Você está na página 1de 18

Faculdade de Ciências Agrárias

Curso de Licenciatura em Engenharia Florestal

I Semestre, 4-° Nível

Cadeira: Avaliação de Impacto Ambiental

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Discente:

Rosa Omar Jafar

Docente:

Marcelino Muleva, PhD

Unango, Setembro de 2023


ÍNDICE
I.INTRODUÇÃO...................................................................................................................3

1.1.Objectivos........................................................................................................................4

1.1.1.Geral..............................................................................................................................4

1.1.2.Específicos....................................................................................................................4

II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................5

2.1.Sistemas de gestão ambiental (SGA)...............................................................................5

2.2.Organização Internacional de Normalização – ISO 14000..............................................5

2.3.Principais passos para a implementação de um SGA......................................................7

2.4.Requisitos dos sistemas de gestão ambiental (SGA).....................................................11

2.4.1.Requisitos legais e outros requisitos...........................................................................13

III.CONCLUSÃO................................................................................................................17

IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................18

Rosa Omar Jafar Pá gina 2


I.INTRODUÇÃO
Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) constitui uma parte do sistema global de gestão
de uma organização que visa o controlo dos seus aspectos ambientais, através de uma
abordagem estruturada e planeada à gestão ambiental, em todas as suas vertentes (ar, água,
etc.), envolvendo toda a estrutura da organização e todos os outros que sejam influenciados
pelas actividades, equipamentos, produtos e processos da organização que provocam ou
podem vir a provocar danos ambientais, implementando um processo próactivo de
melhoria contínua. Este processo é dinâmico visto que está sujeito a uma avaliação
periódica, onde são analisados os objectivos e metas traçados, o seu cumprimento e a
eficácia das medidas correctivas implementadas.

As empresas têm-se defrontado por enormes cobranças com relação à postura de


responsabilidade perante o meio ambiente e têm procurado estabelecer formas de gestão
com objectivos explícitos de controlo da poluição e de redução das taxas de efluentes,
controlando e minimizando os impactos ambientais, como também optimizando o uso de
recursos naturais. No início da década de 1990, as organizações responsáveis pela
padronização e normalização, que por sua vez localizavam-se em países industrializados,
começaram a atender as demandas da sociedade e as exigências do mercado, no sentido de
sistematizar procedimentos pelas empresas que reflectissem suas preocupações com a
qualidade ambiental e com a conservação dos recursos naturais (Costa, 2004).

Procedimentos que se materializaram por meio da criação e desenvolvimento de Sistemas


de Gestão Ambiental destinados a orientarem as empresas a adequarem-se a determinadas
normas de aceitação e reconhecimento geral. Estes sistemas, posteriormente, se
configuraram como importantes componentes nas estratégias empresariais. A formulação
de um SGA é um processo interactivo e contínuo. A estrutura, responsabilidade, práticas,
procedimentos, processos e recursos para implementação de políticas, objectivos e metas
ambientais podem ser coordenados em conjunto com outros esforços de outras áreas
administrativas.

A preocupação que a sociedade vem demonstrando com a qualidade do ambiente e com a


utilização sustentável dos recursos naturais tem-se reflectido na elaboração de leis
ambientais cada vez mais restritivas à emissão de poluentes, à disposição de resíduos
sólidos e líquidos, à emissão de ruídos e à exploração de recursos naturais. Acrescente-se a

Rosa Omar Jafar Pá gina 3


tais exigências, a existência de um mercado em crescente processo de conscientização
ecológica, no qual mecanismos como selos verdes e Normas, como a Série ISO 14000,
passam a constituir atributos desejáveis, não somente para a aceitação e compra de
produtos e serviços, como também para a construção de uma imagem ambientalmente
positiva junto à sociedade (COSTA, 2004).

A implantação sistematizada de processos de Gestão Ambiental tem sido uma das


respostas das empresas a este conjunto de pressões. Assim, a gestão ambiental no âmbito
das empresas tem significado a implementação de programas voltados para o
desenvolvimento de tecnologias, a revisão de processos produtivos, o estudo de ciclo de
vida dos produtos e a produção de “produtos verdes”, entre outros, que buscam cumprir
imposições legais, aproveitar oportunidades de negócios e investir na imagem institucional
(Donaire, 1999).

