o legislador ofereceu margem de escolha, de


discricionariedade ao gestor, enfim, nada impede que promova a
formalização por escrito, mesmo a Lei admitindo o contrato verbal.
Em resumo: nem todo contrato verbal será nulo, pois a própria
Lei estabelece situações em que será aceitável.

A terceira é que os contratos e seus aditamentos devem ser


formalizados por escrito nas repartições interessadas, o que
facilita o controle interno e externo exercido por parte dos órgãos
competentes.

Porém, como toda regra, o legislador admite exceção. Quanto aos


contratos relativos a direitos reais sobre imóveis, exige-se que o
instrumento de contrato seja lavrado em cartório de notas. São
exemplos de direitos reais (art. 1.225 do Código Civil de 2002): a
propriedade; a superfície; o penhor; a hipoteca; a anticrese; a
concessão de uso especial para fins de moradia; e concessão do
direito real de uso.

Outra característica dos contratos diz respeito ao caráter Oneroso. Os


contratos firmados pela Administração geram ônus financeiro, ou
seja, a Administração pagará pelo que contrata (de regra!).

A onerosidade, no entanto, nem sempre estará presente nos


contratos administrativos. Por exemplo: há contratos celebrados pela
Administração nos quais, no lugar de adquirir algo, haverá alienação
(venda), e, claro, haverá ônus por parte dos particulares e não da
Administração contratante.

A COmutatividade é a quarta característica dos contratos


administrativos. Os contratos administrativos são comutativos, isso
porque os interesses das partes são opostos, com outras
palavras, enquanto uma parte aufere vantagem, a outra incorrerá em
“desvantagem” (de regra!). O incremento do patrimônio de uma

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acarreta o decréscimo da outra, como nos contratos de compra e


venda, por exemplo.

Contudo, doutrinadores de peso indicam a existência de contratos


administrativos de organização, nos quais as partes caminham
lado a lado, unindo seus esforços para alcançar um objetivo comum,
cooperando entre si, tal como no contrato de consórcio e
franquia, por exemplo. Nesses, portanto, não há comutatividade.

Uma última característica: o caráter intuitu personae. Significa


que, em tese, o particular vencedor da licitação é o que melhor
comprovou as condições de contratar com a Administração, devendo,
portanto, ser o responsável pela execução do contrato.

Nesse particular, o legislador só admite a subcontratação


(parcial!) de obra, serviço ou fornecimento até o limite
consentido, em cada caso, pelo edital, pelo contrato E pela
Administração (leia-se: cumulativamente), isso sem prejuízo da
responsabilidade legal e contratual do particular contratado, conforme
dispõe o art. 72 da Lei de Licitações.

Questão 8: FUNRIO - Ana (INSS)/INSS/Serviço Social/2009


Assunto: Agentes temporários

Constitui necessidade temporária de excepcional interesse público,


para fins de contratação temporária pela Administração Pública
Federal,

a) a realização de recenseamentos excetuadas as pesquisas de


natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE.
b) as atividades especiais nas organizações do Exército para atender
a área rural ou a encargos temporários de obras e serviços de
engenharia civil e mecânica.
c) a admissão de pesquisador estrangeiro para projeto de pesquisa,
em autarquia integrante da Carreira de Ciência e Tecnologia e do
Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
d) a admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro.
e) o combate a emergências ambientais, independentemente de
declaração, pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente, da existência
de emergência ambiental na região específica.

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A resposta é letra D.

Dispõe o inc. IX do art. 37 da CF/1988:

a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público.

A União, por exemplo, editou a Lei 8.745, de 1993.

Entre outras atividades, o art. 2º da Lei considera necessidade


temporária de excepcional interesse público a contratação de
professor e pesquisador visitante estrangeiro.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, a realização de recenseamentos e outras pesquisas de


natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE é considerada como atividade de
necessidade temporária.

Na letra B, o erro é que a atividade especial é para atender à área


industrial e não rural.

Na letra C, não há previsão para a admissão de pesquisador


estrangeiro para projeto de pesquisa, em autarquia integrante da
Carreira de Ciência e Tecnologia e do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial.

Na letra E, o erro é que há necessidade de declaração pelo Ministro


de Estado do Meio Ambiente, da existência de emergência ambiental
na região específica.

Questão 9: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Estabilidade e estágio probatório
O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito,
ao entrar em exercício, a estágio probatório. Durante esse período
serão avaliados sua capacidade e aptidão para o desempenho do
cargo, sendo observados determinados fatores, EXCETO

a) responsabilidade.
b) disciplina.
c) pontualidade.
d) capacidade de iniciativa.
e) produtividade.

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A resposta é letra C.

Há um mnemônico de um Professor que diz que o servidor, no


estágio probatório, deve se comportar como um PADRI, sob pena de
inabilitação. O “P” é de produtividade. O “A” de assiduidade. O “D” de
disciplina. O “R” de responsabilidade. O “I” de capacidade de
Iniciativa.

Não há, na Lei Federal, previsão para pontualidade, mas sim


ASSIDUIDADE.

Questão 10: FUNRIO - Ana (INSS)/INSS/Serviço Social/2009


Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a 32)

O Instituto Nacional de Meio Ambiente Florestal, autarquia federal


vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, em obediência à Portaria
Ministerial, realiza concurso interno (ascensão funcional), restrito aos
seus servidores de nível médio, com vista ao preenchimento de vagas
de nível superior de seu quadro funcional. O concurso interno
constará de provas e do exame de títulos, sendo a banca
examinadora constituída por servidores do Ministério da Fazenda, de
forma a garantir a impessoalidade do certame. O edital do concurso
interno foi publicado no Boletim Interno da Autarquia, sendo aberto
um prazo de 15 (quinze) dias para as inscrições, mediante a
comprovação do término de graduação de nível superior,
recolhimento de taxa, fixada em R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais)
e a assinatura de termo de compromisso de que o candidato, caso
logre êxito, irá tomar posse no novo cargo.

