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Identificação e Anàlise de Oportunidades de Negócios

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicações
2023
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Identificação e Anàlise de Oportunidades de Negócios

(Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário)

Trabalho de Carácter Avaliativo


da cadeira DPMME, 2º ano, do
Curso de Licenciatura em GADEC
a ser apresentado ao docente da
cadeira: MA. Orlando António
Mausse

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicações
2023
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 3

Objectivos ............................................................................................................................... 3

Identificação e Anàlise de Oportunidades de Negócios ............................................................. 4

Oportunidade .......................................................................................................................... 4

Empreendedorismo ................................................................................................................. 4

Análise de uma Oportunidade ................................................................................................ 4

Regras para Análise de uma Oportunidade ............................................................................ 5

Mercado .............................................................................................................................. 5

Análise Econômica ............................................................................................................. 6

Vantagens Competitivas ..................................................................................................... 6

Equipe Gerencial ................................................................................................................ 7

Critérios Pessoais................................................................................................................ 7

Guião para a Análise de Oportunidades ................................................................................. 7

Checklist final de avaliação de oportunidades ....................................................................... 9

Modelos de Identificação e Anàlise de Oportunidades de Negócios ..................................... 9

Modelo de Urban e Hauser ................................................................................................. 9

Modelo de Koen ............................................................................................................... 10

Modelo de Alsos e Kaikkonen.......................................................................................... 11

Modelo de Ko ................................................................................................................... 11

Modelo de Fiet, Clouse e Norton...................................................................................... 12

Abordagem de Stull, Myers e Scott .................................................................................. 12

Modelo de Gestão Sistêmica da Inovação – Helix ........................................................... 13

Modelo de Smith, Matthews e Schenkel .......................................................................... 14

Conclusão ................................................................................................................................. 16

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 17


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1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa intitulada “Identificação e Anàlise de Oportunidades de


Negócios” e tem como finalidade conhecer os principais métodos usados pelos empreendedores
para identificar aposterior fazer à anàlise desta oportunidade de identificada.

No que concerne a metodologia, no presente trabalho foram usados livros, artigos científicos e
monografias disponiveis no google académico, como consulta bibliográfica, que constitui como
á ferramenta chave na leitura e interpretação análise das informações.

Os autores das referidas obras estão citados dentro do corpo do trabalho e também nas
referências bibliográficas.

No que emerge a estrutura do presente trabalho de pesquisa, esta estruturado da seguinte forma:
introdução, desenvolvimento, conclusão e as referências bibliográficas.

1.1.Objectivos
Gerel:

 O objectivo geral do trabalho é criar e desenvolver formas de identificar e analisar


oportunidades de negócios que possam evitar muitos erros e gastos desnecessários na
implementação desta oportunidade.

Especificos:

 Caracterizar e descrever os principais métodos usados na identificação e anàlise de


oportunidades de negócios;
 Delinear uma avaliação das oportunidades e ameaças do ambiente de negócios, do
mercado consumidor e como ele será abordado;
 Elaborar uma análise estratégica da oportunidade por meio da profunda análise de
diversas informações do mercado, dos serviços que serão oferecidos, das
necessidades e preferências dos clientes e outras.
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2. Identificação e Anàlise de Oportunidades de Negócios

2.1.Oportunidade
Para De Bono, (1989), oportunidade refere-se a uma possibilidade de utilização de recursos
(sejam estes humanos, materiais ou ainda conhecimentos) com o objectivo de aproveitar uma
chance para a criação de uma nova actividade, que traga retorno ao indivíduo que a utilizou.

Uma das definições mais simples, e até talvez a mais clara, seja a de Oliveira, (1985) que define
oportunidades como forças ou eventos ambientais, que são incontroláveis pela empresa e que
podem favorecer sua acção estratégica, desde que conhecidos e aproveitados satisfatoriamente
enquanto existirem.

2.2.Empreendedorismo
Dornelas (2008, p. 22) conceitua empreendedorismo como sendo o envolvimento de pessoas e
processos que, unidos, possibilitam a transformação de idéias em oportunidades. E a perfeita
implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso.

