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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
2 MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 4
3 POLUIÇÃO DA ÁGUAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS ..................................... 4
4 PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA............................................................ 6
5 Parâmetros físicos ............................................................................................ 7
5.1 Parâmetros químicos.................................................................................. 9
5.2 Parâmetros biológicos .............................................................................. 12
5.3 Padrão de potabilidade............................................................................. 14
5.4 Padrão de corpos d'água.......................................................................... 14
6 FONTES DE POLUIÇÃO ................................................................................ 15
6.1 Classes de contaminantes emergentes determinadas no Brasil .............. 15
7 ÁGUAS RESIDUÁRIAS: ESGOTOS DOMÉSTICOS ..................................... 19
7.1 Constituição das águas residuárias e tipos de efluentes .......................... 20
7.2 Tratamento das águas residuárias ........................................................... 21
7.3 Fitodepuração como alternativa de tratamento de águas residuárias ...... 21
8 ÁGUAS PLUVIAIS .......................................................................................... 23
8.1 Reuso das águas pluviais em residências e suas vantagens ................... 27
9 EFLUENTES INDUSTRIAIS ........................................................................... 28
9.1 Reator anaeróbio UASB ........................................................................... 29
9.2 Tratamentos físico-químicos .................................................................... 30
9.3 Lagoas de estabilização ........................................................................... 32
9.4 Caracterização Quantitativa e Qualitativa. ............................................... 34
10 CONTROLE DA POLUIÇÃO. ......................................................................... 35
11 CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO ............................................................... 36
12 POLUIÇÃO DO AR ......................................................................................... 38
12.1 Classificação dos poluentes ..................................................................... 38
12.2 Efluentes .................................................................................................. 39
12.3 Fontes poluidoras ..................................................................................... 40
12.4 Histórico da poluição atmosférica - principais episódios .......................... 41
13 Poluição sonora .............................................................................................. 45
14 Poluição visual ................................................................................................ 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 49

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 MEIO AMBIENTE

O meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de


ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas. Resumidamente, pode-se definir meio ambiente como o
conjunto de elementos bióticos (organismos vivos) e abióticos (elementos não
vivos, como a energia solar, o solo, a água e o ar) que integram a fina camada
da Terra chamada biosfera, sustentáculo e lar dos seres vivos. (BRASIL,
2014).

Meio Ambiente diz respeito à qualidade de vida, e é importante frisar que os


direitos básicos da população, viabilizados pelo Assistente Social, e a própria garantia
da qualidade de vida, dependem da qualidade do ambiente no qual se está inserido.
(FREITAS, 2019).
A Educação Ambiental é um tema que deve ser abordado no currículo
escolar desde os anos iniciais até os cursos superiores, pois o estímulo e o
desenvolvimento de ações voltadas para esse tema geram contribuições
significativas para produzir uma sociedade mais consciente, uma vez que ações
baseadas nos princípios definidos pela Política Nacional de Educação
Ambiental(PNEA), favorecem a formação de sujeitos participativos e com senso
de responsabilidade. A Educação Ambiental é a dimensão da educação formal que se
orienta para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de
enfoques interdisciplinares, e de uma participação ativa e responsável de cada
indivíduo e da coletividade. Nessa perspectiva, a Educação Ambiental pode
contribuir significativamente para aperfeiçoar a relação entre a sociedade e o
ambiente, porém, esta deve ter um enfoque voltado para a participação ativa e
prazerosa. A presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as
relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com
seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental
ocorra. A Educação Ambiental deve ir além dos problemas ambientais, visando uma
formação voltada ao exercício da cidadania e da formação de valores (SILVA, 2019).

3 POLUIÇÃO DA ÁGUAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS

O crescimento populacional nas últimas décadas provocou o aumento das


demandas de água, energia e outros recursos naturais utilizados pelas atividades
humanas. O uso intensivo dos recursos naturais para assegurar o desenvolvimento
econômico e social gera consequências adversas aos sistemas ambientais, podendo

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levar a alterações irreversíveis e comprometer a resiliência natural do planeta
(STEFFEN et al., 2015).

Fonte: encrypted-

Dentre os desafios atuais na esfera dos problemas socioambientais, destaca-


se a busca pela sustentabilidade hídrica. Essa preocupação ocorre devido ao valor
social, econômico e cultural dos recursos hídricos, assim como, em função dos altos
níveis de interferência antrópica na sua disponibilidade qualitativa e o registro de
conflitos associados (RIBEIRO 2014; SOUZA et al., 2014).
Entre os recursos naturais mais importantes para o homem destacam-se os
recursos hídricos, devido à sua importância para a manutenção da biodiversidade e
por estar presente em qualquer atividade humana. (GRIZZETTI et al., 2016). São
utilizados para diversos fins, como agricultura, abastecimento urbano, dessedentação
de animais, indústria, recreação e energia, o que pode comprometer sua
disponibilidade e qualidade no meio natural, caso não sejam devidamente
gerenciados.
Nesse panorama, os estudos que permitam avaliar as condições dos ambientes
aquáticos são imprescindíveis, já que auxiliam em tomadas de decisão, e possibilitam
a conservação e proteção dos recursos hídricos, assegurando dessa forma o
desenvolvimento dos grupos humanos. Especialmente regiões onde apresenta pouca
disponibilidade hídrica, como o semiárido do Nordeste (SILVA, et al, 2014).
A segurança hídrica de uma sociedade se caracteriza pela garantia de água
em termos quantitativos e qualitativos para atender os usos múltiplos da água e,

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também, para manter o funcionamento dos ecossistemas naturais, tornando-se assim
um dos principais desafios socioambientais (PAHL-WOSTL, 2017).
As principais alterações na qualidade das águas ocorrem em virtude das
atividades antrópicas, que poluem os ecossistemas aquáticos por meio da liberação
de substâncias e materiais que podem alterar as características desses ambientes,
causando mudanças na sua dinâmica e funcionamento (GRIZZETTI et al., 2017).
A deterioração da qualidade da água ocasiona crescentes aumentos nos custos
de tratamento das águas destinadas ao abastecimento doméstico, principalmente nos
custos associados ao uso de produtos químicos. Ao se projetar uma Estação de
Tratamento de Água (ETA), leva-se em consideração tanto o volume de água a ser
tratado, como a qualidade dessa água. Quanto melhor forem os parâmetros que
indicam ser uma água adequada para sofrer o processo de potabilização, mais
simples será o processo escolhido para se proceder ao tratamento da água e,
consequentemente, menores serão os custos de implantação e de operação da ETA
(BRASIL, 2014).

4 PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA

Fonte:.wp.com/iusnatura.com.br

O monitoramento da qualidade das águas é um instrumento importante para o


planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos; permite avaliar a evolução da
qualidade das águas e identificar áreas prioritárias para a gestão (CETESB, 2017).
A avaliação contínua ou periódica dos parâmetros físicos, químicos e biológicos
da água é importante para ter conhecimento sobre as características limnológicas dos

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sistemas hídricos; além de possibilitar a identificação de possíveis fontes de poluição
na bacia hidrográfica, pois a qualidade das águas de um curso hídrico reflete o grau
de conservação de sua bacia de contribuição (ALILOU et al., 2019).
No Brasil, os padrões de referência para o monitoramento das águas foram
estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
Nº 357 de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos hídricos
de acordo com seus usos preponderantes, estabelece diretrizes ambientais para o
enquadramento das águas, bem como condições e padrões de lançamento de
efluentes lançados aos corpos hídricos. A conformidade com os valores de referência
é um bom indicativo da qualidade de um corpo hídrico (ANJINHO et al, 2020).
A qualidade da água pode ser representada através de diversos parâmetros,
que traduzem as suas principais características físicas, químicas e biológicas.

5 PARÂMETROS FÍSICOS

Cor

A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de


dimensões inferior a 1 µm – denominadas coloides – finamente dispersas, de origem
orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mineral (resíduos industriais, compostos de
ferro e manganês). Corpos d’água de cores naturalmente escuras são encontrados
em regiões ricas em vegetação, em decorrência da maior produção de ácidos
húmicos. Um exemplo internacionalmente conhecido é o do Rio Negro, afluente do
Rio Amazonas, cujo nome faz referência à sua cor escura, causada pela presença de
produtos de decomposição da vegetação e pigmentos de origem bacteriana
(Chromobacterium violaceum).

Turbidez

A turbidez pode ser definida como uma medida do grau de interferência à


passagem da luz através do líquido. A alteração à penetração da luz na água decorre
na suspensão, sendo expressa por meio de unidades de turbidez (também
denominadas unidades de Jackson ou nefelométricas). A turbidez é provocada por
partículas em suspensão, sendo, portanto, reduzida por sedimentação. Em lagos e
represas, onde a velocidade de escoamento da água é menor, a turbidez pode ser
bastante baixa. Além da ocorrência de origem natural, a turbidez da água pode,

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também, ser causada por lançamentos de esgotos domésticos ou industriais. A
turbidez natural das águas está, geralmente, compreendida na faixa de 3 a 500
unidades fins de potabilidade; a turbidez deve ser inferior a 1 unidade. Tal restrição
fundamenta-se na influência da turbidez nos processos usuais de desinfecção,
atuando como escudo aos micro-organismos patogênicos, minimizando a ação do
desinfetante.

Sabor

A conceituação de sabor envolve uma interação de gosto (salgado, doce, azedo


e amargo) com o odor. No entanto, genericamente usa-se a expressão conjunta: sabor
e odor. Sua origem está associada tanto à presença de substâncias químicas ou
gases dissolvidos, quanto à atuação de alguns micro-organismos, notadamente algas.

Odor

O odor, são obtidos odores que podem até mesmo ser agradáveis (odor de
gerânio e de terra molhada etc.) além daqueles considerados como repulsivos (odor
de ovo podre, por exemplo). Despejos industriais que contêm fenol, mesmo em
pequenas concentrações, apresentam odores bem característicos. Vale destacar que
substâncias altamente deletérias aos organismos aquáticos, como metais pesados e
alguns compostos organossintéticos não conferem nenhum sabor ou odor à água.
Para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de potabilidade exige que a
água seja completamente inodora.

