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Alfred Marshall

Introdução à Escola Neoclássica

Surgida em torno de 1870 a 1929, o pensamento Neoclássico foi uma evolução do


pensamento Marginalista, ainda utilizando a forma de pensar em que a tomada de decisões
e preços precisa estar na margem. O termo neoclássico foi introduzido por Thorstein Veblen
em 1900 para designar os autores que integraram a chamada revolução marginalista. Os
neoclássicos podem ser divididos em diferentes grupos, como a escola Walrasiana, a escola
de Chicago e a escola austríaca.

Podemos ver algumas diferenças entre o pensamento marginal e o neoclássico, dividindo


essas diferenças em 3:

 O pensamento neoclássico utilizava a oferta e demanda para determinar o preço dos


bens, serviços e recursos de mercado, enquanto os marginalistas utilizavam apenas a
demanda.
 Os economistas neoclássicos demonstram mais interesse no papel da moeda na
economia do que os marginalistas, como por exemplo, Wicksell e Fisher.
 Os economistas neoclássicos expandiram a analise marginal para as estruturas do
mercado, além da livre-concorrência, do monopólio e do duopólio.

Participantes da Escola:

 Léon Walras, 1834 – 1910, Francês, Escola Matemática.


 Knut Wicksell, 1851 – 1926, Sueco, Escola de Estocolmo.
 Irving Fisher, 1867 – 1947 Norte Americano.
 Alfred Marshall, 1842 – 1924 Inglês.

Vida e obra

Alfred Marshall nasceu em Londres, em 26 de julho de 1842, apesar do desejo do pai,


de que ele ingressa-se o clero e o estudo de línguas mortas ele rejeitou a bolsa de estudos
em Oxford, que o levaria a Igreja e estudou em Cambridge, onde se dedicou a matemática, a
física e, posteriormente, a economia.
Tornou-se professor em 1868, especializando-se em economia política pela
Universidade de Cambridge. No ano de 1870, ele escreveu um pequeno número de trabalhos
sobre o comércio internacional e os problemas do protecionismo. Neste mesmo ano colaborou
escrevendo o apêndice da obra de Henry Sidgwick, “A Teoria Pura do Comércio Exterior” e
“A Teoria Pura dos Valores Domésticos” (The Pure Theory of Foreign Trade e The Pure
Theory of Domestic Values). Em 1879 publicou em conjunto com sua mulher, Mary Payley
Marshall, “A Economia da Indústria” (The Economics of Industry).
Em Cambridge, Alfred fora professor de economia política de Mary Payley, uma das
primeiras mulheres inglesas a alcançar o grau universitário. Os dois casaram-se em 1877,
forçando Marshall a abandonar seu posto em Cambridge em razão das regras daquela
universidade sobre o celibato. Ele tornou-se diretor do University College, em Bristol,
lecionando novamente sobre economia política. Aperfeiçoou sua “Economia da Indústria” e o
publicou em 1879 como um manual para uso dos estudantes de economia; sua aparência
simples apoiava-se sobre fundamentos teóricos sofisticados. Marshall alcançou certa fama
com seu trabalho e, após a morte de William Jevons em 1881, tornou-se o mais influente
economista britânico de sua época.

Em dezembro de 1884, após a morte de Henry Fawcett, Marshall retornou a


Cambridge, como professor de economia política. Marshall começou a trabalhar no que é
considerada sua obra principal, “Os Princípios de Economia” (Principles of Economics) em
1881 e consumiu boa parte da década seguinte trabalhando em seu tratado. O seu plano para
a obra gradualmente se estendeu para uma compilação em dois volumes de todo o
pensamento econômico; o primeiro volume foi publicado em 1890 sendo aclamado
mundialmente, o que o colocou entre os principais economistas de seu tempo.

Nas duas décadas seguintes, ele trabalhou para completar o segundo volume dos
Princípios, que deveria tratar do comércio internacional, do dinheiro, das flutuações
comerciais, dos impostos e do coletivismo. Mas sua atenção obstinada aos detalhes e seu
perfeccionismo o impediram de concluir a obra. O segundo volume nunca foi completado e
muitas outras obras de menor vulto nas quais ele começara a trabalhar.

Seus problemas de saúde foram se agravando gradualmente a partir dos anos 1880.
Em 1908 ele se aposentou da universidade. Sua saúde continuou a deteriorar porem seguiu
com seus projetos. A explosão da Primeira Guerra Mundial em 1914 o impeliu a revisar suas
análises da economia internacional. Em 1919, aos 77 anos de idade, ele publicou “Indústria e
Comércio” (Industry and Trade). Esta obra era um tratado mais empírico que “Os Princípios
de Economia” e, por esta razão, não alcançou tantos elogios de economistas teóricos quanto
aquele. Em 1923, ele publicou “Moeda, Crédito e Comércio” (Money, Credit, and Commerce)
um amplo amálgama de ideias econômicas anteriores, inéditas ou já publicadas, estendendo-
se há quase meio século. Marshall faleceu em sua casa em Cambridge (Inglaterra) em 13 de
julho de 1924, aos 81 anos de idade.

