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Universidade Rovuma
Instituto Superior de Transporte, Logística e Telecomunicação
2024
Introdução...................................................................................................................................3
Princípio do Poluidor-Pagador................................................................................................4
Conceitos.............................................................................................................................4
O Princípio da Prevenção....................................................................................................7
O Princípio da Precaução....................................................................................................7
O Princípio da Solidariedade..............................................................................................8
Conclusão..................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas……………………..…………………….……………………….
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Introdução
O princípio poluidor-pagador teve sua origem nas actividades da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, com a proposta de inserção na cadeia produtiva
das externalidades negativas, isto é, prima pela inserção na cadeia produtiva dos custos da
degradação ambiental.
Por força desse princípio, devem estar a cargo do poluidor os custos das medidas de
prevenção, controle e remediação da poluição, como forma de induzir que tais custos dos bens
e serviços que causam poluição sejam internalizados nos preços, afastando-se qualquer
possibilidade de subsídios dessas actividades, através do financiamento público das despesas
que provocam.
Corroborando, a questão das mudanças climáticas exige uma nova definição do princípio
poluidor-pagador no sentido de buscar sua efectividade, especialmente para aumentar sua área
de actuação, se não uma incidência financeira mais forte.
Contudo, o presente trabalho tem como objectivo geral analisar o princípio poluidor-pagador,
enquanto fundamento dos instrumentos de intervenção econômica para fins de protecção
ambiental. Para dar subsídio ao objectivo geral destacam-se os objectivos específicos,
nomeadamente, procurar tratar do princípio do poluidor-pagador, sendo o mesmo analisado
sob três enfoques, Iniciar-se-á com uma sólida base teórica, apresentando o contexto histórico
necessário, a evolução de tal princípio e conceitos que passaram a ter uma relação mútua com
ele, prosseguir-se-á com uma análise da aplicação prática do referido princípio e por fim,
haverá de se fazer uma análise ponderativa a respeito do que existe em tese e o que é
realizado na prática, ou seja, a efectividade será posta em julgamento desencadeando algumas
críticas de nossa realidade.
Para tanto, utilizou-se de pesquisas de diferentes fontes como livros e periódicos, que
contribuíram para a construção dos conceitos. Esta pesquisa é voltada para uma pesquisa
bibliográfica, pois é elaborada com o propósito de fornecer importantes informações teóricas
sobre o referido tema, trazendo conceitos e conhecimentos que sustenta a ideia do trabalho.
Defronte a esse contexto, a pesquisa bibliográfica é uma metodologia muito relevante para o
trabalho acadêmico por necessitar de uma profunda fundamentação teórica para tratar o tema
da pesquisa que esta sendo abordado.
O trabalho foi estruturado segundo as normas aceitas pela instituição de ensino (Universidade
Rovuma), nomeadamente: introdução, desenvolvimento, conclusão e as referências
bibliográficas.
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proveniente do processo produtivo, de forma a evitar que aqueles que já incluiam os custos
ambientais no produto final fossem prejudicados. Logo, as medidas citadas no princípio
procuram justamente fazer com que tais despesas sejam refletidas no preço dos bens e
serviços, equilibrando assim o mercado. Ao responsabilizar o poluidor por arcar com os
gastos oriundos da poluição que pode ser causada durante a produção, estão sendo
internalizados no custo final dos bens e serviços o custo que tais medidas corretivas acarretam
(D’isep, 2010).
Necessário dizer que tais medidas não podem ser subsidiadas pelo governo. Ainda, observa-se
que vai partir do Poder Público a definição dos padrões de qualidades em que serão baseados
os custos a serem internalizados. De acordo com autora, conclui-se que ao atrelar o princípio
do poluidor-pagador aos custos de prevenção e controle da poluição, podem-se derivar alguns
objectivos do princípio, tais como:
i. A valoração econômica dos recursos ambientais;
ii. Incorporação no preço dos produtos e serviços de valores que se utilizaram de recursos
naturais; e
iii. Promoção do uso racional de recursos ambientais.
reparação. Isso se dá porque, infelizmente, em matéria ambiental pode ocorrer de, após a
identificação da extensão do dano, já seja impossível a sua total reparação. O princípio do
poluidor-pagador é um princípio fundamental do Direito Ambiental, que acaba por englobar
ainda outros princípios (Silva Filho, 2008).
Os primeiros que merecem ser destacados, segundo Mirra, (1996) são:
i. O princípio da prevenção;
ii. O princípio da precaução; e
iii. O Princípio da Solidariedade.
do planeta também seria afectada, o que se dirá então das futuras gerações. Com isso já se
pode responder, em parte, a segunda indagação. O princípio do poluidor-pagador tem como
primeiro objectivo a prevenção do dano ambiental. Este, em verdade, para Moraes, (2006) é o
fim ideal, pois impede que uma catástrofe ambiental ocorra. Não há de facto agressão ao meio
ambiente uma vez que a actividade foi evitada.