Kizner (1973) citado por Dornelas (2008, p. 22) também aborda o tema, mas de uma maneira
diferente, pois, segundo este autor, o empreendedor é aquele que gera um equilíbrio, situando-
se em um lugar positivo e claro dentro de um ambiente turbulento e caótico porque consegue
identificar oportunidades na ordem presente.

Todos os dois autores concordam com o facto de que o empreendedor é um indivíduo curioso
e atento às informações, pois está ciente de que quanto mais conhecimento possuir, maiores
serão as suas chances de sucesso.

Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se, pelo menos, os seguintes aspectos


referentes ao empreendedor:

 Tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;
 Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e
econômico onde vive;
 Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

2.3.Análise de uma Oportunidade


Dornelas (2008, p. 43) nos diz que para se ter a certeza de que uma oportunidade realmente vale
a pena não é tarefa fácil pois, vários aspectos devem ser analisados, dentre eles, o conhecimento
do assunto ou o sector onde a oportunidade se insere, seu mercado, os diferenciais competitivos
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do produto/serviço para a empresa. Antes de tomar as decisões estratégicas e financeiras


detalhadas, definir os processos de produção, identificar os recursos necessários e outros para
o concepção de um plano de negócios, o empreendedor deve avaliar a oportunidade à sua frente
para evitar dedicar tempo e recursos em uma idéia que talvez não traga o retorno esperado.

Qualquer oportunidade deve ser analisada sob os seguintes aspectos, ao menos:

i) Qual mercado ela atende?;


ii) Qual o retorno econômico que ela trará?,
iii) Quais são as vantagens competitivas que ela trará ao negócio?;
iv) Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio?;
v) Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?

2.4.Regras para Análise de uma Oportunidade


Os critérios possibilitam uma análise quantitativa do grau de atractividade da oportunidade em
relação ao mercado, questões de análise econômica, vantagem competitiva, habilidades e
experiências das pessoas envolvidas com o negócio. Não existe uma regra para definir se a
oportunidade é boa ou ruim; mas, a partir desse guia, o empreendedor poderá tirar suas
conclusões e continuar, ou não, a explorar a oportunidade identificada.

2.4.1. Mercado
Segundo Dornelas (2008, p. 46), os mercados de maior potencial e que possam trazer
escalabilidade (bom potencial de crescimento e boa capilaridade) são os mais atractivos para a
criação de novos negócios, pois possibilitam o crescimento rápido na participação do produto
ou serviço e o estabelecimento de uma marca forte, já que existe demanda por parte dos
consumidores. Demais aspectos a serem considerados referem-se à concorrência que em
mercados de crescimento também está buscando seu espaço, não havendo predominância de
concorrentes, havendo oportunidades para as empresas criativas e bem planejadas atingirem o
sucesso rapidamente. Uma estratégia acertada pode levar a empresa rapidamente à frente dos
demais competidores, com seus produtos e serviços sendo preferidos pelos clientes.

Outro ponto importante a ser observado é a estrutura de mercado, mais especificamente para as
seguintes características:

i) O número de concorrentes;
ii) O alcance dos canais de distribuição desses concorrentes;
iii) Os tipos de produtos e serviços existentes no mercado;
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iv) O potencial dos compradores; e


v) As políticas de preços dos concorrentes e outros.

2.4.2. Análise Econômica


O autor nos diz também sobre a importância de uma criteriosa análise das possibilidades
econômicas da futura empresa, pois não existe lógica no facto de uma empresa ser líder de
mercado e não gerar o retorno financeiro esperado após o esforço empreendido no negócio.
Normalmente, quando se verifica o retorno financeiro sobre o investimento, deve-se tomar
algumas referências comparativas para se chegar à conclusão de que o negócio será viável ou
não.

