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Os jogos como intervenção no processo de desenvolvimento e aprendizagem

Cíntia Cristina da Fonseca Scofield1


Tatiana Vasques Camelo dos Santos2

Faculdade de Ciências, Educação, Saúde, Pesquisa e Gestão - CENSUPEG

cintia@tremnet.com.br

Resumo
No presente artigo, tem-se como objetivo mostrar o papel do brincar no processo de aprendizagem
concebido na interação com o professor. Esta pesquisa de revisão de literatura buscará realizar
levantamento da produção científica e literária acerca dos temas relacionados ao universo lúdico e seus
desdobramentos, julgando-o relevante para a prática dos diversos profissionais que atuam na área, como
educadores, psicólogos e psicopedagogos. Por fim, promover diálogos sobre as práticas atuais de
atendimento no contexto clínico, estabelecendo considerações passíveis de utilização, uma vez que se
observa o sucesso realizado com atividades lúdicas para atender a demanda das crianças que recebem
esse atendimento. Os jogos são importantes na ação do neuropsicopedagogo, possibilitando à criança o
desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e motoras de forma prazerosa, o que torna essa prática
de grande contribuição para o contexto clínico.

Palavras-chave: Neuropsicopedagogia, jogos e brincadeiras, intervenções clínicas

1. Introdução

O presente artigo tem como objetivo evidenciar o papel do jogo como ferramenta para
avaliação e intervenção, recurso facilitador na aprendizagem de crianças com dificuldade de
aprendizagem, reconhecendo-o como um instrumento de intervenção neuropsicopedagógica
importante no desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional. Serão apresentadas as principais
ideias que o jogo exerce no trabalho do neuropsicopedagogo clínico com o intuito de estimular
estes profissionais a reflexão sobre a utilização do lúdico durante suas sessões.
A utilização dos jogos importantíssimo, tanto para realizar o levantamento hipótese
diagnóstica acerca das limitações e possibilidades do aprendente, como as dificuldades de
aprendizagem da criança com algum transtorno.
A ludicidade é um excelente recurso para o atendimento do neuropsicopedagogo,
usando-o como instrumento de vinculação cognitiva com a aprendizagem.
Os jogos cognitivos são ditos como “um conjunto de jogos variados que trabalham
aspectos cognitivos, propondo a intersecção entre os conceitos de jogos, diversão e cognição”[1].
Concomitantemente, a cognição pode ser entendida como “a aquisição, o
armazenamento, a transformação e aplicação do conhecimento” [2]. Desse modo, acredita-se que

1
Acadêmico do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Neuropsicopedagogia Institucional e Educação
Especial Inclusiva da Faculdade Censupeg;
2
Professora Orientadora dos Cursos de Neuropsicopedagogia da Faculdade Censupeg.
oferecem grande contribuição no desenvolvimento infantil e coloca-se ênfase nos aspectos
cognitivos. Desse modo, acredita-se que oferecem grande contribuição no desenvolvimento
infantil e coloca-se ênfase nos aspectos cognitivos.
A utilização de jogos facilita o trabalho do neuropsicopedagogo clínico oportunizando
o contato com situações do cotidiano das práxis da criança em processo terapêutico pelo fato
dos jogos fornecerem uma linguagem mais acessível e promover uma intervenção menos
cansativo, pois jogando a criança experimenta, inventa, descobre, aprende e confere novas
habilidades, desenvolvendo as competências sócio-emocionais do aprendiz.
O verdadeiro sentido do lúdico no âmbito clínico é proporcionar um trabalho que facilite
a aprendizagem das crianças trazendo mais confiança e conforto para se desenvolver
plenamente. É no jogo que a criança relaciona as ideias com a função corporal". Portanto, é
através do jogo que a criança vai expressar agressão, para adquirir experiência, para controlar
a ansiedade, para estabelecer contatos sociais como integração da personalidade e por prazer [3].

2. Metodologia

A tipologia de estudo utilizada no sentido de contribuir para se assegurar a consecução