Na prática, portanto, são os poluidores que devem arcar com os custos relativos aos estudos
de impactos ambientais, licenciamento e desenvolvimento de políticas ambientais, já que o
interesse econômico de usar aquele ambiente é exclusivamente deles. Os custos devem ser,
então, internalizados pelos poluidores e não pela sociedade, de modo a pôr fim no problema
das externalidades negativas. Já do lado oposto à prevenção e à precaução há um problema
maior ainda: a reparação (Moraes, 2006).
Se o dano ambiental já ocorreu de facto e medidas devem ser tomadas com o fim de reparar o
estrago causado. Se antes o poluidor pagava de maneira preventiva para que pudesse realizar
sua actividade da forma mais sustentável possível, agora ele deve pagar por ter realizado a
actividade de forma prejudicial ao meio ambiente. O instrumento de solução a ser empregado
é o da responsabilidade (Moraes, 2006).
Como dispõe Campos, (2011) os causadores do dano ambiental poderão sofrer
responsabilidades penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados. Ou seja, podem-se cumular responsabilidades civil, penal e administrativa, o
que mostra um carácter, positivamente, repressor e amplo da legislação em matéria ambiental.
Pode-se dizer, portanto, que o núcleo do princípio da solidariedade consiste no respeito de uns
aos outros, sem o qual não seria possível uma convivência pacífica. A ideia puramente
individualista ficou para trás, afinal todos os indivíduos são interligados de alguma maneira,
consagrando o pensamento de Aristóteles de que o homem é um animal social (Moreira,
2011).
1.4. Princípio do Poluidor-Pagador: Objetivo, Efeitos e Amplitude
Objectivo:
De acordo com Derani, (2008) o objectivo maior do Princípio do Poluidor-Pagador é fazer
não apenas com que os custos das externalidades ambientais negativas sejam suportados pelos
agentes que as originaram, mas também que haja a correcção e/ou eliminação das fontes
potencialmente poluidoras. Ou seja, o Princípio do Poluidor-Pagador procura fazer com que o
responsável pela poluição internalize esses custos, através tanto da reparação do dano como
da prevencão do mesmo.
Efeitos:
O Direito Ambiental tem o princípio do poluidor-pagador como uma de suas principais bases,
pois este tem orientação redistributiva, ou seja, tem a função de solucionar as deficiências do
sistema de preços, além de ser utlizado como fundamento econômico e também ambiental de
forma a obrigar o poluidor a arcar com os custos de prevenção e reparação do dano por ele
causado ao meio ambiente. Ele está inserido em um contexto de preocupação cada vez maior
com o meio ambiente e a cada vez mais presente esgotabilidade de seus recursos (Milaré,
2013).
Amplitude:
Fala-se em internalização dos custos ambientais, pois sua aplicação procura determinar o
causador do dano ambiental, para imputar-lhe a responsabilidade pelos seus actos e prevenir a
ocorrência de danos ambientais e não apenas repará-los. A determinação do conteúdo
normativo do Princípio do Poluidor-Pagador e também seu alcance é necessário para que a
aplicação deste princípio não se dê de forma distorcia nem limitada (Rodrigues, 2005).
A concretização do Princípio do Poluidor-Pagador depende da aplicação em conjunto com
outros princípios, principalmente os da precaução e o da prevenção, como forma de interferir
no resultado de uma equação em que o produto tem sido a socialização das perdas e a
privatização dos lucros (Rodrigues, 2005).
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Conclusão
Após o término da pesquisa chega-se a conclusão que a maior importância é demonstrar a
amplitude do princípio do poluidor-pagador. O meio ambiente já é visto como um bem finito,
e é por ser tão amplo e refletir tão bem a situação ambiental dos dias actuais, que o poluidor-
pagador busca prolongar essa finitude ambiental para as presentes e futuras gerações, tentando
também torná-la, na medida do possível, infinita.
A internalização de externalidades negativas pelos poluidores representa a grande solução
encontrada para que danos ambientais sejam evitados e, na pior das hipóteses, reparados. O
direito ao meio ambiente é um direito de todos e para todos, sendo assim não se pode deixar
de mencionar a solidariedade de uns com os outros como a ferramenta-base para que o
princípio funcione corretamente. Portanto, para a garantia de um futuro adequado às nossas e
às futuras gerações, portanto, a protecção ao meio ambiente e solidariedade devem coexistir.
Ainda, do princípio do poluidor-pagador podemos detectar dois aspectos importantes: a
imputação da responsabilidade pelo dano ambiental ao poluidor, de forma que o mesmo seja
obrigado a reparar o meio ambiente degradado e a inserção no custo final do processo
produtivo dos custos ambientais, normalmente externalizados, decorrentes do dano ambiental
por ele causado ou que possa ser por ele causado.
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Referências Bibliográficas
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São Paulo: Revista dos Tribunais.
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Administrativo, Ambiental e Urbanístico. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais.
Derani, C. (2008). Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Saraiva.
Ferraz, R. (2003). Tributação e meio ambiente: O green tax no Brasil. Brasil: Revista de
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Sadeleer, N. d. (1999). Les Principes du Polluer-Payeur, de Préventiont de Précaution: Essai
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Bruylan.
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