Temperatura

A temperatura expressa a energia cinética das moléculas de um corpo, sendo


seu gradiente o fenômeno responsável pela transferência de calor em um meio. A
alteração da temperatura da água pode ser causada por fontes naturais
(principalmente energia solar) ou antropogênicas (despejos industriais e águas de
resfriamento de máquinas). A temperatura exerce influência marcante na velocidade
das reações químicas, nas atividades metabólicas dos organismos e na solubilidade
de substâncias. Os ambientes aquáticos brasileiros apresentam, em geral,
temperaturas na faixa de 20ºC a 30ºC. Entretanto, em regiões mais frias, como no sul
do país, a temperatura da água em períodos de inverno pode baixar a valores entre
5ºC e 15ºC, atingindo, em alguns casos, até o ponto de congelamento. Em relação às

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águas para consumo humano, temperaturas elevadas aumentam as perspectivas de
rejeição ao uso. Águas subterrâneas captadas a grandes profundidades
frequentemente necessitam de unidades de resfriamento, a fim de adequá-las ao
abastecimento (BRASIL, 2014)

5.1 Parâmetros químicos

ph

O potencial hidrogêniônico (pH) representa a intensidade das condições ácidas


ou alcalinas do meio líquido, por meio da medição da presença de íons hidrogênio
(H+). É calculado em escala antilogarítmica, abrangendo a faixa de 0 a 14 (inferior a
7: condições ácidas; superior a 7: condições alcalinas). O valor do pH influi na
distribuição das formas livre e ionizada de diversos compostos químicos, além de
contribuir para um maior ou menor grau de solubilidade das substâncias e de definir o
potencial de toxicidade de vários elementos. As alterações de pH podem ter origem
natural (dissolução de rochas, fotossíntese) ou antropogênica (despejos domésticos
e industriais). Em águas de abastecimento, baixos Manual de Controle da Qualidade
da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS 21 valores de pH podem contribuir
para sua corrosividade e agressividade, enquanto que valores elevados aumentam a
possibilidade de incrustações. Para a adequada manutenção da vida aquática, o pH
deve situar-se, geralmente, na faixa de 6 a 9.

Alcalinidade

A alcalinidade indica a quantidade de íons na água que reagem para neutralizar


os íons hidrogênio. Constitui-se, portanto, em uma medição da capacidade da água
de neutralizar os ácidos, servindo, assim, para expressar a capacidade de
tamponamento da água, isto é, sua condição de resistir a mudanças do pH. Os
principais constituintes da alcalinidade são os bicarbonatos (HCO3-), carbonatos
(CO3 2+) e hidróxidos (OH-). Outros ânions, como cloretos, nitratos e sulfatos, não
contribuem para a alcalinidade.

Acidez

A acidez, em contraposição à alcalinidade, mede a capacidade da água em


resistir às mudanças de pH causadas pelas bases. Ela decorre, fundamentalmente,
da presença de gás carbônico livre na água. A origem da acidez tanto pode ser natural

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(CO2 absorvido da atmosfera, ou resultante da decomposição de matéria orgânica,
presença de H2 S – gás sulfídrico) como antropogênica (despejos industriais,
passagem da água por minas abandonadas). De maneira semelhante à alcalinidade,
a distribuição das formas de acidez também é função do pH da água: pH > 8.2 – CO2
livre ausente; pH entre 4,5 e 8,2 – acidez carbônica; pH < 4,5 – acidez por ácidos
minerais fortes, geralmente resultantes Fundação Nacional de Saúde 22 de despejos
industriais. Águas com acidez mineral são desagradáveis ao paladar, sendo
desaconselhadas para abastecimento doméstico.

Dureza

A dureza indica a concentração de cátions multivalentes em solução na água.


Os cátions mais frequentemente associados à dureza são os de cálcio e magnésio
(Ca+2, Mg+2) e, em menor escala, ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2)
e alumínio (Al+3). A dureza pode ser classificada como dureza carbonato ou dureza
não carbonato, dependendo do ânion com o qual ela está associada. Águas de
elevada dureza reduzem a formação de espuma, o que implica em um maior consumo
de sabões e xampus, além de provocar incrustações nas tubulações de água quente,
caldeiras e aquecedores, devido à precipitação dos cátions em altas temperaturas.
Existem evidências de que a ingestão de águas duras contribui para uma menor
incidência de doenças cardiovasculares.

Ferro e manganês

Os elementos ferro e manganês, por apresentarem comportamento químico


semelhante, podem ter seus efeitos na qualidade da água abordados conjuntamente.
Muito embora estes elementos não apresentem inconvenientes à saúde nas
concentrações normalmente encontradas nas águas naturais, eles podem provocar
problemas de ordem estética (manchas em roupas, vasos sanitários) ou prejudicar
determinados usos industriais da água. Altas concentrações destes elementos são
também encontradas em situações de ausência de oxigênio dissolvido, como, por
exemplo, em águas subterrâneas ou nas camadas mais profundas dos lagos. Em
condições de anaerobiose, o ferro e o manganês apresentam-se em sua forma solúvel
(Fe2+ e Mn2+), voltando a precipitar-se quando em contato com o oxigênio (oxidação
a Fe3+ e Mn4+).

Cloretos
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Os cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de
águas do mar, e ainda podem advir dos esgotos domésticos ou industriais. Em altas
concentrações, conferem sabor salgado à água ou propriedades laxativas.
Nitrogênio
No meio aquático, o elemento químico nitrogênio pode ser encontrado sob
diversas formas:
Nitrogênio molecular (N2): nesta forma, o nitrogênio está, continuamente,
sujeito a perdas para a atmosfera. Algumas espécies de algas fixar o nitrogênio
atmosférico, o que permite o seu crescimento mesmo quando as outras formas de
nitrogênio não estão disponíveis na massa líquida;
Nitrogênio orgânico: constituído por nitrogênio na forma dissolvida (compostos
nitrogenados orgânicos) ou particulada (biomassa de organismos);
Íon amônio (NH4 +): forma reduzida do nitrogênio, sendo encontrada em
condições de anaerobiose; serve, ainda, como indicador do lançamento de esgotos
de elevada carga orgânica;
Íon nitrito (NO2 -): forma intermediária do processo de oxidação, apresentando
uma forte instabilidade no meio aquoso; e
Íon nitrato (NO3 -): forma oxidada de nitrogênio, encontrada em condições de
aerobiose.
Além de ser fortemente encontrado na natureza, na forma de proteínas e outros
compostos orgânicos, o nitrogênio tem uma significativa origem antropogênica,
principalmente em decorrência do lançamento em corpos d’água de despejos
domésticos, industriais e de criatórios de animais, assim como de fertilizantes.

Fósforo

O fósforo é, em razão da sua baixa disponibilidade em regiões de clima tropical,


o nutriente mais importante para o crescimento de plantas aquáticas. Quando este
crescimento ocorre em excesso, prejudicando os usos da água, caracteriza-se o
fenômeno conhecido como eutrofização. A fração mais significativa no estudo do
fósforo é a inorgânica solúvel, que pode ser diretamente assimilada para o
crescimento de algas e macrófitas. A presença de fósforo na água está relacionada a
processos naturais (dissolução de rochas, carreamento do solo, decomposição de
matéria orgânica, chuva) ou antropogênicos (lançamento de esgotos, detergentes,
fertilizantes, pesticidas).

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Oxigênio dissolvido

Trata-se de um dos parâmetros mais significativos para expressar a qualidade


de um ambiente aquático. É sabido que a dissolução de gases na água sofre a
influência de distintos fatores ambientais (temperatura, pressão, salinidade). As
variações nos teores de oxigênio dissolvido estão associadas aos processos físicos,
químicos e biológicos que ocorrem nos corpos d’água. Para a manutenção da vida
aquática aeróbica são necessários teores mínimos de oxigênio dissolvido de 2 mg/L
a 5 mg/L, exigência de cada organismo. A concentração de oxigênio disponível
mínima necessária para sobrevivência das espécies piscícolas é de 4 mg/L para a
maioria dos peixes e de 5 mg/L para trutas. Em condições de anaerobiose (ausência
de oxigênio dissolvido) os compostos químicos são encontrados na sua forma
reduzida (isto é, não oxidada), a qual é geralmente solúvel no meio líquido,
disponibilizando, portanto, as substâncias para assimilação pelos organismos que
sobrevivem no ambiente. Á medida em que cresce a concentração de oxigênio
dissolvido os compostos vão se precipitando, ficando armazenados no fundo dos
corpos d’água.

Matéria orgânica

A matéria orgânica da água é necessária aos seres heterótrofos, na sua


nutrição, e aos autótrofos, como fonte de sais nutrientes e gás carbônico. Em grandes
quantidades, no entanto, podem causar alguns problemas, como cor, odor, turbidez e
consumo do oxigênio dissolvido pelos organismos decompositores. O consumo de
oxigênio é um dos problemas mais sérios do aumento do teor de matéria orgânica,
pois provoca desequilíbrios ecológicos, podendo causar a extinção dos organismos
aeróbicos. Geralmente, são utilizados dois indicadores do teor de matéria orgânica na
água: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio
(DQO). A diferença entre DBO e DQO está no tipo de matéria orgânica estabilizada.
Enquanto a DBO refere-se exclusivamente à matéria orgânica mineralizada por
atividade dos micro-organismos, a DQO engloba, também, a estabilização da matéria
orgânica ocorrida por processos químicos (BRASIL, 2014)

5.2 Parâmetros biológicos

Organismos indicadores

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As bactérias do grupo coliforme habitam normalmente o intestino de homens e
animais, servindo, portanto, como indicadoras da contaminação de uma amostra de
água por fezes. Como a maior parte das doenças associadas com a água é transmitida
por via fecal, isto é, os organismos patogênicos, ao serem eliminados pelas fezes,
atingem o ambiente aquático, podendo vir a contaminar as pessoas que se abasteçam
de forma inadequada desta água, conclui-se que as bactérias coliformes podem ser
usadas como indicadoras desta contaminação. Quanto maior a população de
coliformes em uma amostra de água, maior é a chance de que haja contaminação por
organismos patogênicos.
As principais comunidades que habitam o ambiente aquático são:
Plâncton: organismos sem movimentação própria, que vivem em suspensão na
água, podendo ser grupados em fitoplâncton (algas, bactérias) e zooplâncton
(protozoários, rotíferos, crustáceos). A comunidade planctônica exerce um papel
fundamental na ecologia aquática, tanto na construção da cadeia alimentar, quanto
na condução de processos essenciais, como a produção de oxigênio e a
decomposição da matéria orgânica;
Benton: é a comunidade que habita o fundo de rios e lagos, sendo constituída
principalmente por larvas de insetos e por organismos anelídeos, semelhantes às
minhocas. A atividade da comunidade bentônica influi nos processos de solubilização
dos materiais depositados no fundo de ambientes aquáticos. Além disso, pelo fato de
serem muito sensíveis e apresentarem reduzida locomoção e fácil visualização, os
organismos bentônicos são considerados como excelentes indicadores da qualidade
da água;
Necton: é a comunidade de organismos que apresentam movimentação
própria, sendo representada principalmente pelos peixes. Além do seu significado
ecológico, situando-se no topo da cadeia alimentar, os peixes servem como fonte de
proteínas para a população e também podem atuar como indicadores da qualidade
da água (rotíferos, crustáceos). A comunidade planctônica exerce um papel
fundamental na ecologia aquática, tanto na construção da cadeia alimentar, Manual
de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS 29 quanto
na condução de processos essenciais, como a produção de oxigênio e a
decomposição da matéria orgânica (BRASIL, 2014)

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São feitas referências aos seguintes padrões de qualidade da água:

5.3 Padrão de potabilidade: Portaria de Consolidação Nº 5 Anexo XX do Ministério


da Saúde e Portaria 2914 (2011) do Ministério da Saúde.