Dessa forma, a decisão de investir em negócios que proporcionam retornos menores fica
prejudicada, o que não significa dizer que o mercado analisado é pouco atraente. Talvez, para
que essa situação seja superada, talvez seja interessante que o empreendedor reveja a estrutura
da empresa e seus custos para que seus processos produtivos sejam otimizados, suas projecções
de vendas e outros.

Outro importante ponto a ser observado é o montante de dinheiro necessário para iniciar o
negócio. O fluxo de caixa positivo só será alcançado quando a empresa retornar o investimento
inicial e puder evoluir sem a necessidade de maiores investimentos externos.

Dornelas (2008, p47) também nos diz que a decisão de investir muito dinheiro em negócios que
geram pouco retorno e demoram alguns anos para recuperar o investimento inicial pode ser
considerada uma decisão errada.

2.4.3. Vantagens Competitivas


De acordo com Dornelas (2008, p. 48), as vantagens competitivas estão necessariamente ligadas
a diferenciais que proporcionam um ganho para o consumidor. Isso pode ocorrer por meio de
um custo menor de produção, de estruturas enxutas, de criatividade no processo de obtenção do
produto, que ao final levam a um produto ou serviço de menor custo e, consequentemente, de
menor preço final. Nesse caso, o diferencial está sendo o menor custo. No entanto, a empresa
pode deter um conhecimento de mercado muito superior à concorrência, o que lhe permite
monitorar e controlar as tendências desse mercado, antecipando-se aos competidores e sempre
trazendo novidades que atendam aos anseios de seus consumidores, estabelecendo sua marca e
fortalecendo sua presença na mente dos clientes.
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2.4.4. Equipe Gerencial


Segundo Dornelas (2008, p48) de nada adianta identificar uma oportunidade, criar um protótipo
de um produto, o mercado se espetacular e promissor, o empreendedor ter desenvolvido um
bom plano de negócios, se ele e sua equipe não estiverem à altura do negócio que está sendo
criado. A experiência prévia no ramo conta muito, pois pode evitar muitos erros e gastos
desnecessários, bem como agregar um conhecimento singular ao negócio.

Outro factor que deve ser considerado é a formação da equipe. Se os membros da equipe tiverem
formação eclética, multidisciplinar, será um grande diferencial, pois a equipe nesse caso estará
sendo composta por perfis com habilidades complementares. Mas, de nada adianta a equipe ter
todas essas características se as pessoas estiverem no negócio apenas atrás das compensações
financeiras, sem paixão e orgulho pelo que estão fazendo, ou seja, sem comprometimento.
Nesse caso, o rendimento não será o mesmo, o envolvimento poderá ser superficial e não haverá
muita preocupação com a utilização dos recursos disponíveis.

2.4.5. Critérios Pessoais


De acordo com Dornelas (2008, p48), o empreendedor deve procurar se identificar com a idéia
e a oportunidade de negócio. Neste momento o empreendedor deve buscar responder algumas
questões como se ele está disposto a largar o actual emprego para encarar o desafio, se ele se
vê trabalhando nesse ramo de negócios e explorando essa oportunidade daqui a cinco, dez ou
15 anos, se sua família o apóia nessa iniciativa, se ele está disposto a se desfazer de bens
pessoais para investir na idéia, se ele conhece pessoas que fizeram algo semelhante e se
conversaram a respeito.

No caso de uma pessoa que já possui uma empresa, ela deve apresentar a idéia aos atuais
clientes e fornecedores, deve discutir a idéia com os demais membros da empresa, deve verificar
se realmente acredita que essa oportunidade é a melhor opção, enfim, deve evitar que o
entusiasmo sobressaia em relação à análise crítica do negócio.

2.5.Guião para a Análise de Oportunidades


Dornelas (2008, p. 49) nos mostra também um guião básico conhecido como 3Ms e que serve
para auxiliar o empreendedor a analisar o potencial da oportunidade, complementando a análise
feita, que pode ser aplicado antes ou depois dos critérios listados na mesma. O autor recomenda
também que ambos sejam aplicados a qualquer idéia para saber se, primeiro trata-se de uma
oportunidade e, segundo, quais oportunidades são as mais interessantes.
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Segundo Dornelas, (2008) os 3Ms são definidos como:

i) Demanda de Mercado;
ii) Tamanho e Estrutura de Mercado, e
iii) Análise de Margem.

