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Universidade Rovuma
Instituto superior de Transportes, Turismo e Comunicações
2023
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Trabalho de Caracter
Avaliativo da Cadeira de
AIRNOT, do curso de
Licenciatura em GADEC, 2⁰
ano, apresentado ao docente:
Dr. Atumane Abudo.
Universidade Rovuma
Instituto superior de Transportes, Turismo e Comunicações
2023
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 3
Objectivos ............................................................................................................................... 3
Metodologia ............................................................................................................................ 3
Conclusão ................................................................................................................................. 10
Introdução
Este trabalho aborda aspectos do impacto ambiental de projecto de irrigação, considerando seus
efeitos sobre a modificação do meio ambiente, tais como: salinização do solo, exploração
excessiva dos recursos hídricos locais, alteração do meio ambiente, contaminação dos recursos
hídricos e problemas de saúde pública.
A finalidade básica do projecto de irrigação é proporcionar água às culturas de maneira a
atender às exigências hídricas durante todo seu ciclo, possibilitando altas produtividades e
produtos de boa qualidade. Sendo que a quantidade de água necessária às culturas é função da
espécie cultivada, da produtividade desejada, do local de cultivo, do estádio de
desenvolvimento da cultura, do tipo de solo e da época de plantio.
Apesar de benéfica, o projecto de irrigação pode trazer alguns problemas para a natureza. Por
isso, o impacto ambiental dos projectos de irrigação deve ser compreendido para um melhor
aproveitamento da técnica e, sobretudo, da ferramenta.
Objectivos
Geral:
Compreender os principais impactos ambientais causados pelo projecto de irrigação.
Específicos:
Analisar como os impactos do projecto de irrigação podem modificar o meio;
Caracterizar de forma detalhada cada actor causador da modificação do meio ambiente;
Descrever as consequências que o projecto de irrigação traz para o meio ambiente.
Metodologia
No que concerne a metodologia, no presente trabalho foram usados livros como consulta
bibliográfica, que constitui como á ferramenta chave na leitura e interpretação análise das
informações.
Os autores das referidas obras estão citados dentro do corpo do trabalho e também na referência
bibliográfica.
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Projecto de Irrigação
De acordo (Bernardo, Soares, & Mantovani, 2006) o projecto de irrigação é desenvolvido com
o objectivo de garantir o fornecimento de água necessário para que as plantas se desenvolvam
de maneira adequada. Por isso, ao implementar um projecto desses, está garantindo o
desenvolvimento de suas culturas e assegurando que elas não serão perdidas por falta de chuva.
Assim, na perspectiva dos autores, pode-se destacar os seguintes benefícios básicos do projecto
de irrigação:
Aumento da produtividade das culturas – em média, a produtividade em áreas irrigadas
são até três vezes maiores do que a de áreas que não passam pelo mesmo processo;
Oferece a possibilidade de uma agricultura econômica, estratégia e até mesmo
sustentável em outras regiões que sofrem problemas como a seca;
Justifica e incentiva a introdução de culturas mais valorizadas economicamente,
minimizando o risco de altos investimentos;
Melhora as condições econômicas e valoriza as comunidades rurais;
Mantém programas de cultivos, escalonando plantios, colheitas ou tratos culturais;
Otimiza a eficiência da utilização de fertilizantes;
Aumenta a demanda de mão de obra, consequentemente aumentando o número de
pessoas no meio rural.
Entretanto, é importante ter ciência de que somente a irrigação não será o suficiente para
proporcionar todos os benefícios supracitados. Ela, por sua vez, deve ser acompanhada de
outras práticas culturais para gerar lucros esperados da agricultura irrigada, como a utilização
de variedades produtivas, tratos culturais, adubações e outras práticas (Idem).
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Embora apresente muitos benefícios, a irrigação também tem contribuído para impactos
ambientais adversos ao solo, bem como à saúde pública, às condições socioeconômica das
populações, e à fauna e flora locais.
Na prespectiva de (Bernardo, 1992) qualquer projeto de irrigação deve abordar os aspectos
sociais e ecológicos da região, buscando maximizar a produtividade, a eficiência no uso da água
e minimizar os custos – isso vale tanto de mão de obra quanto de capital, com o intuito de tornar
a utilização da irrigação lucrativa.
É essencial, também, manter as condições adequadas de humidade do solo, bem como a
fitossanidade para o bom desenvolvimento das culturas irrigadas.
Não é benéfico para o desenvolvimento sustentável da irrigação adotar posturas que
supervalorizem ou negligenciem o impacto ambiental causado pela actividade. Assim, é
fundamental empenhar os esforços máximos para obter dados confiáveis que permitam
quantificar o impacto ambiental gerado pela irrigação (Bernardo, 1992).
Nesta secção, vai se explorar os impactos ambientais do projecto de irrigação:
1. Salinização do solo
Na óptica de (Bouwer, 1987) “afirma que um dos principais impactos ambientas que atingem
as áreas irrigadas é a salinização do solo.
De acordo com uma estimativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO, Food and Agriculture Organization), aproximadamente 50% dos 250
milhões de hectares irrigados no mundo já apresentam sintomas e outros problemas oriundos
da salinização e da saturação do solo, e que 10 milhões de hectares são abandonados por ano
por conta desses problemas.
É estimado que a irrigação está directamente ligada à salinização, pois, por exemplo, a cada
lâmina de 100 mm de água de irrigação, com concentração de sais, produz 500 kg/ha de sal à
área a ser irrigada.