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral
Abordar acerca dos sistemas de gestão ambiental.

1.1.2.Específicos
Conceitualizar os sistemas de gestão ambiental (SGA);
Caracterizar a Organização Internacional de Normalização – ISSO;
Descrever os principais passos para a implementação de um SGA;
Identificar os requisitos dos sistemas de gestão ambiental (SGA).

Rosa Omar Jafar Pá gina 4


II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.Sistemas de gestão ambiental (SGA)


Sistema de Gestão Ambiental (SGA), conforme abordado, configurase como um conjunto
de políticas, planeamentos e acções de cunho social, técnico, económico e produtivo,
adoptado em diferentes organizações produtivas, a fim de desempenhar um papel coerente
com a ideia de uso e conservação dos recursos naturais e redução da poluição, orientando-
se pelas legislações ambientais determinadas (Nascimento, 2012).

Segundo Carvalho (1996), cita que um sistema de gestão ambiental, constitui parte integral
do gerenciamento total de uma organização, que reconhece a qualidade de seu desempenho
ambiental como um factor-chave para a sua capacidade de prosperar, arquitectando um
sistema para identificar, examinar e avaliar, sistematicamente, as mudanças ambientais
causadas por aspectos ou elementos de seus produtos, serviços e actividades.

Segundo Figueiredo (1996, comenta que, os Sistemas de Gestão Ambiental estão voltados
para o contexto do homem em seu habitat. O mais famoso destes sistemas é o ISO 14000,
porém, antes deste, surgiram outros que deram também sua parcela de contribuição para o
desenvolvimento e utilização destes sistemas que visam identificar, minimizar e controlar
aspectos e impactos ambientais.

Deacordo com Christie et al (1995), conceituam sistemas de gestão ambiental como um


conjunto de técnicas e disciplinas que dirigem as empresas na adopção de uma produção
mais limpa e de acções de prevenção de perdas e de poluição. Para esses autores, o sistema
de gestão ambiental deve envolver as seguintes áreas de actividades das empresas:
elaboração de políticas (estratégia), auditoria de actividades, administração de mudanças, e
comunicação e aprendizagem dentro e fora da empresa.

A gestão ambiental, enfim, tornase um importante instrumento de gerência para


capacitação e criação de condições de competitividade para as organizações, qualquer que
seja o seu segmento económico (Tachizawa, 2002).

Rosa Omar Jafar Pá gina 5


2.2.Organização Internacional de Normalização – ISO 14000

Surgem então as normas técnicas e começam a estabelecer requisitos para as organizações


que buscam uma certificação, que consigam aplicar um novo modelo de gestão que não
agridam o meio ambiente, fazendo com que a comunidade não sofra com os resíduos
gerados, sendo beneficiada num aspecto mais amplo (Maimon,1994). A norma ISO 14000
certifica que a empresa possui um sistema de gestão ambiental, portanto, possui
procedimentos de controlo, registados e divulgados para os órgãos responsáveis, o
mercado e a sociedade. As normas da série ISO 14000 estão sendo desenvolvidas desde
1993 pelo Comité Técnico (TC) 207, da International Standardization Organization (ISO),
com o objectivo de fornecer, mundialmente, as empresas e demais organizações, uma
abordagem comum da gestão ambiental. Para que possam conseguir a certificação é
necessário algumas exigências:

Auditoria Ambiental

A auditoria pode ser vista como uma revisão, perícia, intervenção, exame de contas ou de
toda uma escrita, constantemente ou eventualmente. O termo auditoria pode ser observado
ainda como: exames de documentos antes de escriturados, o que poderia ser chamado de
pré-auditoria; um exame sistemático de todos os fatos realizados dentro da empresa; exame
semestral ou anual de contas para aprovação; exame eventual solicitado por alguém
competente para verificação da exactidão de procedimentos de uma administração; dentre
outros (Maimon,1994).