Com relação ao procedimento em questão, é correto afirmar que

a) o concurso a ser realizado é irregular, somente pelo fato de não


ter havido a publicação do edital no Diário Oficial da União e pelo fato
de o prazo de inscrição ser inferior a 30 (trinta) dias.
b) o concurso a ser realizado é regular, uma vez que autorizado pela
Autoridade Ministerial, sendo dispensável, em face de sua natureza, a
publicação no Diário Oficial.
c) o concurso a ser realizado é irregular, uma vez que o Supremo
Tribunal Federal, em Ação Direta de Inconstitucionalidade, considerou
inconstitucional a ascensão funcional, através de concurso interno.
d) o concurso a ser realizado somente será regular, se o ato da
Autoridade Ministerial for homologado pela Presidência da República,
por se tratar de ato administrativo complexo.
e) o concurso é irregular, uma vez que em certames dessa natureza,
não tem cabimento a realização da verificação de títulos.

A resposta é letra C.

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A Lei 8.112, de 1990, prevê a realização de concursos públicos, de


provas ou provas e títulos, para a assunção originária de cargos
públicos. Com outras palavras, a nomeação [forma de provimento
originária] em cargos efetivos depende da aprovação prévia em
concurso público.

No caso concreto, perceba que o concurso interno tem por objetivo


burlar o princípio do concurso público.

Esse procedimento foi banido da Lei 8.112, de 1990. Referia-se à


ascensão funcional. Esta, inclusive, foi declarada inconstitucional pelo
STF, ao lado da transferência.

Questão 11: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Contratação Direta (dispensa e inexigibilidade)
O Prefeito do município do Rio de Janeiro decide contratar o cantor e
compositor Roberto Carlos para realizar um show na Praia de
Copacabana por ocasião do reveillon de 2009. O artista em questão,
quando convidado, concorda em fazer o show cobrando metade do
preço que recebe usualmente para se apresentar, o que totaliza a
remuneração de duzentos e cinqüenta mil reais. Considerando tal
situação, assinale a alternativa correta:

a) a Prefeitura do Rio de Janeiro pode contratar o artista por esse


cachê, sendo dispensável nessa hipótese a licitação.
b) Tendo em vista o valor do cachê cobrado, a prefeitura deverá fazer
a licitação na modalidade carta convite para contratar o artista.
c) Tendo em vista o valor do cachê cobrado, a prefeitura deverá fazer
a licitação na modalidade tomada de preços para contratar o artista.
d) Tendo em vista o valor do cachê cobrado, a prefeitura somente
poderá pagar o cachê com dinheiro de empresas privadas que
aceitarem patrocinar o evento.
e) a Prefeitura do Rio de Janeiro pode contratar o artista por esse
cachê, sendo inexigível nessa hipótese prévia licitação.

A resposta é letra E.

É o que prevê o inc. III do art. 25 da Lei 8.666, de 1993. Abaixo:

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de


competição, em especial:

(...)

III - para contratação de profissional de qualquer setor


artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
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desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião


pública.

A banca abordou um quesito bastante interessante. Na


inexigibilidade, há inviabilidade de competição, e, por isso, no senso
comum, corre a ideia de que não há balizamento de preços. Ocorre
que a jurisprudência dos Tribunais e a doutrina registram que,
tratando-se de contratação direta, por inexigibilidade, a
Administração deve se pautar nos preços que o profissional trabalha
com os particulares em geral.

Questão 12: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Pregão eletrônico
A respeito da modalidade de licitação pregão eletrônico, assinale a
alternativa correta.

a) O pregão na forma eletrônica não se aplica na modalidade de


licitação do tipo menor preço.
b) Pode ser utilizado o pregão na forma eletrônica para a contratação
de obras de engenharia, desde que o custo final não ultrapasse cem
mil reais.
c) O pregão na forma eletrônica é uma modalidade de licitação feita
em sessão pública através da internet, na qual os licitantes devem se
credenciar previamente para ter acesso ao sistema.
d) O pregão na forma eletrônica é um meio célere de licitação
pública, não sendo cabível recurso da decisão do pregoeiro quanto à
proposta vencedora.
e) É vedada a participação de empresas estrangeiras bem como de
consórcios de empresas na licitação por pregão eletrônico.

A resposta é letra C.

Ao lado das clássicas modalidades listadas na Lei 8.666, de 1993, a


Lei 10.520, de 2002, previu o Pregão. Essa modalidade licitatória é
utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns,
independentemente dos valores envolvidos.

O pregão pode ser presencial ou eletrônico. O presencial, como o


próprio nome já denuncia, é a modalidade realizada com a presença
física dos contendores. A forma eletrônica, por sua vez, é uma
modalidade de licitação feita em sessão pública através da internet,
na qual os licitantes devem se credenciar previamente para ter
acesso ao sistema.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

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Na letra A, no pregão, o critério de julgamento é sempre o menor


preço.

Na letra B, o pregão é vedado para obras, admitindo-se para alguns


SERVIÇOS de engenharia.

Na letra D, no pregão, é cabível recurso, porém só depois da decisão


do Pregoeiro.

Na letra E, se o Edital for expresso, admite-se a participação de


empresas estrangeiras bem como de consórcios de empresas.

Questão 13: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Pregão eletrônico
A modalidade de licitação pregão, na forma eletrônica, destina-se à
aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito da União, e
submete-se ao regulamento estabelecido no Decreto nº 5420/05.
Subordinam-se ao disposto nesse Decreto, além dos órgãos da
administração pública federal direta, os fundos especiais, as
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e as demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União. Assim, sobre pregão eletrônico, é
correto afirmar que:
a) para o julgamento das propostas, serão fixados critérios objetivos
que permitam aferir o melhor técnica, devendo ser considerados os
prazos para a execução do contrato e do fornecimento, as
especificações técnicas, os parâmetros mínimos de desempenho e de
qualidade e as demais condições definidas no edital.
b) o pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do
tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento
de bens ou serviços comuns for feita à distância em sessão pública,
por meio de sistema que promova a comunicação pela internet.
c) a licitação na modalidade de pregão é condicionada aos princípios
básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,
publicidade, eficiência, probidade administrativa, contudo é
considerado por sua especificação desvinculado ao instrumento
convocatório e do julgamento objetivo, bem como aos princípios
correlatos da razoabilidade, competitividade e proporcionalidade.
d) a licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, se aplica
às contratações de obras de engenharia, bem como às locações
imobiliárias e alienações em geral.
e) os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma
eletrônica, têm direito público subjetivo à fiel observância do
procedimento estabelecido nesse Decreto, podendo qualquer
interessado acompanhar o seu desenvolvimento em tempo real, por
meio da internet, mediante requerimento a autoridade competente.

