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MANUAL DE FORMAÇÃO

UFCD 8143 - Proteção ambiental – introdução


Objetivo do manual:

Este manual foi concebido para apoiar o formando na aquisição de conhecimentos das matérias
abordadas, servindo de complemento à formação presencial teórica e prática.

É proibida a sua reprodução integral ou parcial, sem o prévio consentimento escrito por parte da Make
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Destinatários: Activos empregados e desempregados

Condições de utilização

A aplicação e exploração deste Manual é feita da seguinte forma:

 É facultado aos formandos na primeira sessão, em suporte papel ou digital


 É utilizado pelo Formador para situar o formando em situações que exijam a tomada de notas.
 É utilizado pelo Formando em situações de aprofundamento de conteúdos e autoestudo.

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................... 3
2. Conceitos e fundamentos da proteção ambiental............................................................. 4
3. Importância do ambiente ...................................................................................................... 5
4. O ambiente perante a estratégia da empresa ................................................................... 7
5. Normas nacionais e internacionais da proteção ambiental ............................................. 9
6. Conceitos e fundamentos da gestão de resíduos........................................................... 11
7. Tipos de resíduos e sua classificação .............................................................................. 12
8. Processos de tratamento e valorização de resíduos ..................................................... 13
8. Bibliografia/webgrafia .................................................................................................................. 15

1. Introdução

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A sociedade atual está a enfrentar problemas/desafios ambientais assustadores, como: a destruição da
biodiversidade; poluição do ambiente; desflorestação e a degradação do solo; crise emergente na
disponibilidade de água.

Nos últimos anos, muitas empresas têm adotado comportamentos e politicas que vão ao encontro da
gestão de riscos ambientais, como por exemplo:

 A redução de custos, através de maior eficiência;


 A geração de maiores receitas, resultado de produtos, serviços e tecnologias relacionadas;
 A construção da reputação da empresa e das suas marcas;
 A melhoria das condições de saúde dos seus colaboradores e da comunidade envolvente;
 O contributo para a criação de sociedades e mercados sustentáveis.

Cada vez mais empresas abraçaram a causa da sustentabilidade ambiental como um fator determinante
na sua gestão. No entanto, não podemos esquecer a necessidade da adoção de estratégias e ações
mais abrangentes para que as empresas respeitem na totalidade os desafios ambientais, tanto à escala
local como global.

2. Conceitos e fundamentos da proteção ambiental

A proteção ambiental é a prática de proteger o ambiente natural, nos níveis individual, organizacional ou
governamental, tanto em benefício do próprio meio ambiente como dos seres humanos.

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Devido às pressões populacionais e de tecnologia, o ambiente biofísico está sendo degradado, por vezes
de forma permanente. Isto tem sido reconhecido, e os governos começaram a colocar restrições sobre as
atividades que causam degradação ambiental.
Desde os anos 1960, as atividades dos movimentos ambientalistas criaram a consciência de várias
questões ambientais.[1]Não há acordo sobre a extensão do impacto ambiental da atividade humana e as
medidas de proteção são ocasionalmente censuradas.

Efeito estufa, biodiversidade, reflorestamento, aumento populacional, buraco na camada de ozono,


desenvolvimento sustentável, entre outras, são expressões qualificadas por linguagem universal de uso
geral, recorrentes na contemporaneidade. O ambientalismo parece ganhar corações e mentes de uma
vanguarda verde, que prescreve como a natureza deve ser protegida.

É importante que cada indivíduo neste mundo entenda que o ambiente limpo é muito importante para a
saúde de todos os seres humanos.

Qualquer tipo de poluição causa danos ao meio, e isso é muito ruim para a humanidade inteira. Hoje,
vários tipos de problemas graves de saúde, como o câncer, estão aumentando rapidamente em todo o
mundo e a principal razão por trás do aumento dessas doenças está na maior quantidade de poluição no
meio ambiente.

No contexto atual, vemos uma maior tomada de consciência da sociedade sobre os níveis de poluição e,
portanto, estamos observando algumas ações de mudança de atitude.

Porém, ainda é necessário muito trabalho para ser feito por todos nós, de modo que tenhamos de fato um
ambiente limpo e saudável. O primeiro passo para essa mudança é conscientizar as pessoas sobre a
importância do ambiente limpo, e como ele pode ajudar-nos a permanecermos saudáveis.