Política ambiental

A empresa deve elaborar uma Política Ambiental onde seus produtos e serviços sejam
representados, e que ela seja divulgada entre os colaboradores e a sociedade. E que a
direcção demonstre que está realmente comprometida com o cumprimento dessa política.
Deve obter o cumprimento legal e buscar o melhoramento contínuo do desempenho
ambiental da empresa.

Aspectos ambientais

A organização precisa ter procedimentos que permitam identificar, conhecer, administrar e


controlar os resíduos que ela gera durante o processamento e uso do produto: Emissões
Atmosféricas, Efluentes Líquidos e Resíduos Sólidos.

Rosa Omar Jafar Pá gina 6


2.3.Principais passos para a implementação de um SGA

A implementação de um sistema de gestão ambiental é executada por etapas. Este processo


pode ser dividido em 10 etapas que não têm necessariamente fronteiras estanques, ou seja,
existem ou podem existir intersecções entre actividades inseridas em diferentes etapas.
(Pinto, 2005).

1.Levantamento da situação inicial

Nesta etapa procura-se conhecer o estado actual da organização em matéria ambiental.


Inicialmente deve-se analisar o que a organização faz, como faz e com o quê, identificando
todas as suas actividades: concepção e desenvolvimento, processos produtivos, embalagem
e transporte, desempenho ambiental e as práticas dos subcontratados e fornecedores, gestão
de resíduos, etc.

Seguidamente deve ser realizada uma auditoria de diagnóstico relativamente aos aspectos
ambientais relacionados com as suas actividades, incluindo materiais, produtos,
equipamentos, instalações e serviços, identificando os impactes para o ambiente
relacionados com todos esses aspectos e os mecanismos que implementou para o seu
controlo e verificando o grau de cumprimento dos requisitos legais e outros que a
organização eventualmente subscreva.

Este levantamento pode ser efectuado com recursos internos ou recorrendo à contratação
de serviços de um consultor externo. Adicionalmente deve-se procurar obter informação
acerca do que são os requisitos de um SGA, e quais são as exigências dos referenciais que
se possam vir a adoptar e dos requisitos legais aplicáveis à organização ou outros que esta
voluntariamente subscreva.

2.Sensibilização da gestão

O responsável ambiental da organização apresenta os resultados do diagnóstico inicial


tendendo a sensibilizar a gestão de topo para as vantagens de implementação de um SGA.
A organização deve ministrar formação apropriada aos seus directores e quadros superiores
e médios.

O responsável pela aplicação efectiva do sistema poderá necessitar de ter formação sobre
sistemas de gestão ambiental e os requisitos da norma. Para além da formação é essencial

Rosa Omar Jafar Pá gina 7


começar a promover acções de sensibilização para o maior número possível de
colaboradores a fim de conseguir a adesão de todos e a boa colaboração de cada um para o
projecto. Devem ser criados canais de comunicação que permitam informar todos os
colaboradores sobre o desenvolvimento do projecto.

3.Definição da política ambiental

Na definição da política ambiental, a organização deve ter em consideração a realidade da


mesma em matéria ambiental para que seja adaptada às suas necessidades, devendo
assegurar o comprometimento da gestão de topo e a participação de todos os
colaboradores.

A política constitui a espinha dorsal do SGA, pois é nela que a gestão de topo formaliza o
compromisso da organização em garantir que a protecção e promoção ambiental são
consideradas na definição de prioridades em igualdade com todos os outros objectivos do
negócio. É igualmente nesta fase que a organização escolhe o referencial que quer adoptar
para projectar e implementar o sistema e a gestão de topo nomeia o seu representante.

4.Definição da equipa de projecto

A organização analisa o trabalho que tem de ser feito e quem o pode fazer. Após avaliar as
competências de que dispõe, a organização decide acerca da necessidade de contratar ajuda
externa.

A maior parte das organizações não dispõe de nenhum especialista em SGA pelo que é
aconselhável, contratar um consultor especialista em sistemas, a fim de a organização ficar
com uma perspectiva mais correcta e realista do trabalho a desenvolver.