A resposta é letra B.
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Ao lado das clássicas modalidades listadas na Lei 8.666, de 1993, a


Lei 10.520, de 2002, previu o Pregão. Essa modalidade licitatória é
utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns,
independentemente dos valores envolvidos.

O pregão pode ser presencial ou eletrônico. O presencial, como o


próprio nome já denuncia, é a modalidade realizada com a presença
física dos contendores. A forma eletrônica, por sua vez, é uma
modalidade de licitação feita em sessão pública através da internet,
na qual os licitantes devem se credenciar previamente para ter
acesso ao sistema.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, o erro é que, para o julgamento das propostas, o critério


utilizado, no pregão, é sempre o menor preço. Perceba que a banca
alude à melhor técnica.

Na letra C, o Decreto Federal 3.555, de 2000, faz referência


expressa à vinculação ao instrumento convocatório e julgamento
objetivo. E não poderia ser diferente. O pregão é licitação. Ademais,
há alusão aos princípios da celeridade e competitividade.

Na letra D, nos termos do Decreto Federal, a licitação na modalidade


de pregão, na forma eletrônica, NÃO se aplica às contratações de
obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações
em geral.

Na letra E, o desenvolvimento em tempo real é franqueado pelo


gestor do sistema para os participantes. Os cidadãos, em geral,
podem ter acesso aos documentos físicos.

Questão 14: FUNRIO - PRF/PRF/2009


Assunto: Remoção, redistribuição e substituição (Lei 8.112 – arts.
36 a 39)

Mário Manoel, aprovado em concurso público para cargo de Agente,


no âmbito da Polícia Rodoviária Federal, foi lotado, em 21/07/2004,
para exercer atividades fixadas em Regulamento, em rodovia federal
no Estado do Rio de Janeiro. Em 21/07/2006, requereu sua remoção,
visando obter nova lotação, apresentando como motivação a
proximidade de seu domicílio.

Levando em conta os fatos narrados, pode-se afirmar acerca da


alteração de lotação do servidor da Polícia Rodoviária Federal que o
requerimento

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a) não poderá ser atendido na medida em que, apesar de satisfeito o


lapso temporal inicial, referente à primeira lotação, o processo de
remoção dar-se-á através de concurso de remoção, de permuta ou
pelo interesse da administração.
b) poderá ser acolhido, uma vez que o Agente permaneceu em sua
primeira lotação por um período mínimo de 2 (dois) anos exercendo
atividades de natureza estritamente operacional voltadas ao
patrulhamento ostensivo e à fiscalização de trânsito compatíveis com
a sua experiência e aptidões, e a permuta é formalizada através de
simples petição.
c) somente poderá ser acolhido se, no Edital do Concurso Público
estiver prevista a possibilidade de requerimento de remoção, fixando,
igualmente o prazo referente à primeira lotação.
d) não poderá ser acolhido, uma vez que o tempo mínimo da primeira
lotação do Agente é de 3 (três) anos exercendo atividades de
natureza estritamente operacional voltadas ao patrulhamento
ostensivo e à fiscalização de trânsito compatíveis com a sua
experiência e aptidões.
e) poderá ser acolhido, se ficar evidenciada a existência de vaga no
local para onde o servidor pretende obter nova lotação, caso em que
a mesma pode ser processada através de requerimento dirigido à
Chefia Imediata para fins de trâmite e anotação nos
assentamentos funcionais.

A resposta é letra D.

Essa é uma questão que trata da legislação específica.

Dispõe o art. 3º, §4º, da Lei 9.654, de 1998:

Art. 3o O ingresso nos cargos da carreira de que trata esta Lei


dar-se-á mediante aprovação em concurso público, constituído
de duas fases, ambas eliminatórias e classificatórias, sendo a
primeira de exame psicotécnico e de provas e títulos e a
segunda constituída de curso de formação.

(...)

§ 4o O ocupante do cargo de Policial Rodoviário Federal


permanecerá preferencialmente no local de sua primeira lotação
por um período mínimo de 3 (três) anos exercendo atividades
de natureza operacional voltadas ao patrulhamento ostensivo e
à fiscalização de trânsito, sendo sua remoção condicionada a
concurso de remoção, permuta ou ao interesse da
administração.

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Questão 15: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Vencimento, Remuneração e Teto Remuneratório
Sobre vencimentos e remuneração do servidor público pode-se
afirmar o que segue.

a) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo


público, com valor fixado em lei.
b) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
público, sem valor fixado em lei.
c) Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, deduzido das
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
d) Remuneração é a retribuição do cargo efetivo, deduzido das
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
e) Vencimento é a retribuição pecuniária na forma de remuneração.

A resposta é letra A.

O vencimento é a retribuição pecuniária recebida pelo servidor


em razão do exercício de cargo público, com valor fixado em lei
(art. 40 da Lei 8.112/1990). Corresponde, portanto, à parcela
básica devida ao servidor pelo exercício do cargo.

Por sua vez, vencimentos, assim, no plural, é a “espécie de


remuneração, e corresponde à soma do vencimento e das
vantagens pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária devida
ao servidor pelo exercício do cargo público”. Esta definição, dada pelo
Prof. Hely Lopes, em muito se aproxima do que a Lei 8.112/90
estabelece como remuneração, em seu art. 40:

“Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido


das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em
lei”.

