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INDÚSTRIA, POLUIÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL
Metais Pesados
O termo metais pesados é de definição ambígua, mas vem sendo
intensamente utilizado na literatura científica como referência a um grupo de
elementos amplamente associados à poluição, contaminação e
toxicidade.Conceitualmente metais pesados são definidos como elementos que
possuem densidade superior a 6 g/cm3 ou raio atômico maior que 20. Essa
definição é abrangente e inclui, inclusive, alguns ametais ou semi-metais, como
As e Se. Alguns metais pesados são micronutrientes essenciais aos seres vivos
como Cu, Zn, Mn, Co, Mo e Se e outros não essenciais como Pb, Cd, Hg, As, Ti
e U. Para esses últimos talvez o termo metais tóxicos cairia melhor. Existem
metais traços essenciais para plantas como ferro (Fe), zinco (Zn), manganês
(Mn), cobre (Cu), boro (B), molibdênio (Mo) e níquel (Ni). Já o cobalto (Co),
crômio (Cr), selênio (Se) e estanho (Sn), não são requeridos pelas plantas, mas
são essenciais para animais. Já outros como arsênio (As), cádmio (Cd), mercúrio
(Hg) e chumbo (Pb), não são requeridos nem por plantas, nem por animais,
porém foram estudados extensivamente por serem potencialmente perigosos
para plantas, animais e microrganismos.
Origens da Poluição
De um modo geral as principais origens da poluição industrial são:
• As tecnologias utilizadas, muitas vezes envelhecidas e fortemente poluentes,
com elevados consumos energéticos e de água, sem tratamento adequado dos
efluentes com rara valorização de resíduos;
• A inexistência de sistemas de tratamento adequado dos efluentes;
• A inexistência de rotas de eliminação adequados dos resíduos, em particular dos
perigosos.
• Localização das unidades na proximidade de áreas urbanas, causando
incômodos e aumentando os riscos;
• Localização das unidades em solos agrícolas, causando a sua contaminação e
prejudicando as culturas;
• Localização das unidades em zonas ecologicamente sensíveis, perturbando e
prejudicando a fauna e a flora;
Medidas Profiláticas
Geralmente salientam-se duas medidas para controle da poluição
industrial:
• Atuando no processo de licenciamento de novos estabelecimentos
referidos na legislação, na sua ampliação ou modificação, tendo em especial
atenção a avaliação do impacte ambiental, privilegiando a utilização de
tecnologias menos poluentes e medidas que permitam o tratamento dos
efluentes líquidos, emissões gasosas e resíduos e o seu efetivo controle;
forçando a capacidade fiscalizadora das entidades que superintendem a
atividade industrial.
GESTÃO AMBIENTAL
Conceitos iniciais
Os conceitos estão baseados com Coimbra (1985); ABNT NBR ISO
14.001 (2004) e Soares (2006):
▪ Meio-Ambiente: “tudo que envolve” ou o meio no quais os seres vivos se
desenvolvem. Coimbra (1985) define Meio Ambiente como: “o conjunto de
elementos físico-químicos, ecossistemas naturais e sociais em que se insere o
homem, individual e socialmente, num
Posicionamento da organização
Para colaborar com este anseio, North (1992) apresenta uma avaliação
do posicionamento da empresa em relação à questão ambiental. Este
procedimento propõe a avaliação do perfil da organização segundo diversas
variáveis indicando, para cada um dos quesitos colocados, se a empresa
apresenta características "amigáveis" ou "agressivas" ao meio ambiente
(quadro). Ou seja, quanto mais "amiga" do meio ambiente mais apta estaria a
empresa, neste tocante, a enfrentar as exigências sociais e regulamentares.
A utilização do quadro 1 pode ser feita da seguinte maneira : Cada um
dos itens apresenta duas afirmativas extremas. Se a afirmativa da esquerda
reflete plenamente a situação da empresa
ISO/CT 207
Canadá
SC 1 SC 2 SC 3 SC 4 SC 5 SC 6
Sistemas Auditoria Rotulagem Desempenho Ciclo de vida Definições
Ambiental
RU Holanda Austrália EUA França Alemanha
No Brasil a norma ISO 14001 foi adotada pela ABNT sob a designação
de ABNT NBR ISO 14.001
Na sua concepção a série de normas ISO 14000 tem como objetivo central
um Sistema de Gestão Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem suas
responsabilidades com respeito ao meio ambiente. Como objetivos decorrentes,
criam sistemas de certificação, tanto das empresas como de seus produtos,
possibilitando identificar aquelas que atendem á legislação e cumprem os
princípios do desenvolvimento sustentável.
As normas as série ISO 14.000 não substituem, portanto, a legislação
ambiental vigente no local onde está instalada a empresa. Na realidade a
reforçam, ao exigirem o cumprimento integral dessa legislação local para que
possa ser concedida a certificação da empresa.
Tomando por base o Sistema de Gestão Ambiental que propõem, as
normas também vão estabelecer, quando inteiramente implantadas, as diretrizes
para auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental, rotulagem
ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos, exigindo assim a total
transparência da empresa e de seus produtos com relação aos aspectos
ambientais. As normas da série ISO 14.000 deverão, portanto, servir de modelo
para a implantação desses programas no
âmbito da empresa, possibilitando
ETAPA 1:
A organização tem como compromisso principal implantar um SGA
visando reduzir os impactos ambientais causados por suas atividades, para
manter e melhorar a qualidade de seus serviços. Nesta etapa é importante que
a organização assuma o compromisso de implantar e acompanhar todo o
processo.