 Primeiro “M”: Demanda de Mercado:

Ao analisar a Demanda de Mercado, o empreendedor deve procurar responder às seguintes


questões:

 Qual é a audiência-alvo?;
 Qual a durabilidade do produto/serviço no mercado? (ciclo de vida);
 Os clientes são acessíveis? (canais);
 Como os clientes vêem o relacionamento com a empresa? (valor agregado);
 O potencial de crescimento deste mercado é alto (exemplo: maior do que 10%, 15%,
20% anuais)?
 O custo de captação do cliente é recuperável no curto prazo (exemplo: menor do que
um ano)?.

 Segundo “M” :Tamanho e Estrutura do Mercado:

O Tamanho e Estrutura do Mercado, está relacionado a outras questões críticas, listadas a


seguir:

 O mercado está crescendo, é emergente? É fragmentado?;


 Existem barreiras proprietárias de entrada? Ou excessivos custos de saída? Você tem
estratégias para transpor estas barreiras?;
 Quantos competidores/empresas-chave estão no mercado? Eles controlam a
propriedade intelectual?;
 Em que estágio do ciclo de vida está o produto? (risco depende também do ciclo de vida
e maturidade do produto);
 Como a indústria (setor onde sua empresa atua/atuará) está segmentada, quais são as
tendências, que eventos influenciam os cenários?
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 Terceiro “M”: Análise de Margem:

Finalmente, na Análise de Margem aplicam-se às seguintes questões e atividades:

 Identificar as possibilidades de lucros (exemplos: margem bruta maior do que 20%,


30%, 40%);
 Determinar as forças do negócio;
 Análise dos custos (necessidades de capital), breakeven (ponto de equilíbrio), retornos;
 Mapear a cadeia de valor do negócio;
 Procurar saber como o produto/serviço chega até o cliente final.

Isso auxiliará o empreendedor entender a sua cadeia de valor e a de seus competidores, lhe
permitindo tomar decisões e implementar acções voltadas para resultados, tais como:

i) Cortar custos;
ii) Remodelar os processos internos;
iii) Atingir maiores margens.

Os 3Ms são abrangentes e envolvem questões críticas que se respondidas e bem entendidas,
com certeza serão úteis na avaliação e seleção das melhores oportunidades para serem
desenvolvidas e capitalizadas pelo empreendedor. È sempre interessante fazer um checklist
final. Aconselha-se sua aplicação logo no início da avaliação, quando se está formatando a
oportunidade.

2.6.Checklist final de avaliação de oportunidades

 Existe um problema a ser resolvido?;


 Existe um produto ou serviço que solucionará este problema?;
 È possível identificar com clareza os potenciais clientes?;
 Será possível implantar efetivamente uma estratégia de marketing/vendas que seja
 exequível? (custo/retorno);
 A janela da oportunidade está aberta?.

2.7.Modelos de Identificação e Anàlise de Oportunidades de Negócios

2.7.1. Modelo de Urban e Hauser


O modelo de Urban e Hauser há dois processos a considerar, o Processo de Design e o Processo
de Resposta do Consumidor. O processo de Design de um novo produto inicia pela identificação
da oportunidade e é seguida pelo planeamento do produto. Para que essa oportunidade detectada
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possa ser explorada e por fim passe pelo teste do protótipo. O design de um novo produto é
considerado completo quando, na sua fase de planeamento, se tem a previsão de quem irá
adquiri‑lo e de como será vendido (benefícios ofertados), a fim de que o conjunto de
características apresentadas ao consumidor do novo produto esteja além das encontradas nos
produtos que já existem no mercado (Urban; Hauser, 1993). O modelo dos autores possue cinco
fases distintas:

i) Identificação de Oportunidades: definição do mercado e geração de ideias;


ii) Design do Produto: identifica as necessidades dos clientes e transforma ideias em
características físicas e psicológicas;
iii) Teste de alternativas: testes de mercado;
iv) Introdução: implementação do plano de marketing; e
v) Gerenciamento do ciclo de vida para manter o crecimento e lucratividade do
produto.