Acrescento que, de acordo com a Lei 8.112, de 1990, o vencimento


do servidor pode ser inferior ao salário-mínimo. O que não pode
ser inferior ao mínimo é a REMUNERAÇÃO. A questão é simples
quando se vê a redação do art. 41 da Lei 8.112/1990:

§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração


inferior ao salário mínimo.

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A redação, diga-se, incorpora jurisprudência assentada no STF.


Durante muito tempo houve discussão se o vencimento ou a
remuneração, afinal o que não poderia ser inferior ao salário mínimo.

Questão 16: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Vencimento, Remuneração e Teto Remuneratório
No âmbito da legislação do servidor público, não está prevista a
possibilidade de instituição de incentivo funcional na forma de:

a) elogios.
b) diplomas de honra ao mérito.
c) concessão de medalhas.
d) pagamento de horas-extras.
e) condecoração.

O gabarito foi letra D.

Acredito que ninguém tenha entrado com recurso. Perceba, pelo


enunciado, que incentivo “não previsto” na legislação. Ocorre que,
entre as alternativas, quatro não têm previsão, e apenas horas-
extras são listadas.

Referência legislativa (Lei 8.112, de 1990):

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com


acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para


atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o
limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

Questão 17: FUNRIO - Ana (INSS)/INSS/Serviço Social/2009


Assunto: Das indenizações (Lei 8.112 - arts. 51 a 60)
No que se refere aos requisitos para a concessão de auxílio-moradia
ao servidor público federal, na forma da Lei nº 8112/90, é correto
afirmar o que segue:
a) o cônjuge ou companheiro do servidor ocupe imóvel funcional.
b) o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar
cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, níveis 3, 4, 5 e 6, de Natureza
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes.
c) exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor.

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d) o deslocamento tenha sido por força de alteração de lotação ou


nomeação para cargo efetivo.
e) o servidor não domiciliado ou residindo no Município, nos últimos
doze meses, onde for exercer o cargo em comissão ou função de
confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro
desse período.

A resposta é letra E.

A Lei 8.112, de 1990, prevê quatro indenizações: diárias, ajuda de


custo, auxílio transporte e auxílio moradia.

O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas


comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia
ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no
prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor. Na
esfera Federal, o auxílio é, vulgarmente, chamado de ressarcimento
de moradia funcional.

São requisitos para a concessão de auxílio-moradia:

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo


servidor;

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel


funcional;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou


tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou
promitente cessionário de imóvel no Município aonde for
exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem
averbação de construção, nos doze meses que antecederem a
sua nomeação;

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IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba


auxílio-moradia;

V - o servidor tenha se mudado do local de residência para


ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou


função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58,
§ 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do
servidor;

VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido


no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o
cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-
se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração


de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.

Perceba que a alternativa “E” confere com o requisito do inc. VII.

Questão 18: FUNRIO - PRF/PRF/2009


Assunto: Do regime disciplinar (Lei 8.112 - arts. 116 a 142)
Servidor público federal, localizado em autarquia federal, após
responder a processo administrativo disciplinar, por ser cotista de
Sociedade Comercial, sendo que a função de gerente era exercida por
sua esposa, vem a ser demitido, em face da participação no quadro
societário de sociedade privada comercial.

Em face do narrado, é correto afirmar que

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a) a participação como cotista em sociedade comercial não é vedada,


em tese, ao servidor público, desde que previamente autorizada em
processo administrativo específico.
b) a participação como cotista em sociedade comercial é vedada ao
servidor público, sendo punida com pena de demissão.
c) a participação como cotista em sociedade comercial não é vedada
ao servidor público, desde que inexista vínculo familiar com o
gerente, caso em que é aplicável a pena de demissão.
d) a participação como cotista em sociedade privada, gerenciada por
familiar, é vedada ao servidor público, sendo punida com pena de
advertência.
e) a participação como cotista em sociedade comercial não é vedada,
em tese, ao servidor público.

A resposta é letra E.

A questão é relativamente simples.

O inc. X do art. 117 da Lei 8.112, de 1990, proíbe ao servidor


participar de gerência ou administração de sociedade privada,
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário.

Perceba, no caso concreto, que o servidor público não exerce a


função de gerência, não havendo, em tese, vedação de participar da
sociedade.

Questão 19: FUNRIO - PRF/PRF/2009


Assunto: Do regime disciplinar (Lei 8.112 - arts. 116 a 142)

Juventino é servidor público federal da carreira de policial rodoviário


federal. Após cumprir dois anos e onze meses de atividades nas
atribuições do cargo da classe de agente, executando as tarefas de
natureza operacional, principalmente as voltadas para o
patrulhamento ostensivo e a fiscalização de trânsito; e já em via de
receber sua progressão funcional legal para outro padrão, além da
estabilidade funcional, recebe para transferir sua experiência outro
policial da carreira, Orozimbo, que irá substituí-lo, pois o local de sua
lotação também seria modificado. Passados alguns dias ambos se
tornam cordiais colegas de profissão e, achando-se cansados, se
sentam para um pequeno descanso durante o serviço. Um veículo
que trafegava pelo acostamento da via pública em alta velocidade
acaba não sendo autuado por Juventino.

Neste caso, Orozimbo agiu de que forma?

a) Com inaptidão.
b) Com desídia.

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c) Com incompetência.
d) Com presunção de não culpabilidade.
e) Com inassuidade.

A resposta é letra B.

Vamos por eliminação.

A inaptidão é a falta de habilidade para o exercício das funções. Ou


seja, o servidor pode até desejar realizar o interesse público, mas
não conta com os pressupostos necessários. No caso concreto,
Orozimbo agiu intencionalmente, não sendo o caso de atribuir-lhe,
portanto, a simples inaptidão.

A incompetência é quando as atribuições não estão compreendidas no


círculo de poderes do servidor. Perceba que, no caso concreto,
Orozimbo é agente competente, mas, por desleixo, deixa de cumprir
a finalidade pública.

A inassiduidade dá-se quando o servidor deixa de comparecer ao


serviço. No caso concreto, o servidor compareceu, mas não cumpriu
com o interesse público.