A equipa de projecto tem por funções principais: participar na definição e elaboração da


documentação do SGA, garantir a implementação do SGA e promover a motivação e
envolvimento dos colaboradores. Se a organização concluir necessidade de ajuda externa
ao longo de todo o processo, deve seleccionar cuidadosamente consultores e
eventualmente, formadores com experiência reconhecida. É igualmente importante
estabelecer claramente as condições contratuais de modo que fiquem bem definidas as
obrigações de ambas as partes, a quem cabe fazer o quê, os ritmos a que se obrigam e a
forma de monitorizar os progressos do projecto.

Rosa Omar Jafar Pá gina 8


5. Formação da equipa de projecto em sistemas de gestão ambiental

A organização providencia formação especializada a fim de dotar a equipa de projecto das


competências necessárias para a boa prossecução do projecto.

6.Definição do projecto de implementação

A organização estabelece os objectivos do projecto, define a sua calendarização, as


competências e responsabilidades individuais de cada elemento da equipa de projecto, a
forma de monitorização dos progressos do projecto e a periodicidade das reuniões de
acompanhamento com o representante da gestão topo.

7.Planeamento

A organização redige o procedimento de identificação de aspectos ambientais, determina a


sua significância e aplica-o de forma a conhecer com pormenor os impactos para o
ambiente associados às suas actividades, produtos/serviços e as medidas para minimizar os
impactes negativos e promover os positivos. Paralelamente, deve também redigir o
procedimento de requisitos legais e outros, efectuar o levantamento dos diplomas legais
aplicáveis à organização bem como outras obrigações que a organização subscreva e
avaliar acerca do seu cumprimento.

Na posse desses dados, a organização deve estabelecer os objectivos e metas que pretende
atingir tendo em conta o comprometimento contido na política. De seguida, planeiam-se as
acções que permitam atingir os objectivos definidos e o cumprimento dos requisitos do
referencial. Ao analisar as exigências da norma, usualmente, a organização verifica que
uma parte significativa das exigências constitui já prática corrente. É altura de compilar a
documentação interna já existente.

No entanto, torna-se necessário efectuar o enquadramento de acordo com o exigido na


norma, melhorando algumas das práticas existentes de forma a evidenciar a conformidade
com os requisitos e, redigindo a forma como se realizam, controlam e registam as
actividades

8.Implementação e funcionamento

Esta é usualmente a etapa mais longa e trabalhosa. Nesta fase definem-se os recursos,
atribuições, responsabilidades e autoridade de todos os colaboradores cujo desempenho

Rosa Omar Jafar Pá gina 9


tenha relevância no desempenho ambiental da organização e comunicam-se aos respectivos
colaboradores. Elaboram-se e implementam-se os procedimentos de formação,
sensibilização e competência, de consulta e comunicação, de gestão e controlo de
documentos e dados, de controlo operacional e de prevenção e capacidade de resposta a
emergências. Para que o sistema funcione, é essencial o envolvimento de todos os
colaboradores. As acções de sensibilização/formação devem divulgar a política e os
objectivos que se pretendem atingir e explicar claramente o que se espera dos contributos
de cada um para o sucesso do SGA, recolhendo ideias, sugestões, retendo situações e
ocorrências indicadoras da necessidade de acção correctiva imediata ou de uma atitude
preventiva.

É importante sublinhar que qualquer colaborador pode propor melhorias ao sistema, mas
que todas as alterações têm que ser devidamente estudadas e aprovadas. Os requisitos que
não fazem parte das práticas quotidianas da organização, têm que ser analisados e
adaptados à organização. É necessário fazê-lo de uma forma simples e prática, sem
esquecer a necessidade de os explicar clara e cuidadosamente aos seus utilizadores.

É importante, nesta fase de alguma confusão devido à quantidade de documentos que é


necessário elaborar, não criar papéis inúteis nem inventar formas desnecessariamente
complicadas de evidenciar um controle, um registo, etc. De forma a incentivar todos os
colaboradores é aconselhável que a equipa de projecto elabore com regularidade e de
forma assídua, um boletim informativo dando notícias dos avanços do projecto.