2.7.2. Modelo de Koen


Koen et al. (2002), apresentam uma visão de desenvolvimento, por meio de um modelo
composto de cinco elementos:

 Identificação da oportunidade;
 Análise da oportunidade;
 Geração e aperfeiçoamento de ideias;
 Seleção de ideias;
 Desenvolvimento do conceito e da tecnologia.

Segundo os autores, a interação existente entre os cinco elementos é cíclica. Estes elementros
também são chamados por Koen et al. (2002) de direcionadores da inovação. O motor é
alimentado pela liderança e pela cultura da organização. Esse mesmo motor também impulsiona
os cinco elementos. Os factores que influenciam a periferia do ambiente consistem de
capacidades organizacionais, estratégia de negócios, o mundo exterior (isto é, canais de
distribuição, clientes e concorrentes). Esses são os mesmos factores que influenciam e afectam
todo o processo de inovação. A forma circular tem como intenção sugerir que as ideias devem
fluir e iterar entre todos os cinco elementos.
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2.7.3. Modelo de Alsos e Kaikkonen


O modelo de Alsos e Kaikkonen investiga como a geração de oportunidade está relacionada
com a base de conhecimento de empreendedores. Desta forma é explorado como o
conhecimento prévio é usado no processo de geração de oportunidade e se isso varia
dependendo de como as oportunidades são originadas. Para Alsos e Kaikkonen (2004), as
oportunidades podem ser o resultado do acaso ou de busca deliberada. Também pode ser uma
descoberta ou uma criação.

Segundo os autores, a combinação destas possibilidades origina um modelo chamado por eles
de Taxonomia dos Processo de Geração de Oportunidades e assim definido:

 Descoberta de oportunidades - (processo passivo-objetivo) o qual acontece quando a


oportunidade existe objetivamente, e pode ser reconhecida pelo empreendedor, embora
ele não esteja activamente à procura;
 Pesquisa por oportunidades – (processo ativo-objetivo) supõe a busca mais activa para
encontrar uma oportunidade de negócio, considerando que a oportunidade pode ser
objetivamente reconhecida;
 Criação de oportunidades – (processo ativo-subjetivo) ocorre quando o empreendedor
activamente procura uma oportunidade de negócio e usa a sua capacidade subjetiva e
recursos para criar a oportunidade;
 A ocorrência de oportunidade – (processo passivo-subjetivo) ocorrer devido a
habilidades especiais do empreendedor e recursos, mesmo que ele não esteja
cativamente procurando por oportunidades, ou seja, ocorrência de oportunidade.

2.7.4. Modelo de Ko
O modelo de Ko (2004) enfatiza a identificação de oportunidades por parte do empreendedor e
está ligada ao pensamento associativo ou bissociativo.

O pensamento associativo é aquele em que as ideias, sentimentos e movimentos estão ligados


de tal forma a determinar a sua sucessão em nossa mente ou em nossas acções

Já o pensamento bissociativo apresenta-se como uma mistura de elementos retirados de duas


matrizes, aparentemente sem relacionamentos de pensamento, em uma nova matriz de
significados.
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Segundo Ko (2004), algumas pessoas são capazes de identificar oportunidades que outros
negligenciam, por duas razões: primeiro estas pessoas têm mais acessos a informações através
da vigilância e do estado de alerta por meio de redes sociais e a segunda é a do conhecimento
prévio, o que forma as matrizes de informações. Estes são os possíveis motivos de um indivíduo
conseguir identificar uma oportunidade especial em meio às mudanças contextuais e que não
ocorrem com outras pessoas em um mesmo conjunto de situações e oportunidades, isto é, nem
todas as pessoas podem identificar uma determinada oportunidade empresarial (Shane, 2000).