A letra “D” é a falta de criatividade da banca. Ausência de


culpabilidade?!

Chegamos, por exclusão, à letra “B”. A desídia administrativa


significa o pouco caso, o desleixo, a falta de zelo na condução da
coisa pública. No caso concreto, o servidor simplesmente ignorou o
interesse público, cabendo, se for o caso, a abertura de processo
administrativo, tendente à demissão.

Questão 20: FUNRIO - Ana (INSS)/INSS/Serviço Social/2009


Assunto: Do regime disciplinar (Lei 8.112 - arts. 116 a 142)
Em relação a que condutas, nos termos da Lei nº 8112/90, é
aplicável a pena de demissão ao servidor público federal?

a) À ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, mesmo que


em legítima defesa; improbidade administrativa.
b) À incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo.
c) À acumulação ilegal de cargos públicos, excetuado em fundações e
sociedades de economia mista; corrupção ativa ou passiva.
d) À atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o terceiro grau, e de cônjuge ou
companheiro; procedimento de forma desidiosa.

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e) À participação de gerência ou administração de sociedade privada,


personificada ou não-personificada, exercício do comércio na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; recebimento de
propina, em razão de suas atribuições.

A resposta é letra B.

É o que prevê os incs. V e IX do art. 132 da Lei 8.112, de 1990:

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

(...)

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

(...)

IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do


cargo;

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, o erro é que a legítima defesa é uma das excludentes de


ilicitude, não comportando, assim, a penalidade de demissão.

Na letra C, a vedação à acumulação de cargos alcança, inclusive, as


fundações e as empresas governamentais (sociedades de economia
mista e empresas públicas).

Na letra D, o erro é bem sutil. A Lei 8.112, de 1990, autoriza a


atuação perante as repartições para a defesa de interesses de
parentes, porém até o 2º Grau.

Na letra E, o erro é que a Lei permite a participação nas empresas


na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.

Questão 21: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Do processo administrativo disciplinar (Lei 8.112 - arts.
143 a 182)
Considerando o regime estabelecido pela lei 8112/90 para o processo
administrativo disciplinar do servidor público federal, assinale a
alternativa correta:
a) A penalidade de advertência ou suspensão de até trinta dias ao
servidor público pode ser aplicada após sindicância não sendo
necessária a instauração de processo disciplinar.

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b) O servidor público efetivo que tiver adquirido estabilidade só


poderá ser demitido do serviço público em virtude de sentença
judicial transitada em julgado.
c) É assegurado ao servidor constituir procurador para acompanhar a
produção das provas no processo administrativo disciplinar sendo-lhe
vedado arrolar testemunhas.
d) Após o indiciamento, o servidor será obrigatoriamente afastado do
exercício do cargo, pelo prazo improrrogável de 60 dias, sem prejuízo
da remuneração.
e) Até o óbito do servidor, o processo disciplinar pode ser revisto na
hipótese de surgirem novos fatos que indiquem sua inocência ou a
inadequação da pena aplicada.

A resposta é letra A.

As sindicâncias e os PADs podem ser entendidos como os


instrumentos administrativos destinados a apuração das eventuais
infrações cometidas por servidores públicos, desde que tais
infrações sejam praticadas no exercício das atribuições do cargo
ou relacionadas a estas.

Em regra, a sindicância constitui mero procedimento


investigatório, equivalente ao inquérito policial, sem a
formalização de acusação. Contudo, a Administração pode vir a
aplicar penalidade a servidor por meio de sindicância. Mas, para
tanto, deve abrir ao implicado prazo para apresentação de defesa. A
sindicância difere do inquérito policial neste aspecto: neste
último, o investigado não pode ser punido NO inquérito; já na
sindicância, o investigado pode acabar vindo a sofrer punição no
processo em si.

Normalmente, a sindicância é instaurada para apuração de


infrações de menor gravidade, que impliquem aplicações de penas
de advertência ou de suspensão, esta com prazo de até 30 dias.
Não cabe tal tipo de processo, portanto, para aplicação da pena de
demissão ao servidor. A sindicância é vista pela doutrina como um
processo mais célere e simples que o PAD.

Os resultados possíveis da sindicância:

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I) arquivamento do processo;

II) aplicação direta das penalidades de advertência ou de


suspensão de até 30 dias; e,

III) instauração de PAD, quando for o caso da aplicação de


penalidade mais grave. Nesta última hipótese, os autos (documentos)
da Sindicância integrarão o PAD, como peça informativa daquele.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra B, além da sentença judicial, o servidor público estável


pode perder o cargo por: decisão administrativa, avaliação periódica
de desempenho, nos termos de Lei Complementar, e excesso de
despesas, nos termos do art. 169 da CF.

Na letra C, o art. 156 da Lei 8.112, de 1990, admite o arrolamento


de testemunhas. Vejamos:

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o


processo pessoalmente ou por intermédio de procurador,
arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova
pericial.

Na letra D, o afastamento preventivo – que ocorre por 60 dias,


prorrogável por igual período – é medida de natureza não punitiva,
em que o servidor ficará afastado, mas sem perder suas vantagens
(remuneração). O erro é que o afastamento fica a critério da
Administração.

Na letra E, o erro é que a revisão poderá ser efetuada a qualquer


tempo. Em caso de falecimento, qualquer pessoa da família poderá
requerer a revisão do processo, nos termos do §1º do art. 174 da Lei
8.112, de 1990.

Questão 22: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Sujeitos: ativo e passivo (Lei 8.429 - arts. 1º a 8º)
A respeito do regime legal da improbidade administrativa praticada
por agentes públicos, instituído pela lei nº 8.492/92, analise as
afirmativas a seguir e assinale a opção correta.