Utilidade e Demanda marginal

 Marshall afirmava que a demanda se relaciona com a utilidade marginal decrescente


 A utilidade do sistema de Marshall era invertida a relação, para medir as preferências
de acordo com a escola financeira dos pagamentos.
 O dinheiro mede a elasticidade marginal em que as decisões são tomadas.

Escolha Racional do consumidor

 Marshall afirmava que o consumidor é racional.


 O consumidor ao adquirir um bem, compara a utilidade marginal dos gastos.

Lei da demanda

• Marshall ilustrou a lei como uma tabela e uma curva em um curto período para justificar
a suposição “Ceteris Paribus”.

• Enfatizar o “efeito de substituição” e “efeito renda”.

Elasticidade de demanda

 O princípio da elasticidade de demanda é utilizado para se entender problemas e


políticas envolvendo o cotidiano econômico
 Marshall nota que a demanda de um produto substituto em particular tenderá a ser
mais elástico á medida que servir de substituto para outros bens.
Oferta

 Segundo Marshall, a oferta é controlada pelo custo da produção.


 A oferta é uma serie inteira de quantidades que apareceria em toda a série de preços.
 Para fins de esclarecimento, Marshall dividiu o tempo em três períodos:
1. O presente imediato
2. O curto prazo
3. O longo prazo

Presente Imediato

 Os preços do mercado referem-se ao presente, sem tempo permitido para a adaptação


da quantidade fornecida as alterações na demanda.
 Se um bem é perecível e se assumirmos que o vendedor está tentando maximizar os
lucros ou minimizar as perdas, a curva da oferta do mercado é perfeitamente inelástica
— uma linha vertical reta.
 Se um bem não e perecível, os vendedores possuem preços de reserva, abaixo dos
quais não venderão. Alguns vendedores, no entanto, venderão a preços bem abaixo
do custo de produção, talvez porque tenham contas urgentes a pagar. A curva da
oferta do mercado, portanto, inclina-se para cima e para a direita até incluir a
quantidade total do mercado.
 Então, ela se torna vertical porque, por definição, nenhuma grande quantidade pode
ser fornecida durante o período de mercado.

Curto Prazo

1. Custos suplementares (fixos)


2. Custos principais (variáveis)

Os custos fixos são constantes; não podem ser alterados a curto prazo. De fato, o curto prazo
e definido como o período durante o qual os insumos variáveis podem ser aumentados ou
diminuídos, mas os custos fixos da fábrica não podem ser alterados.

Os custos variáveis incluem aqueles relacionados ao trabalho e à matéria-prima, que mudam


a curto prazo, de acordo com os níveis variáveis da produção. No curto prazo, todos os custos
variáveis devem ser cobertos, mas alguns dos custos fixos não precisam.
A curva da oferta de curto prazo inclina-se para cima e para a direita, quanto mais alto for o
preço do produto, maior será a quantidade demandada. Marshall dizia que, embora o custo
da produção seja medido em termos de dinheiro, atrás desses custos financeiros estão dois
sacrifícios psicológicos — o aborrecimento de trabalhar e o sacrifício de adiar um consumo
pela poupança.

Longo Prazo

No longo prazo, todos os custos são variáveis. Se o preço aumentar a tal nível que a receita
total exceda o custo total de produção, o capital ingressará na indústria, normalmente através
de novas empresas, e a oferta de mercado aumentará. Toda a curva da oferta se deslocará
para a direita. Se o preço cair abaixo do custo médio de produção, o capital recuará,
provavelmente com a saída de empresas. Consequentemente, a oferta de mercado cairá (a
curva da oferta se deslocará para a esquerda).

Preço e quantidade de equilíbrio

 O que determina o preço de mercado?

Os economistas diziam “o custo de produção”, que significa o custo objetivo do tempo de


trabalho e o sacrifício de abstinência.
“A demanda”, declaravam os primeiros marginalistas.

Marshall, o grande sintetizador afirma: “Ambas, a oferta e a demanda”. Atrás das ofertas
estão os custos financeiros e os custos subjetivos. Antes da demanda, estão a utilidade
marginal decrescente:

Equilíbrio entre preço e quantidade


“A pechincha e a barganha” dos vendedores e compradores, afirmava Marshall, resultam em
um preço de equilibrado (em B) que se iguala à quantidade ofertada e à quantidade
demandada (ambas F). Os compradores recebem coletivamente o excedente do consumidor
de BCE; os vendedores recebem coletivamente o excedente do produtor de ABE.