5.4 Padrão de corpos d'água: Resolução CONAMA 357 (2005), do Ministério do


Meio Ambiente, e eventuais legislações estaduais.

Os requisitos de qualidade de água em função do abastecimento doméstico são os


seguintes:
 Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde;
 Isenta de organismos prejudiciais à saúde;
 Adequada para serviços domésticos;
 Baixa agressividade e dureza;
 Esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor e odor, ausência de
macrorganismos) (SAAE, 2020).
A qualidade requerida está bem definida nas concentrações máximas
permitidas para determinadas substâncias, conforme especificado nas Resoluções
CONAMA 357/05, 396/08 e 430/2011, que dispõem sobre a classificação e diretrizes
ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e superficiais e
estabelecem as condições e padrões de lançamento de efluentes. Os principais
indicadores da qualidade da água são separados sob os aspectos físicos, químicos e
biológicos (BRASIL, 2014).

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6 FONTES DE POLUIÇÃO

Fonte: static.brasilescola

Os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de maneira significativa em


função de múltiplos impactos ambientais advindos de atividades antrópicas, tais como:
mineração, construção de barragens e represas, retilinização e desvio de curso
natural de rios, lançamento de efluentes domésticos e industriais não tratados,
desmatamento e uso inadequado do solo em regiões ripárias e planícies de
inundação, superexposição de recursos pesqueiros, introdução de espécies exóticas.
Tais alterações provocam desestruturação do ambiente físico-químico e alteração da
dinâmica natural das comunidades biológicas (MARQUES et al, 2017).
Diversas substâncias têm sido consideradas contaminantes emergentes, tais
como: fármacos, compostos usados em produtos de higiene pessoal (ex: protetores
solares), hormônios, alquilfenóis e seus derivados, drogas ilícitas, sucralose e outros
adoçantes artificiais, pesticidas; subprodutos provenientes de processos de
desinfecção de águas (DPB, do inglês, Desinfect by Products); retardantes de chama
bromados; compostos perfluorados; siloxanos; benzotriazóis; ácidos naftênicos;
percloratos; dioxinas; nanomateriais; líquidos iônicos e microplásticos. Além desses,
alguns microorganismos e toxinas de algas também são considerados contaminantes
emergentes (RICHARDSON et al, 2016).

6.1 Classes de contaminantes emergentes determinadas no Brasil

Fármacos

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Os fármacos pertencem a uma das classes de contaminantes emergentes mais
estudadas em todo o mundo (sendo a segunda mais estudada no Brasil), pois são
constantemente lançados no ambiente em grandes quantidades, além de serem
produzidos com a finalidade de apresentarem efeitos biológicos. Muitos são
persistentes e lipofílicos, podendo ser bioacumulados, outros são parcialmente
metabolizados pelo organismo e seus metabólitos, lançados no ambiente, também
podem causar efeitos à biota e ao homem (MONTAGNER et al, 2017).
Os fármacos incluem todas as drogas consumidas com ou sem prescrição
médica, de uso humano ou veterinário, e suplementos alimentares. Nas últimas
décadas houve um aumento significativo no consumo de medicamentos em todo o
mundo, inclusive no Brasil, principalmente aqueles vendidos sem prescrição médica,
como os analgésicos e antitérmicos e aqueles de uso contínuo como os reguladores
lipídicos, anticoncepcionais e antidepressivos. O mercado farmacêutico mundial
movimenta bilhões de dólares anualmente, com um crescimento de mercado que tem
se expandido tanto em quantidade como em variedade de novos princípios ativos 72
As maiores preocupações são com os fármacos de origem hormonal, dado seu
potencial de interferência endócrina; os fármacos psicoterápicos, que agem
diretamente no sistema nervoso central; e os antimicrobianos devido ao fato de
promoverem um aumento na quantidade de bactérias resistentes. Este último, vem
recebendo grande destaque na Organização Mundial da Saúde (OMS ou WHO, do
inglês World Health Organization) nos últimos anos e, em 2016 foi lançado um alerta
mundial sobre esta problemática, a qual países do mundo todo deverão participar com
ações de grande, médio e pequeno porte com objetivo de minimizar os efeitos da
resistência aos antimicrobianos. De acordo com a OMS, são necessários inovações e
investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos
antimicrobianos, vacinas e instrumentos de diagnóstico (MONTAGNER et al, 2017).

Produtos de higiene pessoal

Os produtos de higiene pessoal referem-se aos cosméticos, fragrâncias,


compostos antimicrobianos, antioxidantes e cremes preservativos, inseticidas
repelentes e os protetores solares, cujo consumo mundial vem aumentando
exponencialmente na última década. Muitos compostos usados nestes produtos são
lipossolúveis e, portanto, possuem alto potencial de bioacumulação (RICHARDSON

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et al, 2016), e além disso, alguns são parcialmente removidos pelos processos de
tratamento convencionais de água e esgoto. Desde 2010, o Brasil ocupa a 3º posição
no consumo mundial, perdendo apenas para os EUA e Japão, de acordo com a
Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
(Abihpec), o que pode nos remeter a um cenário típico de contaminação ambiental,
principalmente nas regiões sul e sudeste do país onde a densidade populacional é
mais alta (LUO et al, 2014).

Drogas ilícitas ou drogas de abuso

Com relação às drogas ilícitas ou drogas de abuso, a preocupação ambiental


foge do aspecto regulatório uma vez que são ilícitas. Os trabalhos descritos na
literatura abordam métodos analíticos para a determinação em concentrações traços,
apresentam dados de ocorrência em esgoto (Feitosa, et al, 2013) em corpos d'água
superficiais e na água tratada, e buscam por endpoints ecotoxicológicos que
possibilitem correlacionar um efeito a uma concentração, permitindo que uma
avaliação do risco tanto para a biota aquática quanto para a saúde humana possa ser
analisada com clareza (CAMPESTRINI et al, 2016)

Compostos de uso industrial

Alguns compostos de uso industrial também são classificados como


contaminantes emergentes, tendo sido determinado em amostras de esgoto, águas
superficiais e de abastecimento público no Brasil em concentrações entre 0,04 e
78250 ng L-1. Dentre eles, pode-se citar o bisfenol A, os alquilfenóis, as bifenilas
policloradas, os ftalatos, os compostos perfluorados (PFC, do inglês perfluorinated
compounds) e os retardantes de chama bromados. A maior preocupação está nas
quantidades em que são lançados ao ambiente, uma vez que a maioria destes
compostos não possui padrões de emissão e, portanto, não há um valor máximo
designado especificamente ao lançamento deste tipo de contaminante pelo efluente.
Alguns países têm adotados valores de referência para a gestão de algumas
substâncias consideradas mais relevantes do ponto de vista de contaminação
ambiental, como exemplos, a Directive 2008/105/EC da European Parliament and
The Council e a Canadian Environmental Protection Act. Muitos são lipossolúveis e
alguns deles são ainda classificados como poluentes orgânicos persistentes (LUO et
al, 2014).
17
Pesticidas

O cultivo agrícola gera um desequilíbrio biológico na natureza seja pela


remoção de culturas competitivas, pelo uso de linhagens obtidas por seleção, falta de
revezamento de culturas numa única área de plantio, adubação, irrigação, poda ou
controle de pragas. O aumento da população mundial e, consequentemente, o
aumento pela demanda de alimentos, aliado as práticas modernas de cultivo,
consolidaram os pesticidas como a principal ferramenta para assegurar a proteção
contra perdas na produção ou destruição de culturas. Há, portanto, uma disseminação
de diferentes substâncias químicas desenvolvidas para atuar em um conjunto
específico de pragas, mas que acabam sendo potencialmente danosas a organismos
não alvos incluindo a biota e o homem. A preservação da qualidade ambiental é um
dos principais desafios deste cenário, tendo em vista a grande quantidade de
pesticidas que são lançados no ambiente (MONTAGNER et al, 2017).
Dentre os contaminantes emergentes, alguns compostos são ainda
classificados pelos seus potenciais ou capacidades de alterarem as funções do
sistema endócrino e, consequentemente, causar efeitos adversos em um organismo
saudável ou em seus descendentes. São denominados interferentes endócrinos e
definidos pela USEPA como "um agente exógeno que interfere na síntese, secreção,
transporte, ligação, ação ou eliminação dos hormônios naturais no corpo que são
responsáveis pela manutenção da homeostase, reprodução, desenvolvimento e/ou
comportamento" (MONTAGNER et al, 2017).
Agências ambientais e organizações não-governamentais classificam os
interferentes endócrinos em três classes principais: os estrogênios naturais, os
estrogênios sintéticos e os xenoestrogênios. Os estrogênios sintéticos apresentam
maior capacidade de interferir no sistema endócrino humano em comparação aos
demais tipos de estrógenos, enquanto que os xenoestrogênios são menos potentes,
porém mais prováveis de serem encontrados no ambiente.