2.7.5. Modelo de Fiet, Clouse e Norton


Os autores Fiet, Clouse e Norton (2004) propuseram um modelo que parte do conhecimento
prévio do empreendedor para realizar uma pesquisa restrita. O modelo fortalece a influência do
conhecimento prévio e da formação de novo conhecimento através da busca em canais de
informação (internet, tv, jornais, rede de amigos).

O objectivo da pesquisa dos autores foi fornecer evidências empíricas que se repetem entre os
empresários ao utilizar uma busca sistemática, mesmo quando eles não estejam cientes do que
eles estão procurando.

2.7.6. Abordagem de Stull, Myers e Scott


O modelo proposto é destinado à criação de produtos, serviços e modelos de negócio. Apesar
da proposta apresentar-se como sequencial (passos), o fluxo do trabalho não é sequencial.

Segundo Stull, Myers e Scott (2008), a criação de ressonadores possuem uma analogia a
entender o que os clientes realmente querem. O emprego de ressonadores se dá em seis passos,
conforme descrito abaixo:

 Encontrar problemas não resolvidos;


 Entender o perfil dos clientes ou compradores;
 Quantificar o impacto da necessidade identificada;
 Criar experiências inovadoras;
 Articular ideias poderosas;
 Estabelecer conexões autênticas - criar conexões profundas, empatia por eles como
pessoas e não apenas como um número de seu banco de dados.
 Criar o ressonador – tem como significado uma ideia compreendida imediatamente por
todos como um valor.
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Stull, Myers e Scott (2008) justificam que qualquer um pode criar produtos e serviços que
ressoam. Para isso é preciso parar de adivinhar o que as pessoas necessitam e começar a gastar
o tempo construindo conexões reais e profundas, nas quais os compradores percebam mais valor
ao que é proposto. Ainda segundo os autores, é preciso transformar a organização, cultivando
uma cultura de sintonia.

2.7.7. Modelo de Gestão Sistêmica da Inovação – Helix


A proposta do modelo é fornecer uma abordagem simples e genérica, que descreve as principais
etapas do processo de inovação, e que pode ser usado como uma base para a discussão comum.
Tal abordagem deve ao mesmo tempo ser simples e fácil de entender, mas por outro lado não
pode perder de vista todas as dimensões relevantes da inovação, bem como a complexidade
cada vez mais existente no dia-a-dia das organizações.

Os autores Zillner e Krusche (2012) descrevem o modelo em três fases, contendo ao total dez
passos, os quais serão descritos suscintamente a seguir:

Fase 1 – Explorando: para os autores Zillner e Krusche (2012) é o momento no qual é


preparado o “terreno” para implantar a inovação. Nesta fase os seguintes passos são
executados:

a) Gestão de Falha: é o momento de identificar os distúrbios que afectam as rotinas


existentes e que impactam no desempenho da organização;
b) Análise Estratégica: analisar se os distúrbios marcados como relevantes (alterações
ambientais) estão estrategicamente interpretados em acções concretas para inovação;
c) Operacionalização estratégica: momento de decidir que projectos de inovação serão
criados. Equipá-los com recursos e formular as expectativas associadas.

Fase 2 – Desenhando: para os autores Zillner e Krusche (2012) é a momento no qual as


necessidades dos clientes, que previamente eram desconhecidas, agora são criadas e
desenvolvidas em novas oportunidades de negócios. Os passos desta fase são os seguintes:

a) Pesquisa / Necessidade Constatação: Entrevistar os potenciais usuários de um produto


ou serviço, para obter uma compreensão das necessidades específicas em suas vidas;
b) Definição do problema (análise / síntese): Os dados coletados serão avaliados,
analisados e resumidos com o intuito de formular a pergunta inicial para a concepção
de soluções inovadoras do ponto de vista dos potenciais clientes, de forma mais precisa;
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c) Brainstorming / Ideação: neste passo busca-se levantar uma variedade de perspectivas,


descritas na forma de diferentes idéias que poderão dar respostas para a pergunta feita;
d) Prototipagem: as idéias são timidamente executadas com o objetivo de testar as
suposições subjacentes e encontrar problemas antes desconhecidos. Cada problema é
sempre um novo campo de possibilidades.