Elemento tempo no preço de mercado

O tratamento de Marshall ao elemento do tempo na discussão sobre o preço de mercado foi


uma de suas contribuições mais importantes ao pensamento econômico.

Como regra geral, afirmava ele, quanto menor o período, maior a influência da demanda sobre
o valor.

O motivo que a influência do custo de produção demora mais para mostrar seu efeito do que
a influência das alterações na demanda.

Eventos transitórios influenciam o valor de mercado, mas em longos períodos essas


irregularidades neutralizam umas as outras.

No longo prazo, no entanto, o custo de produção é o determinante mais importante do preço


e do fator.

Em um mundo de mudança, no entanto, com adaptações as mudanças imperfeitas e graduais,


tanto demanda quanto a oferta são importantes

Distribuição de renda

 Marshall afirmava que os empresários devem constantemente comparar a eficiência


relativa de cada agente de produção que eles empregam;
 Devem, também, considerar as possibilidades de substituir um agente por outro;
 Na margem das indiferenças entre dois fatores de produção que podem ser
substituídos, seus preços devem ser proporcionais ao valor monetário que eles
agregam ao produto total.
Salários

 Para Marshall os salários, não são determinados apenas pela produtividade marginal
do trabalho;
 Mas, os salários, assim como o retorno a qualquer fator de produção, dependem tanto
da oferta quanto da demanda;
 Se a oferta de trabalho for reduzida, a produtividade marginal do trabalho aumentara
(a curva da oferta de trabalho cortara a curva da demanda mais para cima), e o nível
salarial se elevara;

Juros

 Um aumento na taxa de juros diminui o uso de equipamentos, porque o empresário


evita o uso de todas as máquinas cujo excedente anual líquido menor que a taxa de
juros;
 Taxas de juros mais baixas aumentam os investimentos de capital;

Aumento e redução de custos nas Industrias

Um dispositivo analítico para Marshall foi seu conceito de “empresa representativa”, que para
ele era o modelo de propriedade do século XIX, onde ele analisava as economias internas e
externas da indústria e o crescimento da economia.

Ciclo de vida dos empreendimentos de negócios

A maneira como o empresário conduz o seu negócio é um fator determinante no ciclo de vida
da empresa, ao longo dos anos as companhias enfrentam desafios conforme seus estágios e
maturidade. Assim, os empresários terão de ter habilidades para lidar com cada situação.

Economia interna versus economia externa

As economias internas, afirmava Marshall, são as eficiências ou as economias de custo


introduzidas pelo crescimento em tamanho das empresas individuais. Porém, essas empresas
também são dependentes da economia externa, ou seja, do desenvolvimento da indústria em
geral.
Marshall acreditava que um aumento no volume de produção em uma indústria geralmente
aumentará o tamanho e, consequentemente, as economias internas dominadas por uma
empresa representativa; sempre aumentará as economias externas às quais a empresa tem
acesso. Como, por exemplo, os fornecedores buscam estabelecer indústrias mais próximas,
também aumentar sua produtividade, para atender à indústria em crescimento.

Assim, dizia ele, o custo de produção em termos de trabalho e sacrifício cairá, se o volume da
produção aumentar.

Aumento e redução nos rendimentos de escala

Marshall acreditava que, normalmente, temos rendimentos crescentes. Pois, a medida que o
trabalho e o capital aumentam, a eficiência e organização melhoram. Mas, isso não se aplica
quando falamos de natureza(agricultura), nesse caso temos rendimentos decrescentes.

Segundo ele, na maioria das indústrias, o custo da matéria-prima conta pouco, e a lei dos
rendimentos crescentes não tem quase nenhuma resistência.

Se uma indústria é controlada pela lei dos rendimentos decrescentes, um aumento na


demanda elevará o preço do produto, porém a produção não será muito maior do que uma
indústria com rendimentos constantes; Se for controlada pela lei dos rendimentos crescentes
o aumento na demanda, fará com que os preços caia, e a produção será maior do que fosse
uma indústria de rendimentos constantes.

Efeitos sociais dos impostos e subsídios

 A análise de Marshall sobre as indústrias de custo constante, crescente e decrescente


levaram-no às seguintes conclusões:
 Um imposto ou um subsídio reduzirá a utilidade líquida o consumidor em uma indústria
de custo constante;
 Um imposto pode contribuir para a utilidade líquida do consumidor em uma indústria
de custo crescente;
 Um subsídio pode contribuir para a utilidade líquida do consumidor em uma indústria
de custo decrescente.

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