3. Importância do ambiente

A preservação do Meio Ambiente é fundamental ao mundo. Podemos citar dois pontos que confirmam
essa importância: recursos esgotáveis e auxílio por parte dos vegetais no processo da produção de
oxigênio. Com isso, vale dizer que nós estamos usando conforme necessidades e interesses
individuais e sem nos preocuparmos com o amanhã.

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Todo cidadão precisa de condições adequadas e saudáveis no seu dia-a-dia: ar com baixos índices de
poluição, água farta e pura para saciar sua sede e higiene pessoal; uma cidade bonita, limpa e
arborizada, com saneamento, segurança e equipamentos para seu lazer, entre outras necessidades que
garantam a sua qualidade de vida.
Preservar o meio ambiente é um ato importante não só para a humanidade, mas para todos os seres que
habitam a Terra. Afinal, é nele que estão os recursos naturais necessários para a sua sobrevivência,
como água, alimentos e matérias-primas. Sem esses recursos, todas as formas de vida do planeta
poderão acabar.
Como já foi referido anteriormente, ao longo da existência humana, muitos dos recursos naturais foram
sendo degradados. Isso ocorreu por meio da queima de combustíveis fósseis; descarte de lixo e esgoto
em rios e mares; crescimento desordenado das cidades; gestão hídrica inadequada; queima e destruição
de matas e florestas; etc. O resultado disso é o aquecimento global; alterações do ciclo natural de
animais e plantas; falta de água; poluição do ar e água; entre outros. No futuro, isso tudo pode ser ainda
pior, com a ausência de água potável, energia elétrica e alimentos, além de muitos problemas sociais.
De seguida apresento uma breve comparação entre um ambiente saudável e não saudável.

Ambiente saúdável
• Comunidade biótica feliz
• Equilibrio entre os diferentes nichos
• Capacidade de interação entre todos os seres habitantes
• ...

Ambiente doente
• Redução de seres vivos na área
• Problemas sociais e económicos
• Falta de matérias primas
• ...

Desde a década de 1960, o impacto ambiental passou a ter mais importância para ambientalistas e
organizações internacionais. Nos anos de 1970, a ONU também passou a desenvolver conferências e
estabelecer metas para os países membros com relação à preservação do meio ambiente.
Esses objetivos devem ser cumpridos de forma sustentável.

Assim sendo, pesquisadores de áreas como Biologia, Biotecnologia, Química, Geografia, Engenharia,
Arquitetura e Tecnologia têm desenvolvido e pesquisado soluções para a preservação ambiental. Entre
elas destacam-se:

 Uso de biomassa para gerar bioenergia e biocombustíveis.


 Sustentabilidade na produção e desenvolvimento de produtos.
 Reciclagem ou reutilização de materiais.
 Energia alternativa, como a solar e eólica.
 Uso de biocombustíveis e automóveis elétricos.
 Uso de soluções biológicas no lugar de substâncias químicas.
 Planeamento urbano adequado.

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Além dessas soluções, é necessário que o cidadão, indústrias e governos façam a sua parte. Isso pode
ser atingido por meio do descarte correto do lixo, substituição de combustíveis fósseis por
biocombustíveis, saneamento básico, economia de água, etc. Dessa forma, o meio ambiente será
preservado. Assim, será possível ter mais saúde e acesso aos recursos necessários para a sobrevivência
de todos os seres do planeta.

4. O ambiente perante a estratégia da empresa

As empresas tendem a produzir grandes quantidades de resíduos, como excesso de embalagens e


desperdício de alimentos. Isso contribui muito para a degradação ambiental, devido ao aumento do
desmatamento, ao maior uso de energia e à lotação de aterros sanitários.

Com o uso de produtos reciclados, as empresas podem reduzir custos e seu impacto ambiental. Além
disso, a adoção de políticas que encorajem os clientes a reduzir seus resíduos — como oferecer um
desconto para o uso de sacolas reutilizáveis ou dispor de lixeiras de coleta seletiva — pode deixar sua
empresa a frente nas questões sustentáveis. Desencorajar o desperdício, como a cobrança de taxa por
sacos plásticos, também pode ser útil.

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Com isso, aprendemos uma lição: adotar políticas mais conscientes em relação ao meio ambiente pode
trazer inúmeros benefícios para sua empresa.

Além do mais, mesmo que ela não seja 100% verde, ser um consumidor responsável de recursos
limitados pode ajudá-lo a fazer a sua parte na preservação ambiental e a evitar problemas com os órgãos
ambientais.