9.Verificação e acções correctivas

Efectua-se a análise crítica do SGA quanto à prossecução dos seus objectivos e criam-se os
mecanismos que permitam o controlo sistemático e permanente de forma a agir
proactivamente sobre o sistema. Elaboram-se e implementam-se os procedimentos de
medição e monitorização, avaliação da conformidade, não conformidade e acções
correctivas e preventivas, controlo de registos e auditorias. As auditorias internas procuram
evidências objectivas que confirmem a eficácia e conformidade do que está a ser feito ou
identifiquem os desvios para que atempadamente se possa agir sobre eles corrigindo-os.

Este processo culmina na revisão do sistema pela gestão de topo, procedendo à análise dos
resultados da monitorização de dados e indicadores sobre o desempenho da organização. É
efectuada a avaliação global da eficácia do SGA para atingir os objectivos traçados,
Rosa Omar Jafar Pá gina 10
revendo os aspectos menos bem conseguidos. Esta fase constitui também a oportunidade
para a organização avançar, traçando novos e mais ambiciosos objectivos e metas.

10. Certificação Para a generalidade das organizações

A certificação constitui a meta final de todo o processo, em que a entidade certificadora


assegura que o sistema cumpre os requisitos do referencial. Assim, o sistema garante aos
clientes (internos e externos), à gestão e de um modo geral a todas as partes interessadas
que as actividades da organização se processam de modo controlado e de acordo com o
previsto.

A organização só deve proceder à certificação do seu sistema após este estar rodado, ou
seja, após haver cumprido um ciclo de Deming completo. Implementar um sistema
ambiental num ano, implica um grande empenho da organização em todos os níveis
hierárquicos e uma boa coordenação do responsável da equipa de projecto.

2.4.Requisitos dos sistemas de gestão ambiental (SGA)


Segundo a NP EN ISO 14001:2004, os requisitos são as condições que o sistema tem de
cumprir e cuja adequação é verificada pelos auditores.

Requisitos Gerais

A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar


continuamente um SGA de acordo com os requisitos desta norma internacional e
determinar o modo como cumpre esses requisitos. A organização deve, ainda, definir e
documentar o âmbito do seu SGA.

Política Ambiental

A gestão de topo, deve definir a política ambiental da organização e garantir que, dentro do
âmbito definido para o seu SGA, esta:

 É adequada à natureza, à escala e aos impactes ambientais das suas actividades,


produtos ou serviços;
 Inclui um compromisso de melhoria contínua e de prevenção da poluição;

Rosa Omar Jafar Pá gina 11


 Inclui um compromisso de cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e outros
requisitos que a organização subscreva, que se relacionem com os seus aspectos
ambientais;
 Proporciona um enquadramento para a definição e revisão dos seus objectivos e
metas ambientais;
 Está documentada, implementada e é mantida;
 É comunicada a todas as pessoas que trabalham para a organização ou em nome
desta;
 Está disponível ao público.

Planeamento

Aspectos ambientais

Os aspectos ambientais referem-se aos elementos da actividade, produtos e serviços da


organização susceptíveis de causar impactes sobre o ambiente. A organização deve
estabelecer, implementar e manter actualizado um ou mais procedimentos para:

 Identificar os aspectos ambientais das suas actividade, produtos ou serviços, dentro


do âmbito do SGA, que pode controlar e/ou influenciar, considerando
desenvolvimentos novos e planeados, e actividades, produtos e serviços novos ou
modificados;
 Determinar os aspectos que têm ou poderão ter impactes ambientais significativos
no ambiente. A organização deve assegurar que os aspectos ambientais
significativos são considerados no estabelecimento, implementação e manutenção
do seu SGA.

A identificação dos aspectos ambientais é um processo contínuo que deve considerar os


impactes (positivos e negativos) passados, correntes e previsíveis das actividades da
organização. Para tal, deve-se considerar o funcionamento normal da organização, assim
como situações de arranque e paragem, sem descurar os potenciais impactes decorrentes de
situações de emergência. Este processo tem como objectivo principal identificar as áreas
prioritárias em termos de intervenção no âmbito do SGA.