Fase 3 – Incorporando: para os autores Zillner e Krusche (2012) é o momento no qual há a


integração sustentável das actividades do dia a dia da organização. Os passos desta fase são os
seguintes:

a) Execução: há uma gestão da mundaça para que se faça a passagem do que antes era
executado e o novo que passa a ser executado de modo que as inovações passem a se
integrar nos processos de tomada de decisão em curso;
b) Monitoramento: os autores envolvidos, tomadores de decisão e as partes interessadas
são continuamente informados de forma transparente sobre o progresso e aprendizagem
das actividades de inovações individuais;
c) Avaliação: O processo em si é refletido para melhorar a sua própria prática de inovação
de forma que as actividades de inovação individuais passem a se tornar a capacidade de
inovação da organização.

2.7.8. Modelo de Smith, Matthews e Schenkel


Para Smith, Matthews e Schenkel (2005), a natureza das oportunidades está relacionada ao tipo
de processo que a originou e ao conhecimento prévio envolvido. O modelo de Smith, Matthews
e Schenkel. (2005) sugere que, diferentes tipos de oportunidades serão identificados através de
diferentes tipos de processos de identificação de oportunidades.

Parte do diagrama considera as oportunidades relativamente mais tácitas e sugere que, se uma
oportunidade é tácita, então, a oportunidade pode tanto ser identificada através do processo de
descoberta, ou totalmente ignorada.

A tacitividade relativa à oportunidade obscurece a oportunidade de potenciais empresários,


tornando-as mais difíceis de identificar. No entanto, quando munido de conhecimento prévio
(Shane, 2000), um empreendedor tem mais chances de superar os desafios inerentes no
reconhecimento de uma oportunidade tácita.

Já as oportunidades que se encontram na classificação, codificada são mais propensas a ser


descobertas através de pesquisa sistemática, enquanto as oportunidades tácitas são mais
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propensas a ser identificadas devido à experiência anterior. A razão da busca é possível porque
a natureza explícita ou codificação relativa à oportunidade permite que o empreendedor se
envolva em uma pesquisa e faça a comparação entre diferentes tipos de oportunidades
empresariais. Neste caso, a codificação relativa à oportunidade atenua a utilidade do
conhecimento prévio, porque a natureza explícita da oportunidade manifesta-se mais facilmente
aos empreendedores em potencial.
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3. Conclusão

A identificação de uma oportunidades de negocio não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário,
exige do empreendedor tempo e dedicação para que fique bem feito e forneça com fidelidade
todos os dados referentes à oportunidade alvo.

De acordo com o presente trabalho pode-se concluir que a abertura do negócio, apesar de exigir
boa quantia de investimento, mostra-se viável levando-se em conta os dados utilizados no
planeamento financeiro obtidos com as respostas das buscas realizadas.

Verificou-se que os trabalho pesquisados tratam o tema identificação de oportunidades de


negocios de várias formas e descrevem as actividades utilizando termos diversos. Neste sentido
buscou-se com o mapeamento da literatura identificar as abordagens, os autores e seus
entendimentos. Por fim, foi realizado o relacionamento destes dados com os tipos de
oportunidades.

Durante a elaboração do trabalho surgiram algumas dificuldades como falta de tempo para
dedicação ao trabalho e para ir à biblioteca pesquisar mais livros que tratassem do tema e a falta
de experiência no tema identificação e anàlise de oportunidades de negócios que poderia ter
ficado melhor. Apesar dessas dificuldades, ficou muito claro o quão importante é a ferramenta
de anàlise de oportunidades para qualquer empreendedor que deseja planear seu futuro negócio
ou até mesmo reestruturar um negócio já existente.
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4. Referências Bibliográficas

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