Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA


PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO

UUNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

RAPHAELA LIVERANI PEREIRA

AT-PT2: A EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS CORPORATIVAS


AMBIENTAIS COMO ESTRATÉGIA PARA AMPLIAÇÃO DE
MERCADOS

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2023
RAPHAELA LIVERANI PEREIRA

AT-PT2: A EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS CORPORATIVAS


AMBIENTAIS COMO ESTRATÉGIA PARA AMPLIAÇÃO DE
MERCADOS

Trabalho apresentado ao Departamento de


Pós-Graduação a Distância da Universidade
Salgado de Oliveira, como requisito parcial
à conclusão da disciplina de Proteção de
Meio Ambiente do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Engenharia de Segurança
do Trabalho.

Professor: Eduardo da Silva Videla.

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2023
1. INTRODUÇÃO

Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que dá ênfase na


sustentabilidade. Desta forma, a gestão ambiental visa o uso de práticas e métodos
administrativos que reduzir ao máximo o impacto ambiental das atividades
econômicas nos recursos da natureza (MIRANDA, et. al., 2019).
As empresas têm um papel importante a desempenhar na busca do
desenvolvimento sustentável. Elas são atualmente os motores das economias que
consomem uma parcela desproporcional dos recursos do mundo, causam diversos
impactos sociais e produzem uma parcela também desproporcional de seus
poluentes (FIGUEIRA, 2016).
Este trabalho tem como objetivo descrever como foi o desenvolvimento das
Políticas Corporativas sobre meio ambiente e as transformações que as tornaram
estratégicas para os negócios, citando exemplos de Políticas Corporativas que
agregaram valor às empresas, consolidando a marca como ambientalmente
sustentável.

2. A EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS CORPORATIVAS AMBIENTAIS COMO


ESTRATÉGIA PARA AMPLIAÇÃO DE MERCADOS

As estratégias adotadas pelas organizações retratam as formas pelas quais


estas se comportam perante o ambiente. As empresas buscam adaptar-se para
atender aos desafios de sua continuidade no mercado. Os estudos das adaptações
estratégicas em relação às mudanças procuram visualizar o processo evolutivo,
sendo que, as organizações respondem com padrões comportamentais e de
escolhas conforme a sua cultura organizacional, políticas e diretrizes (AEDB, 2023).

2.1. Políticas Públicas e Gestão Ambiental

No Brasil, desde o período colonial, já existiam instrumentos normativos que


objetivavam proteger os recursos ambientais, no entanto, naquele momento a
preocupação era de preservar em função de interesses econômicos provindos da
exploração ambiental. Tal posicionamento perdurou até a década de 60, onde houve
mudanças drásticas na legislação ambiental com a criação do Estatuto da Terra (em
1964), e posteriormente o novo Código de Defesa Florestal (em 1965), o que
demostrava uma preocupação ambiental com o impacto das atividades antrópicas
em relação ao meio ambiente (MIRANDA, et. al., 2019).
A década de 70 trouxe consigo um propósito voltado a regulamentação e
controle ambiental, sobretudo com a conferência de Estocolmo, que influenciou e
viabilizou um posicionamento para que as nações começassem a estruturar seus
órgãos ambientais e a estabelecer suas legislações, objetivando o controle da
poluição ambiental. Tal conferência teve impacto na sociedade brasileira e resultou
na criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que assumiu a
incumbência de fixar normas e modelos relativos à preservação do meio ambiente
(MIRANDA, et. al., 2019).
Somente em 1981, tal posicionamento tornou-se mais concreto e efetivo com o
estabelecimento da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na lei nº 6.938, que
fora sancionada pelo Congresso Nacional, e continha em seu texto normativo
preceitos estabelecendo a descentralização das ações, atribuindo aos Estados e
Municípios a função de executores de medidas e providências para a proteção
ambiental, bem como a conceituação de Estudos de Impacto Ambiental e de
Relatório de Impacto Ambiental, institutos que posteriormente tiveram fundamental
importância nas medidas de controle e preservação ambiental.
No ano de 1992, a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento”, também conhecida Rio-92, foi realizada na cidade do Rio de
Janeiro, e teve grande importância para o movimento de proteção ambiental, pois
resultou na criação da Agenda 21 e a Carta da Terra, contudo, fora a partir deste
movimento que surgiu uma nova forma de abordagem, o foco passou a ser o
aperfeiçoamento de todo o processo produtivo, objetivando reduzir o impacto
ambiental como um todo, exercendo de forma viável uma gestão ambiental
(MIRANDA, et. al., 2019).