A sistematização da informação poderá constituir uma forma eficaz de assegurar a


identificação dos aspectos ambientais que poderão estar associados a uma actividade,

Rosa Omar Jafar Pá gina 12


produto ou serviço. Os aspectos ambientais associados a potenciais situações de
emergência devem, também, ser considerados. Uma vez identificados os aspectos
ambientais, torna-se necessário atribuir um grau de significância aos mesmos, com o
objectivo de determinar aqueles sobre os quais é necessária uma intervenção prioritária, no
sentido de reduzir ou eliminar os impactes a eles associados. Existem diversas
metodologias de avaliação de impactes ambientais, cuja aplicação permitirá inferir acerca
dos aspectos ambientais que urge controlar, no âmbito da actividade da organização. Entre
os aspectos ambientais significativos, e após ter garantido o seu controlo, devem
seleccionar-se aqueles para os quais são identificáveis oportunidades de melhoria. Para
estes, tendo em conta os meios técnicos, humanos e financeiros de que dispõe, a
organização definirá objectivos e metas ambientais, incluindo-os no seu programa de
gestão ambiental.

2.4.1.Requisitos legais e outros requisitos


A organização deve estabelecer, implementar e manter actualizado um ou mais
procedimentos para:

 Identificar e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a
organização subscreva, relacionados com os seus aspectos ambientais;
 Determinar de que forma estes requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais.

A organização deve assegurar que esses requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que
a organização subscreva são tomados em consideração no estabelecimento, implementação
e manutenção do seu SGA. A construção de uma matriz de conformidade legal poderá
constituir uma forma eficaz de determinar a forma como os requisitos legais aplicáveis à
organização se aplicam aos seus aspectos ambientais. Em simultâneo, poderá ser uma
forma de identificar oportunidades de melhoria do SGA, no sentido de assegurar a
conformidade legal.

Objectivos, metas e programas

A organização deve, a todas as funções e níveis pertinentes, estabelecer, implementar e


manter objectivos e metas ambientais documentados. Os objectivos e metas devem ser
coerentes com a política ambiental, incluindo os compromissos relativos à prevenção da
poluição, ao cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos que a

Rosa Omar Jafar Pá gina 13


organização subscreva, e à melhoria contínua. Para estabelecer e rever os seus objectivos e
metas, a organização deve ter em consideração os seus aspectos ambientais significativos,
as tecnologias disponíveis, os seus requisitos financeiros, operacionais e de negócio, assim
como a opinião das partes interessadas.

Implementação e funcionamento

A correcta implementação e operação do SGA são o corolário do planeamento:


implementando as medidas que foram programadas, alocando recursos, definindo
responsabilidades e autoridade, elaborando, revendo os documentos e estabelecendo
procedimentos. Esta fase é composta por sete cláusulas que a seguir se apresenta.

Recursos, funções, responsabilidade e autoridade

A gestão de topo deve assegurar a disponibilidade dos recursos necessários para o


estabelecimento, implementação, manutenção e melhoria do SGA. Os recursos humanos e
competências especializadas, infra-estrutura organizacional, recursos tecnológicos e
financeiros. As funções, as responsabilidades e a autoridade devem ser definidas,
documentadas e comunicadas de modo a facilitar a eficácia da gestão ambiental.

Competência, formação e sensibilização

É necessário assegurar que qualquer pessoa que trabalhe para a organização ou em nome
desta, e desempenhe tarefas que possam causar impactes ambientais significativos
identificados pela organização, é competente com base em apropriada educação, formação
ou experiência.

Comunicação

No que se refere aos seus aspectos ambientais e ao SGA, a organização deve estabelecer,
implementar e manter um ou mais procedimentos para:

 Assegurar a comunicação interna entre os diversos níveis e funções da organização;


 Receber, documentar e responder a comunicações relevantes de partes interessadas
externas.

Rosa Omar Jafar Pá gina 14


Documentação

A documentação do SGA deve incluir:

 A política ambiental, objectivos e metas;


 Uma descrição do âmbito do SGA;
 Descrição dos elementos principais do SGA e das suas interacções, com referência
a documentos relacionados;
 Documentos, incluindo registos, requeridos pela norma, assim como os que a
organização determine como necessários para assegurar um efectivo planeamento,
operação e controlo dos processos que se relacionam com os seus aspectos
ambientais significativos.