Estrogênios naturais

Os estrogênios naturais fazem parte de um grupo de vários hormônios


lipossolúveis produzidos principalmente nos ovários, mas também em quantidades
consideráveis na placenta e em menores quantidades nos testículos e no córtex
adrenal. Os hormônios estradiol, estrona e estriol são os três principais estrogênios

18
endógenos. Além destes, a progesterona e a testosterona são exemplos de outros
hormônios naturais que, assim como os estrogênios, são excretados diariamente pela
urina e podem ser determinados nos corpos d'água que recebem grandes aportes de
esgoto doméstico (Machado et al, 2016).

Estrogênios sintéticos

Os estrogênios sintéticos, encontrados em produtos farmacêuticos, são


esteróides que tiveram suas estruturas moleculares alteradas. Os principais usos
estão relacionados aos contraceptivos, terapias de reposição hormonal e tratamento
de neoplasias. São compostos sintetizados para agirem diretamente no sistema
endócrino, por isso possuem alto potencial estrogênico.
O termo xenoestrogênio é aplicado a uma série de substâncias químicas
produzidas pelo homem que confundem os receptores celulares dos estrogênios no
organismo, interferindo nas mensagens bioquímicas naturais. Podem ou não ser
compostos do tipo esteroidais, tendo a habilidade de mimetizar ou bloquear a
atividade dos hormônios endógenos, bem como alterar a forma como os hormônios e
seus receptores proteicos atuam, são produzidos e/ou metabolizados. O mecanismo
de ação depende da estrutura química de cada molécula, assim como o potencial
estrogênico e, consequentemente, os efeitos observados nos organismos
(MONTAGNER et al, 2017).

7 ÁGUAS RESIDUÁRIAS: ESGOTOS DOMÉSTICOS

Fonte: encrypted-

19
As águas residuárias são uma combinação de efluentes domésticos, despejos
industriais, efluentes de estabelecimentos comerciais e institucionais, águas pluviais
e de drenagem urbana, assim como efluentes agropecuários (CORCORAN et al.,
2010).
Quando as águas residuárias permanecem paradas e sem tratamento, a
decomposição da matéria orgânica nela contida pode produzir gases com odores
fétidos e conduzir à redução no conteúdo do oxigênio dissolvido que afetará a vida
aquática; adicionalmente, as águas residuárias podem conter microrganismos
patogênicos que causam riscos à saúde humana e dos animais. Além dos efeitos da
matéria orgânica e dos patógenos, e devido às preocupações ambientais são cada
vez mais comuns os estudos para analisar compostos orgânicos específicos nos
corpos de água. Entre esses compostos estão inclusos os agrotóxicos,
potencialmente prejudiciais para a flora e fauna naturais; trihalometanos e outros
compostos clorados, que podem prejudicar a saúde humana; e compostos químicos
de origem industrial, que podem danificar a ecologia natural (ORTIZ et al, 2016).

7.1 Constituição das águas residuárias e tipos de efluentes

A qualidade das águas residuárias varia de acordo com os tipos de efluentes


envolvidos, como esgoto sanitário, deposição atmosférica húmida e seca, escoamento
superficial urbano incluindo poluição advinda do tráfego veicular, escoamento
agrícola; sendo que a diversidade de contaminantes pode ser ainda maior quando
incluídos os efluentes industriais (RATOLA et al., 2012).
De acordo com Shi (2014), existem muitos tipos de efluentes industriais com
base nos diversos tipos de indústrias e contaminantes, no qual cada setor produz a
sua própria combinação de poluentes. Dentre os setores industriais que o autor
destaca estão o de ferro e aço, têxtil e couro, papel e celulose, petroquímica e
refinarias, química, metais não ferrosos, microeletrônica e o de mineração.
As águas residuárias domésticas apresentam concentrações típicas na ordem
de 300 mg/L de DBO, 600 mg/L para DQO, 45 mg/L de nitrogênio total, 7 mg/L de
fósforo total e 1100 mg/L de sólidos totais (VON SPERLING, 2012).
Além da caracterização das águas residuárias é necessário estabelecer
claramente a destinação final do esgoto, seja para reuso urbano, industrial, para
irrigação, recarga de aquíferos, ou para seu lançamento em um corpo de água

20
receptor. Neste último caso, é fundamental realizar um modelamento da qualidade da
água no corpo receptor. Dentre os objetivos do modelamento estão à previsão de
condições futuras e o planejamento de níveis e eficiências do tratamento dos esgotos
(ORTIZ et al, 2016).

7.2 Tratamento das águas residuárias

As estações de tratamento de esgoto (ETE) são projetadas com diferentes


propósitos como proteger a saúde pública e vida aquática, assim como preservar o
melhor uso da água. O tipo de poluente varia de acordo com as fontes das águas
residuárias. No caso do esgoto sanitário ou doméstico, a água foi utilizada por uma
comunidade e pode conter todos os materiais adicionados ao líquido durante seu uso,
como por exemplo, excretas humanas (fezes e urina), produtos de higiene pessoal e
limpeza. O escasso tratamento das águas residuárias, é um problema no mundo todo,
pois as tecnologias disponíveis para tal fim são muito custosas em muitos dos casos
(ORTIZ et al, 2016).
É certo que algumas empresas já se preocupam em buscar alternativas nesse
sentido, pode-se citar o sistema convencional de lagoas como um desses
mecanismos. Porém, atualmente os sistemas de tratamento do tipo wetlands são
vistos pela comunidade cientifica como uma alternativa viável economicamente para
locais com amplas áreas, e tem como principais atrativos a independência de energia
elétrica para o processo, bem como, a não necessidade de produtos químicos além
forte apelo ambiental e possibilidade de compor o paisagismo local (SILVA JUNIOR
E ALMEIDA, 2015).

7.3 Fitodepuração como alternativa de tratamento de águas residuárias


Fitodepuração refere-se a sistemas de tratamentos de efluentes que utilizam o
conjunto planta para tratamento. Pode ser definido também como sistemas
concebidos para tratamento de águas residuárias em zonas úmidas artificiais com o
objetivo de reproduzir os processos de autodepuração natural em um ambiente
controlável. Para isso são utilizadas plantas conhecidas como macrófitas aquáticas,
onde as mesmas possuem a capacidade de absorverem poluentes de água
contaminada por meio de suas raízes ou folhas. Uma das plantas mais citada em
estudos como que visa o tratamento de efluentes é o aguapé. O aguapé é uma planta
com raízes longas (até um metro), rizomas, estolões, pecíolos, folhas e

21
inflorescências, podendo atingir uma altura variando desde alguns centímetros fora
d’água, até um metro (DIAS, 2019).
Uma característica que deve ser notada no caso do aguapé é que, em seu
processo metabólico, esta espécie pode absorver alguns elementos poluidores da
água, e os transforma em biomassa fresca, através da fotossíntese; a matéria tóxica
que é retirada por ele, cerca de 95 a 98%, acumula-se no sistema radicular,
preservando as folhas da contaminação. As plantas aquáticas aparecem como
alternativa viável a problemática dos recursos hídricos, desempenham uma função
importante dentro dos ecossistemas, elas afetam a química da água por meio da
absorção de substâncias que podem ser nutrientes ou elementos tóxicos presentes
na composição do fluído o que proporciona circunstâncias favoráveis para a
sobrevivência de vários espécimes aquáticos, e serve como componente alimentar
para esses seres (BORBA et al., 2018).
Eichhornia crassipes, popularmente conhecida como aguapé ou jacinto d’água,
se caracteriza por ser uma macrófita aquática flutuante livre, nativa da América do Sul,
pertencente à família Pontederidaceae. Se reproduz de duas formas: sexuadamente
por sementes, e também de forma assexuada, por estolões (SOUZA, 2016).
A espécie tem provado possuir elevado potencial econômico e ecológico para
muitas regiões subtropicais e tropicais do mundo. O aguapé é listado como uma das
plantas mais produtivas na terra, sendo sua logística de crescimento verificada em
águas doces de mais de 50 países, nos cinco continentes. É especialmente difundida
na América do Sul e Central, sudeste asiático, sudeste dos Estados Unidos, África
central e ocidental (SOUZA, 2016).
Para a pesquisa a espécie de Eichhornia crassipes (aguapé), foi coletada nas
margens de um corpo hídrico, localizado na comunidade Calumbi, cerca de 10 km do
perímetro urbano do município de Corrente Piauí. Para escolha da espécie apropriada
para o experimento, foi selecionada as amostras mais saudáveis, adultas e com uma
raiz, caule e folhas mais volumosas e desenvolvidas. Xanthosoma sagittifolium, é uma
monocotiledônea herbácea, tropical, perene, rizomatosa, que pode atingir até dois
metros de altura. Possui como características grandes folhas cordiformes encontradas
em tons de verde e roxo escuro, com enormes limbos cerosos e carnosos e, com
nervuras marcantes (MARTINEZ, 2018).

22
A planta é cultivada em praticamente todas as regiões do Brasil e por ser uma
espécie tropical, necessita de temperaturas quentes, em torno de 25 a 28 graus
Celsius. A taioba não tolera geada e em condições climáticas onde as temperaturas
sejam inferiores a 15 graus Celsius, o crescimento da planta é muito comprometido.
Para que se desenvolva bem, necessita de solos bem drenados, enriquecidos com
matéria orgânica e cujo pH esteja entre 6 e 7 (MARTINEZ, 2018).
As macrófitas exerceram efeito filtrante significativo sobre bactérias indicadoras
de poluição fecal devido suas raízes ficarem cobertas com material orgânico e
mucilaginoso permitindo a formação da comunidade periférica conforme o observado
nas raízes das macrófitas utilizadas neste trabalho (DIAS et al., 2016).