 Diminuição de adubos químicos, através da técnica da fixação biológica de nitrogénio.

 Uso de técnicas em que não ocorram a poluição do ar, do solo e da água.

 Prática da agricultura orgânica, pois esta não utiliza pesticidas e adubos químicos.

 Criação e uso de sistemas de captação de águas das chuvas para ser utilizada na irrigação.

 Uso da ago energia, que são fontes de energia geradas no campo como, por exemplo,
biocombustíveis (biodiesel, biogás, etanol e outros derivados de restos da produção e
biomassa). A preferência deve ser sempre pelo uso de fontes de energia limpa e renovável,
evitando ao máximo o uso de combustíveis fósseis (gasolina e diesel).

 Adoção do Sistema de plantação direta, que preserva a capacidade produtiva do solo. Este
sistema baseia se em: não arar o solo antes da plantação, cobrir o solo com folhagens secas e
fazer a rotação de cultura.

 Adoção da Gestão Ambiental e Territorial, em que são feitos estudos para que cada prática
agrícola seja executada em áreas e climas onde a cultura vai alcançar maior rendimento com
menor desgaste do solo. É levado em conta também, neste sistema, a proximidade da área
produtiva com o mercado consumidor, visando diminuir os custos com transporte e a poluição do
ar gerada.

Deste modo, a empresa é, consequentemente, definida como instituição cultural e simbólica. As


experiências de trabalho quotidiano estão na origem de um processo de socialização secundário que
propõe aos sujeitos a participação em relações interpessoais e em rituais de iniciação, de acolhimento e
de manutenção da solidariedade grupal. Tais práticas estabelecem ocasiões de aprendizagem social,
contribuindo para a criação de modos comuns de apreender o mundo e de viver em sociedade.
A responsabilidade social e ambiental das empresas pressupõe a capacidade das mesmas para
responderem às necessidades e às expectativas da sociedade em geral. Porém, trata-se de uma
integração voluntária de preocupações sociais e ambientais por parte das empresas nas suas operações
e na sua interação com outras partes interessadas (Livro Verde da Comissão Europeia, 2001). Ainda que
o objetivo primeiro das empresas seja a obtenção de rentabilidade económica, pretende-se que a possam
atingir a favor da sociedade, isto é, que possam contribuir, simultaneamente, para o cumprimento dos
objetivos sociais e ambientais, mediante a integração destes na sua estratégia.
A responsabilidade da empresa é operacionalizada a dois níveis de atuação:
1. O domínio interno das empresas;
2. O domínio externo.
O primeiro, remete para as práticas socialmente responsáveis que implicam o investimento no capital
humano, nomeadamente em termos de formação, de motivação organizacional, de comunicação e
informação, de conciliação entre a vida profissional e familiar dos trabalhadores, de diálogo social, de

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saúde, de higiene e segurança no trabalho, de gestão da mudança, de gestão dos recursos naturais e
dos impactos ambientais.
O segundo, «designado igualmente por cidadania empresarial” (Neves e Rodrigues, 2003, p. 4) remete
para a extensão da intervenção das empresas na comunidade local, ao envolver os trabalhadores, os
stakeholders sociais (comunidade, governo, entidades reguladoras, organizações locais sem fins
lucrativos e organizações Não Governamentais – ONGs), os stakeholders económicos (os clientes,
financiadores, distribuidores e fornecedores) e os stakeholders organizacionais (colaboradores, gestores,
acionistas e sindicatos) (Werther e Chandler, 2006).
Em Portugal, a responsabilidade social e ambiental tem adquirido maior visibilidade devido «às
estratégias de enriquecimento de imagem institucional e de marketing social das empresas que a
praticam» (Neves e Rodrigues, 2003, p. 12).

5. Normas nacionais e internacionais da proteção ambiental

Uma Política de Ambiente deve ser entendida como um conjunto de princípios e ideias, de conceção e
formalização dinâmicas, consubstanciado num texto que oriente e enquadre a definição de objetivos e de
linhas de atuação, coerentes e estruturados, no domínio do ambiente.

Neste contexto, a Política de Ambiente deve consagrar a sua própria evolução, decorrente da reflexão
motivada pelos novos desafios e problemas. Deve, ainda, conciliar, de forma estratégica os problemas
estruturais e operacionais com relevância para o ambiente e o desenvolvimento sustentável.