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I. Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da


legalidade estrita ou da tipicidade, sendo vedada a responsabilização
do servidor por ato que não esteja descrito na lei de regência.
II. Só é considerado agente público para os efeitos da lei nº
8.492/92 o servidor que exerça cargo emprego ou função pública na
administração pública direta, com vínculo efetivo e mediante
pagamento de remuneração.
III. Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público
ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
IV. Constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito, dentre outros previstos na lei nº 8.429,
receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a
que esteja obrigado.
a) Estão corretas apenas as afirmativas III e IV.
b) Estão corretas apenas as afirmativas II e IV.
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III.
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e II.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

O gabarito preliminar foi letra “A”. No entanto, a questão foi anulada.

Item I - INCORRETO. Para a doutrina majoritária, as condutas


previstas na Lei 8.429, de 1992, são exemplificativas. Por exemplo: o
caput do art. 9º da Lei prevê: “Constitui ato de improbidade
administrativa importando enriquecimento ilícito (...) e
notadamente”. O “notadamente” traduz-nos a natureza não fechada
do rol. Esse é o posicionamento, por exemplo, de Maria Sylvia.
Vejamos:

Embora a lei, nos três dispositivos, tenha elencado um rol de


atos de improbidade, não se trata de enumeração taxativa, mas
meramente exemplificativa. Ainda que o ato não se enquadre
em uma das hipóteses previstas expressamente nos vários
incisos dos três dispositivos, poderá ocorrer improbidade
sancionada pela lei, desde que enquadrada no caput dos artigos
9º, 10 ou 11. Nos três dispositivos, aparece a descrição da
infração seguida da expressão e notadamente, a indicar a
natureza exemplificativa dos incisos que se seguem.

Item II - INCORRETO. O conceito de agente público, contido na Lei


8.429, de 1992 [art. 2º], é amplo. Além dos servidores de vínculo
efetivo, a Lei alcança, por exemplo, os comissionados e os
temporários.

Item III - CORRETO. É o que prevê o art. 7º da Lei:


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Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao


patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a
autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos
bens do indiciado.

Item IV - CORRETO. É o que prevê o inc. X do art. 9º da Lei de


Improbidade:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, e notadamente:

(...)

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado;

Não conheço os motivos da anulação. Como o entendimento do item I


não é unânime, e as bancas não costumam indicar bibliografia, em
razão da divergência, a ilustre banca deve ter optado pela anulação.

Questão 23: FUNRIO - PRF/PRF/2009


Assunto: Dos atos de improbidade (Lei 8.249 - arts. 9º a 11)

Diretor de Administração de autarquia federal formaliza contrato para


reforma de elevadores do ente público, sem proceder a prévio
procedimento licitatório, esclarecendo que a empresa contratada é a
única capaz de efetuar o serviço.

Uma vez reconhecida a nulidade da contratação, é correto afirmar,


sob ponto de vista administrativo, que a conduta mencionada
constitui

a) conduta administrativa imune à punição.


b) probidade administrativa.
c) improbidade penal.
d) improbidade culposa civil.
e) improbidade administrativa.

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A resposta é letra E.

Quando as empresas são fornecedoras exclusivas, há uma série de


requisitos legais a serem cumpridos para a declaração de
inexigibilidade da licitação, nos termos do art. 25 da Lei 8.666, de
1993.

No caso concreto, todavia, o gestor, sem cumprir as devidas


formalidades, selecionou a empresa de manutenção. Incorre, nesse
caso, em ato de improbidade, nos termos do inc. VII do art. 10 da Lei
de Improbidade. Vejamos:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa


lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

(...)

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou


dispensá-lo indevidamente;

Questão 24: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Do processo administrativo e judicial (Lei 8.429 - arts. 14 a
18)
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar
a prática de ato de improbidade. Com relação a improbidade
administrativa prevista na lei nº 8429/92, é INCORRETO afirmar que

a) a autoridade administrativa rejeitará a representação, em


despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades legais.
Contudo, a rejeição não impede a representação ao Ministério
Público.
b) atendidos os requisitos da representação, a autoridade
determinará a imediata apuração dos fatos que, tratando-se de
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, tratando-se de
servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos
disciplinares.
c) havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão
representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para
que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens
do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado
dano ao patrimônio público.

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d) a comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e


ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento
administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. O
Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a
requerimento, designar representante para acompanhar o
procedimento administrativo.
e) a representação, que somente poderá ser escrita, conterá a
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

A resposta é letra E.

Dispõe o art. 14 da Lei 8.429, de 1992:

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade


administrativa competente para que seja instaurada
investigação destinada a apurar a prática de ato de
improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e


assinada, conterá a qualificação do representante, as
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas
de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em


despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades
estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22
desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade


determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando
de servidores federais, será processada na forma prevista
nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.

Perceba que a representação pode ser apresentada verbalmente,


mas, nesse caso, deverá ser reduzida a termo e assinada.

Os demais itens estão corretos. Abaixo:

Na letra A, é o que prevê o §2º do art. 14.

Na letra B, é o que determina o §3º do art. 14.

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Na letra C, é o que prevê o art. 16 da Lei. Vejamos:

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a


comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria
do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

Na letra D, prevê o art. 15 da Lei:

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao


Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática
de ato de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho


de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
acompanhar o procedimento administrativo.

Questão 25: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Convênios Administrativos
O Decreto nº 6170/07 regulamenta os convênios, contratos de
repasse e termos de cooperação celebrados pelos órgãos e entidades
da administração pública federal com órgãos ou entidades públicas ou
privadas sem fins lucrativos, para a execução de programas, projetos
e atividades de interesse recíproco que envolvam a transferência de
recursos oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da
União. Nesse sentido, é correto afirmar que:
a) é permitida a celebração de convênios e contratos de repasse com
entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente
agente político de Poder ou do Ministério Público, dirigente de órgão
ou entidade da administração pública de qualquer esfera
governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau.
b) as entidades privadas com ou sem fins lucrativos que pretendam
celebrar convênio ou contrato de repasse com órgãos e entidades da
administração pública federal deverão realizar cadastro prévio no
Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse − SICONV
−, conforme normas do órgão central do sistema.
c) é vedada a celebração de convênios e contratos de repasse com
órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, cujo valor seja inferior a R$
100.000,00 (cem mil reais).