8 ÁGUAS PLUVIAIS

Fonte: image/jpeg

O uso de tecnologias de aproveitamento de águas pluviais se deu desde o


período antes de Cristo. No ano de 850 a.C., a pedra Mohabita, encontrada no Oriente
Médio, é o primeiro registro feito sobre o tema, onde o rei Mesa sugere que seja criado
um reservatório em cada casa para uso próprio. Durante o Império Romano foram
construídas diversas instalações para aproveitamento de águas de chuvas, por toda
Itália há registros dessas construções. Na cidade portuguesa de Tomar existem
construções centenárias que ainda são utilizadas, como é o caso da Fortaleza dos
Templários (OLIVEIRA, 2014)
Água de chuva é definida como a água resultante de precipitações
atmosféricas coletada em coberturas, telhados, onde não haja circulação de pessoas,

23
veículos ou animais. De acordo com a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde
que normatiza a qualidade da água para consumo humano, tal água é considerada
como não potável por suas características físico-químicas e biológicas. A água
advinda da chuva vem com o ph alterado devido a várias substâncias encontradas no
ar e no local de captação, tais como poeira, folhas, fezes de animais entre outros, por
esse motivo ela é não se enquadra nos requisitos necessário para o consumo
humano, devendo ser utilizada para usos domésticos entre outros e que não tenha
contato com a alimentação do ser humano (QUIZA, 2017).
De acordo com Andrade Neto (2013), para que a utilização de água da chuva
seja de forma eficiente, é necessário que posteriormente a realização da coleta de
água a mesma seja direcionada a um reservatório o mais rápido possível, sendo este
uma cisterna, caixas d'águas, tambores plásticos entre outros da mesma natureza,
considerando que a cisterna é o meio mais viável, diferente dos outros uma vez que
são limitados quanto a sua capacidade.
Em termos de eficiência de reaproveitamento, são necessárias algumas
etapas que tornem o procedimento mais seguro e de fácil manuseio. Primeiramente
deve ser feito o dimensionamento do Sistema, o que varia com a necessidade de cada
usuário, em seguida se define o modelo do sistema que se enquadre da melhor forma
com o perfil do local a ser implantado, logo após seriam estabelecidos os materiais
utilizados e a instalação dos mesmos, sendo de suma importância a escolha correta
do filtro e da bomba em casos em que esta se faça necessário. O sistema de captação
de água funciona da seguinte maneira: a água pluvial chega no local de captação,
neste caso o telhado residencial em seguida é conduzida pelas caneletas onde passa
por um filtro para retira da das sujeiras mais grossas como folhas, galhos, pequenos
animais, pedras entre outros, em alguns casos pode-se utilizar o freio d'água, como o
próprio nome sugere, é um dispositivo com intuito de diminuir a velocidade da água
ao chegar no reservatório, assim prevenindo a fusão das partículas de impurezas com
a água já decantada (ANDRADE et al, 2017).
Conforme (ECV INSTALAÇÕES, 2018). Para a edificação que não possui
uma devida estrutura de captação, prepõe-se a implantação do respectivo sistema,
uma vez que todo imóvel exposto ao meio externo está apto a ser canal de captação
de água pluvial.

24
Fonte: ejeamb.com.br

É possível efetuar a instalação completa de captação utilizando os seguintes


materiais:
 Bacia Coletora ou telhado para captar água da chuva;
 Calhas horizontais e verticais que direcionam a água captada;
 Filtro grosso para apreender os resíduos sólidos;
 Filtro de areia que retém parte das impurezas presente na água;
 Filtro desferrizador que retira o ferro de manganês presente na água;
 Separador de águas com função de descartar a primeira chuva;
 Unidade de desinfecção responsável por garantir a segurança sanitária
através da adição de cloro ou ozônio;
 Reservatório para armazenar a água captada;

25
 Sistema de pressurização para bombas;
 Sistema de segurança e automação que envia a água armazenada para
caixas de alimentação reservatório elevado;
 Tubulação especifica para escoamento da água reservada.
Destaca-se em Quiza (2017) que deve se descartar a água da primeira chuva
ou dos primeiros minutos, pois esta fará a limpeza do telhado, com a retirada das
impurezas. Tomaz (2010) relata que deve se instalar uma torneira na parte final do
encanamento no intuito de facilitar o escoamento da primeira água captada.
Posteriormente a esse processo de limpeza do telhado é que se aproveita a água das
próximas chuvas, que são encaminhadas para o reservatório, este deve conter um
dispositivo de liberação da água quando atingir seu limite de capacidade de
armazenagem, o vulgo ladrão. Para reservatórios subterrâneos de grande capacidade
de armazenagem, tendo este em geral a função de evitar à incidência de luz solar e
consequentemente a proliferação de micro-organismos, devem ser instalados
métodos de bombeamento que impulsione a água previamente armazenada para a
caixa d'água, e esta deverá ser desassociada do reservatório de água potável.
De acordo com Gestão de água SEBRAE (2015), mesmo que a água captada
não seja utilizada para fins potáveis, é de grande importância manter o reservatório
sempre limpo, principalmente no início do período chuvoso para que este esteja apto
a receber a água captada, o mesmo deve ser bem tampado e sem rachaduras ou
vazamentos. É necessário que se faça a adição de cloro ou água sanitária, assim
evitado proliferação de microrganismos e mosquitos Aesdes Aegypti, que tem como
foco a água parada.
Estudos comprovam que cerca de 30% a 40% do consumo de água utilizada
em uma residência são para fins não potáveis. Portanto a utilização das águas pluviais
como fonte alternativa de consumo nas demandas menos implacáveis, em domicílios
se torna uma excelente opção pois converte o que seria um problema nos períodos
de excesso de chuva devido ao grande escoamento superficial em que alguns casos
levam a ocasionar inundações, em solução parcial no processo de racionalização da
água advinda da rede pública (ANDRADE et al, 2017).

26
8.1 Reuso das águas pluviais em residências e suas vantagens
Conforme está descrita na Normatização da Fundação Estadual do Meio
Ambiente – FEAM (2017) destaca se como opções de uso das águas pluviais em
residências as seguintes aplicações:
 Irrigação de jardins;
 Limpeza de pisos;
 Descargas em vasos sanitários;
 Abastecimento de sistema de ar condicionado e de combate a incêndio;
 Lavagem de veículos;
 Higienização de ambientes externos;
 Lavagem de roupas.
Diante do pressuposto considera se fatores benéficos na utilização de águas
pluviais nas cidades, a diminuição do consumo de água potável e o auxílio na
distribuição para a drenagem da água precipitada. A princípio a água da chuva
armazenada tem aspecto de limpa, mais ao contrário do que se parece,
principalmente em regiões urbanas a mesma contem impurezas provenientes do
contato da água com a poluição atmosférica, assim sendo esta não é recomendada
para o consumo humano, ao passo que na região da Bavária na Alemanha esta foi
liberada para a lavagem de roupas por conclui-se que os agentes patogênicos
existentes na respectiva água são os mesmos encontrados nas máquinas de lavar e
nas roupas que seriam lavadas (ANDRADE et al, 2017).
Em 2005, a ANA – Agência Nacional de Águas, a FIESP – Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo e o SindusCon-SP – Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de São Paulo juntamente com agentes públicos, empresas
de tecnologia, fabricantes e instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento
tecnológico, se reuniram para elaborar um manual de conservação e reuso de água
em edificações, onde se estabelece padrões necessário para garantir o uso eficiente
da água não-potável nas residências, sendo estes:
 Água para rega de jardins, descarga em vasos sanitário e lavagem de
ambientes e veículos não podem ser abrasivas, nem estar com mau-cheiro ou conter
componentes que ataquem as plantas, não podendo manchar superfícies, devendo
ser livre de infecções, vírus ou bactérias nocivas ao homem;

27
 Refrigeração e sistema de ar condicionado, além dos requisitos dos itens
anteriores, as águas não devem danificar as peças e nem causar incrustações;
 Água para lavagem de roupa: deve ser incolor, inodora e livre de algas, vírus,
bactérias, elementos sólidos, metais e substâncias que danifiquem os metais
sanitários e as lavadoras. (Revista do CEDS 2014).

9 EFLUENTES INDUSTRIAIS

Fonte: solucoesindustriais.com.br

Segundo os autores Giordano; Surerus (2015), efluentes líquidos industriais


são o conjunto de quaisquer águas descartadas pelas indústrias. A legislação
ambiental corrobora com a realização da correta gestão ambiental (SANTOS
PEIXOTO, 2018). Referente a este assunto, a resolução CONAMA n° 357/2005,
posteriormente alterada para CONAMA n° 430/2011 enfatiza o correto destino dos
efluentes. A resolução CONAMA n° 430/2011 aponta ainda uma lista com parâmetros
cujos valores não devem ter seus limites ultrapassados (BRASIL, 2011).
Existem diferentes tipos de tratamento para efluentes industriais, variando-se
sua eficiência como:

28
9.1 Reator anaeróbio UASB

Fonte: researchgate.net

O reator anaeróbio de manta de lodo de fluxo ascendente (UASB) é composto


por um manto de lodo, no qual o afluente entra na parte inferior do reator em
movimento ascendente, e atravessa uma camada de lodo biológico. O efluente é
então encaminhado para um separador de fases (gás-sólido-líquido) enquanto escoa
em direção à superfície. A utilização desses reatores apresenta vantagens como baixo
custo de implantação, simplicidade operacional, menor geração de lodo, menor
consumo de energia elétrica, dentre outras. Além disso, verifica-se que a maior parte
do material orgânico biodegradável presente no despejo é convertida em biogás
(cerca de 70 a 90%), que pode ser aproveitado em diversas aplicações (SANTOS et
al, 2016).
Em termos de processo, o dispositivo mais característico do DAFA (como é
conhecido no Brasil) é o separador de fases. Este é colocado no reator e o divide em
uma parte inferior, onde há uma manta de lodo, responsável pela digestão anaeróbia,
e uma parte superior ou zona de sedimentação. A água residuária entra pelo fundo do

29
reator anaeróbio e segue uma trajetória ascendente, passando pela zona de digestão,
atravessando uma abertura existente no separador de fases e entrando para a zona
de sedimentação. Quando a água residuária entra no reator, ocorre à mistura do
material orgânico nela presente com o lodo anaeróbio presente na zona de digestão,
propiciando então a digestão anaeróbia, o que resulta na produção de biogás e no
crescimento de lodo (GOMIDES et al, 2020).
Apesar da grande aceitação e de todas as vantagens inerentes aos reatores
anaeróbios, tipo UASB, permanece nesses sistemas uma grande dificuldade de
produzir, isoladamente, um efluente dentro dos padrões estabelecidos pela legislação
ambiental do país. De forma similar à maioria dos processos compactos de
tratamento, os reatores UASB, ainda que bem adequados à remoção da matéria
carbonácea dos esgotos, não são eficientes na remoção de nutrientes (N e P),
eliminação de organismos patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) e
efluentes muito recalcitrantes, necessitando, portanto, de uma etapa de pós-
tratamento de seus efluentes, como, por exemplo, tratamentos físico-
químicos (SANTOS et al, 2016).