do objetivo deste artigo foi de um estudo exploratório, pois os estudos exploratórios permitem
ao investigador aumentar a sua experiência específica, buscando antecedentes, para, em
seguida, planejar pesquisa descritiva ou do tipo experimental.
Para se operacionalizar técnica e instrumentalmente este estudo, se optou por realizar
na presente pesquisa uma revisão de literatura integrativa, através das etapas de Cooper (2010)
acerca dos sete estágios de planejamento de uma meta-análise. Ressalta-se que a busca e análise
dos estudos foi feita por pares, atendendo a recomendação de que cada artigo seja revisado,
independentemente, por mais de um revisor (Medina & Pailaquén, 2010).
Dessa forma, a partir do mês de junho do ano de 2020, foram realizadas buscas por
textos que abordassem os jogos como intervenção no processo de desenvolvimento e
aprendizagem, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em
Saúde - Psicologia Brasil (BVSPSI), Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC), nos
periódicos disponíveis na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no
site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Os critérios de inclusão utilizados para a seleção dos estudos foram textos que: 1)
apresentam referência direta ao tema os jogos como instrumento de intervenção na
aprendizagem; 2) publicados entre os anos de 1999 e 2020; 3) disponíveis em português e
inglês; 4) apresentam a realidade brasileira; 5) possuem referencial teórico da área de
aprendizagem; e 6) trabalham o processo de técnicas para o desenvolvimento e aprendizagem.
Foram desconsiderados estudos em que não apresentaram tema condizente ao objetivo
desta revisão de literatura e textos que não apresentaram o estudo completo e disponível.
Ressalta-se que estudos coincidentes em duas ou mais fontes foram considerados apenas
uma vez.
3. Revisão de Literatura, resultados e apresentação de dados.

3.1- Crianças com dificuldade de aprendizagem

As crianças começam a apresentar DA logo que inseridas no ambiente escolar na fase


de 5 a 6 anos e têm forte impacto sobre a vida dela, de seus familiares e sobre o seu entorno,
pelos prejuízos que acarretam nas áreas do desenvolvimento pessoal e no meio social como
baixo rendimento escolar, agressividades, agitação, falta de concentração entre outros.
Os jogos presentes no diagnóstico clínico podem evidenciar situações positivas para
caracterizar a dificuldade apresentada pela criança. Para um bom atendimento clínico através
dos jogos, podem ser traçados caminhos pelo neuropsicopedagogo para uma investigação no
estilo de aprendizagem do indivíduo ou um acompanhamento de caráter preventivo,
possibilitam um processo de aprendizagem positiva com o ato de aprender através de atividades
lúdicas.
Quando apresentado jogos, a criança envolve raciocínio lógico, memorização,
planejamento, estratégias, análise, concentração que podem apoiar e desenvolver habilidades
importantes que vão auxiliar nos estudos.
Os jogos como instrumentos usados no processo clínico, possibilitam desenvolver para
os atendentes estratégias para alcançar o seu aprendizado e o desenvolvimento de múltiplas
competências e habilidades. Deve-se ter em mente que o jogo é um objeto de estudo e um meio
de ensino, que ocorre os modos de aprender da criança.
O principal objetivo da ludicidade é ajudar a criança com DA, através do brincar a
expressar com maior facilidade os seus conflitos e dificuldades, ajudando-a na sua solução para
que consiga uma melhor integração e adaptação no âmbito social, cognitivo e escolar.
Assim sendo o neuropsicopedagogo com o uso dos jogos compreende a causa, planeja
suas ações de intervenções, e por fim incentiva positivamente as crianças com DA para que
desenvolvam sua autoestima, e consequentemente, seu desenvolvimento cognitivo.

3.2- O jogo como recurso facilitador na aprendizagem no âmbito clínico

O diagnóstico neuropsicopedagógico busca investigar e intervir nos obstáculos que