Consequentemente, as irrigações sucessivas vão gerando mais quantidades de sal que, por sua
vez, vai se acumulando quando não é removido pelo processo de drenagem e de lixiviação
(lavagem do solo). Na ausência desses processos, o sal se acumula na superfície do solo, criando
os solos salinos. Portanto, em zonas irrigadas, a lixiviação e a drenagem natural devem fazer
parte obrigatória das rotinas de mantimento e manutenção da área. Somente com esse
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procedimento que será garantido o fluxo da água com sal abaixo do grau radicular das culturas
(Bouwer, 1987).
Segundo (Silva, 1997) defende que em determinadas bacias hidrográficas, a falta de análise e
quantificação adequadas do volume de água antes da implementação de projetos de irrigação
tem resultado em escassez de água nas áreas a baixa-mar. Esse problema, inclusive, tem se
acentuado, levando à escassez de água para o consumo humano, resultando em impactos
ambientais significativos e tensões entre as partes envolvidas. Ele também afecta o consumo de
água por parte dos animais e, sobretudo, da fauna silvestre.
Entretanto, devido à crescente demanda por água nos mais diversos sectores da sociedade, bem
como o aumento da conscientização ambiental por parte dos movimentos ecológicos,
certamente haverá pressão para que a irrigação seja realizada com maior eficiência. A escassez
de água terá impacto tanto na irrigação quanto será impactada por ela (Silva, 1997).
Para (Deason, 1989) a contaminação dos recursos hídricos é outro sério – porém, comum –
efeito colateral da irrigação, impactando tanto rios, córregos, bem como a água subterrânea.
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O excesso de água aplicado nas áreas irrigadas, que não passa pelo processo de
evapotranspiração pelas culturas, retorna aos corpos de água por meio do escoamento
superficial e subsuperficial, infiltrando-se no lençol freático.
Por consequência, ele carrega consigo sais solúveis, resíduos de pesticidas e herbicidas,
fertilizantes, substâncias tóxicas e sedimentos. Na óptica de (Deason, 1989) essa contaminação
tem causado graves problemas no abastecimento de água potável. É comum que esse efeito
aconteça quase que imediatamente após a aplicação da água na irrigação por superfície, como
em sulcos, faixas e inundação.
Na prespectiva de (Deason, 1989) a contaminação de rios e córregos também pode ocorrer de
forma mais lenta através do lençol freático subsuperficial, arrastando os elementos
supracitados. Essa contaminação, pode ser agravada se o perfil do solo irrigado estiver com a
presença de sais solúveis, visto que a água que se desloca pelo solo carrega tanto os sais trazidos
pela água de irrigação, bem como os dissolvidos na própria terra.
Já a contaminação da água subterrânea trata-se de um processo mais demorado. O tempo
necessário para que a água percolada tenha chances de alcançar o lençol freático varia consoante
a permeabilidade do solo e a profundidade do lençol.
Considerando tais condições, esse efeito pode levar de 20 a 50 anos para a água atingir um
lençol freático situado a aproximadamente 30 metros de profundidade. Esse facto se torna
preocupante, pois levará muito tempo até que se perceba a contaminação da água subterrânea
(Deason, 1989).
De ponto de vista de (Brown & Flavin, 1999) há muitas evidências mundiais de que, após a
irrigação, ocorrem impactos ambientais responsáveis por problemas adversos à saúde pública.
Com relação a esses problemas, são três casos:
a) Contaminação do irrigante durante a condução da irrigação;
b) Contaminação da comunidade próxima à área irrigada, e
c) Contaminação do usuário de produtos irrigados.
Assim, na perspectiva dos autores, nos dois primeiros casos, tem-se observado a propagação da
esquistossomose e a proliferação de mosquitos. No terceiro caso, de um modo geral, tem-se
verificado a ocorrência de verminoses, cuja contaminação se dá por meio do consumo de
hortifrutigranjeiros contaminados pela água de irrigação. Daí a necessidade de se considerar a
possibilidade da propagação de doenças por meio da irrigação, em todos os seus aspectos.
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irrigadas como reservatório de inimigos naturais de pragas e corredores de vida silvestre. Para
o caso de construção de barragens, prever mecanismos para possibilitar a piracema, revegetar
a área de entorno dos reservatórios com vegetação nativa e retirar a fitomassa das áreas a serem
inundadas. Muitos preceitos complementares de conservação ambiental devem ser observados
de forma geral em áreas agrícolas, sendo recomendável a implantação de planos de gestão
ambiental que contemplem estes preceitos (IBAMA, 1995).
Conclusão
Na agricultura irrigada, otimizar o uso da água é um ponto fundamental para permitir uma
melhor utilização dos demais fatores de produção. Como consequência, isso vai oferecer mais
produtividade e uma combinação mais eficiente dos insumos empregados em uma fazenda de
cultura.
Contudo, é importante ressaltar que a água é um recurso valioso – e cada vez mais escasso.
No atual contexto globalizado, a escassez de água de boa qualidade é uma realidade. Isso
contribui para o aumento dos custos na produção agrícola, devido aos aumentos nos valores
tanto da energia quanto dos insumos.
Óbvio que, em regiões onde houve investimento em irrigação, observou-se o desenvolvimento
econômico e social. Esse progresso ocorreu especialmente quando as acções foram estudadas e
aplicadas com qualidade.
Geralmente, os sistemas de irrigação mal dimensionados, implementados, gerenciados ou
incompletos, como aqueles sem uma drenagem ou acessórios adequados, são os principais
vilões e responsáveis pelos mais graves impactos ambientais.
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Referências Bibliográficas