9.2 Tratamentos físico-químicos

O tratamento físico-químico a base de coagulantes orgânicos, em substituição


aos coagulantes inorgânicos, é uma técnica bastante estudada a fim de tratar o
efluente dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação e encaminha-lo ao corpo
hídrico receptor, minimizando impactos ao meio ambiente. Os coagulantes orgânicos
apresentam vantagens em relação aos coagulantes inorgânicos por não
apresentarem toxicidade e serem biodegradáveis, além de produzir lodo com menores
concentrações de metais.No processo de tratamento físico-químico de efluentes, o
principal objetivo é a remoção de sólidos presentes e a sedimentação utilizando
produtos químicos ou 28 polímeros coagulantes, seguidos de uma mistura rápida para
dispersá-los e logo após uma mistura lenta para a formação de flocos sedimentáveis.
Esse processo se dá em laboratório por meio de um equipamento denominado Jar-
test. Em um estudo para avaliar a eficácia do processo de coagulação e floculação
como etapa de pré-tratamento de efluentes industriais, estudos obtiveram uma
eficiência de 99% de remoção dos compostos analisados, sendo alguns deles: sólidos
em suspensão, demanda química de oxigênio e fósforo (FRAISOLI, 2019).

30
Fonte: slideplayer com.br.

A coagulação e a floculação são processos físico-químicos usados para


agregarem colóides e partículas dissolvidas em flocos maiores, que podem ser
facilmente sedimentados por gravidade e em seguida removidos, podendo ser usado
no pré ou pós-tratamento biológico. Esse processo utiliza sais de metal hidrolizantes
de ferro e alumínio que são amplamente usados como coagulantes primários para
promover a formação de agregados em efluentes e reduzir a concentração de
corantes e outros compostos orgânicos dissolvidos (NUNES, 2012).
O tratamento por via da adsorção e precipitação vem sendo eficazmente aceito,
sobretudo de efluentes que contenham corantes ou outras substâncias solúveis com
características recalcitrantes. Adsorção é um fenômeno em que o soluto é retirado de
uma fase e acumulado na superfície da segunda fase. O material adsorvido é
denominado adsorbato e o meio em que se processa a adsorção é o adsorvente
(CUNHA et al, 2019). O processo de tratamento de efluentes têxteis envolvendo a
adsorção é uma das técnicas físico-químicas considerada bem mais eficaz em relação
aos métodos convencionais e de custos relativamente moderados em relação às

31
novas técnicas de tratamento de efluentes. Ademais, a adsorção constitui uma
alternativa tecnológica extremamente importante, principalmente pela possibilidade
do uso de adsorventes de baixo custo em processos de controle de poluição. Visa-se,
portanto, medir os mecanismos engendrados nas indústrias têxteis para a redução
dos impactos originados durante os processos do beneficiamento têxtil (ROSSI,
2017).
A adsorção de compostos orgânicos em carvão ativado é uma das tecnologias
mais relevantes utilizada para tratamento de efluentes industriais. Seu poder
adsorvente é proveniente da alta área superficial e de uma variedade de grupos
funcionais em sua superfície (CUNHA et al, 2019).

9.3 Lagoas de estabilização


As lagoas são escavações taludadas que possibilita alto tempo de detenção
de esgoto sanitário sem necessidade de mecanização. Elas apresentam a vantagem
de ter um baixo custo para a sua implantação, com projetos simples em sua
concepção e operação além de baixo custo energético. Como desvantagens pode-se
mencionar a necessidade de grandes áreas, algas no efluente final e os maus odores
das lagoas anaeróbicas (MENDONÇA, 2017).
O tratamento ocorre por meio de processos naturais chamados de
autodepuração ou estabilização que acontece de forma parcialmente controlada.
Neste processo, os compostos orgânicos putrescíveis são transformados em
compostos minerais ou orgânicos com maior estabilidade utilizando-se para tanto
organismos vivos como: protozoários, algas, bactérias e macroinvertebrados. O
mecanismo de funcionamento das lagoas para tratamento de esgoto é bastante
simples, nele ocorre a estabilização das matérias orgânicas pela ação das bactérias
e tal processo necessita de lagos que possam receber o efluente a ser tratado. O
tratamento dispensado poderá ser aeróbio ou anaeróbio a depender: da profundidade
da lagoa; das condições físico-químicas 12 do efluente e também o nível de insolação
que o local apresenta. O fluxo dos efluentes para as lagoas precisa ser coordenado
tendo um tempo adequado para a retenção para que a autodepuração seja possível
(GOMIDES et al, 2020).
As lagoas podem receber diferentes tipos de classificação, dependendo do tipo
de atividade biológica. Elas podem ser anaeróbias, aeróbias, facultativas e de
maturação (UEHARA, VIDAL, 1989). Para Andrade Neto (1997) não existem lagoas

32
estritamente aeróbias visto que sempre se forma uma camada anaeróbia ao fundo da
lagoa por mais que tem pouca espessura. Dentro dessa linha de entendimento o
quadro a seguir apresenta as características de cada tipo de lagoa segundo sua
função, eficiência e parâmetros do projeto propiciando o funcionamento adequado
para cada lagoa (GOMIDES et al, 2020).
Tabela 1 – Principais funções dos principais tipos de lagoa

Em síntese as características que traçam distinção entre os três principais tipos


de lagoas têm-se os aspectos dos principais tipos de lagos:

As principais vantagens do método residem no fato de que estas produzem


menor quantidade de lodo e dispensam a necessidade de aeração. Como
desvantagens pode-se destacar o fato de que a estabilização completa necessitará
de um processo adicional, o tratamento aeróbico. É interessante utilizar esse método

33
em situações em que existam maiores níveis de teor orgânico (proteínas e gorduras)
sem que o esgoto não poderá conter substâncias tóxicas. Suas principais indicações
estão voltadas ao tratamento de esgotos provenientes de matadouros e frigoríficos
(MENDONÇA, 2017).
No caso das lagoas anaeróbias a processo de estabilização se dá através do
fenômeno de digestão ácida e fermentação metanogênica. A princípio, os micro-
organismos facultativos, em decorrência da ausência do oxigênio dissolvido, passa a
converter as substancias orgânicas complexas em compostos mais simples, em
especial, os componentes orgânicos ácidos. Nesta etapa se pode observar que a
síntese (produção de material celular), os compostos intermediários e o pH cai para
valores entre 5 e 6 (MENDONÇA, 2017). Na etapa seguinte, aquelas bactérias
(anaeróbias) responsáveis pela produção do metano convertem os ácidos orgânicos
em metano e em dióxido de carbono e o pH volta a subir ficando em um nível entre
7.2 e 7.5 (GOMIDES et al, 2020).
Vantagens e desvantagens dos sistemas de lagoas:

Para definir um sistema ideal de tratamento sanitário, seriam necessários


outros estudos futuros. Estudos mais detalhados, como por exemplo, relacionando os
custos de construção e operação, a formação de resíduos sólidos e os impactos
ambientais provocado por cada possibilidade de tratamento exposto nesta pesquisa.
Com isso, se poderia assegurar uma alternativa, para um processo de tratamento,
com um melhor embasamento.

9.4 Caracterização Quantitativa e Qualitativa.


A avaliação da qualidade das águas de rios, lagos e mares para atividade que
envolvam o contato primário com as águas, deve atender aos padrões estabelecidos
pela Resolução CONAMA 274, de 29 de novembro de 2000. De acordo coma referida
resolução, as condições de uso das águas doces são avaliadas em categorias,

34
definida de acordo com os teores de coliformes fecais ou Escherichia coli. Este
trabalho tem por objetivo reunir análises dos vários aspectos da água como seu grau
de Trofía, salinidade e localização dos pontos de maior lançamento de resíduos
residenciais e industriais, dentre outros aspectos que permitem o conhecimento da
qualidade da água em diversos trechos dos rios que compõem a Bacia do Banabuiú
possibilitando o uso ou não uso dessa água. Nos últimos anos têm sido utilizados
índices para avaliar a qualidade das águas, o Índice de Qualidade da Água (IQA) da
National Sanitation Foundation (NSF). Consiste em uma média ponderada no qual o
resultado de múltiplos testes é representado em um único valor. Os parâmetros
avaliados são: oxigênio dissolvido (OD), coliformes fecais, potencial hidrogeniônico
(pH), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), temperatura da água, turbidez, fosforo,
nitrogênio e sólidos totais (RODRIGUES. 2019)

10 CONTROLE DA POLUIÇÃO.

Fonte: encrypted-

Entre as medidas de controle da poluição e de suas consequências, destacam-


se práticas adequadas de destinação dos resíduos sólidos, evitando os depósitos de
lixo a céu aberto, afastamento adequado entre os aterros sanitários e os recursos
hídricos, para evitar que líquidos no solo, alcancem a água, execução de sistemas
sanitários de destinação dos dejetos; devem ser evitados os lançamentos de dejetos
no solo, a céu aberto e controle dos sistemas de tratamento de esgoto através de sua
disposição no solo, que devem estar sempre distantes dos recursos hídricos e
adotando-se medidas de controle da infiltração dos resíduos no terreno. Também tem

35
relevância controle da aplicação de defensivos agrícolas, incluindo: uso de produtos
menos persistentes, tais como os inseticidas fosforados e proibição de aplicação
desses produtos em áreas próximas aos mananciais além de obrigatoriedade do uso
do receituário agronômico para utilização desses produtos e aplicação de pesticidas
na dosagem correta e na época adequada (NAIME, 2019).
O controle da utilização de fertilizantes deve ser realizado, evitando a sua
aplicação em áreas onde possa haver riscos de poluição da água, sendo
incrementado o uso de adubos orgânicos, em substituição aos produtos químicos. E
remoção periódica dos dejetos de animais e destinação adequada para os mesmos.
O controle da poluição da água deve ser essencialmente preventivo, surgindo como
medida mais eficaz a execução de sistemas sanitários de coleta e tratamento de
esgotos domésticos e industriais. Outras medidas devem ser adotadas visando ao
controle da poluição da água como afastamento adequado entre sistemas de fossas
e poços, controle do “chorume” produzido em aterros de resíduos sólidos, evitando
que os mesmos alcancem os recursos hídricos e preservação das áreas vizinhas aos
recursos hídricos superficiais, por meio da adoção de faixas de proteção marginais
aos mesmos, as quais devem ser mantidas com vegetação (NAIME, 2019).