Uma Política de Ambiente nacional é indissociável do modelo de desenvolvimento, em especial, no que


se refere aos equilíbrios regionais. Deve ser universal, mas respeitando as diferenças, de modo a ser

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aplicável a todo o território nacional, à generalidade das atividades, organizações e empresas,
contribuindo para o exercício pleno da cidadania ambiental.

Uma Política de Ambiente constitui um referencial do cumprimento dos objetivos, leis, normas e
instrumentos que dela emanam, consagrando o direito e o dever de todos os cidadãos participarem na
sua construção, na medida do grau de responsabilidade de cada entidade ou agente.

A Política de Ambiente deverá, ainda, potenciar a integração com as outras políticas sectoriais,
promovendo e assegurando o desenvolvimento sustentável.

O Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, que estabelece a terceira alteração do Decreto-Lei n.º
178/2006, de 5 de setembro e transpõe a Diretiva n.º 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 19 de novembro de 2008, relativa aos resíduos, prevê, no seu enquadramento legislativo:
 Reforço da prevenção da produção de resíduos e fomentar a sua reutilização e reciclagem,
promover o pleno aproveitamento do novo mercado organizado de resíduos, como forma de
consolidar a valorização dos resíduos, com vantagens para os agentes económicos, bem como
estimular o aproveitamento de resíduos específicos com elevado potencial de valorização;
 Clarifica conceitos-chave como as definições de resíduo, prevenção, reutilização, preparação para
a reutilização, tratamento e reciclagem, e a distinção entre os conceitos de valorização e
eliminação de resíduos, prevê-se a aprovação de programas de prevenção e estabelecem-se
metas de preparação para reutilização, reciclagem e outras formas de valorização material de
resíduos, a cumprir até 2020;
 Incentivo à reciclagem que permita o cumprimento destas metas, e de preservação dos recursos
naturais, prevista a utilização de pelo menos 5% de materiais reciclados em empreitadas de obras
públicas;
 Definição de requisitos para que substâncias ou objetos resultantes de um processo produtivo
possam ser considerados subprodutos e não resíduos;
 Critérios para que determinados resíduos deixem de ter o estatuto de resíduo;
 Introduzido o mecanismo da responsabilidade alargada do produtor, tendo em conta o ciclo de vida
dos produtos e materiais e não apenas a fase de fim de vida, com as inerentes vantagens do ponto
de vista da utilização eficiente dos recursos e do impacte ambiental.
A sua gestão adequada contribui para a preservação dos recursos naturais, quer ao nível da Prevenção,
quer através da Reciclagem e Valorização, além de outros instrumentos jurídicos específicos,
constituindo simultaneamente o reflexo da importância deste sector, encarado nas suas vertentes,
ambiental e como sector de atividade económica, e dos desafios que se colocam aos responsáveis pela
execução das políticas e a todos os intervenientes na cadeia de gestão, desde a Administração Pública,
passando pelos operadores económicos até aos cidadãos, em geral, enquanto produtores de resíduos e
agentes indispensáveis da prossecução destas políticas.
O Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho procede, ainda, à alteração dos seguintes diplomas: Decreto-
Lei n.º 366-A/97, de 20 de dezembro, Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de abril, Decreto-Lei n.º 153/2003,
de 11 de julho, Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de agosto, Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de janeiro,
Decreto-Lei n.º 190/2004, de 17 de agosto, Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de março e Decreto-Lei n.º
210/2009, de 3 de setembro.

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6. Conceitos e fundamentos da gestão de resíduos

Conceito de resíduo
Qualquer substância ou objeto de que o ser humano pretende desfazer-se por não lhe reconhecer
utilidade. A produção de resíduos é causadora de poluição e tem vindo a aumentar com o
desenvolvimento socioeconómico e tecnológico das sociedades.

O regime geral de gestão de resíduos, aprovado pelo decreto-lei n.º 178/2006 de 5 de setembro, na
redação dada pelo decreto-lei n.º 73/2011, de 17 de junho (diploma RGGR), transpõe para a ordem
jurídica interna a diretiva n.º 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro,
relativa aos resíduos.

Este diploma é aplicável às operações de gestão de resíduos destinadas a prevenir ou reduzir a produção
de resíduos, o seu caráter nocivo e os impactes adversos decorrentes da sua produção e gestão, bem
como a diminuição dos impactes associados à utilização dos recursos, de forma a melhorar a eficiência
da sua utilização e a proteção do ambiente e da saúde humana definindo também às exclusões do seu
âmbito.