estão levando o sujeito à situação de não aprender, aprender com lentidão ou com dificuldade.
A atividade com o lúdico proporciona ações avaliativas e interventivas do indivíduo,
com segurança para conseguir estabelecer aos poucos uma relação positiva com a
aprendizagem, além de adquirirem mais confiança nas próprias ações.
Assim o lúdico presente no trabalhar clínico, implicam na criança uma transição no
campo perceptivo para uma nova situação a ser vivenciada, criando vínculo, interação, diálogo
e confiança.
Ao introduzir os jogos na prática clínica, o neuropsicopedagogo tornar o aprendizado
do indivíduo um processo mais dinâmico e prazeroso, podendo contribuir para o sucesso
escolar. Utilizar os jogos no ambiente clínico, favorecem conhecer mais sobre a realidade, a
criatividade e a atenção da criança, uma vez que estas atividades facilitam o objetivo de
descobrir de fato como é a realidade da criança e as relações que a mesma estabelece com o
aprendizado, aperfeiçoando suas habilidades de forma prazerosa a ponto de não se cansar e
sentir–se motivado para suas atitudes interventivas diante de suas dificuldades.
Importante ressaltar que o lúdico propicia tanto aos profissionais da clínica quanto ao paciente
um momento de desenvolver confiança na relação de ambos e também de total atenção que
pode descobrir inúmeros indícios do que está afetando a aprendizagem do indivíduo.
Ludicidade é uma experiência vivenciada que nos dá prazer ao executá-la, por meio dela
a criança interage com o outro e aprende a lidar com as frustrações que podem vir da derrota e
dos erros, a respeitar a ordem das coisas, e expressar suas vontades e emoções [4].
O neuropsicopedagogo ao utilizar estratégias lúdicas tem como objetivos específicos,
favorecerá ao atendente identificar os conceitos e as regras, desenvolver habilidades,
autoconfiança e a concentração. Ao longo das sessões interventivas o neuropsicopedagogo
precisa estabelecer o que deve ser modificado e/ou permanecer para o progresso do paciente no
que diz respeito aos aspectos da aprendizagem [5].
Os jogos possibilitam desenvolver estratégias com as crianças com dificuldades de
aprendizagem, mais importante que o jogo ou simples ato de jogar, é a relação entre a ação e
estratégia do que possa alcançar no ensinar para o aprender. Para preservar essas características
no contexto educacional, deve-se ter em mente que para o neuropsicopedagogo o jogo, ao
mesmo tempo, é um objeto de estudo e um meio de ensino para as crianças, durante a ação de
jogar, ocorre a aprendizagem do jogo e dos modos de aprender [6].
O jogo torna-se, então, uma ferramenta essencial no atendimento do
neuropsicopedagogo para auxiliar o indivíduo com DA, pois a curiosidade, o interesse e o
encantamento pelos jogos, permitem que as crianças procurem seguir à risca o que é de seu
interesse e aprendam de uma maneira mais prazerosa.

3.3- Jogos no contexto clínico: desenvolvimento cognitivo e sócio - emocional da criança

O lúdico é uma maneira dinâmica e prazerosa de se aprender, pois os jogos na ação


neuropsicopedagogica servem para instigar o indivíduo ao desejo de aprender.
As atividades lúdicas são formas de expressar corporeidade, e desta forma a criança está
exercendo atividade sobre objetos, trabalha a socialização, além de desenvolver estruturas
mentais, socioafetivas e motoras [7].
Brincar é umas das principais atividades da criança, é com isso que ela se relaciona com
o mundo a sua volta, além de se expressar, jogando e brincando, ela se educa e satisfaz a sua
necessidade interior. Através dos jogos e brincadeiras, às crianças presenciam situações
parecidas com as da fase adulta e com isso, elas se preparam para as adversidades da vida
adulta, essas brincadeiras possuem um grande poder educativo. Para isso, é preciso criar
estratégias lúdicas baseada no respeito, ajuda mútua, cooperação e no amor, os seres humanos
precisam de alegria para viver com plenitude [8].
Como instrumento de aprendizagem, os jogos ajudam no desenvolvimento das crianças
nas perspectivas criativa, afetiva, histórica, social e cultural. Jogando, a criança inventa,
descobre, desenvolve habilidades e experimenta novos pontos de vista. Tanto as
potencialidades quanto as afetividades da criança são harmonizadas no desenvolvimento das
habilidades sociais e cognitivas.
Assim com a presença dos jogos no âmbito clínico, as crianças participam, inventam e
interessam, se desenvolvendo emocional e cognitivamente, enriquecem os esquemas visuais,
auditivos, aumentam a memorização, a imaginação e a lateralidade, dando condições para os
domínios da leitura, escrita e aritmética.
De acordo com a forma que são conduzidos na intervenção clínica, os jogos ativam e
desenvolvem o conhecimento que colaboram na aprendizagem do novo, como observar e
identificar, comparar e classificar, conceituar e relacionar, começam a respeitar as regras e os
limites.
A ludicidade desempenha uma função impulsionadora no processo de desenvolvimento
e aprendizagem da criança, os jogos ganham um espaço como ferramenta ideal da
aprendizagem, ajuda a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade
e simboliza um instrumento rico que leva o neuropsicopedagogo à condição de estimulador e
avaliador da criança. Brincando a criança analisa seu próprio comportamento, modificando e
encontrando alternativas novas para um novo comportamento.
A prática de intervenções com o uso de atividades lúdicas, voltadas para o
desenvolvimento cognitivo, permitirá para o atendente maior motivação e expectativas de
sucesso, que virá apresentar, no futuro, um melhor desempenho evitando o fracasso escolar.
As atividades com jogos em contexto de intervenção promovem melhores atitudes em
relação ao desenvolvimento e à aprendizagem [9].
Além de serem muito divertidos, os jogos auxiliam no aprendizado, fornecendo
diretrizes sobre o respeito às regras, estratégia e controle do tempo, proporcionando à criança
o desafio de superar a si mesma suas dificuldades.
O lúdico não é apenas uma forma de divertimento, mas sim, um grande auxilio no
atendimento clínico levando o profissional a compreender o funcionamento dos processos
cognitivos da criança contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual da mesma.
Os jogos despertam o interesse do atendente, trabalha as emoções, permite a tomada de
decisão e avaliações, desenvolve atitudes sociais, socializa e oportuniza assimilar conceitos,
facilita a aprendizagem, motiva, fomenta a criatividade, o senso crítico, a participação.
O jogo contém um elemento de motivação que poucas atividades teriam para a primeira
infância: o prazer da atividade lúdica [10].
A valorização do jogo, enquanto atividade lúdica, constitui-se de um caráter preventivo
tanto na área da psicomotricidade, quanto na área afetivo-social, auxiliando na formação de
valores, como a perseverança, a honestidade e o respeito.