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d) a celebração de convênio com entidades privadas sem fins


lucrativos deverá ser obrigatoriamente precedida de chamamento
público, a critério do órgão ou entidade concedente, visando à
seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz o objeto do
ajuste.
e) poderá ser dada publicidade ao chamamento público,
especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do
sítio oficial do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos
Convênios.

A resposta é letra C.

Abre-se um parêntese para esclarecer que, tratando-se de recursos


públicos, de natureza reconhecidamente escassa, o repasse de
verbas, mediante tais ajustes, deve ser precedido de algumas
cautelas. Nesse contexto, o Decreto 6.170, de 2007, cria algumas
barreiras de celebração. O aludido ato normativo veda, por exemplo,
a celebração de convênios com órgãos e entidades da administração
pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios
cujo valor seja inferior a R$ 100.000,00 ou, no caso de execução de
obras e serviços de engenharia, exceto elaboração de projetos de
engenharia, nos quais o valor da transferência da União seja inferior
a R$ 250.000,00.

A ideia do Executivo é evitar o “picotamento” do repasse em


pequenos valores, e, por conseguinte, dificultando o trabalho dos
órgãos de controle, bem como a fiscalização pelo concedente ou
contratante. Explico.

Os órgãos de controle costumam balizar os trabalhos de fiscalização


segundo a materialidade dos recursos, afinal o número de servidores
(fiscais) é sempre menor do que o trabalho a ser realizado. Por
curiosidade, acrescento que a Controladoria Geral da União efetua
sorteio, de tal sorte a “premiar” na fiscalização Municípios que
recebem ínfimos recursos federais, os quais, a priori, não seriam
nunca selecionados segundo a materialidade.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, o Decreto Federal veda a celebração de convênios e


contratos de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos que
tenham como dirigente agente político de Poder ou do Ministério

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Público, dirigente de órgão ou entidade da administração pública de


qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou
companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o segundo grau.

Na letra B, o erro é que a celebração de convênios dá-se, conforme


o caso, com entidades privadas sem fins lucrativos.

Na letra D, sabemos que havendo pluralidade de


“fornecedores”, é dever de o Estado licitar. Acontece que a Lei
8.666, de 1993, aplica-se só tangencialmente aos convênios
administrativos, não sendo imposta, na espécie, a realização de
modalidade prévia de licitação, como concorrência, concurso ou
pregão, por exemplo. Mas isso não significa dizer que as entidades
serão escolhidas ao bel-prazer do Estado. Sobre o tema, vejamos o
art. 4º do Decreto:

Art. 4o A celebração de convênio ou contrato de repasse com


entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de
chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade
concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que
tornem mais eficaz o objeto do ajuste.

O chamamento público não é, propriamente, uma nova modalidade


de licitação. É uma excelente e séria forma de seleção de entidades
privadas, pois baseado em critérios objetivos hábeis à aferição da
qualificação técnica e capacidade operacional do convenente. Trata-se
da escolha dos melhores projetos. Nada mais justo! Escolha da
entidade privada com vasta experiência [3 ou mais anos], ajustada,
em todo caso, aos ideários do Estado.

Então qual é o erro da questão?

É que o Decreto ressalva algumas situações em que o Ministro de


Estado ou o dirigente máximo da entidade da administração pública
federal poderá, mediante decisão fundamentada, excepcionar a
exigência do chamamento público, como, por exemplo:

I - nos casos de emergência ou calamidade pública, quando


caracterizada situação que demande a realização ou

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manutenção de convênio ou contrato de repasse pelo prazo


máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos,
contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação da vigência do instrumento [perceba que o prazo
de 180 dias, improrrogável, é idêntico àquele da
contratação emergencial da Lei 8.666, de 1993];

Na letra E, à semelhança dos instrumentos convocatórios [edital e


convite], existe a necessidade de publicidade do chamamento. Nos
termos do §1º do art. 4º:

§ 1o Deverá ser dada publicidade ao chamamento público,


inclusive ao seu resultado, especialmente por intermédio da
divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão ou
entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios
[perceba que o Decreto não faz alusão ao prazo mínimo
ou máximo de publicidade].

O erro, portanto, é que é um DEVER para o Poder Público. O quesito


menciona “poderá ser”.

Questão 26: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999)
Nos termos da lei 9784/99, nos processos administrativos, serão
observados, entre outros, os seguintes critérios, exceto a:

a) divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as


hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
b) adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado
grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.
c) interpretação da norma administrativa da forma que melhor
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
d) adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público.
e) vedação da impulsão de ofício do processo administrativo, a fim de
preservar a imparcialidade da autoridade que o preside.

A resposta é letra E.

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Dispõe o inc. XII do art. 2º da Lei de Processo Administrativo Federal:

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem


prejuízo da atuação dos interessados;

Trata-se do princípio do impulso oficial. Perceba que esse princípio


não está citado no caput do art. 2º. Mas é unânime na doutrina que,
nos processos administrativos, o impulso do processo, ainda
que provocado pelo particular, compete à Administração, uma vez
que esta tem o dever de tutelar o interesse público, independente
do interesse daquele particular responsável pela “provocação”
que resultou na instauração do processo administrativo.

Acrescento que, nos processos ocorridos no âmbito judicial, o


impulso processual, de regra, é de incumbência das partes, as
quais devem tomar providências para a movimentação do processo,
restando graves consequências para a parte que permaneça inerte.

Questão 27: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999)
A respeito do regime legal do processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, assinale a opção correta.

a) No processo administrativo, o interessado poderá, na fase


instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e
pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
b) Os atos do processo administrativo devem respeitar formalidade
solene, sob pena de nulidade, exceto quando a lei expressamente o
dispensar.
c) A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, sendo
expressamente vedada a delegação de competência.
d) A autoridade responsável pelo processo administrativo deve
franquear aos interessados pedido de diligências pertinentes à
tomada de decisão, não podendo, contudo realizar atividades de
instrução de ofício.
e) Das decisões administrativas cabe recurso tão somente quanto às
razões de legalidade. É vedado à segunda instância administrativa
reexaminar a decisão impugnada quanto às razões de mérito.