11 CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO

Fonte: image.slidesharecdn.com

36
Estudos sobre a poluição atmosférica e os efeitos na saúde da população têm
demonstrado que, mesmo quando os poluentes se encontram abaixo dos níveis
determinados pela legislação, estes são capazes de provocar efeitos na saúde das
pessoas (GAVINIER; NASCIMENTO, 2014). Dentre as faixas etárias mais atingidas
pelos efeitos da poluição do ar estão as crianças e os idosos. Pessoas que já sofrem
de problemas respiratórios também se tornam mais suscetíveis a sofrer com a
elevação nos níveis de poluentes atmosféricos (SILVA et al., 2013).
Além de provocarem efeitos na saúde da população, os problemas causados
pela poluição do ar também geram impactos negativos no que se refere à perspectiva
econômica e social. Queda da produtividade agrícola, aumento de custos dos
sistemas de saúde, maior vulnerabilidade das populações carentes pode ser vista
como exemplos de problemas causados pela contaminação do ar (INSTITUTO DE
ENERGIA E MEIO AMBIENTE, 2014).
Os efeitos dos poluentes causados ao meio ambiente e à qualidade de vida das
pessoas, além de afetarem as comunidades próximas à fonte de emissão, podem
viajar milhares de quilômetros pela atmosfera, atingindo locais distantes. Os
mecanismos pelos quais a poluição do ar interfere na saúde das pessoas ainda não
são totalmente conhecidos. Diante disso, estudos epidemiológicos que avaliam essa
questão são fundamentais, considerando-se comprovada morbidade respiratória e o
efeito negativo que determinados poluentes são capazes de causar na qualidade de
vida da população, sendo as hospitalizações apenas um dos efeitos gerados pela
degradação do ar (NEGRISOLI; NASCIMENTO, 2013).
A água potável é adequada para o consumo pois não contém microrganismos
nocivos, não é prejudicial à saúde e exibe três características básicas: incolor, insípida
e inodora. Quando as condições químicas da água são alteradas ela não é adequada
para o consumo e pode resultar em doenças para as pessoas. As principais doenças
associadas ao consumo de água contaminada são as infecções gastrointestinais,
disenteria, leptospirose, cólera e hepatite (MAGALHÃES, 2015)

37
12 POLUIÇÃO DO AR

Fonte: planetaunimed.com.br

Eventos críticos de poluição do ar são produtos de vários fatores que incluem


densidade industrial, condições climáticas e topografia da localidade. Tais eventos
ocorrem geralmente em regiões de baixas altitudes ou vales. Estes fatores convergem
com a exacerbação de emissões de gases e partícculas poluentes para ―piora‖
aguda da qualidade do ar de determinada localidade, afetando drasticamente a
qualidade de vida e saúde da população local em curto período de tempo. Um destes
eventos ocorreu em Gasglow, Escócia, em 1909, quando 1063 mortes foram
atribuídas a inversão térmica durante o inverno com a formação de intensa neblina
sobre a cidade. Este evento foi discutido pelo Dr. Harold Antoine Des Voeux, que
utilizou o termo ―smog, derivado de duas palavras da língua inglesa ―smoke-fog. O
termo ―smog é utilzado para referência a formação de neblinas originadas de
poluentes (SILVA et al, 2017).

12.1 Classificação dos poluentes


O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias
poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias que podem ser encontradas
na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma
classificação. Para facilitar essa classificação, os poluentes são divididos em duas
categorias:

38
Fonte: CETESB (2020)

As substâncias poluentes podem ser classificadas da seguinte forma:

Fonte: CETESB (2020)

A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vai definir o nível de


qualidade do ar, que determina por sua vez o surgimento de efeitos adversos da
poluição do ar sobre os receptores, que podem ser o homem, os animais, as plantas
e os materiais. A medição sistemática da qualidade do ar é restrita a um número de
poluentes, definidos em razão de sua importância e dos recursos disponíveis para seu
acompanhamento (CETESB, 2020).

12.2 Efluentes
Segundo a Resolução CONAMA no 03/1990 (BRASIL, 1990, Art. 1º, parágrafo
único):

39
Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia
com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características
em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar
o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar
público; danoso aos materiais, à fauna e flora; prejudicial à segurança, ao uso
e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.

Primários e secundários

Efluentes primários, emitidos diretamente das fontes na atmosfera e


secundários, provenientes das reações dos efluentes com compostos da baixa
atmosfera, geralmente catalisados pela radiação solar. Dentre os principais poluentes
estão o dióxido de carbono (CO2), o monóxido de carbono (CO), os óxidos de
nitrogênio (NOx), o dióxido de enxofre (SO2) e os materiais particulados (fuligens,
fragmentos metálicos e de carvão, névoas ácidas dentre outros). Há ainda outros
poluentes relevantes provenientes da volatilização e/ou combustão de combustíveis
fósseis, dentre os principais estão os compostos orgânicos voláteis (COV’s) e os
hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA’s). Ambos apresentam toxicidade e os COV’s
são altamente reativos e podem participar de reações na atmosfera formando
poluentes secundários. Um exemplo dessas reações é a formação do ozônio na baixa
atmosfera, produto da reação fotocatalisada pela luz solar, entre os óxidos de
nitrogênio e os COV’s (CASELLI, et al.,2010).

12.3 Fontes poluidoras


Dentre as principais causas da poluição hídrica, destacam-se as atividades
agropecuárias e industriais que liberam efluentes direta ou indiretamente aos corpos
hídricos (TUNDISI ET AL., 2015). Essas atividades têm causado efeitos negativos
sobre os recursos hídricos. Um dos mais recorrentes é a eutrofização das águas (Le
Moal et al., 2019), causada pelo enriquecimento da concentração de nutrientes, que
podem chegar aos ecossistemas aquáticos por meio de formas pontuais e difusas de
poluição. Os impactos oriundos da eutrofização são de natureza ambiental,
econômica e social (LE MOAL ET AL., 2019), sendo que a diminuição destes implica
em grandes gastos para a recuperação dos rios, lagoas e represas. Nesse sentido,
avaliar a situação dos recursos hídricos por meio de parâmetros de qualidade da água
é importante para a determinação do seu estado de conservação e para os usos
múltiplos da água.
40
As fontes emissoras antrópicas são divididas em duas classes: fontes móveis
e estacionárias. As principais fontes de emissões móveis são os veículos automotores
como carros, caminhões, tratores dentre outros. Fontes estacionárias são oriundas de
processos industriais, geralmente chaminés de caldeiras, fornos, termoelétricas e
sistemas de exaustão (CASTRO; ARAÚJO e SILVA, 2013).

12.4 Histórico da poluição atmosférica - principais episódios


A atmosfera é um sistema dinâmico que está sujeito modificações de suas
características em níveis locais e globais. Geralmente estas modificações ocorrem por
fatos naturais como erupções vulcânicas ou queimadas de origem natural. Atualmente
é consenso que ações humanas podem modificar a composição da atmosfera, seja
no entorno de grandes concentrações urbanas ou mesmo em esfera global. Tais
mudanças em nível global podem ter efeitos severos na mudança do clima do planeta,
especialmente a longo prazo. Em 2015, o Acordo de Paris, celebrado por 195 países,
reconheceu que mudanças climáticas constituem uma ameaça iminente e com
potencial irreversibilidade de efeitos sociais e para o planeta (ONU, 2015).
Ações antrópicas que emitem a atmosfera agentes que podem modificar a
qualidade do ar tem origem na descoberta do fogo por humanos ancestrais. Ações
individuais ou de pequenos grupos causavam danos de difícil percepção, mas em
grandes aglomerações, os efeitos somados tornaram-se mais claros. Na cidade de
Roma, há dois mil anos, houveram as primeiras reclamações relativas a qualidade do
ar. Na Idade Média, apesar de doenças como peste bubônica e varíola dizimarem
parte da população, já era entendido que a poluição causada pelo homem era
responsável por causar doenças (CAVALCANTE, 2010).
As emissões de origem antrópica foram intensificadas a partir da Revolução
Industrial, com o aumento da demanda por fontes energéticas e o uso especialmente
de combustíveis fósseis. As indústrias eram geralmente concentradas em regiões
geográficas específicas, tal condição somada a ausência de políticas de controle das
emissões e preocupação com os impactos de poluentes sobre a sociedade,
culminaram no surgimento de vários problemas locais relativos a poluição atmosférica
(SILVA et al, 2017).
No decorrer do século XX, a intensificação da queima de combustíveis fósseis,
como carvão mineral e petróleo, para geração de energia, extração e processamento
de materiais primas como minérios e ainda setores industriaisde base como fundições

41
e siderugicas, fábricas de cimento, vidro e indústrias químicas tornaram-se as
principais fontes de emissões de poluição do ar. A partir deste contexto, a atual
concepção dos danos decorrentes da descarga de poluentes na atmosfera e
legislações em vários países do mundo são produto de eventos críticos no decorrer
do século XX (SILVA et al, 2017).

Efeitos sobre as propriedades químicas e físicas da atmosfera

A poluição do ar tornou-se um dos principais fatores que afetam a qualidade de


vida da população causando sérios danos ao meio ambiente (Guarieiro e Guarieiro,
2013). Uma projeção das emissões consiste em estimativas da evolução das
emissões de poluentes atmosféricos com base em um conjunto de hipóteses sobre
mudanças nos parâmetros-chave. A Projeção das emissões pode auxiliar nas
premissas a serem feitas sobre os futuros níveis de atividades, como produção
industrial, consumo de combustíveis ou de materiais, bem como a forma como os
fatores de emissão podem mudar ao longo do tempo, em respostas as mudanças
tecnológicas, ou a introdução de regulamentação adicional (Uk Naei, 2016).
Atualmente no Brasil os poluentes atmosféricos padronizados são associados
aos gases de efeito estuda (GEE): partículas totais em suspensão, fumaça, dióxido
de enxofre (SO2), partículas inaláveis, monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e
dióxido de nitrogênio (NO2). A Organização Mundial de Saúde – OMS considera que
os poluentes atmosféricos são um dos 10 produtos químicos de maior preocupação
para a saúde pública. As evidências científicas dos efeitos associados à poluição do
ar estão bem estabelecidas na literatura, mas não há limite para “efeito zero” para os
contaminantes mais estudados (PM10, PM2.5, NO2, SO2 e O3). Estima-se que para
cada aumento de 10 mg/m3 de PM10 há um aumento de 0,5% no risco de morte. Os
padrões vigentes variam muito de país para país, e alguns não estabelecem limites
para alguns parâmetros ou usam limites maiores do que os recomendados pelas
diretrizes da OMS (SANTOS et al, 2016).