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Pode entender-se a gestão de resíduos como o conjunto das atividades de caráter técnico, administrativo
e financeiro necessárias à deposição, recolha, transporte, tratamento, valorização e eliminação dos
resíduos, incluindo o planeamento e a fiscalização dessas operações, bem como a monitorização dos
locais de destino final, depois de se proceder ao seu encerramento. É essencial que estas atividades se
processem de forma ambientalmente correta e por agentes devidamente autorizados ou registados para
o efeito estando proibidas a realização de operações de tratamento de resíduos não licenciadas, o
abandono de resíduos, a incineração de resíduos no mar e a sua injeção no solo, a queima a céu aberto,
bem como a descarga de resíduos em locais não licenciados para realização de tratamento de resíduos.

7. Tipos de resíduos e sua classificação

Resíduos sólidos urbanos


São correntemente designados lixos. Incluem resíduos domésticos, industriais e hospitalares. Podem
causar poluição da água, do solo ou da atmosfera.

Águas Residuais - Águas que foram utilizadas em atividades domésticas, industriais ou agrícolas e que
contêm uma grande variedade de resíduos. O tratamento de águas residuais é feito em estações de
tratamento, ETAR. Nestas estações, as águas residuais são sujeitas a tratamentos que removem os
poluentes e o efluente final é devolvido ao ambiente.

Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
Título III, Capítulo I, Art. 13, da seguinte forma:

I - Quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: gerados por atividades domésticas em residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: gerados por varrição, limpeza de ruas e vias públicas e outros serviços de
limpeza urbana;

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c) resíduos industriais: gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

d) resíduos de serviços de saúde: gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou
em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;

e) resíduos da construção civil: gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;

f) resíduos agrossilvopastoris: gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os


relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

g) resíduos de serviços de transportes: gerados em portos, aeroportos, terminais alfandegários,


rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

h) resíduos de mineração: gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

II – Quanto à perigosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que apresentam risco à saúde pública ou qualidade ambiental em razão
de suas características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade;

b) resíduos não perigosos: todos os outros tipos de resíduos que não se enquadram na classificação
acima.

8. Processos de tratamento e valorização de resíduos

Aterros Sanitários
Os Aterros Sanitários devem ser construídos em locais com características geológicas adequadas e são
revestidos com materiais impermeáveis, como argila ou plástico, que previnem a infiltração no solo
de substâncias lixiviadas.

Substâncias lixiviadas
As substâncias lixiviadas (quando a água das chuvas se infiltra, dissolve substâncias químicas e arrasta-
as consigo) são recolhidas e enviadas para uma estação de tratamento e os gases produzidos pelas
bactérias decompositoras (biogás) podem ser utilizados na obtenção de energia.

Após estarem lotados, os aterros são selados, ou seja, tapados com uma cobertura de plásticos e de
terra que permite o desenvolvimento de plantas que diminuirão o impacto paisagístico.

Principais Vantagens
Construção rápida
Baixo custos de manutenção
Grande Capacidade

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Principais Desvantagens
Requer grandes áreas de implantação
Possibilidade de contaminação de águas subterrâneas

Reciclagem -> Recolha e processamento de resíduos.

 Reciclagem primária - Conversão em produtos do mesmo tipo


 Reciclagem secundária - Conversão noutro tipo de produtos~
 A Reciclagem insere-se numa política ambiental mais alargada, que inclui também os seguintes
"2 R's"

1. Reduzir : Reduzir ao máximo o lixo produzido passa por diminuir o consumo de materiais
descartáveis ou com embalagens excessivas e não biodegradáveis, bem como desenvolver
tecnologias para minimizar a quantidade de matérias-primas necessárias para produzir um
determinado produto.
2. Reutilizar: Usar várias vezes um produto é uma forma eficiente de diminuir os resíduos. Para
produzir qualquer objeto há sempre gasto de matérias-primas, água e contaminação ambiental,
pelo que, quando reutilizamos, reduzimos os resíduos e conservamos os recursos.

Principais Vantagens
Poupança de materiais e de energia
Redução da poluição (atmosférica, da água e dos solos)
Redução da quantidade de resíduos sólidos
Proteção dos ecossistemas

Compostagem - Entende-se pela decomposição dos resíduos orgânicos (biodegradáveis) pela ação de
decompositores e saprófitas, diminuindo o volume dos resíduos e produzindo o composto, que pode ser
usado como fertilizante, melhorando a textura e fertilidade do solo.