A resposta é letra A.

Dispõe o art. 38 da Lei 9.784, de 1999:

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Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da


tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer
diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à
matéria objeto do processo.

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na


motivação do relatório e da decisão.

§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão


fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando
sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra B, o art. 22 da Lei 9.784/1999 indica que os atos do


processo administrativo não dependem de forma determinada
senão quando a lei expressamente a exigir. Há, portanto, um
“formalismo moderado” ou “informalismo” para a Administração, o
que significa dizer que a Administração não deve se apegar a regras
sacramentais, mas sim buscar as melhores soluções para o
atendimento dos interesses públicos.

Na letra C, de fato a competência é irrenunciável. Porém, admite-se


a delegação do exercício da competência. Acrescento que a Lei, no
entanto, veda a delegação em três momentos, são eles: competência
exclusiva, edição de atos de caráter normativo, e decisão de recursos
administrativos.

Na letra D, como sobredito, vigora, no processo administrativo, o


princípio do impulso oficial, de tal sorte que a autoridade pode
realizar atividades de instrução de ofício.

Na letra E, nos termos do art. 56 da Lei, das decisões


administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.

Questão 28: FUNRIO - AnaTA MDIC/MDIC/2009


Assunto: Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999)
Servidor público federal aposentado morre sem deixar esposa nem
filhos. Sabendo dessa circunstância, sua antiga empregada falsifica
uma certidão de casamento, habilita-se perante a Administração
como sua esposa, e tem deferido o direito ao pagamento de pensão
por morte. Passados dez anos, a falsidade é descoberta.
Considerando tais fatos, assinale a alternativa correta.

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a) A administração não poderá anular o ato de concessão da pensão


por morte, pois a decadência administrativa é de cinco anos a partir
da percepção do primeiro pagamento da pensão.
b) A administração poderá revogar o ato de concessão da pensão por
morte dentro do prazo decadencial de quinze anos, pois presentes
motivos de conveniência e oportunidade.
c) A administração não poderá anular o ato de concessão da pensão
por morte em razão da decadência, mas poderá revogá-lo a qualquer
tempo.
d) A administração não poderá anular nem revogar o ato de
concessão da pensão por morte, em razão do direito adquirido da
beneficiada.
e) A administração poderá anular o ato de concessão da pensão por
morte, pois não corre o prazo de decadência administrativa no caso
de comprovada má-fé.

A resposta é letra E.

Simples leitura do art. 54 da Lei de Processo Administrativo Federal.


Vejamos:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Decai em 5 anos o Direito de a Administração anular seus próprios


atos. Porém, no caso concreto, a empregada agiu com má-fé,
abrindo-se a possibilidade de anulação por parte da Administração.

Questão 29: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999)
A lei nº 9.784/99 regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal. Sobre o processo administrativo, é
INCORRETO afirmar que:
a) os preceitos dessa Lei não se aplicam aos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
administrativa.
b) a Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
c) os atos do processo administrativo não dependem de forma
determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
d) os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário
normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
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e) o órgão competente perante o qual tramita o processo


administrativo determinará a intimação do interessado para ciência
de decisão ou a efetivação de diligências.

A resposta é letra A.

A Lei é válida para toda a Administração Direta e Indireta da


União, do Poder Executivo, bem como no desenrolar dos processos
administrativos conduzidos nos demais Poderes, Tribunal de
Contas e Ministério Público. Abaixo, vejamos o que diz o §2º do
art. 1º da Lei:

Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes


Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de
função administrativa.

Em síntese: a Lei 9.784/1999 é válida para a Administração Direta e


Indireta, de todos os Poderes, no que diga respeito aos processos
administrativos federais, não se aplicando automaticamente
para os Estados, Distrito Federal e Municípios.

Os demais itens estão corretos. Vejamos (referências da Lei 9.784,


de 1999):

Letra B,

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Letra C,

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de


forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

Letra D,

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Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,


no horário normal de funcionamento da repartição na qual
tramitar o processo.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os


atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do
procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração.

Letra E,

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo


administrativo determinará a intimação do interessado para
ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

Questão 30: FUNRIO - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2009


Assunto: Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999)
As atividades de instrução destinadas a averiguar e a comprovar os
dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou
mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo
do direito dos interessados de propor atuações probatórias. Quanto à
instrução do processo, é correto afirmar que:
a) os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem
realizar-se do modo menos oneroso para a administração visto que o
administrado poderá vir a pagar custas.
b) quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral
ou particular, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a
parte interessada.
c) os órgãos e entidades administrativas não poderão estabelecer
outros meios de participação de administrados, diretamente ou por
meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.
d) são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por
meios ilícitos.
e) mesmo que necessária à instrução do processo, não poderá haver
audiência de outros órgãos ou entidades administrativas em reunião
conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos
órgãos competentes.

A resposta é letra D.

É o que prevê o art. 30 da Lei 9.784, de 1999. Abaixo:

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Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas


obtidas por meios ilícitos.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

Na letra A, de fato, os atos de instrução que exijam a atuação dos


interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para a
administração. Porém, não há, à semelhança dos processos judiciais,
o dever de pagar custas.

Na letra B, o erro é bem sutil. A consulta pública é um procedimento


administrativo para a captação de ideias dos particulares em geral,
mas se o assunto tiver interesse geral [e não particular, como
afirmado no quesito].

Na letra C, os órgãos e entidades administrativas poderão


estabelecer outros meios de participação de administrados,
diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente
reconhecidas.

Na letra E, a Lei admite a realização de audiência pública. A seguir:

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,


diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência
pública para debates sobre a matéria do processo.

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria


relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de
administrados, diretamente ou por meio de organizações e
associações legalmente reconhecidas.

Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de


outros meios de participação de administrados deverão ser
apresentados com a indicação do procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência


de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser
realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares
ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a
respectiva ata, a ser juntada aos autos.

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