Efeito estufa

O efeito estufa é o fenômeno que manteve a temperatura média da Terra bem


maior durante bilhões de anos, tornando possível a evolução da vida como a
conhecemos. Devido a esse fenômeno, a temperatura da Terra é, em média, 30ºC
maior do que seria na ausência do efeito estufa. As trocas de energia entre a superfície

42
e atmosfera mantêm as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média
global, próxima à superfície, de 14ºC (ACS, 2016).
O sol irradia energia em comprimentos de onda muito curtos,
predominantemente na parte visível ou quase visível do espectro de luz (por exemplo,
ultravioleta). Cerca de um terço da energia solar que atinge o topo da atmosfera da
Terra é refletida diretamente de volta ao espaço. Os dois terços restantes são
absorvidos pela superfície e, em menor escala, pela atmosfera. Para equilibrar a
energia absorvida, a Terra, em média, irradia a mesma quantidade de energia de volta
para o espaço. Como a Terra é muito mais fria que o Sol, ela irradia em comprimentos
de onda muito maiores, principalmente na parte infravermelha do espectro
eletromagnético (IPCC, 2013).
O efeito estufa produzido de forma moderada gera resultados positivos, pois
com isso as temperaturas se mantem positivas e não negativas como ocorreria caso
não existissem os gases que geram este acontecimento. o dióxido de carbono, que é
liberado com a queima de combustíveis fosseis, o metano, que além de ser produzido
pela queima de combustíveis fosseis, advém de fazendas através da digestão dos
animais e de aterros sanitários, o dióxido de nitrogênio, o oxido nitroso, o hexafluoreto
de enxofre, os perfluorcarbonos, os hidrocarbonetos e o vapor de água. Eles podem
ser provocados por ações naturais ou por ações antrópicas. Alguns, mesmo que
sejam produzidos naturalmente, se intensificam pelas ações humanas (CANEPPELE,
2019).
O grande problema é que esses gases de efeito estufa estão se concentrando
em quantidade maior do que deveriam, e o que poderia ser benéfico está se tornando
negativo, aumentando demais a temperatura do planeta e por isso sendo alvo de
diversas preocupações. Pois as indústrias vão crescendo, as fazendas aumentando,
os carros ligando os motores com mais frequência e a natureza mudando de forma. É
inegável, o aquecimento global está desenfreado. Apesar de evidências apontarem
para o surgimento deste aquecimento na Revolução Industrial, as primeiras aparições
de aquecimento surgiram anteriormente a esse acontecimento, as ações em usinas
termoelétricas e industriais, além dos vários automóveis em movimento e as casas
com sistemas de aquecimento fizeram com que a concentração de gases começasse
a se intensificar (CANEPPELE, 2019).

43
As geleiras que antes eram belas paisagens de cartões postais, além de ótimos
pontos turísticos, estão derretendo. Além disso, em 2003, um forte calor na Europa
matou 35 mil pessoas. Em 2004, quatro furacões atingiram a Florida. No ano de 2005,
em Las Vegas, Nevada, a temperatura chegou a ser de 47,2 °C. E ainda nesse ano
de 2005 foram contabilizados 27 furacões nas diferentes regiões. Os resultados dessa
mudança climática são alarmantes. Os dados são assustadores, porém refletem a
realidade que o planeta enfrentará. Percebe-se que o problema vai além de mero
aquecimento, pois conforme os ensinamentos de Rothschild as consequências são
muito mais graves, como pessoas que não terão água e nem comida para consumir,
o que leva a pensar em bilhões de mortes. (CANEPPELE, 2019).

Padrões de qualidade do ar

Em 28 de junho de 1990, foi publicado a Resolução CONAMA 03, em seu artigo


primeiro, definiu que os padrões de qualidade do ar, as concentrações de poluentes
atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar
da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio
ambiente em geral.
Em seu artigo segundo, foram estabelecidos os seguintes conceitos:
I - Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes
que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população.
II - Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de
poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da
população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral.
Abaixo a tabela mostra a fixação dos padrões nacionais de qualidade do ar.

Para cada poluente medido é calculado um índice, que é um valor adimensional


obtido pela razão entre a concentração de um determinado poluente e seu padrão
primário multiplicado por 100 (valor percentual). Dependendo do índice obtido, o ar

44
recebe uma qualificação, que é uma nota para a qualidade do ar, além de uma cor,
conforme mostra a tabela (CETESB, 2013).

13 POLUIÇÃO SONORA

Fonte:i2.wp.com/nossavitoriape.com

A poluição sonora é um conjunto de sons procedentes de uma ou mais fontes


sonoras, que se manifestam ao mesmo tempo em um ambiente, seja por transmissão
aérea ou por vibrações dos elementos. Esse tipo de poluição é considerado,
atualmente, a terceira maior causa de poluição no mundo moderno (PROACUSTICA,
2018). Dentre as consequências para a saúde, destacam-se cefaleias, irritabilidade,
instabilidade emocional, ansiedade, nervosismo, perda de apetite, insônia, fadiga e
redução de produtividade (KHAFAIE et al. 2016). Contudo, muitos sinais passam
despercebidos devido à tolerância e aparente adaptação e são de difícil reversão
(RAASCHOU-NIELSEN et al, 2017).
O trânsito, mais especificamente o tráfego de veículos representa uma
importante fonte de ruído em diversos ambientes. Estudos citam o ruído urbano como
a principal fonte de poluição sonora (VIANNA et al. 2015).

45
Estudos indicam efeitos da longa exposição aos ruídos de tráfego associados
a um pequeno aumento nos riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares14 e
também uma associação positiva com a ocorrência de diabetes (CLARK, et al. 2017).
A proteção ambiental presente nos trabalhos está sempre restrita ao ambiente
hospitalar, como os resíduos gerados pelos serviços ou relacionado com os riscos à
saúde do trabalhador ou da comunidade. Os estudos encontrados referentes as
questões ambientais e a saúde humana, o que denota uma concepção frágil entre
meio ambiente e saúde. A conscientização deve começar desde a formação,
priorizando a interface saúde e ambiente, assim possibilitando o desenvolvimento de
ações responsáveis com a preservação ambiental, com a tomada de decisão e a
construção da cidadania, a partir de experiências vividas na comunidade e da reflexão
individual (PERES et al. 2014).
A necessidade de uma abordagem socioecológica da saúde, onde a
comunidade possa escolher por seu potencial de saúde, através do controle dos
fatores determinantes de sua saúde. Por ser a comunidade, um sistema social
importante, em que os fatores socioculturais influenciam a relação entre ela e a
situação de saúde de sua população, é necessário, compreender sua estrutura
(GOMES, 2016). Por meio do acesso a informações e o encontro de alternativas
práticas de superação das situações de vulnerabilidade, a participação popular pode
alcançar melhores condições de vida e saúde, incluindo ainda programas de higiene
pessoal e o envolvimento das escolas (SOCHARA, 2015).

14 POLUIÇÃO VISUAL

46
Fonte: s1.static.brasilescola.uol.com.br

As constantes transformações crescentes nos centros urbanos trazem o


surgimento de impactos ambientais negativos, como a poluição visual que acomete
os grandes centros urbanos promovendo, muitas vezes, descaracterização da
paisagem. Na maioria das vezes a poluição visual acontece de maneira gradativa,
fazendo com que a população se acostume com a desarmonia visual. O avanço
desse tipo de poluição nos espaços urbanos deve ser contido, a fim de garantir às
presentes e futuras gerações a oportunidade de usufruir de um meio ambiente
artificial mais harmônico (FIORILLO, 2012).
Assim, a poluição visual pode ser considerada como um elemento de
depreciação da paisagem que afeta constantemente o cenário das cidades,
transformando esse ambiente urbano de forma descontrolada e o tornando
desarmônico. A poluição visual muitas vezes passa despercebida pelas
pessoas que diariamente convivem com a mesma, logo, tornando-se algo comum
e integrando-se à paisagem. Diante disso, esse estudo pretende responder como
a população urbana de Mossoró percebe a poluição visual no centro da cidade
(GOMES et al, 2019).
Na pesquisa realizada por Jana e De (2015), em Bengala, onde foram
entrevistados os transeuntes da região. A maioria dos participantes da pesquisa
associou o lixo como um dos principais fatores de poluição visual presente no
ambiente urbano. Levando em consideração que a problemática da poluição visual é
relativamente nova, muitos dos entrevistados podem ainda não associar os
excessos de cartazes, outdoors e propagandas de modo geral também como
poluentes visuais. Quando indagados se a poluição visual pode afetar a estética
urbana da cidade, 95,5% afirmaram que sim, enquanto 4,5% acreditam não ter
interferência.
Quanto a esse fator estético, a poluição visual muitas vezes está
associada a questões culturais no casodos excessos de elementos de
comunicação associado ao turismo, temos o exemplo de grandes metrópoles
como Nova York e Tóquio, que incorporam a publicidade ao arlivre ao ambiente
natural, diferentemente do Brasil que não possui nenhum projeto voltado aos
conteúdos publicitários com potencial turístico nos centros urbanos (SALLES;
ESCOBAR, 2014).

47
Já com relação à saúde, 90,9% acreditam que de fato a mesma pode ser
afetada e 9,1% não veem relação entre esse tipo de poluição com o bem-estar
da população. A paisagem tem grande importância nas áreas social, cultural e
ambiental, dessa forma, ela contribui diretamente para a qualidade de vida da
população. A saúde das pessoas mantém grande dependência com o seu bem-
estar, modo de vida, e com o cenário onde vivem (GOMES et al, 2019).
Um ambiente visualmente saudável, geralmente ligado a beleza natural
como áreas verdes, tende a propiciar um alívio do estresse, em contrapartida,
ambientes visualmente poluídos como é o caso de muitos centros urbanos,
possui uma influência negativa como aumento da frequência cardíaca,acelerando
a irritabilidade (KHANAL, 2018; JANA; DE, 2015).

48
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