Tratamento preliminar – visa a eliminação de resíduos e de corpos sólidos. Para separar os resíduos
das águas residuais, estas passam por crivos de barras ou crivos giratórios, que permitem uma
eliminação mais completa dos resíduos. Em ambos os casos, os resíduos são recolhidos mecanicamente
e levados para incineradoras.
Tratamento primário – os efluentes são conduzidos para um tanque de sedimentação de sólidos
(clarificadores primários), que contém um sistema de braços giratórios, cuja velocidade de rotação é a
indicada para que os sólidos sedimentem ao longo de várias horas. As partículas de matérias orgânicas
depositam-se no fundo e são retiradas, bem como os materiais gordurosos que flutuam e são recolhidos.
Os materiais retirados denominam-se por lamas em bruto (ou lodos em bruto), que serão alvo de
tratamento posterior e envio para aterros sanitários.
Tratamento secundário – processo biológico durante o qual bactérias aeróbias ou anaeróbias eliminam
até 90% da matéria orgânica dissolvida. As bactérias decompositoras podem ser incluídas em lamas
ativadas, que são misturadas com as águas resultantes do tratamento primário, ou podem recobrir um
leito de gravilha sobre o qual passa a água (tanques de percolação). Ao tratamento secundário segue-se
uma nova decantação.
Como se consome oxigénio durante este processo, e para que não se atinja uma situação grave de
carência bioquímica de oxigénio, recorre-se ao sistema de lamas ativadas, no qual o tanque está
equipado com um sistema de arejamento. Os microrganismos tendem a agrupar-se em conglomerados,
que sedimentam no fundo do tanque quando a água fica sem agitação.

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Os efluentes tratados são transferidos do tanque de arejamento para um clarificador secundário, para que
os microrganismos sedimentem e sejam bombeados de volta ao sistema onde entraram como lodos
ativados.
O excedente, resultante do crescimento da população de microrganismos, é retirado e adicionado aos
lodos em bruto do tratamento primário.

Tratamento terciário – separação biológica dos nutrientes, com o objetivo de eliminar o material
inorgânico dissolvido, uma vez que são agentes causadores da eutrofização cultural.
Em alternativa à separação biológica dos nutrientes, podem ser realizados diversos processos químicos,
sendo comum passar as águas residuais, provenientes do tratamento secundário, por um filtro de cal,
promovendo a precipitação do fósforo, sob a forma de fosfato de cálcio.
Nem sempre é utilizado, uma vez que é muito dispendioso.

Tratamento quarternário – corresponde à limpeza e desinfeção final, em que as águas residuais são
submetidas a uma última limpeza por filtração, através de uma camada de areia e posterior desinfeção.
O desinfetante mais utilizado é o cloro, sob a forma de gás, por ser muito eficiente e barato. Todavia,
pequenas quantidades deste gás podem atingir os ecossistemas, prejudicando a fauna aquática. O cloro
reage espontaneamente com alguns compostos orgânicos, formando hidrocarbonetos clorados, sendo
alguns deles compostos tóxicos, não biodegradáveis, e passíveis de provocar cancro, crescimento
anormal e problemas reprodutivos. Para evitar estes efeitos secundários, adiciona-se à água outra
substância que converte o cloro numa forma quimicamente neutra.
Utiliza-se também o ozono, muito eficaz para eliminar microrganismos, ao mesmo tempo que decompõe o
oxigénio, melhorando a qualidade da água. Contudo, o ozono é instável e explosivo, pelo que deve ser
produzido no local onde vai ser usado, o que exige um grande investimento económico e energético.
Pode ainda ser utilizada radiação UV, que mata os organismos sem prejudicar a qualidade da água.

8. Bibliografia/webgrafia

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS: LIVRO VERDE: Promover um quadro europeu para a
responsabilidade social das empresas. Bruxelas, 2001.
NEVES, José Pinheiro e Silva, Esser de Jesus (2010). Ética e responsabilidade social nas organizações:
uma abordagem sociológica. Braga: Universidade do Minho, em pdf, cedida pelos autores em 28 de
Setembro de 2010.
WERTHER, J. W. e Chandler, D.. Strategic corporate social responsibility. NewYork: Sage Publications,
2006, cedido em 12 de junho de 2019, https://repositorium.sdum.uminho.
http://www.bioblog.com.br/a-importancia-da-preservacao-do-meio-ambiente/
http://biohelp.blogs.sapo.pt
https://www.apambiente.pt/index.php?ref=16

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