Controlo de documentos

Os documentos requeridos pelo SGA e pela norma NP EN ISO 14001:2004, em particular,


devem ser controlados. Nesse sentido, a organização deve estabelecer, implementar e
manter um ou mais procedimentos para:

 Aprovar os documentos quanto à sua adequação;


 Rever e actualizar os documentos quando necessário, e reprová-los; Assegurar que
as alterações e o estado actual de revisão dos documentos são identificados;
 Assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão disponíveis
nos locais de utilização;
 Assegurar que os documentos se mantêm legíveis e são prontamente identificáveis;
 Assegurar que os documentos de origem externa, determinados pela organização
como necessários para o planeamento e operação do SGA, são identificados e a sua
distribuição é controlada;
 Prevenir a utilização indevida de documentos obsoletos e aplicar-lhes uma
identificação apropriada.

Controlo operacional

A organização deve identificar e planear as operações associadas aos aspectos ambientais


significativos identificados com coerência com a sua política, objectivos e metas, de modo
a garantir que estas são realizadas sob condições especificadas, através da:

Rosa Omar Jafar Pá gina 15


 Definição, implementação e manutenção de procedimentos documentados para
controlar situações nas quais a sua inexistência possa conduzir a desvios
relativamente à política ambiental, objectivos e metas;
 Definição de critérios operacionais nos procedimentos;
 Definição, implementação e manutenção de procedimentos relacionados com
aspectos ambientais significativos identificados ao nível dos bens e dos
requisitos aplicáveis aos fornecedores, incluindo subcontratados.

Rosa Omar Jafar Pá gina 16


III.CONCLUSÃO

Após a realização do trabalho com vista a conhecer o SGA, constatou-se que o processo de
um Sistema de Gestão Ambiental, exerce uma enorme influência nas empresas para a
melhoria contínua é possível observar que esse sistema é parte do sistema administrativo
geral de uma empresa, incluindo a estrutura organizacional, actividades de planeamento,
responsabilidades, treinamentos, procedimentos, processos e recursos para a
implementação e manutenção da gestão ambiental onde também inclui aqueles aspectos de
administração que planejam, desenvolvem, implementam, atinge, revisam, mantêm e
melhoram a política ambiental, os objectivos e metas da empresa.

A implantação do Sistema de Gestão Ambiental é o primeiro passo da empresa em busca


do Desenvolvimento Sustentável, convergindo seus interesses técnicos, económicos e
comerciais à prevenção da poluição ambiental e à redução dos impactos significativos
causados por suas actividades.

O Sistema de Gestão Ambiental permitirá que as empresas alcancem a sua excelência


ambiental buscando a sua melhoria continua, que se concretizará através da optimização de
seus processos, da redução dos custos de desperdício, de distribuição, de consumo de
energia e materiais concomitantemente melhorando a sua imagem junto aos clientes,
investidores, fornecedores e entidades regulamentadoras.

Rosa Omar Jafar Pá gina 17


IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, A.B. M. & FROSINI, H. (1996). Auditorias de sistemas da qualidade e
ambiental. Revista Saneamento Ambiental, São Paulo. ed.37, jun.

CHRISTIE, I.; ROLFE, H.; LEGARD, R. (1995). Cleaner production in industry:


integrating business goals and environmental management. London: Policy Studies
Institute.

DONAIRE, D. (1999). Gestão ambiental na empresa. São Paulo : Atlas.

FIGUEIREDO, M.A.G. (1996). O uso de indicadores ambientais no acompanhamento nos


sistemas de gerenciamento ambiental. Belo Horizonte, vol.6, nº1, p.33-34.Jul.

ISO. International Organization for Standardization. (1996). NBR IS0 14.001: Sistemas de
gestão ambiental Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de
Janeiro: ABNT.

MAIMON, D. (1994). Eco-Estratégia nas Empresas Brasileiras: Realidade ou Discurso?


Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.34, n.4, p.119-130, jul./ago.

TACHIZAWA, T. (2002). Gestão ambiental e responsabilidade corporativa: estratégia de


negócios focadas na realidade brasileira. São Paulo, Atlas.

Rosa Omar Jafar Pá gina 18

Você também pode gostar