4. Conclusões

A partir das análises dos artigos utilizados para fazer essa revisão de literatura, foi
possível concluir, primeiramente, que o lúdico é de suma importância para o desenvolvimento
físico e mental das crianças, além de auxiliar na construção do seu conhecimento e na sua
socialização. Ademais, um instrumento clínico que tem o poder de melhorar a autoestima e
aumentar os conhecimentos da criança na aprendizagem, utilizado com objetivos definidos para
bons resultados. Dito isso, é necessário que o neuropsicopedagogo amplie seus conhecimentos
sobre os jogos e que o utilize com mais frequência no convívio clínico, proporcionando o
desenvolvimento integral dos atendentes, ressaltando assim, que quanto maior vivência da
prática lúdica, maior será a chance desse profissional trabalhar de forma prazerosa.
Após a leitura dos principais artigos referentes a esse estudo, foi possível entender
como, por meio do jogo, o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda
a sua criatividade, o que contribui e enriquece o desenvolvimento intelectual.
Com jogos, a criança desenvolve o seu raciocínio e conduz o seu conhecimento de
forma descontraída e espontânea jogando; ela constrói um espaço de experimentação, de
transição entre o mundo interno e externo, esses que não se limitam somente nessas questões,
mas em valores e estimular as habilidades manuais. Um número considerável de textos
acadêmicos abordava, além do desenvolvimento das habilidades psicossociais, também um
fortalecimento e especialização dos sistemas motores da criança. Esses dois eixos no
desenvolvimento cerebral do jogador se comunicam e dizem respeito um ao outro, porém, ao
longo da literatura, como foi conferido pelo presente trabalho, a demonstração dos avanços da
criança em cada uma dessas áreas era trabalhada e discutida.
Por fim, foi majoritária a afirmação de que o jogo, tomado por mais que uma mera fonte
de lazer – o que não significa afirmar que não possa haver prazer num ambiente clínico, muito
pelo contrário –, ajuda a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece a personalidade,
e simboliza um instrumento que leva o neuropsicopedagogo à condição de condutor,
estimulador e avaliador da aprendizagem.

5. Referências
[1]
RAMOS, D. K. (2013). Jogos cognitivos eletrônicos: contribuições à aprendizagem no
contexto escolar. Ciências & Cognição, 18, 19-32.
[2]
MATLIN, M. W. (2004). Psicologia cognitiva (5a. ed.). Rio de Janeiro, RJ: LTC.
[3]
Winnicott DW. O brincar & a realidade. Rio de Janeiro: Imago; 1975.
[4]
SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. Petrópolis, RJ: Vozes,
1999.
[5]
WEISS, M. L. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica. Porto Alegre: Artes
Medicas,1992.
[6]
GOMES, M.A.M. (2002) Aprendizagem auto-regulada em leitura numa perspectiva de
jogos de regras. Campinas, São Paulo, Dissertação de Mestrado não publicada, Faculdade de
Educação, UNICAMP.
[7]
BURGOS, M. S. As atividades lúdico-desportivas e sua relação com o desenvolvimento
integrado da personalidade em crianças de 7 a 11 anos. Dissertação de Doutorado,
Universidade de Salamanca, Espanha, 1997.
[8]
SOLER, R. Brincando e aprendendo com os jogos cooperativos. Rio de Janeiro:
Sprint, 2005
[9]
DE SOUZA, M. T. C. C.; PETTY, A.L., FOLQUITTO, C. T., GARBARINO, M. I. &
MONTEIRO, T. A. (2014). Does playing games contribute to develop better attitudes?
Psychology Research., 4(4), 301-309.
[10]
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia, saberes necessários à prática educativa. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2002.

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