2.2. Fases da Evolução Ambiental

Caracterizaram em quatro fases a evolução ambiental. Segundo os autores, as


estratégias ambientais podem ser divididas em quatro fases de evolução
denominadas como: gestação, politização, legislação e litigação (AEDB, op. cit.
2023).
Na fase de gestação no sentido da evolução das questões ambientais, ainda era
baixa a preocupação com regulamentação e preservação ambiental.
Na fase de politização (1986-1987) as discussões sobre políticas públicas e
revisões de regulamentações passaram a ser intensificadas. Nesta fase, as
empresas limitavam-se simplesmente a atender a legislação pertinente, mostrando
pouco interesse nas questões ambientais (AEDB, op. cit. 2023).
A próxima fase, legislativa (1988-1992), se caracterizou por vários eventos
internacionais que intensificaram a preocupação com o meio ambiente. Sob a
influência de acordos como o Protocolo de Montreal e o Relatório Brundland, as
empresas passaram a entender a necessidade de redução dos riscos ambientais. As
pressões da opinião pública e das regulamentações, também neste período, foram
decisivas para a mudança de postura das empresas (AEDB, op. cit. 2023).
Na análise das diversas fases, a última delas, chamada de fase de litigação trata
da representação dos interesses em juízo – relativo a litígio ou questão. O período
considerado foi de 1993 em diante. Nesta fase, as preocupações públicas
continuaram em alta e as regulamentações foram consolidadas. A partir daí, os
administradores passaram a ser considerados responsáveis criminalmente pelos
problemas ambientais de suas organizações (AEDB, op. cit. 2023).

2.3. Fases de Incorporação da Variável Ambiental nas Organizações

Três fases são características na incorporação da variável ambiental nas


organizações, sendo elas: a percepção, compromisso e ação (AEDB, 2023).
Na fase de percepção, a alta direção visualiza a necessidade de contemplar no
planejamento as variáveis ambientais que podem afetar a empresa em sua política
organizacional. Também passam a considerar a necessidade de pessoal
especializado para compor uma equipe capaz de tratar destas atividades (AEDB, op.
cit. 2023).
Na fase de compromisso, a empresa solicita assessoria específica para apoio na
condução das ações relativas às variáveis ambientais. Com esta assessoria a
organização passa a desdobrar objetivos para os demais níveis e prepara o caminho
para uma nova fase, através da disseminação do comprometimento organizacional
(AEDB, op. cit. 2023).
A fase da ação, caracteriza-se pelo amadurecimento e busca de ações concretas
em atividades produtivas e administrativas, modificação de processos e produtos
com aporte de recursos, de forma que a empresa passe a incorporar as variáveis
ambientais na estrutura organizacional e que se tornam parte da sua cultura (AEDB,
op. cit. 2023).

2.4. Importância da Gestão Ambiental para as Organizações

A gestão ambiental é fundamental para toda organização,


independentemente de seu ramo de atuação. Isso porque o público e o mercado
passam a associar o nome da empresa à preservação ambiental, o que favorece
sua imagem perante os clientes e concorrentes (MIRANDA, et. al., 2019).
As organizações que incentivam a prática deste tipo de gestão podem
absorver diversos benefícios, como a redução de gastos e custos por meio da
diminuição do desperdício de água e energia e da reutilização de materiais como
papéis e copos recicláveis (MIRANDA, et. al., 2019).
Diante disso, diversas organizações têm adotado as normas ISO, associação de
padronização e normatização, para ampliar e aprimorar o seu controle de gestão
para se sobressair no mercado. As normas da ISO promovem boas práticas de
gestão empresarial e avanço tecnológico, além de facilitar o comércio entre as
empresas (MIRANDA, et. al., 2019).
Neste sentido, as certificações principais são a ISO 9000, com foco em
gestão da qualidade, e a ISO 14000 — para a gestão ambiental. A certificação ISO
14000 é um aglomerado de condutas técnicas e administrativas que determina
padrões para a gestão ambiental em empresas, associações e organizações
públicas e privadas. Essas práticas foram criadas com a finalidade de orientar e
auxiliar empresas e organizações a adotarem ações que diminuam os impactos que
elas causam no meio ambiente (MIRANDA, et. al., 2019).

3. CONCLUSÃO
Conclui-se que a adaptação estratégica organizacional orientada à gestão
ambiental, deve considerar vários aspectos e conter ponderações admitindo
influências tanto dos fatores internos da organização, bem como dos fatores
externos. As organizações geralmente respondem com padrões comportamentais e
de escolhas conforme a sua cultura organizacional, suas políticas e diretrizes quanto
ao reputacional, e os riscos envolvendo o negócio.
Na maioria das vezes, as decisões de gestão ambiental, são marcadas pelas
complexidades empresariais e formam um conjunto no aprendizado da organização.
Contudo, o caminho para alinhar a estratégia empresarial ao desenvolvimento
sustentável ainda é longo, pois a maioria das ações é ainda dissociada dos
negócios, realizada em prol da sociedade diretamente afetada e para as empresas
serem mais sustentáveis em seus negócios.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AEDB – Associação Educacional Dom Bosco. Evolução da Adaptação Estratégica


Organizacional Orientada à Gestão Ambiental. Disponível em:<
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos08/189_Evolucao%20da%20Adap.%20Es
trat.%20Organiz.%20Orientada%20a%20G%20A.pdf> Aceso em: 21/05/2023

FIGUEIRA, Glauce Almeida. Estratégia Empresarial e Desenvolvimento


Sustentável: a sustentabilidade é um desafio inevitável para as empresas? In:
ENGEMA Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente ISSN:
2359-1048. Dezembro 2016. Disponível em:
<https://engemausp.submissao.com.br/18/anais/arquivos/45.pdf Acesso em:
21/05/2023

MIRANDA, Bruno. MORETTO, Izabel. MORETO, Rafael. Ods 18 - Gestão


Ambiental nas Empresas. São Paulo 2019. Disponível em: <
https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/eventos/bisus/18-gestao-
ambiental.pdf> Acesso em 21/05/2023

Você também pode gostar