Nesta etapa é realizado também o diagnóstico e avaliação inicial da
organização, ou seja, o perfil poluidor da empresa é avaliado em todas as suas
fases de produção.
Exemplo 1
Fonte: SOARES (2006).
𝐶 𝑡
𝑑𝐶
∫ = ∫ (−𝑘 ). 𝑑𝑡
𝐶0 𝐶 0
De onde,
𝐶
In(C)-In(𝐶0 ) = 𝐼𝑛 𝐶 = 𝐾𝑡
0
Resultado,
C=𝐶0 𝑒 −𝐾𝑡
Solução
Hipótese: assumindo uma mistura completa e instantânea da poluição
originalmente presente no lago com o efluente industrial, a concentração C no
interior do lago é a mesma da saída, CM. Assim,
Taxa de entrada = taxa de saída + taxa de
decaimento
Taxa de entrada = QSCS + QRCR
= (5,0 m3/s x 10,0 mg/l + 0,5 m3/s x 100,0 mg/l) x 103
l/m3
= 1,0.105 mg/s
Taxa de saída = QMCM = (QS + QR)C
= (5,0 + 0,5)m3/s x C mg/l x 103 l/m3
= 5,5.103C mg/s
C = 3,5 mg/l
Exemplo 2
ETAPA 2:
Nesta etapa são realizadas e definidas as seguintes ações:
Aspectos ambientais: São elementos das atividades, produtos ou
serviços de uma organização que pode
ETAPA 3:
Documentação: Nesta etapa todas as atividades devem ser expressas
formalmente em um único documento contendo os seguintes tópicos:
• Os princípios e compromissos ambientais da organização;
Treinamento:
Todos da organização têm que estar envolvidos desde o início do
processo de implantação do plano de ação, visando a futura certificação (a
empresa é certificada por uma auditoria).
Auditoria Interna:
As auditorias ambientais são processos de inspeções e levantamentos
detalhados acerca do nível de conformidade atingindo pela organização e dos
impactos ambientais dela resultantes, ocorrentes e previstos. Têm-se assim as
auditorias de conformidade legal e as auditorias de impactos ambientais.
Uma auditoria interna (através de equipes próprias) deve ser realizada
com a finalidade de:
ETAPA 4:
Avaliação Final:
As atividades para implementação de SGA serão propostas e colocadas
em ação, de modo a atender os requisitos propostos pela legislação ambiental
vigente no local onde está instalada a empresa. O Plano de Ação do SGA
proposto pode ser executado conforme a Política Ambiental da empresa, já que
as metas e os objetivos serão implementados visando obter, no futuro,
resultados ambientais positivos.
Com a implantação do SGA a indústria se compromete em atender os
requisitos preestabelecidos pela Norma ISO 14001, já que a mesma pode
provocar um grande impacto ambiental negativo. Geralmente as indústrias além
de utilizar um grande volume de água, geram efluentes de alta carga poluidora
constituídos por matéria orgânica, substâncias tóxicas e metal pesado.
As principais razões para a implementação de um SGA não estão só
relacionadas com a pressão legislativa, mas também são devidas a uma
combinação de fatores, tais como: exigências de clientes, melhoramento e
recuperação da imagem no sentido de responsabilidade com a comunidade,
investimento ético e política de grupo.
Um SGA pode ser implantado em qualquer empresa, independentemente
da natureza da sua atividade ou do seu tamanho, permitindo que a mesma atinja
o nível de desempenho ambiental por ela determinado e promova sua melhoria
ao longo do tempo. Após a implementação
ETAPA 5:
Nesta etapa são realizados os ajustes de implantação dos SGA em função
das atividades anteriores.
ETAPA 6:
Certificação
A certificação ambiental vem se revelando um importante instrumento de
política ambiental doméstica. Auxilia o consumidor, na escolha de produtos
menos nocivos ao meio ambiente, servindo de um instrumento de marketing para
as empresas que diferenciavam seus produtos no mercado, atribuindo-lhes uma
qualidade a mais. A eco compatibilidade dos produtos passa a ser, então, uma
informação adicional ao preço na escolha da cesta de consumo ambiental das
organizações. A certificação não é concedida pela ISO, que é uma entidade
normalizadora internacional, mas sim por uma entidade de terceira parte
devidamente credenciada.
No Brasil, foi estabelecido pelo CONMETRO (Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) o Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade, tendo sido o Inmetro designado por aquele
Conselho como organismo credenciador oficial do Estado brasileiro.
Uma certificação feita no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade tem que necessariamente ser realizada por organismo
credenciado pelo Inmetro. Como a Norma ISO 14001 tem caráter voluntário, as
certificações podem ser feitas fora do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade por organismos credenciados ou não pelo Inmetro.
Independentemente da certificação ser feita dentro ou fora do Sistema
Brasileiro de Avaliação da Conformidade,
quando realizada por organismo
Emissões
Gasosas
Emissões
Sólidas